3. Trade-offs - Eficiência e Equidade
As pessoas enfrentam trade-offs.
“Nada é de graça”. A tomada de decisões exige escolher um objectivo em
detrimento de outro.
O trade-off clássico “Armas / Manteiga”: Quanto mais gastamos em defesa nacional
(armas) menos poderemos gastar em bens de consumo (manteiga), tal como vimos no
1º semestre, em Macroeconomia.
Outro trade-off que a sociedade enfrenta é entre Eficiência e Equidade.
Eficiência significa que se está a obter o máximo que se pode dos recursos escassos.
Equidade significa que os benefícios resultantes estão a ser distribuídos com justiça
entre os membros da Sociedade.
Por outras palavras: a Eficiência refere-se ao tamanho do “bolo” económico; a
Equidade à maneira como o “bolo” é dividido. Muitas das vezes, na formulação das
políticas governamentais, esses dois objectivos entram em conflito.
MICROECONOMIA Teoria da Produção
4. “Armadilhas” vulgares na tomada de decisões
Como as pessoas enfrentam trade-offs, a tomada de decisões exige comparar os
custos e benefícios das diferentes alternativas.
Uma armadilha decorre de se ignorem os custos implícitos (os que não têm a ver
com pagamentos). Se se fizer a actividade x significa não poder fazer a actividade y.
Então, o valor de fazer y é o Custo de Oportunidade de fazer x.
O Custo de Oportunidade é o valor da melhor opção sacrificada numa decisão. É o
valor daquilo de que se abriu mão.
O Custo de Oportunidade é o conceito mais preciso e completo de custo, aqueles
que devemos usar quando tomamos as nossas próprias decisões.
Muitas pessoas tomam más decisões porque tendem a ignorar o valor dessas
oportunidades postas de lado.
MICROECONOMIA Teoria da Produção
5. “Armadilhas” vulgares na tomada de decisões
Medir os custos e benefícios em proporção em vez de os medir em valores absolutos
é um erro.
Numa análise custo-benefício, ambos devem ser expressos em valores absolutos.
Comparar percentagens não é uma forma adequada de avaliar decisões. Há que
pensar em termos de Margem.
O princípio do custo-benefício estabelece que os conceitos relevantes para escolher
um nível de actividade são os Custos Marginais e os Benefícios Marginais. No entanto,
muitos indivíduos tomam decisões com base em valores médios, por incapacidade em
os distinguir.
O custo de uma unidade adicional chama-se Custo Marginal da actividade; o benefício
de uma unidade adicional designa-se Benefício Marginal.
A regra: devemos aumentar a actividade enquanto o seu Benefício Marginal exceder o
respectivo Custo Marginal.
MICROECONOMIA Teoria da Produção
6. Fronteira de Possibilidades de Produção (FPP)
A FPP é um gráfico que mostra as várias combinações de dois bens que a economia
tem possibilidade de produzir com os recursos e a tecnologia disponíveis.
É a fronteira máxima que a economia pode produzir, dado que os recursos
produtivos são limitados. Mostra as alternativas de produção da sociedade,
supondo os recursos plenamente empregues.
Para produzir mais de um bem, a sociedade precisa de retirar recursos da produção
de outro bem.
A Eficiência Produtiva verifica-se quando uma economia não pode produzir mais do
que um bem sem que produza menos de um outro bem (a economia está sobre a
FPP).
“A substituição é a lei da vida numa economia de pleno emprego e a fronteira de
possibilidades de produção representa o menu de escolhas da sociedade” (Paul
Samuelson).
MICROECONOMIA Teoria da Produção
8. A Teoria da Empresa
A Teoria da Empresa trata:
Do modo pelo qual uma firma toma decisões de produção
minimizadoras de custos.
Do modo pelo qual os custos de produção variam com o nível de
produção.
Das características da oferta de mercado.
Dos problemas das actividades produtivas em geral.
MICROECONOMIA Teoria da Produção
9. A Produção
Para os economistas a Produção - sendo um processo altamente estruturado,
frequentemente mecanizado, através do qual se transformam matérias-primas em
produtos finais, com destino à venda – engloba actividades que normalmente não são
consideradas como tal.
