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COMPRA COLETIVA: ESTUDO SOBRE O IMPACTO NAS EMPRESAS DE
SERVIÇOS QUE UTILIZAM O COMÉRCIO ELETRÔNICO EM TERESINA-PI
1
Natália Alves Macário (1); Prof. Esp. Milton José Cardoso Filho (2)
RESUMO
O crescimento do comércio eletrônico, o e-commerce, vem se diversificando de uma
maneira rápida e tem oferecido às micro e pequenas empresas uma chance de aumentar
seu poder de competitividade dentro de um mercado onde as grandes empresas tendem a
monopolizar o comércio de produtos e serviços. Entre essas modalidades destaca-se a
compra coletiva, que permite a divulgação com baixo investimento se for comparado aos
métodos tradicionais de publicidade na TV, jornais, etc. No presente artigo foi pesquisado se
esse tipo de comércio é apenas uma ação de marketing ou e se os gestores podem tirar
proveito da nova modalidade de comércio eletrônico para aumentar seus lucros e o poder de
competitividade no mercado. Através de um estudo qualitativo, e com emprego de
entrevistas, foi realizada uma pesquisa para identificar as vantagens e desvantagens para
as empresas do Piauí que buscam esta modalidade de comércio eletrônico na divulgação de
seus produtos e serviços. O estudo revelou que as empresas que mais utilizam canal de
vendas na internet são as de serviços beleza e estética, seguindo uma tendência nacional
de aderir ao comércio on line. A conclusão é que as empresas pesquisadas em Teresina
aderiram a essa forma de comércio por sua rapidez na divulgação das marcas, aumento da
clientela a um curto prazo e pela economia no investimento em propaganda, mesmo com o
risco de que esses consumidores não procurem os serviços quando cesse a oferta dos
preços baixos.
Palavras-chave: e-commerce. Compras Coletivas. Vantagens. Desvantagens.
Abstract
he growth of e-commerce, e-commerce, has been diversifying for a quick and has offered to
micro and small businesses a chance to increase their competitive power in a market where
large companies tend to monopolize trade in products and services. These arrangements
highlight the collective buying, which permits disclosure if a low investment compared to
traditional methods of advertising on TV, newspapers, etc.. In the present article was
researched whether such trading is just a marketing or and managers can take advantage of
the new mode of e-commerce to increase their profits and competitive power market.
Through a qualitative study, and job interviews, a survey was conducted to identify the
advantages and disadvantages for companies of Piaui seeking this type of commerce in
marketing their products and services. The study revealed that companies that employ more
sales channel on the Internet are the beauty and aesthetic services, following a national
trend to adhere to trade online. The conclusion is that companies surveyed in Teresina
adhered to this form of trade for its speed in spreading the brands, increased clientele a
short-term investment in the economy and in advertising, even with the risk that these
consumers do not seek services ceases when the supply of low prices.
Keywords: e-commerce. Collective purchases. Advantages. Disadvantages.
1
Estudante de especialização do curso de Gestão Empresarial, e-mail: natimacario@gmail.com;
2
Prof. Espec. em Gestão Empresarial do IFPI, e-mail: milfilho@hotmail.com
1
INTRODUÇÃO
A pouco mais de uma década, o rápido desenvolvimento do comércio
eletrônico no Brasil trouxe novas oportunidades de negócio e mudou o perfil dos
mercados e dos consumidores tradicionais. Hoje, não se pode mais pensar em uma
empresa competitiva, em qualquer setor, que não possua uma estrutura de troca de
informações ou um canal de vendas no ambiente on line.
O crescimento do e-commerce também trouxe a necessidade de adaptação
das tecnologias para diversas plataformas. Essa adaptação estimulou a criação de
novas tendências de comércio que facilitam ainda mais o acesso e a interatividade
com o usuário. Entre essas tendências vem se destacando a modalidade de compra
coletiva, que já conta com dezenas de sites especializados neste tipo de serviço.
Mas seria esta tendência um tipo de comércio que veio pra ficar ou seria um
modismo passageiro? A compra coletiva seria apenas mais uma ação de marketing?
E como os gestores das empresas podem tirar proveito das compras para aumentar
seu lucro e poder de competitividade no mercado?
A partir do sucesso do comércio eletrônico na modalidade de Compra
Coletiva no Brasil, o estudo procura identificar as vantagens e desvantagens para as
empresas do Piauí que buscam esta modalidade de comércio eletrônico na
divulgação de seus produtos e serviços. Para atingir esse objetivo foi necessário
conhecer os sites de Compra Coletiva que atuam no Piauí, identificar os tipos de
ofertas com maior volume de vendas, e analisar os resultados obtidos por empresas
locais que já utilizaram esse canal de vendas.
O estudo da ‘compra coletiva’ se justifica pela necessidade da gestão
empresarial acompanhar o desempenho do comércio on line e seus impactos em um
mercado cada vez mais competitivo. Conhecer os principais ramos de comércio que
se utilizam desse tipo de ferramenta, como também acompanhar os resultados “em
tempo real” das empresas que adotaram a compra coletiva nos últimos anos,
permite subsidiar os empresários que desejem iniciar o oferecimento de seus
produtos e serviços na internet.
1 O COMÉRCIO ELETRÔNICO - CE
Os conceitos de comércio eletrônico vão muito além das ações de compra e
venda pela internet, abrangendo as etapas dos processos comerciais e/ou troca de
informações entre empresas e consumidores em um ambiente digital. O CE interage
2
com seus interessados por meio de uma rede de computadores, buscando maior
automação e rapidez no fluxo de dados e de transações comercias.
Bloch et al., apresenta o conceito de CE:
CE é o suporte para qualquer tipo de transações de negócio que
utilize uma infraestrutura digital, o que coincide com o uso mais
abrangente que algumas empresas fazem do CE, tais como utilizam
a Word Wide Web (www) para fornecer informações a seus clientes,
como uma ferramenta de marketing, como um canal de vendas, e
uma linha de suporte; e alguns bancos que utilizam a Internet para as
transações de troca de dados financeiros. (Citado por ALBERTIN,
2010, p. 4)
A Internet é a ferramenta de apoio ao CE mais conhecida. O mercado mundial
está absorvendo este canal de vendas de maneira bastante significativa. A internet
elimina várias barreiras de comunicação entre os envolvidos em uma relação
comercial. Os clientes deixaram de ser passivos e se tornaram participantes ativos
na negociação, interagindo com as empresas de qualquer lugar do mundo em sua
própria casa.
Atualmente, o CE não é mais feito com ações isoladas, e sim de ações
integradas. A velocidade de informações em tempo real está aliada à conectividade
entre empresas e consumidores, em qualquer lugar do mundo, e com uma gestão
cada vez mais personalizada para promover uma maior tangibilidade dos serviços
ao cliente.
Enfim, o e-commerce cresce a cada ano e já é uma realidade,
transformando e criando modelos de negócio, já é sabido que as
técnicas tradicionais de vendas não funcionam nesse novo mercado
digital. Centenas de startups surgem a cada ano propondo novos
modelos de negócios para essa nova era digital que revolucionou o
varejo global. (GONÇALVES, 2011).
A era digital abre novas oportunidades de negócios para as empresas de
qualquer porte e setor. Novos conceitos surgem para criar novos ambientes de
mercados. E conceitos tradicionais são renovados para e viabilizar novas
tecnologias para o aproveitamento de seus recursos no ambiente on line e melhorar
a capacidade competitiva.
