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Educação
em Saúde
VOL. 42
Aguardando o
Transplante de Fígado
Orientações para o Paciente
Aguardando o
transplante de Fígado
Orientações para o Paciente
EQUIPE DO PROGRAMA DE TRANSPLANTE HEPÁTICO ADULTO
Chefia do Programa de Transplante Hepático
Prof. Dr. Cleber Dario Pinto Kruel
Coordenação Clínica
Prof. Dr. Carlos Fernando de Magalhães Francesconi
Coordenação Técnica
Dr. Aljamir Chedid
Cirurgia
Prof. Dr. Cleber Dario Pinto Kruel
Dr. Ian Leipnitz
Dr. Aljamir Chedid
Dr. Cleber Rosito Pinto Kruel
Dr. Tomáz De Jesus Maria Grezzana Filho
Hepatologia
Prof. Dr. Carlos Fernando de Magalhães Francesconi
Prof. Dr. Mário Reis Álvares-da-Silva
Dr. Alexandre de Araújo
Dr. Matheus Truccolo Michalczuk
Endoscopia Digestiva
Prof. Dr. Ismael Maguilnik
Enfermagem
Terapia Intensiva
Profa. Enaura Helena B. Chaves
Enfa. Soraia Arruda
Enfermeiros do CTI
Centro Cirúrgico
Prof. Heloísa Helena Karnas Hoefel
Enfermeiros do BC
Intensivismo
Prof. Dr. Silvia Regina Rios Vieira
Equipe Médica do CTI
Patologia
Prof. Dr. Afonso Luis Barth
Serviço Social
Assist. Soc. Simone Beier
Também fazem parte da nossa equipe os Serviços de Psiquiatria,
Pneumologia, Cardiologia, Ginecologia, Odontologia, Hemoterapia,
Farmácia e Neurologia e Anestesia
Sumário
APRESENTAÇÃO			 5
Conhecendo um pouco sobre o fígado	 7
Por que eu preciso de um transplante?	 8
O que eu devo fazer para estar em
boas condições para o transplante?	 8
Doadores de sangue			 9
Lista de espera. Como funciona?
Qual a minha colocação?		 10
Quanto tempo tenho que esperar?	 11
Equipe multidisciplinar de transplante:
quem são e o que cada um faz?		 12
Quando for chamado, o que devo fazer?	 14
Chegando ao hospital, para onde vou?	 15
A cirurgia – bloco cirúrgico			 16
Chegando ao CTI			 17
Como é a rotina do CTI?		 19
Como são as visitas no CTI?		 19
Como deve ser meu comportamento?	 20
Quais as complicações mais frequentes
nos primeiros dias após o transplante?	 21
Imunossupressores. O que são?	 22
A unidade de internação	 23
A volta para casa		 25
Considerações finais		 26
MELHORANDO ESTAS ORIENTAÇÕES	 27
5
Apresentação
Depois de ter passado por uma série de exames
e avaliações, foi-lhe indicado o transplante
de fígado. Certamente você tem dúvidas e
gostaria de perguntar sobre vários assuntos
relacionados a esse procedimento. Assim, a sua
opção pelo transplante será consciente.
Estemanualcontéminformaçõesquevãoajudar
você e sua família a conhecer um pouco sobre
transplante de fígado. Os assuntos tratados
aqui foram selecionados pelos pacientes que já
passaram por um transplante, pela equipe de
transplantes e por pacientes que esperam uma
operação de transplante de fígado.
Se após ler este manual ainda surgirem
perguntas, não hesite em solicitar mais
orientações durante as consultas. O que está
escrito aqui é apenas uma pequena parte das
várias informações que serão passadas a você
até o momento do transplante e também depois
da sua alta do hospital. Se você tiver sugestões
sobre o que está escrito aqui, elas serão bem-
vindas. Sua participação é muito importante
para nós.
Conhecendo um pouco sobre o fígado
O fígado é o maior órgão sólido do corpo humano, pesando, aproxima-
damente, 1.400g, localizado no lado direito do abdômen, logo abaixo
das costelas. Ele tem funções muito importantes para a manutenção
da vida, como:
•	produção de bile que ajuda na
digestão das gorduras e absorção
de vitaminas;
•	produção de substâncias que
ajudam na coagulação do san-
gue (fatores de coagulação);
•	metabolismo de proteínas, im-
portante para a manutenção das
células do corpo;
•	metabolismo da glicose (açúcar
do sangue);
•	metabolismo de alguns medi-
camentos.
Estando envolvido em tantas atividades dentro do corpo, várias com-
plicações surgem quando o fígado adoece: ascite (água na barriga),
varizes no esôfago (tubo que liga a boca ao estômago), sangramento,
cansaço, perda de peso, desnutrição, encefalopatia (confusão), icterí-
cia (pele e olhos amarelos), coceira etc.
Entre as causas de doença do fígado estão: alcoolismo, hepatite, do-
enças autoimunes, problemas congênitos etc., que acabam levando à
cirrose e ao mau funcionamento deste órgão.
7
8
Por que eu preciso de um transplante?
O transplante foi indicado porque não existem medicações e/ou ou-
tros tratamentos que sejam capazes de curá-lo. O seu fígado já está
muito prejudicado pela doença e afetando todo o seu corpo. A cada
complicação que ocorre, sua expectativa de vida fica reduzida quase à
metade. Sem um transplante, uma pessoa com doença hepática grave
vive, em média, dois anos.
Já com o transplante, a sobrevida é, em torno de 85% dos casos, de cin-
co anos, isto é, de cada 100 pacientes transplantados, 85 estarão vivos
em cinco anos.
O que eu devo fazer para estar em boas con-
dições para o transplante?
As condições do paciente antes do transplante influem muito na sua
recuperação depois da cirurgia. Por este motivo, você deve seguir a ris-
ca as orientações que lhe são dadas.
•	 Não deixe de vir ao ambulatório quando tiver consulta marca-
da, mesmo que lhe pareça desnecessário. É dessa maneira que
a equipe pode manter sua doença controlada e prevenir com-
plicações. Lembre-se: se você não estiver em condições, poderá
perder a oportunidade de ser transplantado se surgir um órgão,
até mesmo por um resfriado que não está sendo tratado. Se
houver impossibilidade de comparecer, entre em contato com a
equipe de transplante e informe o motivo da sua falta.
•	 O seu estado nutricional é de extrema importância e devem
ser corrigidos eventuais erros na alimentação para que você ga-
nhe peso, caso seja necessário, ou não desenvolva encefalopatia.
Durante a avaliação com a nutricionista, foram calculadas suas
9
necessidades de calorias e os tipos de alimentos que podem ser
consumidos, baseados no seu peso, altura, tipo de doença etc.
Esta orientação é INDIVIDUAL, serve apenas para o seu caso. Se
houver dúvidas, torne a solicitar orientação e não coma nada
fora do que foi estipulado.
•	 Se você fuma, abandone o hábito. O fumo prejudica seus pul-
mões, diminuindo a sua capacidade de oxigenar adequadamen-
te o sangue e aumentando o risco de infecção respiratória após
a cirurgia, que é uma complicação grave e pode levar à rejeição
do fígado transplantado.
Doadores de sangue
O transplante é uma cirurgia de grande porte, por este motivo você
pode precisar de transfusões de sangue no trans-operatório e nos pri-
meiros dias da sua recuperação. São necessários 30 doadores. Não dei-
xe para providenciar os doadores somente quando for chamado para
o transplante, porque o sangue deve ser testado e preparado para ser
utilizado. Se você não colaborar com sua cota de doadores, o Banco de
Sangue do Hospital terá dificuldades para atender todos os doentes
que necessitam de transfusão. Dirija-se ao Banco de Sangue para obter
maiores informações.
10
Podem ser doadores pessoas entre 18 e 65 anos, com peso mínimo de
50 quilos, de qualquer grupo sanguíneo e que não estejam doentes. As
mulheres não devem estar amamentando ou em período menstrual.
Cada doador deve informar em nome de quem está doando para que
a doação seja anotada. O banco de sangue fornece semanalmente à
equipe de transplante uma lista informando quantos doadores você já
encaminhou.