É importante realçar que o conceito de Produção não se reporta apenas aos bens
físicos, mas também a serviços, como transportes, comércio, actividades financeiras,
etc.
A Produção é definida com qualquer actividade que crie utilidade, no presente ou no
futuro.
A Produção, portanto, consiste na utilização de recursos na transformação de
produtos para se tornarem mais úteis na forma, no espaço, na propriedade ou no
tempo e envolve o uso de conhecimento para aplicar energia nesse processo.
A Produção depende dos factores produtivos utilizados (“inputs”) para obter um
determinado volume de produção (“output”) e da tecnologia utilizada.
MICROECONOMIA Teoria da Produção
10. Produto – Total, Médio e Marginal
O Produto (Físico) Total é a quantidade total realizada de um produto, em
unidades físicas.
O Produto Marginal representa a variação no Produto Total devido a uma
variação unitária no factor variável, com todos os outros factores
constantes.
O termo “marginal” significa “adicional”, pelo que resulta do aumento (ou
diminuição) do produto decorrente de uma unidade adicional do factor
variável.
O Produto Médio é definido como o Produto Total dividido pela
quantidade do Factor Variável utilizado para se atingir o nível de produção.
MICROECONOMIA Teoria da Produção
11. Produção com um Factor Variável (Trabalho)
Produção
Observações:
mensal por À esquerda de E: PMg > PM & PM crescente
trabalhador À direita de E: PMg < PM & PM decrescente
E: PMg = PM & PM máximo
30
Produto marginal
E Produto médio
20
10
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Trabalho mensal
MICROECONOMIA Teoria da Produção
12. Produção com um Factor Variável (Trabalho) - Comentários
Quando PMg = 0, PT encontra-se no seu nível máximo.
Quando PMg > PM, PM é crescente.
Quando PMg < PM, PM é decrescente.
Quando PMg = PM, PM encontra-se no seu nível máximo.
O Óptimo da Produção diz-nos como o produtor combinará os factores a
fim de maximizar o produto para um custo total dado ou,
alternativamente, como o produtor combinaria os factores para minimizar
os custos de um produto.
MICROECONOMIA Teoria da Produção
13. Caso de estudo nº 1
Quando, no início da década de 70, o preço da gasolina sofreu um
incremento brusco, verificou-se que os táxis, que antes circulavam à
procura de passageiros, passaram a estar muito mais tempo parados nas
praças.
A circulação à procura de passageiros permite ao táxi realizar mais viagens
com passageiro do que quando está parado à espera que o procurem.
Contudo, a circulação obriga-o a gastar gasolina. Para encontrar um
passageiro o táxi tem que gastar diferentes quantidade de gasolina ao longo
do dia: relativamente pouca nas horas de maior movimento, maior
quantidade nas horas mortas.
A produtividade marginal da gasolina é variável ao longo do dia: mais
elevada na hora de ponta, mais reduzida nas horas mortas. Com o aumento
do preço da gasolina, muito dos táxis que circulavam em horas mortas
passaram a estacionar nas praças nessas horas.
Economia da Empresa – 4ª edição – José Mata
MICROECONOMIA Teoria da Produção
14. Caso de estudo nº 2
Suponha que no último minuto gasto no problema 1 do seu primeiro exame
de Economia ganhou 4 pontos adicionais, enquanto no último minuto gasto
no problema 2 ganhou 6 pontos adicionais. O número total que ganhou
nestas duas questões foi de 20 e 12 pontos, respectivamente e o tempo
total que gastou em cada uma delas foi o mesmo. Como – se é que vale a
pena – deveria redistribuir o seu tempo entre as duas questões?
A regra para a distribuição eficiente do tempo gasto em exames é a mesma
regra para a distribuição eficiente de qualquer recurso: a produtividade
marginal do recurso deve ser a mesma para cada actividade.
A partir da informação fornecida, a produtividade marginal do último
minuto gasto na questão 2 foi de 6 pontos, ou mais 2 pontos de que a
produtividade marginal do último minuto gasto na questão1.
Apesar da produtividade média do seu tempo gasto na questão 1 ter sido
superior ao da questão 2, teria obtido mais pontos se tivesse gasto menos
tempo na questão 1 e mais tempo na questão 2.
