1) O documento fornece contatos de uma fonoaudióloga e psicopedagoga chamada Andréa Aires Costa.
2) Ele discute a importância da linguagem escrita e como ela é mais eficiente do que a oralidade para transmitir informações através do tempo e espaço.
3) Vários tópicos relacionados ao processo de alfabetização e produção textual são abordados, incluindo diferentes gêneros textuais e estratégias para trabalhar a escrita com crianças.
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
andreia
1. Andréa Aires
Costa
Fonoaudióloga/Psicopedagoga
Mestra em Educação
Contatos (85) 9962.5131
airesfono@hotmail.com
2. Está em primeiro lugar entre os meios mais eficientes
de comunicação humana.
Esta eficiência acontece em virtude do poder de
ultrapassar o tempo e o espaço.
A mensagem escrita não se perde na memória
humana.
A inteligência humana inventou a linguagem escrita
para lidar, entre outras coisas, com a sua memória.
3. A humanidade vive novos hábitos.
A Educação busca se ajustar às novas concepções
de aprendizagem.
Pesquisas na área estão cada vez mais bem
fundamentadas... Hoje faz-se ciência na Educação.
Fala-se em aprendizagem significativa e letramento.
Percebe-se que não se consegue mais educar da
mesma forma como se fazia a bem pouco tempo
atrás...
4. Professores e interessados no processo de
educação querem partilhar suas práticas.
É um momento de troca e de orientação.
Educar significa interferir no processo de
desenvolvimento, proporcionando maiores
condições de socialização.
Não podemos esperar que as crianças aprendam
sozinhas, apesar de estimularmos a autonomia.
5. É a fase da escolaridade em que formamos a
base para o aprendizado da linguagem escrita.
É NESTE MOMENTO QUE APRESENTAMOS
O USO SOCIAL DA ESCRITA NA LIDA COM
OS DIVERSOS GÊNEROS TEXTUAIS.
6. Por que é tão comum as pessoas preferirem falar
em vez de escrever quando tratam sobre variados
assuntos ou são avaliadas?
Por que as pessoas de uma forma geral dizem
cada vez mais frequentemente que “não gostam
de ler”, apesar de continuar existindo os
“apaixonados por leitura”?
7. Por que grande parte dos educadores ainda
diz não gostar de ler?
O que acontece com os educadores e outros
profissionais que leem títulos de auto-ajuda, de
lazer, periódicos que os atualizam, mas não
leem livros técnicos de suas áreas?
8. Recentes em relação à oralidade.
É importante observar que as diferenças entre oralidade e
escrita não estão nos conteúdos, mas nos recursos que cada
linguagem utiliza para garantir o entendimento, a transmissão
da mensagem ou da informação.
Se na oralidade fazemos uso da mímica, dos gestos, dos
sons, da entonação, dos olhares e de outros recursos
prosódicos, na escrita há tipos, cores e tamanhos de letras,
pontuação, formato dos textos e iconografia geral a serviço da
composição da mensagem ou da informação.
9. A escrita deve ser uma necessidade criada pelo
professor na sala de aula, pela escola na vida
sociopolítica da criança e pela família nos
relacionamentos diários.
10. Contextualização: é o trabalho que antecede a
produção ou a análise do texto gráfico.
- Crianças produzem textos pensando em ações,
em práticas, em situações reais, nunca em coisas
utópicas, que não existem, que não são de seu
domínio.
11. Estrutura textual: quando o aluno vai
descobrindo e se apossando do processo que
visa clarear e objetivar aquilo que se quer
dizer.
- O que não poderá faltar num recado?
- O que deverá ser dito num comunicado?
- O que deverá ser dito se quisermos vender um
produto?
12. Criatividade: é o resultado das soluções “criadas”
diante dos desafios propostos. Portanto os
professores precisam pensar em desafios!
OBS: A intervenção do professor deve ser dosada
para não provocar dependência, limitação ou
medo dos alunos.