Lista de espera. Como funciona? Qual a mi-
nha colocação?
A Central de Transplantes, órgão ligado à Secretaria de Saúde do Esta-
do, adota a lista única. Os hospitais que realizam transplantes de fígado
enviam para essa Central a ficha de cadastro de cada paciente avaliado
e com indicação para o procedimento.
A ordem da fila de espera para transplantes de fígado deixou de ser
através de um critério cronológico, onde valia a data de inscrição do
paciente na lista, e passou a funcionar pelo critério de gravidade (Por-
taria 1.160 de 29 de Maio de 2006 - Ministério da Saúde). Para determi-
nar o estado de gravidade do paciente, usa-se um sistema denomina-
do MELD.
O MELD é um valor numérico usado para indicar a urgência do trans-
plante. Varia de 6 (menor gravidade) a 40 (maior gravidade) e é calcula-
do a partir do resultado de 3 exames laboratoriais de rotina:
• Bilirrubina, que mede a eficiência do fígado em eliminar a bile;
• Creatinina, que mede a função dos rins;
• Protrombina, que mede a capacidade do fígado em produzir
fatores de coagulação.
Quando há uma doação, a primeira seleção é pelo grupo sanguíneo
e, depois, pelo MELD do paciente. Também são considerados o peso,
a altura, tamanho do tórax e do abdômen, que devem ser parecidos
com as medidas do doador.
O transplante também pode ser realizado entre pessoas vivas. Nestes
casos, um parente em 1º grau (mãe, pai, irmãos), maior de idade, DOA
VOLUNTARIAMENTE uma parte do seu fígado para o doente. Isto pode
ser feito em casos selecionados. Informe-se com a equipe se essa mo-
dalidade pode ser indicada em seu caso.
Quanto tempo tenho que esperar?
Para que o transplante possa ser reali-
zado, é preciso que exista um órgão dis-
ponível. Essa disponibilidade somente
se dá pela doação voluntária de órgãos
por parte das famílias que têm parentes
com morte cerebral, condição essencial
para que a doação seja realizada. Por este
motivo, não há como saber quando o seu
transplante será feito.
O tempo de espera na lista depende do MELD.
Durante a espera, sentimentos como  angústia, raiva e medo podem
surgir. Procure conversar com a equipe de transplante e com os pa-
cientes que já passaram por esta experiência. Se você sentir necessida-
de, solicite uma consulta com a Psiquiatria para um apoio mais efetivo.
A equipe do transplante também poderá aconselhá-lo a fazer isso.
11
Equipe multidisciplinar de transplante:
quem são e o que cada um faz?
A equipe de transplante é um grupo de profissionais que o acompa-
nhará desde o ambulatório, no momento do transplante e após, quan-
do você receber alta do hospital.
Os membros da equipe de transplante incluem:
Hepatologista
O hepatologista é um médico qualificado no diagnóstico e tratamento
de doenças do fígado. Ele está envolvido no processo de avaliação e
seleção dos pacientes, bem como na avaliação e alocação do fígado
doado. Ele o acompanhará ao longo de todo o processo de transplante
no período pré, trans e pós-operatório. Após a alta hospitalar, no am-
bulatório, é quem fará o manejo de seus imunossupressores e outros
medicamentos e dos eventuais problemas que surgirem.
Cirurgião
O cirurgião está envolvido na avaliação e seleção dos pacientes. É ele
quem executa a operação de transplante e estará presente na sua recu-
peração no pós-operatório. Este especialista administra os problemas
cirúrgicos e sempre estará envolvido no seu acompanhamento.
Enfermeira
A enfermeira coordena as atividades da equipe de saúde que o atende,
para que suas necessidades estejam adequadamente atendidas. Ela
avalia os pacientes no ambulatório, dando orientações sobre o proce-
dimento e cuida durante a internação no CTI. Acompanha os pacientes
12
13
no quarto, preparando para a alta hospitalar. A enfermeira também
manterá as linhas de comunicação abertas entre você e os outros pro-
fissionais da equipe.
Nutricionista
A nutricionista fornecerá informação nutricional e orientações. Um
programa nutricional é essencial para a preparação e a recuperação
que segue um transplante. Ela recomendará um programa dietético
equilibrado, que satisfará suas necessidades nutricionais antes e de-
pois da cirurgia.
Psiquiatria
O psiquiatra o verá durante sua avaliação de transplante. Este profis-
sional ajuda os pacientes a enfrentar a enfermidade crônica e a an-
siedade, depressão e tensão que o acompanham. Você poderá ser
acompanhado durante a internação, no pós-operatório, se sentir ne-
cessidade.
Estes são os profissionais com os quais você terá maior contato. No
entanto, outros especialistas participam do seu cuidado antes e de-
pois do transplante: Anestesiologia, Cardiologia, Farmácia, Fisiatria,
Ginecologia, Infectologia, Intensivismo, Neurologia, Odontologia, Pa-
tologia, Pneumologia, Serviço Social. Todos trabalham em conjunto
para que o seu transplante seja bem sucedido.
Estes profissionais somente poderão desenvolver o seu trabalho e
fazer do seu transplante um sucesso se houver comunicação efetiva
entre eles e você. A sua participação é muito importante. As recomen-
dações devem ser seguidas à risca. Sempre que houver dúvidas, estes
profissionais estão à disposição para ajudá-lo. Pergunte quantas vezes
julgar necessário, estude com atenção o material escrito que lhe for
dado antes e após o transplante para que você possa ter uma recupe-
ração rápida.
Quando for chamado, o que devo fazer?
Você pode ser chamado para o transplante
a qualquer hora do dia ou da noite, por isso
é importante que haja meios de localizá-lo.
Providencie um número de telefone que
esteja disponível todo o tempo ou, para
que você possa sair de casa, um telefone
celular. Se você optar pelo telefone celular,
informe-se dos locais onde há boas condi-
ções de transmissão e mantenha-o sempre
ligado e carregado. Evite viagens, mas se
houver extrema necessidade, converse an-
tes com a equipe de transplante.
Planeje com antecedência como fará para chegar o mais breve possí-
vel, qual o caminho mais curto etc. Se depender de outra pessoa para
trazê-lo, combine como ela poderá ser localizada a qualquer hora.  
Quando houver um órgão disponível, você será comunicado imediata-
mente. A partir de então, alimentos ou água não devem ser ingeridos.
Dirija-se ao hospital conforme for orientado no momento da chama-
da. Não se atrase, pois o tempo é um fator importante, venha acompa-
nhado de um familiar, traga seu documento de identidade e o número
do seu prontuário para que a internação seja feita com rapidez. Deixe
em casa joias, relógio etc. Não se preocupe em trazer roupas ou outros
objetos, pois eles não serão necessários no momento da internação.
Tome um banho antes de sair, lavando inclusive os cabelos. Jamais
faça a raspagem dos pêlos do corpo em casa. Isso deverá ser feito so-
14
15
mente pela enfermagem, após sua internação, quando o transplante já
estiver confirmado.
Chegando ao hospital para onde vou?
Na portaria principal do Hospital informe à recepcionista que você veio
para submeter-se a um transplante de fígado. Ela o encaminhará ao
CCA, localizado no térreo. A enfermeira e um dos médicos da equipe
de transplante já estarão lá, esperando sua chegada. A enfermeira irá
reorientá-lo sobre todos os passos do seu transplante.
Serão coletadas amostras de sangue para exames e preparação de san-
gue para transfusão durante a cirurgia, os pêlos do corpo serão retira-
dos (face, peito, abdômen).
Algumas perguntas sobre a sua saúde devem ser respondidas. Informe
qual o horário da sua última refeição, os medicamentos que está to-
mando, alergias a medicamentos, peso e altura, doenças crônicas (dia-
bete, pressão alta etc.) e qualquer alteração no seu estado geral (febre,
tosse com catarro, dor ao urinar etc.).
Não omita informações, mesmo que pareçam sem importância para
você.
Quando tudo estiver terminado, você será encaminhado ao Bloco Cirúr-
gico.
Algumas vezes, os exames realizados no fígado doado podem mostrar
alterações que impedem o transplante. Neste caso, você será libera-
do para casa e ficará aguardando outra oportunidade. O mesmo pode
acontecer se a sua avaliação indicar algum problema.
