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Justificativa:
             UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
         PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
              COORDENAÇÃO GERAL DE PESQUISA




                                  ORIENTADOR
                                Cláudio Cardoso Paiva




                              TÍTULO DO PROJETO
                 Modernização Tecnológica e Desenvolvimento Social.
                           Um estudo das mídias digitais




                               TÍTULO DO PLANO
    Mídia Colaborativa, Mobilidade e Produção Jornalística: Dos Blogs aos Microblogs




MARQUE UMA DAS SEGUINTES OPÇÕES : ( X ) NOVO                      ( ) RENOVAÇÃO


CASO TENHA MARCADO A SEGUNDA OPÇÃO, APRESENTAR JUSTIFICATIVA
             CIRCUSTANCIADA PARA A RENOVAÇÃO




               GRUPO DE PESQUISA CADASTRADO NO CNPq
                    Grupo de Estudos das Mídias digitais


                                          2008
1. Introdução (caracterizar o problema e apresentar justificativa e objetivos gerais –
    até 2 páginas)

    O exame das mídias digitais consiste num estágio da nossa pesquisa, em que procuramos repensá-
las como vetores lúdicos, cognitivos, sociais, estéticos e políticos. Intencionamos contemplar os
ambientes culturais irradiados pelos processos midiáticos, colocando em perspectiva o modo como se
realizam as modalidades de interação social no contexto das novas tecnologias da comunicação e em
nossas investigações, temos focalizado o tema da interatividade e empoderamento social, e
fundamentalmente observamos como as modernização tecnológica instiga uma produção de
conhecimento voltado para o desenvolvimento social.
    Em estágios anteriores da pesquisa examinamos como os dispositivos hipermidiáticos, telemáticos
e informacionais (hipertexto, DVD, CD-ROM) têm otimizado os recursos humanos e sociais nos
campos da Estética e Sociabilidade (2007/2008), da Ciberarte (2006-2007), Educação (2005-2006), da
Produção Artística (2004-2005), do Jornalismo (2003-2004) e das Organizações (2002-2003). Assim,
desenvolvemos um conjunto de investigações sobre o ciberespaço - com o apoio dos atores sociais
constituídos pelos jovens pesquisadores - explorando as “novas” modalidades de recursos humanos e
tecnológicos que têm dinamizado o trabalho no campo da comunicação social, tanto em suas
dimensões epistemológicas quanto institucionais.
    As linguagens e técnicas emergentes com as mídias digitais ou hipermídias, nos remeteram a uma
necessária atualização da pesquisa em sintonia com os processos midiáticos e comunicacionais, em
permanente reconfiguração.
    Procuramos aliar a reflexão teórica, fazendo um estudo sistemático das publicações pertinentes e
as atividades de cunho mais pragmático, como a utilização dos multimeios nas estratégias pedagógicas
e profissionais. Exploramos o campo da cibercultura e suas interfaces com os domínios da Ética,
Estética, Sociedade e Política. Ou seja, procuramos entender como os processos digitais favorecem um
aperfeiçoamento da conduta nos protocolos da vida pública e profissional; sondamos como as novas
mídias irradiam imagens, sons e discursos que, carregados de afetividade, revigoram os laços
comunitários; investigamos como os hipertextos propiciam novas modalidades de inteligência
cognitiva; analisamos como as home pages, as listas de discussão, as comunidades virtuais informam
usuários, clientes e cidadãos para o exercício da autonomia e objetividade nos processos de decisão,
nos fóruns da vida privada e nos negócios da vida pública.
    Dentre as características da hipermídia, uma das mais instigantes é o fato de abrirem múltiplos
caminhos de conectividade entre os indivíduos e grupos, transformando o receptor em emissor e até
mesmo em editor de textos, além de criarem comunidades interativas que redimensionam o modo de
produção, circulação e partilha das experiências coletivas.
    A velocidade, concisão e diversidade dos hipertextos, em seu ritmo ligeiro, atento à atualização
permanente das informações, sob o signo do mercado e razão tecnológica, fundam os espaços e
tempos da simulação, do múltiplo, do provisório, e tudo isso impõe novos desafios para os
profissionais do campo comunicacional.

    Definição do Problema

    O problema se coloca ao nível do acesso, da seletividade e utilização das mensagens de maneira
adequada ao repertório dos usuários e pesquisadores. Partimos do pressuposto que um veículo como a
Internet é utilizado por grande parte dos usuários (formada principalmente pelas jovens gerações), sob
a forma da diversão e do entretenimento. Então, num ambiente de absoluta dispersão, eletividade e
descontração, o acesso ao conhecimento, nivela-se pela forma como os internautas acessam as redes
procurando as satisfações imediatas, o prazer e o divertimento.
    O desafio que se coloca para uma investigação dos conteúdos qualitativos da Internet, em função
da autonomia e emancipação da inteligência cognitiva, é detectar as modalidades sistemáticas de uso,
os níveis de interação e os resultados obtidos em termos de assimilação e utilização das mensagens na
vida pública e profissional.
    E convém ressaltar, a problemática se situa num plano que extrapola os limites da experiência com
a Internet, uma vez que na “condição pós-moderna” (LYOTARD, 1986) no cenário contemporâneo,
experimentamos uma espécie de “vida digital” (NEGROPONTE), que evidentemente propicia
instâncias de regressão, transtorno e obliteração, mas sobretudo, gera, permanentemente, novas
modalidades de acesso à informação e ao conhecimento de uma maneira totalmente diferenciada das
experiências conhecidas pelos nossos antepassados, o que requer uma atualização sistemática de
nossos procedimentos metodológicos e epistemológicos.
    Sendo este um universo amplo e difuso, elegemos uma agenda temática buscando explorar as
questões concernentes à modernização tecnológica (expressa pela competência comunicativa no uso
pragmático dos suportes técnico informacionais e telemáticos) e ao desenvolvimento social (traduzido
pela dinâmica do acesso, operacionalização e intercâmbio dos atores sociais).
    Os procedimentos das mídias digitais podem ser lidos, por um lado, como dispositivos que
favorecem o individualismo, segregação e exclusão social, como recorrências eletivas nos tempos de
lazer e entretenimento. Por outro lado, constituem os vetores de uma inteligência coletiva, servindo
como motores para o agenciamento e otimização de uma pedagogia presencial e à distância, enfim,
podem ser consideradas como janelas para uma nova percepção da realidade, implicando em formas
atualizadas das experiências de intersubjetividade, sociabilidade e comunicabilidade.
    Situamos o nosso discurso e argumentação nas interfaces dos campos educacionais e
comunicacionais, elegendo como fio condutor, norteador de nossa investigação, a seguinte pergunta:
    Podem as mídias digitais promover uma modalidade de rigor no conhecimento, levando os seus
agentes a um nível desejável de competência comunicativa?

    Justificativa

     A pesquisa dos dispositivos tecnológicos, que constituem o universo da cibercultura, se mostra
relevante, na medida em que pode atualizar os procedimentos téorico-metodológicos e
epistemológicos no campo das ciências da Comunicação e áreas convergentes do conhecimento.
     O estudo das mídias culturais, enfatizando a equação que reúne os temas da modernização
tecnológica e do desenvolvimento social, faz-se necessário porque atende às expectativas dos jovens
estudantes-pesquisadores em Comunicação que na rotina dos seus tempos de trabalho e de lazer já se
utilizam das novas tecnologias para otimizar os seus desempenhos tanto na esfera privada quanto na
esfera pública.
     A exploração da temática do ciberespaço atesta a sua pertinência na medida em que promove
novos agenciamentos estéticos, cognitivos, educacionais, artístico-culturais e ético-políticos,
contribuindo para o aperfeiçoamento das práticas individuais e coletivas voltadas para a gestão das
ações afirmativas no âmbito da sociedade atual.
     A investigação das páginas eletrônicas, especialmente aquelas norteadas pelos procedimentos da
comunidade científica, consiste numa estratégia importante, pois pode vir a atualizar o próprio estatuto
da experiência cognitiva, ao conectar as representações coletivas, as novas percepções sensoriais, os
novos discursos e linguagens irradiados pelas artes tecnológicas das hipermídias.

