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1
Alunos do curso de Comunicação Social 1º/2º períodos das Faculdades Promove de Sete Lagoas - MG.
2
Professor orientador do Projeto Integrador Multidisciplinar.
CULTURA ÁRABE
¹ANA LAURA SOUZA
²JEAN MARQUES DA CRUZ
²VICTOR CARVALHO ALMEIDA FERREIRA
³DÉLCIO JULIÃO EMAR DE ALMEIDA
RESUMO
O projeto o qual este artigo se refere, trata da influência cultural adquirida pelo Brasil
através dos povos árabes. Ressaltando pontos importantes como as obras, a culinária, a
língua e a religião. Trazendo também comentários sobre a realização da mostra
semestral que ocorre nas Faculdades Promove de Sete Lagoas.
PALAVRAS-CHAVE: Imigração Árabe; influência; cultura; Brasil.
INTRODUÇÃO
Este artigo vem cumprir a necessidade exigida pelo Projeto Integrador Multidisciplinar
(PIM), das Faculdades Promove de Sete Lagoas, projeto este que tem como objetivo
interligar as disciplinas cursadas pelos alunos de tal instituição, tendo como resultado
um artigo e culminando em uma mostra onde cada grupo irá apresentar para a sociedade
os frutos das pesquisas sobre cada tema.
O PIM também tem por finalidade criar um diálogo entre as disciplinas lecionadas nos
períodos dos cursos da Instituição Faculdades Promove de Sete Lagoas, de forma a
desenvolver o conhecimento de seus alunos, com o intuito de estabelecer uma maior
absorção dos conteúdos, além de permitir a conexão de teoria e prática, fazendo com
que o aluno expresse seus conhecimentos adquiridos diante das aulas lecionadas durante
o semestre.
Disciplinas como “Estudos Sociais Contemporâneos” e “Inovação e Criatividade”,
tendem por intervir neste projeto, através de uma linguagem mais filosófica, cada qual
apresentando da sua maneira possíveis contribuições para que o tal trabalho seja
elaborado de uma forma mais completa e os prováveis efeitos positivos, tanto sobre o
artigo quanto à mostra. Por outro lado, os conteúdos da disciplina “Oficina de Leitura e
Interpretação de Textos” serão empregados diretamente na estruturação do artigo, na
estruturação da linguagem, além de ser utilizado para uma produção mais eficaz e
efetiva. Não menos importante que as demais citadas acima, a disciplina “Novas
Tecnologias” aborda o vasto campo tecnológico que contribui para propagação e
divulgação do amplo leque de informações que caracterizam o mundo contemporâneo.
O tema do presente artigo possui relevância graças à apresentação das influências da
cultura árabe na estruturação da sociedade brasileira. Existe em parte, grande presença
da arquitetura do Oriente no país, assim como a linguagem, já que com a descoberta do
Brasil pelos portugueses, uma grande abertura para técnicas e costumes orientais se
sucedeu, tendo elas sido trazidas pelos próprios árabes permanecendo até os dias de
hoje. Aprofundando um pouco mais em tal assunto, as características apresentadas por
essa cultura não provém apenas da colonização ocorrida, mas também pelos próprios
árabes que chegaram ao país juntamente de seus primeiros povoadores, motivo pelo
qual se é reforçado pela confiança de que a influência linguística exercida por esse povo
tenha ocorrido de forma direta. Sabe-se também que as influências artísticas já citadas
são extensas e que dentre as mais conhecidas se encontram o muxarabi1
e o azulejo.
Com o intuito de apresentar e avigorar a cultura, costumes e tantos outros fatores que se
encontram dentro do Brasil, este artigo têm por objetivo colocar em exposição todos os
indicadores dessas influências, assim como também, mostrar quão grande e vasta é a
diversidade existente dentro do país. O desejo por falar sobre a cultura Árabe surgiu
pela necessidade de se mostrar algo o qual faz parte da formação do Brasil, uma cultura
maravilhosa e de tão grande importância para o país, que de certa forma acompanha
toda sua trajetória até aqui, desde o primeiro contato com seus colonizadores. A
influência Árabe dentro do Brasil fez se tornar um país mais rico, não apenas
culturalmente, mas também de conhecimentos e de aceitações. Diante disso, foi
desenvolvido um grande estudo sobre essas mediações, a fim de colocar em evidência
todas essas influências e características que se encontram correndo dentro das veias do
povo brasileiro.
1
muxarabi: recurso criado pelos árabes que oculta parcialmente o ambiente, permitindo que quem esteja
do lado de dentro tenha visão total, mas preservando sua intimidade.
DESENVOLVIMENTO
1.História e Surgimento.
Os povos Árabes foram divididos em duas fases: Arábia Pré-Islâmica (antes de Maomé)
e Arábia Islâmica (depois de Maomé). No período pré-islâmico que ocorreu até o século
VII, esses povos se organizavam de forma descentralizada, eram nômades, se dividiam
em tribos além de serem politeístas. Mesmo não compartilhando de crenças e contendo
suas diferenças políticas, mantinham todos um grande centro religioso e econômico em
Meca, sobretudo devido ao templo de Caaba, onde guardavam um conjunto de imagens
divinas, além da Pedra Preta, a qual acreditavam ter sido lançada na terra pelos deuses.
No entanto a Arábia Islâmica que ocorre após Maomé, já havia se instituído de um
Estado centralizado, com apenas uma religião comum, onde havia uma associação com
a política; houve a destruição de ídolos da Caaba e um grande expansionismo territorial.
Hoje esse povo é constituído pela população de vinte e dois países (Arábia Saudita,
Argélia, Bahrain, Comores, Djibuti, Egito, Emirados Árabes Unidos, Iémen, Iraque,
Jordânia, Kuwait, Líbano, Líbia, Mauritânia, Marrocos, Omã, Palestina, Qatar, Somália,
Sudão, Síria, Tunísia).
Sendo uma das culturas mais antigas do mundo, onde sua sociedade mantém seus
valores desde seu surgimento, a civilização árabe é muito forte, receptiva e tradicional.
Conhecida mundialmente por seus costumes conservadores, esse povo não tem o hábito
de demonstrar seus sentimentos. Problemas pessoais, seja entre amigos ou familiares,
devem ser mantidos longe do conhecimento de estranhos, de forma a não transparecer
de maneira alguma o que sentem, por tal motivo, não tem-se o costume de ver pessoas
rindo em voz alta nas ruas dos países árabes.
2. Conflito Árabes vs. Judeus
A maioria das pessoas pensam que o conflito existente entre árabes e judeus existe há
muito tempo, sendo isso um fato não verídico. Tais conflitos iniciaram a partir do fim
do século XIX devido a crise dos grandes impérios que abriu portas para vários
movimentos nacionalistas.
O nacionalismo árabe, defendia a criação de um estado independente dos turcos mas
esse não era o único movimento da região, havia também o movimento sionista,
defensor da volta dos judeus a palestina.
Selando o fim dos grandes impérios, a primeira guerra mundial redesenhou o mapa do
Oriente Médio, que anteriormente era dominado pelos turcos. Os ingleses receberam da
Liga das Nações um mandato para ocupar durante 30 anos onde hoje se encontram a
Palestina, Jordânia e Iraque. Onde hoje são Síria e Libano ficaram aos cuidados da
França.
Vivendo grande parte na Europa Oriental e na América do Norte entre os judeus o
sionismo era minoritário. Os grupos políticos mais fortes eram os compostos por
socialistas, liberais ou pelos religiosos ortodoxos.
O único problema para conquistar o apoio árabe contra os turcos durante a Primeira
Guerra Mundial, foi a Grã-Bretanha ter feito a mesma promessa para os dois lados. Aos
árabes, um Estado independente, o que suporia a inclusão da Palestina. E aos judeus,
um “lar nacional” na Palestina.
Sob mandato britânico as duas comunidades passaram a disputar espaço na Palestina.