1.1 Comércio eletrônico no Brasil
O Comércio eletrônico nacional tem pouco mais de 14 anos, de acordo com a
Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico – CBCE. Apesar de ser considerado um
canal em formação, faturou cerca de 8,4 bilhões de reais só no primeiro semestre de
2011 (CBCE, 2011).
3
Mesmo que ainda seja liderada pelas classes ‘A’ e ‘B’, a classe ‘C’ tem uma
grande representação em volume em compras on line, com um tíquete médio muito
maior do que praticado há algum tempo atrás. Essa parcela da população compra
predominantemente produtos eletrodomésticos e eletrônicos, preferencialmente em
pagamentos parcelados.
O novo perfil de classe media brasileira é o principal impulsionador do CE.
Estima-se que as famílias com renda até três mil reais formarão um mercado de
possíveis compradores on line de 30 milhões de pessoas em 2012.
Segundo Mattos (2011):
Com este cenário, estamos prestes a observar nova fase virtuosa do
comércio eletrônico no Brasil caracterizado pela eminente entrada de
grandes players globais ainda ausentes no mercado, na melhoria do
nível de serviço pela adoção de novas tecnologias tanto de marketing
como de meios de pagamento, na inclusão do mobile como parte
integrante da experiência de compra on-line, do uso efetivo das
plataformas multi-canais de operação lojista, entre outras inovações
ou novidades positivas aos negócios e mercado.
Este cenário está atraindo empresas internacionais e nacionais a investirem
nesse setor, pois estão encontrando um grande mercado a ser explorado, com
consumidores ansiosos para obter experiências de compras através da internet,
devido à sua comodidade (ZMOGNSKI, 2011).
O quadro abaixo representa o a evolução do faturamento do CE no Brasil nos
últimos anos:
Quadro 1 – Evolução do faturamento – 1º semestres (em bilhões)
Fonte: e-bit (www.evitempresa.com.br)
4
Ainda segundo a pesquisa feita pelo WebShoppers (2011), os produtos mais
vendidos pela internet atualmente são respectivamente: eletrodomésticos,
informática, saúde e beleza, livros, revistas e jornais, e eletrônicos.
Os empreendedores que desejam ingressar no CE, já perceberam a força da
evolução de um mercado que cresce até 40% ano. Esse crescimento também traz
novas características aos consumidores: eles são mais imediatistas, atualizados, e
exigentes, já que no ambiente virtual existe inúmeras possiblidades de compras.
Ganha a preferência quem conseguir oferecer mais ao seu cliente.
1.2 Tendências do comércio eletrônico
O surgimento cada vez mais rápido de novas tecnologias tem obrigado as
empresas a criarem adaptações de suas empresas digitais para diversos tipos de
plataformas, e assim conseguir se aproximar cada vez mais dos consumidores e
permanecer competitivas.
Entre as tendências desse novo tipo de comércio temos (OSÓRIO, 2011): M-
Commerce (Mobile Commerce); S-Commerce (Social Commerce); T-Commerce
(Television Commerce); Produtos Virtuais; e Compras Coletivas.
2 O FENÔMENO DAS COMPRAS COLETIVAS
A ideia de um sistema que oferece produtos e serviços com um desconto bem
atrativo para um número “x” de compradores parece bem simples. Mas graças à
internet esse sistema é feito de modo muito rápido e atrativo. São centenas de sites
com ofertas para milhares de clientes todos os dias.
Felipini (2011, p. 21) afirma que “o modelo de compra coletiva associa um
produto atrativo a um desconto expressivo e a uma oportunidade com prazo certo
para se extinguir”.
Para que o comerciante feche um acordo com um site, é necessário acertar
alguns pontos comuns a qualquer empresa como: qual produto a ser ofertado, o
desconto a ser oferecido, o número mínimo de compradores, prazo de duração da
oferta e sua validade, e o percentual sob a venda a ser repassado ao site.
Depois dos pontos acertados é a vez do site de compra fazer o papel de
intermediador do anúncio, da efetivação da compra e fazer o devido repasse ao
anunciante. É muito importante que esse prestador de serviço monte um esquema
atrativo de divulgação das ofertas para atrair o maior número de compradores.
5
Após a conclusão de compra no site, o comprador aguarda o recebimento de
seu cupom para trocar por produtos e serviços conforme os critérios que foram
anunciados no site. Tanto os anunciantes como os responsáveis pelos sites
esperam agradar os clientes e assim conseguir com que ele volte outras vezes
independente desse tipo de promoção.
Quadro 2 - Etapas do ciclo de Compras Coletivas
Fonte: Felipini, 2011.
De uma maneira geral, todos os envolvidos saem ganhando: o comprador
consegue adquirir produtos e serviços por descontos significativos, podendo até
usufruir de novas experiências que até então não seria viável, a empresa que está
ofertando pode atrair um bom volume de compradores, e o sites de compras
coletivas que funcionam como provedores podem ficar com até 50% da receita sob
as vendas.
O primeiro site de Compras Coletiva no Brasil começou a funcionar em 2010
(FELIPINI, 2011). Em menos de um ano, mais de 200 sites passaram a oferecer
esse tipo de serviço. Hoje, esse número já passou de mil. E o país é o quinto maior
faturamento da GroupOn, a empresa pioneira no sistema de compras coletivas no
mundo.
No país, o sucesso das compras coletivas pode estar associado à
propagação do comércio eletrônico, e na atratividade que os sites de compras
coletivas exercem sobre os clientes. Os ramos de negócios que mais estão se
6
interessando em anunciar nesses sites são: pontos de alimentação e prestadores de
serviços de beleza e estética.
Ainda segundo o site e-bit (2011), as compras coletivas atingiram mais de
60% dos internautas brasileiros, e que 80% dos compradores pretendem repetir a
experiência. Esses resultados mostram o tamanho da força que essa modalidade de
comércio eletrônico representa para o mercado.
De acordo com a pesquisa do e-bit, mesmo o comércio eletrônico oferecendo
um grande espaço para entrada de novos sites do tipo, independente de tamanho,
os maiores vendedores de cupons eletrônicos ainda estão concentrados em menos
de 10 empresas em todo país.
De acordo com Felipini:
Este quadro não deve servir de desestímulo para o pequeno
empreendedor, apenas um alerta no sentido de que a competição
tende a se acentuar e para consolidar nesse segmento será preciso
realmente agregar valor aos compradores de cupons e aos parceiros
anunciantes, além de uma consistente estratégia de crescimento.
(FELIPINI, 2011, p.107).
O caminho então para enfrentar a concorrência das grandes empresas, em
um mercado que ainda está se consolidando, seria a busca pela melhoria da
competitividade dos empreendedores, investindo em sites de compras coletivas
especializados por tipos de produtos ou serviços e por região (FUNADA, 2012).
2.1 Serviços como destaque nos sites de compras coletivas
As ofertas em serviços são as que mais trazem retornos positivos para o
número de vendas em sites de compras coletivas. A razão principal desse sucesso é
o fato de que uma empresa prestadora de serviço tem o poder de oferecer maior
desconto (por conta dos custos fixos) do que uma empresa que oferece bens de
consumo (FELIPINI, 2011).
Segundo o InfoSaveMe (2011), só no primeiro mês de 2012, 68% dos cupons
vendidos do país foram de ofertas de restaurantes, saúde e beleza, e
entretenimento. Nesses setores há grande possibilidade de retorno de clientes em
um curto espaço de tempo e de estimular o consumo de produtos complementares.
