2. INTRODUÇÃO
Nesta atmosfera de abertura e diversificação funcional, o turismo emerge
como uma oportunidade para revitalizar os territórios, melhorar a qualidade de
vida das populações e valorizar os seus recursos mais relevantes, nomeadamente o
património natural e cultural.
O Turismo no Espaço Rural, nas suas múltiplas facetas, tem adquirido uma
importância económica e social crescente, associada à sua contribuição para a
valorização e sustentabilidade da paisagem.
3. O espaço rural português, pela extensão que
ocupa, pela população que nele habita e pelo grande e
diversificado potencial de recursos naturais, humanos e
culturais que prende, deve ser valorizado de forma a
promover o desenvolvimento económico e social e de acesso
às condições de suporte à vida das pessoas e à atividade das
empresas.
Só assim será possível esbater os contrastes entre
áreas urbanas e áreas rurais, e contribuir para um país
territorialmente mais equilibrado.
4. As áreas rurais, apesar de apresentarem graves insuficiências e fragilidades em relação às áreas
urbanas, não são, contudo, uniformes. Pelo contrário, exibem entre si profundos contrastes.
As que se localizam no litoral, junto aos grandes centros urbanos, apresentam um forte dinamismo
económico, proporcionado por essa proximidade, e uma organização ao nível do território e da empresa que
torna difícil, por vezes, estabelecer os limites entre os espaços urbanos e os espaços rurais.
Representam áreas densamente povoadas, urbanizadas e ocupadas, já de forma significativa, por
atividades ligadas a outros setores de atividade, como o secundário e o terciário.
A agricultura praticada é moderna, voltada para o mercado e marcada pela pluriatividade da mão-de-
obra, proporcionada pela difusão das referidas atividades.
5. No interior do país, a realidade é completamente diferente. O espaço rural apresenta características
muito vincadas, permitindo estabelecer, de forma bem nítida, as diferenças que o separam do espaço urbano.
A
estas
áreas
rurais
encontram-se
associados
a
graves
problemas:
envelhecimento
demográfico, despovoamento, baixo nível de instrução e de qualificação da mão-de-obra, oferta insuficiente de
serviços e equipamentos, baixo nível de vida da população, entre outros.
Estas fragilidades tem contribuído para a diminuição da população ativa, para o abandono das atividades
ligadas ao setor, para a desvitalização continuada destas áreas, cada vez com menos capacidade em atrair
população e em fixá-la.
6. No entanto, estas áreas encerram recursos valiosos que são, cada vez mais, encarados como potenciais
vetores de desenvolvimento. Entre esses recursos aponta-se o património ao nível da paisagem, do ambiente, da
história, da cultura ou da arquitetura. Trata-se de património cuja preservação é crescentemente acarinhada, não
só pelo valor inerente mas também pelo papel que desempenha na consolidação da identidade do país e da
região.
É neste contexto que o desenvolvimento rural, pilar fundamental da PAC, deve ser encarado. Neste
sentido, o espaço rural deixa de ser considerado exclusivamente como espaço de produção e passa a ser
entendido como espaço de regulação, de informação e de suporte.
7. A multifuncionalidade atribuída, assim, às áreas rurais pressupõe uma diversificação ao nível das
atividades económicas a desenvolver, promotora da pluriatividade. A população ativa passará, assim, a
dispor de atividades alternativas e complementares, que além de contribuírem para melhorar o seu nível e
qualidade de vida ajudarão à preservação dos recursos, à diminuição das assimetrias nacionais, ao mesmo
tempo que determinarão a contenção do êxodo rural.
Face à diversificação funcional que pode ser assumida nas áreas rurais, variadas são também as
atividades que podem ser desenvolvidas, como por exemplo as que se ligam ao turismo, à indústria, aos
serviços, às produções locais de qualidade, à silvicultura ou às energias renováveis.
8. O QUE É O
TER?
Conjunto de atividades e
serviços prestados a troco de
remuneração,
de
forma
personalizada e de acordo
com os valores tradicionais e
modos
de
vida
das
comunidades rurais em que
se insere.
9. PRINCIPAIS RAZÕES DO INCREMENTO
DA PROCURA PELO TER
¤O
interesse
património;
crescente
pelo
¤ Uma maior sensibilidade ecológica;
¤ Um maior
interesse
pelas
especialidades
gastronómicas
tradicionais;
¤ O crescimento descontrolado de
muitas áreas balneares, que destrói a
beleza e prolonga os principais
problemas das grandes cidades.
¤ O aumento dos tempos de recreio e
lazer;
¤ Os níveis crescentes de instrução da
população;
¤ Melhoria das infraestruturas de acesso
e das comunicações;
¤ Maior sensibilidade, por parte da
população, para as questões ligadas à
saúde e ao seu relacionamento com a
natureza;
¤ Busca da paz e da tranquilidade.
10. OBJETIVOS DE TER
Oferecer aos turistas a oportunidade de conviver com as práticas, as tradições
e os valores da sociedade rural, valorizando as particularidades das regiões, desde a
paisagem
à
gastronomia;
aos
costumes
e
ao
património
(recursos
endógenos), podendo assim contruir um importante fator de desenvolvimento das
áreas rurais.
