O documento discute as considerações gerais sobre a influência climática na avicultura, incluindo como o calor ou frio excessivos podem causar problemas para as aves. Também fornece recomendações sobre instalações de aviários, como orientação, largura, telhado e ventilação, para melhor lidar com diferentes climas.
3. BIOCLIMATOLOGIA
Ciência que estuda as relações
entre o clima e a distribuição
dos seres vivos na Terra.
Tipologia bioclimática - combina de
forma variada parâmetros de
temperatura, umidade, insolação, etc., po
r vezes também altitude e latitude.
4. APTIDÃO ECOLÓGICA
FATORES BÁSICOS:
• Climático
• Edáfico
Clima – mais importante dos fatores.
Influencia de forma:
• Direta – temperatura do ar, radiação solar, umidade.
• Indireta – qualidade e quantidade de vegetais
indispensáveis à criação animal; favorecimento ou não
de doenças.
5. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A
INFLUÊNCIA CLIMÁTICA NA AVICULTURA
Maior concentração de
avicultores no Brasil
A morte de aves por stress térmico
representa um prejuízo significativo para
produtores.
O calor ou frio excessivos provocam problemas de:
•Baixa (C) ou alta (F) conversão alimentar;
•Perda (C) ou ganho exagerado (F) de peso;
•Redução da postura;
•Redução da qualidade dos ovos.
6. Os problemas podem ser amenizados a partir do planejamento
minucioso da construção do aviário.
7. INSTALAÇÕES DOS AVIÁRIOS
Localização das edificações
•O ambiente de criação deve ser tranquilo e distante de outras
criações ou plantéis avícolas e ainda se possível distante de
estradas onde ocorra circulação de veículos e pedestres.
•O criador deve aproveitar o relevo disponível.
•O local deve ser escolhido de tal modo que se aproveitem as
vantagens da circulação natural do ar.
•O lado norte, mais ensolarado, deve ser sombreado com árvores
e o lado sul mantidos sem obstáculos.
8. INSTALAÇÕES DOS AVIÁRIOS
Orientação
•Por mais que se oriente adequadamente o aviário em relação ao
sol, haverá incidência direta de radiação solar em seu interior em
algumas horas do dia na face norte, no período de inverno.
•As horas mais quentes do
dia a sombra vai incidir
embaixo da cobertura e a
carga calorífica recebida
pelo aviário será a menor
possível.
9. INSTALAÇÕES DOS AVIÁRIOS
Largura, comprimento, piso e
pé direito.
•Recomenda-se largura até 10 m para clima quente e úmido e
largura de 10 até 14 m para clima quente e seco.
•O comprimento “ideal” é de 100 a 125 m. Ele não deve ultrapassar
200 m.
É aconselhado divisórias internas removíveis com ao longo do aviário
em lotes de até 2.000 aves para diminuir a competição e facilitar o
manejo. Estas divisórias devem ser de tela, para não impedir a
ventilação e com altura de 50 cm, para facilitar o deslocamento do
avicultor.
10. O piso deve ser:
•de material lavável;
•de material impermeável;
•de material não liso ;
•com espessura de 6 a 8cm de concreto ;
•revestido com 2cm de espessura de argamassa.
Pode ser construído em tijolo deitado que apresenta boas
condições de isolamento térmico.
O piso de chão batido, não isola bem a umidade e é de difícil limpeza e
desinfecção, no entanto, tem-se propagado por diminuir o custo de instalação
do aviário.
11. *Pé-direito é uma expressão que indica a distância do pavimento ao teto.
•O pé direito* mais recomendado deve ter 3 metros.
•Quanto mais largo for o aviário, maior será a sua altura.
Largura do Aviário
(m)
Pé direto mínimo em
climas quentes (m)
até 8 2,80
8 a 9 3,15
9 a 10 3,50
10 a 12 4,20
12 a 14 4,90
12. INSTALAÇÕES DOS AVIÁRIOS
Parede, altura da mureta
•A parede é telada para favorecer a ventilação.
•A altura da mureta deve ser de 20cm tem se mostrado satisfatória
por permitir a entrada de ar ao nível das aves e não permitir a
entrada de água da chuva e nem que a cama seja jogada para fora
do aviário.
• As muretas deverão ter a parte superior chanfrada, pois facilita a
limpeza e não permite o empoleiramento de aves.
• Entre a mureta e o telhado, deve ser colocado tela.
13. •As telhas francesas têm a vantagem de oferecer maior atraso na
transmissão das ondas de calor, mas exigem encaixe perfeito e
são mais difíceis de manejar na eventual necessidade de
correções.
