A arte romana absorveu influências de culturas conquistadas como a grega, transmitindo uma mistura greco-romana para a Europa. Os romanos foram contagiados pela beleza da arte grega e reproduziram suas obras, mas também imprimiram suas próprias características de organização e funcionalidade. A arquitetura romana se destacou pelo desenvolvimento do arco, abóbada e concreto, permitindo grandes construções como o Panteão e o Coliseu.
2. • A soberania do Império Romano, sem
paralelos na história, estendia-se da
Espanha ao sul da Rússia, da Inglaterra
ao Egito e em seu apogeu absorveu em
sua arte toda a influência dos povos que
dominou.
4. • Buscando a expansão de seu império, ao
invadirem terras estrangeiras os romanos
assimilaram os costumes e traços das
culturas mais antigas – particularmente da
grega – e transmitiram essa mescla
cultural (greco-romana) a toda a Europa
Ocidental e ao norte da África. Com isso,
a arte romana passou a ser referência
para a arte de todos os períodos
posteriores.
5. • Fascinados pela beleza da arte grega,
imediatamente foram contagiados pelos
seus padrões e valores estéticos. Nesse
afã, navios gregos traziam em seu bojo
muito mármore e bronze com a finalidade
de adornar as construções romanas.
Quando findaram as peças originais, os
artistas romanos passaram então a
reproduzi-las.
6. • Num segundo momento, os romanos
mudaram alguns aspectos da arte e
filosofia gregas, imprimindo suas próprias
características, que eram organização e
funcionalidade.
7. • Uma marca de sua organização se
observa na urbanização de suas cidades
e, particularmente, um traço herdado da
cultura etrusca, que a antecedeu na Itália,
que eram as ruas com direção norte-sul, e
leste-oeste, em cuja intersecção havia um
fórum. Observe que este mesmo modelo
se repete até hoje em nossas cidades
brasileiras. Isso nos leva a concluir que a
arte romana é menos idealizada que a
arte clássica grega, além de ser mais
duradoura e funcional.
8.
9.
10. • Grande parte da produção artística
romana estava calcada no propósito de
um benefício prático, voltada para o bem
comum, como construção de aquedutos,
pontes, estradas, sanitários e termas,
sendo que esta última desempenhava um
papel de centro de reuniões sociais em
Roma.
11. ESCULTURAS
• Os romanos inspiraram-se também na
escultura grega, mas sua escultura
desenvolveu um estilo próprio quando
deixaram de cultuar um ideal de beleza
humana e, por serem mais realistas e
práticos, passaram a representar fielmente
imperadores e homens de sua própria
sociedade. Portanto, por ser mais realista
que idealista, a estatuária romana teve seu
apogeu nos bustos.
12. • Isso se deve à afirmação do Estado
imperial romano, à necessidade de
elaboração de uma cultura voltada ao
Estado, que se realizava na preservação
da memoria dos grandes personagens
políticos de Roma. A estatuária, a
construção dos arcos de triunfo e as
colunas foram expressões dessa
preocupação do Estado romano.
13. Apolo, 460 a.C., autor
anônimo.
Reconstrução romana
de estátua grega,
museu do Louvre, em
Paris.
15. • Ainda na escultura, encontramos no
relevo narrativo outra importante
expressão da arte romana. Decorando as
fachadas dos arcos de triunfo e colunas
triunfais, os relevos descreviam cenas de
vitórias das batalhas de conquistas do
Império Romano.
16. • Os arcos de triunfo são pórticos
monumentais, erigidos em homenagem
aos imperadores e generais vitoriosos em
suas batalhas. O mais famoso deles é o
Arco de Tito, construído em mármore, no
Fórum Romano, para comemorar a
tomada de Jerusalém. Outro tipo de
monumento feito para homenagear seus
heróis, é a coluna triunfal, sendo a Coluna
de Trajano a mais importante de todas.
23. • Os feitos de Trajano estão estampados
em espiral, em relevo, em todo o fuste
desta coluna. Portanto, concluímos que
por estar visivelmente enraizado na
filosofia e no modus vivendi dos romanos,
retratos e relevos narrativos são a
expressão genuína de sua escultura.
24. • Diferentemente da pintura e da escultura,
que provocam acalorados debates sobre
sua originalidade, é inquestionável o estilo
novo e arrojado criado na arquitetura
pelos romanos.
