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1 INTRODUÇÃO
Introdução 2
A hepatite C é uma causa freqüente de doença hepática crônica,
responsável anualmente por 8.000 a 10.000 mortes por complicações
relacionadas à doença hepática terminal. Dessa forma, a hepatite C é hoje a
principal causa de indicação de transplante de fígado, representando 35% a
45% das listas de transplante nos diversos centros em todo o mundo(1)
.
1.1 Recorrência da infecção pelo vírus da hepatite C
A recorrência da infecção pelo vírus da hepatite C (VHC) no enxerto é
praticamente universal após o transplante e, com interferência da
imunossupressão, os níveis de HCV-RNA podem atingir valores 10 a 20
vezes superiores aos do período pré-transplante(2)
.
Estudos iniciais de história natural da recidiva da hepatite C no pós-
transplante hepático relatavam um curso de infecção relativamente
indolente, com impacto clínico observado apenas após cinco anos de
transplante(3)
. Mais recentemente, estudos com períodos mais longos de
acompanhamento têm demonstrado que a reinfecção pelo VHC tem um
impacto potencial na sobrevida do enxerto, como também do hospedeiro,
parecendo estar ocorrendo um aceleramento do curso da doença nos
Introdução 3
transplantes realizados mais recentemente(4,5)
. Além disso, tem sido
observado um aumento na incidência do carcinoma hepatocelular nos
pacientes transplantados por cirrose pelo VHC, o que seguramente
influencia a morbimortalidade dessa população no pós-transplante
hepático(6)
.
1.1.1 Diagnóstico
A reinfecção pelo VHC pode ser diagnosticada por métodos que
detectam a presença do HCV-RNA no soro. Os métodos sorológicos não
têm boa sensibilidade no período pós-transplante, pela utilização de drogas
imunossupressoras. Mesmo no período pré-transplante, a imunodepressão
relativa do paciente com cirrose terminal pode impedir a produção adequada
de anticorpos, resultando, portanto, em testes falso-negativos(7)
.
A PCR quantitativa tem sido bastante utilizada no estudo da cinética
viral pós-transplante hepático. Fukumoto et al.(8)
mediram os níveis de HCV-
RNA sérico antes, imediatamente após, e por até um mês pós-transplante
em nove patientes. Rápido declínio viral ocorreu imediatamente após a
remoção do fígado infectado, com queda contínua até o 2º dia pós-
transplante, sugerindo que os sítios extra-hepáticos de replicação do vírus C
contribuem pouco para a manutenção da viremia. Os níveis de HCV-RNA
começaram então a se elevar no 3º dia, atingindo valores que excederam
aqueles do pré-transplante, no 8º dia pós-operatório.
Introdução 4
A elevação das aminotransferases tem baixa especificidade na
detecção de hepatite C recorrente, pois pode ocorrer em qualquer
complicação no pós-transplante hepático. Além disso, não existe uma
correlação entre os níveis de aminotransferases e a gravidade da hepatite,
podendo essa ocorrer mesmo com enzimas hepáticas normais(9)
.
O diagnóstico confirmatório de recorrência da hepatite C pós-
transplante hepático deve, portanto, incluir a caracterização de lesões necro-
inflamatórias em amostra de biópsia hepática. A hepatite aguda aparece
habitualmente entre um e quatro meses pós-transplante, e aproximadamente
50% dos pacientes já apresentam recorrência histológica após um ano de
transplante(10)
. Berenguer et al.(9)
preconizam a realização protocolar de
biópsia hepática anual nos pacientes transplantados por cirrose associada
ao VHC, mesmo nos que apresentem aminotransferases persistentemente
normais, pelo elevado índice de lesão histológica que encontraram nessa
população.
1.1.2 História natural da infecção pelo VHC pós-transplante
A história natural da infecção pelo VHC no pós-transplante hepático
tem um curso mais acelerado quando comparada à do paciente
imunocompetente. Progressão para cirrose ocorre em 6% a 23% dos
pacientes, com uma média de três a quatro anos pós-transplante(3,10-15)
, e
uma probabilidade cumulativa de desenvolver cirrose no enxerto calculada
Introdução 5
em 30% em cinco anos(13)
. Berenguer et al.(4)
demonstraram que a
progressão da fibrose hepática na recorrência da hepatite C pós-transplante
hepático é bem mais rápida, com desenvolvimento de cirrose em
aproximadamente 9 a 12 anos, tempo significativamente mais curto que o
determinado para o paciente imunocompetente. Um dado muito interessante
nesse mesmo estudo foi o de que pacientes transplantados em anos mais
recentes (após 1995) progridem muito mais rapidamente para cirrose,
quando comparados àqueles transplantados antes de 1995(4)
. Os autores
discutem a possibilidade de mudanças nos esquemas de imunossupressão
ocorridas nos últimos anos, serem responsáveis por esse fenômeno, como,
por exemplo, a retirada precoce de drogas imunossupressoras
secundárias(4)
. Esses e outros autores têm observado uma redução na
sobrevida do enxerto e do paciente com recidiva da hepatite C quando
comparado a outros pacientes transplantados não infectados pelo VHC(16,17)
.
