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                                                              Aluna Jociane Araujo Peres da Luz



Análise Crítica Sonora e Visual do episódio “Barbeiro de Sevilha” no desenho animado Pica-Pau



         O desenho infantil “Pica-Pau” foi criado por Walter Lantz na década de 40. A primeira
versão, em 1941, a personagem era mais psicótica e perversa. Posteriormente, tornou-se um
pouco mais simpático e civilizado. A personagem é esperta, falante e tem uma gargalhada
marcante. Se ele se sentir irritado, atormentará o seu opositor sem se preocupar com pudores
ou éticas (aos seus opositores engana-os, trapaça-os, dá-lhes muitas bicadas, etc). É uma
personagem contraditória uma vez que seus atos são de um anti-heroi.

        O episódio “Barbeiro de Sevilha”, do desenho animado Pica-Pau, teve a direção de
James Culhane, estória de Bem Haraway e de Milt Schaffer, animação de Verne Harding e Les
Hine, música de Darrell Calker, animação de layout de Art Heinemann e, backgrounds de Philip
DeGuard.

          Sob o título original The Barber of Seville, ele foi o 10º curta-metragem do Pica-Pau e
o primeiro de 1944. Foi feito em 10 de abril de 1944 com duração de 6 minutos e 55 segundos.
O fato se passa em uma barbearia. O Pica-Pau quer ser atendido por Tony Figaro, dono da
Barbearia Sevilha, mas ele foi para ginástica. Então, o Pica-Pau substitui o barbeiro e tem como
clientes um chefe índio e um operário com barba mal-feita. O barbeiro Pica-Pau apronta uma
das suas como transformar o cocar do chefe em uma peteca e deixar o operário totalmente
irreconhecível.

          O Pica-Pau, sendo uma personagem contraditória, foi escolhida porque apesar de
não gostar da própria personagem e de alguns de seus episódios, acho-o muto interessante
uma vez que pergunto-me por quê ele faz tanto sucesso no meio infantil há tanto tempo
diante das inovações de desenhos infantis atuais? Este trabalho, no entanto, tem o intuito de
analisar o som e a imagem do episódio tratado acima uma vez que combina uma música
clássica e um desenho animado tradicional.

         A música é uma forma de expressão da arte que pode combinar som e silêncio juntos
ou não, ao longo de um determinado tempo. Na vida das pessoas, pode interferir nas esferas
emocional, física e na linguagem, enfim nas capacidades, como um todo, de forma
imprescindível para a sobrevivência psíquica e para o avanço do homem. Nesse sentido,
muitos são os estudos relacionados à importância da música para a vida do homem, até
mesmo, quando ainda está no ventre materno.

         Todo ser humano, como ser social, vive em constante interação com o meio e nesse
meio, a música faz parte de nossas vidas desde épocas mais remotas, tornando-se um auxiliar
para a construção de conhecimentos humanos. A música, portanto, é um instrumento que
promove o desenvolvimento cognitivo e social dos sujeitos em interação, construindo
conhecimentos.

         Nesse sentido, alguns clássicos musicais, sejam eles recitados, cantados ou junto a
outros processos da mídia são colaboradores para a maturação biológica. Como exemplo,
temos o desenho animado Pica-Pau, em que um de seus episódios utilizou a música Le nozze
di Figaro. Com isso, quem assiste, não só a este, mas em outros tipos de mídia, tem a
oportunidade de contato com algumas das mais importantes criações artísticas da história da
humanidade, bem como, de desenvolver sua sensibilidade e de experimentar os mais variados
e profundos sentimentos que uma obra musical pode despertar.

          Segundo a teoria de Charles Sanders Peirce, isto está compreendido em nós como
signo ou representação de qualquer coisa que esteja em relação com outra coisa. Surge numa
determinada pessoa e dirige-se a uma outra, em cujo espírito cria um signo equivalente ou até
mais desenvolvido. O signo criado é "interpretante" do primeiro. E assim sucessivamente. Ou
seja, tudo será conhecido por nós e entendido por meio de categorias do conhecimento.
Primeiramente temos um conhecimento associado a percepções de qualidades por meio de
órgãos sensoriais. Quem ouve o Pica-Pau cantando, simplesmente sente a música como som
porque a música, neste momento, chega aos nossos ouvidos de forma sensitória. Se, quem
assistiu ao episódio mencionado ouvir a referida ária e passar a relacioná-la ao desenho do
Pica-Pau ou a um barbeiro, então, essa está fazendo associações entre o que é apreendido
pelos sentidos e um tempo, espaço ou objeto particular estando, assim, na segunda fase do
conhecimento. Caso a música passe a significar uma idéia ou conceito, se está na terceira fase
do conhecimento.