2.2 Os prós e contras de anunciar em sites de compras coletivas
7
As empresas que anunciam em sites de compra coletiva esperam aproveitar
essa ferramenta de marketing para expandir sua marca e atrair novos clientes. Mas
é preciso avaliar se esse modelo de comércio eletrônico vai funcionar
satisfatoriamente para seu negócio.
Além de oferecer um desconto “imperdível”, as empresas precisam ter
cuidado em escolher em qual empresa vão anunciar; procurar manter serviços de
qualidade, independente de ser promocional ou não, e ter um bom pós- venda. Sem
esses cuidados primordiais, os cupons vendidos podem se tornar uma grande dor de
cabeça para os empresários (RIBEIRO, 2011).
As principais vantagens de anunciar em site de compra coletiva são:
• O comerciante recebe o valor dos cupons vendidos independente de
sua utilização, o que pode até reduzir os seus custos;
• Atrair um número expressivo de novos clientes de maneira rápida, e
poder planejar o atendimento à demanda.
• Oportunidade de fazer mercadoria circular e de ter clientes em
períodos de baixa procura;
• Facilitar a experiência de novos clientes e assim ter a oportunidade de
criar novas necessidades de consumo destes.
• Grande exposição da marca, que será visualizada não só por
compradores, mas por visitantes dos sites. Os interessados naturalmente vão
procurar mais informações sobre a empresa e divulgar espontaneamente
para outras pessoas;
• Ao contrário do que acontece geralmente quando se investe em ações
de marketing, a empresa vai receber primeiramente o valor das vendas em
um curto prazo e depois vai aos poucos desembolsar dinheiro para cobrir os
custos de seus produtos/serviços.
Entre as principais desvantagens de anunciar em site de compra coletiva
estão: a desvalorização do produto ou serviço ofertado e a desvalorização da marca;
o cliente habitual pode se sentir lesado ao pagar preços tabelados e o mesmo
serviço estar pela metade do preço e ainda disputar ‘espaço’ como novos clientes;
atrair clientes que só vão aproveitar as promoções e não irão voltar para consumir
produtos/serviços pelo preço normal e que não tem interesse em adquirir os
complementares; a empresa pode não conseguir atender de maneira satisfatória os
8
clientes, além de oferecer descontos, ela terá que investir em recursos materiais e
humanos para dar conta da demanda; e o risco de receber cupons fraudulentos
(OSCAR, 2012).
Para Ribeiro (2011), “não é porque virou febre que a empresa precisa fazer.
Como já disse, há duas coisas muito valiosas em jogo: dinheiro e clientes”. Essa
afirmação se baseia no princípio de que se não for bom para o caixa da empresa,
nem para sua clientela, não há motivo para se aderir ao e-commerce.
3 Metodologia
A metodologia de pesquisa utilizada na montagem deste arquivo teve um
caráter qualitativo e descritivo, contando com um prévio levantamento bibliográfico e
uma pesquisa de campo, onde os dados analisados foram retirados de entrevistas
individuais com empresários e gestores de sites de Compras Coletivas que atuam
no Piauí.
De acordo com uma consulta prévia sobre o tipo de empresa que mais utiliza
a compra coletiva dentro do site Os Mosqueteiros, as entrevistas tiveram a
participação de três (3) gestores de empresas que trabalham com serviços de
estética, e que participam das compras coletivas em Teresina-PI. Houve uma
pequena resistência por parte destes, pois acreditavam que a pesquisa poderia
servir informações privilegiadas para a concorrência.
Os pesquisados foram entrevistados de forma individual e em datas
diferentes.
A entrevista contou com 12 perguntas, seguindo o modelo abaixo:
1. Sua empresa utiliza ou já utilizou alguma ação de marketing para
divulgação da marca, promoções e fidelização de clientes? Quais?
2. O que motivou a sua empresa anunciar em site de Compras Coletivas?
3. Quantas vezes já utilizou esse recurso de marketing? Utiliza sempre o
mesmo ou já experimentou outros sites de Compras Coletivas?
4. Quais fatores (serviços menos procurados, divulgação de novos
serviços, competição com a concorrência e etc.) são levados em consideração na
escolha dos serviços a serem ofertados?
9
5. Os clientes advindos desses sites são o público esperado pela
empresa?
6. Os novos clientes procuram pelos demais serviços que sua empresa
oferece?
7. Os clientes que já frequentavam a empresa se sentem prejudicados de
alguma forma depois que sua empresa anunciou em sites de Compras Coletivas?
8. Sua empresa consegue cadastrar os novos clientes, identificar perfil,
interesses e preferências e utilizar essas dados para criar novas estratégias de
vendas?
9. Sua empresa está preparada (estrutura física, pessoas, produtos,
estacionamento, climatização etc.) para atender grande demanda, de forma a
oferecer produtos e serviços com grande qualidade, superando as expectativas do
consumidor?
10. Quais as dificuldades que sua empresa encontra para atender a
demanda vinda das promoções de sites de Compras Coletivas?
11. Sua empresa possui algum tipo de monitoramento de avaliação da
eficiência do anúncio?
12. Já ouve algum desconforto entre sua empresa e a empresa de site de
Compra Coletiva? Qual?
Os dados coletados permitiram uma análise das práticas gestoras relativas à
utilização desse modelo e-commerce e dos principais resultados das empresas que
adotaram as compras coletivas como diferencial competitivo de mercado.
4 Discussão e análise dos resultados
No segundo semestre de 2010, surgiram os primeiro sites de compras
coletivas piauienses (Registros de Domínios para Internet no Brasil). Até o fim de
2011, já estavam operando cerca de vinte e cinco. Mas alguns não chegaram a
sobreviver por mais de seis meses. Entre os que permaneceram no mercado,
continuam competindo com grandes sites como Groupon e Peixe Urbano.
10
‘Os Mosqueteiros’ foi o primeiro site piauiense a operar, de fato, com essa
modalidade de comércio. Somente em 2011, foram vendidos mais de 87.000 cupons
para Teresina e Imperatriz – MA. E o site prevê a expansão para mais 13 capitais
em 2012.
Segundo os responsáveis pelo site, os anúncios de serviços são os mais
procurados pelos comerciantes e consumidores, representando mais de 80% das
ofertas somente de Teresina. A maioria dos anunciantes utilizou o site mais de uma
vez para divulgar ofertas, mostrando que eles incorporaram essa modalidade de
comércio eletrônico com bastante rapidez.
O gráfico abaixo demonstra quais os tipos de serviços mais anunciados no
site:
Quadro 3 – Tipos de serviços
Fonte: http://www.osmosqueteiros.com.br, 2012.
Podemos perceber que os percentuais maiores seguem os resultados
pesquisados em sites nacionais, ou seja, a prestação de serviços nos ramos de
alimentação (bares, restaurantes e padarias) e de estética (clínicas e salões), sendo
as mais anunciadas e as que têm maior número de cupons vendidos por oferta.
Segundo a gestora do site ‘Os Mosqueteiros’:
As ofertas de estética desde o início do modelo são as mais
procuradas inclusive pela curiosidade de realizar procedimentos, que
em sua maioria são caros, por um preço bem abaixo da tabela.
11
Os consumidores de serviços de beleza e estética aumentaram após o
fenômeno das Compras Coletivas (OS COLETIVOS, 2012), principalmente
impulsionada pela classe “C” que está deixando de consumir apenas produtos
básicos de higiene e beleza e agora desejam incluir estes serviços em sua rotina.