Os sionistas traziam jovens da Europa Ocidental para cultivarem terras compradas dos
árabes por milionários judeus, enquanto os nacionalistas lançavam ataques armados
contra as novas comunidades judaicas.
Porém na Segunda Guerra Mundial houve uma séria mudança, quando mais de seis
milhões de Judeus foram executados por nazifascistas na Europa, ao lado de milhões de
russos, homossexuais, deficientes e outros considerados “negações”. Com o fim da
guerra o sionismo tornou-se majoritário entre os judeus sobreviventes.
Com a retirada dos britânicos da Palestina, datada para 1947, os sionistas conseguiram
costurar o apoio dos grandes vencedores do conflito, União Soviética e Estados Unidos,
à divisão do território.
A Assembleia Geral da ONU votou pela partilha da Palestina, sendo um árabe e outro
judeu. Em maio de 1948 foi anunciada a criação do estado de Israel. Não tendo aceito a
partilha, sete estados árabes declararam guerra a Israel, que foi invadido por cinco
exércitos. Os israelenses acabaram por vencer a guerra o que fez com que palestinos
fossem expulsos de seu estado.
Desde então houve várias guerras entre Israel e os países árabes. E apenas em 1979
Israel e Egito assinaram um tratado de paz, fazendo com que este recebesse de volta o
Sinai.
Pouco mais de cem anos após o nascimento do nacionalismo árabe e do sionismo, a
perspectiva de paz entre Israel e seus vizinhos árabes tendem a se tornar cada vez mais
distantes. Negociações entre palestinos e israelenses se encontram paralisadas, assim
como qualquer conversa entre Israel, Síria e Líbano.
3.Costumes
Sendo uma das mais antigas culturas do mundo, os árabes vem mantendo os princípios
básicos de respeito e sociedade que foram criados desde o surgimento de seu povo.
Considerada uma sociedade conservadora, os povos árabes são tidos também como
muito receptivos e são reconhecidos por sua personalidade tradicionalista que valoriza
sua origem. Apesar de não expressarem seus sentimentos pessoais, os homens desse
povo tem o hábito de se comunicar e se tocar em demonstração de amizade, o que aos
olhos ocidentais possa ser julgado.
“Um árabe é uma pessoa cuja língua é o árabe, que vive em um país de língua árabe e
que tem simpatia com as aspirações dos povos de língua árabe.”, essa foi a definição de
um árabe dada pela Liga Árabe em 1946. Tendo sido citada várias vezes, a língua
semita utilizada em diversos países dessa região é um parente próximo do hebraico e de
língua neo-aramaica. A língua árabe é uma das línguas mais faladas dentre todas as
outras do idioma na família linguística semita, sendo falada por mais de 280 milhões de
pessoas, sendo grande parte delas do Oriente Médio e Norte da África.
Nos Estados Unidos os árabes cristãos são numerosos, sendo dois terços deles
imigrantes da Síria, Palestina, Iraque e Líbano. Em países como Brasil, Argentina,
Venezuela entre outros da América do Sul, a população islâmica vem evoluindo agora,
mesmo assim a população cristã entre os imigrantes é ainda maior. De caráter comum,
os imigrantes espalhados pelo mundo saídos dessa região são uma consequência dos
efeitos das cruzadas.
Os árabes estão unidos pela sua história, cultura e língua comuns. Englobando muito
mais do que apenas raça ou características físicas.
4. Imigração Árabe no Brasil
O início da imigração árabe no Brasil dá-se com a chegada de povos árabes que vieram
pro país entre os séculos XV e XIX, mas ainda um número reduzido. Foi á partir do
século XX que esse número começou a crescer. De acordo com pesquisas do IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) 0,9% das pessoas entrevistadas afirmaram
ter origem familiar no Oriente Médio, número esse que corresponde a aproximadamente
duas milhões de pessoas.
A imigração árabe no Brasil iniciou-se graças a uma viagem que o Imperador Dom
Pedro II fez ao Oriente Médio (viagem essa que fez o Imperador encantar-se com o
lugar), o que fez com que os povos que habitavam aquela região se interessassem pelo
Brasil. Muitos árabes fugiam da sua terra natal por causa da repressão violenta por parte
dos turcos. Mesmo o Brasil não sendo muito conhecido no mundo árabe, muitos deles
acabavam vindo para o país até mesmo por engano (em algumas ocasiões os mouros
pensavam estar indo para os Estados Unidos e se chocavam quando descobriam que
haviam chegado, na realidade, na América do Sul.
Ao contrário de muitos outros povos que migraram para o Brasil, os sírios-libaneses não
vinham como trabalhadores agrícolas, e sim como mascates e acabavam se tornando
grandes varejistas industriais. Esses povos hoje estão espalhados por todo país, apesar a
maior parte se concentrar na região Sudeste, desenvolvendo importante papel na
economia do país.
Na região Centro-Oeste, os descendentes árabes eram chamados de “Turcos”, que
geralmente adentravam essa região para vender seus diversos produtos, e acabaram se
tornando informantes bastante confiáveis para as pessoas dessa localidade, que ficavam
sabendo de importantes fatos políticos relevantes (como o fora a Revolução de Trinta, o
Golpe de Vargas, entre outros).
Uma das mais prósperas comunidades de descendentes Sírio-Libaneses se encontra na
região de Goiás, e um dos mais importantes municípios do Centro-Oeste, a cidade de
Anápolis, deve grande parte de seu desenvolvimento a colônia Sírio-Libanesa. Na
região do Mato Grosso do Sul, cerca de 5% de sua população é de origem árabe sendo
uma porcentagem alta compara às outras regiões. Nessa região, os povos árabes ficaram
conhecidos como “batrícios”, ao invés de “patrícios”, pois esses povos trocavam a letra
“p” pela letra “b” ( na língua árabe “p” é um fonema inexistente).
Na região Sul, os primeiros imigrantes chegaram do Oriente Médio por volta de 1860,
tendo a nacionalidade sírio-libanesa em sua maioria, e nessa mesma região em Foz do
Iguaçu, no Paraná, há a maior comunidade islâmica do Brasil.
Já na região Sudeste, o estado de São Paulo se destaca pelo fato da maioria dos
imigrantes árabes terem rumado para lá, inclusive o comércio popular da Rua 25 de
Março, o maior centro comercial do brasil, foi criado por esses imigrantes. Nos outros
estados dessa região os árabes fixaram sua cultura arraigando sua experiência
mercadológica para esses locais.
No Nordeste brasileiro se destacam estados como Maranhão, Pernambuco e Ceará. Um
dos alimentos considerados típicos do Ceará, a coalhada, foi trazida pelos Sírios e em
Pernambuco há uma mesquita e um centro islâmico. Já no Norte do Brasil os árabes
chegaram a fundar algumas cidades, e colonizado outras, como por exemplo Marabá, no
Sudeste do Pará. E outros estados que também tiveram fluxo relevante de imigrantes
mouros foram o Amazonas, o Acre, Rondônia e Tocantins.
5. Influência Árabe no Brasil
De acordo com Gilberto Freyre, a influência árabe no Brasil data desde o início da
colonização. Segundo seus estudos, dentre os primeiros povos que chegaram ao país
estão os indivíduos moçárabes – árabes convertidos ao cristianismo – e mouros (um
povo de origem árabe).
O primado ibérico de cultura nunca foi, no Brasil exclusivamente europeu, mas, em grande
parte,impregnado de influências mouras, árabes, israelitas,maometanas; de influências do Or
iente mescladas às do Ocidente; desobrevivências sólidas do Oriente não de todo dissolvidas
nas predominâncias do Ocidente sobre Portugal ou sobre a Ibéria. (Ornellas, [1948?],
p.149 e151).
Durante oito séculos de vivência árabe na península ibérica, laços culturais se criaram
em países de grande influência cristã, países esses que se formaram após a vitória da
guerra de reconquista. Vários vínculos se deram ao contato dos povos de costumes
árabes com os colonizadores das Américas.