•Já a cobertura de amianto é um material leve e facilita os
reparos.
Outros materiais: isopor entre duas lâminas de
alumínio, sapê, madeirit, barro, alumínio, chapa zincada ou
ferro galvanizado.
INSTALAÇÕES DOS AVIÁRIOS
Telhado
14. •É recomendável para as ascorberturas:
a) Uso de forros sob a cobertura
b) Pinturas com cores claras e sempre limpas. Uma camada de
tinta brilhante reduz a absorção do calor.
c) Uso de materiais isolantes
d) Materiais de grande inércia térmica
e) Uso de aspersão de água sobre o telhado
•Já a poeira, as folhas depositadas pelo vento e os fungos que se
desenvolvem nas telhas transformam o telhado num coletor
solar.
•As camas, que recebem os dejetos das aves, funcionam como
um isolante térmico no verão.
15. INSTALAÇÕES DOS AVIÁRIOS
Lanternim*
*abertura na parte superior do telhado
•Para o aviário ter boa ventilação, é preciso uma área maior de
lanternim, associado à colocação de tubos sobre o telhado para a
sua saída, produz efeitos muito positivos na renovação do ar no
ambiente e ventilação de higiene.
•Estes tubos devem ser instalados como chaminés, intercalando
espaços lineares e protegidos com os chapéus contra chuva.
16. •Para o sombreamento, recomendam-se árvores de tronco liso e
formação de copa em altura superior ao beiral.
•Implantação de gramados em torno do aviário. O gramado
absorve a radiação solar e produz umidade.
INSTALAÇÕES DOS AVIÁRIOS
Sombreamento*
Gramado
17. A medida atual é de 17 a 18 aves por metro quadrado,
porém o “ideal” parece ser 10 a 13 aves por metro
quadrado.
DENSIDADE DE AVES
18. PROGRAMA NUTRICIONAL PARA
AVES EM CLIMAS QUENTES
Conforto Témico: Adultas - 14 a 25 C
Pintinhos - 32 C
Stress calórico:
•Respiração ofegante,consequente, alcalose respiratória.
•Diminuição de o consumo alimentar.
•Lesões no aparelho respiratório.
•Maior pré-disposição das aves às infecções.
•Poedeiras: - Redução na qualidade da casca do ovo.
- Declínio do peso dos ovos.
As rações oferecidas a:
Poedeiras - devem conter de 2750 a 2850 Kcal EM/Kg
Frangos de corte - 2800 a 3200 kcal Em/Kg
Rações peletizadas resultam em melhor ganho de peso e
consumo alimentar que as fareladas.
19. Recomendações:
•Utilização de gorduras - as gorduras aumentam a palatabilidade
das rações e propiciam menor incremento de calor.
Quanto maior o peso corporal na maturidade sexual, maior o
peso corporal durante a postura e, portanto, maior o potencial
energético de reserva e maior o consumo de ração.
•Redução das proteínas - alto incremento de calor gerado
durante a digestibilidade e metabolização das proteínas.
20. •Dentre todas as vitaminas, o ácido ascórbico tem sido alvo de
maior preocupação para aves sob condições de stress de calor. O
funcionamento de processos básicos essenciais no organismo é
dependente da presença de minerais.
•Existe uma relação direta entre o nível de fósforo no plasma e a
taxa de sobrevivência, mas inversa em relação ao cálcio.
• O resfriamento da água tem sido sugerido como mecanismo
adequado no combate ao stress de calor.
21. •A ração dos frangos deve ser retirada no mínimo 3 horas antes
do stress de calor. Os animais devem ficar sem aceso a ração até
que a temperatura ambiente retorne a termoneutralidade.
Obs.: não deve ser utilizada para poedeiras, pois esta ave come pouco por
hora e comerá menos ainda se for retirada a ração, podendo afetar seriamente
o seu desempenho.
22. TECNOLOGIAS ARTIFICIAIS DE
ACONDICIONAMENTO TÉRMICO
•Ventilação Forçada
VENTILADORES AVÍCOLAS:
•Devem ser dispostos com o fluxo no
sentido da largura do galpão, de formas a
succionar ar fresco do exterior injetando-o
para o interior e expulsando o ar viciado
pelo lado posterior.
•Devem estar à uma altura correspondente
a metade do pé direito
•Jato direcionado levemente para baixo
23. RESFRIAMENTO ADIABÁTICO EVAPORATIVO
Pode ser obtido por vários processos, destacando-se:
a)Resfriamento do ar interno, através de nebulização associada a
ventilação.
b) Pulverização de água, frontalmente a ventilador ou diretamente
sobre a ave.
c) Sistema de material poroso acoplado a ventilador e tubo de
distribuição de ar.
