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Mediação
sf (lat mediatione) 1 Ato ou efeito de mediar. 2 Intercessão. 3Astr
Instante de culminação de um astro. 4 A divisão de cada versículo de
um salmo em duas partes, que é marcada com inflexão da voz,
quando o ofício é cantado. 5 Dir Contrato especial pelo qual uma
pessoa, mediante remuneração, se incumbe de empregar o seu
trabalho ou diligência para obter que duas ou mais pessoas,
interessadas num determinado negócio, se aproximem com o fim de o
realizar. 6 DirInterferência de uma ou mais potências, junto de outras
dissidentes, com o objetivo de dirimir pacificamente a questão
ocorrente, propondo, encaminhando, regularizando ou concluindo
quaisquer negociações nesse sentido.
(QUADROS, Paulo da Silva. Epistemologia da leitura: um campo interpretativo de inserção dos meios
digitais no contexto escolar. 2009. 468 f. Tese (Doutorado em Educação - Faculdade de Educação,
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009. p. 178)
Mediação
• Pano de fundo onde as manifestações comunicacionais
orquestram tramas culturais
• Conceito não tem contornos muito claros e compreende
toda a gama de relações e intersecções entre cultura,
política e fenômeno comunicacional
• Mediações se referem às apropriações, recodificações e
resignificações particulares aos receptores
• Produção, recepção, meio e mensagem só podem ser
pensados como um processo contínuo -- as mediações --
posição de onde é possível compreender o intercâmbio
entre produção e recepção
Martín-Barbero
• Deixar de responder apenas “o que os meios fazem com as
pessoas?” e passar a questionar “o que as pessoas fazem
com os meios?”
• Relações entre comunicação e cultura são multifacetadas
• Superação de esquemas mentais que reproduzem relações
causa-efeito, linearidade ou oposições excludentes
• Consideração de diferentes dimensões e níveis – histórico,
cultural, social, estético e subjetivo – que, interligados,
constituem o processo de comunicação social
Revista Matrizes
"Talvez agora, mais claramente do que antes – porque as
questões epistemológicas do campo da comunicação
passaram a ganhar legitimidade na América Latina –, continua
na pauta de debates a questão do objeto da comunicação:
meios ou mediações? Mediatização ou mediação? Ou seja, a
questão da comunicação é uma questão de meios ou de
mediações? Faço essa pergunta para que responda
precisamente este ponto: será preciso fazer um outro livro
agora, intitulado Das mediações aos meios?"
Martín-Barbero
• A mudança foi reconhecer que a comunicação estava
mediando todos os lados e as formas da vida cultural e
social dos povos
• Rádio é cada vez menos somente rádio; o rádio hoje
oferece programas que são blogs, no qual alguém fala,
outras pessoas falam
• Os gêneros estão sendo reinventados à luz da interface da
televisão com a internet
• Estamos ante formas mestiças que começam a ser
produzidas, formas incoerentes porque rompem a norma
atuando transversalmente em todos os meios
• É a contaminação entre sonoridades, textualidades,
visualidades, as matérias-primas dos gêneros
Mídia-educação, leitura crítica dos
meios, educomunicação, educação
para a mídia e media literacy
• Termos usados para caracterizar uma área interdisciplinar
do conhecimento que se preocupa em desenvolver formas
de ensinar e aprender aspectos relevantes da inserção dos
meios de comunicação na sociedade
• Lliteracia em mídia: ações pedagógicas -> compreensão
crítica e a participação ativa
Conceito de Mediação
Mauro Wilton de Sousa (Diretor da ECA): como o esforço de
identificar e captar as múltiplas ações, situações, tecnologias e
circunstâncias que se colocam como categorias estruturantes
do modo de ser e de viver das pessoas num tempo e espaço
dados, ou seja, os sentidos sociais estruturantes da vida num
contexto dado.
Mediação: tudo aquilo que interfere na forma como
percebemos
e entendemos o mundo.
