O documento apresenta os 11 elementos visuais básicos da linguagem visual - ponto, linha, forma, direção, tom, cor, textura, escala, dimensão e movimento. Explica cada um destes elementos com exemplos de como são usados na comunicação visual e na criação de obras de arte.
2. Introdução
“Sempre que alguma coisa é projetada e feita, esboçada e
pintada, desenhada, rabiscada, construída, esculpida ou
gesticulada, a substância visual da obra é composta a partir de
uma lista básica de elementos. Não devem confundir os
elementos visuais com os materiais ou meios de expressão: a
madeira, a argila, a tinta ou o filme. Os elementos visuais
constituem a substância básica daquilo que vemos, e seu
número é reduzido: o ponto, a linha, a forma, a direção, o
tom, a cor, a textura, a dimensão, a escala e o movimento. Por
poucos que sejam, são matéria-prima de toda informação
visual em termos de opções e combinações seletivas.”
(DONDIS, 1997, p. 51)
3. PONTO
O ponto é a unidade de Os pontos se ligam dirigindo o olhar.
comunicação visual mais simples e Em grande número e
irredutivelmente mínima. justapostos, criam a ilusão de tom
ou cor.
Quanto mais complexas forem as
medidas necessárias à execução de
um projeto visual, tanto maior será A capacidade única que uma série de
o número de pontos usados. pontos tem de conduzir o olhar é
intensificada pela maior
proximidade dos pontos.
8. LINHA
Quando os pontos estão tão
próximos entre si que se torna
impossível identificá-los
individualmente, aumenta a
sensação de direção, e a cadeia de
pontos se transforma em outro
elemento visual distintivo: a linha.
Também podemos definir a linha
como um ponto em movimento. O
procedimento para desenhar uma
linha se resume a colocar a ponta de
uma caneta ou lápis sobre uma
superfície, marcando um ponto, e
mover segundo uma determinada
trajetória.
9.
10.
11. FORMA
A linha descreve uma forma. Na
linguagem das artes visuais, a linha
articula a complexidade da forma.
Existem 3 formas básicas: o círculo, o
quadrado e o triângulo equilátero.
Todas as formas básicas são figuras
planas e simples, que podem ser
facilmente descritas e
construídas, tanto visual quanto
verbalmente.
12. A partir de combinações e variações infinitas dessas 3 formas básicas,
derivamos todas as formas físicas da natureza e da imaginação humana.
15. DIREÇÃO
A disposição dos elementos de
linguagem visual num plano pode
conduzir o olhar a um certo sentido
espacial.
Todas as formas básicas expressam 3
direções visuais básicas
significativas:
quadrado: horizontal e vertical
triângulo: diagonal
círculo: curva
16. TOM
O tom é a intensidade da Vemos graças a presença ou à
obscuridade ou claridade de ausência relativa de luz, seja emitida
qualquer coisa vista. pelo sol, pela lua, ou por qualquer
O tom é expressado pelo grau de fonte artificial.
intensidade de um preenchimento – A luz circunda as coisas, é refletida
preto ou colorido – e está por superfícies brilhantes, incide
intrinsecamente fundamentado na sobre objetos com claridade ou
relação luz e sombra. obscuridade relativa.
17. TOM
Com grande sensibilidade e delicadeza, as
gradações tonais, distintas e
identificáveis, entre o preto e o branco
pode chegar a 30 tons de cinza.
A manipulação do tom através da
justaposição diminui muito as limitações
tonais inerentes ao problema de competir
com a abundância de tons da natureza. A sensibilidade tonal é básica para nossa
sobrevivência, e só é superada pela
referência vertical-horizontal enquanto
O mundo em que vivemos é dimensional, e pista visual do relacionamento que
o tom é um dos melhores instrumentos de mantemos com o meio ambiente. Assim
que dispõe o visualizador para indicar e vemos o movimento súbito, a
expressar essa dimensão. profundidade, a distância, e outras
referências do ambiente.
18. COR
A cor é provocada pela ação de um feixe de
fótons* sobre as células especializadas da
retina, que transmitem através de informação
pré-processada no nervo ótico, impressões
para o sistema nervoso.