Muitas técnicas inovadoras utilizadas na Península Ibérica eram de origem oriental,
difundidas pelos Árabes. A necessidade de cultivos em solos desérticos fez com que
esses povos desenvolvessem meios eficientes para agricultura, como o moinho d’água,
que foi introduzido na Europa, ferramenta essa que deu origem ao engenho colonial.
Sendo este último instrumento de grande uso na época do Brasil Colonial para produção
de açúcar.
6. Obras
Já se tratando de arquitetura vê-se traços árabes no Brasil em igrejas, fontes e alguns
portões. Os árabes, que sempre deram importância à limpeza, claridade e a água
utilizavam muito o azulejo, que foi introduzido na cultura brasileira, utilizado
principalmente (e ironicamente) em igrejas católicas.
Outro traço arquitetônico presente no Brasil são os muxarabis, janelas que faziam que o
morador da residência conseguisse ver do lado de fora, mas quem estivesse do lado
externo não conseguia ver o que acontecia dentro da casa (pode-se notar mais uma vez
neste exemplo a importância que os árabes davam á privacidade).
Até simples detalhes como telhas de barro ou taipa de pilão, tão comumente vistos no
Brasil colonial, são claramente de influência árabe. Quanto á área decorativa nota-se a
presença de tapetes de seda que se estendem até os dias de hoje, sendo utilizados em
decoração de hotéis de luxo, e até mesmo residências de elevado valor monetário.
7. Alimentação
Estando bastante presente desde o Brasil Colônia até os dias de hoje, uma das
características dos alimentos árabes que foram até mesmo inseridos dentro da pirâmide
alimentar, se encontram comidas oleosas, com grande quantidade de açucares e
gorduras, especiarias, canela, gemas de ovos cozidas além de iguarias e processos
culinários. Até as típicas laranjeiras encontradas no Brasil foram introduzidas na
Península Ibérica pelos mouros e trazidas pelos europeus para o país.
O cuscuz sendo considerado um prato típico do Brasil, na verdade tem sua origem no
Norte da África. Outro costume de influência árabe, que fora introduzido no Brasil
colonial, era a troca de guardanapos, um costume trazido sem alterações pelos povos
árabes.
8. Vocabulário
Tendo presença de mais de oitocentas palavras na língua originadas da língua árabe, o
português nada mais se parece do que uma extensão dessa língua, já que durante anos
houve a presença de árabes na Península Ibérica, além de possíveis chances desse povo
ter sido um dos primeiros povos a imigrar para o Brasil, nada mais do que essa presença
na linguagem do país poderia se esperar desse povo, já que existe tal participação dele
em terras brasileiras.
As contribuições lexicais árabes se fazem perceber em áreas diversas, como as ciências
exatas, a administração, a religião, a agricultura, a arquitetura, a culinária e a literatura.
Em português, é expressivo o número de palavras que começam pela letra “a” e que têm
origem árabe – entre muitas outras, alvará (documentada em português desde 1331),
alfaiate, açúcar, arroz, azeite, alface, alfândega, almofada, almôndega, açude, aldeia,
algema, algodão, alicerce e alquimia.
“Al” é o artigo definido em árabe – independentemente do gênero e do número. Com
frequência, os portugueses o incorporavam às palavras que ouviam, sem compreender que se
tratava do artigo. Ao compararmos a palavra “al-godão” com cotton, em inglês, coton, em
francês, ou cotone, em italiano, isso fica claro. O mesmo se verifica quando comparamos a
palavra “ar-roz” com rice, em inglês, riz, em francês, ou riso, em italiano. A única diferença
é que, por uma questão fonética, ocorre uma assimilação – como acontece no caso das letras
ditas solares. Assim, não se fala “al-ruzz” em árabe, mas “ar-ruzz” (daí “arroz”).
Na passagem do árabe para o português, é comum encontrar redirecionamentos semânticos –
ou seja, palavras cujo sentido sofreu algum tipo de alteração. É o caso de “acepipe”
(petisco), que originalmente (az-zebı¯b ou az-zabı¯b) designava “passa de uva”, bastante
apreciada nas regiões árabes, como comprova o ditado “Darb al-habı¯b, akl az-zabı¯b” –
“A bordoada de alguém querido é como degustar uva-passa”.
A mesma alteração de sentido ocorreu com “açougue”, que vem do árabe as-su¯q, ou
“mercado”. Ainda hoje, é comum a referência ao mercado árabe como su¯q. Em português,
virou local que vende carne. “Alarife” (mestre de obras, arquiteto, construtor) tem como
origem o árabe al-arı¯f, “aquele que sabe e está bem informado”. “Álcool”, composto que,
por extensão, passou a denominar qualquer bebida alcoólica, em árabe é al-kuhu¯l, forma
vulgar de al-kuhul: “antimônio” ou “colírio feito em pó de antimônio”. “Alfândega”, do
árabe al-funduqa (nome de unidade de al-funduq), é para os árabes uma estalagem,
hospedaria ou hotel. “Alfarrábio” (livro antigo ou velho, de pouca ou nenhuma importância;
ou livro há muito editado e que tem valor por ser antigo) vem de um sentido totalmente
diferente: do árabe al-Fara¯bi, “nome de notável filósofo, músico e sociólogo originário de
Farab”.
A palavra “arrecife” (ou recife) foi outra que ganhou novo sentido em português; seu
ancestral árabe ar-rası¯f quer dizer “estrada pavimentada com rochedos”. “Almanaque”,
por sua vez, antes de ser a diversificada publicação que conhecemos, nasceu do termo árabe
al-muna¯kh, “lugar onde o camelo ajoelha”, “clima”. (FARAH, 2009, p.29-30)
9. O Islã
Caracterizada por ser uma religião monoteísta, ou seja, acredita na existência de um
único Deus, o islamismo é fundamentado nos ensinamentos de Mohammed, ou
Muhammad, chamado pelos ocidentais de Maomé. Nascido em Meca, Maomé iniciou
suas pregações quando atingiu os 40 anos, na região onde se encontra atualmente a
Arábia Saudita.
A palavra islã significa exprime a obediência à lei e à vontade de Alá (Allah, Deus em
árabe). Seus seguidores são os muçulmanos (Muslim, em árabe), aquele que se
subordina a Deus. Atualmente é umas das religiões que mais se expandiu no mundo
tendo um grande número de seguidores, e estando presente em mais de oitenta países.
O alcorão, é o livro sagrado do islamismo, seria como uma bíblia para os católicos. Esse
livro consiste em todas as revelações divinas recebidas por Maomé de 610 a 632. Seus
principais ensinamentos são a onipotência de Deus e a bondade, generosidade e justiça
nas relações entre os seres humanos.
Com a morte de Maomé, a religião sofreu ramificações, ocorrendo divisões em várias
vertentes, sendo as vertentes que possuem mais seguidores os sunitas e os xiitas. As
principais características de tais vertentes são:
Sunitas – defendem que o chefe do Estado mulçumano (califa) deve reunir virtudes
como honra, respeito pelas leis e capacidade de trabalho, porém, não acham que ele
deve ser infalível ou impecável em suas ações. Além do Alcorão, os sunitas utilizam
como fonte de ensinamentos religiosos as Sunas, livro que reúne o conjunto de tradições
recolhidas com os companheiros de Maomé.
Xiitas – alegam que a chefia do Estado muçulmano só pode ser ocupada por alguém que
seja descendente do profeta Maomé ou que possua algum vínculo de parentesco com
ele. Afirmam que o chefe da comunidade islâmica, o imã, é diretamente inspirado por
Alá, sendo, por isso, um ser infalível. Aceitam somente o Alcorão como fonte sagrada
de ensinamentos religiosos.
Pontos comuns entre Xiitas e Sunitas, são sua crença nas revelações de Maomé, a
individualidade de Deus, e a crença na ressurreição de Maomé no dia do julgamento.
9.1 O Islamismo no Brasil
Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no Brasil o
Islã conta com 35. 167 seguidores, tendo esses dados sido coletados no ano de 2000.
