O documento discute três escolas de pensamento sobre a razão na filosofia contemporânea: 1) A fenomenologia de Husserl considera a razão como uma estrutura da consciência que produz conteúdos independentemente da experiência; 2) A Escola de Frankfurt critica a visão de Hegel de que a razão é autônoma e movimenta a história, defendendo que a razão é condicionada pelas circunstâncias sociais e políticas; 3) O estruturalismo enfatiza a estrutura presente de uma realidade, em vez
2. Fenomenologia
Husserl não aceitou a solução hegeliana para
o problema do inatismo e empirismo. Foi o criador da
fenomenologia (que descreve as estruturas da
consciência), que manteve o inatismo, mas com as
contribuições trazidas pelo kantismo. Em outras
palavras, a fenomenologia considera a razão uma
estrutura da consciência (como Kant), mas cujos
conteúdos são produzidos por ela mesma,
independentemente da experiência (diferentemente do
que dissera Kant).
3. A Escola de Frankfurt
Os filósofos dessa Escola, como Theodor Adorno,
Herbert Marcuse e Max Horkheimer, têm uma
formação marxista e, por isso, recusam a idéia
hegeliana de que a História é obra da própria razão,
ou que as transformações históricas da razão são
realizadas pela própria razão, sem que esta seja
condicionada ou determinada pelas condições
sociais, econômicas e políticas.
4. A Escola de Frankfurt
Hegel errou quando supôs que a razão seja uma força
histórica autônoma (isto é, não condicionada pela situação material
ou econômica, social e política de uma época), e, em segundo lugar,
na suposição de que a razão é a força histórica que cria a própria
sociedade, a política, a cultura.
Hegel acertou quando afirma que as mudanças históricas
ocorrem pelos conflitos e contradições.
Hegel errou ao supor que tais conflitos se dão entre
diferentes formas da razão, pois eles se dão como conflitos e
contradições sociais e políticas, modificando a própria razão.
5. A Escola de Frankfurt
Os filósofos da Teoria Crítica consideram que
existem, na verdade, duas modalidades da razão: a
razão instrumental ou razão técnico-científica, que
está a serviço da exploração e da dominação, da
opressão e da violência, e a razão crítica ou filosófica,
que reflete sobre as contradições e os conflitos
sociais e políticos e se apresenta como uma força
liberadora.
6. Razão e descontinuidade temporal
Nos anos 60, desenvolveu-se, sobretudo na França,
uma corrente científica (iniciado na lingüística e na
antropologia social) chamada estruturalismo. Para
os estruturalistas, o mais importante não é a
mudança ou a transformação de uma realidade (de
uma língua, de uma sociedade indígena, de uma
teoria científica), mas a estrutura ou a forma que
ela tem no presente.