    Objetivos

     Realizar um mapeamento seletivo de um conjunto de dispositivos hipermidiáticos (sites,
hipertextos, ambientes informacionais), que possa nos fornecer um corpus adequado para a
contemplação do ciberespaço como um lócus privilegiado para a produção de conhecimento no campo
da comunicação.
     Explorar as páginas eletrônicas como vetores das experiências favoráveis ao debate das interfaces
da Comunicação, Educação e Sociedade, enfatizando as páginas que obedecem a um certo rigor e
sistematização no campo da metodologia científica. Investigar os sites da Internet que sejam
adequados a uma discussão nos programas dos cursos de Comunicação, colocando em perspectiva o
exame da sua forma e conteúdo, de maneira que possam sinalizar uma discussão em termos éticos,
estéticos, sociais e políticos.
     Examinar como os dispositivos informacionais (internet, CD-ROM, DVD) podem ser utilizados
como suportes metodológicos no exercício do ensino e pesquisa em comunicação, considerando os
níveis de suas competências artístico-culturais, ético-políticas, sensoriais e cognitivas.
    2. Fundamentação Teórica – (até 3 páginas)

     Hoje, no plano das estruturas do cotidiano, as máquinas de virtualidade, com suas múltiplas redes
e rizomas, permitem-nos a mapear páginas, sites, hipertextos, ciberambientes que funcionam como
canais eficientes de acesso ao conhecimento, como motor capaz de fazer o sujeito da experiência
interagir afirmativamente no seu meio ambiente social, político, comunicacional.
     As redes informacionais têm produzido uma forte atração sobre os usuários através da
disponibilização de mensagens lúdicas, da configuração estética sedutora, da simulação radical de
plena gratificação. Esta circunstância, que já se manifestara nos tempos da comunicação linear, (com a
publicidade, rádio, cinema e televisão), intensificou-se na era da comunicação interativa (com os
celulares, as tevês digitais e os microcomputadores).
     O nosso objeto de estudo circunscreve o campo das mídias digitais e o delimitamos, privilegiando
o hipertexto como estrutura básica da cibercultura e reconhecendo que o meio ambiente atual se
encontra configurado através de um ethos midiático (SODRÉ, 2002), que distingue uma outra forma
de vida.
     Metodologicamente organizamos a nossa mirada epistemológica no cruzamento das interfaces da
Comunicação, Educação e Sociedade.
     Um dos prováveis caminhos para uma exploração do tema é constituído a partir da conjugação da
Comunicação com a Pedagogia, ou seja, uma observação dos processos cognitivos a partir de um
enfoque da Comunicação interagindo com a educação, a pedagogia e a aprendizagem, formuladas
com base na disposição das afetividades e sociabilidades que estruturam a inteligência, sensorialidade
e sensibilidade dos atores sociais. Isto é, miramos as interrelações entre os processos comunicacionais
e educacionais, que a rigor ultrapassam os limites definidos pelos sistemas midiáticos (dispositivos
analógicos e digitais) e pelos sistemas educativos (escola, grades curriculares, etc), como sugerem
BRAGA & CALAZANS (2003).
     Outro caminho para uma exploração da hipermídia como um canal de conhecimento se viabiliza
pela via da sociabilidade, ou seja, pelo sistemas de trocas e mutualidades, intercâmbios e
reciprocidades, aproximação das fronteiras físicas, geográficas, psicológicas e sensoriais realizadas no
âmbito da interacionalidade efetivada entre os internautas. Circunscrevemos então o intervalo em que
dialogam o domínio da comunicação social e da sociologia da comunicação, isto é, um entrelaçamento
dos agenciamentos informativos, midáticos e comunicacionais, e a produção coletiva das mensagens,
os usos sociais, a lógica comunitária que rege os processos comunicantes e cognitivos (SODRE,
2002).
     Um outro caminho norteador para uma abordagem consiste focalizar o nosso estudo das
hipermídias, dos ambientes hipermidiáticos, explorando a dimensão da experiência estética, que
encontra o seu meio privilegiado de expressão da arte; isto é, considerando as informações como
condutores das formas afetivas e sensoriais proporcionamento a ampliação da percepção sensível e
cognitiva, conforme sinaliza SANTAELLA. Buscando o rigor metodológico e a sistematização da
pesquisa, a exploração sobre as mídias digitais, pelo viés da experiência estética, da produção
artística, autorizaria a seleção de um repertório composto pelos hipertextos referentes ao tema da
ciberarte, modulação da arte tecnológica que configura uma espécie de síntese das expressões
artísticas contemporâneas.
     Essas três dimensões não se distinguem em termos mais pragmáticos; entretanto, a título de
sistematização metodológica, elas podem configurar hierarquias, escolhas, redefiniçoes e
exclusividades. Ressaltamos em nosso Projeto de Pesquisa a disposição para elaborar um trabalho,
cuja intenção - sobretudo – em sua perspectiva teórica e epistemológica, é mapear essa imensa rede,
averiguando o campo de possibilidades das redes de comunicação, gerando modalidades de
conhecimento.
     Todavia, neste momento específico da pesquisa, privilegiaremos a experiência da comunicação em
rede (MAFFESOLI), visando entender a conexão dos processos sociais e cognitivos incluindo os sites
de relacionamento (orkut), mundos virtuais (MUDs) e os blogs jornalisticos. Observamos como a
cultura das redes se configura a partir de um pensar-pulsar (MARCONDES FILHO) que se alimenta
por meio das formas, imagens, sons e textos impregnados pelos afetos, sensações, emoções e
sentimentos dos atores sociais interligados por essa gigantesca “arvore do conhecimento” (LÉVY).
As pesquisas teóricas no campo da comunicação têm privilegiado o filão histórico-hermenêutico,
vertente epistemológica muito significativa no enfrentamento das questões essenciais neste domínio.
No que concerne especificamente aos estudos latino-americanos e brasileiros, a investigação científica
tem evoluído em direção às análises qualitativas, buscando examinar os indivíduos e grupos sociais
em seu contexto histórico-social, político e cultural. Tal empresa carrega consigo a virtude de se armar
de uma perspectiva crítica ante os paradigmas tradicionais, descolocando a ênfase sobre o emissor e
considerando a importância das formas de apropriação e adequação das mensagens por parte dos
usuários.
     Buscando ultrapassar a perspectiva mecanicista que funciona como uma “grade teórica” e suas
“amarras conceituais”, que muitas vezes inibem a fertilidade do próprio objeto de estudo, partimos de
uma epistemologia compreensiva (WEBER, SIMMEL, MAFFESOLI) atenta à complexidade sócio-
cultural (MORIN) e formas de interação entre os indivíduos, às modalidades de tribalização e à
utilização das tecnologias da inteligência (LÉVY). Isto é, em vez de exercitarmos uma “teoria do
balde” (BERLO), termo que traduz um estilo de comunicação linear, vertical, autoritária, convém
percebermos como as redes informacionais estimulam as interações entre as raízes (história social,
memória, coletiva) e as antenas da cultura, ou sejam, as formas de percepção e atualização permanente
das vivências e experiências dos indivíduos e grupos. As noções e conceitos aqui utilizados podem
servir como “alavancas metodológicas”, a título provisório, pontual, nômade (DELEUZE) propiciando
a abertura de janelas para compreendermos as relações entre a virtualidade da redes e as interfaces da
realidade histórica, social, econômica e política.
     Partimos de um lugar de fala e de escuta, buscando compreender o nosso objeto de pesquisa, ou
seja, as páginas eletrônicas, as instalações e os ambientes comunicacionais, os hipertextos, como
elementos fundamentais e estruturadores deste novo “universo on line”, que impõe novos desafios à
pesquisa em comunicação. Uma epistemologia compreensiva aberta aos princípios do dialogismo, da
polifonia e da intertextualidade (BAKHTIN), conceitos-chave na performatividade das novas
tecnologias de comunicação, alerta para refinarmos as nossas percepções e nos atualizarmos para
decifrar as novas modalidades de conhecimento geradas pela cultura das redes.
3. Metodologia (apresentar a estratégia de ação - até 3 páginas)

