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A MATEMÁTICA NA ROTINA
DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Professora Beatriz Dornelas
AS PRÁTICAS FREQUENTES
“Orientações diversas que convivem,
às vezes de maneira contraditória,
no cotidiano das
instituições”.
Repetição, Memorização
e Associação

Há uma idéia corrente de que as
crianças aprendem os conteúdos, por
repetição e memorização por meio
de uma seqüência linear de
conteúdos encadeados do mais fácil
para o mais difícil.
- Memorização de algarismos
isolados, por exemplo, ensina-se o 1,
depois o 2 e assim sucessivamente.
-Exercícios de escrita dos algarismos
em situações como: passar o lápis
sobre numerais pontilhados, colagem
de bolinhas de papel crepom sobre
numerais,
-Cópias repetidas de um mesmo
numeral,
-Escrita repetida da sucessão
numérica.
-Enfeitar os algarismos, grafando-os
com figuras de bichos ou dando-lhes
um aspecto humano, com olhos,
bocas e cabelos, promovendo
associação entre os algarismos e
desenhos, por exemplo, o número 2
associado a dois patinhos.
Acredita-se que, dessa forma, a
criança estará construindo o conceito
de
número.
A ampliação dos estudos sobre o
desenvolvimento infantil e pesquisas
realizadas no campo da própria
educação matemática permitem
questionar essa concepção de
aprendizagem
restrita
à
memorização, repetição e associação.

Do Concreto ao Abstrato

Atividades pré numéricas

Partir da manipulação de objetos
concretos, a criança chega a
desenvolver um raciocínio abstrato.

Algumas interpretações das pesquisas
psicogenéticas concluíram que o
ensino
da
Matemática
seria
beneficiado por um trabalho que
incidisse no desenvolvimento de
estruturas do pensamento lógicomatemático.

- Função do professor se restringe a
auxiliar o desenvolvimento infantil
por meio da organização de
situações de aprendizagem nas
quais os materiais pedagógicos
cumprem um papel de autoinstrução, quase como um fim em si
mesmo.
- Essa concepção - idéia de que
primeiro trabalha-se o conceito no
concreto para depois trabalhá-lo no
abstrato.
- O concreto e o abstrato se
caracterizam como duas realidades
dissociadas, em que o concreto é
identificado com o manipulável e o
abstrato com as representações
formais, com as definições e
sistematizações.
- Essa concepção, porém, dissocia a
ação física da ação intelectual,
dissociação que não existe do ponto
de vista do sujeito.
Na realidade, toda ação física supõe
ação intelectual. A manipulação
observada de fora do sujeito está
dirigida por uma finalidade e tem
um sentido do ponto de vista da
criança. Como aprender é construir
significados e atribuir sentidos, as
ações representam momentos
importantes da aprendizagem na
medida em que a criança realiza
uma intenção.

Assim, consideram-se experiênciaschave
para
o
processo
de
desenvolvimento do raciocínio lógico
e para a aquisição da noção de
número :
-as
ações
de
classificar,
ordenar/seriar e comparar objetos
em função de diferentes critérios.
Essa prática, transforma as operações
lógicas e as provas piagetianas em
conteúdos de ensino.
A classificação e a seriação têm papel
fundamental na construção de
conhecimento em qualquer área, não
só em Matemática. Quando o sujeito
constrói
conhecimento
sobre
conteúdos matemáticos, como sobre
tantos outros, as operações de
classificação
e
seriação
necessariamente são exercidas e se
desenvolvem, sem que haja um
esforço didático especial para isso.
A conservação do número não é um
pré-requisito para trabalhar com os
números e, portanto, o trabalho com
conteúdos didáticos específicos não
deve estar atrelado à construção das
noções e estruturas intelectuais mais
gerais.

Jogos e aprendizagem de noções
matemáticas
O jogo tornou-se objeto de interesse
de
psicólogos,
educadores
e
pesquisadores como decorrência da
sua importância para a criança e da
idéia de que é uma prática que auxilia
o desenvolvimento infantil, a
construção ou potencialização de
conhecimentos. A educação infantil,
historicamente, configurou-se como
o espaço natural do jogo e da
brincadeira, o que favoreceu a idéia
de que a aprendizagem de conteúdos
matemáticos se dá prioritariamente
por meio dessas atividades.
A participação ativa da criança e a
natureza lúdica e prazerosa inerentes
a diferentes tipos de jogos têm
servido de argumento para fortalecer
essa concepção, segundo a qual
aprende-se Matemática brincando.
Isso em parte é correto, porque se
contrapõe à orientação de que, para
aprender matemática, é necessário
um ambiente em que predomine a
rigidez, a disciplina e o silêncio. Por
outro lado, percebe-se um certo tipo
de euforia, na educação infantil e até
mesmo
nos
níveis
escolares
posteriores,
em
que
jogos,
brinquedos e materiais didáticos são
tomados
sempre
de
modo
indiferenciado
na
atividade
pedagógica: a manipulação livre ou a
aplicação de algumas regras sem uma
finalidade muito clara.
O jogo, embora muito importante
para as crianças não diz respeito,
necessariamente, à aprendizagem da
Matemática.
MATEMÁTICA NO RCNEI
Crianças de zero a três anos
Utilização da contagem oral, de noções de
quantidade, de tempo e de espaço em
jogos, brincadeiras e músicas junto com o
professor e nos diversos contextos nos quais
as crianças reconheçam essa utilização
como necessária.
Manipulação e exploração de objetos e
brinquedos, em situações organizadas de
forma a existirem quantidades individuais
suficientes para que cada criança possa
descobrir as características e propriedades
principais e suas possibilidades associativas:
empilhar, rolar, transvasar, encaixar, etc.

