SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 23
VERSIFICAÇÃO




     Ensino Médio
NOÇÕES BÁSICAS


     Verso: cada uma das linhas do poema, que pode ter
      sentido completo ou não.
     Estrofe ou Estância:      conjunto de versos; as
      estrofes encontram-se separadas por um espaço em
      branco.
     Estrutura Estrófica: as estrofes podem ser
      classificadas consoante o número de versos que a
      constituem.
ESTRUTURA ESTRÓFICA

   Número de de versos   Classificação das estrofes
          1              Monóstico
          2              Dístico
          3              Terceto
          4              Quadra
          5              Quintilha
          6              Sextilha
          7              Sétima
          8              Oitava
          9              Nona
         10              Décima
     Mais de 10          Irregular
 MÉTRICA é a medida ou quantidade de sílabas métricas que um
verso possui.

 ESCANSÃO é a divisão e a contagem das sílabas métricas de um
verso, que não é feita da mesma forma que a divisão e contagem de
sílabas normais, pois, segundo a Versificação:

1) Separam-se e contam-se as sílabas de um verso até a última sílaba
   tônica desse verso.
   Ex: Es| tou | dei| ta| do | so| bre| mi| nha| ma| la
        1 2       3 4 5 6 7              8 9 10

1   2   3   4   5            1   2   3
COMO SE FAZ ESSA CONTAGEM?

   Conta-se até à última sílaba tônica da última palavra do verso.
    ex.: Pa la vras não e ram di (tas)
         O ca va lei ro a che gar



   No interior do verso, a sílaba terminada em vogal une-se à
    sílaba seguinte, se esta também começar por vogal.
    ex.: Um/ cor/ po a/ ber/ to/ co/ mo os/ a /ni/ mais/
Estrutura Métrica
Número de sílabas    Classificação dos versos
1                    Monossílabo
2                    Dissílabo
3                    Trissílabo
4                    Pentassílabo
5                    Pentassílabo ou redondilha menor
6                    Hexassílabo
7                    Heptassílabo ou Redondilha maior
8                    Octossílabo
9                    Eneassílabo
10                   Decassílabo
11                   Hendecassílabo
12                   Dodecassílab Ou Alexandrino
 RITMO é o resultado da regular sucessão de sílabas tônicas
e átonas de um verso. Para os gregos, ele é um elemento
melódico tão essencial para o poema quanto para a Música.

 VERSOS LIVRES são versos que não seguem as normas da
Versificação quanto à métrica e/ou ao ritmo.

 SOM ou RIMA também é para os antigos um elemento
essencial para que um poema seja uma POESIA. A rima é a
identidade e/ou semelhança sonora existente entre a palavra
final de um verso com a palavra final de outro verso na estrofe.
•Foneticamente, uma rima pode ser:
 PERFEITA - se houver identidade entre as terminações das
palavras que rimam (neve/leve).

 IMPERFEITA      -   se   houver   apenas    semelhança
(estrela/vela).

•Morfologicamente, a rima é:
 POBRE - quando as palavras que rimam pertencem à
mesma classe gramatical (coração/oração).

 RICA - quando as palavras que rimam pertencem a
classes gramaticais diferentes (arde/covarde).

 Obs: A classificação é assim mesmo. Pobres – mesma
classe gram. E Ricas, classe gram, diferentes.
Quanto à posição na estrofe, as rimas
    podem ser classificadas como:



a)emparelhadas ou paralelas (aabb)

  “Vagueio campos noturnos     a
   Muros soturnos              a
   Paredes de solidão          b
   Sufocam minha canção.”      b
                 (Ferreira Gullar)
b) cruzadas ou alternadas (abab)


  “Se o casamento durasse       a
   Semanas, meses fatais        b
   Talvez eu me balançasse       a
   Mas toda a vida... é demais!” b

                   ( Afonso Celso)


c) intercaladas ou interpoladas (abba)

  “Não sei quem seja o autor     a
   Desta sentença de peso        b
   O beijo é um fósforo aceso     b
   Na palha seca do amor!”       a
                          (B. Tigre)

Versos brancos: são versos que não possuem rimas.
FIGURAS DE EFEITO SONORO
ALITERAÇÃO
   É a repetição de uma consoante ao longo de um verso
    ou ao longo do poema.