Porém, instituições islâmicas brasileiras consideram que esse número seja superior. A
Federação Islâmica Brasileira defende que esse número seja superior a um milhão de
fiéis no país, e estima-se que cinquenta mesquitas e oitenta centros islâmicos se
encontram no Brasil. Comparando com sensos anteriores o número de brasileiros
convertidos a essa religião cresceu cerca de 25% entre 2001 e 2011.
O islamismo surgiu no Brasil colonial tendo sido trazido da África subsariana por
escravos praticantes dessa religião trazidos do país. Grande parte desses escravos
exercia atividades agrárias, porém um grupo de escravos das áreas urbanas
ultrapassavam o limite da relação com seus senhores, entrando em contato com diversos
grupos sociais, fazendo uma rápida propagação do islamismo. Em um contexto urbano,
escravos mulçumanos se diferenciavam dos demais por não se deixarem ser impostos
pela religião de seus senhores. Alguns escravos eram convertidos ao catolicismo através
do batismo, sendo suas crenças ignoradas, mas tal ato contribuiu para que os
mulçumanos permanecessem mais unidos em suas práticas religiosas.
Na Bahia, em 1835, a Revolta dos Malês fora organizada por escravos mulçumanos
contra a escravidão. Historiadores assinalam a notável organização do movimento, de
modo que o Jihad Fi Sabilillah ("esforço pela causa de Alá") durante a revolta. Essa
revolta foi um importante marco para o enfraquecimento do sistema escravocrata,
contudo, os principais líderes capturados em campo foram devolvidos ao continente
africano, pois os militares temiam um aumento da fé dos combatentes caso esses líderes
fossem mortos.
O padre português e primeiro inquisidor oficial em terras brasileiras, Heitor Furtado de
Mendonça, antes de vir ao Brasil, fez visita a colônias portuguesas na África, onde
identificou os procedimentos religiosos dos nativos daquele continente, tendo penetrado
pelo Reino de Benin, que mediante união político-comercial com Portugal, serviu como
porto de comércio de escravos. No Brasil, Furtado assinalou os costumes “maometanos”
(seguidores de Maomé), tais como não consumo de carne ou gordura de porco, não
consumo de bebidas alcoólicas, leitura do Alcorão, entre outros carácteres.
O número de convertidos ao Islã no Brasil aumentou significativamente desde o ano de
2001. Segundo o autor de Islã: Religião e Civilização – Uma Abordagem
Antropológica, Paulo Hilu da Rocha Pinto, a exibição da telenovela O Clone foi o
marco para esse aumento de seguidores. Segundo ele, foi a obra que "introduziu no
imaginário cultural brasileiro imagens bastante positivas dos muçulmanos como pessoas
alegres e devotadas à família". “De lá para cá, a conversão de brasileiros cresceu 25%.
Em Salvador, 70% da comunidade é de convertidos”, reforça a antropóloga Francirosy
Ferreira, pesquisadora de comunidades muçulmanas da Universidade de São Paulo
(USP), de Ribeirão Preto.
10. Mostra
Na data estabelecida pelas Faculdades Promove este trabalho culminará em uma mostra
onde pretende-se apresentar para a sociedade acadêmica e não acadêmica a execução
deste artigo de maneira informal. Os recursos utilizados para este trabalho variam entre
ambientação similar a existente dentro da região estudada, como almofadas, tapetes,
mesas de centro, além de utilizar cores do cotidiano brasileiro, o que mostra a influência
dessa região dentro do país, já que os tons pastéis são de maior uso dentro do país de
origem. Com a culinária serão apresentados pratos típicos a serem degustados pelos
visitantes para um maior conhecimento dos sabores árabes. Objetos de decoração ou até
mesmo de uso frequente como o “narguilé2
” serão apresentados de forma que os
próprios visitantes poderão testá-los. Os componentes do trabalho se trajarão com
roupas e acessórios dos costumes árabes mas que de certa forma se inseriram dentro da
sociedade brasileira e são utilizados frequentemente. Finalmente a tentativa de
aproximação dos visitantes da natureza vivida pelo povo árabe, não deixando desviar do
real tema do trabalho que é a conexão existente entre a Cultura Árabe e o Brasil.
A mostra tem o objetivo de interagir com seu público e difundir conhecimento entre
eles.
A mostra, a qual este artigo se dá como parte documentada de registro da atividade,
serve como auxilio na parte prática do desenvolvimento do estudante na área escolhida,
tendo como apoio um dos professores do curso.
A maneira como serão abordadas as pessoas, será de total curiosidade e interesse delas,
já que o espaço escolhido pelos integrantes do trabalho é um dos lugares menos
explorados dentro da instituição, o que gerará interesse dessas pessoas. Além da escolha
estratégica do local de apresentação, por ser uma área mais aberta, o local será
praticamente fechado, o que despertará ainda mais a curiosidade daqueles que passarem
por lá e não tiverem conhecimento do que está acontecendo naquele local.
Os integrantes deste projeto utilizarão da história recontada até os dias de hoje para
estarem apresentando ao seu público as influências recebidas da região árabe dentro do
2
Narguilé: Objeto de origem Árabe utilizada para fumar essências ou tabaco sendo tais produtos filtrados
pela água.
Brasil, seguindo a cronologia da história até os dias atuais, utilizando de uma linguagem
simplificada para entendimento de todos aqueles que tiverem interesse no assunto.
Pensando ainda em sustentabilidade, serão aproveitados materiais reciclados que foram
considerados inúteis para utilização. Caixotes de madeira usados para transporte de
materiais ou até mesmo alimentos, sendo um exemplo de material a ser reutilizado,
serão transformados em uma mesa de centro, artefato comum dentro do cotidiano do
povo árabe.
Portanto, acrescendo aos visitantes maior conhecimento sobre o seu país de origem, o
Brasil, será dada como finalizada a apresentação de caráter contribuinte a sabedoria
popular das influências árabes dentro do país.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar do grande envolvimento Árabe no Brasil nota-se que os estudos ainda
caracterizam-se como irrelevantes, mesmo com estudiosos como Gilberto Freyre e Luís
da Câmara Cascudo, já que grande parte dos estudos de influências culturais dentro do
Brasil foca nos portugueses, indígenas e africanos, mesmo tendo-se o conhecimento de
que tal cultura acompanha o crescimento do país desde o início de sua construção.
Durante todo o estudo apresentado neste artigo, foi notória a grande influência dentro do
Brasil da presença Árabe.
Percebe-se que ainda são escassos os conhecimentos e estudos sobre tal assunto. Mesmo
sendo uma cultura rica e de grande importância para a construção de um país que
nasceu na base de influências e características absorvidas de nações que já haviam se
embasado nas mesmas influências aqui citadas.
Como resultado final deste artigo, a mostra realizada no dia 15 de Julho de 2014,
culminou na demonstração final do artigo dos conhecimentos adquiridos pelos
estudantes do curso de Comunicação Social e Marketing do 2º período das Faculdades
Promove de Sete Lagoas, sendo tal evento aberto à população setelagoana.
Atingindo todo o público desejado e alcançando um número de visitações maior que o
esperado. Os componentes deste projeto ressaltam sua escolha tendo-se agora como um
projeto de grande sucesso.
Referências bibliográficas
FARAH, Paulo Daniel. Da alface ao cafezinho: A língua árabe marcou a Península
Ibérica... RHBN: São Paulo, 2009.
FREYRE, Gilberto. Casa Grande & Senzala: Formação da família brasileira sob o
regime de economia patriarcal. São Paulo: Global, 2006.
EL-MOOR, Patrícia Dario. O reconhecimento da presença árabe no Brasil na busca
de uma identidade nacional. Universidade Federal da Bahia: [s.n.], 2011.
PORTUGAL, Ana Raquel. O legado árabe no Brasil. Ibérica: Revista interdisciplinar de
estudos ibéricos e ibero-americanos, Juiz de fora, n. 16. Agosto 2011.