( SOUSA, Mauro Wilton de.O lugar social da comunicação mediática. In Caminhos da
Educomunicação, 2.ed, Editora Salesiana, São Paulo, 2003, p.21-34)
Conceito de Mediação
Segundo Marcondes Filho (1997, p. 266), “toda a relação do
homem com seu mundo se dá por mediação, ocorra ela no
plano abstrato-intelectivo ou material concreto dos
instrumentos criados”, sendo que a técnica, neste contexto,
passa a ser vista como “veículo, através do qual o homem se
vincula ao mundo, apropriando-o ou manipulando-o”.
(MARCONDES FILHO, Ciro. Superciber. A civilização místico-
tecnológica do século 21. São Paulo: NTC-ECA/USP, 1997.)
Professor mediador
"(...) dizer que o professor é um mediador pedagógico não
serve para acrescentar muito significado à mudança de
postura do seu comportamento em sala de aula. (...) dizer que
o professor é um criador de condições e contextos mediativos
capazes de revelar as mediações desencadeadas no cerne da
produção de determinados conhecimentos, revela um contexto
de ações, procedimentos e atitudes que humanizam o papel do
professor, o papel da escola, dos alunos e dos conhecimentos
culturais não sistematizados pela educação escolar."
(QUADROS, Paulo da Silva. Epistemologia da leitura: um campo interpretativo
de inserção dos meios digitais no contexto escolar. 2009. 468 f. Tese (Doutorado
em Educação - Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo,
2009. p. 191)
Mediação, interação, mediatização
SANTAELLA relendo Sodré diz que conseguiu definir melhor que Barbero o 
conceito de mediação, mas reconhece que sua compreensão vai além do caráter 
instrumental.
• Diz que Sodré fez boa conceituação de: 
mediação/mediações simbólicas (linguagens), 
interação (a forma operativa do processo mediador),
mediatização (“é uma ordem de mediações socialmente realizadas”, uma 
tecnomediações - um tipo de interação).
• P/ a autora a sociedade midiatizada está relacionada à exacerbação 
midiática, pois “quando comparada às formas interativas, presentes nas
mediações tradicionais, a mediatização redunda numa mediação social
exacerbada com espaço próprio e relativamente autônomo”. 
 
(SANTAELLA, Lúcia. As linguagens como antídotos ao midiacentrismo. In: Revista 
Matrizes - Revista do Programa de PósSão Paulo-Graduação em Ciências da 
Comunicação da Universidade de São Paulo, São Paulo, ano 1, n. 1, pp 75-97, 2007) 
 
Bios midiático (Sodré)
Cria o conceito de "bios midiático" somando aos três da pólis: 
• vida contemplativa, 
• vida prazerosa e 
• vida política 
A sociedade midiatizada é um novo tipo de sociedade diferente 
• da sociedade do discurso (Foucault) 
• da sociedade de controle (Deleuze) 
• ou mesmo tensionada por campos (Bourdieu)... 
O bios midiático “é a configuração comunicativa da virtualização
generalizada da existência capaz de afetar as percepções e as
representações correntes da vida social, inclusive neutralizar as
tensões do vínculo comunitário”.
(SODRÉ, Muniz. Sobre a episteme comunicacional. In: Revista Matrizes - 
Revista do Programa de PósSão Paulo-Graduação em Ciências da Comunicação 
da Universidade de São Paulo, São Paulo, ano 1, n. 1, pp 15-26, 2007.)
Bios midiático (Sodré)
• Midiatização é uma ordem de mediações socialmente 
realizadas, caracterizadas por uma espécie de prótese 
tecnológica e mercadológica da realidade sensível, 
denominada medium.  
• O bios midiático implica uma nova tecnologia perceptiva e 
mental, um novo tipo de relacionamento do indivíduo com 
as referências concretas e com a verdade. 
• A questão inicial é a de se saber qual é a influência ou 
poder que essa articulação exerce sobre a construção da 
realidade social, na moldagem de percepções, afetos, 
significações, costumes e produção de efeitos políticos.