          Portanto, o desenho animado que utiliza músicas clássicas em seus episódios
contribui para que vários grupos sociais, de forma democrática, tenham oportunidades de
experiências musicais aos quais não estejam acostumados a ouví-las ou mesmo a ter acesso.
Isto se deve ao advento da publicidade, propaganda e dos meios de comunicação de massa
que, a partir da década de 40, passam a utilizá-los para atingir a população em larga escala já
que, anteriormente, este gênero musical se restringia a teatros e igrejas. A música clássica,
então, terá o seu papel de dar mais emoção nesses meios de comunicação haja vista que seus
sons tem a capacidade de dar sensações de calmaria, desespero, alegria, tristeza, etc
(sensações sensoriais). É o que acontece no episódio do desenho infantil Pica-Pau, que se
utilizou da canção Le nozze di Figaro. A música utilizada neste episódio foi muito bem utilizada
e trabalhada uma vez que metaforiza a ópera com os movimentos realizados pela personagem
Pica-Pau. Quando ele passa a cortar o cabelo e a fazer a barba da personagem operário, Pica-
Pau se transveste no próprio Fígaro e com os objetos utilizados em uma barbearia sob os
efeitos da música passa a sensação de desespero do operário e de indignação com tom de
deboche da personagem principal. Também, vários outros sons são tidos como universais
nesta animação como o som da quebra de louças da barbearia, quando algum objeto está
encolhendo de tamanho, da cadeira giratória e, da própria risada do Pica-Pau.

             Por sua vez, a ópera Le nozze di Figaro, em suma, é a história de um criado que se
rebela contra o seu patrão e mostra que é mais esperto que o seu amo. Os aristocratas são
apresentados como degenerados, cheios de luxúria e depravados. A ópera é apresentada em
quatro atos cujas árias são tocadas pelos instrumentos: 1 cravo (para recitativo), 1 tímpano, 2
flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 2 trompas, 2 trompetes, Instrumentos de cordas:
violinos (primeiros e segundos), violas, violoncelos (para recitativo) e contrabaixos.

          Tais instrumentos, em harmonia, deram o tom de velocidade e de certa “fúria”,
“raiva”. São instrumentos que dão efeito de sonoplastia, outros, de timbre agudo expressam
tom sarcástico ou humorístico; outras, ainda, possuem notas mais agudas e penetrantes ou
tem oitavas graves. Pode-se verificar que tais instrumentos são muito usados para esse tipo de
música erudita.

          Em relação à visual do fato narrado, o que me chamou mais a atenção foram a
sincronia entre a música e os próprios movimentos realizados pelo Pica-Pau neste episódio,
bem como, de lembrar-me da ópera que leva o nome ao tal episódio.

          Sendo um desenho realizado pela produtora Walter Lantz, desde 1940, embora a
imagem da personagem tenha sido modificada algumas vezes, ele não passa de um desenho
tradicional.

         Para Metz, a montagem de uma cena clássica de um filme deve ficar na mente do
espectador. E é isso que acontece neste episódio com o auxílio de uma música clássica já
consagrada.

         A sequência dos acontecimentos já é esperada, de certa forma, pelo espectador uma
vez que a personagem geralmente se mete em confusão e sai, no final, vitoriosa recitando o
seu “heherere, hehererehehehehe!”.

          Quanto ao modo de produzir uma filmagem de desenho animado e cinema, é que a
1ª possui algumas maneiras de fazê-lo que são diferentes da segunda. Como o nosso olho só
consegue registrar 12 imagens por segundo, o segredo de dar movimento aos desenhos é de
criar sequências com mais imagens que possamos reter.

