O documento discute o conceito de redes sociais e como elas evoluíram com o avanço das tecnologias digitais. Aborda como as redes sociais passaram de relações entre atores humanos para incluir também objetos e sistemas não-humanos. Também descreve a história das tecnologias de comunicação em rede, desde o telégrafo e o telefone até a internet e as redes sociais digitais atuais.
1. E nós com isso
COMUNICAÇÃO EM REDE
Márcia Marques
02-2016
aula aberta FAC
2. O QUE É
Rede social – relação entre atores, humanos
ou não, que se desenha em um contexto social,
em ambiente digital ou não;
Rede digital – conjunto de meios digitais para
promoção das relações em rede e em sub-
redes;
Mídias sociais digitais – sub-redes de
comunicação e de informação, caminhos das
redes sociais nas redes digitais.
3. SOCIEDADE E REDE
● redes sociais não são feitas apenas de atores humanos, mas
de fatores híbridos e heterogêneos, quase objetos:
computadores, programas, dispositivos móveis, apps,
habilidades, estratégias, leis, documentos, instituições etc.
(Bruno Latour)
● Redes são fluxos, circulações, movimentos, alianças que
nada têm a ver com entidades fixas.
● Uma rede de atores não é redutível a um único ator nem a
uma rede;
● A rede é composta de séries heterogêneas de elementos
animados e inanimados, conectados e agenciados
4. SOCIEDADE DE REDES
● A rede social é organização horizontal, fora da ordem de
representações e hierarquias a que estamos acostumados,
formada por pessoas de diferentes origens que não levam em
conta as posições pessoais e filiações, mas as intenções
comuns de mudança – os humanos, seres iguais em direitos;
grupos/redes de amigos; organizações colegiadas; coletivos;
vizinhança.
● A sociedade é uma sociedade de redes, de indivíduos e/ou
grupos que se relacionam de maneira complexa e desigual. Há
relações hierarquizadas nas redes. Uma organização vertical
existe por normas, leis; por autoridade cultural; por organização
de funcionamento provisório; para a representação; para a
produção etc.
5. DIREITO NA REDE
● A oferta da informação para a população deve ser tratada como uma
política pública, uma questão de Estado, com ênfase na governança e
na regulação. Cada país tem buscado definir um marco regulatório.
● Há uma vertente de pesquisadores neste campo híbrido que considera
a existência de uma nova classe de direitos humanos, que reclama,
inclusive, uma nova forma de Estado.
● Esses novos direitos podem ser organizados em três conjuntos:
● relativos à proteção ao ecossistema e ao patrimônio da humanidade;
● relativos ao novo estatuto jurídico sobre a vida humana;
● e os decorrentes das novas tecnologias da comunicação e da
informação.
6. DIREITOS NA REDE
● Deste conjunto de direitos decorrentes das novas tecnologias
da comunicação e da informação derivam os seguintes
direitos:
● à comunicação e à informação completa e verdadeira;
● de acesso à informação relevante para a humanidade;
● à informação genética;
● à livre comunicação de ideias, pensamentos e opiniões;
● de acesso aos meios técnicos de comunicação pública;
● à autodeterminação informativa; à proteção de dados de
caráter pessoal e familiar.
7. DIREITOS NA REDE
● No que diz respeito à rede, os novos direitos relacionam-se:
● com os direitos informáticos;
● de conhecer a identidade do emissor de informação e opiniões;
● à vida privada na rede,
● à honra e à própria imagem;
● à propriedade intelectual e industrial na rede
● Este conjunto complexo de fatores, e direitos, que se mesclam
com a presença da internet, fortalecem a necessidade de
existência de um campo de estudos e investigação
interdisciplinar, principalmente, entre comunicação. informação e
computação
8. CONTEXTO DA SOCIEDADE EM REDE
● a economia global se constitui de trocas fluxos quase instantâneos de
informação, capital e comunicação cultural.
● sociedade é capitalista, mas a base dos meios tecnológicos mudou da energia
para a informação
● sociedade de “espaços de fluxos”, a lógica de organização independe de
localização
Características:
● globalização de atividades estrategicamente decisivas da economia
● forma de organização em rede
● cultura de virtualidade real – construída por sistema difuso, interconectado e
diversificado de sistemas de mídia
● transformação das condições materiais de vida, do espaço e do tempo
● cultura do efêmero
9. HISTÓRIA DE TECNOLOGIA E COMUNICAÇÃO EM REDE
● Entre final do século XVIII e início do XIX desenvolvem-se
indústria naval e ferrovias: são vias para transporte de
pessoas, mercadorias e informação.
