O documento discute a comunicação para o entendimento, apresentando diferentes teorias e modelos de comunicação, como o funcionalismo, matemático, crítico e da ação comunicativa. Também aborda domínios da comunicação, como a prática, teoria e tecnologia, além de conceitos como comunicação extensiva e integrada. Por fim, faz uma análise do jornalismo, seu fazer e forças que o influenciam.
2. Comunicação para o
entendimento
Modelo aplicado à Rede DF
Márcia Marques
doutoranda PPGCInf- UnB
31/10/2013
3. O que é
comunicação
do latim communicare – tornar comum,
partilhar, trocar opiniões
difícil distinguir informação de comunicação
conjunto de conhecimentos sobre
processos de comunicação
disciplina desses conhecimentos
atividade profissional (com muitas
especializações)
4. O que é
comunicação é processo – relação entre indivíduos e/ou
grupo de indivíduos e/ou redes de
indivíduos.
é o resultado de um processo
é bilateral – exige troca
(transmissão/recepção) entre os
indivíduos/grupos/redes
Aristóteles, em Ética, resume as relações:
locutor, mensagem, ouvinte
5. Domínios da
comunicação
A prática
fenômeno social humano
técnica, tecnologia e planejamento
física e matemática, no processamento
6. Teoria – os modelos Funcionalismo – americanos, pesquisas
empíricas, sociedade entendida pelas
trocas. Newsmaking e gatekeeper;
Matemático – Shannon e Weaver. Estuda a
transferência da informação. Em paralelo
desenvolveu-se a cibernética, responsável
pelo conceito de entropia (que seria o caos
máximo, pois inclui todas as
possibilidades), de ordem (que a
comunicação pode promover) e desordem
dos sistemas. Não se preocupam com o
sentido, significado;
7. Teoria – os modelos Teoria Crítica – Escola de Frankfurt, viés
marxista. MCM capturam os trabalhadores,
que perdem a capacidade de refletir e de
resistir ao sistema. A indústria cultural cria
“necessidades” para o consumidor, que é
mero objeto dela.
Espiral do Silêncio – Noelle Newmann – há
colégios invisíveis, minorias silenciosas,
nas sociedades democráticas,
acompanham a opinião e comportamento
do que pensam ser opinião e
comportamento da maioria da população
8. Teoria – os modelos
Teoria da Ação Comunicativa (1981) –
Habermas, herdeiro de Frankfurt. A
comunicação é base para a reconstrução
racional dos fundamentos da vida social.
Pode ser:
ação para atingir metas, para o sucesso
(que está mais no plano da iniciativa
privada) e
ação para o entendimento, para a interação
social (que se consegue por meio da razão
comunicativa)
9. Teorias – os
modelos Culturológico – de viés marxista, trabalha o
conceito de hegemonia (Morin participa,
nos anos 1960)
Estudos Culturais – estuda o papel dos
sujeitos e dos MCM na construção da
identidade desses sujeitos; considera que o
indivíduo é um ser interpretativo e que os
MCM não têm capacidade de manipular e
provocar mudanças radicais no receptor
das mensagens
10. Teorias – os
mTeconoldógieco l(moidsiológico) anos 1970. Mc Luhan é o
nome de destaque.
Meios indicam a mensagem e seus efeitos. TICs têm
impacto físico e social, no espaço-tempo, no modo de
organizar o raciocínio.
Novos meios podem modificar/controlar culturas;
Transformação da tecnologia tem implicações
políticas e ideológicas;
MCM eletroeletrônicos geram um relacionamento pré-
Gutenberg: oral, fragmentado, não-linear
Ligado pela tecnologia, o novo mundo é uma aldeia
global
11. Incomunicação e
alteridade Wolton: quais as condições necessárias
para que milhões de pessoas se
comuniquem melhor e consigam viver num
mundo onde cada indivíduo vê tudo e sabe
tudo com incontáveis diferenças (de língua,
filosofia, política, cultura, religião) que
dificultam a comunicação e a tolerância?
Na sociedade da superabundância de
informação, a demanda é a construção de
sentidos na relação com o outro
12. Comunicação
Extensiva Trocas realizadas em um campo de interação aberto,
cooperativo e de compartilhamento de dados
multidimensionais.
Sem hierarquias permanentes, a comunicação tem fluxo
horizontal, ocorrendo basicamente a partir de
dispositivos técnicos que dependem da internet.
Apoia-se em ferramentas e recursos de acesso
(principalmente aberto) à informação, em caráter
coletivo, evolui com a adesão e competência de seus
usuários.
