SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 46
A escultura portuguesa de frei Cipriano da
Cruz a Soares dos Reis
Manuel de Sousa nasceu em Braga entre 1645
  e 1650. Por volta dos 30 anos ingressou no
          mosteiro de Tibães, a casa mãe dos
     beneditinos, adoptando o nome de Frei
                            Cipriano da Cruz.

   Frei Cipriano da Cruz Sousa produziu em
           Coimbra muitas obras de Santos,
nomeadamente para a igreja do Colégio de S.
                  Bento, destruída em 1932.

        Além do trabalho escultórico, merece
   destaque a policromia e as decorações em
relevo, o que obriga a repartir a autoria entre
                  o escultor e o policromador.



                     Pietá
                     Madeira de castanho
                     Manuel da Costa Pereira (pintor)
                     1684 – 1691
                     Originalmente da igreja de S. Bento,
                     MNMC
Olhos amendoados, pálpebras pesadas olhando
              para baixo, sobrancelhas altas e simétricas, lábios
                        pequenos e um tufo de cabelo na testa.

             O corpo é coberto e as partes deixadas à vista são
                                tratadas muito sumariamente.

                 O pregueado cai verticalmente. As mangas (3)
                deixam ver os botões dos punhos, caem em V e,
                                 por fim, desabam longamente.




S. Bento
Madeira de castanho
Manuel Ferreira (pintor)
1684 – 1691
Originalmente da igreja de S. Bento,
Actualmente, na igreja de Nossa Senhora do Carmo; Coimbra
O tema da Sagrada Família é
antigo, embora reforçado pela
Contra-Reforma e com grande
    popularidade no séc. XVIII.

  Esta é uma das últimas obras
     do artista e uma das mais
                   conhecidas.

A policromia é original. Morreu
          em Tibães em 1716.




 Sagrada Família
 (pintor desconhecido)
 1704 – 1707
 Igreja de do Mosteiro de Tibães; Braga
A escultura seiscentista, além da madeira, elegeu o barro.

  Os barristas de Alcobaça representaram o auge desta corrente.

Frei Cipriano distinguiu-se igualmente no trabalho do barro, o que
levou os monges de Cister a aliciá-lo para Alcobaça onde, além do
                       mais, abunda a matéria-prima de qualidade.

  Não é possível destacar nenhum artista, apesar dos esforços em
   individualizar um tal Frei Pedro que, afinal, nunca terá existido.

            A imagem mostra uma Virgem de um retábulo que foi
                   desmantelado quando do restauro da abadia.
Retábulo da morte de S. Bernardo, a
obra mais significativa da escola de
Alcobaça.
Em Arouca, prossegue na época joanina
uma tradição escultórica provincial, muito
marcada pelo gosto popular e que elege o
calcário de Ançã como matéria-prima.

Os temas são os Santos cistercienses e
beneditinos.




                              Jacinto Vieria
                            Santa Gertrudes
                                         c. 1725
                                         Arouca
Na igreja de S. Paulo, em Braga,
pertencente aos Jesuítas, encontramos um
   conjunto de estátuas representando os
                              evangelistas.

   O autor é desconhecido, mas o enorme
      dinamismo das vestes e dos cabelos,
 tecnicamente muito bem tratados, revela
       um artista de excelente capacidade,
       influenciado pela moda berninesca.
Claude Laprade (1682 – 1738) foi um
escultor francês que deixou obra
marcante no nosso país a partir dos finais
do séc. XVII e ao longo do reinado de D.
João V.

Introduziu os modelos do barroco italiano
e francês, iniciando uma nova fase na
escultura portuguesa.

Este túmulo, na igreja de N.ª Sr.ª da
Penha de França, em Ílhavo, mostra uma
concepção triunfal da morte.




Túmulo do bispo de Miranda D. Manuel de Moura Manuel
Capela de Nossa Senhora da Penha de França; Ílhavo
No interior da galeria da Via Latina,
     em Coimbra, foi colocada uma
composição de Laprade executada
                     em 1701-1702.