13. É um processo cognitivo e linguístico e não motor
e mecânico.
A criança só aprenderá a escrever escrevendo.
É apoderar-se de diversas formas de linguagem.
14. O primeiro é sem dúvida o narrativo, mas não é o único.
Usaremos aqui a classificação de gêneros feita por
Bernard Schneuwly Dolz (1996):
- Da ordem narrar,
- Da ordem relatar,
- Da ordem argumentar,
- Da ordem expor,
- Da ordem instruir ou prescrever.
15. Conto
Fábula
Conto de fadas
Narrativa de aventura
Narrativa de ficção
Narrativa científica
Romance
Policial
Histórico
Crônica
Lendas
Causos
Piadas
18. Seminário
Conferência
Verbete
Texto argumentativo
Tomada de notas
Resumo
Relato de experiência
19. Receitas
Manual de instruções de uso e montagem
Regras de jogos
Bulas de remédios
Regimentos
Estatutos
Constituições
Manifestos
Avisos
Convocações
20. Textos semióticos ou iconográficos
Estão em toda parte por onde a criança anda.
- Pode compor um portfolio individual ou coletivo destes
textos a partir das pesquisas das crianças e da
professora.
- Resgatar primeiramente os símbolos que as crianças
já conhecem.
- Veja a localização destes, para que e para quem
servem.
- Questione como saber o que significam quando não
os conhecemos?
22. O aluno poderá até confeccionar um rótulo para
produto similar.
23. As embalagens dos produtos
-OBS: Estas também fazem referência a unidades de
medida e de tempo.
- Qual é o produto contido nela?
- Tempo de validade?
- Quanto há de conteúdo?
- É líquido, sólido, pastoso ou gasoso?
- Em quais situações é usado.
- Quem é o fabricante?
- Como deve ser armazenado?
- Em quais versões pode ser encontrado?
24. Caixa mágica
- Contém utensílios diversos: brinquedos de uma
forma geral (bichos, meios de transporte, telefone,
celulares, bonecos, bolas, armas, panelinhas),
produtos de higiene, materiais escolares,
bijuterias, chapéus, máscaras, etc.
- Contém ainda placas com perguntas do tipo:
quem está falando, com quem fala, o que fala, o
que acontece, onde acontece e placas em
branco.
25. O professor, assim como o psicopedagogo,
deverá começar a história com expressões do
tipo: “Em uma manhã de domingo”, “Na festa de
aniversário do...”, “Quando ele estava no
parque...”. Evite o “Era uma vez...”
Em seguida retira uma placa para auxiliar a
estrutura...
CAIXA MÁGICA
26. Listas
Criar textos a partir delas (individuais ou coletivos)
- Usar as permanentes e as temporárias, com cuidado para variar os
estilos, as dimensões e as contextualizações.
- Primeiramente defina o título que dará origem à sua lista:
• O que devemos levar para o passeio?
• Ingredientes para nossas receitas.
• Coisas que adoro comprar.
• Coisas que adoro comer.
• Coisas que detesto fazer.
• O que vejo no caminho da escola.
• Os atletas que eu conheço.
• Meus times preferidos.
• O que assisto na televisão.
27. Dominó de complementação
As frase vão se constituindo à medida que o jogo
vai se desenvolvendo.
Pode haver cartões com pedaços de frases que se
complementem e cartões em branco para que
seja criado o complemento na hora.
Os tempos verbais e as preposições também
devem ser considerados para que haja
concordância entre as pedras.
28. Ontem foi o dia do aniversário da
Andréa
a melh
amig or
.
Ela é
29. Encontre a narrativa
Monte narrativas divididas em períodos.
Misture os cartões com os períodos de cada uma.
Peça para que as crianças montem como quebra-
cabeças.
Pode fazer com textos conhecidos ou não, caso
queira aumentar o grau de dificuldade.
30. Encaixe e desencaixe
Monte sílabas com cartões que formem frases absurdas e
outros que formem frases coerentes.