● Final do século XIX surgem duas tecnologias desligadas dos
meios de transporte, são apenas meios de transmissão de
informação e de comunicação: o telégrafo elétrico, em 1833, e
o telefone, em 1866.
● Estas tecnologias, distribuídas em rede resultaram no
aumento da velocidade de transmissão de informação, pública
e privada, local e regional, nacional e imperial
10. HISTÓRIA DE TECNOLOGIAS EM REDE CAPTURADAS
● Rádio, cinema e televisão são as novas tecnologias da
primeira metade do século XX
● Originariamente, essas mídias nascem abertas e de uso
popular, mas foram apropriadas, e fechadas, pelo capital.
● Com essas mídias capturadas pelo capital, tornam-se
propriedades que disseminam informação de poucos para
muitos
● Surgem os conceitos de indústria cultural e comunicação de
massas. Um polo emissor que reproduz a ideologia dominante
para a massa.
11. TECNOLOGIA PARA CAPTURAR A INFORMAÇÃO
● A partir de 1945 e nos anos 1950, avanços tecnológicos
dizem respeito à informação
● Fruto da Segunda Guerra Mundial, há informação em
quantidade excessiva e necessidade de armazenamento em
graus elevados de segurança.
● É o período em que o tratamento da informação é aplicado
para o controle das pesquisas e da literatura como uma
resposta aos problemas gerados pela explosão da
informação, é também tempo de desenvolvimento de sistemas
eletrônicos para organizar o conhecimento
12. ANOS 60, COMPUTADORES DEIXAM O MUNDO DA FICÇÃO
● Nos anos 1960, os computadores são “criaturas assombrosas” de 300
toneladas que ocupavam uma sala inteira, eram imensas máquinas de
calcular
● Pesquisadores de universidades e centros de pesquisa, especialmente
ligados à área militar, esses equipamentos e começam a se interligar na
troca de mensagens sobre o andamento das investigações científicas.
● Muitas ferramentas são criadas para facilitar o contato eles, considerados
os netcidadãos pioneiros, os cruzados tecnológicos.
● Primeira mensagem digital é enviada do anel D, do Pentágono, em 1963,
escrita por Joseph Carl Robnett Licklider, psicólogo e cientista da
computação, a partir da Arpa, a Agência de Projetos de Pesquisas
Avançadas do Departamento de Defesa dos EUA s e afirma que era
chegada a hora de construir uma rede de computadores universal ou
intergalática
13. O CÉREBRO COMO MODELO PARA REDES INFORMÁTICAS
● A gestação da internet, uma rede mediada por computadores, tem
início ainda nos anos 1960.
● Pesquisador da Rand Corporation, Paul Barán criou um sistema
redundante de fluxo de informação, inspirado no cérebro humano,
que é capaz de se recuperar de danos redistribuindo funções por
caminhos neurais intactos.
● Neste contexto surge a tecnologia que faz a divisão da mensagem
em pacotes (rede de comutação de pacotes) enviados por
diferentes caminhos, base de quase todas as redes de informação
no mundo. Modelo foi oferecido à AT&T, a gigante da telefonia dos
Estados Unidos, que o recusou, por ver nele uma ameaça ao seu
monopólio.
● A primeira rede de computadores começou a funcionar em 1969.
15. A ERA DA INTERNET
● A web é a principal teia digital por meio da qual as muitas redes se entrelaçam,
mas até os anos 1990, a internet era “A” rede, e para iniciados; era difícil
localizar a informação.
● Nessa década, Tim Berners-Lee, chefe do Centro Europeu para a pesquisa
nuclear, e o parceiro na chefia da instituição, Robert Caillian, criaram um
formato para os documentos hipertexto, o HTML (Hypertext Markup Language),
uma formatação que foi acrescentada aos protocolos TCP-IP.
● A transferência deste hipertexto também ganhou um protocolo, o HTTP
(Hypertext Transfer Protocol), para orientar a navegação entre os programas
navegadores e os servidores WWW (World Wide Web) e um formato
padronizado de endereços, URL (Uniform Resource Locator).
