O documento discute sistemas e métodos para a produção de habitação individual e coletiva. Aborda definições de habitação, formas de produção, projetos exemplares e critica a monotonia da habitação coletiva no Brasil.
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Habitação: produção e projetos
1. Sistemas e métodos para a produção de habitação individual e coletiva.
Definições de habitação
Conceitos de habitação individual e coletiva
Formas de produção da habitação: promoção privada e pública
Crítica à monotonia espacial e arquitetônica da habitação coletiva no Brasil
Projetos:
Projetos: Habraken | Aranguren Gallegos | Aravena | Dosmasuno arquitectos
2. HABITAÇÃO: do Lat. habitatione | lugar em que se habita, domicílio, vivenda, morada.
Funções da habitação:
Abrigo, lazer, descanso, convívio, realização de necessidades fisiológicas.
Atender aos princípios básicos de habitabilidade, salubridade e segurança.
Cenário das tarefas domésticas e às vezes também de pequenos negócios.
Habitação é um bem de consumo de características únicas, sendo um produto
potencialmente muito durável onde muito freqüentemente são observados tempos de
vida útil superior a 50 anos (ORNSTEIN, 1992).
PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO COMPLEXAS:
Bem muito caro > longo período de circulação > longo período de construção >
financiamento à produção > vinculação com a terra > parte do espaço urbano
entraves à racionalização > industrialização
3. Como função econômica: sua produção gera trabalho, mobiliza vários
setores da economia local e influencia os mercados imobiliários, de bens e serviços.
H Importante aspecto da
valorização da CASA
A construção da habitação responde por parcela PRÓPRIA pelo Estado:
significativa da atividade do setor de construção civil: acumulação de K e
desenvolvimento da
nascente indústria da
Em 2002, o sub-setor de construção de edifícios, que construção civil.
envolve a construção habitacional, foi responsável por
25,29%
25,29% da riqueza gerada pelo macro-setor da A adoção, pela indústria
C
construção no país
país. da construção dos
construção,
princípios das novas
Em 2003, o macro-setor da Construção Civil brasileiro filosofias da produção,
gerou R$ 96,8 bilhões, correspondendo a 6,4% do PIB
PIB. assim como os demais
princípios de gestão
integrada da cadeia
Esta relevância se estende também ao aspecto social: a produtiva da habitação,
construção foi responsável, em dezembro de 2004, por pode significar o
1,28 milhões de empregos com carteira assinada no caminho a seguir para
país que a habitação passe
a ter a condição de
(FGV/SINDUSCON, 2004). produto acessível a
todas as camadas
sociais no país.
4. Habitação individual ou unifamiliar: habitação destinada ao abrigo de uma
família ou grupo limitado de indivíduos. Habitação única, isolada e independente:
casas.
H Construídas pelos mestres ou artistas e tidas como peças de ARQUITETURA.
Habitação coletiva ou multifamiliar: habitação destinada ao abrigo de mais de
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uma família ou grupos de famílias ou indivíduos: edifício de apartamentos,
conjuntos habitacionais, vilas operárias, cortiços (séc. XIX).
H Caracterizadas como CONSTRUÇÃO, eram vernaculares e construídas por anônimos
CONSTRUÇÃO
mestres de obra. No RJ do séc. XIX era sinônimo de pobreza viver coletivamente. Déc.
50 o apartamento passa a ser objeto de desejo da classe média.
Séc. XX
urbanização > aumento populacional > guerras > demandas > construção em massa >
arq. moderna > habitação como questão de projeto >homem estandar > ausência de
contato com o cliente > MASSIFICAÇÃO DO PRODUTO HABITAÇÃO
5. Habitação individual
Projeto individualizado, exprime os anseios e necessidades específicas da
família ou grupo a que se destina.
Produção convencional | intenso contato com usuário
Residência em São Sebastião – Pedro e Lua Nitsche, 2006.
6. Habitação individual auto-construída
auto-
Ausência de projeto, de recursos e atraso tecnológico são as principais características
da produção individual privada sem recursos.