Microeconomia e Comportamento – 6ª edição – Robert H. Frank
MICROECONOMIA Teoria da Produção
16. Introdução
Cf. referido na abordagem à Teoria da Firma, na perspectiva do economista, há que
distinguir entre custos contabilísticos (custo explícitos, que sempre envolvem um
dispêndio monetário) e custos de oportunidade (custos implícitos, estimados a partir
do que poderia ser ganho no melhor uso alternativo), medidos pela utilidade.
Os custos de oportunidade não são contabilizados no balanço das empresas. P.ex.:
O capital que permanece parado nas disponibilidades da empresa: o custo de
oportunidade é o que a empresa poderia estar a ganhar se aplicasse esse capital no
mercado financeiro;
Quando a empresa funciona em instalações próprias, deve imputar um custo de
oportunidade correspondente ao que pagaria se tivesse de arrendar um edifício.
Os custos, tal como aparecem reflectidos nas contas da empresas, são insuficientes
para a tomada de decisão. Para o economista, as curvas de custo devem considerar,
para além dos custos contabilísticos, os custos de oportunidade (a remuneração que
o proprietário da empresa poderia obter para o seu capital e o seu tempo, se os
empregasse noutras actividades, p.ex.) reflectindo, assim, o custo económico.
MICROECONOMIA Custos de Produção
17. Introdução
Fonte: Introdução à Economia – 3ª edição – N. Gregory Mankiw
Como os economistas Como os contabilistas
vêem as Empresas vêem as Empresas
Lucro
Económico
Lucro
contabilístico
Custos
Receita Implícitos Receita
Custo
de oportunidade
total
Custos Custos
Explícitos Explícitos
MICROECONOMIA Custos de Produção
18. Custos Fixos e Custos Variáveis
Os Custos Fixos (CF) correspondem à parcela dos custos totais que não dependem
do nível de produção (não são afectados por qualquer variação da quantidade
produzida e são suportados mesmo quando a produção está inactiva).
São os chamados “custos à cabeça”. P.ex.: a renda das instalações, as prestações dos
empréstimos no curto prazo, a iluminação, etc.
Os Custos Variáveis (CV) dependem da produção e, por isso, mudam à medida que a
quantidade produzida varia. Representam as despesas realizadas com os factores
variáveis de produção. P.ex.: os salários, os gastos na compra de matérias-primas, etc.
Esta é uma distinção importante para a decisão de quanto produzir, pois num
processo produtivo existem elementos que se podem mudar e ajustar (o número de
trabalhadores, quantidade de matéria-prima, etc.), enquanto outros são muito mais
rígidos (o número de máquinas ou a dimensão da fábrica, p.ex.).
MICROECONOMIA Custos de Produção
19. Custo Fixo,Variável e Total
Curva de Custo Total
Custo
Total
18.00 CT
16.00
14.00
12.00
10.00
8.00 CV
6.00
4.00
2.00 CF
0 2 4 6 8 10 12 14
Qt
MICROECONOMIA Custos de Produção
20. Custos Médios e Custo Marginal
Custos - Marginal e Médio
Custos
3.00
2.50
CMg
2.00
1.50
CMe
CVM
1.00
0.50
CFM
0 2 4 6 8 10 12 14 Qt
MICROECONOMIA Custos de Produção
21. Curvas de Custos
A Curva de Custos Médios (CMe) é em forma de “U”. Na essência, isso resulta do
comportamento dos rendimentos marginais, como referido. Inicialmente, a curva
tem uma zona decrescente, que corresponde a uma fase de rendimentos marginais
crescentes. Quando a produção é muito baixa, um aumento dessa produção pode
fazer descer muito significativamente o custo atribuído a cada unidade.
Por exemplo, o custo numa siderurgia de produzir só uma chapa de ferro é
elevadíssimo, pois o alto-forno e os outros equipamentos têm todos o seu custo
afectado a essa unidade. Se forem produzidas dez chapas, o custo médio de cada uma
fica muito mais baixo, pois (embora se gaste mais matéria-prima) todo o custo do
equipamento vai ser distribuído agora por dez unidades.