   Consiste na repetição do mesmo fonema consonântico,
    de forma a obter um efeito expressivo.

              Vozes veladas, veludosas vozes,
              Volúpias dos violões, vozes veladas
              Vagam nos velhos vórtices velozes
              Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas
                              (Violões que choram... - Cruz e Sousa)


              Auriverde pendão de minha terra
              que a brisa do Brasil beija e balança
                                                       (Castro Alves)
ASSONÂNCIA

   É a repetição de vogais iguais ao longo de um verso
    ou de um poema.

                   "Sou Ana, da cama
                 da cana, fulana, bacana
                 Sou Ana de Amsterdam”
                                              (Chico Buarque)



           "Sou um mulato nato no sentido lato
              mulato democrático do litoral.”
                                            (Caetano Veloso)
PARANOMÁSIA

 Quando numa mesma sentença temos o emprego
de palavras parônimas, ou seja, palavras de sons
parecidos, dizemos que ocorreu aí a paranomásia,
figura de linguagem que consiste no emprego de
palavras parecidas, numa mesma sentença, gerando
uma espécie de trocadilho.

 Ex.: Houve aquele tempo...
      (E agora, que a chuva chora, ouve aquele tempo!)

                                     (Ribeiro Couto)
PARALELISMO
Em poesia, paralelismo é o termo que designa, habitualmente,
a correspondência rítmica, sintática e semântica entre as
                         estruturas.



 Há uma repetição da estrutura da frase com as mesmas
palavras como outras diferentes. O paralelismo aparece
associado muitas vezes à anáfora e à antítese.

    «Se não fosse o rei! é a desculpa invariável
     dos ministros que não governam,
     dos oradores que não falam,
     dos jornalistas que não escrevem,
     dos intrigantes que não alcançam.»
                                           (Eça de Queirós)
A ideia (Augusto dos Anjos)

De onde ela vem?! De que matéria bruta
Vem essa luz que sobre as nebulosas
Cai de incógnitas criptas misteriosas
Como as estalactites duma gruta?!


Vem da psicogenética e alta luta
Do feixe de moléculas nervosas,
Que, em desintegrações maravilhosas,
Delibera, e depois, quer e executa!


Vem do encéfalo absconso que a constringe,
Chega em seguida às cordas do laringe,
Tísica, tênue, mínima, raquítica ...


Quebra a força centrípeta que a amarra,
Mas, de repente, e quase morta, esbarra
No mulambo da língua paralítica
A estrela ( Manuel Bandeira )
Vi uma estrela tão alta,
Vi uma estrela tão fria!
Vi uma estrela luzindo
Na minha vida vazia.

Era uma estrela tão alta!
Era uma estrela tão fria!
Era uma estrela sozinha
Luzindo no fim do dia.

Por que da sua distância
Para a minha companhia
Não baixava aquela estrela?
Por que tão alta luzia?

E ouvi-a na sombra funda
Responder que assim fazia
Para dar uma esperança
Mais triste ao fim do meu dia.
Andorinha (Manuel Bandeira)

Andorinha lá fora está dizendo:
- “Passei o dia à toa, à toa!”


Andorinha, andorinha, minha cantiga é mais
triste!
Passei a vida à toa, à toa…
A onda (Manuel Bandeira)
a onda anda
aonde anda
         a onda?
a onda ainda
ainda onda
ainda anda
        aonde?
aonde?
a onda a onda
Duas dúzias de coisinhas à toa que deixam a gente feliz (Otávio Roth)


Passarinho na janela, pijama de flanela, brigadeiro na panela.

Gato andando no telhado, cheirinho de mato molhado, disco antigo sem chiado.