● As facilidades dos protocolos em torno da web, no entanto, só atraem os “não
iniciados” na rede a partir da criação da interface gráfica, por Marc Andressen,
um universitário que resolveu, em 1993, animar as páginas da web para vencer
o tédio
16. TIPOS DE REDES NA REDE
● 1.0 monomodais: abriram a possibilidade de interatividade em
tempo real
● 2.0 monomodais múltiplas: surgiram fóruns, chats, repositórios
coletivos de documentos, mensagens coletivas
● 3.0 multimodal: integração de múltiplas redes, plataformas e
funcionalidades por meio de apps e mídias móveis. o acesso
não se dá em pontos fixos, normas de acesso também não
são fixas. o acesso sem fio é nômade e mutante.
17. RECUPERAÇÃO, PARA ACESSO, À INFORMAÇÃO EM REDE
● A web tornou realidade o Mundaneum, a internet de papel idealizada por Paul Otlet em
1919, e o Memex, o primeiro sistema multimídia de memória expandida descrito por
Vannevar Bush, em 1945, no artigo As we may think em que tratou dos problemas
relativos ao armazenamento e à recuperação da informação.
● Bush, neste artigo de 1945, tratou do excesso de informação – em parte fruto da II
Guerra Mundial – e propôs o desenvolvimento de um depósito de informações e de um
dispositivo de indexação que abandonava as convencionais ligações verticais dos
catálogos e índices de bibliotecas, substituindo-as por processos associativos
semelhantes à mente humana. Bush é considerado o idealizador conceitual do
hipertexto.
● Hipertexto: “um texto móvel, caleidoscópico, que apresenta suas facetas, gira, dobra-se
e desdobra-se à vontade frente ao leitor” (LÉVY, 1999), que traz em sua concepção a
necessidade de repensar as formas de leitura e apropriação do conhecimento, para
além da linearidade, pois na leitura hipertextual a dinâmica é atribuída pelo leitor,
podendo ser mais ou menos articulada, a depender da familiaridade e competência
lectoescritora, de informação e/ou instrumental daquele que lê/navega através do
hipertexto
18. A WEB HOJE
● A web 3.0 é um híbrido com a websemântica, uma versão da
web em que sites, links, mídias e bases de dados são mais
inteligentes e capazes de prover automaticamente mais
conhecimento que as atuais. A rede é multimodal.
● Na rede multimodal encontram-se os ambientes digitais: um
conjunto de diferentes artefatos físicos, sistemas, programas e
aplicativos digitais que propiciam a efetivação da
comunicação integrada e desterritorializada entre pessoas
individual ou coletivamente
● A linguagem algorítmica tornou-se dominante nas relações
mediadas por computação e tecnologia
19. REDE E A COMPLEXIDADE DA VIDA
● Complexidade:
● tecido de constituintes heterogêneas inseparavelmente
associadas;
● tecido de acontecimentos, ações interações, retrações,
determinação, acasos;
● apresenta-se com “traços inquietantes do emaranhado, do
inextricável, da desordem, da ambigüidade, da incerteza”
(Morin)
● Rede = Complexidade
20. REDE, COMPLEXIDADE E O NÃO
● Não há mais solo firme: a matéria não é mais elementar ou
simples
● Tempo e espaço não são mais entidades absolutas e
independentes
● Não há mais base empírica simples
● Não há mais base lógica simples
● O simples não é a solução absoluta para a complexidade, o
simples é uma passagem, um momento entre complexidades
21. PENSAMENTO COMPLEXO
● para caminhar no solo fluido da complexidade, cabe o
pensamento complexo (Morin, 2011)
● não recusa a ordem, a clareza, o determinismo
● considera que esses três são insuficientes: não se pode
programar a descoberta, o conhecimento, a ação
● a realidade é mutante
● “ a atomização de nossa sociedade requer novas
solidariedades espontaneamente constituídas, não apenas
impostas pela lei” (p.93)
22. DESAFIOS EM REDE
● Problema vital para o cidadão do novo milênio: como ter
acesso à informação sobre o mundo e capacidade de articular
e organizar esta informação
● Relação complexa do aprendizado orientada à construção do
conhecimento crítico
● Contexto de explosão quantitativa da informação e implosão
do tempo para a comunicação dessa informação
● Alteração de estatutos de convivência social, de
representação política, de direito à comunicação e informação
em rede na esfera planetária
● como lidar com o algoritmo que passou a reger a vida em rede
23. DESAFIO GLOBAL: INCOMUNICAÇÃO E ALTERIDADE
● Wolton: quais as condições necessárias para que milhões de
pessoas se comuniquem melhor e consigam viver num mundo
onde cada indivíduo vê tudo e sabe tudo com incontáveis
diferenças (de língua, filosofia, política, cultura, religião) que
dificultam a comunicação e a tolerância?