As cores são obtidas aditivamente (cor luz) ou
subtrativamente (cor pigmento).
A cor ter 3 dimensões que podem ser
definidas e medidas:
1. matiz ou croma = a cor em si.
2. saturação = pureza relativa a uma
cor, do matiz ao cinza.
3. luminosidade / brilho / valor =
gradações tonais em decorrência da
luminosidade.
Para clarear, escurecer ou neutralizar uma
cor, usa-se o branco, o preto e o cinza.
*fóton = quantum de energia radiante
19. CORES PURAS
Chamamos de cores puras o grupo
de 12 cores, composto pelas cores
primárias, secundárias e terciárias.
primárias = vermelho, amarelo e
azul
secundárias = alaranjado, verde e
violeta
terciárias = amarelo-
alaranjado, amarelo-
vermelho, vermelho-violeta, azul-
violeta, azul-verde e amarelo-verde.
20. CIRCULO CROMÁTICO
O círculo cromático ou círculo das cores é
composto pelas cores puras, - ou
seja, pelas cores primárias, secundárias e
terciárias – distribuídas de forma circular.
O círculo é formado pelo triângulo das
primárias, triângulo (invertido) das
secundárias, e intercalando uma cor
primária e uma secundária encontram-se
as terciárias.
Primárias = cor pura obtida na natureza
Secundárias = combinação de 2 cores
primárias
Terciárias = combinação de 1 primária e 1
secundária
21. CIRCULO CROMÁTICO
Cores Primárias
01 – Amarelo
05 – Azul
09 – Vermelho
Cores Secundárias
03 – Verde
07 – Violeta
11 – Alaranjado
Cores Terciárias
02 – Amarelo-Verde
04 – Azul-Verde
06 – Azul-Violeta
08 – Vermelho-Violeta
10 – Vermelho-Alaranjado
12 – Amarelo-Alaranjado
Observação: as cores Amarelo-Verde (02) e
Vermelho-Violeta (08) tanto podem ser frias quanto
quentes, dependendo das cores dominantes.
22. CORES COMPLEMENTARES
Cores Complementares são opostas
no disco de cores. São utilizadas
para dar força e equilíbrio a um
trabalho, criando contrastes.
Ex: vermelho é complementar do
verdes, o azul é complementar do
laranja.
25. CORES ANÁLOGAS
Cores Análogas são as que
aparecem lado a lado no disco de
cores e possuem a mesma cor
básica. São usadas para dar a
sensação de uniformidade. A
utilização de cores análogas
permitem que uma composição
fique mais elegante, e podem ser
equilibradas com uma cor
complementar.
EX: amarelo-ouro é análoga do
laranja-avermelhado, pois tem em
comum a cor laranja.
27. CORES ANÁLOGAS RELACIONADAS
Uma sequência de
três cores utilizando
duas cores análogas
no disco, pula uma
cor, mais a próxima.
28. CORES ANÁLOGAS + 1 COMPLEMENTAR
Uma sequência de
três cores análogas
no disco, mais a
complementar da
cor do meio.
29. TEXTURA
A textura é o elemento visual que com É possível que uma textura não
freqüência serve de substituto para as
qualidades de outro sentido, o tato. apresente qualidades táteis, mas
Podemos reconhecer a textura tanto apenas óticas. Ex: hachuras.
através do tato quanto da visão, ou
mediante a combinação de ambos.
A textura real permite à mão e ao olho uma
sensação individual, com forte significado
associativo.
30. TEXTURA
A textura se relaciona com a
composição de uma substância
através de variações mínimas na
superfície do material
A textura é um recurso amplamente
utilizado na comunicação visual
como simulação de materiais
diversos na impressão em papel.
31. ESCALA
Todos os elementos visuais são capazes de se A escala pode ser estabelecida não só através
modificar e se definir uns aos outros, e este do tamanho relativo das pistas visuais, mas
processo constitui o que chamamos de escala. também através das relações com o campo
ou ambiente.
Em outras palavras, o grande não pode existir
sem o pequeno, porém, quando se estabelece
o grande através do pequeno, a escala toda
pode ser modificada pela introdução de outra
modificação visual.