Pão quentinho de manhã, dropes de hortelã, grito do Tarzan.

Tirar a sorte no osso, jogar pedrinha no poço, um cachecol no pescoço.

Papagaio que conversa, pisar em tapete persa, eu te amo e vice-versa.

Vaga-lume aceso na mão, dias quentes de verão, descer pelo corrimão.

Almoço de domingo, revoada de flamingo, herói que fuma cachimbo.

Anãozinho de jardim, lacinho de cetim, terminar o livro assim.
Espelho (Mário Quintana)


Por acaso, surpreendo-me no espelho:
Quem é esse que me olha e é tão mais velho que eu? (...)
Parece meu velho pai - que já morreu! (...)
Nosso olhar duro interroga:
"O que fizeste de mim?" Eu pai? Tu é que me invadiste.
Lentamente, ruga a ruga... Que importa!
Eu sou ainda aquele mesmo menino teimoso de sempre
E os teus planos enfim lá se foram por terra,
Mas sei que vi, um dia - a longa, a inútil guerra!
Vi sorrir nesses cansados olhos um orgulho triste..."
   Ensinamento (Adélia Prado)

    Minha mãe achava estudo
    a coisa mais fina do mundo.
    Não é.
    A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
    Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
    ela falou comigo:
    "Coitado, até essa hora no serviço pesado".
    Arrumou pão e café , deixou tacho no fogo com
    água quente.
    Não me falou em amor.
    Essa palavra de luxo.
Proposta de Redação ( Entregar próxima aula)
O convívio entre gerações tem lugar privilegiado no
   ambiente familiar.
Instruções:
1. Imagine uma personagem jovem que vai estudar em
    outra cidade e passa a morar com os avós.

2. Narre o(s) conflito(s) da personagem, dividida entre
   os sentimentos em relação aos avós e as
   dificuldades de convívio com essa outra geração.

3. Sua história pode ser narrada em primeira ou
   terceira pessoa.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Parnasianismo e simbolismo
Parnasianismo e simbolismo Parnasianismo e simbolismo
Parnasianismo e simbolismo Elaine Blogger
 
ESCOLAS LITERÁRIAS.ppt
ESCOLAS LITERÁRIAS.pptESCOLAS LITERÁRIAS.ppt
ESCOLAS LITERÁRIAS.pptCsarMarin3
 
Noções de versificação
Noções de versificaçãoNoções de versificação
Noções de versificaçãoMaria Oliveira
 
www.EquarparaEnsinoMedio.com.br - Literatura - Barroco
www.EquarparaEnsinoMedio.com.br - Literatura - Barrocowww.EquarparaEnsinoMedio.com.br - Literatura - Barroco
www.EquarparaEnsinoMedio.com.br - Literatura - BarrocoAnnalu Jannuzzi
 
Romantismo contexto histórico e características
Romantismo   contexto histórico e característicasRomantismo   contexto histórico e características
Romantismo contexto histórico e característicasVIVIAN TROMBINI
 
Intertextualidade
IntertextualidadeIntertextualidade
Intertextualidadelisiane23
 
Cesário Verde - Contextualização
Cesário Verde - ContextualizaçãoCesário Verde - Contextualização
Cesário Verde - Contextualizaçãosin3stesia
 
As origens da literatura portuguesa - Parte 1: Trovadorismo
As origens da literatura portuguesa - Parte 1: TrovadorismoAs origens da literatura portuguesa - Parte 1: Trovadorismo
As origens da literatura portuguesa - Parte 1: TrovadorismoKaren Olivan
 
Resumo das escola literárias.
Resumo das escola literárias.Resumo das escola literárias.
Resumo das escola literárias.Ajudar Pessoas
 
Gênero lírico - Profª Vivian Trombini
Gênero lírico - Profª Vivian TrombiniGênero lírico - Profª Vivian Trombini
Gênero lírico - Profª Vivian TrombiniVIVIAN TROMBINI
 