Esse resultado se repete com os demais sites de grande representação no
Piauí, e também apontam sua expansão para outras capitais. Atualmente, seguindo
uma tendência nacional, observa-se o aumento, diversidade e a venda de produtos
eletro/eletrônicos.
4.1 Os serviços de estética e a utilização dos sites de compra coletiva em Teresina-
PI
Nas entrevistas realizadas com os gestores das empresas de serviço de
estética, foi possível ver que a maioria nunca utilizou outros veículos (TV, rádio,
internet) como forma de divulgação de sua empresa ou outra forma de investimento
direto em publicidade. A empresa viu no fenômeno das Compras Coletivas a
oportunidade, com relativo baixo custo, para atrair novos clientes e divulgar sua
empresa.
Os entrevistados já anunciaram mais de uma vez neste tipo de site, inclusive
variando de sites. A motivação maior para a utilização destes mecanismos é o boom
compras coletivas entre os consumidores piauienses. Além da busca de novos
clientes, a curto prazo, em um mercado altamente competitivo da capital piauiense.
As empresas elaboram suas ofertas considerando basicamente quatro
fatores: tipos de serviços que são mais procurados pelos clientes; serviços com
custo viável para a empresa; os tipos de serviços que as empresas concorrentes
oferecem; e o período de baixa rotatividade de clientes.
O sucesso na venda dos cupons surpreendeu os empresários. Algumas
ofertas tiveram que ser encerradas antes do previsto para não extrapolar a
capacidade de atendimento. Foi necessário a contratação de funcionários
temporários e esticar o horário de atendimento para dar conta da demanda tentando
evitar transtornos, mesmo que algumas vezes tenham sido inevitáveis por conta da
lotação.
A grande dificuldade para a fidelização dos clientes apontada pelas empresas
foi fazê-los voltar e pagar pelo preço normal do serviço ou adquirir outros
complementares aos da oferta. Por se tratar de serviços com um alto custo, muitos
12
clientes não teriam como pagar o preço normal. Também foi possível notar que um
número expressivo de clientes só tem interesse em aproveitar o desconto e
terminam não tendo preferência por uma determinada empresa.
A pesquisa também demonstrou que o sistema de monitoramento dos clientes
por parte das empresas ainda não são direcionados para elaborar uma estratégia de
marketing para dar continuidade à divulgação da marca. Existe apenas o uso de
fichas com os dados dos clientes para cadastro. Essa deficiência pode ser por falta
de funcionários adequados, ou mesmo pela falta de interesse do proprietário em
investir em ações periodicamente.
A forma de avaliação do sucesso do anúncio é basicamente o número de
cupons vendidos. Raramente é feito um trabalho de pós-venda, o que ajudaria a
atrair o cliente para o consumo de outros serviços. As empresas demonstram não ter
receio do desgaste da marca, mas algumas estão procurando dar um espaço de
tempo entre um anúncio e outro, ou até mesmo fazendo suas próprias promoções
com um percentual de desconto menor e divulgando através de cartazes no próprio
estabelecimento e envio de e-mails para os clientes e uso de redes sociais.
As empresas têm um bom relacionamento com os envolvidos no site de
compra coletiva. A única reclamação que coincide entre as entrevistadas é valor das
comissões do site, que é considerado alto. Mesmo sabendo que esse tipo de venda
é um investimento para divulgação, os gestores esperam lucrar mais do que
realmente é possível.
5 CONCLUSÃO
As empresas estão buscando se tornar mais competitiva aderindo às diversas
modalidades e plataformas do comércio on line. E seguindo tendências nacionais, a
modalidade de Compras Coletivas caiu no gosto dos empresários e consumidores
piauienses.
Apesar de existirem sites de Compras Coletivas nacionais com ofertas para o
Piauí, os sites locais conquistaram a confiança do mercado e estão começando a
expandir o negócio por todas as cidades do estado e estados vizinhos.
Muitas empresas do Piauí aderiram rapidamente ao fenômeno das Compras
Coletivas porque perceberam que esta modalidade é uma forma rápida e prática de
divulgar sua marca e receber novos clientes, com um custo acessível, funcionando
como um investimento em propaganda.
13
As ofertas relacionadas aos serviços, principalmente os pontos de
alimentação e estética, são os anúncios mais ofertados e procurados pelos clientes.
Essas empresas estão utilizando esses sites com frequência com a intenção de
atrair cada vez mais clientes, mesmo que esses não retornem para consumir
serviços complementares ou outros com preço normal da casa.
A fidelização do cliente ainda é um ponto importante que precisa ser
trabalhado melhor pelos empresários, ainda não há um acompanhamento sobre o
perfil dos clientes e nem de pós venda. Com um banco de dados bem trabalhado
seria possível criar novas ações para tornar novos clientes em frequentadores
assíduos, mesmo sem dar um desconto tão alto quanto aos dos sites de Compras
Coletivas.
Para continuar conquistando novos clientes, e não sofrer desvalorização da
marca, essas empresas devem buscar uma consultoria de marketing para aproveitar
melhor todas as ferramentas do e-commerce e manter um bom fluxo de clientes,
sem comprometer a qualidade e sem ter prejuízo com o excesso de descontos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALBERTIN, Alberto Luiz. Comércio eletrônico: modelo, aspectos e contribuições
de sua aplicação. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
FELIPINI, Dailton. Compra Coletiva: um guia para o comprador, o comerciante e
o empreendedor. Rio de Janeiro: Brasport, 2011.
FUNADA, Paulo Henrique. Diferenciais nas compras coletivas fortalecem
marcas regionais. Disponível em http://www.bolsadeofertas.com.br/diferenciais-
nas-compras-coletivas-fortalecem-marcas-regionais. Acesso em 27 de fev. de 2012.
______, Paulo Henrique. Tendências em Compras Coletivas. Disponível em
http://www.bolsadeofertas.com.br/artigo-tendencias-em-compras-coletivas. Acesso
em 27 de fev. 2012.
GONÇALVES, Edson. A evolução do e-commerce. Disponível em
http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/a-evolucao-do-e-
commerce/60722. Acesso em 6 de fev. de 2012.
MATTOS, Gastão. Mudança de estágio no Comércio Eletrônico no Brasil.
Disponível em http://www.camara-e.net/2011/06/02/mudanca-de-estagio-no-
comercio-eletronico-no-brasil. Acesso em 23 de out. de 2011.
OSCAR, Naiana. Empresas têm prejuízo com sites de compra coletiva.
Disponível em http://economia.estadao.com.br/noticias/economia,empresas-tem-
prejuizo-com-sites-de-compra-coletiva,60434,0.htm. Acesso em 29 de mar. de 2012.
14
OSORIO, Josiane. As tendências do e-commerce em 2012. Disponível em
http://www.blogdoecommerce.com.br/tendencias-do-ecommerce-2012. Acesso em
20 de mar. de 2012.
RIBEIRO, Sylvio. Prós e contras de usar compras coletivas no seu negócio.
Disponível em http://www.pequenoguru.com.br/2011/05/pros-e-contras-de-usar-
compras-coletivas-no-seu-negocio. Acesso em 13 de out. de 2012.
REGISTRO DE DOMÍNIOS PARA A INTERNET DO BRASIL. Disponível em
http://registro.br/. Acesso em 25 de fev. de 2012
WEBSHOPPERS. 24ª edição. Disponível em
http://www.webshoppers.com.br/webshoppers/WebShoppers24.pdf. Acesso em 28
de fev. de 2012.