O Quadro 1 sumariza os achados de alguns dos principais estudos de
história natural da recorrência da hepatite pelo VHC. Felizmente, a maioria
dos pacientes com hepatite C recorrente evolui por vários anos com hepatite
crônica de leve a moderada intensidade; entretanto, entre 6% e 23% desses
pacientes podem já apresentar cirrose após 5 anos de evolução (Quadro 1).
Introdução 6
QUADRO 1. História natural da recorrência da hepatite C pós-transplante
Autor, Ano n Seguimento
(meses)
Hepatite
(%)
Cirrose
(%)
Sobrevida
5 anos (%)
Ferrell, 1992 43 21 51 10 ND
Feray, 1994 79 48 72 3 80
Johnson, 1996 74 ND 46 16 71
Gane, 1996 149 36 88 8 70
Böker, 1997 71 42 88 1 62
Prieto, 1999 81 32 97 15 84
Feray, 1999 652 42 80 10 70
Testa, 2000 300 23 40 6 61
Sanchez-Fueyo, 2002 122 43 95 23 64
Adaptado de: Pessoa, Wright
(18)
.
1.1.3 Hepatite colestática grave
Mais raramente, uma minoria dos pacientes transplantados por
cirrose asociada ao VHC (2% a 8%) pode apresentar uma forma muito grave
de evolução no pós-transplante hepático, denominada hepatite recorrente
colestática grave, com ou sem fibrose, geralmente com perda do enxerto em
menos de um ano, que é o tema deste nosso estudo(19,20,21)
.
A hepatite recorrente colestática grave pode ocorrer como
manifestação inicial da hepatite C recorrente ou ainda no paciente já com
hepatite crônica estabelecida, e só recentemente foi definida no Consenso
Internacional de Hepatite C e Transplante, realizado em Fênix, Arizona, em
março de 2003, com os seguintes critérios diagnósticos: evolução superior a
um mês pós-transplante; bilirrubina sérica maior que 6 mg/dL; fosfatase
alcalina e GGT superiores a 5 x LSN; histologia hepática mostrando
Introdução 7
balonização de hepatócitos em região central do ácino, pobreza de processo
inflamatório, com ou sem proliferação colangiolar e sem desaparecimento de
ductos biliares; níveis de HCV-RNA muito elevados; ausência de
complicações cirúrgicas biliares; e ausência de evidência de trombose de
artéria hepática(22)
. Síndrome semelhante foi inicialmente descrita em
pacientes transplantados com hepatite B recorrente grave, e denominada de
hepatite fibrosante colestática grave(23)
.
1.1.4 Fatores que influenciam a progressão da doença no
pós-transplante
Existe um amplo espectro de gravidade da doença recorrente
causada pela reinfecção do enxerto pelo VHC no pós-transplante hepático,
desde pacientes que permanecem com mínima lesão hepática por vários
anos, até aqueles que desenvolvem hepatite recorrente colestática grave,
podendo evoluir rapidamente para doença hepática terminal(21)
. Os fatores
que determinam por que alguns pacientes são mais susceptíveis que outros
para desenvolverem lesão mais ou menos grave têm sido extensamente
estudados e podem incluir fatores relacionados ao vírus, como níveis de
HCV-RNA pré e pós-transplante, genótipo, evolução de quasispécies, ou
citopatogenicidade direta do VHC; fatores relacionados ao doador, como
idade; ao hospedeiro, como idade e gênero; ou fatores externos, como tipo e
quantidade de imunossupressão administrados, co-infecção com VHB ou
Introdução 8
ainda a combinação de fatores, como o grau de discordância do HLA
doador-receptor. Alguns dos fatores mais estudados serão aqui abordados.