Trovadorismo e humanismo
Trovadorismo e humanismoTrovadorismo e humanismo
Trovadorismo e humanismorosangelajoao
 
Categorias da Narrativa em "A Aia"
Categorias da Narrativa em "A Aia"Categorias da Narrativa em "A Aia"
Categorias da Narrativa em "A Aia"Maria João C. Conde
 

Mais procurados (20)

Cesário verde
Cesário verdeCesário verde
Cesário verde
 
Parnasianismo e simbolismo
Parnasianismo e simbolismo Parnasianismo e simbolismo
Parnasianismo e simbolismo
 
ESCOLAS LITERÁRIAS.ppt
ESCOLAS LITERÁRIAS.pptESCOLAS LITERÁRIAS.ppt
ESCOLAS LITERÁRIAS.ppt
 
Romantismo I
Romantismo IRomantismo I
Romantismo I
 
Sinais de pontuação
Sinais de pontuaçãoSinais de pontuação
Sinais de pontuação
 
Noções de versificação
Noções de versificaçãoNoções de versificação
Noções de versificação
 
O que é Literatura?
O que é Literatura?O que é Literatura?
O que é Literatura?
 
Gênero lírico
Gênero líricoGênero lírico
Gênero lírico
 
www.EquarparaEnsinoMedio.com.br - Literatura - Barroco
www.EquarparaEnsinoMedio.com.br - Literatura - Barrocowww.EquarparaEnsinoMedio.com.br - Literatura - Barroco
www.EquarparaEnsinoMedio.com.br - Literatura - Barroco
 
Romantismo contexto histórico e características
Romantismo   contexto histórico e característicasRomantismo   contexto histórico e características
Romantismo contexto histórico e características
 
A estrutura do texto poético
A estrutura do texto poéticoA estrutura do texto poético
A estrutura do texto poético
 
Intertextualidade
IntertextualidadeIntertextualidade
Intertextualidade
 
Felizmente há luar! - Didascálias e o efeito cénico da luz
Felizmente há luar! - Didascálias e o efeito cénico da luzFelizmente há luar! - Didascálias e o efeito cénico da luz
Felizmente há luar! - Didascálias e o efeito cénico da luz
 
Cesário Verde - Contextualização
Cesário Verde - ContextualizaçãoCesário Verde - Contextualização
Cesário Verde - Contextualização
 
As origens da literatura portuguesa - Parte 1: Trovadorismo
As origens da literatura portuguesa - Parte 1: TrovadorismoAs origens da literatura portuguesa - Parte 1: Trovadorismo
As origens da literatura portuguesa - Parte 1: Trovadorismo
 
Resumo das escola literárias.
Resumo das escola literárias.Resumo das escola literárias.
Resumo das escola literárias.
 
Fonemas e letras
Fonemas e letrasFonemas e letras
Fonemas e letras
 
Gênero lírico - Profª Vivian Trombini
Gênero lírico - Profª Vivian TrombiniGênero lírico - Profª Vivian Trombini
Gênero lírico - Profª Vivian Trombini
 
Trovadorismo e humanismo
Trovadorismo e humanismoTrovadorismo e humanismo
Trovadorismo e humanismo
 
Categorias da Narrativa em "A Aia"
Categorias da Narrativa em "A Aia"Categorias da Narrativa em "A Aia"
Categorias da Narrativa em "A Aia"
 

Destaque (12)

Gênero dramático
Gênero dramáticoGênero dramático
Gênero dramático
 
Gêneros Literários
Gêneros Literários Gêneros Literários
Gêneros Literários
 
Género dramático
Género dramáticoGénero dramático
Género dramático
 
Power point género lírico
Power point género líricoPower point género lírico
Power point género lírico
 
Genero lirico
Genero liricoGenero lirico
Genero lirico
 
Género dramático 7° 8°
Género dramático 7° 8°Género dramático 7° 8°
Género dramático 7° 8°
 
Genero dramático powerpoint
Genero dramático powerpointGenero dramático powerpoint
Genero dramático powerpoint
 