MACHADO, José Pedro. Vocabulário português de origem árabe. Lisboa: Notícias,
1991.
TRUZZI, Oswaldo. Sentindo-se em casa: Os árabes se adaptaram muito bem ao Brasil:
E o Brasil a eles. RNBH: São Paulo, 2009.

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Influência da Cultura Árabe no Brasil

  • 1. 1 Alunos do curso de Comunicação Social 1º/2º períodos das Faculdades Promove de Sete Lagoas - MG. 2 Professor orientador do Projeto Integrador Multidisciplinar. CULTURA ÁRABE ¹ANA LAURA SOUZA ²JEAN MARQUES DA CRUZ ²VICTOR CARVALHO ALMEIDA FERREIRA ³DÉLCIO JULIÃO EMAR DE ALMEIDA RESUMO O projeto o qual este artigo se refere, trata da influência cultural adquirida pelo Brasil através dos povos árabes. Ressaltando pontos importantes como as obras, a culinária, a língua e a religião. Trazendo também comentários sobre a realização da mostra semestral que ocorre nas Faculdades Promove de Sete Lagoas. PALAVRAS-CHAVE: Imigração Árabe; influência; cultura; Brasil. INTRODUÇÃO Este artigo vem cumprir a necessidade exigida pelo Projeto Integrador Multidisciplinar (PIM), das Faculdades Promove de Sete Lagoas, projeto este que tem como objetivo interligar as disciplinas cursadas pelos alunos de tal instituição, tendo como resultado um artigo e culminando em uma mostra onde cada grupo irá apresentar para a sociedade os frutos das pesquisas sobre cada tema. O PIM também tem por finalidade criar um diálogo entre as disciplinas lecionadas nos períodos dos cursos da Instituição Faculdades Promove de Sete Lagoas, de forma a desenvolver o conhecimento de seus alunos, com o intuito de estabelecer uma maior absorção dos conteúdos, além de permitir a conexão de teoria e prática, fazendo com que o aluno expresse seus conhecimentos adquiridos diante das aulas lecionadas durante o semestre. Disciplinas como “Estudos Sociais Contemporâneos” e “Inovação e Criatividade”, tendem por intervir neste projeto, através de uma linguagem mais filosófica, cada qual apresentando da sua maneira possíveis contribuições para que o tal trabalho seja
  • 2. elaborado de uma forma mais completa e os prováveis efeitos positivos, tanto sobre o artigo quanto à mostra. Por outro lado, os conteúdos da disciplina “Oficina de Leitura e Interpretação de Textos” serão empregados diretamente na estruturação do artigo, na estruturação da linguagem, além de ser utilizado para uma produção mais eficaz e efetiva. Não menos importante que as demais citadas acima, a disciplina “Novas Tecnologias” aborda o vasto campo tecnológico que contribui para propagação e divulgação do amplo leque de informações que caracterizam o mundo contemporâneo. O tema do presente artigo possui relevância graças à apresentação das influências da cultura árabe na estruturação da sociedade brasileira. Existe em parte, grande presença da arquitetura do Oriente no país, assim como a linguagem, já que com a descoberta do Brasil pelos portugueses, uma grande abertura para técnicas e costumes orientais se sucedeu, tendo elas sido trazidas pelos próprios árabes permanecendo até os dias de hoje. Aprofundando um pouco mais em tal assunto, as características apresentadas por essa cultura não provém apenas da colonização ocorrida, mas também pelos próprios árabes que chegaram ao país juntamente de seus primeiros povoadores, motivo pelo qual se é reforçado pela confiança de que a influência linguística exercida por esse povo tenha ocorrido de forma direta. Sabe-se também que as influências artísticas já citadas são extensas e que dentre as mais conhecidas se encontram o muxarabi1 e o azulejo. Com o intuito de apresentar e avigorar a cultura, costumes e tantos outros fatores que se encontram dentro do Brasil, este artigo têm por objetivo colocar em exposição todos os indicadores dessas influências, assim como também, mostrar quão grande e vasta é a diversidade existente dentro do país. O desejo por falar sobre a cultura Árabe surgiu pela necessidade de se mostrar algo o qual faz parte da formação do Brasil, uma cultura maravilhosa e de tão grande importância para o país, que de certa forma acompanha toda sua trajetória até aqui, desde o primeiro contato com seus colonizadores. A influência Árabe dentro do Brasil fez se tornar um país mais rico, não apenas culturalmente, mas também de conhecimentos e de aceitações. Diante disso, foi desenvolvido um grande estudo sobre essas mediações, a fim de colocar em evidência todas essas influências e características que se encontram correndo dentro das veias do povo brasileiro. 1 muxarabi: recurso criado pelos árabes que oculta parcialmente o ambiente, permitindo que quem esteja do lado de dentro tenha visão total, mas preservando sua intimidade.
  • 3. DESENVOLVIMENTO 1.História e Surgimento. Os povos Árabes foram divididos em duas fases: Arábia Pré-Islâmica (antes de Maomé) e Arábia Islâmica (depois de Maomé). No período pré-islâmico que ocorreu até o século VII, esses povos se organizavam de forma descentralizada, eram nômades, se dividiam em tribos além de serem politeístas. Mesmo não compartilhando de crenças e contendo suas diferenças políticas, mantinham todos um grande centro religioso e econômico em Meca, sobretudo devido ao templo de Caaba, onde guardavam um conjunto de imagens divinas, além da Pedra Preta, a qual acreditavam ter sido lançada na terra pelos deuses. No entanto a Arábia Islâmica que ocorre após Maomé, já havia se instituído de um Estado centralizado, com apenas uma religião comum, onde havia uma associação com a política; houve a destruição de ídolos da Caaba e um grande expansionismo territorial. Hoje esse povo é constituído pela população de vinte e dois países (Arábia Saudita, Argélia, Bahrain, Comores, Djibuti, Egito, Emirados Árabes Unidos, Iémen, Iraque, Jordânia, Kuwait, Líbano, Líbia, Mauritânia, Marrocos, Omã, Palestina, Qatar, Somália, Sudão, Síria, Tunísia). Sendo uma das culturas mais antigas do mundo, onde sua sociedade mantém seus valores desde seu surgimento, a civilização árabe é muito forte, receptiva e tradicional. Conhecida mundialmente por seus costumes conservadores, esse povo não tem o hábito de demonstrar seus sentimentos. Problemas pessoais, seja entre amigos ou familiares, devem ser mantidos longe do conhecimento de estranhos, de forma a não transparecer de maneira alguma o que sentem, por tal motivo, não tem-se o costume de ver pessoas rindo em voz alta nas ruas dos países árabes.
  • 4. 2. Conflito Árabes vs. Judeus A maioria das pessoas pensam que o conflito existente entre árabes e judeus existe há muito tempo, sendo isso um fato não verídico. Tais conflitos iniciaram a partir do fim do século XIX devido a crise dos grandes impérios que abriu portas para vários movimentos nacionalistas. O nacionalismo árabe, defendia a criação de um estado independente dos turcos mas esse não era o único movimento da região, havia também o movimento sionista, defensor da volta dos judeus a palestina. Selando o fim dos grandes impérios, a primeira guerra mundial redesenhou o mapa do Oriente Médio, que anteriormente era dominado pelos turcos. Os ingleses receberam da Liga das Nações um mandato para ocupar durante 30 anos onde hoje se encontram a Palestina, Jordânia e Iraque. Onde hoje são Síria e Libano ficaram aos cuidados da França. Vivendo grande parte na Europa Oriental e na América do Norte entre os judeus o sionismo era minoritário. Os grupos políticos mais fortes eram os compostos por socialistas, liberais ou pelos religiosos ortodoxos. O único problema para conquistar o apoio árabe contra os turcos durante a Primeira Guerra Mundial, foi a Grã-Bretanha ter feito a mesma promessa para os dois lados. Aos árabes, um Estado independente, o que suporia a inclusão da Palestina. E aos judeus, um “lar nacional” na Palestina. Sob mandato britânico as duas comunidades passaram a disputar espaço na Palestina. Os sionistas traziam jovens da Europa Ocidental para cultivarem terras compradas dos árabes por milionários judeus, enquanto os nacionalistas lançavam ataques armados contra as novas comunidades judaicas. Porém na Segunda Guerra Mundial houve uma séria mudança, quando mais de seis milhões de Judeus foram executados por nazifascistas na Europa, ao lado de milhões de russos, homossexuais, deficientes e outros considerados “negações”. Com o fim da guerra o sionismo tornou-se majoritário entre os judeus sobreviventes.