    Em princípio se faz necessário um mapeamento seletivo das páginas eletrônicas, na Internet, dos
ambientes ciberculturais, dos produtos hipertextuais e interativos, buscando agrupar aquelas que nos
parecem relevantes para o trabalho de pesquisa no domínio da Comunicação, abrangendo os campos
da arte, técnica, ciência e política, mas privilegiando aqui, conforme mencionamos, a experiência
estética como vetor da produção de conhecimento.
    Neste recorte, privilegiamos os textos que obedecem ao mínimo de rigor sistemático, uma vez que
o nosso trabalho pretende guarnecer o exercício de ensino e pesquisa em comunicação.
    Em seguida, uma revisão bibliográfica de cunho interdisciplinar é importante: Primeiro porque nos
permitirá um refinamento teórico no tratamento dos dispositivos informacionais escolhidoas; depois
porque funcionará como alavanca metodológica na fundamentação das bases interpretativas para a
análise e crítica do repertório de textos selecionados, e enfim porque nos levará a definir os critérios
para avaliação das páginas. Partimos, de alguns critérios "provisórios" a título de reconhecer o seu
potencial cognitivo, suas possibilidades lúdicas e sua competência comunicativa.
    Uma passagem obrigatória da pesquisa consiste no exercício de um estudo de comunicação
comparada entre os textos dos autores que sustentam uma postura mais crítica em relação às novas
tecnologias (como por exemplo BAUDRILLARD e VIRÍLIO) e aqueles mais entusiastas das
máquinas de comunicar (como LÉVY e MAFFESOLI). Este procedimento mostra-se relevante na
medida em que pode conduzir a uma compreensão dialógica das mídias digitais, cuja inserção na
história da cultura em curso ainda se presta à controvérsias.
    A parte estrutural do trabalho empírico consiste na elaboração de uma investigação com os
usuários da rede, particularmente, os alunos, docentes, pesquisadores e profissionais de comunicação,
tendo em vista apreciar os níveis de legitimidade das dispositivos informacionais, enquanto
dispositivos que permitem uma interatividade entre os indivíduos, estimulando novas experiências de
comunicabilidade.
    Esperamos encontrar, ao fim do trabalho, algumas hipóteses que possam consolidar um discurso e
argumentação consistentes para o agenciamento da reflexão e prática de experiências qualitativas no
uso das mídias interativas.
4. Referências (1 página)

    AIDAR PRADO, J.L. (org.) Crítica das práticas midiáticas. Da sociedade de massa às
ciberculturas. S.P: Hacker, 2002.
    BAUDRILLARD, J. Tela Total. Mito-ironias da era do virtual e da imagem. Porto Alegre: Sulina,
1997.
    BRAGA, J.L. A sociedade enfrenta a sua mídia. Dispositivos sociais de crítica midiática. S.
Paulo: Paulus, 2006.
    CASTELLS, M. A era da informação: Economia, Sociedade e Cultura. vol. 1 A sociedade em
rede. Rio: Paz e Terra, 1999; __ Vol. 2. O Poder da Identidade. Rio: Paz e Terra, 1999; __ Vol. 3, Fim
de Milênio. Rio: Paz e Terra, 1999;
    FEATHERSTONE, M (coord.). Cultura global: nacionalismo, globalização e modernidade.
Petrópolis: Vozes, 1994
    FELINTO, E. A religião das máquinas. Ensaios sobre o imaginário da cibercultura. POA: Sulina,
2005.
    LEÃO, L. O chip e o caleidoscópio. Reflexões sobre as mídias. S. Paulo: SENAC, 2005.
    LEMOS, A. Tecnologia e vida social na cultura contemporânea. POA: Sulina, 2004.
    LEMOS, A; PALÁCIOS, M. (org.) Janelas do ciberespaço. Comunicação e cibercultura. POA:
Sulina, 2001.
    LÉVY, P. Cibercultura. S. Paulo: Ed.34, 1998; __ O que é o virtual. S.Paulo, Ed. 34, __
Tecnologias da inteligência. Ed.34; __ A inteligência coletiva. S. Paulo: Ed. 34.
    MACHADO, A. Máquina e Imaginário. 3ª ed. São Paulo: Edusp, 2001.
    MACHADO, J; MARTINS, F. Para Navegar no Século XXI. Porto Alegre: Sulina, 2000.
    MORAES, D. O concreto e o virtual. Mídia, cultura e tecnologia. Rio: DP&A Editora, 2001.
    PAIVA, C. Walter Benjamin e a Imaginação Cibernética CD ROM - INTERCOM99                    1999.
    PARENTE, A. (org.) Imagem-Máquina. A era das tecnologias do virtual. Ed. 34, 1993; __
Tramas da rede. Novas dimensões filosóficas, estéticas e políticas da comunicação. Porto Alegre:
Sulina, 2004.
    PORTO, S.D. Sexo, Afeto e Era Tecnológica. Brasília: Ed. UnB, 1999.
    RODRIGUES, A. D. Comunicação e cultura: a experiência cultural na era da informação. Lisboa:
Ed. Presença, 1994.
    PRIMO, A. Interação mediada por computador. Comunicação, cibercultura, cognição. POA:
Sulina, 2007.
    RUDIGER, F. Introdução às teorias da cibercultura. Porto Alegre: Sulina, 2007.
    SANTAELLA, L. Culturas e Artes do Pós-Humano: Da cultura das mídias à cibercultura. São
Paulo: Paulus, 2003; __ Linguagens líquidas na era da mobilidade. S. Paulo: Paulus, 2007.
    SODRÉ, M. Antropológica do Espelho: uma teoria da comunicação linear e em rede. Rio de
Janeiro: Vozes, 2002. 259 p.
    TRIVINHO, E. A dromocracia cibercultural. Lógica da vida humana na civilização avançada. S.
Paulo: Paulus: 2007.
    VIRÍLIO, Paul. A bomba informática. São Paulo: Estação Liberdade, 1999.
    ZIELINSKY, S. Arqueologia da mídia. Em busca do tempo remoto das técnicas do ver e ouvir. S.
Paulo: Annablume, 2006.
PLANO DE TRABALHO
5. Objetivos específicos, relevância, vinculação ao projeto e resultados esperados –
   (até 2 páginas)

