SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 10
No Brasil Colonial, a presença dos jesuítas
teve grande importância no processo de
disseminação do cristianismo católico no
interior da colônia. Não por acaso – visando
aperfeiçoar suas ações missionárias –, os
jesuítas trouxeram da Europa as influências
estéticas de cunho fortemente religioso que
marcaram o estilo barroco. Na maioria das
vezes, esse tipo de criação se manifestou na
construção de igrejas e imagens religiosas
que tomavam campo nos centros urbanos do
                     país.
 Chegando  ao Brasil, as construções de traço
 barroco se lançavam aos olhos de uma
 população       mista       formada       por
 alfaiates,     ambulantes,        funcionários
 públicos, indígenas, escravos e vadios. Essa
 população, na maioria das vezes, só conseguia
 compreender o sentido dos valores religiosos
 afirmados pela catequese com a imponência
 de imagens ricas em que a complexa
 ornamentação pretendia reafirmar o caráter
 sagrado dos santos e templos religiosos.
   De forma geral, as obras e construções barrocas
    eram fabricadas a partir do uso de pedra-sabão,
    barro cozido e madeira policromada ou dourada.
    Além disso, existiu uma visível preocupação em
    se reproduzir movimentos de conteúdo
    dramático, o uso de linhas curvas, a preferência
    por construções de porte grandioso e o uso de um
    impacto visual capaz de chamar atenção dos
    apreciadores. O barroco tentou exprimir uma
    religiosidade de princípio medieval com a
    sofisticação     da       arte      renascentista.
 Dentre os principais representantes dessa arte
 podemos destacar o escultor Antônio
 Francisco Lisboa, mais conhecido como
 Aleijadinho, e o pintor Manuel da Costa
 Ataíde. Ambos viveram o auge do barroco no
 Brasil, na passagem do século XVIII para o
 XIX, promovendo um estilo próprio que
 tendeu a eliminar alguns dos excessos
 perceptíveis nas obras que tinham maior
 aproximação com o barroco desenvolvido no
 Velho Mundo.
   O valor educativo lançado à arte
    barroca é percebido na dinâmica dos
    elementos     trabalhados  em   suas
    principais obras. A tensão entre o
    medieval e o renascentista pode ser
    observada no uso de imagens austeras
    combinadas com a sofisticação dos
    ornamentos. Paralelamente, os itens
    acessórios tinham um valor narrativo
    onde o observador poderia identificar
    um santo e sua história através do
    dragão de São Jorge; ou a chave dos
    céus carregada por São Pedro.
O aparecimento desses artistas no ambiente
colonial indicava um período de relativa
prosperidade material nas cidades e vilas que
se enriqueciam graças aos recursos trazidos
pela exploração do ouro, a partir do século
XVIII. Em muitos casos, essa nova situação
fazia com que mulatos e outras figuras
marginalizadas     do     mundo       colonial
alcançassem prestígio ou um interessante meio
de sustentação.
   Dessa maneira, podemos ver
    interessantes situações históricas por
    meio do desenvolvimento de tal arte no
    Brasil. Uma das mais intrigantes se
    remete à formação de um mercado
    consumidor dessa arte de caráter
    fortemente religioso. As
    irmandades, igrejas e particulares eram
    os principais consumidores das
    construções arquitetônicas e imagens
    barrocas. Atualmente, o barroco possui
    grande valor histórico e estético e tem a
    maioria de suas obras concentradas em
    regiões do interior mineiro e no Nordeste.
O Barroco Mineiro nasceu mestiço como seus
criadores, filtrando influências de várias partes
de Portugal e do Brasil. Muitas vezes seu
esplendor se esconde no interior das pequenas
igrejas de paredes de taipa, quadradas e
brancas, revelando-se com impacto quando se
abrem as portas. É o que acontece, por
exemplo, na Igreja de Nossa Senhora do
Ó, em Sabará, ou na Capela do Padre
Faria, em Vila Rica, e em várias outras
construções da primeira metade do século
XVIII.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Mais procurados (20)

O Barroco
O BarrocoO Barroco
O Barroco
 
Renascimento cultural
Renascimento culturalRenascimento cultural
Renascimento cultural
 
arte portuguesa.ppsx
arte portuguesa.ppsxarte portuguesa.ppsx
arte portuguesa.ppsx
 
Arte medieval paleocristao e bizantino 7o ano 2013
Arte medieval   paleocristao e bizantino 7o ano 2013Arte medieval   paleocristao e bizantino 7o ano 2013
Arte medieval paleocristao e bizantino 7o ano 2013
 
E idade média 2011 2
E idade média 2011 2E idade média 2011 2
E idade média 2011 2
 
Apresentação1.pptx arte medieval
Apresentação1.pptx arte medievalApresentação1.pptx arte medieval
Apresentação1.pptx arte medieval
 
01 cultura da catedral
01 cultura da catedral01 cultura da catedral
01 cultura da catedral
 