ZMOGNSKI, Felipe. Gigantes do e-commerce invadem o Brasil. Disponível em
http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/gigantes-da-e-commerce-invadem-o-
brasil. Acesso em 23 de out. de 2011.

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COMPRA COLETIVA: ESTUDO SOBRE O IMPACTO NAS EMPRESAS DE SERVIÇOS QUE UTILIZAM O COMÉRCIO ELETRÔNICO EM TERESINA-PI

  • 1. 0 COMPRA COLETIVA: ESTUDO SOBRE O IMPACTO NAS EMPRESAS DE SERVIÇOS QUE UTILIZAM O COMÉRCIO ELETRÔNICO EM TERESINA-PI 1 Natália Alves Macário (1); Prof. Esp. Milton José Cardoso Filho (2) RESUMO O crescimento do comércio eletrônico, o e-commerce, vem se diversificando de uma maneira rápida e tem oferecido às micro e pequenas empresas uma chance de aumentar seu poder de competitividade dentro de um mercado onde as grandes empresas tendem a monopolizar o comércio de produtos e serviços. Entre essas modalidades destaca-se a compra coletiva, que permite a divulgação com baixo investimento se for comparado aos métodos tradicionais de publicidade na TV, jornais, etc. No presente artigo foi pesquisado se esse tipo de comércio é apenas uma ação de marketing ou e se os gestores podem tirar proveito da nova modalidade de comércio eletrônico para aumentar seus lucros e o poder de competitividade no mercado. Através de um estudo qualitativo, e com emprego de entrevistas, foi realizada uma pesquisa para identificar as vantagens e desvantagens para as empresas do Piauí que buscam esta modalidade de comércio eletrônico na divulgação de seus produtos e serviços. O estudo revelou que as empresas que mais utilizam canal de vendas na internet são as de serviços beleza e estética, seguindo uma tendência nacional de aderir ao comércio on line. A conclusão é que as empresas pesquisadas em Teresina aderiram a essa forma de comércio por sua rapidez na divulgação das marcas, aumento da clientela a um curto prazo e pela economia no investimento em propaganda, mesmo com o risco de que esses consumidores não procurem os serviços quando cesse a oferta dos preços baixos. Palavras-chave: e-commerce. Compras Coletivas. Vantagens. Desvantagens. Abstract he growth of e-commerce, e-commerce, has been diversifying for a quick and has offered to micro and small businesses a chance to increase their competitive power in a market where large companies tend to monopolize trade in products and services. These arrangements highlight the collective buying, which permits disclosure if a low investment compared to traditional methods of advertising on TV, newspapers, etc.. In the present article was researched whether such trading is just a marketing or and managers can take advantage of the new mode of e-commerce to increase their profits and competitive power market. Through a qualitative study, and job interviews, a survey was conducted to identify the advantages and disadvantages for companies of Piaui seeking this type of commerce in marketing their products and services. The study revealed that companies that employ more sales channel on the Internet are the beauty and aesthetic services, following a national trend to adhere to trade online. The conclusion is that companies surveyed in Teresina adhered to this form of trade for its speed in spreading the brands, increased clientele a short-term investment in the economy and in advertising, even with the risk that these consumers do not seek services ceases when the supply of low prices. Keywords: e-commerce. Collective purchases. Advantages. Disadvantages. 1 Estudante de especialização do curso de Gestão Empresarial, e-mail: natimacario@gmail.com; 2 Prof. Espec. em Gestão Empresarial do IFPI, e-mail: milfilho@hotmail.com
  • 2. 1 INTRODUÇÃO A pouco mais de uma década, o rápido desenvolvimento do comércio eletrônico no Brasil trouxe novas oportunidades de negócio e mudou o perfil dos mercados e dos consumidores tradicionais. Hoje, não se pode mais pensar em uma empresa competitiva, em qualquer setor, que não possua uma estrutura de troca de informações ou um canal de vendas no ambiente on line. O crescimento do e-commerce também trouxe a necessidade de adaptação das tecnologias para diversas plataformas. Essa adaptação estimulou a criação de novas tendências de comércio que facilitam ainda mais o acesso e a interatividade com o usuário. Entre essas tendências vem se destacando a modalidade de compra coletiva, que já conta com dezenas de sites especializados neste tipo de serviço. Mas seria esta tendência um tipo de comércio que veio pra ficar ou seria um modismo passageiro? A compra coletiva seria apenas mais uma ação de marketing? E como os gestores das empresas podem tirar proveito das compras para aumentar seu lucro e poder de competitividade no mercado? A partir do sucesso do comércio eletrônico na modalidade de Compra Coletiva no Brasil, o estudo procura identificar as vantagens e desvantagens para as empresas do Piauí que buscam esta modalidade de comércio eletrônico na divulgação de seus produtos e serviços. Para atingir esse objetivo foi necessário conhecer os sites de Compra Coletiva que atuam no Piauí, identificar os tipos de ofertas com maior volume de vendas, e analisar os resultados obtidos por empresas locais que já utilizaram esse canal de vendas. O estudo da ‘compra coletiva’ se justifica pela necessidade da gestão empresarial acompanhar o desempenho do comércio on line e seus impactos em um mercado cada vez mais competitivo. Conhecer os principais ramos de comércio que se utilizam desse tipo de ferramenta, como também acompanhar os resultados “em tempo real” das empresas que adotaram a compra coletiva nos últimos anos, permite subsidiar os empresários que desejem iniciar o oferecimento de seus produtos e serviços na internet. 1 O COMÉRCIO ELETRÔNICO - CE Os conceitos de comércio eletrônico vão muito além das ações de compra e venda pela internet, abrangendo as etapas dos processos comerciais e/ou troca de informações entre empresas e consumidores em um ambiente digital. O CE interage
  • 3. 2 com seus interessados por meio de uma rede de computadores, buscando maior automação e rapidez no fluxo de dados e de transações comercias. Bloch et al., apresenta o conceito de CE: CE é o suporte para qualquer tipo de transações de negócio que utilize uma infraestrutura digital, o que coincide com o uso mais abrangente que algumas empresas fazem do CE, tais como utilizam a Word Wide Web (www) para fornecer informações a seus clientes, como uma ferramenta de marketing, como um canal de vendas, e uma linha de suporte; e alguns bancos que utilizam a Internet para as transações de troca de dados financeiros. (Citado por ALBERTIN, 2010, p. 4) A Internet é a ferramenta de apoio ao CE mais conhecida. O mercado mundial está absorvendo este canal de vendas de maneira bastante significativa. A internet elimina várias barreiras de comunicação entre os envolvidos em uma relação comercial. Os clientes deixaram de ser passivos e se tornaram participantes ativos na negociação, interagindo com as empresas de qualquer lugar do mundo em sua própria casa. Atualmente, o CE não é mais feito com ações isoladas, e sim de ações integradas. A velocidade de informações em tempo real está aliada à conectividade entre empresas e consumidores, em qualquer lugar do mundo, e com uma gestão cada vez mais personalizada para promover uma maior tangibilidade dos serviços ao cliente. Enfim, o e-commerce cresce a cada ano e já é uma realidade, transformando e criando modelos de negócio, já é sabido que as técnicas tradicionais de vendas não funcionam nesse novo mercado digital. Centenas de startups surgem a cada ano propondo novos modelos de negócios para essa nova era digital que revolucionou o varejo global. (GONÇALVES, 2011). A era digital abre novas oportunidades de negócios para as empresas de qualquer porte e setor. Novos conceitos surgem para criar novos ambientes de mercados. E conceitos tradicionais são renovados para e viabilizar novas tecnologias para o aproveitamento de seus recursos no ambiente on line e melhorar a capacidade competitiva. 1.1 Comércio eletrônico no Brasil O Comércio eletrônico nacional tem pouco mais de 14 anos, de acordo com a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico – CBCE. Apesar de ser considerado um canal em formação, faturou cerca de 8,4 bilhões de reais só no primeiro semestre de 2011 (CBCE, 2011).