  Dois atlantes suportam o frontão,
enquadrando uma imagem do rei D.
   José I, aplicada posteriormente.
A partir de 1732, chega a Mafra, proveniente de Itália, a primeira remessa de estátuas de
vulto destinadas ao convento joanino. Assim se inaugura um longo processo entre o
encomendador português, que definiu todo o plano iconográfico, e os fornecedores
italianos.
Uma das exigências prendia-se com o rigor iconográfico, pedindo-se que os atributos estivessem
conforme a ortodoxia.
Os trabalhos deviam ser em
pedra de mármore perfeito de
Carrara e sem qualquer
douramento.
Camilo Rusconi, o mais famoso escultor italiano daquele tempo, faleceu em 1728, pelo que o
 nome que mais se destacou de entre os jovens escultores que satisfizeram a encomenda foi
                              Carlo Monaldi (1683 – 1760)
Outros nomes merecem referência:,
ocupando-se boa parte dos escultores
romanos:

Agostino Cornnacchini (1685 – 1754);

Giovanni Batista Maini (1690 – 1752);

Filippo della Valle (1698 – 1768);

Pietro Bacci (1690 – 1773);

Bernardino Ludovisi (1693 – 1749);

Giuseppe Lironi (1698 – 1749) e

Agostino Corsini (1688 – 1757)
Apesar disso, assegura-se uma
unidade artística:



 O cânone e as proporções são
constantes;

 utilização de um único bloco
de mármore branco e sem veios;

 uma pose estável, os gestos e
o rosto teatralmente tratados;

 o tratamento das vestes, como
que batidas por um vento suave;

 a importância dos objectos
iconográficos.
As dezenas de estátuas constituem um percurso ilustrado de devoção para os crentes
que culmina na capela-mor com um Cristo crucificado, ladeado por dois anjos, da
autoria de Francesco Maria Schiafino.
Alexandre Giusti ( 1715 – 1799 ) foi o
mais famoso dos escultores estrangeiros
a trabalhar em Portugal.

Esteve ao serviço de D. João V, de quem
lavrou este excelente busto.

A partir de 1750, destacou-se nos
estaleiros de Mafra, onde iniciara uma
importante escola de escultura.
Giusti formou discípulos portugueses que, no entanto, não merecem destaque. Excepção para
Joaquim Machado de Castro (1731- 1822) que trabalha em Mafra entre 1756 e 1771. Da sua
autoria é a escultura da basílica da Estrela, a última grande iniciativa barroca. Na verdade,
Machado de Castro é já um escultor neoclássico.
A escultura neoclássica portuguesa é muito pobre, como
pode ver-se por esta estátua de glorificação a D. Maria I,
                                         hoje em Queluz.
       Deve-se a João José de Aguiar (1769 — 1841), que
    estudara com Antonio Canova, a encomenda de Pina
                                                Manique.
O núcleo da Ajuda constitui o mais importante centro da escultura neoclássica. O
programa escultórico do palácio foi atribuído a Machado de Castro.
Machado de Castro
 esculpiu 3 estátuas do
     total de 25: a
    Generosidade, o
 Conselho e a Gratidão.



A escultura neoclássica é
 académica e prefere os
   temas alegóricos e
     moralizantes.

 Utiliza poses de grande
teatralidade e destaca-se
 a inexpressividade dos
          rostos.
Faustino José Rodrigues, o
    discípulo predilecto de
 Machado de Castro, assinou
  esta alegoria que intitulou
 Amor da Pátria (à dir.) , além
do Amor da Virtude (à esq.) e a
          Intrepidez.

A escultura neoclássica prefere
a pedra ao barro e à madeira,
   bem como abdica da cor.
Joaquim José Barros Laborão
sucederá a Giusti na direcção da
escola de Mafra. Na Ajuda, assina
uma série de trabalhos: a
Honestidade, o Decoro, a Diligência e
o Desejo.




   Joaquim José de Barros Laborão
                    A Honestidade
Manuel Joaquim Barros Laborão é filho de José
Joaquim e assina duas estátuas: a Inocência e a
Humanidade, que se vê na figura ao lado.

Reflecte um estilo mais elegante que tenta romper
com o «monótono purismo neoclássico»
João José de Aguiar
também trabalhou na
Ajuda, mas a sua obra mais
notável, e o melhor
trabalho da escultura
neoclássica, é a estátua de
D. João VI que fez em 1823
para o Hospital da Marinha.
João José Joaquim de Sousa Alão
                foi um dos raros escultores
               portuenses neoclássicos. As
             estátuas da fachada da igreja da
              Ordem Terceira de S. Francisco
                são o seu melhor trabalho,
            embora atestem quanto o granito
Humildade    se desadequa a esta estética do    Inocência
                       movimento.
António Soares dos Reis (1847 –
1889) foi o grande renovador da
escultura portuguesa e o maior
escultor nacional da segunda
metade do século XIX.
O Desterrado (1872; MNSR) é
a sua obra mais importante.