    Weblog ou blog é o termo criado por John Barger em 1997 para designar os diários
virtuais, sendo ele próprio o autor do primeiro blog. Até 1999, a manutenção dos blogs
dependia do conhecimento técnico sobre como criar páginas na internet. Foi então que o
Blogger (www.blogger.com) surgiu como uma das primeiras e mais populares ferramentas de
criação, hospedagem e atualização de blogs. Ao contrário da intenção do diário manuscrito –
que é o registro secreto de acontecimentos, opiniões, pontos de vista, desabafos, etc. – o blog
estimula a publicação e o comentário desse mesmo conteúdo por qualquer pessoa que o utilize
ou acesse.
    A liberdade de expressão proporcionada pela internet e a facilidade de operação da
interface atraíram milhares de usuários, democratizando a criação e o compartilhamento de
todo tipo de conteúdo em rede: artístico, político, econômico, literário, educacional,
informativo, entre outros. Esse cenário favoreceu a participação de agentes comunicadores,
que aderiram ao blog e o legitimaram na qualidade de mídia. Longe do constrangimento
empresarial e próximo do público, jornalistas e demais cidadãos puderam informar, discutir e
construir a credibilidade do blog como fonte.
    Os melhoramentos tecnológicos permitiram o uso cada vez maior de recursos multimídia
(fotos, áudio, vídeo) nas postagens. A mobilidade foi outra conquista, pois através do acesso
via (principalmente) celular, é possível reportar acontecimentos em tempo real. Para tanto, o
formato original do blog foi modificado de modo a suportar essa nova realidade de
dispositivos móveis munidos com câmeras fotográficas, gravadores de áudio e vídeo, acesso à
internet em alta velocidade, entre outras tecnologias. O microblog surge como o blog em
formato mínimo para ser usado de maneira rápida e portátil.
    Um dos primeiros sites de microblog se chama Twitter (www.twitter.com). Criado em
março 2006 como um serviço interno da empresa Obvious, de Evan Williams – mesmo
idealizador do Blogger – o Twitter foi lançado para o grande público em outubro do mesmo
ano. Em abril de 2007 tornou-se empresa separada da Obvious, sob o nome Twitter, Inc.
    Utilizando postagens de até 140 caracteres, os usuários do site são instigados a responder à
pergunta “What are you doing?” ou “O que você está fazendo?”. Porém, já foi observado que
essas respostas correspondem ao mínimo dos conteúdos veiculados no site. Uma pesquisa
realizada por Edward Mischaud em 2007 comprovou que apenas 35% dos entrevistados em
seu estudo responderam a essa indagação.
    O conteúdo veiculado pelos usuários do Twitter (também chamados Twitters ou Tuiteiros)
contempla desde mensagens sobre a própria vida, trabalho e atividades diárias até pequenas
conversas, links para fotos, vídeos, músicas e repasse de informações recebidas na rede que
constroem dentro do site ao “seguir” os perfis desejados.
    O Twitter possibilita que seus usuários estabeleçam conexões entre si, enviem mensagens
diretas e respondam às postagens uns dos outros como nos comentários de um blog
tradicional. A rede social tem se expandido rapidamente, com um crescimento no número de
acessos da ordem de 700% entre os meses de fevereiro de 2008 e de 2009, segundo o site
comScore. Assim, a audiência do Twitter está a cada dia maior, e as postagens tem
repercussão tanto dentro da própria rede – pessoas com muitos contatos – como ao serem
repassadas, atingindo pessoas de outras redes.
    Através do Twitter, acontecimentos notórios foram noticiados por usuários, como o pouso
de um avião no rio Hudson, em Nova York. O empresário Janis Krums tirou uma foto com
seu celular e postou a seguinte mensagem: “Há um avião no Hudson. Estou no barco indo
pegar as pessoas. Loucura.”. Essa foi a primeira notícia e também a primeira imagem do
acidente, que ganhou mais repercussão ainda pela forma como primeiro foi veiculado. Após o
ocorrido, a página de Krums saltou 149 seguidores para pouco mais de 5 mil, segundo o site
TwitterCounter.
    Dessa forma, o Twitter tem assumido um papel importante nas notícias de última hora,
pois, em tempo real, outros acontecimentos já foram “cobertos” pelos Tuiteiros. O exemplo
maior no Brasil é o do terremoto em São Paulo, em abril de 2008. Ao sentir o tremor no solo,
os usuários registraram essas impressões a assinalaram as postagens com a palavra-chave
#terremotoSP. Foi observado que essas postagens foram anteriores às primeiras notícias sobre
o terremoto.
    O presente plano de trabalho pretende estudar a mobilidade e a colaboração dentro do site
Twitter, que favorece o jornalismo em tempo real por qualquer pessoa munida do
equipamento mínimo básico: um celular com algum suporte de mídia e acesso à internet. A
plataforma de milhões de celulares e a familiaridade dos brasileiros com o blog fazem do país
um alvo potencial do site, que tem conquistado a adesão do público e a atenção da mídia, a
exemplo da matéria de capa que ganhou na edição de 14/03/2009 da revista Época.
    Diante desse cenário, levantam-se algumas questões. Que implicações e consequências a
mobilidade trará ao jornalismo de última hora? Que filtros serão criados e que critérios serão
estabelecidos para a disposição de confiança perante os usuários? Como as mídias digitais
podem levar os indivíduos ao exercício de novas competências profissionais? Que
apropriações o jornalismo pode fazer do Twitter? Como as ferramentas de microblog e a rede
social deste site podem concorrer para a aproximação entre os veículos e o público? De que
forma o Twitter propicia um jornalismo participativo, colaborativo, ágil e em tempo real?
    Para o esclarecimento dessas questões, buscaremos a compreensão de redes sociais; de
blogs e microblogs; de jornalismo participativo, colaborativo e em tempo real; de linguagens
fluidas; de mobilidade e modernização de aparelhos comunicadores. Tomaremos como base
os textos de Raquel Recuero, André Lemos, Alex Primo, Lucia Santaella, Pierre Lévy,
Zigmunt Bauman, Castells e outros autores.
    O objetivo deste plano de trabalho é explorar as possibilidades técnicas e as competências
intelectuais que o Twitter pode oferecer à produção do jornalismo contemporâneo, que busca
informar cada vez mais no menor tempo hábil, com credibilidade e altos índices de audiência.
6. Cronograma de atividades (apresentar as metas semestrais) e viabilidade de
    execução – (até 2 páginas)

    Como já foi explicitado, o objetivo deste estudo é entender como a mobilidade e a colaboração
podem favorecer a prática jornalística, visto que a popularidade dos celulares e os avanços
tecnológicos embutidos nesses aparelhos permitem a cobertura de acontecimentos através de meios
rápidos e simples como os microblogs.
    Durante a pesquisa, nos confrontaremos com as seguintes questões: Quais as implicações da
mobilidade para a prática jornalística? Como o microblog irá interferir no modo como o público se
informa? Como a colaboração do público deve ser aproveitada de modo a concorrer para um
jornalismo mais participativo?
    Num primeiro momento, será realizado um levantamento bibliográfico que irá contemplar o
entendimento sobre redes sociais, mídias móveis e jornalismo participativo. Esses três conceitos são
básicos para compreender como as conexões entre as pessoas podem repercutir os acontecimentos;
como estes podem alcançá-las em qualquer lugar através do uso de celulares; e como os microblogs
contribuem para que elas se publiquem informações e também se mantenham informadas.
    O segundo passo consistirá na eleição de 10 perfis no Twitter que tenham funções informativa,
colaborativa e interativa com seus seguidores, de modo a perceber essas práticas num período
determinado.
    Com os resultados desse estudo e observação, perceberemos de que modo o Twitter se constitui
numa eficiente ferramenta de microblog, apta para contribuir com o jornalismo em tempo real,
colaborativo e interativo de qualquer ponto em que os usuários estejam, graças ao aproveitamento de
suportes móveis como o celular.
    Depois de feito tudo o que foi proposto, será redigido o relatório final da pesquisa, contendo todos
os nossos resultados obtidos.
2010
       ATIVIDADES                             2009