1.1.4.1 Viremia pré e pós-transplante
Vários estudos investigaram a relação dos níveis de HCV-RNA pré
e/ou pós-transplante e ocorrência e/ou gravidade de lesão histológica. Dos
estudos que utilizaram níveis de HCV-RNA na fase de pós-transplante
precoce, a maioria observou uma associação positiva com a gravidade da
recorrência(2,12,24,25)
. Charlton et al.(26)
estudaram a correlação dos níveis de
HCV-RNA pré-transplante com sobrevida do enxerto e do paciente,
determinando um risco relativo de perda do exerto 3,6 vezes maior no grupo
com HCV-RNA superior ou igual a 1 milhão Eq/mL, e uma sobrevida
cumulativa de cinco anos de 57% para esse grupo, comparado a 84% para o
grupo com carga viral < 1 milhão Eq/mL. Essa correlação entre gravidade da
doença e níveis de HCV-RNA pré-transplante também foi encontrada em
outros estudos(4,24)
.
1.1.4.2 Genótipo do VHC
A influência do genótipo do VHC na gravidade da doença também
permanece controversa. Infecção por genótipo 1, em especial subtipo 1b,
tem sido associada em alguns estudos, geralmente de procedência
Introdução 9
européia, com formas mais graves de recorrência, embora não com menor
sobrevida, quando comparada ao genótipo não-1(10,27,28)
. Outros estudos,
porém, não encontraram a mesma associação(4,11,29,30)
. A diferente
distribuição geográfica dos genótipos nos diferentes estudos, assim como a
presença de variáveis de confusão, como tipo e quantidade de
imunossupressão, são alguns dos fatores que poderiam justificar esses
resultados conflitantes. Gigou et al.(31)
sugeriram a presença de diferentes
cepas do genotipo 1b dentro de uma mesma população, que estariam
relacionadas com diferentes graus de fibrose hepática.
1.1.4.3 Concordância do sistema HLA
A influência do grau de concordância do sistema HLA entre doador e
receptor na gravidade da recorrência da hepatite C tem sido investigada em
alguns estudos. Gretch et al.(32)
sugeriram que a concordância doador-
receptor do locus HLA-DQB está associada com a recorrência da hepatite C
pós-transplante. Manez et al.(33)
determinaram que a concordância no HLA-B
aumenta a chance de recidiva viral de 39% para 76%. Por outro lado,
Sheiner et al. não demonstraram associação entre gravidade de doença e
concordância do HLA-DR ou do HLA-DQ(10)
.
Introdução 10
1.1.4.4 Rejeição celular
O número de episódios de rejeição, bem como o seu tratamento com
pulsos de metilprednisolona ou com o uso de imunossupressores mais
potentes, tem sido consistentemente relacionado na literatura com a
gravidade de recorrência da hepatite C pós-transplante(14,26,34-37)
.
1.1.4.5 Imunossupressão
A análise da relação do tipo de imunossupressão primária com a
gravidade da recorrência pelo vírus C torna-se ainda mais conflitante, pois
os estudos de diferentes centros utilizam atualmente diversas combinações
de novas drogas imunossupressoras de diferentes potências. Até o
momento, com os estudos publicados na literatura, não existe diferença
significativa na comparação da imunossupressão baseada na ciclosporina
ou no tacrolimus, em relação à gravidade da hepatite C recorrente(10,37,38,39)
.
1.1.4.6 Precocidade da recorrência e grau de lesão histológica
O grau de atividade necroinflamatória na biópsia do primeiro ano pós-
transplante(13)
, bem como a precocidade da recorrência da hepatite(14)
estão
ambos associados com a gravidade de progressão da doença.
Introdução 11
1.1.4.7 Complexidade e diversidade do vírus da hepatite C -
quasispécies
O VHC é um vírus RNA de fita positiva única cujo genoma codifica
três proteínas estruturais e seis proteínas não estruturais. A RNA polimerase
(preteína NS5b) é importante na síntese de novo RNA viral. As RNA
polimerases dos RNA vírus estão sujeitas a erro de leitura durante a
replicação por falta de um mecanismo de reparo. Dessa forma o VHC, assim
como outros RNA vírus estão sujeitos a considerável variabilidade genômica.