          O storyboard representa idéias dos desenhos animados em forma de história em
quadrinhos. Cada quadro representa uma ação (cena). Depois de ele estar pronto é só colocá-
lo na frente da mesa de desenho. Para isto temos uma mesa especial (mesa de madeira com
luz de lâmpada fluorescente). A folha de cada desenho, então, é posta nesta mesa e para dar
movimento a cada segundo da cena, precisamos ter doze desenhos de movimentos
seqüenciais. Émile Reynaud foi o inventor do Teatro Óptico que, projetando esta sequência em
uma tela ou parede branca, deu surgimento ao desenho animado.

           O desenho animado Pica-Pau é produzido de forma tradicional, ou seja, à mão (não
se utiliza de computador) o que facilita melhor os movimentos das personagens. Desse modo,
fica difícil saber se houve corte e imagens aqui ou ali, o que podemos, de certa forma, é
calcular, aproximadamente, quantos desenhos à mão foram necessários para construir o
episódio. Neste episódio, com duração de 6 minutos e 55 segundos, foram realizados
aproximadamente 4723 desenhos à mão.

          Em relação a fotografia, este recurso não foi utilizado porque, como dito
anteriormente, Pica-Pau é um desenho clássico feito à mão. Mas nem por isso menos
prestigiado, pelo contrário: o animador e o músico tiveram que trabalhar de forma integrada e
constante. Nesta obra, não temos como falar só de imagem sem falar ao mesmo tempo da
música e dos sons que compõem os cenários. Os movimentos de ação deste episódio estão em
perfeita sincronia com a música. Além da música “Le nozze di Fígaro”, há outros sons
universais conhecidos. Quanto a escrita e o registro dos diálogos, embora dublados, no Brasil,
são sincronizados.

          A cena do episódio começa com a personagem principal e, posteriormente,
contracena com ele, outra personagem, conforme a cena se desenvolve. As sequências são
demarcadas por encadeamento musical ou sonoro num ritmo contínuo. As imagens são de um
colorido perceptivelmente escolhido pelo ilustrador.

          Esta junção da música clássica mais a imagem formaram uma terceira matéria. A
fusão de música e imagem gerou uma nova obra. E isto foi conseguido nesse desenho: Le
nozze di Figaro, uma ópera-bufa (termo usado para descrever a versão italiana da ópera-
cômica) em quatro atos, composta entre 1785 e 1786, estreada em Viena, em 1º de maio de
1786, que satirizou os costumes da nobreza daquela época e que, agora, se apresentou sob
uma nova acepção. Provavelmente, este seja o sucesso para este quadro que há tanto tempo é
visto e encanta seus espectadores.



Referenciais Bibliográficos:

METZ, C.; MORIN, V.; BERMOND, C. Cinema, Estudos de Semiótica. Tradução de Luiz Felipe
   Baeta Neves. Petrópolis: Ed. Vozes Ltda, 1973.

PACHECO, Elza Dias. O Pica-Pau: herói ou vilão? Representação social da criança e a
    reprodução da ideologia dominante. São Paulo: Loyola, 1985

PEIRCE, Charles Sanders. Semiótica. São Paulo: Perspectiva, 1977.

RODRIGUEZ, Ángel. A dimensão sonora da linguagem audiovisual. São Paulo: SENAC, 2006.

VANOYE, Francis, GOLIOT-LETÉ, Anne. Ensaio Sobre a Análise Fílmica. Tradução de Maria
   Appelenzeller. Revisão Técnica de Nuno César P. de Abreu. Campinas: Papirus, 1994.

http://www.youtube.com/watch?v=YrThtjEw5YM, em 06/04/2010, às 21h.

http://www.canalkids.com.br/arte/cinema/efeitos.htm, em 16/05/10.

http://www.convergencia.jor.br/bancomonos/2007/airton.pdf, em 11/05/10.
http://www2.eptic.com.br/sgw/data/bib/artigos/755f791e770edccf14e0bf902dde74dc.pdf,
em 11/05/10.

http://www.olharvirtual.ufrj.br/2009/?id_edicao=266&codigo=3, em 11/04/2010, às 17h.

http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/eb/article/viewFile/369/433, em 06/04/10.

http://tede.pucrs.br/tde_arquivos/7/TDE-2007-10-04T055806Z-870/Publico/395119.pdf,     em
13/05/10.

http://www3.unisul.br/paginas/ensino/pos/linguagem/0903/04.htm, em 11/05/10.

http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%BAsica, em 11/04/2010, às 16h.