A cirurgia - bloco cirúrgico
O Bloco Cirúrgico é a unidade do Hospital onde será realizado o trans-
plante. Por ser um ambiente que deve estar bastante limpo, na sala de
cirurgia todos estarão usando roupas especiais e máscaras. Haverá mui-
ta movimentação, aparelhos e sons ao seu redor.
Você será colocado em uma cama cirúrgica, o anestesista vai explicar ra-
pidamente o que será feito e, em seguida, aplicará um anestésico (anes-
tesia geral), que o fará dormir para que a cirurgia possa ser iniciada. 	 	
	
O transplante de fígado pode ser dividido nos seguintes passos:
16
•	 Abertura do abdômen: será feito um corte abaixo das costelas,
de um lado a outro para que o fígado possa ser visto;
•	 Retirada do fígado doente;
•	 Implantação do fígado novo;
•	 Fechamento da incisão (corte).
A cirurgia de transplante é bastante delicada, o fígado tem veias e ar-
téria que devem ser ligadas com cuidado. O canal biliar também é liga-
do ao novo fígado; eventualmente pode ser colocado um dreno neste
canal, chamado Kehr. Poderão ser colocados dois drenos no abdômen
para controle de sangramento e escoamento do líquido de ascite que
pode se formar nos primeiros dias após o transplante. A necessidade
dos drenos depende de cada paciente.
A duração da cirurgia é, em média, de oito horas.
Chegando ao CTI
Ao término da cirurgia você será levado para o CTI. Este é um proce-
dimento de rotina. Lá, você poderá ser observado mais de perto nos
primeiros dias após o transplante.
17
Ao acordar, você terá um tubo plástico introduzido pela sua boca e
ligado a um ventilador, aparelho responsável pela sua respiração e
oxigenação dos pulmões. Você não poderá falar ou receber alimentos
pela boca neste período. Se quiser dizer algo tente comunicar-se por
gestos; a equipe de enfermagem tem experiência em tratar de pacien-
tes intubados e, certamente, saberá o que você quer dizer.
No seu nariz, haverá uma sonda fina por onde você será alimentado.
Mesmo após iniciada a alimentação pela boca, a sonda deve permane-
cer. A sua retirada vai depender da aceitação da alimentação que lhe
será oferecida.
Lembre-se que uma alimentação adequada com o número de calorias
necessárias para sua recuperação é de grande importância nessa fase.
Várias veias estarão puncionadas para que soro, sangue e medicações
possam ser administrados. Um catéter longo estará na veia próximo
ao pescoço e será ligado a um monitor para controle dos líquidos que
você recebeu, sua temperatura etc. Uma artéria também estará pun-
cionada para controle constante da pressão. Haverá fios presos ao seu
peito e também ligados ao monitor para controlar os batimentos do
coração e a respiração.
Uma sonda colocada na sua bexiga servirá para controle do volume de
urina.
Todos estes aparelhos, sondas e catéteres serão retirados à medida em
que você for progredindo e se recuperando da cirurgia. Você deve per-
manecer no CTI por aproximadamente 7 dias.
Qualquer dúvida, pergunte ao enfermeiro do CTI ou à enfermeira coor-
denadora do transplante.
18
Como é a rotina do CTI?
Você continuará sendo acompanhado pela equipe de transplante en-
quanto estiver no CTI, mas o cuidado mais direto será feito pelo médi-
co intensivista.
O cuidado no CTI é diferente da unidade de internação, pois se trata
de um local de tratamento intensivo, dedicado a receber pacientes em
pós-operatório de cirurgias de grande porte, entre outros, que neces-
sitam momentaneamente de um atendimento maior. Há uma movi-
mentação maior e o controle da evolução do paciente é mais intensi-
vo. Serão coletadas amostras de sangue diariamente para controle do
funcionamento do novo fígado, dos rins, da oxigenação do sangue, da
presença de anemia, infecções etc. Algumas vezes, mais de uma coleta
de sangue pode ser feita no mesmo dia, de acordo com os exames que
a equipe considerar necessário.
Fisioterapia será iniciada ainda enquanto você estiver entubado, ela
é importante para prevenir infecção respiratória. O controle dos seus
pulmões será feito através de Raio-X.
Também serão realizadas ecografias para o controle da circulação san-
guínea do novo fígado e, se houver necessidade, também poderá ser
feita tomografia.	
A retirada dos aparelhos e drenos será feita de acordo com a sua evo-
lução. Nessa fase, os fumantes podem demorar mais para sair do apa-
relho responsável pela respiração, aumentando o risco de infecção res-
piratória.
Como são as visitas no CTI?
Durante a internação no CTI as visitas devem limitar-se a familiares
19
mais íntimos (esposa ou  marido, filhos). Os familiares devem entrar
nos horários combinados com o enfermeiro do CTI. Evite entrar fora
destes horários. Para a segurança do paciente, evite aglomerações
durante os horários de visita. Se estiverem doentes (mesmo com uma
simples gripe), não devem visitar o paciente.
Os horários de visitas no CTI são:
	 Manhã: das 11h30 às 12h30
	 Noite: das 20h às 21h
Os visitantes devem entrar um de cada vez e sempre lavar as mãos na
entrada e saída do CTI.
Devido ao uso de medicações imunossupressoras que impedem a re-
jeição do fígado transplantado, é comum que os pacientes apresentem
alterações na sua maneira de ser: depressão, irritação, choro, euforia.
Alguns têm alterações mais intensas (alucinações, desconfiança, agres-
sividade) que exigem intervenção do psiquiatra e, em alguns casos,
uso de medicações.
Estes sintomas são passageiros e devem desaparecer após alguns dias.
Caso você ou seus familiares notarem alguma alteração de comporta-
mento, comunique ao enfermeiro.
Como deve ser meu comportamento?
Para acelerar a recuperação, o paciente deve participar ativamente:
movimentar-se no leito, realizar os exercícios conforme for orientado
na fisioterapia ou pelo pessoal de enfermagem, insistir com a alimen-
tação etc. Você será retirado da cama para a poltrona o mais cedo pos-
sível.
20
Se a dor ou outro desconforto estiver atrapalhando, você deve comu-
nicar para que analgésicos ou outras medicações possam ser usadas.
Um travesseiro pode ser usado para apoiar a barriga e diminuir o des-
conforto ao tossir, inspirar e trocar de posição na cama ou na poltrona.
Quais as complicações mais frequentes nos
primeiros dias após o transplante?
Como em todo procedimento cirúrgico de grande porte, o paciente
está sujeito a algumas complicações:
• Infecção: o local mais comum de infecção é o pulmão (infecção respi-
ratória), mas também podem ocorrer infecções na barriga. O paciente
fica mais sensível às infecções devido ao uso dos medicamentos para
prevenir a rejeição, que diminuem as defesas do organismo.
• Insuficiência renal: nos primeiros dias após o transplante, os rins po-
dem perder um pouco da sua função. Em alguns casos, é necessário
o uso de hemodiálise até que a função renal se recupere; em outros,
apenas o de uso medicação para estimular a produção de urina e soro
são suficientes.
• Sangramento: No transplante, suas veias e artéria são ligadas ao
novo fígado, para que o sangue possa circular pelo órgão. Estas liga-
ções são chamadas anastomoses. Por serem muito delicadas, podem
ocorrer sangramentos junto às anastomoses. Em alguns casos, uma ci-
rurgia para corrigir o problema é necessária.	
• Rejeição: o seu organismo reconhece o novo fígado como estranho.
Então, seu sistema imunológico produz células de defesa (anticorpos),
que tentarão destruir o fígado transplantado. O uso de medicações
apropriadas (imunossupressores) alteram o seu sistema imunológico,
diminuindo a atividade dos anticorpos, evitando a rejeição e lesão no
21
fígado. Em geral, o tratamento é eficaz, obtendo-se o controle da rejei-
ção sem problemas.
O que foi descrito acima são intercorrências que podem acompanhar
uma cirurgia de transplante. Não é necessário que você tenha que pas-
sar por todas elas. Mas, se algumas das situações descritas ocorrerem,
a equipe de transplante está preparada tratá-lo da melhor forma possí-
vel para que sua recuperação seja satisfatória.