O genoma da maioria dos vírus RNA consiste de uma população de
variantes intimamente relacionadas, porém com seqüenciamentos pouco
diferentes, conhecidos como quasispécies, que surgem com o passar do
tempo em um determinado indivíduo(40)
. Embora as mutações possam
ocorrer ao longo de todo o genoma viral(41,42)
, a maior parte dos estudos de
quasispécies tem focado na região hipervariável 1 (HVR1), que se encontra
localizada no terminal-N da região E2/NS1 do VHC(43,44)
. Tem sido sugerido
que a HVR codifica epitopos de anticorpos neutralizantes ou que mediam a
resposta de células T-citotóxicas contra o VHC(45)
. Além disso, é hipotetizado
que a seleção imunológica de variantes de escape nessa região seja um dos
mecanismos responsáveis pela persistência da infecção pelo VHC, assim
como acontece na infecção por HIV. A formação de quasispécies pode levar
à persistência da infecção pelo VHC, através de evasão da neutralização
imune humoral e celular(45-47)
.
Introdução 12
Os estudos de variação genética da região HVR1 têm sido
tradicionalmente realizados através de análise de seqüenciamentos de DNA
em larga escala, que são extremamente trabalhosos e caros. Método
indireto de análise, como a medida de “heteroduplexes” de DNA
(“heteroduplex mobility analysis” ou HMA), foi desenvolvido na última
década, com a capacidade de detectar de modo acurado a diversidade de
variantes do HIV em um determinado indivíduo. Esse método é baseado em
diferenças na mobilidade de quasispécies que são ralacionadas entre si,
mas com diferenças pequenas de seqüenciamento, em um gel de
eletroforese de poliacrilamida(48,49)
.
Estudos sugerem que a doença pelo VHC é mais agressiva no
paciente imunossuprimido quando comparado ao paciente imunocompetente
portador de infecção crônica pelo VHC(4,50)
. Os mecanismos patogênicos
responsáveis por essa diferença são ainda desconhecidos, mas podem estar
relacionados com a evolução da complexidade e/ou diversidade viral(51,52)
. A
imunossupressão parece desempenhar papel importante na divergência viral
(diversidade viral ao longo do tempo), mas os mecanismos ainda não são
conhecidos. Trabalhos preliminares sugerem que, na ausência de pressão
imunológica efetiva logo após o transplante, além de um aumento
significativo na replicação viral(53)
, seleção de uma população mais
homogênea, e/ou emergência de uma nova população viral podem ocorrer
tornando a doença mais agressiva(54)
. Por outro lado, aumento da
diversidade viral pode também influenciar a gravidade da doença hepática
nos indivíduos imunossuprimidos pelo desencadeamento de resposta
Introdução 13
immune não específica, resultando em destruição de hepatócito
imunomediada(51)
.
Dessa forma, o presente estudo teve a intenção de examinar se a
complexidade e/ou a divergência viral desempenham papel como possíveis
mecanismos de gravidade da recorrência da doença pelo VHC no pós-
transplante hepático, através da análise da heterogeneidade da região HVR1
do VHC, tanto por HMA como pela análise filogenética do seqüenciamento
de nucleotídeos.
1.1.4.8 Detecção imuno-histoquímica de antígenos do VHC no
tecido hepático
A detecção imuno-histoquímica de antígenos do VHC em tecido
hepático pode potencialmente trazer importantes informações na
patogênese dessa infecção, tornando possível a correlação entre sítios de
replicação viral e injúria tecidual. No entanto, devido à escassez de
anticorpos confiáveis para a detecção de antígenos do VHC em amostras
hepáticas fixadas em formalina e embebidas em parafina, o número de
estudos realizados na recorrência da infecção pelo VHC no pós-transplante
hepático é limitado. Em um estudo recente, Ballardini et al.(55)
detectaram
imuno-expressão em tecido hepático de antígenos do VHC logo aos dez dias
pós-transplante em 25% dos espécimes de biópsia hepática, e em 50% das
amostras de biópsias realizadas após 3 semanas. No momento em que a
Introdução 14
hepatite aguda se torna bioquímica e histologicamente evidente, o antígeno
core do VHC pode ser detectado em mais de 90% das biópsias(2,55,56)
.
Doughty et al.(57)
, utilizando detecção de antígenos por técnica de imuno-
histoquímica, com o anticorpo monoclonal comercial Tordji-22 (BioGenex,
San Ramon, CA) demonstraram inicialmente uma forte correlação entre a
localização desses antígenos do VHC e as áreas de injúria tecidual,
particularmente regiões de balonização de hepatócitos. No entanto, reações
posteriores para controle negativo de grau de lesão tecidual, mostraram
reação cruzada do anticorpo Tordji-22 com epitopos teciduais presentes em
biópsias de pacientes transplantados negativos para o VHC, mas com
balonização de hepatócitos.