  • 5. Com a retirada dos britânicos da Palestina, datada para 1947, os sionistas conseguiram costurar o apoio dos grandes vencedores do conflito, União Soviética e Estados Unidos, à divisão do território. A Assembleia Geral da ONU votou pela partilha da Palestina, sendo um árabe e outro judeu. Em maio de 1948 foi anunciada a criação do estado de Israel. Não tendo aceito a partilha, sete estados árabes declararam guerra a Israel, que foi invadido por cinco exércitos. Os israelenses acabaram por vencer a guerra o que fez com que palestinos fossem expulsos de seu estado. Desde então houve várias guerras entre Israel e os países árabes. E apenas em 1979 Israel e Egito assinaram um tratado de paz, fazendo com que este recebesse de volta o Sinai. Pouco mais de cem anos após o nascimento do nacionalismo árabe e do sionismo, a perspectiva de paz entre Israel e seus vizinhos árabes tendem a se tornar cada vez mais distantes. Negociações entre palestinos e israelenses se encontram paralisadas, assim como qualquer conversa entre Israel, Síria e Líbano. 3.Costumes Sendo uma das mais antigas culturas do mundo, os árabes vem mantendo os princípios básicos de respeito e sociedade que foram criados desde o surgimento de seu povo. Considerada uma sociedade conservadora, os povos árabes são tidos também como muito receptivos e são reconhecidos por sua personalidade tradicionalista que valoriza sua origem. Apesar de não expressarem seus sentimentos pessoais, os homens desse povo tem o hábito de se comunicar e se tocar em demonstração de amizade, o que aos olhos ocidentais possa ser julgado. “Um árabe é uma pessoa cuja língua é o árabe, que vive em um país de língua árabe e que tem simpatia com as aspirações dos povos de língua árabe.”, essa foi a definição de um árabe dada pela Liga Árabe em 1946. Tendo sido citada várias vezes, a língua semita utilizada em diversos países dessa região é um parente próximo do hebraico e de língua neo-aramaica. A língua árabe é uma das línguas mais faladas dentre todas as
  • 6. outras do idioma na família linguística semita, sendo falada por mais de 280 milhões de pessoas, sendo grande parte delas do Oriente Médio e Norte da África. Nos Estados Unidos os árabes cristãos são numerosos, sendo dois terços deles imigrantes da Síria, Palestina, Iraque e Líbano. Em países como Brasil, Argentina, Venezuela entre outros da América do Sul, a população islâmica vem evoluindo agora, mesmo assim a população cristã entre os imigrantes é ainda maior. De caráter comum, os imigrantes espalhados pelo mundo saídos dessa região são uma consequência dos efeitos das cruzadas. Os árabes estão unidos pela sua história, cultura e língua comuns. Englobando muito mais do que apenas raça ou características físicas. 4. Imigração Árabe no Brasil O início da imigração árabe no Brasil dá-se com a chegada de povos árabes que vieram pro país entre os séculos XV e XIX, mas ainda um número reduzido. Foi á partir do século XX que esse número começou a crescer. De acordo com pesquisas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) 0,9% das pessoas entrevistadas afirmaram ter origem familiar no Oriente Médio, número esse que corresponde a aproximadamente duas milhões de pessoas. A imigração árabe no Brasil iniciou-se graças a uma viagem que o Imperador Dom Pedro II fez ao Oriente Médio (viagem essa que fez o Imperador encantar-se com o lugar), o que fez com que os povos que habitavam aquela região se interessassem pelo Brasil. Muitos árabes fugiam da sua terra natal por causa da repressão violenta por parte dos turcos. Mesmo o Brasil não sendo muito conhecido no mundo árabe, muitos deles acabavam vindo para o país até mesmo por engano (em algumas ocasiões os mouros pensavam estar indo para os Estados Unidos e se chocavam quando descobriam que haviam chegado, na realidade, na América do Sul. Ao contrário de muitos outros povos que migraram para o Brasil, os sírios-libaneses não vinham como trabalhadores agrícolas, e sim como mascates e acabavam se tornando grandes varejistas industriais. Esses povos hoje estão espalhados por todo país, apesar a
  • 7. maior parte se concentrar na região Sudeste, desenvolvendo importante papel na economia do país. Na região Centro-Oeste, os descendentes árabes eram chamados de “Turcos”, que geralmente adentravam essa região para vender seus diversos produtos, e acabaram se tornando informantes bastante confiáveis para as pessoas dessa localidade, que ficavam sabendo de importantes fatos políticos relevantes (como o fora a Revolução de Trinta, o Golpe de Vargas, entre outros). Uma das mais prósperas comunidades de descendentes Sírio-Libaneses se encontra na região de Goiás, e um dos mais importantes municípios do Centro-Oeste, a cidade de Anápolis, deve grande parte de seu desenvolvimento a colônia Sírio-Libanesa. Na região do Mato Grosso do Sul, cerca de 5% de sua população é de origem árabe sendo uma porcentagem alta compara às outras regiões. Nessa região, os povos árabes ficaram conhecidos como “batrícios”, ao invés de “patrícios”, pois esses povos trocavam a letra “p” pela letra “b” ( na língua árabe “p” é um fonema inexistente). Na região Sul, os primeiros imigrantes chegaram do Oriente Médio por volta de 1860, tendo a nacionalidade sírio-libanesa em sua maioria, e nessa mesma região em Foz do Iguaçu, no Paraná, há a maior comunidade islâmica do Brasil. Já na região Sudeste, o estado de São Paulo se destaca pelo fato da maioria dos imigrantes árabes terem rumado para lá, inclusive o comércio popular da Rua 25 de Março, o maior centro comercial do brasil, foi criado por esses imigrantes. Nos outros estados dessa região os árabes fixaram sua cultura arraigando sua experiência mercadológica para esses locais. No Nordeste brasileiro se destacam estados como Maranhão, Pernambuco e Ceará. Um dos alimentos considerados típicos do Ceará, a coalhada, foi trazida pelos Sírios e em Pernambuco há uma mesquita e um centro islâmico. Já no Norte do Brasil os árabes chegaram a fundar algumas cidades, e colonizado outras, como por exemplo Marabá, no Sudeste do Pará. E outros estados que também tiveram fluxo relevante de imigrantes mouros foram o Amazonas, o Acre, Rondônia e Tocantins. 5. Influência Árabe no Brasil
  • 8. De acordo com Gilberto Freyre, a influência árabe no Brasil data desde o início da colonização. Segundo seus estudos, dentre os primeiros povos que chegaram ao país estão os indivíduos moçárabes – árabes convertidos ao cristianismo – e mouros (um povo de origem árabe). O primado ibérico de cultura nunca foi, no Brasil exclusivamente europeu, mas, em grande parte,impregnado de influências mouras, árabes, israelitas,maometanas; de influências do Or iente mescladas às do Ocidente; desobrevivências sólidas do Oriente não de todo dissolvidas nas predominâncias do Ocidente sobre Portugal ou sobre a Ibéria. (Ornellas, [1948?], p.149 e151). Durante oito séculos de vivência árabe na península ibérica, laços culturais se criaram em países de grande influência cristã, países esses que se formaram após a vitória da guerra de reconquista. Vários vínculos se deram ao contato dos povos de costumes árabes com os colonizadores das Américas. Muitas técnicas inovadoras utilizadas na Península Ibérica eram de origem oriental, difundidas pelos Árabes. A necessidade de cultivos em solos desérticos fez com que esses povos desenvolvessem meios eficientes para agricultura, como o moinho d’água, que foi introduzido na Europa, ferramenta essa que deu origem ao engenho colonial. Sendo este último instrumento de grande uso na época do Brasil Colonial para produção de açúcar. 6. Obras Já se tratando de arquitetura vê-se traços árabes no Brasil em igrejas, fontes e alguns portões. Os árabes, que sempre deram importância à limpeza, claridade e a água utilizavam muito o azulejo, que foi introduzido na cultura brasileira, utilizado principalmente (e ironicamente) em igrejas católicas. Outro traço arquitetônico presente no Brasil são os muxarabis, janelas que faziam que o morador da residência conseguisse ver do lado de fora, mas quem estivesse do lado externo não conseguia ver o que acontecia dentro da casa (pode-se notar mais uma vez neste exemplo a importância que os árabes davam á privacidade).