Crianças de quatro a seis anos
Nesta faixa etária aprofundam-se os
conteúdos indicados para as crianças de zero a
três anos, dando-se crescente atenção à
construção de conceitos e procedimentos
especificamente matemáticos. Os conteúdos
estão organizados em três blocos: "Números e
sistema de numeração", "Grandezas e
medidas" e "Espaço e forma".
A organização por blocos visa a oferecer
visibilidade
às
especificidades
dos
conhecimentos
matemáticos
a
serem
trabalhados, embora as crianças vivenciem
esses conteúdos de maneira integrada.
Existem muitas formas de conceber e trabalhar com a matemática na
Educação Infantil.
A matemática está presente na arte, na música, em histórias, na forma
como a criança organiza o meu pensamento, nas brincadeiras e jogos infantis.
Uma criança aprende muito de matemática, sem que o adulto precise ensiná-la.
Dentre os conceitos elencados estão, os conceitos sobre, coisas iguais e diferentes,
organização, classificação e criação de conjuntos, estabelecerem relações entre os número e o
que eles representam observar o tamanho das coisas, brincam com as formas geométricas,
ocupando um espaço e assim, vivendo e descobrindo a matemática.
Através de atividades concretas e significativas, coletivamente e individualmente.
Historicamente, a Matemática tem se caracterizado como uma atividade de resolução de
problemas de diferentes tipos. A instituição de educação infantil poderá constituir-se em contexto favorável
para propiciar a exploração de situações-problema.
Na aprendizagem da Matemática o problema adquire um sentido muito preciso. Não se trata de situações que
permitam "aplicar" o que já se sabe, mas sim daquelas que possibilitam produzir novos conhecimento a partir dos conhecimentos
que já se tem e em interação com novos desafios. Essas situações-problema devem ser criteriosamente planejadas, a fim de que
estejam contextualizadas, remetendo a conhecimentos prévios das crianças, possibilitando a ampliação de repertórios de estratégias
no que se refere à resolução de operações, notação numérica, formas de representação e comunicação, etc., e mostrando-se como
uma necessidade que justifique a busca de novas informações.
Embora os conhecimentos prévios não se mostrem homogêneos porque resultam das diferentes
experiências vividas pelas crianças, eles são o ponto de partida para a resolução de problemas e, como tal, devem ser
considerados pelos adultos. Cada atividade e situação-problema proposta pelo adulto deve considerar esses
conhecimentos prévios e prever estratégias para ampliá-los.
Ao se trabalhar com conhecimentos matemáticos, como com o sistema de numeração, medidas, espaço e
formas, etc., por meio da resolução de problemas, as crianças estarão, conseqüentemente, desenvolvendo sua

capacidade de generalizar, analisar, sintetizar, inferir, formular hipótese, deduzir, refletir e
argumentar.
As crianças têm e podem ter várias experiências com o universo matemático e outros que lhes permitem fazer descobertas, tecer
relações, organizar o pensamento, o raciocínio lógico, situar-se e localizar-se espacialmente. Configura-se desse modo um quadro inicial
de referências lógico-matemáticas que requerem outras, que podem ser ampliadas. São manifestações de competências, de
aprendizagem advindas de processos informais, da relação individual e cooperativa da criança em diversos ambientes e situações de
diferentes naturezas, sobre as quais não se tem planejamento e controle. Entretanto, a continuidade da aprendizagem matemática não
dispensa a intencionalidade e o planejamento. Reconhecer a potencialidade e a adequação de uma dada situação para a aprendizagem,
tecer comentários, formular perguntas, suscitar desafios, incentivar a verbalização pela criança, etc., são atitudes indispensáveis do
adulto. Representam vias a partir das quais as crianças elaboram o conhecimento em geral e o conhecimento matemático em particular.
NÃO SE ESQUEÇA :

“Na Matemática da Educação Infantil,
some experiências,
diminua cópias,
multiplique criatividade
e divida as alegrias
de estar contribuindo na formação
de seres autônomos”.
(Professora Beatriz Dornelas)

MUITO
OBRIGADA !