                                  Ago   Set   Out    Nov   Dez   Jan   Fev   Mar   Abr    Mai

Levantamento bibliográfico

Estudo teórico

Seleção do material

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Pibic 2011 2012 projeto de pesquisa (a ser atualizado)

  • 1. Justificativa: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA COORDENAÇÃO GERAL DE PESQUISA ORIENTADOR Cláudio Cardoso Paiva TÍTULO DO PROJETO Modernização Tecnológica e Desenvolvimento Social. Um estudo das mídias digitais TÍTULO DO PLANO Mídia Colaborativa, Mobilidade e Produção Jornalística: Dos Blogs aos Microblogs MARQUE UMA DAS SEGUINTES OPÇÕES : ( X ) NOVO ( ) RENOVAÇÃO CASO TENHA MARCADO A SEGUNDA OPÇÃO, APRESENTAR JUSTIFICATIVA CIRCUSTANCIADA PARA A RENOVAÇÃO GRUPO DE PESQUISA CADASTRADO NO CNPq Grupo de Estudos das Mídias digitais 2008
  • 2. 1. Introdução (caracterizar o problema e apresentar justificativa e objetivos gerais – até 2 páginas) O exame das mídias digitais consiste num estágio da nossa pesquisa, em que procuramos repensá- las como vetores lúdicos, cognitivos, sociais, estéticos e políticos. Intencionamos contemplar os ambientes culturais irradiados pelos processos midiáticos, colocando em perspectiva o modo como se realizam as modalidades de interação social no contexto das novas tecnologias da comunicação e em nossas investigações, temos focalizado o tema da interatividade e empoderamento social, e fundamentalmente observamos como as modernização tecnológica instiga uma produção de conhecimento voltado para o desenvolvimento social. Em estágios anteriores da pesquisa examinamos como os dispositivos hipermidiáticos, telemáticos e informacionais (hipertexto, DVD, CD-ROM) têm otimizado os recursos humanos e sociais nos campos da Estética e Sociabilidade (2007/2008), da Ciberarte (2006-2007), Educação (2005-2006), da Produção Artística (2004-2005), do Jornalismo (2003-2004) e das Organizações (2002-2003). Assim, desenvolvemos um conjunto de investigações sobre o ciberespaço - com o apoio dos atores sociais constituídos pelos jovens pesquisadores - explorando as “novas” modalidades de recursos humanos e tecnológicos que têm dinamizado o trabalho no campo da comunicação social, tanto em suas dimensões epistemológicas quanto institucionais. As linguagens e técnicas emergentes com as mídias digitais ou hipermídias, nos remeteram a uma necessária atualização da pesquisa em sintonia com os processos midiáticos e comunicacionais, em permanente reconfiguração. Procuramos aliar a reflexão teórica, fazendo um estudo sistemático das publicações pertinentes e as atividades de cunho mais pragmático, como a utilização dos multimeios nas estratégias pedagógicas e profissionais. Exploramos o campo da cibercultura e suas interfaces com os domínios da Ética, Estética, Sociedade e Política. Ou seja, procuramos entender como os processos digitais favorecem um aperfeiçoamento da conduta nos protocolos da vida pública e profissional; sondamos como as novas mídias irradiam imagens, sons e discursos que, carregados de afetividade, revigoram os laços comunitários; investigamos como os hipertextos propiciam novas modalidades de inteligência cognitiva; analisamos como as home pages, as listas de discussão, as comunidades virtuais informam usuários, clientes e cidadãos para o exercício da autonomia e objetividade nos processos de decisão, nos fóruns da vida privada e nos negócios da vida pública. Dentre as características da hipermídia, uma das mais instigantes é o fato de abrirem múltiplos caminhos de conectividade entre os indivíduos e grupos, transformando o receptor em emissor e até mesmo em editor de textos, além de criarem comunidades interativas que redimensionam o modo de produção, circulação e partilha das experiências coletivas. A velocidade, concisão e diversidade dos hipertextos, em seu ritmo ligeiro, atento à atualização permanente das informações, sob o signo do mercado e razão tecnológica, fundam os espaços e tempos da simulação, do múltiplo, do provisório, e tudo isso impõe novos desafios para os profissionais do campo comunicacional. Definição do Problema O problema se coloca ao nível do acesso, da seletividade e utilização das mensagens de maneira adequada ao repertório dos usuários e pesquisadores. Partimos do pressuposto que um veículo como a Internet é utilizado por grande parte dos usuários (formada principalmente pelas jovens gerações), sob a forma da diversão e do entretenimento. Então, num ambiente de absoluta dispersão, eletividade e descontração, o acesso ao conhecimento, nivela-se pela forma como os internautas acessam as redes procurando as satisfações imediatas, o prazer e o divertimento. O desafio que se coloca para uma investigação dos conteúdos qualitativos da Internet, em função da autonomia e emancipação da inteligência cognitiva, é detectar as modalidades sistemáticas de uso, os níveis de interação e os resultados obtidos em termos de assimilação e utilização das mensagens na vida pública e profissional. E convém ressaltar, a problemática se situa num plano que extrapola os limites da experiência com
  • 3. a Internet, uma vez que na “condição pós-moderna” (LYOTARD, 1986) no cenário contemporâneo, experimentamos uma espécie de “vida digital” (NEGROPONTE), que evidentemente propicia instâncias de regressão, transtorno e obliteração, mas sobretudo, gera, permanentemente, novas modalidades de acesso à informação e ao conhecimento de uma maneira totalmente diferenciada das experiências conhecidas pelos nossos antepassados, o que requer uma atualização sistemática de nossos procedimentos metodológicos e epistemológicos. Sendo este um universo amplo e difuso, elegemos uma agenda temática buscando explorar as questões concernentes à modernização tecnológica (expressa pela competência comunicativa no uso pragmático dos suportes técnico informacionais e telemáticos) e ao desenvolvimento social (traduzido pela dinâmica do acesso, operacionalização e intercâmbio dos atores sociais). Os procedimentos das mídias digitais podem ser lidos, por um lado, como dispositivos que favorecem o individualismo, segregação e exclusão social, como recorrências eletivas nos tempos de lazer e entretenimento. Por outro lado, constituem os vetores de uma inteligência coletiva, servindo como motores para o agenciamento e otimização de uma pedagogia presencial e à distância, enfim, podem ser consideradas como janelas para uma nova percepção da realidade, implicando em formas atualizadas das experiências de intersubjetividade, sociabilidade e comunicabilidade. Situamos o nosso discurso e argumentação nas interfaces dos campos educacionais e comunicacionais, elegendo como fio condutor, norteador de nossa investigação, a seguinte pergunta: Podem as mídias digitais promover uma modalidade de rigor no conhecimento, levando os seus agentes a um nível desejável de competência comunicativa? Justificativa A pesquisa dos dispositivos tecnológicos, que constituem o universo da cibercultura, se mostra relevante, na medida em que pode atualizar os procedimentos téorico-metodológicos e epistemológicos no campo das ciências da Comunicação e áreas convergentes do conhecimento. O estudo das mídias culturais, enfatizando a equação que reúne os temas da modernização tecnológica e do desenvolvimento social, faz-se necessário porque atende às expectativas dos jovens estudantes-pesquisadores em Comunicação que na rotina dos seus tempos de trabalho e de lazer já se utilizam das novas tecnologias