Foi produzida em Roma,
enquanto bolseiro do Estado.

A herança clássica é valorizada,
mas adere a uma poética nova
já simbolista na sua melancolia
decadentista.
O material é o mármore de Carrara. O corpo é tratado com um
virtusosimo que se torna quase exibicionista no entrelaçar dos
dedos.
Retrato de uma Nação decadente ou auto-retrato do autor
que se suicidaria em 1889, nas vésperas do Ultimatum?
Soares dos Reis
Busto de Senhora Inglesa
1877
Museu do Chiado
Soares dos Reis
 Conde Ferreira
          1877
         MNSR
Soares dos Reis
            Avelar Brotero
Jardim Botânico (Coimbra)
                     1886
        gesso original no MNSR
Soares dos Reis
Viscondessa de Almedina
                   1882
                  MNSR
Simões de Almeida (1844 – 1926) esculpiu este D. Sebastião
como rei-menino, colocando em causa o problema da
educação do rei pelos Jesuítas em relação com o desastre
de Alcácer-Quibir.

O olhar reflexivo da criança torna-se uma prenúncio da
decadência nacional, fazendo desta obra um dos
exemplares mais significativos da escultura portuguesa da
segunda metade do séc. XIX.




                                          Simões de Almeida
                                                 D. Sebastião
                                                        1877
                                            Museu do Chiado
Simões de Almeida
          Infância
             1907
    Museu Chiado
Simões de Almeida
Puberdade
1878
Teixeira Lopes
A Bulha
António Teixeira Lopes (1866 – 1942) foi
discípulo de Soares dos Reis e um dos mais
importantes escultores naturalistas.

A sua obra mais famosa é A Viúva. O título
torna-se fundamental para a leitura da obra.

A questão social desperta um
sentimentalismo que sensibiliza o público
burguês.




                              Teixeira Lopes
                                     A Viúva
                                        1893
                            Museu do Chiado
Teixeira Lopes
Caim
1889
MNSR
A escultura original era em mármore. No entanto, actos de vandalismo determinaram a sua recolha e substituição por uma
cópia em bronze.




                                                                                              Teixeira Lopes
                                                                                              Eça de Queirós
                                                                                              Lisboa
                                                                                              1903




                  Sobre a nudez forte da Verdade, o manto diáfano da fantasia.
Moreira Rato: Sem Casa e sem Pão; Museu do Chiado
Costa Mota (tio)
O Lavrador
Jardim da Estrela
Costa Mota (tio)
Bernardim Ribeiro
1907
Museu do Chiado
Bibliografia:
- ANACLETO, Regina: História da Arte em Portugal; vol. 10: «Neoclassicismo e Romantismo»;
Lisboa; Publicações Alfa; 1986. A escultura (pp. 43 – 51).
- LE GAC, Agnès e ALCOFORADO, Ana: Frei Cipriano da Cruz em Coimbra; Coimbra; s/ed. ; 2003.
- MOURA, Carlos: Uma poética da refulgência, a escultura e a talha dourada; in «História da
Arte em Portugal»; volume 8; Lisboa; Publicações Alfa; 1986; pp. 87 – 119.
- CASTRO, Laura e SILVA, Raquel Henriques da: História da Arte Portuguesa. Época
Contemporânea; Lisboa; Universidade Aberta; 1997; pp. 27-29 e 85-87. Raquel Henriques da
Silva assina igualmente o capítulo sobre a escultura neste período em estudo na História da Arte
Portuguesa dirigida por Paulo Pereira (Lisboa; Círculo de Leitores; 3º volume; 1995), entre as
páginas 349 e 351.
- FRANÇA, José Augusto: A Arte em Portugal no século XIX; Venda Nova; Bertand; 3ª edição;
1990; volume I (; pp. 53, 108 e 452) e volume II (pp. 214-226).
- PEREIRA, José Fernandes: O Barroco do Século XVIII. A Escultura; História da Arte Portuguesa
dirigida por Paulo Pereira (Lisboa; Círculo de Leitores; 3º volume; 1995); pp. 86 – 105. Este
mesmo autor é o responsável pelo 12º volume da colecção Arte Portuguesa, dirigida por Dalila
Rodrigues (Lisboa; Fubu Editores; 2009), tratando da escultura a partir da página 85.
- PEREIRA, José Fernandes: A escultura de Mafra; Lisboa; IPPAR; 2003.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Renascimento Cultural
Renascimento CulturalRenascimento Cultural
Renascimento Cultural
eiprofessor
 