Gêneros literários
Gêneros literáriosGêneros literários
Gêneros literários
 
Género dramático
Género dramáticoGénero dramático
Género dramático
 
Texto dramatico ppt
Texto dramatico pptTexto dramatico ppt
Texto dramatico ppt
 
Género Dramàtico
Género DramàticoGénero Dramàtico
Género Dramàtico
 
Power point del género dramático
Power point del género dramáticoPower point del género dramático
Power point del género dramático
 

Semelhante a Aprendizados entre gerações

Redação: Versificação
Redação: VersificaçãoRedação: Versificação
Redação: Versificação7 de Setembro
 
Explicação sobre texto poético para Fundamental
Explicação sobre texto poético para FundamentalExplicação sobre texto poético para Fundamental
Explicação sobre texto poético para FundamentalAline França Russo
 
Versificação
VersificaçãoVersificação
VersificaçãoISJ
 
Texto Lírico - Nocões de Versificação
Texto Lírico - Nocões de VersificaçãoTexto Lírico - Nocões de Versificação
Texto Lírico - Nocões de VersificaçãoCristina Seiça
 
Poema _ aula sobre poema.docx
Poema _ aula sobre poema.docxPoema _ aula sobre poema.docx
Poema _ aula sobre poema.docxssusere47050
 
Poesia e poema
Poesia e poemaPoesia e poema
Poesia e poemaionasilva
 
Poesia e poema
Poesia e poemaPoesia e poema
Poesia e poemaionasilva
 
AULA - TRABALHANDO POESIA E POEMA.pptx
AULA - TRABALHANDO POESIA E POEMA.pptxAULA - TRABALHANDO POESIA E POEMA.pptx
AULA - TRABALHANDO POESIA E POEMA.pptxRenildoLima2
 
Linguagem poética e versificação
Linguagem poética e versificaçãoLinguagem poética e versificação
Linguagem poética e versificaçãoRoberta Savana
 
Para Estudar Metro Ritmo E Rima
Para Estudar Metro Ritmo E RimaPara Estudar Metro Ritmo E Rima
Para Estudar Metro Ritmo E RimaBrenda Tacchelli
 
Habilidade 16 figuras de linguagem
Habilidade 16 figuras de linguagemHabilidade 16 figuras de linguagem
Habilidade 16 figuras de linguagempaulomonteiropimpao
 
Explicacaopoemapp 110926203012-phpapp01
Explicacaopoemapp 110926203012-phpapp01Explicacaopoemapp 110926203012-phpapp01
Explicacaopoemapp 110926203012-phpapp01Maria De Jesus Soares
 
Poesia em forma
Poesia em formaPoesia em forma
Poesia em formasmed
 

Semelhante a Aprendizados entre gerações (20)

Versificação
VersificaçãoVersificação
Versificação
 
Redação: Versificação
Redação: VersificaçãoRedação: Versificação
Redação: Versificação
 
Explicação sobre texto poético para Fundamental
Explicação sobre texto poético para FundamentalExplicação sobre texto poético para Fundamental
Explicação sobre texto poético para Fundamental
 
Construção de poemas
Construção de poemasConstrução de poemas
Construção de poemas
 
Versificação
VersificaçãoVersificação
Versificação
 
Texto Lírico - Nocões de Versificação
Texto Lírico - Nocões de VersificaçãoTexto Lírico - Nocões de Versificação
Texto Lírico - Nocões de Versificação
 
Poema _ aula sobre poema.docx
Poema _ aula sobre poema.docxPoema _ aula sobre poema.docx
Poema _ aula sobre poema.docx
 
Poesia e poema
Poesia e poemaPoesia e poema
Poesia e poema
 
Poesia e poema
Poesia e poemaPoesia e poema
Poesia e poema
 
Versificação.ppt
Versificação.pptVersificação.ppt
Versificação.ppt
 
Versificação.pptx
Versificação.pptxVersificação.pptx
Versificação.pptx
 
AULA - TRABALHANDO POESIA E POEMA.pptx
AULA - TRABALHANDO POESIA E POEMA.pptxAULA - TRABALHANDO POESIA E POEMA.pptx
AULA - TRABALHANDO POESIA E POEMA.pptx
 