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Análise sonora e visual do episódio Barbeiro de Sevilha de Pica-Pau

  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA – UFSC CCE – CENTRO DE COMUNICAÇÃ E EXPRESSÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUÍSTICA LEITURA CRÍTICA DA MÍDIA Profº Dr. Josué Ricardo Hack Aluna Jociane Araujo Peres da Luz Análise Crítica Sonora e Visual do episódio “Barbeiro de Sevilha” no desenho animado Pica-Pau O desenho infantil “Pica-Pau” foi criado por Walter Lantz na década de 40. A primeira versão, em 1941, a personagem era mais psicótica e perversa. Posteriormente, tornou-se um pouco mais simpático e civilizado. A personagem é esperta, falante e tem uma gargalhada marcante. Se ele se sentir irritado, atormentará o seu opositor sem se preocupar com pudores ou éticas (aos seus opositores engana-os, trapaça-os, dá-lhes muitas bicadas, etc). É uma personagem contraditória uma vez que seus atos são de um anti-heroi. O episódio “Barbeiro de Sevilha”, do desenho animado Pica-Pau, teve a direção de James Culhane, estória de Bem Haraway e de Milt Schaffer, animação de Verne Harding e Les Hine, música de Darrell Calker, animação de layout de Art Heinemann e, backgrounds de Philip DeGuard. Sob o título original The Barber of Seville, ele foi o 10º curta-metragem do Pica-Pau e o primeiro de 1944. Foi feito em 10 de abril de 1944 com duração de 6 minutos e 55 segundos. O fato se passa em uma barbearia. O Pica-Pau quer ser atendido por Tony Figaro, dono da Barbearia Sevilha, mas ele foi para ginástica. Então, o Pica-Pau substitui o barbeiro e tem como clientes um chefe índio e um operário com barba mal-feita. O barbeiro Pica-Pau apronta uma das suas como transformar o cocar do chefe em uma peteca e deixar o operário totalmente irreconhecível. O Pica-Pau, sendo uma personagem contraditória, foi escolhida porque apesar de não gostar da própria personagem e de alguns de seus episódios, acho-o muto interessante uma vez que pergunto-me por quê ele faz tanto sucesso no meio infantil há tanto tempo diante das inovações de desenhos infantis atuais? Este trabalho, no entanto, tem o intuito de analisar o som e a imagem do episódio tratado acima uma vez que combina uma música clássica e um desenho animado tradicional. A música é uma forma de expressão da arte que pode combinar som e silêncio juntos ou não, ao longo de um determinado tempo. Na vida das pessoas, pode interferir nas esferas emocional, física e na linguagem, enfim nas capacidades, como um todo, de forma imprescindível para a sobrevivência psíquica e para o avanço do homem. Nesse sentido,
  • 2. muitos são os estudos relacionados à importância da música para a vida do homem, até mesmo, quando ainda está no ventre materno. Todo ser humano, como ser social, vive em constante interação com o meio e nesse meio, a música faz parte de nossas vidas desde épocas mais remotas, tornando-se um auxiliar para a construção de conhecimentos humanos. A música, portanto, é um instrumento que promove o desenvolvimento cognitivo e social dos sujeitos em interação, construindo conhecimentos. Nesse sentido, alguns clássicos musicais, sejam eles recitados, cantados ou junto a outros processos da mídia são colaboradores para a maturação biológica. Como exemplo, temos o desenho animado Pica-Pau, em que um de seus episódios utilizou a música Le nozze di Figaro. Com isso, quem assiste, não só a este, mas em outros tipos de mídia, tem a oportunidade de contato com algumas das mais importantes criações artísticas da história da humanidade, bem como, de desenvolver sua sensibilidade e de experimentar os mais variados e profundos sentimentos que uma obra musical pode despertar. Segundo a teoria de Charles Sanders Peirce, isto está compreendido em nós como signo ou representação de qualquer coisa que esteja em relação com outra coisa. Surge numa determinada pessoa e dirige-se a uma outra, em cujo espírito cria um signo equivalente ou até mais desenvolvido. O signo criado é "interpretante" do primeiro. E assim sucessivamente. Ou seja, tudo