Reforma Protestante e Contra Reforma
Reforma Protestante e Contra ReformaReforma Protestante e Contra Reforma
Reforma Protestante e Contra Reforma
Luiz Henrique Ferreira
 
Neoclassicismo em portugal
Neoclassicismo em portugalNeoclassicismo em portugal
Neoclassicismo em portugal
Ana Barreiros
 

Mais procurados (20)

Módulo 8 - Naturalismo e Realismo
Módulo 8 - Naturalismo e RealismoMódulo 8 - Naturalismo e Realismo
Módulo 8 - Naturalismo e Realismo
 
Renascimento Cultural
Renascimento CulturalRenascimento Cultural
Renascimento Cultural
 
A Contra-Reforma Católica
A Contra-Reforma CatólicaA Contra-Reforma Católica
A Contra-Reforma Católica
 
31 - Arte barroca
31  - Arte barroca31  - Arte barroca
31 - Arte barroca
 
Arte barroca slides 33
Arte barroca slides 33Arte barroca slides 33
Arte barroca slides 33
 
Descoberta do Brasil
Descoberta do BrasilDescoberta do Brasil
Descoberta do Brasil
 
Cultura da gare
Cultura da gareCultura da gare
Cultura da gare
 
Cultura do Palco - Barroco em Portugal
Cultura do Palco - Barroco em Portugal Cultura do Palco - Barroco em Portugal
Cultura do Palco - Barroco em Portugal
 
A Arte Rococó
A Arte RococóA Arte Rococó
A Arte Rococó
 
Expansão Marítima Europeia
Expansão Marítima EuropeiaExpansão Marítima Europeia
Expansão Marítima Europeia
 
Aula sobre a Colonização inglesa
Aula sobre a Colonização inglesaAula sobre a Colonização inglesa
Aula sobre a Colonização inglesa
 
O Rococó
O RococóO Rococó
O Rococó
 
Módulo 6 pintura barroca
Módulo 6   pintura barrocaMódulo 6   pintura barroca
Módulo 6 pintura barroca
 
Reforma Protestante e Contra Reforma
Reforma Protestante e Contra ReformaReforma Protestante e Contra Reforma
Reforma Protestante e Contra Reforma
 
Antecedentes da 1ª Guerra Mundial
Antecedentes da 1ª Guerra Mundial Antecedentes da 1ª Guerra Mundial
Antecedentes da 1ª Guerra Mundial
 
Reforma e contrarreforma
Reforma e contrarreformaReforma e contrarreforma
Reforma e contrarreforma
 
A Cultura do Salão
A Cultura do SalãoA Cultura do Salão
A Cultura do Salão
 
Neoclassicismo em portugal
Neoclassicismo em portugalNeoclassicismo em portugal
Neoclassicismo em portugal
 
Módulo 8 - Arte em Portugal nos finais do século XIX
Módulo 8 - Arte em Portugal nos finais do século XIXMódulo 8 - Arte em Portugal nos finais do século XIX
Módulo 8 - Arte em Portugal nos finais do século XIX
 
O Antigo Regime
O Antigo RegimeO Antigo Regime
O Antigo Regime
 

Destaque (13)

Joaquim machado de castro
Joaquim machado de castroJoaquim machado de castro
Joaquim machado de castro
 
Escultura do neoclássico
Escultura do neoclássicoEscultura do neoclássico
Escultura do neoclássico
 
O barroco e suas imagens2
O barroco e suas imagens2O barroco e suas imagens2
O barroco e suas imagens2
 
Principais artistas barrocos
Principais artistas barrocosPrincipais artistas barrocos
Principais artistas barrocos
 
Arte Nova
Arte NovaArte Nova
Arte Nova
 
A Arte Neoclássica
A Arte NeoclássicaA Arte Neoclássica
A Arte Neoclássica
 
A arte nova
A arte novaA arte nova
A arte nova
 
O romantismo
O romantismoO romantismo
O romantismo
 
Cultura do Salão – Lisboa pombalina
Cultura do Salão – Lisboa pombalinaCultura do Salão – Lisboa pombalina
Cultura do Salão – Lisboa pombalina
 
Barroco em portugal
Barroco em portugalBarroco em portugal
Barroco em portugal
 
A cultura do cinema
A cultura do cinema   A cultura do cinema
A cultura do cinema
 