Nota iii escansão poemas
Nota iii escansão poemasNota iii escansão poemas
Nota iii escansão poemas
 
Texto poético
Texto poéticoTexto poético
Texto poético
 
Linguagem poética e versificação
Linguagem poética e versificaçãoLinguagem poética e versificação
Linguagem poética e versificação
 
Para Estudar Metro Ritmo E Rima
Para Estudar Metro Ritmo E RimaPara Estudar Metro Ritmo E Rima
Para Estudar Metro Ritmo E Rima
 
Habilidade 16 figuras de linguagem
Habilidade 16 figuras de linguagemHabilidade 16 figuras de linguagem
Habilidade 16 figuras de linguagem
 
Explicacaopoemapp 110926203012-phpapp01
Explicacaopoemapp 110926203012-phpapp01Explicacaopoemapp 110926203012-phpapp01
Explicacaopoemapp 110926203012-phpapp01
 
Poesia em forma
Poesia em formaPoesia em forma
Poesia em forma
 
Revisão da produção
Revisão da produçãoRevisão da produção
Revisão da produção
 

Último

Recurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de PartículasRecurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de PartículasCasa Ciências
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumAugusto Costa
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdfJorge Andrade
 
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxD9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxRonys4
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADOcarolinacespedes23
 
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma AntigaANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma AntigaJúlio Sandes
 
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comumUniversidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comumPatrícia de Sá Freire, PhD. Eng.
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBAline Santana
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduraAdryan Luiz
 
Orações subordinadas substantivas (andamento).pptx
Orações subordinadas substantivas (andamento).pptxOrações subordinadas substantivas (andamento).pptx
Orações subordinadas substantivas (andamento).pptxKtiaOliveira68
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniCassio Meira Jr.
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMVanessaCavalcante37
 
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSlides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSilvana Silva
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfManuais Formação
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasCassio Meira Jr.
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptxthaisamaral9365923
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavrasMary Alvarenga
 

Último (20)

Recurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de PartículasRecurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
 
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxD9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
 
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
 
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma AntigaANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
 
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comumUniversidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditadura
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
Orações subordinadas substantivas (andamento).pptx
Orações subordinadas substantivas (andamento).pptxOrações subordinadas substantivas (andamento).pptx
Orações subordinadas substantivas (andamento).pptx
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
 
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSlides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavras
 