Peça para as crianças identificarem as que combinam ou não.
Depois peça para que elas façam modificações na
combinações para que todas fiquem adequadamente
pareadas.
Caso alguma não tenha par, peça para que a própria criança
crie o que está faltando, oferecendo-lhe cartões em branco.
31. O menino caiu o ferrolho da
quando subiu porta
Todas foram feitas por
no banco da E eu consegui
proezas crianças
praça arrancar
Portanto você
que é criança
32. Improvisação
Cada inventor ou cientista maluco precisa descobrir uma maneira
de resolver o problema apresentado.
Fazer ponta em um lápis
sem apontador ou estilete
Entrar em casa sem a
chave
Pegar uma fruta no pé
sem escada
Fazer um bilhete sem
caneta, lápis ou
computador
33. Redefinindo utilidades
A criança procurará o uso não convencional para
objetos concretos
Ponta de caneta
Caixa de fósforo vazia
Garrafa pet
Tampinha de tubo de
pasta de dente
34. Álbum de sementes
Os álbuns podem ser de muitas coisas
Faz-se a catalogação (por cor, tamanho, forma) e,
em seguida os registros.
A que planta pertence?
Qual o tamanho da planta adulta?
Onde vive a planta?
De que família a planta faz parte?
Quantas sementes possui uma fruta?
35. Como afirmou Jolibert (1994):
“Ler não é técnica. A criança aprende a ler lendo
e, para isto, é que deveríamos colocar livres para
elas os livros dos quais elas necessitam, todos”
36. Esta teoria pesquisou como as crianças pensam
quando lidam com a linguagem escrita.
Através da identificação das fases em que as
crianças se encontram temos indicações de como
intervir adequadamente.
37. Acontece entre o Infantil IV e o V.
A criança diferencia a escrita do desenho.
Mas ainda acredita que a escrita, assim como o
desenho, tem uma identidade direta com o que se
percebe visualmente do objeto (realismo nominal).
Ela utiliza traçados diversos para escrever ou letras
organizadas de forma aleatória.
39. Estimular a criança a identificar rótulos e outros portadores de
texto, para comparar quais os símbolos gráficos que aparecem e
se repetem, assim como observar as diversas formas de
apresentação de cada um.
A escrita espontânea se caracteriza como uma possibilidade da
criança levantar suas hipóteses e testá-las (como os cientistas
fazem).
Deixar as crianças escreverem do “seu jeito”.
Em alguns momentos os adultos poderão ser escribas das crianças
em produções coletivas, como para elaborar um recado.
40. No trabalho com a escrita espontânea, levar a criança
a refletir sobre quantas vezes a boca abre para falar
as palavras que estão sendo exploradas.
Identificar palavras que começam com o mesmo som.
Estimular a percepção de rimas.
Realizar jogos e brincadeiras com letras.
41. Também acontece principalmente entre o Infantil IV e o V,
mas não se deve recriminar a criança que chega ao primeiro
ano (“alfabetização”) com este tipo de produção, é natural
ainda e não se caracteriza atraso ou dificuldade de
aprendizagem.
Percebendo agora que a escrita tem relação com o que se
fala, a criança passa a representar “cada vez que a boca
abre” utilizando uma letra, que pode ou não ter relação com
o valor sonoro convencional.
42. Com o valor sonoro convencional
Sem o valor sonoro convencional
Valor sonoro convencional
apenas na primeira sílaba
43. A escrita espontânea continua sendo a principal
forma de pesquisar a eficiência da sua escrita.
À medida que vai percebendo que nem sempre
consegue se fazer compreendida, a criança busca
uma nova forma de escrever; pode acontecer de
voltar a fazer produções que já havia superado.
44. Jamais dar a resposta pronta para a criança, mas
fazê-la pensar sobre os sons que consegue perceber
quando fala as palavras a serem escritas.