● Na sociedade da superabundância de informação, a demanda
é a construção de sentidos na relação com o outro
24. COMUNICAÇÃO E TECNOLOGIA
● Teoria Tecnológica (midiológica) da Comunicação anos 1970.
McLuhan é o nome de destaque.
● Meios indicam a mensagem e seus efeitos. TIC têm impacto
físico e social, no espaço-tempo, no modo de organizar o
raciocínio.
● Novos meios podem modificar/controlar culturas;
● Transformação da tecnologia tem implicações políticas e
ideológicas;
● MCM eletroeletrônicos geram um relacionamento pré-
Gutenberg: oral, fragmentado, não-linear
● Ligado pela tecnologia, o novo mundo é uma aldeia global
25. ANIMAVERBIVOCOVISUALIDADE: O AV3
A linguagem dos ambientes digitais de redes. AV3* nasce a partir dos
poetas concretos e tem como características:
● interatividade**
● hipertextualidade**
● hipermidiação**
● hiperatualização
● mobilidade
● ubiqüidade
● multivocalidade
● hibridismo
● * conceito de Miranda. ** características da Comunicação Extensiva (Simeão)
26. MODELOS DE PRÁTICA: COMUNICAÇÃO INTEGRADA
● A compreensão das relações na rede e das necessidades e
habilidades dos indivíduos que compõem esta rede possibilita
desenhar estratégias complementares de ações de
comunicação e de informação;
● É possível criar plano de comunicação integrada para
relações fluidas e horizontais (a rede em torno de um
interesse comum)
● Esse plano deve observar a organização do espaço digital: a
definição dos objetivos da rede, dos elementos visuais para a
rede, dos ambientes de acesso e acessibilidades
27. MODELOS: JORNALISMO, A NARRATIVA E O FAZER
● O jornal é produto de práticas profissionais, da relação do jornalista com
as fontes. É prática de produção, de coleta e de dar forma ao conteúdo.
O jornalismo tem normas profissionais bem definidas. É uma ocupação
que se organiza horizontalmente (embora tenha hierarquias bem
delineadas) e que faz uma separação entre conteúdo editorial e notícia.
● O jornalista escolhe os dados a divulgar e os hierarquiza segundo o
próprio conceito de importância (os valores-notícia) e organiza esta
importância de forma estruturada (como a pirâmide invertida, símbolo do
jornalismo informativo).
● Pela cultura profissional, os jornalistas devem ser objetivos e imparciais
e devem ter o dom do equilíbrio. O espaço em que o jornalista opera é
de cuidado com a ética, os direitos humanos e os direitos autorais.
● Credibilidade é o capital do jornalismo.
28. METODOLOGIA PARA REDES - ARS
● Vem da Cienciometria, bibliometria
● Trabalha com o conceito de ator, visto como entidade social –
indivíduos, corporações ou coletivos sociais – o que não implica
ser sujeito de ação.
● Ator - A maioria das aplicações foca em coleções de atores que
são do mesmo tipo (coleções de rede de um modo).
● Vínculo - o vínculo relacional estabelece a ligação entre um par
de atores.
● Grupo – é a coleção de todos os atores cujas ligações podem ser
medidas e por razões conceituais, teóricas ou empíricas é tratado
como um conjunto finito de indivíduos no qual são feitas
medições de rede.
29.
30. ARS - OS LAÇOS NA REDE
● Os laços sociais são uma medida de capital social, um ativo a
ser usado pelo ator, para obtenção de vantagens. Mais do que
simples números, os analistas de rede veem nessas ligações,
caminhos de fluxo da informação e de poder:
“uma pessoa que está ligada a pessoas que não estão
diretamente ligadas entre si, tem a oportunidade de mediar entre
elas e de tirar proveito desta mediação” (NOOY et al, 2005, p.
138)
31.
32. O GRAFO É UMA FOTOGRAFIA
● Ugarte (2007) critica a Análise de Redes Sociais por seu viés
funcionalista, que analisa um retrato da rede, um momento
estático, sem levar em conta que a rede está em constante
mutação.