  • 4. 3 Mesmo que ainda seja liderada pelas classes ‘A’ e ‘B’, a classe ‘C’ tem uma grande representação em volume em compras on line, com um tíquete médio muito maior do que praticado há algum tempo atrás. Essa parcela da população compra predominantemente produtos eletrodomésticos e eletrônicos, preferencialmente em pagamentos parcelados. O novo perfil de classe media brasileira é o principal impulsionador do CE. Estima-se que as famílias com renda até três mil reais formarão um mercado de possíveis compradores on line de 30 milhões de pessoas em 2012. Segundo Mattos (2011): Com este cenário, estamos prestes a observar nova fase virtuosa do comércio eletrônico no Brasil caracterizado pela eminente entrada de grandes players globais ainda ausentes no mercado, na melhoria do nível de serviço pela adoção de novas tecnologias tanto de marketing como de meios de pagamento, na inclusão do mobile como parte integrante da experiência de compra on-line, do uso efetivo das plataformas multi-canais de operação lojista, entre outras inovações ou novidades positivas aos negócios e mercado. Este cenário está atraindo empresas internacionais e nacionais a investirem nesse setor, pois estão encontrando um grande mercado a ser explorado, com consumidores ansiosos para obter experiências de compras através da internet, devido à sua comodidade (ZMOGNSKI, 2011). O quadro abaixo representa o a evolução do faturamento do CE no Brasil nos últimos anos: Quadro 1 – Evolução do faturamento – 1º semestres (em bilhões) Fonte: e-bit (www.evitempresa.com.br)
  • 5. 4 Ainda segundo a pesquisa feita pelo WebShoppers (2011), os produtos mais vendidos pela internet atualmente são respectivamente: eletrodomésticos, informática, saúde e beleza, livros, revistas e jornais, e eletrônicos. Os empreendedores que desejam ingressar no CE, já perceberam a força da evolução de um mercado que cresce até 40% ano. Esse crescimento também traz novas características aos consumidores: eles são mais imediatistas, atualizados, e exigentes, já que no ambiente virtual existe inúmeras possiblidades de compras. Ganha a preferência quem conseguir oferecer mais ao seu cliente. 1.2 Tendências do comércio eletrônico O surgimento cada vez mais rápido de novas tecnologias tem obrigado as empresas a criarem adaptações de suas empresas digitais para diversos tipos de plataformas, e assim conseguir se aproximar cada vez mais dos consumidores e permanecer competitivas. Entre as tendências desse novo tipo de comércio temos (OSÓRIO, 2011): M- Commerce (Mobile Commerce); S-Commerce (Social Commerce); T-Commerce (Television Commerce); Produtos Virtuais; e Compras Coletivas. 2 O FENÔMENO DAS COMPRAS COLETIVAS A ideia de um sistema que oferece produtos e serviços com um desconto bem atrativo para um número “x” de compradores parece bem simples. Mas graças à internet esse sistema é feito de modo muito rápido e atrativo. São centenas de sites com ofertas para milhares de clientes todos os dias. Felipini (2011, p. 21) afirma que “o modelo de compra coletiva associa um produto atrativo a um desconto expressivo e a uma oportunidade com prazo certo para se extinguir”. Para que o comerciante feche um acordo com um site, é necessário acertar alguns pontos comuns a qualquer empresa como: qual produto a ser ofertado, o desconto a ser oferecido, o número mínimo de compradores, prazo de duração da oferta e sua validade, e o percentual sob a venda a ser repassado ao site. Depois dos pontos acertados é a vez do site de compra fazer o papel de intermediador do anúncio, da efetivação da compra e fazer o devido repasse ao anunciante. É muito importante que esse prestador de serviço monte um esquema atrativo de divulgação das ofertas para atrair o maior número de compradores.
  • 6. 5 Após a conclusão de compra no site, o comprador aguarda o recebimento de seu cupom para trocar por produtos e serviços conforme os critérios que foram anunciados no site. Tanto os anunciantes como os responsáveis pelos sites esperam agradar os clientes e assim conseguir com que ele volte outras vezes independente desse tipo de promoção. Quadro 2 - Etapas do ciclo de Compras Coletivas Fonte: Felipini, 2011. De uma maneira geral, todos os envolvidos saem ganhando: o comprador consegue adquirir produtos e serviços por descontos significativos, podendo até usufruir de novas experiências que até então não seria viável, a empresa que está ofertando pode atrair um bom volume de compradores, e o sites de compras coletivas que funcionam como provedores podem ficar com até 50% da receita sob as vendas. O primeiro site de Compras Coletiva no Brasil começou a funcionar em 2010 (FELIPINI, 2011). Em menos de um ano, mais de 200 sites passaram a oferecer esse tipo de serviço. Hoje, esse número já passou de mil. E o país é o quinto maior faturamento da GroupOn, a empresa pioneira no sistema de compras coletivas no mundo. No país, o sucesso das compras coletivas pode estar associado à propagação do comércio eletrônico, e na atratividade que os sites de compras coletivas exercem sobre os clientes. Os ramos de negócios que mais estão se
  • 7. 6 interessando em anunciar nesses sites são: pontos de alimentação e prestadores de serviços de beleza e estética. Ainda segundo o site e-bit (2011), as compras coletivas atingiram mais de 60% dos internautas brasileiros, e que 80% dos compradores pretendem repetir a experiência. Esses resultados mostram o tamanho da força que essa modalidade de comércio eletrônico representa para o mercado. De acordo com a pesquisa do e-bit, mesmo o comércio eletrônico oferecendo um grande espaço para entrada de novos sites do tipo, independente de tamanho, os maiores vendedores de cupons eletrônicos ainda estão concentrados em menos de 10 empresas em todo país. De acordo com Felipini: Este quadro não deve servir de desestímulo para o pequeno empreendedor, apenas um alerta no sentido de que a competição tende a se acentuar e para consolidar nesse segmento será preciso realmente agregar valor aos compradores de cupons e aos parceiros anunciantes, além de uma consistente estratégia de crescimento. (FELIPINI, 2011, p.107). O caminho então para enfrentar a concorrência das grandes empresas, em um mercado que ainda está se consolidando, seria a busca pela melhoria da competitividade dos empreendedores, investindo em sites de compras coletivas especializados por tipos de produtos ou serviços e por região (FUNADA, 2012). 2.1 Serviços como destaque nos sites de compras coletivas As ofertas em serviços são as que mais trazem retornos positivos para o número de vendas em sites de compras coletivas. A razão principal desse sucesso é o fato de que uma empresa prestadora de serviço tem o poder de oferecer maior desconto (por conta dos custos fixos) do que uma empresa que oferece bens de consumo (FELIPINI, 2011). Segundo o InfoSaveMe (2011), só no primeiro mês de 2012, 68% dos cupons vendidos do país foram de ofertas de restaurantes, saúde e beleza, e entretenimento. Nesses setores há grande possibilidade de retorno de clientes em um curto espaço de tempo e de estimular o consumo de produtos complementares. 2.2 Os prós e contras de anunciar em sites de compras coletivas