Mas, a partir de certa altura, produzir mais começa a sair cada vez mais caro
(saturação, engarrafamento, etc.) e a curva cresce. Passou-se à fase dos rendimentos
marginais decrescentes, que, ao fim de certo tempo, faz subir CMe. Deste modo a
Curva dos Custos Médios apresenta um padrão geral em U. A Curva dos Custos
Marginais (CMg), fortemente ligada à dos custos médios, tem também um padrão em
U, mas mais vincado, começando a crescer antes da CM.
MICROECONOMIA Custos de Produção
22. Custo Total Médio – no curto e longo prazo
Custo
CMg LP
CMe LP
A
Escala óptima
Produção
MICROECONOMIA Custos de Produção
23. Caso de estudo nº 1
A proprietária de uma loja de comércio cuida pessoalmente do trabalho
contabilístico. De que forma poderemos medir o custo de oportunidade desse
trabalho?
Os custos de oportunidade são calculados a partir da comparação entre o uso
corrente do recurso e seus usos alternativos. O custo de oportunidade do trabalho
contabilístico é o tempo que deixa de ser gasto noutras actividades, como a gestão
de um negócio ou a realização de actividades de lazer. O custo económico do
trabalho contabilístico é dado pelo maior valor monetário que poderia ser obtido
através de outras actividades.
MICROECONOMIA Custos de Produção
24. Caso de estudo nº 2
Como é que o desenho de uma mosca reduz os custos de manutenção de um
aeroporto? Porque é que um fabricante de equipamento sanitário começou a
imprimir a imagem de uma mosca no centro dos urinóis de cerâmica?
A substituição do capital pelo trabalho por vezes é motivada não por uma alteração
dos factores, mas sim pela introdução de ideias novas. No caso do Aeroporto de
Schipol, em Amsterdam, para evitar os maus cheiros e a sujidade, apesar das
limpezas frequentes, a solução não foi intensificar os esforços de equipas de
manutenção, mas sim adoptar esse tipo de urinóis, com uma mosca gravada no
centro. A sua teoria assentava no facto de que a presença deste faria com que os
utilizadores fossem mais precisos na utilização das instalações. Qual foi o resultado?
Instalações extremamente limpas e uma redução de 20 por cento nos custos de
limpeza.
Adaptado de “Microeconomia e Comportamento” – 6ª edição – Robert H. Frank
MICROECONOMIA Custos de Produção
26. Os Mercados
Os Mercados possibilitam a compradores e vendedores negociar e a transaccionar,
para que possam repartir os possíveis ganhos da especialização e da troca de acordo
com as vantagens comparativas.
Os economistas vêem a Economia como um conjunto de mercados. Em cada um
deles os compradores e vendedores serão diferentes, dependendo do que estiver a
ser negociado. Há um mercado de computadores, um mercado de carros, um mercado
de batatas, um mercado de acções, etc.
Na economia de mercado as decisões são descentralizadas (cabem aos vendedores e
aos compradores); os mercados tendem a ser eficientes (os consumidores, em regra,
pagam preços por bens que reflectem aproximadamente os custos mínimos de
produção); as forças que dirigem os mercados em direcção ao equilíbrio – a tal ”mão
invisível” de que falou Adam Smith – tendem a gerar maior estabilidade que todos os
outros mecanismos.
O Sistema de Mercado, sendo o tipo de organização social de produção e distribuição
prevalecente, é um sistema social em que os preços dirigem a utilização dos recursos,
em que, por consequência, os preços são utilizados para alocar recursos.
MICROECONOMIA Estruturas de Mercado
27. As Estruturas de Mercado
Fonte: Introdução à Economia – 3ª edição – N. Gregory Mankiw
Número de Empresas?
Muitas
firmas
Tipo de Produtos?