● Uma sequência de “fotografias” da rede, produzidas
periodicamente, permite acompanhar a dinâmica da rede.
● Há modelos que estudam o contágio, seja por propagação, seja
pela filtragem em superfície porosa, e os que analisam as
dinâmicas sociais, levando em conta os ensinamentos de Peyton
Young sobre as mudanças de comportamento do indivíduo na
rede.
● não se utiliza amostra da rede, porque, neste caso, ela raramente
corresponde à estrutura de rede
33.
34. ARS VEM DA MATEMÁTICA
● Em ARS, os pesquisadores usam um ramo da matemática, a
teoria dos grafos, em que analisam:
● o conjunto de vértices (constituídos de
pontos/nós/pessoas/atores) e
● o conjunto de linhas (as relações) entre estes vértices, que
representam a estrutura da rede. Estas linhas podem ser
direcionadas, fortes e fracas
35. ARS PEQUENO GLOSSÁRIO
● Os vértices (indivíduos, atores) têm atributos não relacionais que ajudam
a entender as relações, estas são informações de perfil e contexto. Estes
indivíduos podem ser agrupados por afinidades, classe etc.
● Os subgrupos (ou a coesão entre indivíduos da rede) são observados
para compreender o que promove essa coesão, o que motiva aqueles
agrupamentos dentro da rede.
● Também permite verificar os adensamentos desses grupos (quanto
menor, mais densa a rede), o grau de relação que o indivíduo tem na
rede (com quantos e quais indivíduos se envolve) e
● avaliar, ainda, como as pessoas estão organizadas nos espaços de uma
rede (que em ARS denomina-se afiliação). Observar os laços significa
observar a tendência à entropia ou ao arejamento da rede por novas
informações
36. USO ARS
● Para observar quais pessoas estão desligadas das
informações da rede (os vazios estruturais) e observar:
● os intermediadores dos fluxos de informação na rede.
● quem compartilha, que faz a informação fluir, o broker
● quem concentra a informação e não a deixa fluir, bridge
● os dois elementos representam o controle nas relações com
grupos isolados, ou subgrupos (as panelinhas)
37. USO ARS
● Observação dos temas geradores de fluxos;
● Localização de laços de afinidades na rede;
● Reconhecimento de padrões de fluxo de informação e de
temas, bem como o que fica fora deste padrão
● ao planejar para a ação em rede não se deve pensar apenas
no que está em ordem, mas no que fica fora deste espectro
de padrão que pode precisar, por exemplo, de ação específica
para a integração de indivíduos ou grupos. Em rede, não se
planeja para a média, nem para a maioria, mas para a
diversidade e para a segmentação.
38.
39. SUB-REDES, REDES DESGARRADAS, MEDIAÇÕES
● Por esta avaliação, uma rede é formada de sub-redes, ou
componentes, definidos pelos laços entre as pessoas.
● Quando a ligação não se completa entre todos na rede há o
que se denomina “buracos estruturais”. Este campo vazio, a
pessoa (ou organização) que faz a mediação entre outras que
não se relacionam, constitui-se ponte entre elas. Esta
intermediação, no entanto, não é padrão.
● Vários fatores devem ser levados em conta, pois as relações
podem ser mais fortes ou mais fracas, dependendo da
posição dos indivíduos na sociedade e/ou na rede
40. MEDIADORES E INTERMEDIÁRIOS EM REDE
● Intermediação, para ARS, diz respeito aos papéis que podem
desempenhar atores ou grupo de atores em rede, que tanto servem
para facilitar como para constranger o fluxo de relações, de
comunicação de informação
● Demo (2012) diferencia este ator em dois tipos:
intermediários, responsáveis pelo transporte de significado de
forma linear, sem transformação; e
mediadores, atores múltiplos e híbridos, que deslancham
dinâmicas e agem de modo performativo e transformador.
