Orientações para os Conselhos de Fiscalização das Atividades Profissionais
Visão do Estado sobre Relações Trabalhistas
1. SEMINÁRIO: “O MUNDO TRABALHISTA NA VISÃO
DA ADMINISTRAÇÃO
Palestra: PENSAMENTO DO ESTADO BRASILEIRO
SOBRE AS RELAÇÕES TRABALHISTAS
MANOEL MESSIAS MELO
SECRETÁRIO DE RELAÇÕES DE TRABALHO - MTE
2. Contexto das relações trabalhistas
As mudanças no mundo do trabalho,
indubitavelmente, pressionam a
redefinição do papel do Estado.
Um novo padrão de regulação do trabalho
com democratização das sua relações
depende, acima de tudo, do papel que os
atores sociais exercem!
3. A precarização e o impacto nas
relações e condições de trabalho
Década de 90 – política neoliberal -
Diminui o papel do Estado na regulação do
trabalho – transfere ao mercado
Aumento do desemprego e da informalidade
Surge “nova” forma de contrato de trabalho: o
temporário;
Cresce a terceirização em todos os setores
econômicos – inclusive no serviço público
Ausência de políticas públicas e de
investimentos
4. O papel do Estado como Gestor de
mudanças
A partir de 2003 – começa a ser gestado um
novo modelo de desenvolvimento com foco:
geração de emprego, trabalho e renda e
políticas de inclusão social
Reordenamento geográfico das políticas
voltadas ao desenvolvimento – norte e
nordeste passam a fazer parte dessa
distribuição:
– investimento em infra-estrutura
- deslocamento de indústrias para essas
regiões
5. O Papel do Estado como Gestor das
mudanças – renda e inclusão
Em 2005 o Governo institui, em parceria com as Centrais
Sindicais - Política de Valorização do Salário Mínimo
O País volta a crescer, + de 14 milhões de empregos são
gerados em 8 anos;
Cresce a renda nacional – aumenta a participação do
trabalho na renda
Aumenta a formalização do trabalho
Cresce o número de trabalhadores/as cobertos pela
previdência social
Diminui o número de excluídos, de famílias em situação
de miséria – bolsa-família
Forte combate ao trabalho escravo e infantil
Aumento dos investimentos em políticas de saúde,
educação, além daquelas voltadas para a inclusão de
jovens, mulheres e negros
6. Democratização das relações
trabalhistas e o papel do Estado
Premissa: CF/88 – Liberdade de organização e
igualdade de direitos
2003 – criação do Fórum Nacional do Trabalho
(FNT) – 02 anos de debates objetivo:
construção do diálogo em torno das relações
de trabalho. Temas centrais: organização
sindical, negociação coletiva e sistema de
solução de composição de conflitos
2008 –Reconhecimento das Centrais Sindicais
(lei 11.648/08) – uma das propostas advindas
do FNT
7. Diálogo Social como Instrumento para
empoderamento dos atores
Fortalecimento dos atores sociais -
organização de trabalhadores e de
empregadores para a negociação
Fortalecimento do Diálogo Social – ex.:
Mesa da construção civil, Protocolo da
cana-de-açúcar e Plano Brasil Maior
Agenda do Trabalho Decente – Plano
Nacional (2009); I CNETD (2011/2012)
Conselho de Relações de Trabalho - CRT
8. Ações e Políticas Iniciadas (alguns
exemplos)
Ratificação do convênio 151 da OIT sobre
direito de organização na Administração Pública
(regulamentação em processo de construção)
Convênio 158 da OIT que trata da demissão
imotivada - envio ao Congresso para ratificação
(permanece de debate na Câmara)
Convênio 156 sobre responsabilidade familiar
compartilhada – compõe o PNETD
Convênio 189 sobre trabalho doméstico – o
Governo brasileiro teve importante papel na sua
aprovação na Conferencia Internacional do
Trabalho da OIT de 2012
9. Problemas que persistem
Alta rotatividade da mão de obra
Precarização das condições de trabalho
(acidentes fatais, trabalho infantil e
trabalho forçoso)
Práticas antissindicais (demissão de
dirigentes e assassinatos no campo)
Baixa representatividade dos atores para
a negociação
Fragmentação das entidades sindicais
10. É possível modernizar as relações trabalhistas
com garantia de Trabalho Decente?
SIM. Desde que:
Os direitos constitucionais sejam respeitados
Os atores sejam fortalecidos
Se respeite o livre direito de organização sindical a
partir do local de trabalho
Se tenha como pressuposto para qualquer negociação
entre as partes a boa-fé
O exercício do diálogo seja permanente
O trabalho decente seja o orientador das relações
trabalhistas com: RESPEITO AOS DIREITOS
FUNDAMENTAIS NO TRABALHO, A PROMOÇÃO DO
EMPREGO DE QUALIDADE, A EXTENSÃO DA
PROTEÇÃO SOCIAL E O DIÁLOGO SOCIAL
11. Que estado queremos?
Democrático
Promotor do desenvolvimento que seja,
economicamente sustentável,
socialmente justo e ambientalmente
viável