Produção alternativa | mutirão, auto-ajuda e ajuda-mútua
auto- ajuda-
Imagens de casas e bairros auto-construídos de São Paulo, autor e data não identificados.
auto-
7. Produção formal de habitação individual privada
Construção convencional: recursos disponíveis
• Provisão de fundos | acesso à financiamento
• Contratação de profissionais da arquitetura e construção civil
• Escolha e compra do terreno – localização, infra-estrutura, vizinhança
• Programa - estilo de vida, hábitos, necessidades específicas etc.
• Elaboração do projeto – especificações técnicas, projetos complementares
• Aprovação legal do projeto – observação às normas, taxas e índices.
• Definição de materiais e técnicas construtivas – alvenaria convencional, alvenaria portante,
estrutura de madeira, metal, pré-fabricação.
• Construção – contratação de mão de obra, canteiro, orçamentos
• Ocupação – verificação da expectativa
• Eventual transformação – programada ou não
ç p g
Auto-
Auto-construção, ajuda-mútua, auto-ajuda, mutirão: ausência ou carência de recursos
ajuda- auto-
• Mão de obra do interessado (nem sempre qualificada)
• Ausência de projeto
• Pouco acesso à inovações tecnológicas
• Construção é feita conforme a disponibilidade de recursos (tecnologia disponível)
• Desperdício de material de construção, atraso tecnológico
• Construção em lugares de risco
• Ausência de acabamento
8. Habitação coletiva
Processo de projeto não existe a figura do cliente ou usuário, adoção do homem
tipo estandar. No Brasil o mercado imobiliário muitas vezes trabalha com índices e
estatísticas obsoletas e apresenta-se muito estático em oferecer alternativas à variabilidade
da composição e dinâmica familiares.
Aranguren Gallegos Dos mas uno arquitectos Alejandro Aravena
Carabanchel, 2003. Carabanchel, 2003. Iquique, 2006.
9. Habitação coletiva de interesse social:
ESTATUTO DA CIDADE: LEI FEDERAL nº 10.257, de 10 de julho de 2001
DIREITO À MORADIA COMO DIREITO UNIVERSAL DA HUMANIDADE
O direito à moradia pressupõe a ação positiva do Estado por meio de execução de políticas públicas,
no caso, em especial, da promoção da política urbana e habitacional.
Promoção pública | atendimento a população de baixa renda.
Hector Vigliecca Artigas, F. Penteado e Afonso Reidy
P.M. Rocha
São Paulo, 1989. Rio de Janeiro,
São Paulo, 1967. 1947.
HIS: é aquela destinada para famílias de baixa renda, que pode ser produzida pela Prefeitura ou por outra entidade
ligada a ela. Cada habitação pode ter no máximo 50m2 de área, descontadas as paredes e poços de iluminação e
ventilação, um banheiro e até uma vaga de garagem por unidade. PDE – SP 2003
10. Produção formal de habitação coletiva privada
Produção convencional | incorporação imobiliária
Incorporação imobiliária é a atividade empresarial que tem por objetivo a construção e
comercialização, durante a obra, de unidades imobiliárias autônomas integrantes de
edificações coletivas, bem como a constituição de condomínio edilício, mediante
instituição registrada no Registro de Imóveis.
Imóveis.
• Escolha e aquisição ou parceria com proprietários de terrenos.
• Captação de recursos
• Coordenação de todos os agentes envolvidos no processo.