Rede de conexões prenuncia o fim das hierarquias e o
início de uma ordem que tem como autoridade o espaço
livre da negociação e o senso comum
13. Comunicação
integrada A compreensão das relações na rede e das
necessidades e habilidades dos indivíduos que
compõem esta rede possibilita desenhar
estratégias complementares de ações de
comunicação e de informação;
É possível criar plano de comunicação integrada
para relações fluidas e horizontais (a rede em
torno de um interesse comum)
Esse plano deve observar a organização do
espaço digital: a definição dos objetivos da rede,
dos elementos visuais para a rede, dos ambientes
de acesso e acessibilidades
14. Aplicada ao Modelo
Planejar para a teia horizontal e sobreposta
Organizar as arquiteturas de comunicação
voltadas à promoção do entendimento e à
oferta de serviços que orientem e facilitem
a busca, acesso, uso da informação com
ética e visão de pertencimento planetário
15. Jornalismo a narrativa
ejo rnoali smfao dze teranrsmissão (Séc. 17): difusão de
correspondências, anúncios e outros conhecimentos, em que
o impressor age como elo entre fontes e leitores;
jornalismo de opinião (Séc. 19) reflexo das transformações
das instituições da sociedade, o gazeteiro/editor põe o jornal a
serviço das lutas políticas;
jornalismo de informação (final Séc. 19 e se consolida no Séc.
20) quando as mudanças das condições técnicas e
econômicas ampliam as possibilidades de coleta e de difusão
da notícia;
jornalismo de comunicação, em que a informação circula a
uma velocidade e com um consumo tal que os
acontecimentos podem ser relatados ao vivo e na sua
continuidade, ao passo e à medida de seu desenrolar. E onde
autor é qualquer indivíduo
16. Jornalismo a narrativa
e o fazer O jornal é produto de práticas profissionais, da relação do
jornalista com as fontes. É prática de produção, de coleta e de dar
forma ao conteúdo. O jornalismo tem normas profissionais bem
definidas. É uma ocupação que se organiza horizontalmente
(embora tenha hierarquias bem delineadas) e que faz uma
separação entre conteúdo editorial e notícia.
O jornalista escolhe os dados a divulgar e os hierarquiza segundo
o próprio conceito de importância (os valores-notícia) e organiza
esta importância de forma estruturada (como a pirâmide invertida,
símbolo do jornalismo informativo).
Pela cultura profissional, os jornalistas devem ser objetivos e
imparciais e devem ter o dom do equilíbrio. O espaço em que o
jornalista opera é de cuidado com a ética, os direitos humanos e
os direitos autorais.
Credibilidade é o capital do jornalismo.
17. Forças que fazem as
nPeosstoíasc – iaautosres, atores, leitores
Social – dinâmicas/constrangimentos (sociais, de meios,
organizações, tempo)
Ideológica – notícias nascem das ideias que moldam a
sociedade
Cultural – sistema cultural condiciona
perspectivas/significado do mundo
Meio físico – para cada meio uma linguagem, uma
função de comunicação
Dispositivos tecnológicos – a tecnologia define
os/interfere nos processos
Histórica – os contextos
18. leitor e jornalismo
leitor é mais participante, tem o jornalista e
o jornalismo no imaginário alimentado por
dezenas de anos por reportagens de
televisão, rádio, jornais e revistas – agora
também na internet – e retratado no
cinema, seriados, novelas, comédias e em
paródias pseudojornalísticas
19. Ambiente possível
um portal de entrada para as várias mídias utilizadas pelos
integrantes da rede, conteúdos devem ser multiplataformas ou
adaptados a plataformas. ambientes podem conter:
espaço de notícias – dentro dos interesses da rede
o que rola – twitter, facebook, Google+ (assuntos e pessoas da
rede)
recados: eventos, trabalho, cursos, serviços, produtos
sala de leitura: links para bibliotecas e repositórios, estante virtual
de leituras da rede
sala de aula: cursos à distância, links para materiais prontos de
formação ou simples “como faz”
cinema, bar, cafezinho etc.
20. Referências
bibliográficas BRIN, Collete, CHARRON, Jean e BONVILLE, Jean. Nature et ransfomation du
journalisme – théorie et rechérches empiriques. Quebec, Les presses de
L’Université Laval, 2007.
KUNSCH, Margarida. Planejamento de Relações Públicas na Comunicação
integrada. São Paulo. Ed. Summus, terceira edição, 2003.
MARQUES, Márcia. As mudanças nas rotinas de produção das agências de
notícias com a consolidação da internet no Brasil (Dissertação) em:
http://www.bocc.ubi.pt/pag/marques-marcia-mudancas-nas-rotinas-de-producao.pdf
SIMEÃO, Elmira. Comunicação extensiva e informação em rede.Editado pelo
Departamento de Ciência da Informação, Universidade de Brasília, Brasília, Brasil,
2006.
TEMER e NERY. Para entender as teorias da comunicação. Belo Horizonte, MG,
Edufu, 2004.
WOLTON, Dominique. Informar não é comunicar. Porto Alegre, RS, Editora Sulina,
2010.