Em termos de escala, os resultados visuais
são fluidos, e não absolutos. O quadrado do
mesmo tamanho pode ser considerado
grande devido a sua relação de tamanho com
o campo, ao passo que na outra figura pode
ser visto como pequeno.
32. ESCALA
A medida é parte integrante da
escala, mas a justaposição é mais
importante. Ou seja, é mais
importante o que se encontra ao lado
do objeto visual, em que cenário ele se
insere.
Aprender a relacionar o tamanho com
o objetivo e o significado é essencial
na estruturação da mensagem visual.
O controle de escala pode fazer uma
sala grande parecer pequena e
aconchegante, e uma sala pequena
aberta e arejada. Esse efeito se
estende a toda manipulação do
espaço.
33. DIMENSÃO
A representação da dimensão em Mostrar de que modo dois planos de
formatos visuais bidimensionais um cubo aparecem aos nossos olhos
também depende da ilusão. depende, em primeiro lugar, de que se
estabeleça o nível do olho.
A ilusão pode ser reforçada de muitas
maneira, mas o principal artifício para
simulá-la é a convenção técnica da
perspectiva, cujos efeitos podem ser
intensificados pela manipulação tonal.
A perspectiva tem fórmulas
exatas, com regras múltiplas e
complexas.
Só há um ponto de fuga no qual um
plano desaparece. Na imagem, o cubo
A dimensão é o elemento dominante superior é visto do ponto de vista de
em qualquer material visual em que se quem está embaixo, e o cubo inferior
lida com volume total e real. por quem está em cima.
34. MOVIMENTO
O movimento se encontra Algumas propriedades da “persistência
freqüentemente implícito no modo da visão” podem constituir a razão
visual, e talvez seja um dos incorreta do uso da palavra
“movimento” para descrever tensões e
elementos visuais mais dominantes
ritmos compositivos nas
da experiência humana.
imagens, quando, na verdade, o que está
A sugestão de movimento nas sendo visto é fixo e imóvel.
manifestações visuais estáticas é
mais difícil de conseguir sem que ao
mesmo tempo se distorça a
realidade.
35. Conclusão
Todos esses elementos visuais (o A linguagem visual unifica, e pode
ponto, a linha, a forma, a direção, o expressar instantaneamente várias
tom, a cor, a textura, a escala, a idéias.
dimensão e o movimento) são os
componentes irredutíveis dos meios
visuais. Esses elementos básicos são os
meios visuais essenciais, e a
compreensão adequada de sua
Constituem os ingredientes básicos natureza e de seu funcionamento
com os quais contamos para o constitui a base de uma linguagem
desenvolvimento do pensamento e que não conhecerá nem
da comunicação visual. fronteiras, nem barreiras.
36. “Não é o ângulo reto que me atrai,
Nem a linha reta, dura, inflexível,
criada pelo homem.
O que me atrai é a curva livre e
sensual.
A curva que encontro nas
montanhas
do meu país,
no curso sinuoso dos seus rios,
nas ondas do mar,
nas nuvens do céu,
no corpo da mulher preferida.
De curvas é feito todo o Universo.
O Universo curvo de Einstein.”
Oscar Niemeyer
37. Exercícios
1. Num quadrado, faça uma colagem com alguns ou todos os seguintes
elementos visuais específicos: ponto, linha, textura. Cada colagem deve ser
constituída com exemplos e organizada de modo a demonstrar algumas das
características essenciais de cada elemento.
2. Num quadrado de dez centímetros, num círculo de dez centímetros de
diâmetro ou num triângulo de dez centímetros de base, componha uma
colagem com os objetos que se associem com cada uma dessas formas
básicas. Os exemplos podem ser buscados na internet ou em qualquer
material impresso ou desenhado. A composição deve enfatizar a natureza
da forma escolhida.
3. Faça uma colagem onde deliberadamente se encontre um objeto conhecido
de pequeno tamanho, mas que torne menor um outro objeto que sabemos
ser grande. A surpresa tornará manifesto o sentido fortemente
predeterminado que todos temos da escala.
4. Escolha uma foto, uma pintura ou interface de qualquer tema, e relacione os
elementos básicos que você identifique na composição.