Imunossupressores. O que são?
Imunossupressor é o nome dado aos medicamentos usados para con-
trolar o seu sistema imunológico e impedir que o novo fígado seja re-
jeitado.  Você deverá tomar estas medicações, mesmo após a alta hos-
pitalar. Atualmente são usados especialmente três tipos de imunossu-
pressores: Tacrolimus (FK), Micofenolato e Prednisona.
Enquanto estiver internado, você receberá informações sobre as doses,
efeitos colaterais, horários e cuidados que deve ter enquanto estiver
tomando estes remédios. Os imunossupressores diminuem a capa-
cidade do seu sistema imunológico de reagir ao novo fígado, porém
também o deixam mais sensível às infecções, mesmo uma simples gri-
pe. Por isso, você será orientado para reconhecer sinais e sintomas que
necessitam de atenção médica imediata.
22
A unidade de internação
A unidade de internação é a etapa final da sua internação hospita-
lar. Nela serão concluídos os tratamentos iniciais após o transplante.
Orientações sobre os cuidados em casa também serão fornecidas.Você
receberá um manual de orientações que deverá ser lido com bastante
atenção, ainda no período de internação, pois contém informações im-
portantes para que a sua vida volte ao normal o mais depressa possível.
Aproveite este período para tirar as dúvidas e aprender sobre os me-
dicamentos que você está tomando, como fazer seus curativos, exercí-
cios liberados, alimentação etc.
É importante que um familiar próximo, de preferência aquele que o
ajudará em casa, permaneça algum tempo com você na unidade de
internação para que também possa receber orientações e não tenha
dúvidas sobre como cuidá-lo.
Atenção:
	 • Pessoas com doenças infecciosas (gripe, resfriado, herpes etc.)
não devem visitá-lo;
	 • Não é aconselhável permanecer muitas pessoas ao mesmo
tempo no quarto: a ajuda torna-se pouco efetiva e é muito can-
sativo para você;
	 • Todos devem lavar as mãos ao chegar e ao sair, antes de me-
xer nos alimentos, antes de tocar no paciente, etc. Esta é a me-
lhor forma de evitar infecções;
	 • Mantenha o seu quarto sempre bem arejado, ambientes fe-
chados propiciam a transmissão de infecções;
	 • Se houver outros pacientes transplantados internados e você
quiser visitá-los, pergunte antes para a enfermeira se não há con-
23
traindicação. O outro paciente pode, por exemplo, ter uma infec-
ção, havendo risco de transmissão.
	 • Procure se movimentar. Não fique o tempo todo na cama,
sente-se na poltrona pelo menos duas vezes por dia, caminhe
pelo quarto, pelo corredor, tome banho de chuveiro. Quanto
mais você se movimentar, mais rápida será sua recuperação.
A alimentação é de extrema importância nessa fase, pois vai auxiliar o
novo fígado a trabalhar bem, fornecendo energia. Siga as orientações
da nutricionista e não deixe de comer em nenhuma refeição, mesmo
que em pequenas quantidades. Alimentos preparados em casa podem
ser trazidos, desde que liberados por algum profissional da equipe de
transplante. Devem estar acondicionados de acordo com a temperatu-
ra ideal de conservação e consumidos na hora. Sobras não devem ser
guardadas.
A sensação de“barriga inchada”é comum nos primeiros dias, também
podem ocorrer diarreia ou constipação. Comunique ao médico ou à
enfermeira estes sintomas, para que possam ser resolvidos com altera-
ção da dieta ou medicação.
A equipe de transplante continuará seu acompanhamento nesta fase
da internação através das visitas diárias do hepatologista. Os outros
membros da equipe também farão acompanhamento, com visitas
eventuais.
O tempo de internação na unidade cirúrgica depende da sua evolução
e dura em média 15 dias. Nesta etapa, podem surgir infecções ou alte-
rações nos exames, que necessitam tratamento e por isso prolongam
o tempo de internação.
Alguns pacientes apresentam, após o transplante, pressão alta, diabe-
tes ou alterações na função renal, decorrentes do uso dos imunossu-
24
pressores. Essas alterações devem desaparecer ou diminuir, com a re-
dução destes medicamentos. Isso ocorre principalmente com aqueles
que já têm alguma destas alterações antes do transplante. Se esse for
o seu caso, orientações específicas serão fornecidas para os cuidados
em casa.
A volta para casa
Finalmente, você está em condições de ir para casa!
Quando este dia chegar, já lhe terão sido passadas muitas informações
a respeito das medicações, hábitos de vida, cuidados em casa e alimen-
tação.
Os medicamentos que você deverá tomar são fornecidos pela Secreta-
ria da Saúde. No dia anterior a sua alta, um dos médicos preencherá um
formulário, que deverá ser entregue a um familiar ou pessoa responsá-
vel, para que este possa se encaminhar ao setor de distribuição dessas
medicações. Esse formulário, acompanhado de cópias de exames, das
receitas médicas e da nota de alta, deve ser devolvido no local onde
foi apanhado, para que os medicamentos sejam liberados. Somente
quando seu familiar retornar ao hospital com os remédios é que você
poderá ir para casa.
25
A enfermeira reforçará as orientações quanto ao uso das medicações
e fornecerá números de telefone para contato com a equipe, em caso
de dúvidas.
A volta para casa deve ser um momento de alegria. Isso significa que
você e sua família venceram uma das etapas mais difíceis na recupera-
ção da sua saúde.
Considerações finais
O transplante de fígado envolve o trabalho e a dedicação de muitas
pessoas, não só dos profissionais que o acompanham, mas de todos
aqueles que o apoiam e compartilham do seu dia-a-dia.  
A angústia da espera, o medo da cirurgia, a expectativa de que o trans-
plante seja um sucesso e o receio das complicações são alguns senti-
mentos que atingem paciente, família e equipe.
Por isto, ser submetido a um transplante de fígado não é um proces-
so simples. Durante as consultas, enquanto espera para ser atendido,
algumas vezes você pode ouvir palavras de desânimo de pacientes já
transplantados, enquanto outros o estimularão.
Lembre-se que os motivos que levam uma pessoa a precisar de um
transplante são diversos e que cada um reage de uma maneira diferen-
te à cirurgia.
Não deixe que isto o desanime. O importante é que a sua opção pelo
transplante de fígado seja consciente. Pergunte, sempre que tiver dú-
vidas, não tenha medo ou vergonha de dizer que não entendeu ou que
precisa de maiores informações. Através da comunicação aberta é que
se estabelecerá a confiança mútua.
26
Melhorando estas orientações
Gostaríamos de aprimorar as instruções do manual Transplante de
Fígado: orientações para o receptor e, para isso, as suas sugestões são
muito importantes. Contamos com sua colaboração respondendo esse
questionário e entregando-o ao secretário da unidade.
1. As orientações contidas neste manual:
( ) são importantes	 ( ) são pouco importantes 	 ( ) não são importantes
2. A linguagem usada neste material:
( ) é acessível		 ( ) é pouco acessível	 ( ) não é acessível
O que pode ser melhorado?
3. A leitura deste manual contribuiu para diminuir suas dúvidas?
(     ) Contribuiu	 	 (     ) Contribuiu pouco	   (     ) Não contribuiu
O que pode ser acrescentado ou melhorado?
4. A quantidade de informações:
(     ) está adequada	 (     ) está pouco adequada  (     ) não está adequada
O que pode ser modificado?
5. O tamanho e estilo da letra:
(     ) são adequados	 (     ) são pouco adequados (     ) não são adequados
6. A forma de disposição das informações:
(     ) é adequada	 	 (     ) é pouco adequada	   (     ) não é adequada
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7. As gravuras do manual contribuem para o melhor entendimento do texto?
(     ) Sim		 	 (     ) Não		 	   (     ) Às vezes
8. As informações são facilmente localizadas no manual?
(     ) Sempre	 	 (     ) Na maioria das vezes	(     ) Raramente
9.Você  considera  que  as  informações  contidas  no  manual  favorecem  a  
realização de seus cuidados de saúde?