Uma Poucas Produtos
empresa empresas Produtos
diferenciados
idênticos
Monopólio Oligopólio Competição Competição
Monopolística Perfeita
• Água • Bolas de ténis • Romances • Trigo
• Electricidade • Petróleo • Filmes • Leite
MICROECONOMIA Estruturas de Mercado
28. Quadro-síntese
Concorrência perfeita Monopólio Oligopólio Concorrência Monopolística
Muitos, de dimensão Muitos, mas menos que em
Quanto ao nº de concorrentes Uma, de grande dimensão Poucos, de grande dimensão
semelhante concorrência
Bens homogéneos ou
Produtos substitutos Bens homogéneos Inexistentes Alguma diferenciação
diferenciados
Barreiras à entrada Inexistentes Intransponíveis Consideráveis Poucas
Depende da interacção
Poder de mercado Inexistente Considerável Depende da diferenciação
estratégica
Bolsa de produtos ou Publicidade e rivalidade pela Publicidade e rivalidade pela
Métodos de marketing Publicidade
mercados tipo leilão qualidade qualidade
Alguns mercados agrícolas e
Exemplo Electricidade Petróleo, Automóveis Computadores
financeiros
MICROECONOMIA Estruturas de Mercado
30. Mercados perfeitamente competitivos
Um mercado perfeitamente competitivo possui as seguintes características:
• Existem muitos compradores e vendedores no mercado, sem influência no preço
(cada empresa é demasiado pequena para que possa influir no mercado; o preço de
mercado é um dado; a decisão é a da quantidade a produzir).
• Os bens oferecidos pelos vários vendedores são basicamente os mesmos.
• As empresas podem entrar e sair livremente do mercado.
Num mercado de concorrência perfeita estarão ausentes os sinais de rivalidade, uma
vez que há informação perfeita. Do lado dos vendedores não haverá motivação para a
publicidade, não haverá necessidade de pesquisa de mercado e não haverá
diferenciação, porque o produto é homogéneo. Do lado dos compradores, nenhum
precisará de procurar por um negócio melhor.
O mercado de concorrência perfeita é o melhor exemplo do funcionamento dos
chamados “ajustes de mercado”. Alguns mercados agrícolas e o próprio mercado de
acções são próximos desta estrutura.
MICROECONOMIA Mercados Competitivos
31. Maximização do Lucro
O objectivo principal de uma empresa é a Maximização de Lucro.
Devem salientar-se dois aspectos: a clarificação do termo “lucro” (em particular a
distinção entre lucro económico e lucro contabilístico, já tratada em diversos slides) e
os comportamentos específicos que conduzem a esse objectivo, como, p.ex., a
reacção das empresas a alterações nos factores produtivos ou nos preços dos
produtos, impostos e outros factores influenciadores do contexto em que actuam.
Para maximizar o lucro a firma escolhe a quantidade de produto que iguala a receita
marginal ao custo marginal.
Esta também é a quantidade onde o preço é igual ao custo marginal.
Portanto, a curva de custo marginal de uma empresa é a sua curva de oferta. A curva
de procura de uma empresa perfeitamente competitiva é horizontal.
MICROECONOMIA Mercados Competitivos
32. Maximização do Lucro em Mercados Competitivos
Custos
e A empresa maximiza
receita o lucro produzindo
a Quantidade onde
CMg
o Custo Marginal iguala
a Receita Marginal.
CMg2
CTM
P = RMg1 = RMg2 P = RM = RMg
CVM
CMg1
0 Q1 QMAX Q2 Quantidade
MICROECONOMIA Mercados Competitivos
33. Resumo das Decisões de Produção
A maximização de lucro ocorre quando a receita marginal é igual ao custo marginal.
RMg = CMg = P
• Quando RMg > CMg, então, Q deve aumentar (cada unidade adicional produzida
aumenta o lucro).
• Quando RMg < CMg, então Q deve diminuir (cada unidade que deixa de ser
fabricada aumenta o lucro).
• Quando RMg = CMg, então o lucro é máximo.
MICROECONOMIA Mercados Competitivos
34. Decisão de suspender a actividade (a curto prazo)
A paralisação (temporária) de uma empresa refere-se à decisão de não produzir nada
durante algum período (no curto prazo), por causa da condição momentânea do
mercado.
A saída (definitiva) refere-se à decisão (de longo prazo) de abandonar o mercado.
As decisões – de curto e longo prazo – diferem porque a maioria das empresas não
se consegue libertar do custo fixo no curto prazo, mas pode consegui-lo no longo
prazo. Ou seja, uma empresa que paralisa a sua actividade temporariamente ainda tem
de suportar os custos fixos; só quando abandona o mercado se liberta dos custos
fixos e variáveis.