No presente estudo, nossa hipótese é de que, com o aumento da
replicação viral e possível seleção de variantes mais patogênicas no
paciente imonussuprimido, mecanismo citopático direto do VHC pode se
tornar importante, podendo ser demonstrado pela maior expressão de
antígenos virais no tecido hepático.

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  • 2. Introdução 2 A hepatite C é uma causa freqüente de doença hepática crônica, responsável anualmente por 8.000 a 10.000 mortes por complicações relacionadas à doença hepática terminal. Dessa forma, a hepatite C é hoje a principal causa de indicação de transplante de fígado, representando 35% a 45% das listas de transplante nos diversos centros em todo o mundo(1) . 1.1 Recorrência da infecção pelo vírus da hepatite C A recorrência da infecção pelo vírus da hepatite C (VHC) no enxerto é praticamente universal após o transplante e, com interferência da imunossupressão, os níveis de HCV-RNA podem atingir valores 10 a 20 vezes superiores aos do período pré-transplante(2) . Estudos iniciais de história natural da recidiva da hepatite C no pós- transplante hepático relatavam um curso de infecção relativamente indolente, com impacto clínico observado apenas após cinco anos de transplante(3) . Mais recentemente, estudos com períodos mais longos de acompanhamento têm demonstrado que a reinfecção pelo VHC tem um impacto potencial na sobrevida do enxerto, como também do hospedeiro, parecendo estar ocorrendo um aceleramento do curso da doença nos
  • 3. Introdução 3 transplantes realizados mais recentemente(4,5) . Além disso, tem sido observado um aumento na incidência do carcinoma hepatocelular nos pacientes transplantados por cirrose pelo VHC, o que seguramente influencia a morbimortalidade dessa população no pós-transplante hepático(6) . 1.1.1 Diagnóstico A reinfecção pelo VHC pode ser diagnosticada por métodos que detectam a presença do HCV-RNA no soro. Os métodos sorológicos não têm boa sensibilidade no período pós-transplante, pela utilização de drogas imunossupressoras. Mesmo no período pré-transplante, a imunodepressão relativa do paciente com cirrose terminal pode impedir a produção adequada de anticorpos, resultando, portanto, em testes falso-negativos(7) . A PCR quantitativa tem sido bastante utilizada no estudo da cinética viral pós-transplante hepático. Fukumoto et al.(8) mediram os níveis de HCV- RNA sérico antes, imediatamente após, e por até um mês pós-transplante em nove patientes. Rápido declínio viral ocorreu imediatamente após a remoção do fígado infectado, com queda contínua até o 2º dia pós- transplante, sugerindo que os sítios extra-hepáticos de replicação do vírus C contribuem pouco para a manutenção da viremia. Os níveis de HCV-RNA começaram então a se elevar no 3º dia, atingindo valores que excederam aqueles do pré-transplante, no 8º dia pós-operatório.
  • 4. Introdução 4 A elevação das aminotransferases tem baixa especificidade na detecção de hepatite C recorrente, pois pode ocorrer em qualquer complicação no pós-transplante hepático. Além disso, não existe uma correlação entre os níveis de aminotransferases e a gravidade da hepatite, podendo essa ocorrer mesmo com enzimas hepáticas normais(9) . O diagnóstico confirmatório de recorrência da hepatite C pós- transplante hepático deve, portanto, incluir a caracterização de lesões necro- inflamatórias em amostra de biópsia hepática. A hepatite aguda aparece habitualmente entre um e quatro meses pós-transplante, e aproximadamente 50% dos pacientes já apresentam recorrência histológica após um ano de transplante(10) . Berenguer et al.(9) preconizam a realização protocolar de biópsia hepática anual nos pacientes transplantados por cirrose associada ao VHC, mesmo nos que apresentem aminotransferases persistentemente normais, pelo elevado índice de lesão histológica que encontraram nessa população. 1.1.2 História natural da infecção pelo VHC pós-transplante A história natural da infecção pelo VHC no pós-transplante hepático tem um curso mais acelerado quando comparada à do paciente imunocompetente. Progressão para cirrose ocorre em 6% a 23% dos pacientes, com uma média de três a quatro anos pós-transplante(3,10-15) , e uma probabilidade cumulativa de desenvolver cirrose no enxerto calculada
  • 5. Introdução 5 em 30% em cinco anos(13) . Berenguer et al.(4) demonstraram que a progressão da fibrose hepática na recorrência da hepatite C pós-transplante hepático é bem mais rápida, com desenvolvimento de cirrose em aproximadamente 9 a 12 anos, tempo significativamente mais curto que o determinado para o paciente imunocompetente. Um dado muito interessante nesse mesmo estudo foi o de que pacientes transplantados em anos mais recentes (após 1995) progridem muito mais rapidamente para cirrose, quando comparados àqueles transplantados antes de 1995(4) . Os autores discutem a possibilidade de mudanças nos esquemas de imunossupressão ocorridas nos últimos anos, serem responsáveis por esse fenômeno, como, por exemplo, a retirada precoce de drogas imunossupressoras secundárias(4) . Esses e outros autores têm observado uma redução na sobrevida do enxerto e do paciente com recidiva da hepatite C quando comparado a outros pacientes transplantados não infectados pelo VHC(16,17) . O Quadro 1 sumariza os achados de alguns dos principais estudos de história natural da recorrência da hepatite pelo VHC. Felizmente, a maioria dos pacientes com hepatite C recorrente evolui por vários anos com hepatite crônica de leve a moderada intensidade; entretanto, entre 6% e 23% desses pacientes podem já apresentar cirrose após 5 anos de evolução (Quadro 1).