(     ) Sim		 	 (     ) Não		 	 (     ) Às vezes
Por quê?
Este espaço está reservado para suas sugestões, que nos auxiliarão a melhorar
este livreto:
Agradecemos sua colaboração
Às secretárias das unidades: Favor encaminhar esta folha
aos cuidados da Enfermeira Soraia Arruda,
para que possamos dar seguimento a esse trabalho.
Obrigada.
Rua Ramiro Barcelos, 2350
Largo Eduardo Z. Faraco
Porto Alegre/RS 90035-903
Fones 51 3359 8000
Fax 51 3359 8001
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  • 1. Educação em Saúde VOL. 42 Aguardando o Transplante de Fígado Orientações para o Paciente
  • 2. Aguardando o transplante de Fígado Orientações para o Paciente
  • 3. EQUIPE DO PROGRAMA DE TRANSPLANTE HEPÁTICO ADULTO Chefia do Programa de Transplante Hepático Prof. Dr. Cleber Dario Pinto Kruel Coordenação Clínica Prof. Dr. Carlos Fernando de Magalhães Francesconi Coordenação Técnica Dr. Aljamir Chedid Cirurgia Prof. Dr. Cleber Dario Pinto Kruel Dr. Ian Leipnitz Dr. Aljamir Chedid Dr. Cleber Rosito Pinto Kruel Dr. Tomáz De Jesus Maria Grezzana Filho Hepatologia Prof. Dr. Carlos Fernando de Magalhães Francesconi Prof. Dr. Mário Reis Álvares-da-Silva Dr. Alexandre de Araújo Dr. Matheus Truccolo Michalczuk Endoscopia Digestiva Prof. Dr. Ismael Maguilnik Enfermagem Terapia Intensiva Profa. Enaura Helena B. Chaves Enfa. Soraia Arruda Enfermeiros do CTI Centro Cirúrgico Prof. Heloísa Helena Karnas Hoefel Enfermeiros do BC Intensivismo Prof. Dr. Silvia Regina Rios Vieira Equipe Médica do CTI Patologia Prof. Dr. Afonso Luis Barth Serviço Social Assist. Soc. Simone Beier Também fazem parte da nossa equipe os Serviços de Psiquiatria, Pneumologia, Cardiologia, Ginecologia, Odontologia, Hemoterapia, Farmácia e Neurologia e Anestesia
  • 4. Sumário APRESENTAÇÃO 5 Conhecendo um pouco sobre o fígado 7 Por que eu preciso de um transplante? 8 O que eu devo fazer para estar em boas condições para o transplante? 8 Doadores de sangue 9 Lista de espera. Como funciona? Qual a minha colocação? 10 Quanto tempo tenho que esperar? 11 Equipe multidisciplinar de transplante: quem são e o que cada um faz? 12 Quando for chamado, o que devo fazer? 14 Chegando ao hospital, para onde vou? 15 A cirurgia – bloco cirúrgico 16
  • 5. Chegando ao CTI 17 Como é a rotina do CTI? 19 Como são as visitas no CTI? 19 Como deve ser meu comportamento? 20 Quais as complicações mais frequentes nos primeiros dias após o transplante? 21 Imunossupressores. O que são? 22 A unidade de internação 23 A volta para casa 25 Considerações finais 26 MELHORANDO ESTAS ORIENTAÇÕES 27
  • 6. 5 Apresentação Depois de ter passado por uma série de exames e avaliações, foi-lhe indicado o transplante de fígado. Certamente você tem dúvidas e gostaria de perguntar sobre vários assuntos relacionados a esse procedimento. Assim, a sua opção pelo transplante será consciente. Estemanualcontéminformaçõesquevãoajudar você e sua família a conhecer um pouco sobre transplante de fígado. Os assuntos tratados aqui foram selecionados pelos pacientes que já passaram por um transplante, pela equipe de transplantes e por pacientes que esperam uma operação de transplante de fígado. Se após ler este manual ainda surgirem perguntas, não hesite em solicitar mais orientações durante as consultas. O que está escrito aqui é apenas uma pequena parte das várias informações que serão passadas a você até o momento do transplante e também depois da sua alta do hospital. Se você tiver sugestões sobre o que está escrito aqui, elas serão bem- vindas. Sua participação é muito importante para nós.
  • 7. Conhecendo um pouco sobre o fígado O fígado é o maior órgão sólido do corpo humano, pesando, aproxima- damente, 1.400g, localizado no lado direito do abdômen, logo abaixo das costelas. Ele tem funções muito importantes para a manutenção da vida, como: • produção de bile que ajuda na digestão das gorduras e absorção de vitaminas; • produção de substâncias que ajudam na coagulação do san- gue (fatores de coagulação); • metabolismo de proteínas, im- portante para a manutenção das células do corpo; • metabolismo da glicose (açúcar do sangue); • metabolismo de alguns medi- camentos. Estando envolvido em tantas atividades dentro do corpo, várias com- plicações surgem quando o fígado adoece: ascite (água na barriga), varizes no esôfago (tubo que liga a boca ao estômago), sangramento, cansaço, perda de peso, desnutrição, encefalopatia (confusão), icterí- cia (pele e olhos amarelos), coceira etc. Entre as causas de doença do fígado estão: alcoolismo, hepatite, do- enças autoimunes, problemas congênitos etc., que acabam levando à cirrose e ao mau funcionamento deste órgão. 7
  • 8. 8 Por que eu preciso de um transplante? O transplante foi indicado porque não existem medicações e/ou ou- tros tratamentos que sejam capazes de curá-lo. O seu fígado já está muito prejudicado pela doença e afetando todo o seu corpo. A cada complicação que ocorre, sua expectativa de vida fica reduzida quase à metade. Sem um transplante, uma pessoa com doença hepática grave vive, em média, dois anos. Já com o transplante, a sobrevida é, em torno de 85% dos casos, de cin- co anos, isto é, de cada 100 pacientes transplantados, 85 estarão vivos em cinco anos. O que eu devo fazer para estar em boas con- dições para o transplante? As condições do paciente antes do transplante influem muito na sua recuperação depois da cirurgia. Por este motivo, você deve seguir a ris- ca as orientações que lhe são dadas. • Não deixe de vir ao ambulatório quando tiver consulta marca- da, mesmo que lhe pareça desnecessário. É dessa maneira que a equipe pode manter sua doença controlada e prevenir com- plicações. Lembre-se: se você não estiver em condições, poderá perder a oportunidade de ser transplantado se surgir um órgão, até mesmo por um resfriado que não está sendo tratado. Se houver impossibilidade de comparecer, entre em contato com a equipe de transplante e informe o motivo da sua falta. • O seu estado nutricional é de extrema importância e devem ser corrigidos eventuais erros na alimentação para que você ga- nhe peso, caso seja necessário, ou não desenvolva encefalopatia. Durante a avaliação com a nutricionista, foram calculadas suas
  • 9. 9 necessidades de calorias e os tipos de alimentos que podem ser consumidos, baseados no seu peso, altura, tipo de doença etc. Esta orientação é INDIVIDUAL, serve apenas para o seu caso. Se houver dúvidas, torne a solicitar orientação e não coma nada fora do que foi estipulado. • Se você fuma, abandone o hábito. O fumo prejudica seus pul- mões, diminuindo a sua capacidade de oxigenar adequadamen- te o sangue e aumentando o risco de infecção respiratória após a cirurgia, que é uma complicação grave e pode levar à rejeição do fígado transplantado. Doadores de sangue O transplante é uma cirurgia de grande porte, por este motivo você pode precisar de transfusões de sangue no trans-operatório e nos pri- meiros dias da sua recuperação. São necessários 30 doadores. Não dei- xe para providenciar os doadores somente quando for chamado para o transplante, porque o sangue deve ser testado e preparado para ser utilizado. Se você não colaborar com sua cota de doadores, o Banco de Sangue do Hospital terá dificuldades para atender todos os doentes que necessitam de transfusão. Dirija-se ao Banco de Sangue para obter maiores informações.