A empresa decide paralisar se a receita da sua produção é menor que os custos
variáveis da produção, isto é, quando RT < CV RT/Q < CV/Q P < CVM
Ela poderá retomar no futuro se as condições mudarem de tal modo que o preço
exceda o custo variável médio, o ponto-chave da sua condição de encerramento.
A parte da curva de custo marginal que se encontra acima da curva de custo variável
médio é a oferta da firma no curto prazo.
MICROECONOMIA Mercados Competitivos
35. Curva de Oferta de Curto Prazo das Empresas Competitivas
Custos
Curva de oferta
Se P > CTM, a de curto prazo CMg
empresa vai produzir
com lucros.
CTM
Se P > CVM, a
empresa vai continuar CVM
a produção no curto
prazo.
A empresa
paralisa
a produção
P < CVM
0 Qt
MICROECONOMIA Mercados Competitivos
36. Empresa com Lucro
Preço
CMg CTM
Lucro = (P – CTM) x Q
P
CTM P = RM = RMg
Qt
0 Q (Quantidade que maximiza o lucro)
MICROECONOMIA Mercados Competitivos
37. Empresa com Prejuízo
Preço
CMg CTM
CTM
P P = RM = RMg
Prejuízo
Qt
0 Q (Quantidade que minimiza o prejuízo)
MICROECONOMIA Mercados Competitivos
38. Caso de estudo nº 2
Porque é que as empresas se mantêm em actividade quando têm lucro zero?
À primeira vista, pode parecer estranho que empresas competitivas tenham lucro zero no longo
prazo. Afinal de contas, as pessoas abrem empresas para ter lucro.
Para entender melhor a condição de lucro zero, lembre-se que o lucro é igual à receita total
menos o custo total e que esse custo inclui os custos de oportunidade da empresa. Mais
especificamente, inclui o custo de oportunidade do tempo e dinheiro que o proprietário dedica
à empresa. No equilíbrio de lucro zero, a receita da empresa precisa de compensar os
proprietários pelo tempo e dinheiro que gastam em mater a empresa.
Suponhamos que um agricultor tenha precisado investir $ 1 milhão para a abrir a sua quinta e
que esse valor pudesse, alternativamente, ter sido depositado num banco para render $ 50 mil
por ano em juros. Também para iniciar o seu negócio, ele teve de abrir mão de outro emprego
que lhe renderia $ 30 mil por ano. Então, o seu custo de oportunidade foi de $ 80 mil.
Como se viu, aquando da introdução à Teoria da Produção, os economistas e os contabilistas
medem os custos de modo diferente. Na contabilidade são reconhecidos os custos que
envolvem meios financeiros, mas não considerados os custos (implícitos) de oportunidade de
produção. Neste exemplo, o lucro económico é zero, mas o lucro contabilístico é de $ 80 mil. O
suficiente para manter no negócio.
Adaptado de “Introdução à Economia” – 3ª edição americana – N. Gregory Mankiw
MICROECONOMIA Mercados Competitivos
39. Competição vs. Monopólio
Competição Monopólio
Semelhanças
Objectivo das empresas Maximizar o Lucro Maximizar o Lucro
Regra de Maximização do Lucro RMg = CMg RMg = CMg
Diferenças
Nº de empresas Muitas Uma
Receita Marginal RMg = P RMg < P
Preço P = CMg P > CMg
Entrada no longo prazo Sim Não
Pode obter lucro económico no longo prazo? Não Sim
MICROECONOMIA Mercados
40. Referências bibliográficas
• Byrns, Ralph T. e Stone, Gerald W. (1996) - Microeconomia - Makron Books
• Frank, Robert H. (2006) - Microeconomia e Comportamento – 6ª ed. – McGraw-Hill
• Mankiw, N. Gregory (2006) - Introdução à Economia – 3ª ed. americana – Thomson
• Mata, José (2007) - Economia da Empresa – 4ª ed. – Fundação Calouste Gulbenkian
• Samuelson Nordhaus (1999) - Economia, 16ª ed. - McGraw-Hill
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