11. TURISMO COMO POLO DINAMIZADOR DO
DESENVOLVIMENTO RURAL
De modo a “fugir” ao stress da vida urbana, a população urbana procura locais de descanso e
sossego, surgindo assim uma variedade de estratégias, ligadas a esta nova procura, que devem ser
encaradas de forma integrada. É essencial desenvolver novas atividades económicas, sociais e
ambientais, fortalecendo o tecido produtivo das regiões mais desfavorecidas.
Estimulam-se então atividades ligadas ao lazer, bem como à conservação de tradições culturais e
ambientais. É neste contexto que o turismo é encarado como base potenciadora do desenvolvimento
rural, através da criação de novos postos de emprego, induzindo o desenvolvimento de outras atividades e
valorizando recursos locais (gastronomia, artesanato, património...).
12. TER – MOTOR DO DESENVOLVIMENTO
LOCAL
Turismo
Diminui o
despovoamento
Aumenta e rejuvenesce a população
Cria
emprego
Cria-se
riqueza
Preserva o património
arquitetónico e
paisagístico
Melhora as
acessibilidades
Dá a conhecer a região
e os seus produtos
Aumenta a
construção
civil, o
comércio, os
serviços e
artesanato.
Minimiza as
assimetrias
sociais, culturais, demo
gráficas…
13. IMPORTÂNCIA DO TER PARA A
SUSTENTABILIDADE NATURAL E CULTURAL
O turismo deve ser incitado como atividade complementar, de forma a
obter-se um desenvolvimento sustentável das áreas rurais evitando situações de
sobre-exploração de recursos, perca de originalidade e de autenticidade dos locais
visitados.
É neste contexto que se torna crucial que se cônjuge de forma integrada as
vertentes económica, social e ambiental potenciando um desenvolvimento
sustentável das áreas rurais através de um fenómeno como o turismo que é
utilizador de recursos territoriais, paisagísticos, tradicionais, patrimoniais culturais.
15. De modo a diminuir os efeitos negativos do TER é necessária a:
Formação e sensibilização das populações locais para a importância de um turismo duradouro e
sustentável.
Redução da sazonalidade através da implementação/alargamento do turismo sénior socialmente
apoiado.
Promoção do “turismo verde”, valorizando as suas múltiplas potencialidades.
Divulgação e valorização das potencialidades das culturas tradicionais locais.
Valorização dos produtos locais de qualidade.
Potencialização da hospitalidade das populações das áreas rurais, bem como do seu património cultural.
16. Conclusão
Turismo, cultura e natureza constituem um conjunto inseparável no centro
das oportunidades de desenvolvimento uma vez que promovem a valorização dos
recursos com um harmonioso planeamento regional e local, para poder ser
sustentável no tempo.
O quadro evolutivo das políticas europeias para o mundo rural traduz a
passagem de um modelo orientado para o setor agrícola em direção a um modelo
centrado na sociedade rural e na estruturação das suas paisagens, com a maior
valorização de novos recursos e uma maior dependência da sociedade urbana.
18. PÓVOA DÃO
A Póvoa do Dão é uma pequena aldeia medieval situada a 14 km de Viseu, na freguesia
de Silgueiros, a maior do concelho de Viseu. Atravessada por uma via romana, que integra as
Rotas Romanas do Dão, pertenceu à família fidalga Santos Lima durante mais de 700 anos. Esta
aldeia estava abandonada à alguns anos e apenas com um habitante e as restantes casas em
ruínas.
Foi entretanto recuperada, reconstruída e tornou-se uma aldeia turística onde as
casas, todas em granito e com o interior em madeira, foram mantidas na sua forma original. Na
aldeia existe um restaurante já bastante conceituado e prima pelas várias especialidades
gastronómicas. Existe ainda uma piscina para uso exclusivo dos habitantes, bem como um
campo de ténis e futebol. O preço de aluguer vai de 65€ a 125€, por noite.
19. Ao ar livre entre cerca de 120 hectares, banhados ao longo de 2,5 km pelo rio
Dão, encontramos dezenas de nascentes, percursos pedonais e trilhos
organizados para passeio e aventura, socalcos em granito, um vasto pulmão
florestal, a exploração agrícola biológica e várias espécies de fauna e flora.
Atividades:
Piscina;
Ténis;
Trilhos pedestres;
Pesca desportiva;
Piqueniques;
Birdwatching;
Observação de Astros;
Percursos na Natureza (Biodiversidade);
Percursos Micológicos.
Worshops:
Cozinha;
Agricultura Biológica:
Enologia:
Defesa dos Ecossistemas;
Artesanato.
Outras atividades:
Vindimas;
Santo Amaro;
Varejo da Azeitona.
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26. FONTES
Livro:
Preparação para o Exame Nacional 2014 Geografia A 11, Porto Editora
Geografia A 11º ano, Texto
Sites:
http://www.dgadr.mamaot.pt/diversificacao/turismo-rural/fator-dedesenvolvimento-rural
http://www.agroportal.pt/Turismo/ter/daolafoes.htm
PowerPoint’s fornecidos pelo professor