  • 10. 10 Podem ser doadores pessoas entre 18 e 65 anos, com peso mínimo de 50 quilos, de qualquer grupo sanguíneo e que não estejam doentes. As mulheres não devem estar amamentando ou em período menstrual. Cada doador deve informar em nome de quem está doando para que a doação seja anotada. O banco de sangue fornece semanalmente à equipe de transplante uma lista informando quantos doadores você já encaminhou. Lista de espera. Como funciona? Qual a mi- nha colocação? A Central de Transplantes, órgão ligado à Secretaria de Saúde do Esta- do, adota a lista única. Os hospitais que realizam transplantes de fígado enviam para essa Central a ficha de cadastro de cada paciente avaliado e com indicação para o procedimento. A ordem da fila de espera para transplantes de fígado deixou de ser através de um critério cronológico, onde valia a data de inscrição do paciente na lista, e passou a funcionar pelo critério de gravidade (Por- taria 1.160 de 29 de Maio de 2006 - Ministério da Saúde). Para determi- nar o estado de gravidade do paciente, usa-se um sistema denomina- do MELD. O MELD é um valor numérico usado para indicar a urgência do trans- plante. Varia de 6 (menor gravidade) a 40 (maior gravidade) e é calcula- do a partir do resultado de 3 exames laboratoriais de rotina: • Bilirrubina, que mede a eficiência do fígado em eliminar a bile; • Creatinina, que mede a função dos rins; • Protrombina, que mede a capacidade do fígado em produzir fatores de coagulação.
  • 11. Quando há uma doação, a primeira seleção é pelo grupo sanguíneo e, depois, pelo MELD do paciente. Também são considerados o peso, a altura, tamanho do tórax e do abdômen, que devem ser parecidos com as medidas do doador. O transplante também pode ser realizado entre pessoas vivas. Nestes casos, um parente em 1º grau (mãe, pai, irmãos), maior de idade, DOA VOLUNTARIAMENTE uma parte do seu fígado para o doente. Isto pode ser feito em casos selecionados. Informe-se com a equipe se essa mo- dalidade pode ser indicada em seu caso. Quanto tempo tenho que esperar? Para que o transplante possa ser reali- zado, é preciso que exista um órgão dis- ponível. Essa disponibilidade somente se dá pela doação voluntária de órgãos por parte das famílias que têm parentes com morte cerebral, condição essencial para que a doação seja realizada. Por este motivo, não há como saber quando o seu transplante será feito. O tempo de espera na lista depende do MELD. Durante a espera, sentimentos como angústia, raiva e medo podem surgir. Procure conversar com a equipe de transplante e com os pa- cientes que já passaram por esta experiência. Se você sentir necessida- de, solicite uma consulta com a Psiquiatria para um apoio mais efetivo. A equipe do transplante também poderá aconselhá-lo a fazer isso. 11
  • 12. Equipe multidisciplinar de transplante: quem são e o que cada um faz? A equipe de transplante é um grupo de profissionais que o acompa- nhará desde o ambulatório, no momento do transplante e após, quan- do você receber alta do hospital. Os membros da equipe de transplante incluem: Hepatologista O hepatologista é um médico qualificado no diagnóstico e tratamento de doenças do fígado. Ele está envolvido no processo de avaliação e seleção dos pacientes, bem como na avaliação e alocação do fígado doado. Ele o acompanhará ao longo de todo o processo de transplante no período pré, trans e pós-operatório. Após a alta hospitalar, no am- bulatório, é quem fará o manejo de seus imunossupressores e outros medicamentos e dos eventuais problemas que surgirem. Cirurgião O cirurgião está envolvido na avaliação e seleção dos pacientes. É ele quem executa a operação de transplante e estará presente na sua recu- peração no pós-operatório. Este especialista administra os problemas cirúrgicos e sempre estará envolvido no seu acompanhamento. Enfermeira A enfermeira coordena as atividades da equipe de saúde que o atende, para que suas necessidades estejam adequadamente atendidas. Ela avalia os pacientes no ambulatório, dando orientações sobre o proce- dimento e cuida durante a internação no CTI. Acompanha os pacientes 12
  • 13. 13 no quarto, preparando para a alta hospitalar. A enfermeira também manterá as linhas de comunicação abertas entre você e os outros pro- fissionais da equipe. Nutricionista A nutricionista fornecerá informação nutricional e orientações. Um programa nutricional é essencial para a preparação e a recuperação que segue um transplante. Ela recomendará um programa dietético equilibrado, que satisfará suas necessidades nutricionais antes e de- pois da cirurgia. Psiquiatria O psiquiatra o verá durante sua avaliação de transplante. Este profis- sional ajuda os pacientes a enfrentar a enfermidade crônica e a an- siedade, depressão e tensão que o acompanham. Você poderá ser acompanhado durante a internação, no pós-operatório, se sentir ne- cessidade. Estes são os profissionais com os quais você terá maior contato. No entanto, outros especialistas participam do seu cuidado antes e de- pois do transplante: Anestesiologia, Cardiologia, Farmácia, Fisiatria, Ginecologia, Infectologia, Intensivismo, Neurologia, Odontologia, Pa- tologia, Pneumologia, Serviço Social. Todos trabalham em conjunto para que o seu transplante seja bem sucedido. Estes profissionais somente poderão desenvolver o seu trabalho e fazer do seu transplante um sucesso se houver comunicação efetiva entre eles e você. A sua participação é muito importante. As recomen- dações devem ser seguidas à risca. Sempre que houver dúvidas, estes profissionais estão à disposição para ajudá-lo. Pergunte quantas vezes julgar necessário, estude com atenção o material escrito que lhe for
  • 14. dado antes e após o transplante para que você possa ter uma recupe- ração rápida. Quando for chamado, o que devo fazer? Você pode ser chamado para o transplante a qualquer hora do dia ou da noite, por isso é importante que haja meios de localizá-lo. Providencie um número de telefone que esteja disponível todo o tempo ou, para que você possa sair de casa, um telefone celular. Se você optar pelo telefone celular, informe-se dos locais onde há boas condi- ções de transmissão e mantenha-o sempre ligado e carregado. Evite viagens, mas se houver extrema necessidade, converse an- tes com a equipe de transplante. Planeje com antecedência como fará para chegar o mais breve possí- vel, qual o caminho mais curto etc. Se depender de outra pessoa para trazê-lo, combine como ela poderá ser localizada a qualquer hora. Quando houver um órgão disponível, você será comunicado imediata- mente. A partir de então, alimentos ou água não devem ser ingeridos. Dirija-se ao hospital conforme for orientado no momento da chama- da. Não se atrase, pois o tempo é um fator importante, venha acompa- nhado de um familiar, traga seu documento de identidade e o número do seu prontuário para que a internação seja feita com rapidez. Deixe em casa joias, relógio etc. Não se preocupe em trazer roupas ou outros objetos, pois eles não serão necessários no momento da internação. Tome um banho antes de sair, lavando inclusive os cabelos. Jamais faça a raspagem dos pêlos do corpo em casa. Isso deverá ser feito so- 14
  • 15. 15 mente pela enfermagem, após sua internação, quando o transplante já estiver confirmado. Chegando ao hospital para onde vou? Na portaria principal do Hospital informe à recepcionista que você veio para submeter-se a um transplante de fígado. Ela o encaminhará ao CCA, localizado no térreo. A enfermeira e um dos médicos da equipe de transplante já estarão lá, esperando sua chegada. A enfermeira irá reorientá-lo sobre todos os passos do seu transplante. Serão coletadas amostras de sangue para exames e preparação de san- gue para transfusão durante a cirurgia, os pêlos do corpo serão retira- dos (face, peito, abdômen). Algumas perguntas sobre a sua saúde devem ser respondidas. Informe qual o horário da sua última refeição, os medicamentos que está to- mando, alergias a medicamentos, peso e altura, doenças crônicas (dia- bete, pressão alta etc.) e qualquer alteração no seu estado geral (febre, tosse com catarro, dor ao urinar etc.). Não omita informações, mesmo que pareçam sem importância para você.