25. • É indiscutível a influência que os etruscos
e gregos exerceram sobre a cultura
romana. Os etruscos, no século X a.C.,
oriundos da Ásia Menor, fixaram-se na
Itália, na região da Toscana.
Aproximadamente 200 anos mais tarde,
atingiram as florescentes cidades das
colônias gregas na Itália, a então
chamada, na época, Graecia Magna, a
Grande Grécia. Ali deixaram provas
incontestes de sua criatividade e de sua
produção artística.
26. • Os etruscos ensinaram aos romanos muito
da arte de construir. Os próprios escritores
romanos declararam, em seus escritos,
serem os etruscos grandes mestres da
agrimensura, da engenharia arquitetônica e
do planejamento urbano. Pouco restou, tanto
da arquitetura etrusca, quanto da romana
inicial, mas as recentes escavações,
somadas às informações coletadas, dão
prova de que os etruscos foram construtores
extremamente habilidosos.
27. • Um dos mais importantes legados dos
etruscos aos romanos talvez tenha sido o
arco de plena volta, constituído de seções
cuneiformes, que se mantêm firmemente
engastadas, e em seu ápice, recebe a
pedra angular, que lhe dá força e
sustentação.
28. • Não foram os etruscos os inventores do
arco, pois ele remonta os egípcios, mas
deram-lhe um lugar de destaque em suas
construções nos portões de entrada de
suas cidades. Preocupavam-se muito
mais com o aspecto funcional do que
estético dos arcos.
29. • É inconcebível pensar no
desenvolvimento de Roma sem o arco e
suas consequências: a abóbada de
berço, um meio cilíndrico; a abóbada de
arestas, constituída de duas outras
abóbadas semicilíndricas que se
cruzam em ângulos retos; e o domo,
outra obra-prima da arquitetura romana.
30. • Ao construir seus edifícios, os gregos
priorizavam sua beleza e, raramente,
enfatizavam o objetivo de acomodar
grande número de pessoas sob seu teto;
até mesmo os templos, considerados
moradas dos deuses, não se destinavam
ao agrupamento dos fiéis.
31. • Os romanos, por sua vez, tornaram-se um
“povo de interiores”, por razões climáticas,
provavelmente devido ao clima frio daquela
época, bastante diferente do de hoje, ou talvez
também devido aos perigos das florestas
cheias de animais que circundavam seus
centros urbanos, ou ainda devido à
aglomeração da população que buscava suas
cidades, tudo isso gerou a necessidade de
construção de edifícios que servissem como
locais de encontro, além de edifícios
administrativos. Por tais razões, as construções
gregas, embora muito admiradas pelos romanos,
deixaram de servir aos seus propósitos.
32. • Para atender às necessidades crescentes
dos cidadãos, a arquitetura romana teve
que criar novos métodos de construção
mais rápidos e com materiais mais
baratos.
33. • Daí observarmos que, no campo da
arquitetura e da engenharia, as grandes
contribuições romanas foram o
desenvolvimento do domo, do arco e da
abóbada, e a construção desses elementos só
foi possível graças ao concreto, um material
criado por eles. Essas criações permitiram
cobrir grandes espaços fechados internos,
sem que fosse necessária a interferência de
sustentação por colunas, ampliando, assim, a
área útil de circulação (ver o Panteon).
Podemos concluir então que o arco foi a
grande marca da arquitetura romana.
34. • Arco ou arco de volta perfeita: designa um
elemento construtivo em curva.
• Abóbada cilíndrica: também chamada de
abóbada de berço, construída como um
contínuo arco de volta perfeita.
• Abóbada de aresta: formada da junção de
duas abóbadas cilíndricas de mesma
altura, em cuja intersecção resulta um
ângulo reto.
35.
36. • Exemplo desse arrojo vemos na
construção do grande anfiteatro, no centro
da cidade velha, em Roma, o famoso
Coliseu, considerado uma obra-prima da
arquitetura romana. Com o propósito de
oferecer diversão ao povo e deleite aos
seus imperadores, o local podia acomodar
cinquenta mil espectadores e é
considerado ainda hoje uma das maiores
construções do mundo. Sua estrutura
principal, com um
37. • planejamento extremamente eficiente,
guarda em seu interior quilômetros de
galerias abobadadas, que garantem o
fluxo regular em torno de toda a arena, e
foi construída com uma espécie de
concreto. Seu exterior, monumental, é
revestido com pedras lapidadas. Nele
notam-se ainda traços da arquitetura
grega, especialmente no uso de meias-
colunas e pilastras que identificam as
ordens gregas.