  • 8. 7 As empresas que anunciam em sites de compra coletiva esperam aproveitar essa ferramenta de marketing para expandir sua marca e atrair novos clientes. Mas é preciso avaliar se esse modelo de comércio eletrônico vai funcionar satisfatoriamente para seu negócio. Além de oferecer um desconto “imperdível”, as empresas precisam ter cuidado em escolher em qual empresa vão anunciar; procurar manter serviços de qualidade, independente de ser promocional ou não, e ter um bom pós- venda. Sem esses cuidados primordiais, os cupons vendidos podem se tornar uma grande dor de cabeça para os empresários (RIBEIRO, 2011). As principais vantagens de anunciar em site de compra coletiva são: • O comerciante recebe o valor dos cupons vendidos independente de sua utilização, o que pode até reduzir os seus custos; • Atrair um número expressivo de novos clientes de maneira rápida, e poder planejar o atendimento à demanda. • Oportunidade de fazer mercadoria circular e de ter clientes em períodos de baixa procura; • Facilitar a experiência de novos clientes e assim ter a oportunidade de criar novas necessidades de consumo destes. • Grande exposição da marca, que será visualizada não só por compradores, mas por visitantes dos sites. Os interessados naturalmente vão procurar mais informações sobre a empresa e divulgar espontaneamente para outras pessoas; • Ao contrário do que acontece geralmente quando se investe em ações de marketing, a empresa vai receber primeiramente o valor das vendas em um curto prazo e depois vai aos poucos desembolsar dinheiro para cobrir os custos de seus produtos/serviços. Entre as principais desvantagens de anunciar em site de compra coletiva estão: a desvalorização do produto ou serviço ofertado e a desvalorização da marca; o cliente habitual pode se sentir lesado ao pagar preços tabelados e o mesmo serviço estar pela metade do preço e ainda disputar ‘espaço’ como novos clientes; atrair clientes que só vão aproveitar as promoções e não irão voltar para consumir produtos/serviços pelo preço normal e que não tem interesse em adquirir os complementares; a empresa pode não conseguir atender de maneira satisfatória os
  • 9. 8 clientes, além de oferecer descontos, ela terá que investir em recursos materiais e humanos para dar conta da demanda; e o risco de receber cupons fraudulentos (OSCAR, 2012). Para Ribeiro (2011), “não é porque virou febre que a empresa precisa fazer. Como já disse, há duas coisas muito valiosas em jogo: dinheiro e clientes”. Essa afirmação se baseia no princípio de que se não for bom para o caixa da empresa, nem para sua clientela, não há motivo para se aderir ao e-commerce. 3 Metodologia A metodologia de pesquisa utilizada na montagem deste arquivo teve um caráter qualitativo e descritivo, contando com um prévio levantamento bibliográfico e uma pesquisa de campo, onde os dados analisados foram retirados de entrevistas individuais com empresários e gestores de sites de Compras Coletivas que atuam no Piauí. De acordo com uma consulta prévia sobre o tipo de empresa que mais utiliza a compra coletiva dentro do site Os Mosqueteiros, as entrevistas tiveram a participação de três (3) gestores de empresas que trabalham com serviços de estética, e que participam das compras coletivas em Teresina-PI. Houve uma pequena resistência por parte destes, pois acreditavam que a pesquisa poderia servir informações privilegiadas para a concorrência. Os pesquisados foram entrevistados de forma individual e em datas diferentes. A entrevista contou com 12 perguntas, seguindo o modelo abaixo: 1. Sua empresa utiliza ou já utilizou alguma ação de marketing para divulgação da marca, promoções e fidelização de clientes? Quais? 2. O que motivou a sua empresa anunciar em site de Compras Coletivas? 3. Quantas vezes já utilizou esse recurso de marketing? Utiliza sempre o mesmo ou já experimentou outros sites de Compras Coletivas? 4. Quais fatores (serviços menos procurados, divulgação de novos serviços, competição com a concorrência e etc.) são levados em consideração na escolha dos serviços a serem ofertados?
  • 10. 9 5. Os clientes advindos desses sites são o público esperado pela empresa? 6. Os novos clientes procuram pelos demais serviços que sua empresa oferece? 7. Os clientes que já frequentavam a empresa se sentem prejudicados de alguma forma depois que sua empresa anunciou em sites de Compras Coletivas? 8. Sua empresa consegue cadastrar os novos clientes, identificar perfil, interesses e preferências e utilizar essas dados para criar novas estratégias de vendas? 9. Sua empresa está preparada (estrutura física, pessoas, produtos, estacionamento, climatização etc.) para atender grande demanda, de forma a oferecer produtos e serviços com grande qualidade, superando as expectativas do consumidor? 10. Quais as dificuldades que sua empresa encontra para atender a demanda vinda das promoções de sites de Compras Coletivas? 11. Sua empresa possui algum tipo de monitoramento de avaliação da eficiência do anúncio? 12. Já ouve algum desconforto entre sua empresa e a empresa de site de Compra Coletiva? Qual? Os dados coletados permitiram uma análise das práticas gestoras relativas à utilização desse modelo e-commerce e dos principais resultados das empresas que adotaram as compras coletivas como diferencial competitivo de mercado. 4 Discussão e análise dos resultados No segundo semestre de 2010, surgiram os primeiro sites de compras coletivas piauienses (Registros de Domínios para Internet no Brasil). Até o fim de 2011, já estavam operando cerca de vinte e cinco. Mas alguns não chegaram a sobreviver por mais de seis meses. Entre os que permaneceram no mercado, continuam competindo com grandes sites como Groupon e Peixe Urbano.
  • 11. 10 ‘Os Mosqueteiros’ foi o primeiro site piauiense a operar, de fato, com essa modalidade de comércio. Somente em 2011, foram vendidos mais de 87.000 cupons para Teresina e Imperatriz – MA. E o site prevê a expansão para mais 13 capitais em 2012. Segundo os responsáveis pelo site, os anúncios de serviços são os mais procurados pelos comerciantes e consumidores, representando mais de 80% das ofertas somente de Teresina. A maioria dos anunciantes utilizou o site mais de uma vez para divulgar ofertas, mostrando que eles incorporaram essa modalidade de comércio eletrônico com bastante rapidez. O gráfico abaixo demonstra quais os tipos de serviços mais anunciados no site: Quadro 3 – Tipos de serviços Fonte: http://www.osmosqueteiros.com.br, 2012. Podemos perceber que os percentuais maiores seguem os resultados pesquisados em sites nacionais, ou seja, a prestação de serviços nos ramos de alimentação (bares, restaurantes e padarias) e de estética (clínicas e salões), sendo as mais anunciadas e as que têm maior número de cupons vendidos por oferta. Segundo a gestora do site ‘Os Mosqueteiros’: As ofertas de estética desde o início do modelo são as mais procuradas inclusive pela curiosidade de realizar procedimentos, que em sua maioria são caros, por um preço bem abaixo da tabela.