  • 16. Quando tudo estiver terminado, você será encaminhado ao Bloco Cirúr- gico. Algumas vezes, os exames realizados no fígado doado podem mostrar alterações que impedem o transplante. Neste caso, você será libera- do para casa e ficará aguardando outra oportunidade. O mesmo pode acontecer se a sua avaliação indicar algum problema. A cirurgia - bloco cirúrgico O Bloco Cirúrgico é a unidade do Hospital onde será realizado o trans- plante. Por ser um ambiente que deve estar bastante limpo, na sala de cirurgia todos estarão usando roupas especiais e máscaras. Haverá mui- ta movimentação, aparelhos e sons ao seu redor. Você será colocado em uma cama cirúrgica, o anestesista vai explicar ra- pidamente o que será feito e, em seguida, aplicará um anestésico (anes- tesia geral), que o fará dormir para que a cirurgia possa ser iniciada. O transplante de fígado pode ser dividido nos seguintes passos: 16
  • 17. • Abertura do abdômen: será feito um corte abaixo das costelas, de um lado a outro para que o fígado possa ser visto; • Retirada do fígado doente; • Implantação do fígado novo; • Fechamento da incisão (corte). A cirurgia de transplante é bastante delicada, o fígado tem veias e ar- téria que devem ser ligadas com cuidado. O canal biliar também é liga- do ao novo fígado; eventualmente pode ser colocado um dreno neste canal, chamado Kehr. Poderão ser colocados dois drenos no abdômen para controle de sangramento e escoamento do líquido de ascite que pode se formar nos primeiros dias após o transplante. A necessidade dos drenos depende de cada paciente. A duração da cirurgia é, em média, de oito horas. Chegando ao CTI Ao término da cirurgia você será levado para o CTI. Este é um proce- dimento de rotina. Lá, você poderá ser observado mais de perto nos primeiros dias após o transplante. 17
  • 18. Ao acordar, você terá um tubo plástico introduzido pela sua boca e ligado a um ventilador, aparelho responsável pela sua respiração e oxigenação dos pulmões. Você não poderá falar ou receber alimentos pela boca neste período. Se quiser dizer algo tente comunicar-se por gestos; a equipe de enfermagem tem experiência em tratar de pacien- tes intubados e, certamente, saberá o que você quer dizer. No seu nariz, haverá uma sonda fina por onde você será alimentado. Mesmo após iniciada a alimentação pela boca, a sonda deve permane- cer. A sua retirada vai depender da aceitação da alimentação que lhe será oferecida. Lembre-se que uma alimentação adequada com o número de calorias necessárias para sua recuperação é de grande importância nessa fase. Várias veias estarão puncionadas para que soro, sangue e medicações possam ser administrados. Um catéter longo estará na veia próximo ao pescoço e será ligado a um monitor para controle dos líquidos que você recebeu, sua temperatura etc. Uma artéria também estará pun- cionada para controle constante da pressão. Haverá fios presos ao seu peito e também ligados ao monitor para controlar os batimentos do coração e a respiração. Uma sonda colocada na sua bexiga servirá para controle do volume de urina. Todos estes aparelhos, sondas e catéteres serão retirados à medida em que você for progredindo e se recuperando da cirurgia. Você deve per- manecer no CTI por aproximadamente 7 dias. Qualquer dúvida, pergunte ao enfermeiro do CTI ou à enfermeira coor- denadora do transplante. 18
  • 19. Como é a rotina do CTI? Você continuará sendo acompanhado pela equipe de transplante en- quanto estiver no CTI, mas o cuidado mais direto será feito pelo médi- co intensivista. O cuidado no CTI é diferente da unidade de internação, pois se trata de um local de tratamento intensivo, dedicado a receber pacientes em pós-operatório de cirurgias de grande porte, entre outros, que neces- sitam momentaneamente de um atendimento maior. Há uma movi- mentação maior e o controle da evolução do paciente é mais intensi- vo. Serão coletadas amostras de sangue diariamente para controle do funcionamento do novo fígado, dos rins, da oxigenação do sangue, da presença de anemia, infecções etc. Algumas vezes, mais de uma coleta de sangue pode ser feita no mesmo dia, de acordo com os exames que a equipe considerar necessário. Fisioterapia será iniciada ainda enquanto você estiver entubado, ela é importante para prevenir infecção respiratória. O controle dos seus pulmões será feito através de Raio-X. Também serão realizadas ecografias para o controle da circulação san- guínea do novo fígado e, se houver necessidade, também poderá ser feita tomografia. A retirada dos aparelhos e drenos será feita de acordo com a sua evo- lução. Nessa fase, os fumantes podem demorar mais para sair do apa- relho responsável pela respiração, aumentando o risco de infecção res- piratória. Como são as visitas no CTI? Durante a internação no CTI as visitas devem limitar-se a familiares 19
  • 20. mais íntimos (esposa ou marido, filhos). Os familiares devem entrar nos horários combinados com o enfermeiro do CTI. Evite entrar fora destes horários. Para a segurança do paciente, evite aglomerações durante os horários de visita. Se estiverem doentes (mesmo com uma simples gripe), não devem visitar o paciente. Os horários de visitas no CTI são: Manhã: das 11h30 às 12h30 Noite: das 20h às 21h Os visitantes devem entrar um de cada vez e sempre lavar as mãos na entrada e saída do CTI. Devido ao uso de medicações imunossupressoras que impedem a re- jeição do fígado transplantado, é comum que os pacientes apresentem alterações na sua maneira de ser: depressão, irritação, choro, euforia. Alguns têm alterações mais intensas (alucinações, desconfiança, agres- sividade) que exigem intervenção do psiquiatra e, em alguns casos, uso de medicações. Estes sintomas são passageiros e devem desaparecer após alguns dias. Caso você ou seus familiares notarem alguma alteração de comporta- mento, comunique ao enfermeiro. Como deve ser meu comportamento? Para acelerar a recuperação, o paciente deve participar ativamente: movimentar-se no leito, realizar os exercícios conforme for orientado na fisioterapia ou pelo pessoal de enfermagem, insistir com a alimen- tação etc. Você será retirado da cama para a poltrona o mais cedo pos- sível. 20
  • 21. Se a dor ou outro desconforto estiver atrapalhando, você deve comu- nicar para que analgésicos ou outras medicações possam ser usadas. Um travesseiro pode ser usado para apoiar a barriga e diminuir o des- conforto ao tossir, inspirar e trocar de posição na cama ou na poltrona. Quais as complicações mais frequentes nos primeiros dias após o transplante? Como em todo procedimento cirúrgico de grande porte, o paciente está sujeito a algumas complicações: • Infecção: o local mais comum de infecção é o pulmão (infecção respi- ratória), mas também podem ocorrer infecções na barriga. O paciente fica mais sensível às infecções devido ao uso dos medicamentos para prevenir a rejeição, que diminuem as defesas do organismo. • Insuficiência renal: nos primeiros dias após o transplante, os rins po- dem perder um pouco da sua função. Em alguns casos, é necessário o uso de hemodiálise até que a função renal se recupere; em outros, apenas o de uso medicação para estimular a produção de urina e soro são suficientes. • Sangramento: No transplante, suas veias e artéria são ligadas ao novo fígado, para que o sangue possa circular pelo órgão. Estas liga- ções são chamadas anastomoses. Por serem muito delicadas, podem ocorrer sangramentos junto às anastomoses. Em alguns casos, uma ci- rurgia para corrigir o problema é necessária. • Rejeição: o seu organismo reconhece o novo fígado como estranho. Então, seu sistema imunológico produz células de defesa (anticorpos), que tentarão destruir o fígado transplantado. O uso de medicações apropriadas (imunossupressores) alteram o seu sistema imunológico, diminuindo a atividade dos anticorpos, evitando a rejeição e lesão no 21