Sociedade mediatizada (Krotz)
• Sociedade mediatizada é influenciada por questões 
de globalização, individualização, mediatização, 
economia/comercialização. 
• Krotz a vê como metaprocessos que influenciam a 
democracia, sociedade, cultura, política e outras condições 
de vida ao longo do tempo. 
• Metaprocesso é compreendido como construções que 
descrevem e explicam teoricamente específicas dimensões 
econômicas, sociais e culturais e suas mudanças reais, em 
uma perspectiva crítica. 
• As relações sociais, de identidade, institucionais, 
organizacionais, culturais e da sociedade como um todo 
estão mudando.
Mediatização/Mediatizar
mediatização
sf (mediatizar+ção) Ato ou efeito de mediatizar.
 
mediatizar
(mediato+izar) vtd 1 Fazer que (um soberano ou um Estado) 
deixe de depender imediatamente do poder supremo de uma 
confederação (diz-se especialmente dos príncipes ou Estados 
do antigo império alemão). 2 Tornar mediato (um fato). 3 Servir 
de mediação ou de mediador: Cristo mediatiza Deus e os 
homens.
 
Mediatização da internet e
internetização da mídia de massa
- Internet como uma mídia de massa / A mídia de massa 
sucumbindo as influências da internet.
 
- Midiatização da internet (tanto a fixa como a móvel)
Fortunati se concentra na invasão da internet pelos jornais e 
no processo de difusão/disseminação de notícias pela rede.
 
- Internetização das mídias de massa
Fortunati aborda algumas influências da internet no estilo 
jornalistico, mas seu foco recaí na televisão (Ex. RaiNews24 e 
MediaMente).
 - Duas mudanças permanecem na sombra até o momento: o 
processo de produção que começa a partir da internet e não na 
mídia tradicional e a influência da internet em um nivel 
simbólico na televisão.
 
 - A internetização da televisão ainda é uma fachada, para a 
mídia tradicional a internet ainda é um acessório. Até agora o 
fenômeno que mais de desenvolveu foi a midiatização da 
internet.  
 
 - A midiatização da internet e a internetização da mídia de 
massa resultam na domesticação mútua e na convergência 
dessas mídias.
Rituais midiatizados (Cottle)
• Espetáculos midiáticos x fabricação de fatos?
• Ritos x rituais?
• O que são e o que representavam os rituais para a
sociedade e o que mudou com as mídias de massa?
Ritual: adj m+f (lat rituale) 1 Pertencente ou relativo aos ritos.
2 Que contém os ritos. sm 1 Livro que contém os ritos, ou a
forma das cerimônias de uma religião. 2 Cerimonial. 3
Conjunto das regras a observar; etiqueta, praxe, protocolo.
Rito - s.m. Conjunto de regras e de cerimônias que se
praticam numa religião: o rito da Igreja romana. / Culto, seita.
Rituais midiatizados (Cottle)
• Habermas que evidencia a sociedade do ritual e do
espetáculo de maneira racional - mas deixa de ver o
papel das emoções, símbolos e sentimentos dentro
deste contexto da comunicação.
• Lembra que Benjamim mostra que o ritual tem servido
para reforçar o poder dos cultos.
• Para entender a potencialidade do rito, busca em
Durkheim sua definição que afirma que os ritos servem
para revitalizar os sentimentos coletivos e um senso de
propósito mais elevados.
Rituais midiatizados (Cottle)
• Rituais midiatizados = uma forma que a mídia tem de
efetivar comemorações compartilhadas, um processo de
fabricação do consentimento.
A partir de Durkheim, define:
• os rituais mediatizados como aqueles fenômenos
excepcionais e performativa dos meios que servem para
sustentar ou mobilizar os sentimentos e a solidariedade
coletiva em função da simbolização e uma orientação do
subjetivo do que deveria ou deveria ser.