Aprendizados entre gerações

  • 1. VERSIFICAÇÃO Ensino Médio
  • 2. NOÇÕES BÁSICAS  Verso: cada uma das linhas do poema, que pode ter sentido completo ou não.  Estrofe ou Estância: conjunto de versos; as estrofes encontram-se separadas por um espaço em branco.  Estrutura Estrófica: as estrofes podem ser classificadas consoante o número de versos que a constituem.
  • 3. ESTRUTURA ESTRÓFICA Número de de versos Classificação das estrofes 1 Monóstico 2 Dístico 3 Terceto 4 Quadra 5 Quintilha 6 Sextilha 7 Sétima 8 Oitava 9 Nona 10 Décima Mais de 10 Irregular
  • 4.  MÉTRICA é a medida ou quantidade de sílabas métricas que um verso possui.  ESCANSÃO é a divisão e a contagem das sílabas métricas de um verso, que não é feita da mesma forma que a divisão e contagem de sílabas normais, pois, segundo a Versificação: 1) Separam-se e contam-se as sílabas de um verso até a última sílaba tônica desse verso. Ex: Es| tou | dei| ta| do | so| bre| mi| nha| ma| la 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1 2 3 4 5 1 2 3
  • 5. COMO SE FAZ ESSA CONTAGEM?  Conta-se até à última sílaba tônica da última palavra do verso. ex.: Pa la vras não e ram di (tas) O ca va lei ro a che gar  No interior do verso, a sílaba terminada em vogal une-se à sílaba seguinte, se esta também começar por vogal. ex.: Um/ cor/ po a/ ber/ to/ co/ mo os/ a /ni/ mais/
  • 6. Estrutura Métrica Número de sílabas Classificação dos versos 1 Monossílabo 2 Dissílabo 3 Trissílabo 4 Pentassílabo 5 Pentassílabo ou redondilha menor 6 Hexassílabo 7 Heptassílabo ou Redondilha maior 8 Octossílabo 9 Eneassílabo 10 Decassílabo 11 Hendecassílabo 12 Dodecassílab Ou Alexandrino
  • 7.  RITMO é o resultado da regular sucessão de sílabas tônicas e átonas de um verso. Para os gregos, ele é um elemento melódico tão essencial para o poema quanto para a Música.  VERSOS LIVRES são versos que não seguem as normas da Versificação quanto à métrica e/ou ao ritmo.  SOM ou RIMA também é para os antigos um elemento essencial para que um poema seja uma POESIA. A rima é a identidade e/ou semelhança sonora existente entre a palavra final de um verso com a palavra final de outro verso na estrofe.
  • 8. •Foneticamente, uma rima pode ser:  PERFEITA - se houver identidade entre as terminações das palavras que rimam (neve/leve).  IMPERFEITA - se houver apenas semelhança (estrela/vela). •Morfologicamente, a rima é:  POBRE - quando as palavras que rimam pertencem à mesma classe gramatical (coração/oração).  RICA - quando as palavras que rimam pertencem a classes gramaticais diferentes (arde/covarde).  Obs: A classificação é assim mesmo. Pobres – mesma classe gram. E Ricas, classe gram, diferentes.
  • 9. Quanto à posição na estrofe, as rimas podem ser classificadas como: a)emparelhadas ou paralelas (aabb) “Vagueio campos noturnos a Muros soturnos a Paredes de solidão b Sufocam minha canção.” b (Ferreira Gullar)
  • 10. b) cruzadas ou alternadas (abab) “Se o casamento durasse a Semanas, meses fatais b Talvez eu me balançasse a Mas toda a vida... é demais!” b ( Afonso Celso) c) intercaladas ou interpoladas (abba) “Não sei quem seja o autor a Desta sentença de peso b O beijo é um fósforo aceso b Na palha seca do amor!” a (B. Tigre) Versos brancos: são versos que não possuem rimas.
  • 12. ALITERAÇÃO  É a repetição de uma consoante ao longo de um verso ou ao longo do poema.  Consiste na repetição do mesmo fonema consonântico, de forma a obter um efeito expressivo. Vozes veladas, veludosas vozes, Volúpias dos violões, vozes veladas Vagam nos velhos vórtices velozes Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas (Violões que choram... - Cruz e Sousa) Auriverde pendão de minha terra que a brisa do Brasil beija e balança (Castro Alves)
  • 13. ASSONÂNCIA  É a repetição de vogais iguais ao longo de um verso ou de um poema. "Sou Ana, da cama da cana, fulana, bacana Sou Ana de Amsterdam” (Chico Buarque) "Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do litoral.” (Caetano Veloso)