para otimizar os seus desempenhos tanto na esfera privada quanto na esfera pública. A exploração da temática do ciberespaço atesta a sua pertinência na medida em que promove novos agenciamentos estéticos, cognitivos, educacionais, artístico-culturais e ético-políticos, contribuindo para o aperfeiçoamento das práticas individuais e coletivas voltadas para a gestão das ações afirmativas no âmbito da sociedade atual. A investigação das páginas eletrônicas, especialmente aquelas norteadas pelos procedimentos da comunidade científica, consiste numa estratégia importante, pois pode vir a atualizar o próprio estatuto da experiência cognitiva, ao conectar as representações coletivas, as novas percepções sensoriais, os novos discursos e linguagens irradiados pelas artes tecnológicas das hipermídias. Objetivos Realizar um mapeamento seletivo de um conjunto de dispositivos hipermidiáticos (sites, hipertextos, ambientes informacionais), que possa nos fornecer um corpus adequado para a contemplação do ciberespaço como um lócus privilegiado para a produção de conhecimento no campo da comunicação. Explorar as páginas eletrônicas como vetores das experiências favoráveis ao debate das interfaces da Comunicação, Educação e Sociedade, enfatizando as páginas que obedecem a um certo rigor e sistematização no campo da metodologia científica. Investigar os sites da Internet que sejam adequados a uma discussão nos programas dos cursos de Comunicação, colocando em perspectiva o exame da sua forma e conteúdo, de maneira que possam sinalizar uma discussão em termos éticos, estéticos, sociais e políticos. Examinar como os dispositivos informacionais (internet, CD-ROM, DVD) podem ser utilizados como suportes metodológicos no exercício do ensino e pesquisa em comunicação, considerando os
  • 4. níveis de suas competências artístico-culturais, ético-políticas, sensoriais e cognitivas. 2. Fundamentação Teórica – (até 3 páginas) Hoje, no plano das estruturas do cotidiano, as máquinas de virtualidade, com suas múltiplas redes e rizomas, permitem-nos a mapear páginas, sites, hipertextos, ciberambientes que funcionam como canais eficientes de acesso ao conhecimento, como motor capaz de fazer o sujeito da experiência interagir afirmativamente no seu meio ambiente social, político, comunicacional. As redes informacionais têm produzido uma forte atração sobre os usuários através da disponibilização de mensagens lúdicas, da configuração estética sedutora, da simulação radical de plena gratificação. Esta circunstância, que já se manifestara nos tempos da comunicação linear, (com a publicidade, rádio, cinema e televisão), intensificou-se na era da comunicação interativa (com os celulares, as tevês digitais e os microcomputadores). O nosso objeto de estudo circunscreve o campo das mídias digitais e o delimitamos, privilegiando o hipertexto como estrutura básica da cibercultura e reconhecendo que o meio ambiente atual se encontra configurado através de um ethos midiático (SODRÉ, 2002), que distingue uma outra forma de vida. Metodologicamente organizamos a nossa mirada epistemológica no cruzamento das interfaces da Comunicação, Educação e Sociedade. Um dos prováveis caminhos para uma exploração do tema é constituído a partir da conjugação da Comunicação com a Pedagogia, ou seja, uma observação dos processos cognitivos a partir de um enfoque da Comunicação interagindo com a educação, a pedagogia e a aprendizagem, formuladas com base na disposição das afetividades e sociabilidades que estruturam a inteligência, sensorialidade e sensibilidade dos atores sociais. Isto é, miramos as interrelações entre os processos comunicacionais e educacionais, que a rigor ultrapassam os limites definidos pelos sistemas midiáticos (dispositivos analógicos e digitais) e pelos sistemas educativos (escola, grades curriculares, etc), como sugerem BRAGA & CALAZANS (2003). Outro caminho para uma exploração da hipermídia como um canal de conhecimento se viabiliza pela via da sociabilidade, ou seja, pelo sistemas de trocas e mutualidades, intercâmbios e reciprocidades, aproximação das fronteiras físicas, geográficas, psicológicas e sensoriais realizadas no âmbito da interacionalidade efetivada entre os internautas. Circunscrevemos então o intervalo em que dialogam o domínio da comunicação social e da sociologia da comunicação, isto é, um entrelaçamento dos agenciamentos informativos, midáticos e comunicacionais, e a produção coletiva das mensagens, os usos sociais, a lógica comunitária que rege os processos comunicantes e cognitivos (SODRE, 2002). Um outro caminho norteador para uma abordagem consiste focalizar o nosso estudo das hipermídias, dos ambientes hipermidiáticos, explorando a dimensão da experiência estética, que encontra o seu meio privilegiado de expressão da arte; isto é, considerando as informações como condutores das formas afetivas e sensoriais proporcionamento a ampliação da percepção sensível e cognitiva, conforme sinaliza SANTAELLA. Buscando o rigor metodológico e a sistematização da pesquisa, a exploração sobre as mídias digitais, pelo viés da experiência estética, da produção artística, autorizaria a seleção de um repertório composto pelos hipertextos referentes ao tema da ciberarte, modulação da arte tecnológica que configura uma espécie de síntese das expressões artísticas contemporâneas. Essas três dimensões não se distinguem em termos mais pragmáticos; entretanto, a título de sistematização metodológica, elas podem configurar hierarquias, escolhas, redefiniçoes e exclusividades. Ressaltamos em nosso Projeto de Pesquisa a disposição para elaborar um trabalho, cuja intenção - sobretudo – em sua perspectiva teórica e epistemológica, é mapear essa imensa rede, averiguando o campo de possibilidades das redes de comunicação, gerando modalidades de conhecimento. Todavia, neste momento específico da pesquisa, privilegiaremos a experiência da comunicação em rede (MAFFESOLI), visando entender a conexão dos processos sociais e cognitivos incluindo os sites de relacionamento (orkut), mundos virtuais (MUDs) e os blogs jornalisticos. Observamos como a cultura das redes se configura a partir de um pensar-pulsar (MARCONDES FILHO) que se alimenta por meio das formas, imagens, sons e textos impregnados pelos afetos, sensações, emoções e sentimentos dos atores sociais interligados por essa gigantesca “arvore do conhecimento” (LÉVY).