• Assunção dos riscos
• Contratação de Projetos
• Divulgação e Comercialização
• Gestão da comercialização e da construção
• Regularização da propriedade junto ao Registro de Imóveis
11. Produção formal de habitação coletiva pública
Produção convencional | cias. de habitação municipal
Promoção pública de habitação tem por finalidade executar programas habitacionais em todo o
país, voltados para o atendimento exclusivo da população de baixa renda e moradores em situação de
risco. Ministério das Cidades > Secretaria de Habitação > Municípios
• Organização das demandas
• Aquisição de terrenos, desapropriações, estudos de viabilidade
• Captação de recursos
• Gestão direta ou indireta (auto-gestão ou co-gestão)
• Contratação de Projetos (assessorias técnicas, concursos e universidades)
• Acompanhamento de obra, medições, liberação de recursos
12. >> Flexibilidade >> driblar falta de conexão <projetista – usuário>
DEMANDAS MUITO ELEVADAS > INCIDÊNCIA DE HABITAÇÃO COLETIVA
Habraken – Teoria dos Suportes
Flexibilidade Inicial – modificar antes de
usar participação do usuário e do
Aranguren Gallegos
promotor.
Flexibilidade permanente – modificar o
entorno durante o tempo Mobilidade – rápida
modificação dos espaços
Evolução – pressupõe a
modificação a longo prazo
segundo as transformações da
Alejandro Aravena
família.
Elasticidade – modificação pela
união de unidades ou espaços.
GALFETTI, 1997. Dosmasuno
13. HABRAKEN e a Teoria dos Suportes – Holanda déc. de 60
Beta – uso privado, Alfa – uso privado com aberturas, Gama – uso público, circulação, Delta – uso privado aberto
Durante muitos anos a uniformidade na produção
massiva de habitação coletiva era defendida como
um custo necessário para alcançar uma produção
mais eficiente. (HABRAKEN, 1979)
eficiente. 1979)
SAR (Stichting Architecten Research)
conceito de SUPORTE como hipótese de trabalho
HOLANDA laboratório que estuda soluções para o
HOLANDA:
problema da massificação da habitação coletiva
Suporte é uma construção que abriga
moradias abastecidas de infra-
infra-
estrutura, erguidas independentemente
- como uma moldura para um
organismo vivo e complexo. Em
complexo.
oposição às moradias produzidas em
massa, os suportes precisam ser
estruturas duráveis cujas formas
permitam o inesperado. (MOM)
inesperado.
>> Introdução do usuário na tomada de decisões projetuais.
Fonte das imagens: www.mom.arq.ufmg.br
14. EXPERIÊNCIAS RECENTES NA PRODUÇÃO DE HABITAÇÃO COLETIVA SOCIAL
ESPANHA,
ESPANHA 2003
CHILE, 2007
15. Viviendas em Iquique | Chile | Alejandro Aravena | 2007
93 UH | 5.025 m2 (terreno)
25, 36, 70 e 72m2 área mínima e máxima componíveis
18. 102 Viviendas em Carabanchel | Dosmasuno Arquitectos | Concurso 2003 | 1o. Prêmio.
Prêmio
Unidade básica com
acréscimo de + um ou dois
cômodos à UH.
Fonte: www.imagensubliminal.com e www.dosmasunoarquitectos.com
19. Dosmasuno Arquitectos | 102 Viviendas em Carabanchel | Concurso 2003 | 1o. Prêmio.
Planta de um pavimento. Plantas das unidades: básica, + 1 e 2 dormitórios.
29. Flexibilidade total para o usuário, que
determina como e quando deseja a
compartimentação dos cômodos.
cômodos.
30.
31.
32.
33.
34. BIBLIOGRAFIA PESQUISADA
ORNSTEIN S., ROMERO M., Avaliação Pós-Ocupação do Ambiente Construído. São Paulo: Studio
ORNSTEIN, ROMERO,
Nobel, Edusp,1992.
MARICATO,
MARICATO E. Habitação e Cidade. São Paulo: Ed. Atual, 1997.
BONDUKI N. Origens da Habitação Social no Brasil. São Paulo: Ed. Liberdade, 1998.
BONDUKI,
GALFETTI G.G. Pisos Piloto: células domésticas experimentales. Barcelona: Ed. GG, 1997.
HABRAKEN N.J. et alt. El diseño de soportes. Barcelona: Ed. GG, 1979.
Sites consultados:
www.elementalchile.cl
www.dosmanunoarquitectos.com
www.mom.arq.ufmg.br
www.arangurengallegos.com
Acessados em Fev | 2009