Ex:
- Se você escreveu gato e pato, “AO” e “AO”, como vou
saber qual é cada um?
- Você conhece outra palavra que começa com o
mesmo som de gato? E de pato?
45. Acontece entre o Infantil V e o 1º. ano
(“alfabetização”).
Agora as crianças já sabem que quando a boca
abre pode associar mais de um som, portanto ela
deverá usar mais de uma letra para cada sílaba,
podendo ou não ter o valor sonoro convencional.
46. As produções variam entre as representações,
temos a impressão de estar faltando letras.
47. Estimular as crianças a escreverem
espontaneamente em condições diversas, que
leiam o que produziram e que comparem suas
produções com outros portadores de texto
(livros, receitas, bilhetes, etc).
48. As produções coletivas e os jogos com sílabas são
muito úteis.
Estimular reflexões do tipo:
- Fulano escreveu assim vejam:
A MININA LVO UA KEDA
- E Beltrano escreveu...
A MINA XRO
* Qual é a forma que as pessoas vão compreender
melhor o que vocês escreveram? Por que?
49. É possível que as crianças perguntem:
- “Com qual letra eu escrevo “ca” de “xícara”?
Respondemos então... “você conhece outra palavra
com este “ca”? Vou lhe dizer duas palavras e só uma
tem o “ca”... “casa” e “fada”. Agora veja como
escreve... (mostra no papel). Veja se agora você
descobre o que quer...
50. Apesar de algumas crianças terminarem o Infantil V nesta fase,
esperamos que apenas no 1º. ano ela seja atingida.
Nesta fase as sílabas completas aparecem com mais frequência,
sendo estimuladas principalmente por meio de brincadeiras ou
jogos.
Não usamos mais as famosas “famílias” da nossa época, mas os
trabalhos tanto com o texto quanto com fragmentos das palavras
(sílabas e grafemas) são de fundamental importância.
No 1º. ano ainda algumas noções ortográficas poderão ser
introduzidas, mas não cobradas, pois o mais importante é que
desenvolvam suas idéias escritas. Quanto mais criativo e
elaborado o texto, melhor.
51.
52. Nesta fase damos continuidade
às intervenções da fase
anterior, pois a percepção
sonora da fala deve ser
incentivada.
53. Deve haver situações em que as crianças escrevam
com diferentes objetivos (façam reportagens,
escrevam cartas, façam listas de compras,
procurem palavras que rimam e façam poesias,
contem histórias, elaborem regras, etc).
O mais importante neste momento é que as
crianças adquiram mais fluência e não tenham
“medo” de escrever.
Quando se corrige demasiadamente a ortografia
nesta fase, corre-se o risco de bloquear a
disponibilidade de escrever, por “medo de errar”.
54. Princípios básicos que apontam desde a época
em que a criança ainda não escreve
convencionalmente.
Processo interminável
55. O processo de letramento requer o
desenvolvimento da leitura significativa.
Estimulamos o gosto e a fluência na leitura, desde
o trabalho com a leitura de figuras até a leitura de
textos em diferentes gêneros.
A escola elabora projetos com a ciranda de livros
e as atividades da sala de leitura, com produções
de texto coletivos e de peças de artes.
56. Ser construtivista e moderno não é desprezar
esta consciência quanto à sonoridade das
palavras e a relação com a representação escrita
57. Esta é ainda outra questão...
A CRIANÇA DEVERÁ DESENVOLVER
HABILIDADES RELACIONADAS A:
- Noção de relação Grafema-fonema
- Compreensão de regras contextuais
- Memorização das irregularidades da língua
58. É um tesouro que passa a ser desvendado aos
poucos, mas só usufrui dele quem tem a habilidade
de pensar e não tem medo de errar, pois este
tesouro não tem fim, é memória viva; por ele
podemos ir e vir pelo tempo e pelo espaço até
compreendermos uma ideia.
OBRIGADA PELA ATENÇÃO!
BOM TRABALHO!
Andréa Aires Costa