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PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
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CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
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A Matemática na Educação Infantil

  • 1. A MATEMÁTICA NA ROTINA DA EDUCAÇÃO INFANTIL Professora Beatriz Dornelas
  • 2. AS PRÁTICAS FREQUENTES “Orientações diversas que convivem, às vezes de maneira contraditória, no cotidiano das instituições”. Repetição, Memorização e Associação Há uma idéia corrente de que as crianças aprendem os conteúdos, por repetição e memorização por meio de uma seqüência linear de conteúdos encadeados do mais fácil para o mais difícil. - Memorização de algarismos isolados, por exemplo, ensina-se o 1, depois o 2 e assim sucessivamente. -Exercícios de escrita dos algarismos em situações como: passar o lápis sobre numerais pontilhados, colagem de bolinhas de papel crepom sobre numerais, -Cópias repetidas de um mesmo numeral, -Escrita repetida da sucessão numérica. -Enfeitar os algarismos, grafando-os com figuras de bichos ou dando-lhes um aspecto humano, com olhos, bocas e cabelos, promovendo associação entre os algarismos e desenhos, por exemplo, o número 2 associado a dois patinhos. Acredita-se que, dessa forma, a criança estará construindo o conceito de número. A ampliação dos estudos sobre o desenvolvimento infantil e pesquisas realizadas no campo da própria educação matemática permitem questionar essa concepção de aprendizagem restrita à memorização, repetição e associação. Do Concreto ao Abstrato Atividades pré numéricas Partir da manipulação de objetos concretos, a criança chega a desenvolver um raciocínio abstrato. Algumas interpretações das pesquisas psicogenéticas concluíram que o ensino da Matemática seria beneficiado por um trabalho que incidisse no desenvolvimento de estruturas do pensamento lógicomatemático. - Função do professor se restringe a auxiliar o desenvolvimento infantil por meio da organização de situações de aprendizagem nas quais os materiais pedagógicos cumprem um papel de autoinstrução, quase como um fim em si mesmo. - Essa concepção - idéia de que primeiro trabalha-se o conceito no concreto para depois trabalhá-lo no abstrato. - O concreto e o abstrato se caracterizam como duas realidades dissociadas, em que o concreto é identificado com o manipulável e o abstrato com as representações formais, com as definições e sistematizações. - Essa concepção, porém, dissocia a ação física da ação intelectual, dissociação que não existe do ponto de vista do sujeito. Na realidade, toda ação física supõe ação intelectual. A manipulação observada de fora do sujeito está dirigida por uma finalidade e tem um sentido do ponto de vista da criança. Como aprender é construir significados e atribuir sentidos, as ações representam momentos importantes da aprendizagem na medida em que a criança realiza uma intenção. Assim, consideram-se experiênciaschave para o processo de desenvolvimento do raciocínio lógico e para a aquisição da noção de número : -as ações de classificar, ordenar/seriar e comparar objetos em função de diferentes critérios. Essa prática, transforma as operações lógicas e as provas piagetianas em conteúdos de ensino. A classificação e a seriação têm papel fundamental na construção de conhecimento em qualquer área, não só em Matemática. Quando o sujeito constrói conhecimento sobre conteúdos matemáticos, como sobre tantos outros, as operações de classificação e seriação necessariamente são exercidas e se desenvolvem, sem que haja um esforço didático especial para isso. A conservação do número não é um pré-requisito para trabalhar com os números e, portanto, o trabalho com conteúdos didáticos específicos não deve estar atrelado à construção das noções e estruturas intelectuais mais gerais. Jogos e aprendizagem de noções matemáticas O jogo tornou-se objeto de interesse de psicólogos, educadores e pesquisadores como decorrência da sua importância para a criança e da idéia de que é uma prática que auxilia o desenvolvimento infantil, a construção ou potencialização de conhecimentos. A educação infantil, historicamente, configurou-se como o espaço natural do jogo e da brincadeira, o que favoreceu a idéia de que a aprendizagem de conteúdos matemáticos se dá prioritariamente por meio dessas atividades. A participação ativa da criança e a natureza lúdica e prazerosa inerentes a diferentes tipos de jogos têm servido de argumento para fortalecer essa concepção, segundo a qual aprende-se Matemática brincando. Isso em parte é correto, porque se contrapõe à orientação de que, para aprender matemática, é necessário um ambiente em que predomine a rigidez, a disciplina e o silêncio. Por outro lado, percebe-se um certo tipo de euforia, na educação infantil e até mesmo nos níveis escolares posteriores, em que jogos, brinquedos e materiais didáticos são tomados sempre de modo indiferenciado na atividade pedagógica: a manipulação livre ou a aplicação de algumas regras sem uma finalidade muito clara. O jogo, embora muito importante para as crianças não diz respeito, necessariamente, à aprendizagem da Matemática.