  • 5. As pesquisas teóricas no campo da comunicação têm privilegiado o filão histórico-hermenêutico, vertente epistemológica muito significativa no enfrentamento das questões essenciais neste domínio. No que concerne especificamente aos estudos latino-americanos e brasileiros, a investigação científica tem evoluído em direção às análises qualitativas, buscando examinar os indivíduos e grupos sociais em seu contexto histórico-social, político e cultural. Tal empresa carrega consigo a virtude de se armar de uma perspectiva crítica ante os paradigmas tradicionais, descolocando a ênfase sobre o emissor e considerando a importância das formas de apropriação e adequação das mensagens por parte dos usuários. Buscando ultrapassar a perspectiva mecanicista que funciona como uma “grade teórica” e suas “amarras conceituais”, que muitas vezes inibem a fertilidade do próprio objeto de estudo, partimos de uma epistemologia compreensiva (WEBER, SIMMEL, MAFFESOLI) atenta à complexidade sócio- cultural (MORIN) e formas de interação entre os indivíduos, às modalidades de tribalização e à utilização das tecnologias da inteligência (LÉVY). Isto é, em vez de exercitarmos uma “teoria do balde” (BERLO), termo que traduz um estilo de comunicação linear, vertical, autoritária, convém percebermos como as redes informacionais estimulam as interações entre as raízes (história social, memória, coletiva) e as antenas da cultura, ou sejam, as formas de percepção e atualização permanente das vivências e experiências dos indivíduos e grupos. As noções e conceitos aqui utilizados podem servir como “alavancas metodológicas”, a título provisório, pontual, nômade (DELEUZE) propiciando a abertura de janelas para compreendermos as relações entre a virtualidade da redes e as interfaces da realidade histórica, social, econômica e política. Partimos de um lugar de fala e de escuta, buscando compreender o nosso objeto de pesquisa, ou seja, as páginas eletrônicas, as instalações e os ambientes comunicacionais, os hipertextos, como elementos fundamentais e estruturadores deste novo “universo on line”, que impõe novos desafios à pesquisa em comunicação. Uma epistemologia compreensiva aberta aos princípios do dialogismo, da polifonia e da intertextualidade (BAKHTIN), conceitos-chave na performatividade das novas tecnologias de comunicação, alerta para refinarmos as nossas percepções e nos atualizarmos para decifrar as novas modalidades de conhecimento geradas pela cultura das redes.
  • 6. 3. Metodologia (apresentar a estratégia de ação - até 3 páginas) Em princípio se faz necessário um mapeamento seletivo das páginas eletrônicas, na Internet, dos ambientes ciberculturais, dos produtos hipertextuais e interativos, buscando agrupar aquelas que nos parecem relevantes para o trabalho de pesquisa no domínio da Comunicação, abrangendo os campos da arte, técnica, ciência e política, mas privilegiando aqui, conforme mencionamos, a experiência estética como vetor da produção de conhecimento. Neste recorte, privilegiamos os textos que obedecem ao mínimo de rigor sistemático, uma vez que o nosso trabalho pretende guarnecer o exercício de ensino e pesquisa em comunicação. Em seguida, uma revisão bibliográfica de cunho interdisciplinar é importante: Primeiro porque nos permitirá um refinamento teórico no tratamento dos dispositivos informacionais escolhidoas; depois porque funcionará como alavanca metodológica na fundamentação das bases interpretativas para a análise e crítica do repertório de textos selecionados, e enfim porque nos levará a definir os critérios para avaliação das páginas. Partimos, de alguns critérios "provisórios" a título de reconhecer o seu potencial cognitivo, suas possibilidades lúdicas e sua competência comunicativa. Uma passagem obrigatória da pesquisa consiste no exercício de um estudo de comunicação comparada entre os textos dos autores que sustentam uma postura mais crítica em relação às novas tecnologias (como por exemplo BAUDRILLARD e VIRÍLIO) e aqueles mais entusiastas das máquinas de comunicar (como LÉVY e MAFFESOLI). Este procedimento mostra-se relevante na medida em que pode conduzir a uma compreensão dialógica das mídias digitais, cuja inserção na história da cultura em curso ainda se presta à controvérsias. A parte estrutural do trabalho empírico consiste na elaboração de uma investigação com os usuários da rede, particularmente, os alunos, docentes, pesquisadores e profissionais de comunicação, tendo em vista apreciar os níveis de legitimidade das dispositivos informacionais, enquanto dispositivos que permitem uma interatividade entre os indivíduos, estimulando novas experiências de comunicabilidade. Esperamos encontrar, ao fim do trabalho, algumas hipóteses que possam consolidar um discurso e argumentação consistentes para o agenciamento da reflexão e prática de experiências qualitativas no uso das mídias interativas.
  • 7. 4. Referências (1 página) AIDAR PRADO, J.L. (org.) Crítica das práticas midiáticas. Da sociedade de massa às ciberculturas. S.P: Hacker, 2002. BAUDRILLARD, J. Tela Total. Mito-ironias da era do virtual e da imagem. Porto Alegre: Sulina, 1997. BRAGA, J.L. A sociedade enfrenta a sua mídia. Dispositivos sociais de crítica midiática. S. Paulo: Paulus, 2006. CASTELLS, M. A era da informação: Economia, Sociedade e Cultura. vol. 1 A sociedade em rede. Rio: Paz e Terra, 1999; __ Vol. 2. O Poder da Identidade. Rio: Paz e Terra, 1999; __ Vol. 3, Fim de Milênio. Rio: Paz e Terra, 1999; FEATHERSTONE, M (coord.). Cultura global: nacionalismo, globalização e modernidade. Petrópolis: Vozes, 1994 FELINTO, E. A religião das máquinas. Ensaios sobre o imaginário da cibercultura. POA: Sulina, 2005. LEÃO, L. O chip e o caleidoscópio. Reflexões sobre as mídias. S. Paulo: SENAC, 2005. LEMOS, A. Tecnologia e vida social na cultura contemporânea. POA: Sulina, 2004. LEMOS, A; PALÁCIOS, M. (org.) Janelas do ciberespaço. Comunicação e cibercultura. POA: Sulina, 2001. LÉVY, P. Cibercultura. S. Paulo: Ed.34, 1998; __ O que é o virtual. S.Paulo, Ed. 34, __ Tecnologias da inteligência. Ed.34; __ A inteligência coletiva. S. Paulo: Ed. 34. MACHADO, A. Máquina e Imaginário. 3ª ed. São Paulo: Edusp, 2001. MACHADO, J; MARTINS, F. Para Navegar no Século XXI. Porto Alegre: Sulina, 2000. MORAES, D. O concreto e o virtual. Mídia, cultura e tecnologia. Rio: DP&A Editora, 2001. PAIVA, C. Walter Benjamin e a Imaginação Cibernética CD ROM - INTERCOM99 1999. PARENTE, A. (org.) Imagem-Máquina. A era das tecnologias do virtual. Ed. 34, 1993; __ Tramas da rede. Novas dimensões filosóficas, estéticas e políticas da comunicação. Porto Alegre: Sulina, 2004. PORTO, S.D. Sexo, Afeto e Era Tecnológica. Brasília: Ed. UnB, 1999. RODRIGUES, A. D. Comunicação e cultura: a experiência cultural na era da informação. Lisboa: Ed. Presença, 1994. PRIMO, A. Interação mediada por computador. Comunicação, cibercultura, cognição. POA: Sulina, 2007. RUDIGER, F. Introdução às teorias da cibercultura. Porto Alegre: Sulina, 2007. SANTAELLA, L. Culturas e Artes do Pós-Humano: Da cultura das mídias à cibercultura. São Paulo: Paulus, 2003; __ Linguagens líquidas na era da mobilidade. S. Paulo: Paulus, 2007. SODRÉ, M. Antropológica do Espelho: uma teoria da comunicação linear e em rede. Rio de Janeiro: Vozes, 2002. 259 p. TRIVINHO, E. A dromocracia cibercultural. Lógica da vida humana na civilização avançada. S. Paulo: Paulus: 2007. VIRÍLIO, Paul. A bomba informática. São Paulo: Estação Liberdade, 1999. ZIELINSKY, S. Arqueologia da mídia. Em busca do tempo remoto das técnicas do ver e ouvir. S. Paulo: Annablume, 2006.