Arte medieval
Arte medievalArte medieval
Arte medieval
 
Barroco no brasil
Barroco no brasilBarroco no brasil
Barroco no brasil
 
Barroco no brasil
Barroco no brasilBarroco no brasil
Barroco no brasil
 
ARTE GÓTICA
ARTE GÓTICAARTE GÓTICA
ARTE GÓTICA
 
Império Bizantino - 6º ano
Império Bizantino - 6º anoImpério Bizantino - 6º ano
Império Bizantino - 6º ano
 
Arte na Idade Media
Arte na Idade MediaArte na Idade Media
Arte na Idade Media
 
Arte 2 médio slide
Arte 2 médio   slideArte 2 médio   slide
Arte 2 médio slide
 
Barroco em Pernambuco
Barroco em PernambucoBarroco em Pernambuco
Barroco em Pernambuco
 
Aula 05 arte medieval
Aula 05 arte medievalAula 05 arte medieval
Aula 05 arte medieval
 
Arquitetura bizantina
Arquitetura bizantinaArquitetura bizantina
Arquitetura bizantina
 
Arte na idade média
Arte na idade médiaArte na idade média
Arte na idade média
 
Arte barroca slides 33
Arte barroca slides 33Arte barroca slides 33
Arte barroca slides 33
 
Barroco Goiano
Barroco GoianoBarroco Goiano
Barroco Goiano
 

Semelhante a A arte barroca no Brasil colonial

Semelhante a A arte barroca no Brasil colonial (20)

Arte barroca
Arte barrocaArte barroca
Arte barroca
 
Arte barroca
Arte barrocaArte barroca
Arte barroca
 
O Barroco Mineiro
O Barroco MineiroO Barroco Mineiro
O Barroco Mineiro
 
Arte cristã
Arte cristãArte cristã
Arte cristã
 
Arte Barroca no Mundo.pptx
Arte Barroca no Mundo.pptxArte Barroca no Mundo.pptx
Arte Barroca no Mundo.pptx
 
Apostila barroco no Brasil 8o ano 2019
Apostila barroco no Brasil 8o ano 2019Apostila barroco no Brasil 8o ano 2019
Apostila barroco no Brasil 8o ano 2019
 
O Barroco
O BarrocoO Barroco
O Barroco
 
O ouro e o barroco
O ouro e o barrocoO ouro e o barroco
O ouro e o barroco
 
Art History Thesis XL- ARTE PARA SLIDE A
Art History Thesis XL- ARTE PARA SLIDE AArt History Thesis XL- ARTE PARA SLIDE A
Art History Thesis XL- ARTE PARA SLIDE A
 
BARROCO NO BRASIL
BARROCO NO BRASILBARROCO NO BRASIL
BARROCO NO BRASIL
 
Texto Barroco e Rococó no Brasil.pdf
Texto Barroco e Rococó no Brasil.pdfTexto Barroco e Rococó no Brasil.pdf
Texto Barroco e Rococó no Brasil.pdf
 
Riqueza cultural brasileira_e_pelot
Riqueza cultural brasileira_e_pelotRiqueza cultural brasileira_e_pelot
Riqueza cultural brasileira_e_pelot
 
A Religiosidade e a Cultura do Barroco
A Religiosidade e a Cultura do BarrocoA Religiosidade e a Cultura do Barroco
A Religiosidade e a Cultura do Barroco
 
A arte barroca da bahia
A arte barroca da bahiaA arte barroca da bahia
A arte barroca da bahia
 
Aula 04 barroco-e_rococo
Aula 04 barroco-e_rococoAula 04 barroco-e_rococo
Aula 04 barroco-e_rococo
 
Arte colonial e rococó
Arte colonial  e rococóArte colonial  e rococó
Arte colonial e rococó
 
Barroco em Minas Gerais
Barroco em Minas GeraisBarroco em Minas Gerais
Barroco em Minas Gerais
 
Arte cris..2
Arte cris..2Arte cris..2
Arte cris..2
 
ARTE BARROCA NO BRASIL.pdf
ARTE BARROCA NO BRASIL.pdfARTE BARROCA NO BRASIL.pdf
ARTE BARROCA NO BRASIL.pdf
 
Historia da arte
Historia da arteHistoria da arte
Historia da arte
 

Mais de Chromus Master (20)

Webservice
WebserviceWebservice
Webservice
 
Windows 7
Windows 7Windows 7
Windows 7
 
Usb remoção
Usb remoçãoUsb remoção
Usb remoção
 
Disco rígido
Disco rígidoDisco rígido
Disco rígido
 
Windows x Linux
Windows x LinuxWindows x Linux
Windows x Linux
 
Licenças de software
Licenças de softwareLicenças de software
Licenças de software
 
Arquiteturas PC X MAC
Arquiteturas PC X MACArquiteturas PC X MAC
Arquiteturas PC X MAC
 
Álgebra de Boole
Álgebra de BooleÁlgebra de Boole
Álgebra de Boole
 
Relações
RelaçõesRelações
Relações
 
Análise Combinatória
Análise CombinatóriaAnálise Combinatória
Análise Combinatória
 
Princípios de Contagem
Princípios de ContagemPrincípios de Contagem
Princípios de Contagem
 