  • 14. PARANOMÁSIA  Quando numa mesma sentença temos o emprego de palavras parônimas, ou seja, palavras de sons parecidos, dizemos que ocorreu aí a paranomásia, figura de linguagem que consiste no emprego de palavras parecidas, numa mesma sentença, gerando uma espécie de trocadilho. Ex.: Houve aquele tempo... (E agora, que a chuva chora, ouve aquele tempo!) (Ribeiro Couto)
  • 15. PARALELISMO Em poesia, paralelismo é o termo que designa, habitualmente, a correspondência rítmica, sintática e semântica entre as estruturas.  Há uma repetição da estrutura da frase com as mesmas palavras como outras diferentes. O paralelismo aparece associado muitas vezes à anáfora e à antítese. «Se não fosse o rei! é a desculpa invariável dos ministros que não governam, dos oradores que não falam, dos jornalistas que não escrevem, dos intrigantes que não alcançam.» (Eça de Queirós)
  • 16. A ideia (Augusto dos Anjos) De onde ela vem?! De que matéria bruta Vem essa luz que sobre as nebulosas Cai de incógnitas criptas misteriosas Como as estalactites duma gruta?! Vem da psicogenética e alta luta Do feixe de moléculas nervosas, Que, em desintegrações maravilhosas, Delibera, e depois, quer e executa! Vem do encéfalo absconso que a constringe, Chega em seguida às cordas do laringe, Tísica, tênue, mínima, raquítica ... Quebra a força centrípeta que a amarra, Mas, de repente, e quase morta, esbarra No mulambo da língua paralítica
  • 17. A estrela ( Manuel Bandeira ) Vi uma estrela tão alta, Vi uma estrela tão fria! Vi uma estrela luzindo Na minha vida vazia. Era uma estrela tão alta! Era uma estrela tão fria! Era uma estrela sozinha Luzindo no fim do dia. Por que da sua distância Para a minha companhia Não baixava aquela estrela? Por que tão alta luzia? E ouvi-a na sombra funda Responder que assim fazia Para dar uma esperança Mais triste ao fim do meu dia.
  • 18. Andorinha (Manuel Bandeira) Andorinha lá fora está dizendo: - “Passei o dia à toa, à toa!” Andorinha, andorinha, minha cantiga é mais triste! Passei a vida à toa, à toa…
  • 19. A onda (Manuel Bandeira) a onda anda aonde anda a onda? a onda ainda ainda onda ainda anda aonde? aonde? a onda a onda
  • 20. Duas dúzias de coisinhas à toa que deixam a gente feliz (Otávio Roth) Passarinho na janela, pijama de flanela, brigadeiro na panela. Gato andando no telhado, cheirinho de mato molhado, disco antigo sem chiado. Pão quentinho de manhã, dropes de hortelã, grito do Tarzan. Tirar a sorte no osso, jogar pedrinha no poço, um cachecol no pescoço. Papagaio que conversa, pisar em tapete persa, eu te amo e vice-versa. Vaga-lume aceso na mão, dias quentes de verão, descer pelo corrimão. Almoço de domingo, revoada de flamingo, herói que fuma cachimbo. Anãozinho de jardim, lacinho de cetim, terminar o livro assim.
  • 21. Espelho (Mário Quintana) Por acaso, surpreendo-me no espelho: Quem é esse que me olha e é tão mais velho que eu? (...) Parece meu velho pai - que já morreu! (...) Nosso olhar duro interroga: "O que fizeste de mim?" Eu pai? Tu é que me invadiste. Lentamente, ruga a ruga... Que importa! Eu sou ainda aquele mesmo menino teimoso de sempre E os teus planos enfim lá se foram por terra, Mas sei que vi, um dia - a longa, a inútil guerra! Vi sorrir nesses cansados olhos um orgulho triste..."
  • 22. Ensinamento (Adélia Prado) Minha mãe achava estudo a coisa mais fina do mundo. Não é. A coisa mais fina do mundo é o sentimento. Aquele dia de noite, o pai fazendo serão, ela falou comigo: "Coitado, até essa hora no serviço pesado". Arrumou pão e café , deixou tacho no fogo com água quente. Não me falou em amor. Essa palavra de luxo.
  • 23. Proposta de Redação ( Entregar próxima aula) O convívio entre gerações tem lugar privilegiado no ambiente familiar. Instruções: 1. Imagine uma personagem jovem que vai estudar em outra cidade e passa a morar com os avós. 2. Narre o(s) conflito(s) da personagem, dividida entre os sentimentos em relação aos avós e as dificuldades de convívio com essa outra geração. 3. Sua história pode ser narrada em primeira ou terceira pessoa.