será conhecido por nós e entendido por meio de categorias do conhecimento. Primeiramente temos um conhecimento associado a percepções de qualidades por meio de órgãos sensoriais. Quem ouve o Pica-Pau cantando, simplesmente sente a música como som porque a música, neste momento, chega aos nossos ouvidos de forma sensitória. Se, quem assistiu ao episódio mencionado ouvir a referida ária e passar a relacioná-la ao desenho do Pica-Pau ou a um barbeiro, então, essa está fazendo associações entre o que é apreendido pelos sentidos e um tempo, espaço ou objeto particular estando, assim, na segunda fase do conhecimento. Caso a música passe a significar uma idéia ou conceito, se está na terceira fase do conhecimento. Portanto, o desenho animado que utiliza músicas clássicas em seus episódios contribui para que vários grupos sociais, de forma democrática, tenham oportunidades de experiências musicais aos quais não estejam acostumados a ouví-las ou mesmo a ter acesso. Isto se deve ao advento da publicidade, propaganda e dos meios de comunicação de massa que, a partir da década de 40, passam a utilizá-los para atingir a população em larga escala já que, anteriormente, este gênero musical se restringia a teatros e igrejas. A música clássica, então, terá o seu papel de dar mais emoção nesses meios de comunicação haja vista que seus sons tem a capacidade de dar sensações de calmaria, desespero, alegria, tristeza, etc (sensações sensoriais). É o que acontece no episódio do desenho infantil Pica-Pau, que se utilizou da canção Le nozze di Figaro. A música utilizada neste episódio foi muito bem utilizada e trabalhada uma vez que metaforiza a ópera com os movimentos realizados pela personagem Pica-Pau. Quando ele passa a cortar o cabelo e a fazer a barba da personagem operário, Pica- Pau se transveste no próprio Fígaro e com os objetos utilizados em uma barbearia sob os efeitos da música passa a sensação de desespero do operário e de indignação com tom de deboche da personagem principal. Também, vários outros sons são tidos como universais
  • 3. nesta animação como o som da quebra de louças da barbearia, quando algum objeto está encolhendo de tamanho, da cadeira giratória e, da própria risada do Pica-Pau. Por sua vez, a ópera Le nozze di Figaro, em suma, é a história de um criado que se rebela contra o seu patrão e mostra que é mais esperto que o seu amo. Os aristocratas são apresentados como degenerados, cheios de luxúria e depravados. A ópera é apresentada em quatro atos cujas árias são tocadas pelos instrumentos: 1 cravo (para recitativo), 1 tímpano, 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 2 trompas, 2 trompetes, Instrumentos de cordas: violinos (primeiros e segundos), violas, violoncelos (para recitativo) e contrabaixos. Tais instrumentos, em harmonia, deram o tom de velocidade e de certa “fúria”, “raiva”. São instrumentos que dão efeito de sonoplastia, outros, de timbre agudo expressam tom sarcástico ou humorístico; outras, ainda, possuem notas mais agudas e penetrantes ou tem oitavas graves. Pode-se verificar que tais instrumentos são muito usados para esse tipo de música erudita. Em relação à visual do fato narrado, o que me chamou mais a atenção foram a sincronia entre a música e os próprios movimentos realizados pelo Pica-Pau neste episódio, bem como, de lembrar-me da ópera que leva o nome ao tal episódio. Sendo um desenho realizado pela produtora Walter Lantz, desde 1940, embora a imagem da personagem tenha sido modificada algumas vezes, ele não passa de um desenho tradicional. Para Metz, a montagem de uma cena clássica de um filme deve ficar na mente do espectador. E é isso que acontece neste episódio com o auxílio de uma música clássica já consagrada. A sequência dos acontecimentos já é esperada, de certa forma, pelo espectador uma vez que a personagem geralmente se mete em confusão e sai, no final, vitoriosa recitando o seu “heherere, hehererehehehehe!”