  • 9. Até simples detalhes como telhas de barro ou taipa de pilão, tão comumente vistos no Brasil colonial, são claramente de influência árabe. Quanto á área decorativa nota-se a presença de tapetes de seda que se estendem até os dias de hoje, sendo utilizados em decoração de hotéis de luxo, e até mesmo residências de elevado valor monetário. 7. Alimentação Estando bastante presente desde o Brasil Colônia até os dias de hoje, uma das características dos alimentos árabes que foram até mesmo inseridos dentro da pirâmide alimentar, se encontram comidas oleosas, com grande quantidade de açucares e gorduras, especiarias, canela, gemas de ovos cozidas além de iguarias e processos culinários. Até as típicas laranjeiras encontradas no Brasil foram introduzidas na Península Ibérica pelos mouros e trazidas pelos europeus para o país. O cuscuz sendo considerado um prato típico do Brasil, na verdade tem sua origem no Norte da África. Outro costume de influência árabe, que fora introduzido no Brasil colonial, era a troca de guardanapos, um costume trazido sem alterações pelos povos árabes. 8. Vocabulário Tendo presença de mais de oitocentas palavras na língua originadas da língua árabe, o português nada mais se parece do que uma extensão dessa língua, já que durante anos houve a presença de árabes na Península Ibérica, além de possíveis chances desse povo ter sido um dos primeiros povos a imigrar para o Brasil, nada mais do que essa presença na linguagem do país poderia se esperar desse povo, já que existe tal participação dele em terras brasileiras. As contribuições lexicais árabes se fazem perceber em áreas diversas, como as ciências exatas, a administração, a religião, a agricultura, a arquitetura, a culinária e a literatura. Em português, é expressivo o número de palavras que começam pela letra “a” e que têm origem árabe – entre muitas outras, alvará (documentada em português desde 1331), alfaiate, açúcar, arroz, azeite, alface, alfândega, almofada, almôndega, açude, aldeia, algema, algodão, alicerce e alquimia. “Al” é o artigo definido em árabe – independentemente do gênero e do número. Com
  • 10. frequência, os portugueses o incorporavam às palavras que ouviam, sem compreender que se tratava do artigo. Ao compararmos a palavra “al-godão” com cotton, em inglês, coton, em francês, ou cotone, em italiano, isso fica claro. O mesmo se verifica quando comparamos a palavra “ar-roz” com rice, em inglês, riz, em francês, ou riso, em italiano. A única diferença é que, por uma questão fonética, ocorre uma assimilação – como acontece no caso das letras ditas solares. Assim, não se fala “al-ruzz” em árabe, mas “ar-ruzz” (daí “arroz”). Na passagem do árabe para o português, é comum encontrar redirecionamentos semânticos – ou seja, palavras cujo sentido sofreu algum tipo de alteração. É o caso de “acepipe” (petisco), que originalmente (az-zebı¯b ou az-zabı¯b) designava “passa de uva”, bastante apreciada nas regiões árabes, como comprova o ditado “Darb al-habı¯b, akl az-zabı¯b” – “A bordoada de alguém querido é como degustar uva-passa”. A mesma alteração de sentido ocorreu com “açougue”, que vem do árabe as-su¯q, ou “mercado”. Ainda hoje, é comum a referência ao mercado árabe como su¯q. Em português, virou local que vende carne. “Alarife” (mestre de obras, arquiteto, construtor) tem como origem o árabe al-arı¯f, “aquele que sabe e está bem informado”. “Álcool”, composto que, por extensão, passou a denominar qualquer bebida alcoólica, em árabe é al-kuhu¯l, forma vulgar de al-kuhul: “antimônio” ou “colírio feito em pó de antimônio”. “Alfândega”, do árabe al-funduqa (nome de unidade de al-funduq), é para os árabes uma estalagem, hospedaria ou hotel. “Alfarrábio” (livro antigo ou velho, de pouca ou nenhuma importância; ou livro há muito editado e que tem valor por ser antigo) vem de um sentido totalmente diferente: do árabe al-Fara¯bi, “nome de notável filósofo, músico e sociólogo originário de Farab”. A palavra “arrecife” (ou recife) foi outra que ganhou novo sentido em português; seu ancestral árabe ar-rası¯f quer dizer “estrada pavimentada com rochedos”. “Almanaque”, por sua vez, antes de ser a diversificada publicação que conhecemos, nasceu do termo árabe al-muna¯kh, “lugar onde o camelo ajoelha”, “clima”. (FARAH, 2009, p.29-30) 9. O Islã Caracterizada por ser uma religião monoteísta, ou seja, acredita na existência de um único Deus, o islamismo é fundamentado nos ensinamentos de Mohammed, ou Muhammad, chamado pelos ocidentais de Maomé. Nascido em Meca, Maomé iniciou suas pregações quando atingiu os 40 anos, na região onde se encontra atualmente a Arábia Saudita. A palavra islã significa exprime a obediência à lei e à vontade de Alá (Allah, Deus em árabe). Seus seguidores são os muçulmanos (Muslim, em árabe), aquele que se
  • 11. subordina a Deus. Atualmente é umas das religiões que mais se expandiu no mundo tendo um grande número de seguidores, e estando presente em mais de oitenta países. O alcorão, é o livro sagrado do islamismo, seria como uma bíblia para os católicos. Esse livro consiste em todas as revelações divinas recebidas por Maomé de 610 a 632. Seus principais ensinamentos são a onipotência de Deus e a bondade, generosidade e justiça nas relações entre os seres humanos. Com a morte de Maomé, a religião sofreu ramificações, ocorrendo divisões em várias vertentes, sendo as vertentes que possuem mais seguidores os sunitas e os xiitas. As principais características de tais vertentes são: Sunitas – defendem que o chefe do Estado mulçumano (califa) deve reunir virtudes como honra, respeito pelas leis e capacidade de trabalho, porém, não acham que ele deve ser infalível ou impecável em suas ações. Além do Alcorão, os sunitas utilizam como fonte de ensinamentos religiosos as Sunas, livro que reúne o conjunto de tradições recolhidas com os companheiros de Maomé. Xiitas – alegam que a chefia do Estado muçulmano só pode ser ocupada por alguém que seja descendente do profeta Maomé ou que possua algum vínculo de parentesco com ele. Afirmam que o chefe da comunidade islâmica, o imã, é diretamente inspirado por Alá, sendo, por isso, um ser infalível. Aceitam somente o Alcorão como fonte sagrada de ensinamentos religiosos. Pontos comuns entre Xiitas e Sunitas, são sua crença nas revelações de Maomé, a individualidade de Deus, e a crença na ressurreição de Maomé no dia do julgamento. 9.1 O Islamismo no Brasil Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no Brasil o Islã conta com 35. 167 seguidores, tendo esses dados sido coletados no ano de 2000. Porém, instituições islâmicas brasileiras consideram que esse número seja superior. A Federação Islâmica Brasileira defende que esse número seja superior a um milhão de fiéis no país, e estima-se que cinquenta mesquitas e oitenta centros islâmicos se encontram no Brasil. Comparando com sensos anteriores o número de brasileiros convertidos a essa religião cresceu cerca de 25% entre 2001 e 2011.