  • 22. fígado. Em geral, o tratamento é eficaz, obtendo-se o controle da rejei- ção sem problemas. O que foi descrito acima são intercorrências que podem acompanhar uma cirurgia de transplante. Não é necessário que você tenha que pas- sar por todas elas. Mas, se algumas das situações descritas ocorrerem, a equipe de transplante está preparada tratá-lo da melhor forma possí- vel para que sua recuperação seja satisfatória. Imunossupressores. O que são? Imunossupressor é o nome dado aos medicamentos usados para con- trolar o seu sistema imunológico e impedir que o novo fígado seja re- jeitado. Você deverá tomar estas medicações, mesmo após a alta hos- pitalar. Atualmente são usados especialmente três tipos de imunossu- pressores: Tacrolimus (FK), Micofenolato e Prednisona. Enquanto estiver internado, você receberá informações sobre as doses, efeitos colaterais, horários e cuidados que deve ter enquanto estiver tomando estes remédios. Os imunossupressores diminuem a capa- cidade do seu sistema imunológico de reagir ao novo fígado, porém também o deixam mais sensível às infecções, mesmo uma simples gri- pe. Por isso, você será orientado para reconhecer sinais e sintomas que necessitam de atenção médica imediata. 22
  • 23. A unidade de internação A unidade de internação é a etapa final da sua internação hospita- lar. Nela serão concluídos os tratamentos iniciais após o transplante. Orientações sobre os cuidados em casa também serão fornecidas.Você receberá um manual de orientações que deverá ser lido com bastante atenção, ainda no período de internação, pois contém informações im- portantes para que a sua vida volte ao normal o mais depressa possível. Aproveite este período para tirar as dúvidas e aprender sobre os me- dicamentos que você está tomando, como fazer seus curativos, exercí- cios liberados, alimentação etc. É importante que um familiar próximo, de preferência aquele que o ajudará em casa, permaneça algum tempo com você na unidade de internação para que também possa receber orientações e não tenha dúvidas sobre como cuidá-lo. Atenção: • Pessoas com doenças infecciosas (gripe, resfriado, herpes etc.) não devem visitá-lo; • Não é aconselhável permanecer muitas pessoas ao mesmo tempo no quarto: a ajuda torna-se pouco efetiva e é muito can- sativo para você; • Todos devem lavar as mãos ao chegar e ao sair, antes de me- xer nos alimentos, antes de tocar no paciente, etc. Esta é a me- lhor forma de evitar infecções; • Mantenha o seu quarto sempre bem arejado, ambientes fe- chados propiciam a transmissão de infecções; • Se houver outros pacientes transplantados internados e você quiser visitá-los, pergunte antes para a enfermeira se não há con- 23
  • 24. traindicação. O outro paciente pode, por exemplo, ter uma infec- ção, havendo risco de transmissão. • Procure se movimentar. Não fique o tempo todo na cama, sente-se na poltrona pelo menos duas vezes por dia, caminhe pelo quarto, pelo corredor, tome banho de chuveiro. Quanto mais você se movimentar, mais rápida será sua recuperação. A alimentação é de extrema importância nessa fase, pois vai auxiliar o novo fígado a trabalhar bem, fornecendo energia. Siga as orientações da nutricionista e não deixe de comer em nenhuma refeição, mesmo que em pequenas quantidades. Alimentos preparados em casa podem ser trazidos, desde que liberados por algum profissional da equipe de transplante. Devem estar acondicionados de acordo com a temperatu- ra ideal de conservação e consumidos na hora. Sobras não devem ser guardadas. A sensação de“barriga inchada”é comum nos primeiros dias, também podem ocorrer diarreia ou constipação. Comunique ao médico ou à enfermeira estes sintomas, para que possam ser resolvidos com altera- ção da dieta ou medicação. A equipe de transplante continuará seu acompanhamento nesta fase da internação através das visitas diárias do hepatologista. Os outros membros da equipe também farão acompanhamento, com visitas eventuais. O tempo de internação na unidade cirúrgica depende da sua evolução e dura em média 15 dias. Nesta etapa, podem surgir infecções ou alte- rações nos exames, que necessitam tratamento e por isso prolongam o tempo de internação. Alguns pacientes apresentam, após o transplante, pressão alta, diabe- tes ou alterações na função renal, decorrentes do uso dos imunossu- 24
  • 25. pressores. Essas alterações devem desaparecer ou diminuir, com a re- dução destes medicamentos. Isso ocorre principalmente com aqueles que já têm alguma destas alterações antes do transplante. Se esse for o seu caso, orientações específicas serão fornecidas para os cuidados em casa. A volta para casa Finalmente, você está em condições de ir para casa! Quando este dia chegar, já lhe terão sido passadas muitas informações a respeito das medicações, hábitos de vida, cuidados em casa e alimen- tação. Os medicamentos que você deverá tomar são fornecidos pela Secreta- ria da Saúde. No dia anterior a sua alta, um dos médicos preencherá um formulário, que deverá ser entregue a um familiar ou pessoa responsá- vel, para que este possa se encaminhar ao setor de distribuição dessas medicações. Esse formulário, acompanhado de cópias de exames, das receitas médicas e da nota de alta, deve ser devolvido no local onde foi apanhado, para que os medicamentos sejam liberados. Somente quando seu familiar retornar ao hospital com os remédios é que você poderá ir para casa. 25
  • 26. A enfermeira reforçará as orientações quanto ao uso das medicações e fornecerá números de telefone para contato com a equipe, em caso de dúvidas. A volta para casa deve ser um momento de alegria. Isso significa que você e sua família venceram uma das etapas mais difíceis na recupera- ção da sua saúde. Considerações finais O transplante de fígado envolve o trabalho e a dedicação de muitas pessoas, não só dos profissionais que o acompanham, mas de todos aqueles que o apoiam e compartilham do seu dia-a-dia. A angústia da espera, o medo da cirurgia, a expectativa de que o trans- plante seja um sucesso e o receio das complicações são alguns senti- mentos que atingem paciente, família e equipe. Por isto, ser submetido a um transplante de fígado não é um proces- so simples. Durante as consultas, enquanto espera para ser atendido, algumas vezes você pode ouvir palavras de desânimo de pacientes já transplantados, enquanto outros o estimularão. Lembre-se que os motivos que levam uma pessoa a precisar de um transplante são diversos e que cada um reage de uma maneira diferen- te à cirurgia. Não deixe que isto o desanime. O importante é que a sua opção pelo transplante de fígado seja consciente. Pergunte, sempre que tiver dú- vidas, não tenha medo ou vergonha de dizer que não entendeu ou que precisa de maiores informações. Através da comunicação aberta é que se estabelecerá a confiança mútua. 26
  • 27. Melhorando estas orientações Gostaríamos de aprimorar as instruções do manual Transplante de Fígado: orientações para o receptor e, para isso, as suas sugestões são muito importantes. Contamos com sua colaboração respondendo esse questionário e entregando-o ao secretário da unidade. 1. As orientações contidas neste manual: ( ) são importantes ( ) são pouco importantes ( ) não são importantes 2. A linguagem usada neste material: ( ) é acessível ( ) é pouco acessível ( ) não é acessível O que pode ser melhorado? 3. A leitura deste manual contribuiu para diminuir suas dúvidas? ( ) Contribuiu ( ) Contribuiu pouco ( ) Não contribuiu O que pode ser acrescentado ou melhorado? 4. A quantidade de informações: ( ) está adequada ( ) está pouco adequada ( ) não está adequada O que pode ser modificado? 5. O tamanho e estilo da letra: ( ) são adequados ( ) são pouco adequados ( ) não são adequados 6. A forma de disposição das informações: ( ) é adequada ( ) é pouco adequada ( ) não é adequada O que pode ser modificado? 7. As gravuras do manual contribuem para o melhor entendimento do texto? ( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes
  • 28. 8. As informações são facilmente localizadas no manual? ( ) Sempre ( ) Na maioria das vezes ( ) Raramente 9.Você considera que as informações contidas no manual favorecem a realização de seus cuidados de saúde? ( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes Por quê? Este espaço está reservado para suas sugestões, que nos auxiliarão a melhorar este livreto: Agradecemos sua colaboração Às secretárias das unidades: Favor encaminhar esta folha aos cuidados da Enfermeira Soraia Arruda, para que possamos dar seguimento a esse trabalho. Obrigada.
  • 29. Rua Ramiro Barcelos, 2350 Largo Eduardo Z. Faraco Porto Alegre/RS 90035-903 Fones 51 3359 8000 Fax 51 3359 8001 www.hcpa.ufrgs.br Assessoria de Comunicação Social HCPA - maio/11 - PGS042 - 274578 PROGRAMA DE TRANSPLANTE HEPÁTICO ADULTO