43. • Outra obra-prima que documenta a
inventividade e ousadia da engenharia
romana, através de novos materiais, é o
Panteon. Permitiu aos romanos criarem
um dos mais belos exemplos de um
enorme espaço aberto, sem colunas de
sustentação.
44. • Em sua obra, Janson faz uma magnífica
descrição do Panteon, quando assim o
descreve: As mesmas inovações em
engenharia e materiais permitiram que os
romanos também criassem enormes espaços
abertos. Dentre eles, o mais bem preservado é
o Panteon, um templo circular e enorme,
dedicado, como o próprio nome diz, a todos os
deuses. O pórtico, originalmente precedido por
um átrio com colunatas que obstruíam a visão
que agora temos das paredes circulares, parece a
entrada comum de um templo romano típico
(derivado das fachadas dos templos gregos, com
colunas segundo a ordem coríntia).
45. • Ainda mais empolgante, então, é a vista que
temos ao passar pelos majestosos portais,
quando o grande espaço abobadado abre-se
diante de nós num repente dramático. A partir
da pesada sobriedade da parede externa,
pode-se deduzir que não foi fácil para o
arquiteto resolver os problemas de engenharia
ligados à sustentação do imenso hemisfério de
um domo. Do lado de fora, nada faz pressupor
a leveza e elegância do interior; as fotos não
conseguem reproduzir isso com fidelidade, e
mesmo a pintura de que nos valemos para
ilustrá-lo não lhe faz justiça.
46. • A altura que vai do piso à abertura do domo
(chamado de óculo ou “olho”) é exatamente a
mesma do diâmetro da base do domo, o que
confere um perfeito equilíbrio às proporções. O
peso do domo concentra-se nas oito sólidas
subdivisões da parede; entre elas, com
graciosas colunas à frente, existem nichos
ousadamente cavados na espessura maciça do
concreto, e estes, embora independentes entre
si, produzem o efeito de um espaço aberto por
trás dos suportes, dando-nos a impressão de
que as paredes são menos espessas e o domo
muito mais leve do que na realidade é.
47. • Os painéis de mármore multicolorido e os
paralelepípedos ainda são essencialmente
como antes, mas, em sua forma original, o
domo era dourado, para assemelhar-se à
“cúpula dourada do céu”.
52. Ficha técnica
• Nome: Panteon
• Sistema estrutural: cúpula
• Função: templo
• Localização: Roma, Itália
• Época da construção: 118-125
• Projeto Apolodoro de Damasco
Execução: autor desconhecido
Dimensões: diâmetro: 43,5 m; altura:
43,5 m
• Materialconcreto natural
53. • Ainda no rol da grandes construções
romanas encontramos as estradas,
necessárias porque sem elas Roma não
poderia governar um território tão vasto,
fruto de suas conquistas. Dependia delas
para movimentar suas tropas e ainda para
permitir o comércio e facilitar a
arrecadação de impostos de suas
províncias.
54.
55.
56. • Os aquedutos também são outra mostra
do arrojo e da inventividade dos romanos;
tinham o propósito de abastecer suas
cidades, com água trazida, muitas vezes,
de grandes distâncias.
59. • O produto das pilhagens que ocorriam
durante a expansão do império romano,
por meio de seus exércitos, tornou Roma
extremamente rica. Essa riqueza induziu
seus governantes ao luxo excessivo,
propiciando à classe dominante uma vida
pautada na excentricidade e na
extravagância, e isso se vê refletido desde
os interiores de palácios e construções,
que exibiam uma riqueza indescritível, até
os conjuntos arquitetônicos públicos.
60. • As principais características da
arquitetura romana são:
• Estilo de colunas: coríntio;
• Sistemas de suporte: abóbada e arcos
redondos;•
• Finalidade: prédios cívicos, termas e
fórum como tributo ao império;
• Paredes: fachada ornamental e uso do
concreto;
• Formas dominantes: linhas curvas e
construções circulares
61.