  • 9. 5. Objetivos específicos, relevância, vinculação ao projeto e resultados esperados – (até 2 páginas) Weblog ou blog é o termo criado por John Barger em 1997 para designar os diários virtuais, sendo ele próprio o autor do primeiro blog. Até 1999, a manutenção dos blogs dependia do conhecimento técnico sobre como criar páginas na internet. Foi então que o Blogger (www.blogger.com) surgiu como uma das primeiras e mais populares ferramentas de criação, hospedagem e atualização de blogs. Ao contrário da intenção do diário manuscrito – que é o registro secreto de acontecimentos, opiniões, pontos de vista, desabafos, etc. – o blog estimula a publicação e o comentário desse mesmo conteúdo por qualquer pessoa que o utilize ou acesse. A liberdade de expressão proporcionada pela internet e a facilidade de operação da interface atraíram milhares de usuários, democratizando a criação e o compartilhamento de todo tipo de conteúdo em rede: artístico, político, econômico, literário, educacional, informativo, entre outros. Esse cenário favoreceu a participação de agentes comunicadores, que aderiram ao blog e o legitimaram na qualidade de mídia. Longe do constrangimento empresarial e próximo do público, jornalistas e demais cidadãos puderam informar, discutir e construir a credibilidade do blog como fonte. Os melhoramentos tecnológicos permitiram o uso cada vez maior de recursos multimídia (fotos, áudio, vídeo) nas postagens. A mobilidade foi outra conquista, pois através do acesso via (principalmente) celular, é possível reportar acontecimentos em tempo real. Para tanto, o formato original do blog foi modificado de modo a suportar essa nova realidade de dispositivos móveis munidos com câmeras fotográficas, gravadores de áudio e vídeo, acesso à internet em alta velocidade, entre outras tecnologias. O microblog surge como o blog em formato mínimo para ser usado de maneira rápida e portátil. Um dos primeiros sites de microblog se chama Twitter (www.twitter.com). Criado em março 2006 como um serviço interno da empresa Obvious, de Evan Williams – mesmo idealizador do Blogger – o Twitter foi lançado para o grande público em outubro do mesmo ano. Em abril de 2007 tornou-se empresa separada da Obvious, sob o nome Twitter, Inc. Utilizando postagens de até 140 caracteres, os usuários do site são instigados a responder à pergunta “What are you doing?” ou “O que você está fazendo?”. Porém, já foi observado que essas respostas correspondem ao mínimo dos conteúdos veiculados no site. Uma pesquisa realizada por Edward Mischaud em 2007 comprovou que apenas 35% dos entrevistados em seu estudo responderam a essa indagação. O conteúdo veiculado pelos usuários do Twitter (também chamados Twitters ou Tuiteiros) contempla desde mensagens sobre a própria vida, trabalho e atividades diárias até pequenas conversas, links para fotos, vídeos, músicas e repasse de informações recebidas na rede que constroem dentro do site ao “seguir” os perfis desejados. O Twitter possibilita que seus usuários estabeleçam conexões entre si, enviem mensagens diretas e respondam às postagens uns dos outros como nos comentários de um blog tradicional. A rede social tem se expandido rapidamente, com um crescimento no número de acessos da ordem de 700% entre os meses de fevereiro de 2008 e de 2009, segundo o site comScore. Assim, a audiência do Twitter está a cada dia maior, e as postagens tem repercussão tanto dentro da própria rede – pessoas com muitos contatos – como ao serem repassadas, atingindo pessoas de outras redes. Através do Twitter, acontecimentos notórios foram noticiados por usuários, como o pouso de um avião no rio Hudson, em Nova York. O empresário Janis Krums tirou uma foto com seu celular e postou a seguinte mensagem: “Há um avião no Hudson. Estou no barco indo pegar as pessoas. Loucura.”. Essa foi a primeira notícia e também a primeira imagem do acidente, que ganhou mais repercussão ainda pela forma como primeiro foi veiculado. Após o
  • 10. ocorrido, a página de Krums saltou 149 seguidores para pouco mais de 5 mil, segundo o site TwitterCounter. Dessa forma, o Twitter tem assumido um papel importante nas notícias de última hora, pois, em tempo real, outros acontecimentos já foram “cobertos” pelos Tuiteiros. O exemplo maior no Brasil é o do terremoto em São Paulo, em abril de 2008. Ao sentir o tremor no solo, os usuários registraram essas impressões a assinalaram as postagens com a palavra-chave #terremotoSP. Foi observado que essas postagens foram anteriores às primeiras notícias sobre o terremoto. O presente plano de trabalho pretende estudar a mobilidade e a colaboração dentro do site Twitter, que favorece o jornalismo em tempo real por qualquer pessoa munida do equipamento mínimo básico: um celular com algum suporte de mídia e acesso à internet. A plataforma de milhões de celulares e a familiaridade dos brasileiros com o blog fazem do país um alvo potencial do site, que tem conquistado a adesão do público e a atenção da mídia, a exemplo da matéria de capa que ganhou na edição de 14/03/2009 da revista Época. Diante desse cenário, levantam-se algumas questões. Que implicações e consequências a mobilidade trará ao jornalismo de última hora? Que filtros serão criados e que critérios serão estabelecidos para a disposição de confiança perante os usuários? Como as mídias digitais podem levar os indivíduos ao exercício de novas competências profissionais? Que apropriações o jornalismo pode fazer do Twitter? Como as ferramentas de microblog e a rede social deste site podem concorrer para a aproximação entre os veículos e o público? De que forma o Twitter propicia um jornalismo participativo, colaborativo, ágil e em tempo real? Para o esclarecimento dessas questões, buscaremos a compreensão de redes sociais; de blogs e microblogs; de jornalismo participativo, colaborativo e em tempo real; de linguagens fluidas; de mobilidade e modernização de aparelhos comunicadores. Tomaremos como base os textos de Raquel Recuero, André Lemos, Alex Primo, Lucia Santaella, Pierre Lévy, Zigmunt Bauman, Castells e outros autores. O objetivo deste plano de trabalho é explorar as possibilidades técnicas e as competências intelectuais que o Twitter pode oferecer à produção do jornalismo contemporâneo, que busca informar cada vez mais no menor tempo hábil, com credibilidade e altos índices de audiência.
  • 11. 6. Cronograma de atividades (apresentar as metas semestrais) e viabilidade de execução – (até 2 páginas) Como já foi explicitado, o objetivo deste estudo é entender como a mobilidade e a colaboração podem favorecer a prática jornalística, visto que a popularidade dos celulares e os avanços tecnológicos embutidos nesses aparelhos permitem a cobertura de acontecimentos através de meios rápidos e simples como os microblogs. Durante a pesquisa, nos confrontaremos com as seguintes questões: Quais as implicações da mobilidade para a prática jornalística? Como o microblog irá interferir no modo como o público se informa? Como a colaboração do público deve ser aproveitada de modo a concorrer para um jornalismo mais participativo? Num primeiro momento, será realizado um levantamento bibliográfico que irá contemplar o entendimento sobre redes sociais, mídias móveis e jornalismo participativo. Esses três conceitos são básicos para compreender como as conexões entre as pessoas podem repercutir os acontecimentos; como estes podem alcançá-las em qualquer lugar através do uso de celulares; e como os microblogs contribuem para que elas se publiquem informações e também se mantenham informadas. O segundo passo consistirá na eleição de 10 perfis no Twitter que tenham funções informativa, colaborativa e interativa com seus seguidores, de modo a perceber essas práticas num período determinado. Com os resultados desse estudo e observação, perceberemos de que modo o Twitter se constitui numa eficiente ferramenta de microblog, apta para contribuir com o jornalismo em tempo real, colaborativo e interativo de qualquer ponto em que os usuários estejam, graças ao aproveitamento de suportes móveis como o celular. Depois de feito tudo o que foi proposto, será redigido o relatório final da pesquisa, contendo todos os nossos resultados obtidos.
  • 12. 2010 ATIVIDADES 2009 Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Levantamento bibliográfico Estudo teórico Seleção do material Elaboração do relatório parcial Análise do objeto selecionado Reflexão sobre as teorias empregadas Elaboração do relatório final