  • 6. Introdução 6 QUADRO 1. História natural da recorrência da hepatite C pós-transplante Autor, Ano n Seguimento (meses) Hepatite (%) Cirrose (%) Sobrevida 5 anos (%) Ferrell, 1992 43 21 51 10 ND Feray, 1994 79 48 72 3 80 Johnson, 1996 74 ND 46 16 71 Gane, 1996 149 36 88 8 70 Böker, 1997 71 42 88 1 62 Prieto, 1999 81 32 97 15 84 Feray, 1999 652 42 80 10 70 Testa, 2000 300 23 40 6 61 Sanchez-Fueyo, 2002 122 43 95 23 64 Adaptado de: Pessoa, Wright (18) . 1.1.3 Hepatite colestática grave Mais raramente, uma minoria dos pacientes transplantados por cirrose asociada ao VHC (2% a 8%) pode apresentar uma forma muito grave de evolução no pós-transplante hepático, denominada hepatite recorrente colestática grave, com ou sem fibrose, geralmente com perda do enxerto em menos de um ano, que é o tema deste nosso estudo(19,20,21) . A hepatite recorrente colestática grave pode ocorrer como manifestação inicial da hepatite C recorrente ou ainda no paciente já com hepatite crônica estabelecida, e só recentemente foi definida no Consenso Internacional de Hepatite C e Transplante, realizado em Fênix, Arizona, em março de 2003, com os seguintes critérios diagnósticos: evolução superior a um mês pós-transplante; bilirrubina sérica maior que 6 mg/dL; fosfatase alcalina e GGT superiores a 5 x LSN; histologia hepática mostrando
  • 7. Introdução 7 balonização de hepatócitos em região central do ácino, pobreza de processo inflamatório, com ou sem proliferação colangiolar e sem desaparecimento de ductos biliares; níveis de HCV-RNA muito elevados; ausência de complicações cirúrgicas biliares; e ausência de evidência de trombose de artéria hepática(22) . Síndrome semelhante foi inicialmente descrita em pacientes transplantados com hepatite B recorrente grave, e denominada de hepatite fibrosante colestática grave(23) . 1.1.4 Fatores que influenciam a progressão da doença no pós-transplante Existe um amplo espectro de gravidade da doença recorrente causada pela reinfecção do enxerto pelo VHC no pós-transplante hepático, desde pacientes que permanecem com mínima lesão hepática por vários anos, até aqueles que desenvolvem hepatite recorrente colestática grave, podendo evoluir rapidamente para doença hepática terminal(21) . Os fatores que determinam por que alguns pacientes são mais susceptíveis que outros para desenvolverem lesão mais ou menos grave têm sido extensamente estudados e podem incluir fatores relacionados ao vírus, como níveis de HCV-RNA pré e pós-transplante, genótipo, evolução de quasispécies, ou citopatogenicidade direta do VHC; fatores relacionados ao doador, como idade; ao hospedeiro, como idade e gênero; ou fatores externos, como tipo e quantidade de imunossupressão administrados, co-infecção com VHB ou
  • 8. Introdução 8 ainda a combinação de fatores, como o grau de discordância do HLA doador-receptor. Alguns dos fatores mais estudados serão aqui abordados. 1.1.4.1 Viremia pré e pós-transplante Vários estudos investigaram a relação dos níveis de HCV-RNA pré e/ou pós-transplante e ocorrência e/ou gravidade de lesão histológica. Dos estudos que utilizaram níveis de HCV-RNA na fase de pós-transplante precoce, a maioria observou uma associação positiva com a gravidade da recorrência(2,12,24,25) . Charlton et al.(26) estudaram a correlação dos níveis de HCV-RNA pré-transplante com sobrevida do enxerto e do paciente, determinando um risco relativo de perda do exerto 3,6 vezes maior no grupo com HCV-RNA superior ou igual a 1 milhão Eq/mL, e uma sobrevida cumulativa de cinco anos de 57% para esse grupo, comparado a 84% para o grupo com carga viral < 1 milhão Eq/mL. Essa correlação entre gravidade da doença e níveis de HCV-RNA pré-transplante também foi encontrada em outros estudos(4,24) . 1.1.4.2 Genótipo do VHC A influência do genótipo do VHC na gravidade da doença também permanece controversa. Infecção por genótipo 1, em especial subtipo 1b, tem sido associada em alguns estudos, geralmente de procedência