Teoria dos Conjuntos
Teoria dos ConjuntosTeoria dos Conjuntos
Teoria dos Conjuntos
 
Recorrência
RecorrênciaRecorrência
Recorrência
 
Demonstrações
DemonstraçõesDemonstrações
Demonstrações
 
Lógica Formal
Lógica FormalLógica Formal
Lógica Formal
 
Introdução a Teoria dos Grafos
Introdução a Teoria dos GrafosIntrodução a Teoria dos Grafos
Introdução a Teoria dos Grafos
 
Urbanização
UrbanizaçãoUrbanização
Urbanização
 
Guerra fria
Guerra friaGuerra fria
Guerra fria
 
Guerra mascates
Guerra mascatesGuerra mascates
Guerra mascates
 
Reformas pombalinas
Reformas pombalinasReformas pombalinas
Reformas pombalinas
 

Último

PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Ilda Bicacro
 
Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docx
Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docxBloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docx
Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docxkellyneamaral
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfTutor de matemática Ícaro
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorINTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorEdvanirCosta
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelGilber Rubim Rangel
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfcomercial400681
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfEmanuel Pio
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMHELENO FAVACHO
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)ElliotFerreira
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéisines09cachapa
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.Mary Alvarenga
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médiorosenilrucks
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxMauricioOliveira258223
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaHELENO FAVACHO
 

Último (20)

PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
 
Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docx
Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docxBloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docx
Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docx
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorINTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
 

A arte barroca no Brasil colonial

  • 1.
  • 2. No Brasil Colonial, a presença dos jesuítas teve grande importância no processo de disseminação do cristianismo católico no interior da colônia. Não por acaso – visando aperfeiçoar suas ações missionárias –, os jesuítas trouxeram da Europa as influências estéticas de cunho fortemente religioso que marcaram o estilo barroco. Na maioria das vezes, esse tipo de criação se manifestou na construção de igrejas e imagens religiosas que tomavam campo nos centros urbanos do país.
  • 3.  Chegando ao Brasil, as construções de traço barroco se lançavam aos olhos de uma população mista formada por alfaiates, ambulantes, funcionários públicos, indígenas, escravos e vadios. Essa população, na maioria das vezes, só conseguia compreender o sentido dos valores religiosos afirmados pela catequese com a imponência de imagens ricas em que a complexa ornamentação pretendia reafirmar o caráter sagrado dos santos e templos religiosos.
  • 4. De forma geral, as obras e construções barrocas eram fabricadas a partir do uso de pedra-sabão, barro cozido e madeira policromada ou dourada. Além disso, existiu uma visível preocupação em se reproduzir movimentos de conteúdo dramático, o uso de linhas curvas, a preferência por construções de porte grandioso e o uso de um impacto visual capaz de chamar atenção dos apreciadores. O barroco tentou exprimir uma religiosidade de princípio medieval com a sofisticação da arte renascentista.
  • 5.  Dentre os principais representantes dessa arte podemos destacar o escultor Antônio Francisco Lisboa, mais conhecido como Aleijadinho, e o pintor Manuel da Costa Ataíde. Ambos viveram o auge do barroco no Brasil, na passagem do século XVIII para o XIX, promovendo um estilo próprio que tendeu a eliminar alguns dos excessos perceptíveis nas obras que tinham maior aproximação com o barroco desenvolvido no Velho Mundo.
  • 6. O valor educativo lançado à arte barroca é percebido na dinâmica dos elementos trabalhados em suas principais obras. A tensão entre o medieval e o renascentista pode ser observada no uso de imagens austeras combinadas com a sofisticação dos ornamentos. Paralelamente, os itens acessórios tinham um valor narrativo onde o observador poderia identificar um santo e sua história através do dragão de São Jorge; ou a chave dos céus carregada por São Pedro.
  • 7. O aparecimento desses artistas no ambiente colonial indicava um período de relativa prosperidade material nas cidades e vilas que se enriqueciam graças aos recursos trazidos pela exploração do ouro, a partir do século XVIII. Em muitos casos, essa nova situação fazia com que mulatos e outras figuras marginalizadas do mundo colonial alcançassem prestígio ou um interessante meio de sustentação.
  • 8. Dessa maneira, podemos ver interessantes situações históricas por meio do desenvolvimento de tal arte no Brasil. Uma das mais intrigantes se remete à formação de um mercado consumidor dessa arte de caráter fortemente religioso. As irmandades, igrejas e particulares eram os principais consumidores das construções arquitetônicas e imagens barrocas. Atualmente, o barroco possui grande valor histórico e estético e tem a maioria de suas obras concentradas em regiões do interior mineiro e no Nordeste.
  • 9.
  • 10. O Barroco Mineiro nasceu mestiço como seus criadores, filtrando influências de várias partes de Portugal e do Brasil. Muitas vezes seu esplendor se esconde no interior das pequenas igrejas de paredes de taipa, quadradas e brancas, revelando-se com impacto quando se abrem as portas. É o que acontece, por exemplo, na Igreja de Nossa Senhora do Ó, em Sabará, ou na Capela do Padre Faria, em Vila Rica, e em várias outras construções da primeira metade do século XVIII.