Neoclassicismo
NeoclassicismoNeoclassicismo
Neoclassicismo
 
Casa Sommer
Casa SommerCasa Sommer
Casa Sommer
 

Semelhante a A escultura portuguesa de frei cipriano da cruz a soares dos reis

Texto Para As Fotos Do Barroco Prof
Texto Para As Fotos Do Barroco   ProfTexto Para As Fotos Do Barroco   Prof
Texto Para As Fotos Do Barroco Prof
hsjval
 
A Arte Barroca
A Arte BarrocaA Arte Barroca
A Arte Barroca
ggmota93
 

Semelhante a A escultura portuguesa de frei cipriano da cruz a soares dos reis (20)

21 barroco eurobras
21 barroco eurobras21 barroco eurobras
21 barroco eurobras
 
8o Ano- Aleijadinho
8o Ano- Aleijadinho8o Ano- Aleijadinho
8o Ano- Aleijadinho
 
9 hist da art barro e rococ
9 hist da art barro e rococ9 hist da art barro e rococ
9 hist da art barro e rococ
 
BARROCO NO BRASIL
BARROCO NO BRASILBARROCO NO BRASIL
BARROCO NO BRASIL
 
Aleijadinho
AleijadinhoAleijadinho
Aleijadinho
 
Arte barroca
Arte barrocaArte barroca
Arte barroca
 
Barroco 2019ok
Barroco 2019okBarroco 2019ok
Barroco 2019ok
 
Barroco 2019ok
Barroco 2019okBarroco 2019ok
Barroco 2019ok
 
Texto Para As Fotos Do Barroco Prof
Texto Para As Fotos Do Barroco   ProfTexto Para As Fotos Do Barroco   Prof
Texto Para As Fotos Do Barroco Prof
 
2C26_Barroco_MuseuPrado_2011
2C26_Barroco_MuseuPrado_20112C26_Barroco_MuseuPrado_2011
2C26_Barroco_MuseuPrado_2011
 
A Arte Barroca
A Arte BarrocaA Arte Barroca
A Arte Barroca
 
7 barroco 2020
7 barroco 20207 barroco 2020
7 barroco 2020
 
A Arte Barroca
A Arte BarrocaA Arte Barroca
A Arte Barroca
 
Barroco em Português
Barroco em PortuguêsBarroco em Português
Barroco em Português
 
ARTE BRASILEIRA
ARTE BRASILEIRAARTE BRASILEIRA
ARTE BRASILEIRA
 
A Arte Barroca
A Arte BarrocaA Arte Barroca
A Arte Barroca
 
Arte barrocaoo1
Arte barrocaoo1Arte barrocaoo1
Arte barrocaoo1
 
Aula 09 barroco
Aula 09 barrocoAula 09 barroco
Aula 09 barroco
 
Dokumen.tips barroco brasil
Dokumen.tips barroco brasilDokumen.tips barroco brasil
Dokumen.tips barroco brasil
 
O Barroco no Brasil, Parte 1
O Barroco no Brasil,  Parte 1O Barroco no Brasil,  Parte 1
O Barroco no Brasil, Parte 1
 

Mais de António Silva (20)

J arte românica
J arte românicaJ arte românica
J arte românica
 
I arte islâmica em portugal
I arte islâmica em portugalI arte islâmica em portugal
I arte islâmica em portugal
 
H visigodos e moçárabes
H visigodos e moçárabesH visigodos e moçárabes
H visigodos e moçárabes
 
Grécia escultura 3
Grécia escultura 3Grécia escultura 3
Grécia escultura 3
 
Grécia escultura 2
Grécia escultura 2Grécia escultura 2
Grécia escultura 2
 
Grécia escultura 1
Grécia escultura 1Grécia escultura 1
Grécia escultura 1
 
Grécia arquitectura
Grécia arquitecturaGrécia arquitectura
Grécia arquitectura
 
G arte romana em portugal
G arte romana em portugalG arte romana em portugal
G arte romana em portugal
 
F bronze final e ferro
F bronze final e ferroF bronze final e ferro
F bronze final e ferro
 
E arte levantina
E arte levantinaE arte levantina
E arte levantina
 
D megalitismo
D megalitismoD megalitismo
D megalitismo
 
C arte paleolítico superior
C arte paleolítico superiorC arte paleolítico superior
C arte paleolítico superior
 
A escultura romana
A escultura romanaA escultura romana
A escultura romana
 
A arquitectura romana
A arquitectura romanaA arquitectura romana
A arquitectura romana
 