Rituais midiatizados (Cottle)
Seis abordagens teóricas x abordagem de rituais midiatizados:
• pânicos morais (mobilização dos medos e ansiedade
coletiva x ordem social);
• eventos comemorativos (eventos de mídia, preocupação
com celebração oficiais/governo);
• conflitos eventos de mídia (hegemonia cultural/gramsci,
espetáculo midiático do que aconteceu);
• catástrofes (ao vivo, comemoração memorável da tragédia
humana);
• escândalos de mídia (invocam os limites coletivos, limites
morais, etc.);
• crise pública (tendem a aumentar a distância entre o fato e
o subjetivo, poder de mudança social).
Rituais midiatizados (Cottle)
Cottle acredita que o estudo dos rituais mediatizados
estimula uma visão mais complexa da interação
entre elites e não-elites
e reconhece que há muitos
papéis realizados pela mídia no âmbito midiático como:
• instigador,
• maestro,
• narrador,
• mediador,
• advogado,
• militante e
• campeão, dentre outros.
Sugestões: leituras complementares
CONTRERA, Malena Segura. Ontem, hoje e amanhã: sobre os rituais midiáticos.
Revista F@ro, Valparaíso, Chile, v. 1, n. 2. Disponível em:
<http://web.upla.cl/revistafaro/n2/02_segura.htm>. Acesso em: 11 set. 2010.
JESÚS MARTÍN-BARBERO. Roda Viva. São Paulo: TV Cultura, 03 de fevereiro de
2003. Programa de TV. Disponível em:
<http://www.rodaviva.fapesp.br/materia/62/entrevistados/jesus_martinbarbero_2003.htm>.
Acesso em: 05 set. 2010.
MARCONDES FILHO, Ciro. Martín-Barbero, Canclini, Orozco. Os impasses de uma
teoria da comunicação latino-americana. Revista FAMECOS: mídia, cultura e
tecnologia, São Paulo, v. 1, n. 35, p. 69-95, abr. 2008. Disponível em:
<http://www.revistas.univerciencia.org/index.php/famecos/article/view/5368/4887>. Acesso
em: 06 set. 2010.

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Mediação ou mediatização?

  • 1. Mediação ou mediatização? Antonia Alves Carlos Eduardo Giseli Aguiar Rosária Nakashima 14/09/2010 A informação eletrônica em questão: os pensadores do ciberespaço Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação – ECA-USP Profª. Drª. Elizabeth Saad Corrêa
  • 2. Esboço apresentação Contextualização • Teoria da agulha hipodérmica • Teorias das mediações (Barbero)/Estudos culturais (Hall) Barbero • Teoria das mediações • Tese Quadros • Santaella • Sodré Krotz • Conceito geral de meditização Leopoldina Fortunati • Mediatização e internetização Simon Cottle • Rituais mediatizados
  • 3. Contextualização • Wolf (2008): modelo da “agulha hipodérmica”: aquele na qual a mensagem tem objetivo e alvo certo e provoca o efeito desejado, como uma injeção na veia • Conexão direta entre a exposição às menagens e o comportamento: se uma pessoa é atingida pela propaganda, pode ser controlada, manipulada, induzida a agir • O indivíduo era considerado uma "tábua rasa" na teoria funcionalista e "manipulados" na Teoria Crítica, diante disso surgem os estudos culturais/teoria das mediações dizendo que não é bem assim, pois o "indivíduo tem poder de decisão..."/não são passivos...
  • 4. Teoria das mediações/Estudos culturais • Visão mais ampla e mediada para o entendimento do papel dos meios de comunicação • Conteúdo veiculado é polissêmico • Discurso dos meios de comunicação é construído a partir de interações entre emissores e receptores
  • 5. Mediação sf (lat mediatione) 1 Ato ou efeito de mediar. 2 Intercessão. 3Astr Instante de culminação de um astro. 4 A divisão de cada versículo de um salmo em duas partes, que é marcada com inflexão da voz, quando o ofício é cantado. 5 Dir Contrato especial pelo qual uma pessoa, mediante remuneração, se incumbe de empregar o seu trabalho ou diligência para obter que duas ou mais pessoas, interessadas num determinado negócio, se aproximem com o fim de o realizar. 6 DirInterferência de uma ou mais potências, junto de outras dissidentes, com o objetivo de dirimir pacificamente a questão ocorrente, propondo, encaminhando, regularizando ou concluindo quaisquer negociações nesse sentido.