  • 3. MATEMÁTICA NO RCNEI Crianças de zero a três anos Utilização da contagem oral, de noções de quantidade, de tempo e de espaço em jogos, brincadeiras e músicas junto com o professor e nos diversos contextos nos quais as crianças reconheçam essa utilização como necessária. Manipulação e exploração de objetos e brinquedos, em situações organizadas de forma a existirem quantidades individuais suficientes para que cada criança possa descobrir as características e propriedades principais e suas possibilidades associativas: empilhar, rolar, transvasar, encaixar, etc. Crianças de quatro a seis anos Nesta faixa etária aprofundam-se os conteúdos indicados para as crianças de zero a três anos, dando-se crescente atenção à construção de conceitos e procedimentos especificamente matemáticos. Os conteúdos estão organizados em três blocos: "Números e sistema de numeração", "Grandezas e medidas" e "Espaço e forma". A organização por blocos visa a oferecer visibilidade às especificidades dos conhecimentos matemáticos a serem trabalhados, embora as crianças vivenciem esses conteúdos de maneira integrada.
  • 4. Existem muitas formas de conceber e trabalhar com a matemática na Educação Infantil. A matemática está presente na arte, na música, em histórias, na forma como a criança organiza o meu pensamento, nas brincadeiras e jogos infantis. Uma criança aprende muito de matemática, sem que o adulto precise ensiná-la.
  • 5. Dentre os conceitos elencados estão, os conceitos sobre, coisas iguais e diferentes, organização, classificação e criação de conjuntos, estabelecerem relações entre os número e o que eles representam observar o tamanho das coisas, brincam com as formas geométricas, ocupando um espaço e assim, vivendo e descobrindo a matemática. Através de atividades concretas e significativas, coletivamente e individualmente.
  • 6. Historicamente, a Matemática tem se caracterizado como uma atividade de resolução de problemas de diferentes tipos. A instituição de educação infantil poderá constituir-se em contexto favorável para propiciar a exploração de situações-problema. Na aprendizagem da Matemática o problema adquire um sentido muito preciso. Não se trata de situações que permitam "aplicar" o que já se sabe, mas sim daquelas que possibilitam produzir novos conhecimento a partir dos conhecimentos que já se tem e em interação com novos desafios. Essas situações-problema devem ser criteriosamente planejadas, a fim de que estejam contextualizadas, remetendo a conhecimentos prévios das crianças, possibilitando a ampliação de repertórios de estratégias no que se refere à resolução de operações, notação numérica, formas de representação e comunicação, etc., e mostrando-se como uma necessidade que justifique a busca de novas informações.
  • 7. Embora os conhecimentos prévios não se mostrem homogêneos porque resultam das diferentes experiências vividas pelas crianças, eles são o ponto de partida para a resolução de problemas e, como tal, devem ser considerados pelos adultos. Cada atividade e situação-problema proposta pelo adulto deve considerar esses conhecimentos prévios e prever estratégias para ampliá-los. Ao se trabalhar com conhecimentos matemáticos, como com o sistema de numeração, medidas, espaço e formas, etc., por meio da resolução de problemas, as crianças estarão, conseqüentemente, desenvolvendo sua capacidade de generalizar, analisar, sintetizar, inferir, formular hipótese, deduzir, refletir e argumentar.
  • 8. As crianças têm e podem ter várias experiências com o universo matemático e outros que lhes permitem fazer descobertas, tecer relações, organizar o pensamento, o raciocínio lógico, situar-se e localizar-se espacialmente. Configura-se desse modo um quadro inicial de referências lógico-matemáticas que requerem outras, que podem ser ampliadas. São manifestações de competências, de aprendizagem advindas de processos informais, da relação individual e cooperativa da criança em diversos ambientes e situações de diferentes naturezas, sobre as quais não se tem planejamento e controle. Entretanto, a continuidade da aprendizagem matemática não dispensa a intencionalidade e o planejamento. Reconhecer a potencialidade e a adequação de uma dada situação para a aprendizagem, tecer comentários, formular perguntas, suscitar desafios, incentivar a verbalização pela criança, etc., são atitudes indispensáveis do adulto. Representam vias a partir das quais as crianças elaboram o conhecimento em geral e o conhecimento matemático em particular.
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  • 22. NÃO SE ESQUEÇA : “Na Matemática da Educação Infantil, some experiências, diminua cópias, multiplique criatividade e divida as alegrias de estar contribuindo na formação de seres autônomos”. (Professora Beatriz Dornelas) MUITO OBRIGADA !