  • 12. O islamismo surgiu no Brasil colonial tendo sido trazido da África subsariana por escravos praticantes dessa religião trazidos do país. Grande parte desses escravos exercia atividades agrárias, porém um grupo de escravos das áreas urbanas ultrapassavam o limite da relação com seus senhores, entrando em contato com diversos grupos sociais, fazendo uma rápida propagação do islamismo. Em um contexto urbano, escravos mulçumanos se diferenciavam dos demais por não se deixarem ser impostos pela religião de seus senhores. Alguns escravos eram convertidos ao catolicismo através do batismo, sendo suas crenças ignoradas, mas tal ato contribuiu para que os mulçumanos permanecessem mais unidos em suas práticas religiosas. Na Bahia, em 1835, a Revolta dos Malês fora organizada por escravos mulçumanos contra a escravidão. Historiadores assinalam a notável organização do movimento, de modo que o Jihad Fi Sabilillah ("esforço pela causa de Alá") durante a revolta. Essa revolta foi um importante marco para o enfraquecimento do sistema escravocrata, contudo, os principais líderes capturados em campo foram devolvidos ao continente africano, pois os militares temiam um aumento da fé dos combatentes caso esses líderes fossem mortos. O padre português e primeiro inquisidor oficial em terras brasileiras, Heitor Furtado de Mendonça, antes de vir ao Brasil, fez visita a colônias portuguesas na África, onde identificou os procedimentos religiosos dos nativos daquele continente, tendo penetrado pelo Reino de Benin, que mediante união político-comercial com Portugal, serviu como porto de comércio de escravos. No Brasil, Furtado assinalou os costumes “maometanos” (seguidores de Maomé), tais como não consumo de carne ou gordura de porco, não consumo de bebidas alcoólicas, leitura do Alcorão, entre outros carácteres. O número de convertidos ao Islã no Brasil aumentou significativamente desde o ano de 2001. Segundo o autor de Islã: Religião e Civilização – Uma Abordagem Antropológica, Paulo Hilu da Rocha Pinto, a exibição da telenovela O Clone foi o marco para esse aumento de seguidores. Segundo ele, foi a obra que "introduziu no imaginário cultural brasileiro imagens bastante positivas dos muçulmanos como pessoas alegres e devotadas à família". “De lá para cá, a conversão de brasileiros cresceu 25%. Em Salvador, 70% da comunidade é de convertidos”, reforça a antropóloga Francirosy Ferreira, pesquisadora de comunidades muçulmanas da Universidade de São Paulo (USP), de Ribeirão Preto.
  • 13. 10. Mostra Na data estabelecida pelas Faculdades Promove este trabalho culminará em uma mostra onde pretende-se apresentar para a sociedade acadêmica e não acadêmica a execução deste artigo de maneira informal. Os recursos utilizados para este trabalho variam entre ambientação similar a existente dentro da região estudada, como almofadas, tapetes, mesas de centro, além de utilizar cores do cotidiano brasileiro, o que mostra a influência dessa região dentro do país, já que os tons pastéis são de maior uso dentro do país de origem. Com a culinária serão apresentados pratos típicos a serem degustados pelos visitantes para um maior conhecimento dos sabores árabes. Objetos de decoração ou até mesmo de uso frequente como o “narguilé2 ” serão apresentados de forma que os próprios visitantes poderão testá-los. Os componentes do trabalho se trajarão com roupas e acessórios dos costumes árabes mas que de certa forma se inseriram dentro da sociedade brasileira e são utilizados frequentemente. Finalmente a tentativa de aproximação dos visitantes da natureza vivida pelo povo árabe, não deixando desviar do real tema do trabalho que é a conexão existente entre a Cultura Árabe e o Brasil. A mostra tem o objetivo de interagir com seu público e difundir conhecimento entre eles. A mostra, a qual este artigo se dá como parte documentada de registro da atividade, serve como auxilio na parte prática do desenvolvimento do estudante na área escolhida, tendo como apoio um dos professores do curso. A maneira como serão abordadas as pessoas, será de total curiosidade e interesse delas, já que o espaço escolhido pelos integrantes do trabalho é um dos lugares menos explorados dentro da instituição, o que gerará interesse dessas pessoas. Além da escolha estratégica do local de apresentação, por ser uma área mais aberta, o local será praticamente fechado, o que despertará ainda mais a curiosidade daqueles que passarem por lá e não tiverem conhecimento do que está acontecendo naquele local. Os integrantes deste projeto utilizarão da história recontada até os dias de hoje para estarem apresentando ao seu público as influências recebidas da região árabe dentro do 2 Narguilé: Objeto de origem Árabe utilizada para fumar essências ou tabaco sendo tais produtos filtrados pela água.
  • 14. Brasil, seguindo a cronologia da história até os dias atuais, utilizando de uma linguagem simplificada para entendimento de todos aqueles que tiverem interesse no assunto. Pensando ainda em sustentabilidade, serão aproveitados materiais reciclados que foram considerados inúteis para utilização. Caixotes de madeira usados para transporte de materiais ou até mesmo alimentos, sendo um exemplo de material a ser reutilizado, serão transformados em uma mesa de centro, artefato comum dentro do cotidiano do povo árabe. Portanto, acrescendo aos visitantes maior conhecimento sobre o seu país de origem, o Brasil, será dada como finalizada a apresentação de caráter contribuinte a sabedoria popular das influências árabes dentro do país. CONSIDERAÇÕES FINAIS Apesar do grande envolvimento Árabe no Brasil nota-se que os estudos ainda caracterizam-se como irrelevantes, mesmo com estudiosos como Gilberto Freyre e Luís da Câmara Cascudo, já que grande parte dos estudos de influências culturais dentro do Brasil foca nos portugueses, indígenas e africanos, mesmo tendo-se o conhecimento de que tal cultura acompanha o crescimento do país desde o início de sua construção. Durante todo o estudo apresentado neste artigo, foi notória a grande influência dentro do Brasil da presença Árabe. Percebe-se que ainda são escassos os conhecimentos e estudos sobre tal assunto. Mesmo sendo uma cultura rica e de grande importância para a construção de um país que nasceu na base de influências e características absorvidas de nações que já haviam se embasado nas mesmas influências aqui citadas. Como resultado final deste artigo, a mostra realizada no dia 15 de Julho de 2014, culminou na demonstração final do artigo dos conhecimentos adquiridos pelos estudantes do curso de Comunicação Social e Marketing do 2º período das Faculdades Promove de Sete Lagoas, sendo tal evento aberto à população setelagoana.
  • 15. Atingindo todo o público desejado e alcançando um número de visitações maior que o esperado. Os componentes deste projeto ressaltam sua escolha tendo-se agora como um projeto de grande sucesso. Referências bibliográficas FARAH, Paulo Daniel. Da alface ao cafezinho: A língua árabe marcou a Península Ibérica... RHBN: São Paulo, 2009. FREYRE, Gilberto. Casa Grande & Senzala: Formação da família brasileira sob o regime de economia patriarcal. São Paulo: Global, 2006. EL-MOOR, Patrícia Dario. O reconhecimento da presença árabe no Brasil na busca de uma identidade nacional. Universidade Federal da Bahia: [s.n.], 2011. PORTUGAL, Ana Raquel. O legado árabe no Brasil. Ibérica: Revista interdisciplinar de estudos ibéricos e ibero-americanos, Juiz de fora, n. 16. Agosto 2011. MACHADO, José Pedro. Vocabulário português de origem árabe. Lisboa: Notícias, 1991. TRUZZI, Oswaldo. Sentindo-se em casa: Os árabes se adaptaram muito bem ao Brasil: E o Brasil a eles. RNBH: São Paulo, 2009.