  • 6. (QUADROS, Paulo da Silva. Epistemologia da leitura: um campo interpretativo de inserção dos meios digitais no contexto escolar. 2009. 468 f. Tese (Doutorado em Educação - Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009. p. 178)
  • 7. Mediação • Pano de fundo onde as manifestações comunicacionais orquestram tramas culturais • Conceito não tem contornos muito claros e compreende toda a gama de relações e intersecções entre cultura, política e fenômeno comunicacional • Mediações se referem às apropriações, recodificações e resignificações particulares aos receptores • Produção, recepção, meio e mensagem só podem ser pensados como um processo contínuo -- as mediações -- posição de onde é possível compreender o intercâmbio entre produção e recepção
  • 8. Martín-Barbero • Deixar de responder apenas “o que os meios fazem com as pessoas?” e passar a questionar “o que as pessoas fazem com os meios?” • Relações entre comunicação e cultura são multifacetadas • Superação de esquemas mentais que reproduzem relações causa-efeito, linearidade ou oposições excludentes • Consideração de diferentes dimensões e níveis – histórico, cultural, social, estético e subjetivo – que, interligados, constituem o processo de comunicação social
  • 9. Revista Matrizes "Talvez agora, mais claramente do que antes – porque as questões epistemológicas do campo da comunicação passaram a ganhar legitimidade na América Latina –, continua na pauta de debates a questão do objeto da comunicação: meios ou mediações? Mediatização ou mediação? Ou seja, a questão da comunicação é uma questão de meios ou de mediações? Faço essa pergunta para que responda precisamente este ponto: será preciso fazer um outro livro agora, intitulado Das mediações aos meios?"
  • 10. Martín-Barbero • A mudança foi reconhecer que a comunicação estava mediando todos os lados e as formas da vida cultural e social dos povos • Rádio é cada vez menos somente rádio; o rádio hoje oferece programas que são blogs, no qual alguém fala, outras pessoas falam • Os gêneros estão sendo reinventados à luz da interface da televisão com a internet • Estamos ante formas mestiças que começam a ser produzidas, formas incoerentes porque rompem a norma atuando transversalmente em todos os meios • É a contaminação entre sonoridades, textualidades, visualidades, as matérias-primas dos gêneros
  • 11. Mídia-educação, leitura crítica dos meios, educomunicação, educação para a mídia e media literacy • Termos usados para caracterizar uma área interdisciplinar do conhecimento que se preocupa em desenvolver formas de ensinar e aprender aspectos relevantes da inserção dos meios de comunicação na sociedade • Lliteracia em mídia: ações pedagógicas -> compreensão crítica e a participação ativa
  • 12. Conceito de Mediação Mauro Wilton de Sousa (Diretor da ECA): como o esforço de identificar e captar as múltiplas ações, situações, tecnologias e circunstâncias que se colocam como categorias estruturantes do modo de ser e de viver das pessoas num tempo e espaço dados, ou seja, os sentidos sociais estruturantes da vida num contexto dado. Mediação: tudo aquilo que interfere na forma como percebemos e entendemos o mundo. ( SOUSA, Mauro Wilton de.O lugar social da comunicação mediática. In Caminhos da Educomunicação, 2.ed, Editora Salesiana, São Paulo, 2003, p.21-34)
  • 13. Conceito de Mediação Segundo Marcondes Filho (1997, p. 266), “toda a relação do homem com seu mundo se dá por mediação, ocorra ela no plano abstrato-intelectivo ou material concreto dos instrumentos criados”, sendo que a técnica, neste contexto, passa a ser vista como “veículo, através do qual o homem se vincula ao mundo, apropriando-o ou manipulando-o”. (MARCONDES FILHO, Ciro. Superciber. A civilização místico- tecnológica do século 21. São Paulo: NTC-ECA/USP, 1997.)