● Para Martín-Barbero são mediadores os agentes que atuam como
seletores de conteúdos e de formas de diferentes procedências e que
também atuam como construtores de nexo em instituição e lugar social
definido
41. POSSIBILIDADES MATEMÁTICAS PARA RELAÇÕES EM REDE
● Coordenador: membro do grupo que se destaca na relação com o ambiente, o fluxo de informação
é muito forte em torno deste indivíduo. Na estrutura atual da organização das redes em coletivos,
este é um papel que dura o tempo de execução de ações que pedem a presença de um
coordenador;
● Representante: indivíduo do grupo que regula o fluxo da informação, ou bens, deste grupo para o
ambiente externo. Também pela estrutura atual de coletivos e pela característica horizontal das
redes sociais, as ações se desenvolvem em períodos definidos e específicos;
● Intermediário itinerante: é um ator externo ao grupo, mas que é utilizado como mediador entre dois
membros do grupo. Aqui pode ser identificada a figura de consultores ou outros especialistas
convidados pela rede para contribuir em questões específicas, como mediadores de conflito, por
exemplo;
● Gatekeeper: indivíduo externo ao grupo e que regula o fluxo de informações ou bens desse
ambiente externo para com os integrantes do grupo. Aqui se encaixa a figura de produtores,
difusores e orientadores de comunicação e de informação, como jornalistas, bibliotecários,
documentalistas;
● Ligação: indivíduo que media as relações entre pessoas de grupos diferentes sem pertencer a
qualquer um deles. Pode ser importante no sentido de manter na rede grupos isolados com os
quais, muitas vezes, representa o único elo.
42. OS PAPÉIS DE INTERMEDIAÇÃO NA REDE
Fonte: NOOY, et al
(2005)
43. ARS precisa ser complementada por metodologias de
coleta de dados sobre as competências dos indivíduos para
interagir em rede
44. CEDOC FAC É HUB DE REDE
● Primeiro semestre de 2016 – a partir do diagnóstico da primeira
turma, a pesquisa foi orientada a organizar o Cedoc/FAC, uma rede
que reune documentos produzidos nos 52 anos de existência da
faculdade:
● produtos acadêmicos (monografias, dissertações, teses)
● produtos de experimentação acadêmica (Produtos de TCC, produtos
de laboratórios, na linguagem do AV3)
● rede com repositório onde alguns desses documentos estão
depositados
● rede de usuários (atualmente com uso muito restrito)
● Perspectiva de Laboratório Transdisciplinar de Pesquisa em Gestão
da Memória na Comunicação, com base LAI/Direito à Informação.
45. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
● BRIN, Collete, CHARRON, Jean e BONVILLE, Jean. Nature et transformation du journalisme – théorie et rechérches empiriques.
Quebec, Les presses de L’Université Laval, 2007.
● CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede, a era da informação: economia, sociedade e cultura. Volume 1. 6. edição. Editora Paz
e Terra, São Paulo, Brasil, 2002.
________________ A Galáxia da Internet – reflexões sobre a Internet, os negócios e a sociedade. Rio de Janeiro: Zahar, 2003.
● _________________ Redes de Indignación y Esperanza. Alianza Editorial, Madrid, 2012.
● HABERMAS, Jürgen. Mudança estrutural da esfera pública. Biblioteca Tempo Universitário. Editora Tempo Brasileiro, RJ, 1984.
● ______________ Consciência Moral e Agir Comunicativo. 1989
_____________ Obras escolhidas – vol.1. Fundamentação lingüística da Sociologia. Edição 70. Lisboa, Port. 2010.
● KUNSCH, Margarida. Planejamento de Relações Públicas na Comunicação integrada. São Paulo. Ed. Summus, terceira edição,
2003.
● LE COADIC, Yves-François. A Ciência da Informação. Briquet de Lemos, Brasília, Brasil, 2004.
● MARQUES, Márcia. As mudanças nas rotinas de produção das agências de notícias com a consolidação da internet no Brasil
(Dissertação) em: http://www.bocc.ubi.pt/pag/marques-marcia-mudancas-nas-rotinas-de-producao.pdf
● MARTÍN-BARBERO, Jesús. Globalização comunicacional e transformação cultural. em MORAES, Dênis (org.). Por uma outra
comunicação: mídia, mundialização cultural e poder. RJ, Record, 2ª edição, 2004.
● MORIN, Edgar. Introdução ao pensamento complexo. Porto Alegre, editora Sulina, 4ª edição, 2011.
● SIMEÃO, Elmira. Comunicação extensiva e informação em rede.Editado pelo Departamento de Ciência da Informação,
Universidade de Brasília, Brasília, Brasil, 2006.
● TEMER e NERY. Para entender as teorias da comunicação. Belo Horizonte, MG, Edufu, 2004.
● WOLTON, Dominique. Informar não é comunicar. Porto Alegre, RS, Editora Sulina, 2010.