B património
B patrimónioB património
B património
 
A o que é arte
A o que é arteA o que é arte
A o que é arte
 
100 filmes
100 filmes100 filmes
100 filmes
 
100 pinturas
100 pinturas100 pinturas
100 pinturas
 
Arte islâmica em portugal
Arte islâmica em portugalArte islâmica em portugal
Arte islâmica em portugal
 
A pintura portuguesa no séc. xvi
A pintura portuguesa no séc. xviA pintura portuguesa no séc. xvi
A pintura portuguesa no séc. xvi
 

Último

A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
PatriciaCaetano18
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
CleidianeCarvalhoPer
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
marlene54545
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
FabianeMartins35
 

Último (20)

PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
 
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para criançasJogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º anoCamadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
 
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxMonoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
 
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIXAula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
 
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptxProdução de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptxSeminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
 
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medioAraribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
 

A escultura portuguesa de frei cipriano da cruz a soares dos reis

  • 1. A escultura portuguesa de frei Cipriano da Cruz a Soares dos Reis
  • 2. Manuel de Sousa nasceu em Braga entre 1645 e 1650. Por volta dos 30 anos ingressou no mosteiro de Tibães, a casa mãe dos beneditinos, adoptando o nome de Frei Cipriano da Cruz. Frei Cipriano da Cruz Sousa produziu em Coimbra muitas obras de Santos, nomeadamente para a igreja do Colégio de S. Bento, destruída em 1932. Além do trabalho escultórico, merece destaque a policromia e as decorações em relevo, o que obriga a repartir a autoria entre o escultor e o policromador. Pietá Madeira de castanho Manuel da Costa Pereira (pintor) 1684 – 1691 Originalmente da igreja de S. Bento, MNMC
  • 3. Olhos amendoados, pálpebras pesadas olhando para baixo, sobrancelhas altas e simétricas, lábios pequenos e um tufo de cabelo na testa. O corpo é coberto e as partes deixadas à vista são tratadas muito sumariamente. O pregueado cai verticalmente. As mangas (3) deixam ver os botões dos punhos, caem em V e, por fim, desabam longamente. S. Bento Madeira de castanho Manuel Ferreira (pintor) 1684 – 1691 Originalmente da igreja de S. Bento, Actualmente, na igreja de Nossa Senhora do Carmo; Coimbra
  • 4. O tema da Sagrada Família é antigo, embora reforçado pela Contra-Reforma e com grande popularidade no séc. XVIII. Esta é uma das últimas obras do artista e uma das mais conhecidas. A policromia é original. Morreu em Tibães em 1716. Sagrada Família (pintor desconhecido) 1704 – 1707 Igreja de do Mosteiro de Tibães; Braga
  • 5. A escultura seiscentista, além da madeira, elegeu o barro. Os barristas de Alcobaça representaram o auge desta corrente. Frei Cipriano distinguiu-se igualmente no trabalho do barro, o que levou os monges de Cister a aliciá-lo para Alcobaça onde, além do mais, abunda a matéria-prima de qualidade. Não é possível destacar nenhum artista, apesar dos esforços em individualizar um tal Frei Pedro que, afinal, nunca terá existido. A imagem mostra uma Virgem de um retábulo que foi desmantelado quando do restauro da abadia.
  • 6. Retábulo da morte de S. Bernardo, a obra mais significativa da escola de Alcobaça.
  • 7. Em Arouca, prossegue na época joanina uma tradição escultórica provincial, muito marcada pelo gosto popular e que elege o calcário de Ançã como matéria-prima. Os temas são os Santos cistercienses e beneditinos. Jacinto Vieria Santa Gertrudes c. 1725 Arouca
  • 8. Na igreja de S. Paulo, em Braga, pertencente aos Jesuítas, encontramos um conjunto de estátuas representando os evangelistas. O autor é desconhecido, mas o enorme dinamismo das vestes e dos cabelos, tecnicamente muito bem tratados, revela um artista de excelente capacidade, influenciado pela moda berninesca.