  • 14. Professor mediador "(...) dizer que o professor é um mediador pedagógico não serve para acrescentar muito significado à mudança de postura do seu comportamento em sala de aula. (...) dizer que o professor é um criador de condições e contextos mediativos capazes de revelar as mediações desencadeadas no cerne da produção de determinados conhecimentos, revela um contexto de ações, procedimentos e atitudes que humanizam o papel do professor, o papel da escola, dos alunos e dos conhecimentos culturais não sistematizados pela educação escolar." (QUADROS, Paulo da Silva. Epistemologia da leitura: um campo interpretativo de inserção dos meios digitais no contexto escolar. 2009. 468 f. Tese (Doutorado em Educação - Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009. p. 191)
  • 15. Mediação, interação, mediatização SANTAELLA relendo Sodré diz que conseguiu definir melhor que Barbero o  conceito de mediação, mas reconhece que sua compreensão vai além do caráter  instrumental. • Diz que Sodré fez boa conceituação de:  mediação/mediações simbólicas (linguagens),  interação (a forma operativa do processo mediador), mediatização (“é uma ordem de mediações socialmente realizadas”, uma  tecnomediações - um tipo de interação). • P/ a autora a sociedade midiatizada está relacionada à exacerbação  midiática, pois “quando comparada às formas interativas, presentes nas mediações tradicionais, a mediatização redunda numa mediação social exacerbada com espaço próprio e relativamente autônomo”.    (SANTAELLA, Lúcia. As linguagens como antídotos ao midiacentrismo. In: Revista  Matrizes - Revista do Programa de PósSão Paulo-Graduação em Ciências da  Comunicação da Universidade de São Paulo, São Paulo, ano 1, n. 1, pp 75-97, 2007)   
  • 16. Bios midiático (Sodré) Cria o conceito de "bios midiático" somando aos três da pólis:  • vida contemplativa,  • vida prazerosa e  • vida política  A sociedade midiatizada é um novo tipo de sociedade diferente  • da sociedade do discurso (Foucault)  • da sociedade de controle (Deleuze)  • ou mesmo tensionada por campos (Bourdieu)...  O bios midiático “é a configuração comunicativa da virtualização generalizada da existência capaz de afetar as percepções e as representações correntes da vida social, inclusive neutralizar as tensões do vínculo comunitário”. (SODRÉ, Muniz. Sobre a episteme comunicacional. In: Revista Matrizes -  Revista do Programa de PósSão Paulo-Graduação em Ciências da Comunicação  da Universidade de São Paulo, São Paulo, ano 1, n. 1, pp 15-26, 2007.)
  • 17. Bios midiático (Sodré) • Midiatização é uma ordem de mediações socialmente  realizadas, caracterizadas por uma espécie de prótese  tecnológica e mercadológica da realidade sensível,  denominada medium.   • O bios midiático implica uma nova tecnologia perceptiva e  mental, um novo tipo de relacionamento do indivíduo com  as referências concretas e com a verdade.  • A questão inicial é a de se saber qual é a influência ou  poder que essa articulação exerce sobre a construção da  realidade social, na moldagem de percepções, afetos,  significações, costumes e produção de efeitos políticos.
  • 18. Sociedade mediatizada (Krotz) • Sociedade mediatizada é influenciada por questões  de globalização, individualização, mediatização,  economia/comercialização.  • Krotz a vê como metaprocessos que influenciam a  democracia, sociedade, cultura, política e outras condições  de vida ao longo do tempo.  • Metaprocesso é compreendido como construções que  descrevem e explicam teoricamente específicas dimensões  econômicas, sociais e culturais e suas mudanças reais, em  uma perspectiva crítica.  • As relações sociais, de identidade, institucionais,  organizacionais, culturais e da sociedade como um todo  estão mudando.