  • 9. Introdução 9 européia, com formas mais graves de recorrência, embora não com menor sobrevida, quando comparada ao genótipo não-1(10,27,28) . Outros estudos, porém, não encontraram a mesma associação(4,11,29,30) . A diferente distribuição geográfica dos genótipos nos diferentes estudos, assim como a presença de variáveis de confusão, como tipo e quantidade de imunossupressão, são alguns dos fatores que poderiam justificar esses resultados conflitantes. Gigou et al.(31) sugeriram a presença de diferentes cepas do genotipo 1b dentro de uma mesma população, que estariam relacionadas com diferentes graus de fibrose hepática. 1.1.4.3 Concordância do sistema HLA A influência do grau de concordância do sistema HLA entre doador e receptor na gravidade da recorrência da hepatite C tem sido investigada em alguns estudos. Gretch et al.(32) sugeriram que a concordância doador- receptor do locus HLA-DQB está associada com a recorrência da hepatite C pós-transplante. Manez et al.(33) determinaram que a concordância no HLA-B aumenta a chance de recidiva viral de 39% para 76%. Por outro lado, Sheiner et al. não demonstraram associação entre gravidade de doença e concordância do HLA-DR ou do HLA-DQ(10) .
  • 10. Introdução 10 1.1.4.4 Rejeição celular O número de episódios de rejeição, bem como o seu tratamento com pulsos de metilprednisolona ou com o uso de imunossupressores mais potentes, tem sido consistentemente relacionado na literatura com a gravidade de recorrência da hepatite C pós-transplante(14,26,34-37) . 1.1.4.5 Imunossupressão A análise da relação do tipo de imunossupressão primária com a gravidade da recorrência pelo vírus C torna-se ainda mais conflitante, pois os estudos de diferentes centros utilizam atualmente diversas combinações de novas drogas imunossupressoras de diferentes potências. Até o momento, com os estudos publicados na literatura, não existe diferença significativa na comparação da imunossupressão baseada na ciclosporina ou no tacrolimus, em relação à gravidade da hepatite C recorrente(10,37,38,39) . 1.1.4.6 Precocidade da recorrência e grau de lesão histológica O grau de atividade necroinflamatória na biópsia do primeiro ano pós- transplante(13) , bem como a precocidade da recorrência da hepatite(14) estão ambos associados com a gravidade de progressão da doença.
  • 11. Introdução 11 1.1.4.7 Complexidade e diversidade do vírus da hepatite C - quasispécies O VHC é um vírus RNA de fita positiva única cujo genoma codifica três proteínas estruturais e seis proteínas não estruturais. A RNA polimerase (preteína NS5b) é importante na síntese de novo RNA viral. As RNA polimerases dos RNA vírus estão sujeitas a erro de leitura durante a replicação por falta de um mecanismo de reparo. Dessa forma o VHC, assim como outros RNA vírus estão sujeitos a considerável variabilidade genômica. O genoma da maioria dos vírus RNA consiste de uma população de variantes intimamente relacionadas, porém com seqüenciamentos pouco diferentes, conhecidos como quasispécies, que surgem com o passar do tempo em um determinado indivíduo(40) . Embora as mutações possam ocorrer ao longo de todo o genoma viral(41,42) , a maior parte dos estudos de quasispécies tem focado na região hipervariável 1 (HVR1), que se encontra localizada no terminal-N da região E2/NS1 do VHC(43,44) . Tem sido sugerido que a HVR codifica epitopos de anticorpos neutralizantes ou que mediam a resposta de células T-citotóxicas contra o VHC(45) . Além disso, é hipotetizado que a seleção imunológica de variantes de escape nessa região seja um dos mecanismos responsáveis pela persistência da infecção pelo VHC, assim como acontece na infecção por HIV. A formação de quasispécies pode levar à persistência da infecção pelo VHC, através de evasão da neutralização imune humoral e celular(45-47) .