  • 9. Claude Laprade (1682 – 1738) foi um escultor francês que deixou obra marcante no nosso país a partir dos finais do séc. XVII e ao longo do reinado de D. João V. Introduziu os modelos do barroco italiano e francês, iniciando uma nova fase na escultura portuguesa. Este túmulo, na igreja de N.ª Sr.ª da Penha de França, em Ílhavo, mostra uma concepção triunfal da morte. Túmulo do bispo de Miranda D. Manuel de Moura Manuel Capela de Nossa Senhora da Penha de França; Ílhavo
  • 10. No interior da galeria da Via Latina, em Coimbra, foi colocada uma composição de Laprade executada em 1701-1702. Dois atlantes suportam o frontão, enquadrando uma imagem do rei D. José I, aplicada posteriormente.
  • 11. A partir de 1732, chega a Mafra, proveniente de Itália, a primeira remessa de estátuas de vulto destinadas ao convento joanino. Assim se inaugura um longo processo entre o encomendador português, que definiu todo o plano iconográfico, e os fornecedores italianos.
  • 12. Uma das exigências prendia-se com o rigor iconográfico, pedindo-se que os atributos estivessem conforme a ortodoxia.
  • 13. Os trabalhos deviam ser em pedra de mármore perfeito de Carrara e sem qualquer douramento.
  • 14. Camilo Rusconi, o mais famoso escultor italiano daquele tempo, faleceu em 1728, pelo que o nome que mais se destacou de entre os jovens escultores que satisfizeram a encomenda foi Carlo Monaldi (1683 – 1760)
  • 15. Outros nomes merecem referência:, ocupando-se boa parte dos escultores romanos: Agostino Cornnacchini (1685 – 1754); Giovanni Batista Maini (1690 – 1752); Filippo della Valle (1698 – 1768); Pietro Bacci (1690 – 1773); Bernardino Ludovisi (1693 – 1749); Giuseppe Lironi (1698 – 1749) e Agostino Corsini (1688 – 1757)
  • 16. Apesar disso, assegura-se uma unidade artística:  O cânone e as proporções são constantes;  utilização de um único bloco de mármore branco e sem veios;  uma pose estável, os gestos e o rosto teatralmente tratados;  o tratamento das vestes, como que batidas por um vento suave;  a importância dos objectos iconográficos.
  • 17. As dezenas de estátuas constituem um percurso ilustrado de devoção para os crentes que culmina na capela-mor com um Cristo crucificado, ladeado por dois anjos, da autoria de Francesco Maria Schiafino.
  • 18. Alexandre Giusti ( 1715 – 1799 ) foi o mais famoso dos escultores estrangeiros a trabalhar em Portugal. Esteve ao serviço de D. João V, de quem lavrou este excelente busto. A partir de 1750, destacou-se nos estaleiros de Mafra, onde iniciara uma importante escola de escultura.
  • 19. Giusti formou discípulos portugueses que, no entanto, não merecem destaque. Excepção para Joaquim Machado de Castro (1731- 1822) que trabalha em Mafra entre 1756 e 1771. Da sua autoria é a escultura da basílica da Estrela, a última grande iniciativa barroca. Na verdade, Machado de Castro é já um escultor neoclássico.
  • 20. A escultura neoclássica portuguesa é muito pobre, como pode ver-se por esta estátua de glorificação a D. Maria I, hoje em Queluz. Deve-se a João José de Aguiar (1769 — 1841), que estudara com Antonio Canova, a encomenda de Pina Manique.
  • 21. O núcleo da Ajuda constitui o mais importante centro da escultura neoclássica. O programa escultórico do palácio foi atribuído a Machado de Castro.
  • 22. Machado de Castro esculpiu 3 estátuas do total de 25: a Generosidade, o Conselho e a Gratidão. A escultura neoclássica é académica e prefere os temas alegóricos e moralizantes. Utiliza poses de grande teatralidade e destaca-se a inexpressividade dos rostos.
  • 23. Faustino José Rodrigues, o discípulo predilecto de Machado de Castro, assinou esta alegoria que intitulou Amor da Pátria (à dir.) , além do Amor da Virtude (à esq.) e a Intrepidez. A escultura neoclássica prefere a pedra ao barro e à madeira, bem como abdica da cor.
  • 24. Joaquim José Barros Laborão sucederá a Giusti na direcção da escola de Mafra. Na Ajuda, assina uma série de trabalhos: a Honestidade, o Decoro, a Diligência e o Desejo. Joaquim José de Barros Laborão A Honestidade