24. •Objetivos da ventilação:
⇒ Eliminar o excesso de anidrido carbônico procedente do
metabolismo das aves.
⇒ Impedir a acumulação de vapores amoniacais (amônia)
procedentes do esterco.
⇒ Eliminar o excesso de umidade procedente da evaporação
pulmonar, das fezes.
•Objetivos do bebedouro:
•⇒ Diminuir o calor excessivo.
25. ASPECTOS IMPORTANTES PARA AVES
EM CLIMAS FRIOS
Quebra-ventos
Em regiões frias é necessária a utilização de quebra-ventos como
barreira contra ventos fortes.
Quando bem projetado, protege à distância de até 10 vezes a sua
altura. Os exemplos mais comuns de quebra-ventos são o pinus,
eucalipto, acácia.
26. Ventilação
Para o período frio a ventilação se apresenta com um objetivo
definido, sendo por razões higiênicas, exclusivamente. Essa
condição vai se refletir na localização, área e forma de abrir
dos dispositivos, de maneira que o fluxo de ar se desloque pela
parte superior do aviário para evitar o efeito direto sobre as
aves.
Lanternim
Os aviários que possuem lanternim devem ser providos de
dispositivos de fácil fechamento para controle da ventilação.
27. Materiais isolantes
O desempenho dos aviários no período do frio é melhorado
com o uso de isolantes térmicos com a finalidade de diminuir
os efeitos da temperatura externa no interior do aviário, com a
inclusão destes materiais sobre as telhas (poliuretano) ou sob
as telhas (poliuretano, poliestireno extrudado, Eucatex, lã de
vidro ou similares).
28. Cortinas
•Instalar cortinas nas laterais, pelo lado de fora, para evitar penetração de
sol, chuva e controlar a ventilação no interior do aviário.
•É ideal que seja fixada a dois terços da altura do pé-direito e que seja
aberta das extremidades para o ponto de fixação. Sob condições de
inverno deve ser aberta de cima para baixo e em condições de verão, de
baixo para cima.
•Nos primeiros dias de vida das aves, é comum o uso de sobre cortinas
em regiões frias para auxiliar a cortina propriamente dita. A sobre
cortina deve ser fixada na parte interna do aviário, de tal forma que
sobreponha à tela
•É também prática comum reservar 2/3 a partir do centro às
extremidades do aviário para alojamento dos pintinhos, que são
separados com divisórias de lona com o objetivo de diminuir o volume
de ar a ser aquecido.
29. Aquecimento
•Há grande variedade de modelos de campânulas a gás como o
de placas aquecedoras metálicas ou de cerâmica, provido de
campânula maior ou menor, entre outros.
•O controle dos sistemas de aquecimento pode ser realizado
manualmente, ou automaticamente com sistemas eletrônicos, e
o melhor indicativo de conforto das aves está no seu
comportamento.
30. •Tipos de Aquecedores
Aquecedores a lenha
oCampânulas
oFornalha
Aquecedores elétricos
oCampânulas elétricas
oLâmpadas infravermelhas
oResistência embutida no piso
Aquecedores a gás
oCampânulas a gás
oCampânulas de placa cerâmica
oCampânulas infravermelhas
oGeradores de ar quente
Alternativos
oAproveitamento de resíduos
Fornalhas
Biogás
oCanalização de água quente no piso
oAquecimento solar
Campânula
31. Círculo de proteção
Uma medida para facilitar o manejo, a identificação da fonte
de calor e evitar correntes de ar diretas nas aves são a
utilização de proteção. Quando o aviário não possuir sistema
de alimentação em linha as divisórias utilizadas são os
tradicionais círculos de proteção.
Água
A temperatura da água deve estar entre 15 a 20 C, lembrando
que quanto menor o consumo de água menor o consumo de
ração.
32. Luz
•Os programas de luz têm sido propostos para melhorar o
ganho de peso, a eficiência alimentar, as características da
carcaça e o estado sanitário do plantel.
•Tem sido recomendado um foto período decrescente-crescente,
pois dias curtos no início do período de criação, reduz a
ingestão de ração e a taxa de crescimento das aves, diminuindo
os problemas associados ao crescimento acelerado. O
fornecimento de foto períodos mais longos em fases mais
adiantadas de crescimento dos frangos, resulta em ganho
compensatório.