62. Pintura
• Roma, dominadora do Mediterrâneo, sofre
a fascinação da cultura grega, e as
culturas de cavalete dos mestres gregos
do século IV ou do III foram levadas para
lá rodeadas de uma aura de admiração.
Tomadas como modelo, cópias murais
delas foram utilizadas na decoração de
vilas e de palácios.
63. • A pintura romana revela-se assim como
devedora e continuadora – tanto temática
quanto estilisticamente – da grega. Não é,
no entanto, uma pintura totalmente
subsidiária e apresenta rasgos suficientes
para firmar uma individualidade que talvez
a escassez de testemunhos tente ocultar.
Um elemento diferenciador de primeira
ordem é o quase abandono do cultivo da
pintura de cavalete.
64. A pintura romana expandiu-se sobretudo em
pinturas murais. Pinturas em quadros do Império
Romano só se conservaram em maior número
no Egito, como placas de madeira embutidas
nas paredes das casas ou como retratos
helenísticos de múmias, extremamente valiosos
como exemplos de pintura de têmpera antiga, na
qual frequentemente se fundem técnicas das
mais diversas. Na maioria dos casos, trata-se de
bustos sem mãos, oriundos na sua maioria dos
séculos I e II d.C. São caracterizados por expressão
viva e perfeita, reprodução naturalista, que só foi
conseguida novamente na arte, muito mais de um
milênio depois.
65. • Os poucos registros que chegaram até nós
da pintura romana são oriundos das cidades
de Pompeia e Herculano, soterradas pela
erupção do Vesúvio em 79 d.C. Estas
pinturas permaneceram intatas e
preservadas sob as massas de lava, por
aproximadamente 1.700 anos. A exploração
deste sítio arqueológico, que permaneceu
ignoto até 1748, estendeu-se até as
primeiras décadas do século XX. Com essa
exploração, descobriu-se que a pintura
romana em Pompeia, segundo alguns
estudiosos, passou por quatro estilos.
66. • Quanto ao primeiro estilo (século II a.C.),
também chamado de “estilo da
incrustação”, pouco se pode ver de
pintura, a não ser a imitação de mármores
pintados sobre um fundo de estuque, feito
nas paredes. A produção artística mais
significativa deste estilo, são, na verdade,
os mosaicos feitos nos pisos dos
aposentos.
68. • No segundo estilo, os pintores
perceberam que não era necessária mais
uma base saliente para sugerir volume, e
que, através da própria pintura, se poderia
passar a ilusão de relevo ou de um bloco
saliente.
69. • Dominando esta nova linguagem para sua
expressão, o artista passou então a pintar
em grandes painéis murais, criando a
ilusão de janelas abertas para o exterior,
onde eram vistas cenas com pessoas,
paisagens com aves e animais
73. • Este segundo momento de sua evolução
(final do século I a.C.), levou essa arte ao
terceiro estilo: se era possível sugerir
volume, era possível também sugerir
profundidade; utilizavam estes recursos
agora para simular a ampliação dos
espaços interiores
74. • O terceiro estilo deu preferência quase
sempre aos frisos pretos, às superfícies
principais vermelhas e partes superiores
das paredes brancas, ao que se juntam
também cores violáceas, azuis e
amarelas. Exemplos desse estilo
encontram-se nas casas de Cecílio
Jocundo e de Espúrio Mesor em Pompeia.
Pintavam, ainda, grandes barrados, sobre
os quais se assentavam figuras humanas
em pé ou sentadas, sobre fundo
vermelho, formando um grande mural.
76. • O quarto estilo, também chamado fantástico,
ocorreu por volta do ano 60 de nossa era,
reuniu a ilusão do espaço do segundo estilo
com a elaboração do terceiro e incorporou
ainda uma profusão de ornamentos. Uma
característica típica deste estilo é o uso de
figuras destacadas do contexto da cena e
inseridas numa arquitetura parecida com um
cenário. Exemplo deste estilo está na casa dos
Vettii, em Pompeia. Nela, em cada parede,
existe um painel de fundo vermelho, com
reproduções de obras gregas, em outro painel,
figuras humanas, não mais em cenas do
cotidiano, mas em postura de cenas teatrais.
80. • A cidade de Pompéia foi soterrada pela
erupção do vulcão Vesúvio em 79d.C ,
suas pinturas permaneceram intactas e
preservadas por aproximadamente 1.700
anos