. Quanto ao modo de produzir uma filmagem de desenho animado e cinema, é que a 1ª possui algumas maneiras de fazê-lo que são diferentes da segunda. Como o nosso olho só consegue registrar 12 imagens por segundo, o segredo de dar movimento aos desenhos é de criar sequências com mais imagens que possamos reter. O storyboard representa idéias dos desenhos animados em forma de história em quadrinhos. Cada quadro representa uma ação (cena). Depois de ele estar pronto é só colocá- lo na frente da mesa de desenho. Para isto temos uma mesa especial (mesa de madeira com luz de lâmpada fluorescente). A folha de cada desenho, então, é posta nesta mesa e para dar movimento a cada segundo da cena, precisamos ter doze desenhos de movimentos seqüenciais. Émile Reynaud foi o inventor do Teatro Óptico que, projetando esta sequência em uma tela ou parede branca, deu surgimento ao desenho animado. O desenho animado Pica-Pau é produzido de forma tradicional, ou seja, à mão (não se utiliza de computador) o que facilita melhor os movimentos das personagens. Desse modo, fica difícil saber se houve corte e imagens aqui ou ali, o que podemos, de certa forma, é
  • 4. calcular, aproximadamente, quantos desenhos à mão foram necessários para construir o episódio. Neste episódio, com duração de 6 minutos e 55 segundos, foram realizados aproximadamente 4723 desenhos à mão. Em relação a fotografia, este recurso não foi utilizado porque, como dito anteriormente, Pica-Pau é um desenho clássico feito à mão. Mas nem por isso menos prestigiado, pelo contrário: o animador e o músico tiveram que trabalhar de forma integrada e constante. Nesta obra, não temos como falar só de imagem sem falar ao mesmo tempo da música e dos sons que compõem os cenários. Os movimentos de ação deste episódio estão em perfeita sincronia com a música. Além da música “Le nozze di Fígaro”, há outros sons universais conhecidos. Quanto a escrita e o registro dos diálogos, embora dublados, no Brasil, são sincronizados. A cena do episódio começa com a personagem principal e, posteriormente, contracena com ele, outra personagem, conforme a cena se desenvolve. As sequências são demarcadas por encadeamento musical ou sonoro num ritmo contínuo. As imagens são de um colorido perceptivelmente escolhido pelo ilustrador. Esta junção da música clássica mais a imagem formaram uma terceira matéria. A fusão de música e imagem gerou uma nova obra. E isto foi conseguido nesse desenho: Le nozze di Figaro, uma ópera-bufa (termo usado para descrever a versão italiana da ópera- cômica) em quatro atos, composta entre 1785 e 1786, estreada em Viena, em 1º de maio de 1786, que satirizou os costumes da nobreza daquela época e que, agora, se apresentou sob uma nova acepção. Provavelmente, este seja o sucesso para este quadro que há tanto tempo é visto e encanta seus espectadores. Referenciais Bibliográficos: METZ, C.; MORIN, V.; BERMOND, C. Cinema, Estudos de Semiótica. Tradução de Luiz Felipe Baeta Neves. Petrópolis: Ed. Vozes Ltda, 1973. PACHECO, Elza Dias. O Pica-Pau: herói ou vilão? Representação social da criança e a reprodução da ideologia dominante. São Paulo: Loyola, 1985 PEIRCE, Charles Sanders. Semiótica. São Paulo: Perspectiva, 1977. RODRIGUEZ, Ángel. A dimensão sonora da linguagem audiovisual. São Paulo: SENAC, 2006. VANOYE, Francis, GOLIOT-LETÉ, Anne. Ensaio Sobre a Análise Fílmica. Tradução de Maria Appelenzeller. Revisão Técnica de Nuno César P. de Abreu. Campinas: Papirus, 1994. http://www.youtube.com/watch?v=YrThtjEw5YM, em 06/04/2010, às 21h. http://www.canalkids.com.br/arte/cinema/efeitos.htm, em 16/05/10. http://www.convergencia.jor.br/bancomonos/2007/airton.pdf, em 11/05/10.
  • 5. http://www2.eptic.com.br/sgw/data/bib/artigos/755f791e770edccf14e0bf902dde74dc.pdf, em 11/05/10. http://www.olharvirtual.ufrj.br/2009/?id_edicao=266&codigo=3, em 11/04/2010, às 17h. http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/eb/article/viewFile/369/433, em 06/04/10. http://tede.pucrs.br/tde_arquivos/7/TDE-2007-10-04T055806Z-870/Publico/395119.pdf, em 13/05/10. http://www3.unisul.br/paginas/ensino/pos/linguagem/0903/04.htm, em 11/05/10. http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%BAsica, em 11/04/2010, às 16h.