  • 12. Introdução 12 Os estudos de variação genética da região HVR1 têm sido tradicionalmente realizados através de análise de seqüenciamentos de DNA em larga escala, que são extremamente trabalhosos e caros. Método indireto de análise, como a medida de “heteroduplexes” de DNA (“heteroduplex mobility analysis” ou HMA), foi desenvolvido na última década, com a capacidade de detectar de modo acurado a diversidade de variantes do HIV em um determinado indivíduo. Esse método é baseado em diferenças na mobilidade de quasispécies que são ralacionadas entre si, mas com diferenças pequenas de seqüenciamento, em um gel de eletroforese de poliacrilamida(48,49) . Estudos sugerem que a doença pelo VHC é mais agressiva no paciente imunossuprimido quando comparado ao paciente imunocompetente portador de infecção crônica pelo VHC(4,50) . Os mecanismos patogênicos responsáveis por essa diferença são ainda desconhecidos, mas podem estar relacionados com a evolução da complexidade e/ou diversidade viral(51,52) . A imunossupressão parece desempenhar papel importante na divergência viral (diversidade viral ao longo do tempo), mas os mecanismos ainda não são conhecidos. Trabalhos preliminares sugerem que, na ausência de pressão imunológica efetiva logo após o transplante, além de um aumento significativo na replicação viral(53) , seleção de uma população mais homogênea, e/ou emergência de uma nova população viral podem ocorrer tornando a doença mais agressiva(54) . Por outro lado, aumento da diversidade viral pode também influenciar a gravidade da doença hepática nos indivíduos imunossuprimidos pelo desencadeamento de resposta
  • 13. Introdução 13 immune não específica, resultando em destruição de hepatócito imunomediada(51) . Dessa forma, o presente estudo teve a intenção de examinar se a complexidade e/ou a divergência viral desempenham papel como possíveis mecanismos de gravidade da recorrência da doença pelo VHC no pós- transplante hepático, através da análise da heterogeneidade da região HVR1 do VHC, tanto por HMA como pela análise filogenética do seqüenciamento de nucleotídeos. 1.1.4.8 Detecção imuno-histoquímica de antígenos do VHC no tecido hepático A detecção imuno-histoquímica de antígenos do VHC em tecido hepático pode potencialmente trazer importantes informações na patogênese dessa infecção, tornando possível a correlação entre sítios de replicação viral e injúria tecidual. No entanto, devido à escassez de anticorpos confiáveis para a detecção de antígenos do VHC em amostras hepáticas fixadas em formalina e embebidas em parafina, o número de estudos realizados na recorrência da infecção pelo VHC no pós-transplante hepático é limitado. Em um estudo recente, Ballardini et al.(55) detectaram imuno-expressão em tecido hepático de antígenos do VHC logo aos dez dias pós-transplante em 25% dos espécimes de biópsia hepática, e em 50% das amostras de biópsias realizadas após 3 semanas. No momento em que a
  • 14. Introdução 14 hepatite aguda se torna bioquímica e histologicamente evidente, o antígeno core do VHC pode ser detectado em mais de 90% das biópsias(2,55,56) . Doughty et al.(57) , utilizando detecção de antígenos por técnica de imuno- histoquímica, com o anticorpo monoclonal comercial Tordji-22 (BioGenex, San Ramon, CA) demonstraram inicialmente uma forte correlação entre a localização desses antígenos do VHC e as áreas de injúria tecidual, particularmente regiões de balonização de hepatócitos. No entanto, reações posteriores para controle negativo de grau de lesão tecidual, mostraram reação cruzada do anticorpo Tordji-22 com epitopos teciduais presentes em biópsias de pacientes transplantados negativos para o VHC, mas com balonização de hepatócitos. No presente estudo, nossa hipótese é de que, com o aumento da replicação viral e possível seleção de variantes mais patogênicas no paciente imonussuprimido, mecanismo citopático direto do VHC pode se tornar importante, podendo ser demonstrado pela maior expressão de antígenos virais no tecido hepático.