  • 20. Mediatização da internet e internetização da mídia de massa - Internet como uma mídia de massa / A mídia de massa  sucumbindo as influências da internet.   - Midiatização da internet (tanto a fixa como a móvel) Fortunati se concentra na invasão da internet pelos jornais e  no processo de difusão/disseminação de notícias pela rede.   - Internetização das mídias de massa Fortunati aborda algumas influências da internet no estilo  jornalistico, mas seu foco recaí na televisão (Ex. RaiNews24 e  MediaMente).
  • 22. Rituais midiatizados (Cottle) • Espetáculos midiáticos x fabricação de fatos? • Ritos x rituais? • O que são e o que representavam os rituais para a sociedade e o que mudou com as mídias de massa? Ritual: adj m+f (lat rituale) 1 Pertencente ou relativo aos ritos. 2 Que contém os ritos. sm 1 Livro que contém os ritos, ou a forma das cerimônias de uma religião. 2 Cerimonial. 3 Conjunto das regras a observar; etiqueta, praxe, protocolo. Rito - s.m. Conjunto de regras e de cerimônias que se praticam numa religião: o rito da Igreja romana. / Culto, seita.
  • 23. Rituais midiatizados (Cottle) • Habermas que evidencia a sociedade do ritual e do espetáculo de maneira racional - mas deixa de ver o papel das emoções, símbolos e sentimentos dentro deste contexto da comunicação. • Lembra que Benjamim mostra que o ritual tem servido para reforçar o poder dos cultos. • Para entender a potencialidade do rito, busca em Durkheim sua definição que afirma que os ritos servem para revitalizar os sentimentos coletivos e um senso de propósito mais elevados.
  • 24. Rituais midiatizados (Cottle) • Rituais midiatizados = uma forma que a mídia tem de efetivar comemorações compartilhadas, um processo de fabricação do consentimento. A partir de Durkheim, define: • os rituais mediatizados como aqueles fenômenos excepcionais e performativa dos meios que servem para sustentar ou mobilizar os sentimentos e a solidariedade coletiva em função da simbolização e uma orientação do subjetivo do que deveria ou deveria ser.
  • 25. Rituais midiatizados (Cottle) Seis abordagens teóricas x abordagem de rituais midiatizados: • pânicos morais (mobilização dos medos e ansiedade coletiva x ordem social); • eventos comemorativos (eventos de mídia, preocupação com celebração oficiais/governo); • conflitos eventos de mídia (hegemonia cultural/gramsci, espetáculo midiático do que aconteceu); • catástrofes (ao vivo, comemoração memorável da tragédia humana); • escândalos de mídia (invocam os limites coletivos, limites morais, etc.); • crise pública (tendem a aumentar a distância entre o fato e o subjetivo, poder de mudança social).
  • 26. Rituais midiatizados (Cottle) Cottle acredita que o estudo dos rituais mediatizados estimula uma visão mais complexa da interação entre elites e não-elites e reconhece que há muitos papéis realizados pela mídia no âmbito midiático como: • instigador, • maestro, • narrador, • mediador, • advogado, • militante e • campeão, dentre outros.
  • 27. Sugestões: leituras complementares CONTRERA, Malena Segura. Ontem, hoje e amanhã: sobre os rituais midiáticos. Revista F@ro, Valparaíso, Chile, v. 1, n. 2. Disponível em: <http://web.upla.cl/revistafaro/n2/02_segura.htm>. Acesso em: 11 set. 2010. JESÚS MARTÍN-BARBERO. Roda Viva. São Paulo: TV Cultura, 03 de fevereiro de 2003. Programa de TV. Disponível em: <http://www.rodaviva.fapesp.br/materia/62/entrevistados/jesus_martinbarbero_2003.htm>. Acesso em: 05 set. 2010. MARCONDES FILHO, Ciro. Martín-Barbero, Canclini, Orozco. Os impasses de uma teoria da comunicação latino-americana. Revista FAMECOS: mídia, cultura e tecnologia, São Paulo, v. 1, n. 35, p. 69-95, abr. 2008. Disponível em: <http://www.revistas.univerciencia.org/index.php/famecos/article/view/5368/4887>. Acesso em: 06 set. 2010.

Notas do Editor

  1.  
  2.  
  3.