  • 25. Manuel Joaquim Barros Laborão é filho de José Joaquim e assina duas estátuas: a Inocência e a Humanidade, que se vê na figura ao lado. Reflecte um estilo mais elegante que tenta romper com o «monótono purismo neoclássico»
  • 26. João José de Aguiar também trabalhou na Ajuda, mas a sua obra mais notável, e o melhor trabalho da escultura neoclássica, é a estátua de D. João VI que fez em 1823 para o Hospital da Marinha.
  • 27. João José Joaquim de Sousa Alão foi um dos raros escultores portuenses neoclássicos. As estátuas da fachada da igreja da Ordem Terceira de S. Francisco são o seu melhor trabalho, embora atestem quanto o granito Humildade se desadequa a esta estética do Inocência movimento.
  • 28. António Soares dos Reis (1847 – 1889) foi o grande renovador da escultura portuguesa e o maior escultor nacional da segunda metade do século XIX.
  • 29. O Desterrado (1872; MNSR) é a sua obra mais importante. Foi produzida em Roma, enquanto bolseiro do Estado. A herança clássica é valorizada, mas adere a uma poética nova já simbolista na sua melancolia decadentista.
  • 30. O material é o mármore de Carrara. O corpo é tratado com um virtusosimo que se torna quase exibicionista no entrelaçar dos dedos.
  • 31. Retrato de uma Nação decadente ou auto-retrato do autor que se suicidaria em 1889, nas vésperas do Ultimatum?
  • 32. Soares dos Reis Busto de Senhora Inglesa 1877 Museu do Chiado
  • 33. Soares dos Reis Conde Ferreira 1877 MNSR
  • 34. Soares dos Reis Avelar Brotero Jardim Botânico (Coimbra) 1886 gesso original no MNSR
  • 35. Soares dos Reis Viscondessa de Almedina 1882 MNSR
  • 36. Simões de Almeida (1844 – 1926) esculpiu este D. Sebastião como rei-menino, colocando em causa o problema da educação do rei pelos Jesuítas em relação com o desastre de Alcácer-Quibir. O olhar reflexivo da criança torna-se uma prenúncio da decadência nacional, fazendo desta obra um dos exemplares mais significativos da escultura portuguesa da segunda metade do séc. XIX. Simões de Almeida D. Sebastião 1877 Museu do Chiado
  • 37. Simões de Almeida Infância 1907 Museu Chiado
  • 40. António Teixeira Lopes (1866 – 1942) foi discípulo de Soares dos Reis e um dos mais importantes escultores naturalistas. A sua obra mais famosa é A Viúva. O título torna-se fundamental para a leitura da obra. A questão social desperta um sentimentalismo que sensibiliza o público burguês. Teixeira Lopes A Viúva 1893 Museu do Chiado
  • 42. A escultura original era em mármore. No entanto, actos de vandalismo determinaram a sua recolha e substituição por uma cópia em bronze. Teixeira Lopes Eça de Queirós Lisboa 1903 Sobre a nudez forte da Verdade, o manto diáfano da fantasia.
  • 43. Moreira Rato: Sem Casa e sem Pão; Museu do Chiado
  • 44. Costa Mota (tio) O Lavrador Jardim da Estrela
  • 45. Costa Mota (tio) Bernardim Ribeiro 1907 Museu do Chiado
  • 46. Bibliografia: - ANACLETO, Regina: História da Arte em Portugal; vol. 10: «Neoclassicismo e Romantismo»; Lisboa; Publicações Alfa; 1986. A escultura (pp. 43 – 51). - LE GAC, Agnès e ALCOFORADO, Ana: Frei Cipriano da Cruz em Coimbra; Coimbra; s/ed. ; 2003. - MOURA, Carlos: Uma poética da refulgência, a escultura e a talha dourada; in «História da Arte em Portugal»; volume 8; Lisboa; Publicações Alfa; 1986; pp. 87 – 119. - CASTRO, Laura e SILVA, Raquel Henriques da: História da Arte Portuguesa. Época Contemporânea; Lisboa; Universidade Aberta; 1997; pp. 27-29 e 85-87. Raquel Henriques da Silva assina igualmente o capítulo sobre a escultura neste período em estudo na História da Arte Portuguesa dirigida por Paulo Pereira (Lisboa; Círculo de Leitores; 3º volume; 1995), entre as páginas 349 e 351. - FRANÇA, José Augusto: A Arte em Portugal no século XIX; Venda Nova; Bertand; 3ª edição; 1990; volume I (; pp. 53, 108 e 452) e volume II (pp. 214-226). - PEREIRA, José Fernandes: O Barroco do Século XVIII. A Escultura; História da Arte Portuguesa dirigida por Paulo Pereira (Lisboa; Círculo de Leitores; 3º volume; 1995); pp. 86 – 105. Este mesmo autor é o responsável pelo 12º volume da colecção Arte Portuguesa, dirigida por Dalila Rodrigues (Lisboa; Fubu Editores; 2009), tratando da escultura a partir da página 85. - PEREIRA, José Fernandes: A escultura de Mafra; Lisboa; IPPAR; 2003.