  • 12. 11 Os consumidores de serviços de beleza e estética aumentaram após o fenômeno das Compras Coletivas (OS COLETIVOS, 2012), principalmente impulsionada pela classe “C” que está deixando de consumir apenas produtos básicos de higiene e beleza e agora desejam incluir estes serviços em sua rotina. Esse resultado se repete com os demais sites de grande representação no Piauí, e também apontam sua expansão para outras capitais. Atualmente, seguindo uma tendência nacional, observa-se o aumento, diversidade e a venda de produtos eletro/eletrônicos. 4.1 Os serviços de estética e a utilização dos sites de compra coletiva em Teresina- PI Nas entrevistas realizadas com os gestores das empresas de serviço de estética, foi possível ver que a maioria nunca utilizou outros veículos (TV, rádio, internet) como forma de divulgação de sua empresa ou outra forma de investimento direto em publicidade. A empresa viu no fenômeno das Compras Coletivas a oportunidade, com relativo baixo custo, para atrair novos clientes e divulgar sua empresa. Os entrevistados já anunciaram mais de uma vez neste tipo de site, inclusive variando de sites. A motivação maior para a utilização destes mecanismos é o boom compras coletivas entre os consumidores piauienses. Além da busca de novos clientes, a curto prazo, em um mercado altamente competitivo da capital piauiense. As empresas elaboram suas ofertas considerando basicamente quatro fatores: tipos de serviços que são mais procurados pelos clientes; serviços com custo viável para a empresa; os tipos de serviços que as empresas concorrentes oferecem; e o período de baixa rotatividade de clientes. O sucesso na venda dos cupons surpreendeu os empresários. Algumas ofertas tiveram que ser encerradas antes do previsto para não extrapolar a capacidade de atendimento. Foi necessário a contratação de funcionários temporários e esticar o horário de atendimento para dar conta da demanda tentando evitar transtornos, mesmo que algumas vezes tenham sido inevitáveis por conta da lotação. A grande dificuldade para a fidelização dos clientes apontada pelas empresas foi fazê-los voltar e pagar pelo preço normal do serviço ou adquirir outros complementares aos da oferta. Por se tratar de serviços com um alto custo, muitos
  • 13. 12 clientes não teriam como pagar o preço normal. Também foi possível notar que um número expressivo de clientes só tem interesse em aproveitar o desconto e terminam não tendo preferência por uma determinada empresa. A pesquisa também demonstrou que o sistema de monitoramento dos clientes por parte das empresas ainda não são direcionados para elaborar uma estratégia de marketing para dar continuidade à divulgação da marca. Existe apenas o uso de fichas com os dados dos clientes para cadastro. Essa deficiência pode ser por falta de funcionários adequados, ou mesmo pela falta de interesse do proprietário em investir em ações periodicamente. A forma de avaliação do sucesso do anúncio é basicamente o número de cupons vendidos. Raramente é feito um trabalho de pós-venda, o que ajudaria a atrair o cliente para o consumo de outros serviços. As empresas demonstram não ter receio do desgaste da marca, mas algumas estão procurando dar um espaço de tempo entre um anúncio e outro, ou até mesmo fazendo suas próprias promoções com um percentual de desconto menor e divulgando através de cartazes no próprio estabelecimento e envio de e-mails para os clientes e uso de redes sociais. As empresas têm um bom relacionamento com os envolvidos no site de compra coletiva. A única reclamação que coincide entre as entrevistadas é valor das comissões do site, que é considerado alto. Mesmo sabendo que esse tipo de venda é um investimento para divulgação, os gestores esperam lucrar mais do que realmente é possível. 5 CONCLUSÃO As empresas estão buscando se tornar mais competitiva aderindo às diversas modalidades e plataformas do comércio on line. E seguindo tendências nacionais, a modalidade de Compras Coletivas caiu no gosto dos empresários e consumidores piauienses. Apesar de existirem sites de Compras Coletivas nacionais com ofertas para o Piauí, os sites locais conquistaram a confiança do mercado e estão começando a expandir o negócio por todas as cidades do estado e estados vizinhos. Muitas empresas do Piauí aderiram rapidamente ao fenômeno das Compras Coletivas porque perceberam que esta modalidade é uma forma rápida e prática de divulgar sua marca e receber novos clientes, com um custo acessível, funcionando como um investimento em propaganda.
  • 14. 13 As ofertas relacionadas aos serviços, principalmente os pontos de alimentação e estética, são os anúncios mais ofertados e procurados pelos clientes. Essas empresas estão utilizando esses sites com frequência com a intenção de atrair cada vez mais clientes, mesmo que esses não retornem para consumir serviços complementares ou outros com preço normal da casa. A fidelização do cliente ainda é um ponto importante que precisa ser trabalhado melhor pelos empresários, ainda não há um acompanhamento sobre o perfil dos clientes e nem de pós venda. Com um banco de dados bem trabalhado seria possível criar novas ações para tornar novos clientes em frequentadores assíduos, mesmo sem dar um desconto tão alto quanto aos dos sites de Compras Coletivas. Para continuar conquistando novos clientes, e não sofrer desvalorização da marca, essas empresas devem buscar uma consultoria de marketing para aproveitar melhor todas as ferramentas do e-commerce e manter um bom fluxo de clientes, sem comprometer a qualidade e sem ter prejuízo com o excesso de descontos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBERTIN, Alberto Luiz. Comércio eletrônico: modelo, aspectos e contribuições de sua aplicação. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2010. FELIPINI, Dailton. Compra Coletiva: um guia para o comprador, o comerciante e o empreendedor. Rio de Janeiro: Brasport, 2011. FUNADA, Paulo Henrique. Diferenciais nas compras coletivas fortalecem marcas regionais. Disponível em http://www.bolsadeofertas.com.br/diferenciais- nas-compras-coletivas-fortalecem-marcas-regionais. Acesso em 27 de fev. de 2012. ______, Paulo Henrique. Tendências em Compras Coletivas. Disponível em http://www.bolsadeofertas.com.br/artigo-tendencias-em-compras-coletivas. Acesso em 27 de fev. 2012. GONÇALVES, Edson. A evolução do e-commerce. Disponível em http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/a-evolucao-do-e- commerce/60722. Acesso em 6 de fev. de 2012. MATTOS, Gastão. Mudança de estágio no Comércio Eletrônico no Brasil. Disponível em http://www.camara-e.net/2011/06/02/mudanca-de-estagio-no- comercio-eletronico-no-brasil. Acesso em 23 de out. de 2011. OSCAR, Naiana. Empresas têm prejuízo com sites de compra coletiva. Disponível em http://economia.estadao.com.br/noticias/economia,empresas-tem- prejuizo-com-sites-de-compra-coletiva,60434,0.htm. Acesso em 29 de mar. de 2012.
  • 15. 14 OSORIO, Josiane. As tendências do e-commerce em 2012. Disponível em http://www.blogdoecommerce.com.br/tendencias-do-ecommerce-2012. Acesso em 20 de mar. de 2012. RIBEIRO, Sylvio. Prós e contras de usar compras coletivas no seu negócio. Disponível em http://www.pequenoguru.com.br/2011/05/pros-e-contras-de-usar- compras-coletivas-no-seu-negocio. Acesso em 13 de out. de 2012. REGISTRO DE DOMÍNIOS PARA A INTERNET DO BRASIL. Disponível em http://registro.br/. Acesso em 25 de fev. de 2012 WEBSHOPPERS. 24ª edição. Disponível em http://www.webshoppers.com.br/webshoppers/WebShoppers24.pdf. Acesso em 28 de fev. de 2012. ZMOGNSKI, Felipe. Gigantes do e-commerce invadem o Brasil. Disponível em http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/gigantes-da-e-commerce-invadem-o- brasil. Acesso em 23 de out. de 2011.