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09/03/2015
1
Definição e Funções da Moeda
Unidade 1
Profa. Gisele F.Tiryaki
ECO 174 – Economia Monetária
FCE/UFBA
Sumário
 Introdução
 Moeda e o Sistema de Pagamentos
 Formas de Comercialização
 Definição e Funções da Moeda
 Evolução Histórica do Sistema de Pagamentos
 Meios de Pagamento
 Moeda e o Sistema Financeiro
 Objetivo e Serviços do Sistema Financeiro
 Canais do Sistema Financeiro
 Estrutura do Sistema Financeiro Nacional
 Regulação
09/03/2015
2
Introdução
 Porque temos uma cobertura diária e extensiva sobre eventos no
sistema financeiro?
 Comportamento do mercado de ações
 Desempenho de instituições financeiras
 Decisões do Banco Central
 Influência do sistema financeiro na economia
 Facilita a canalização de recursos de agentes superavitários para
agentes deficitários com oportunidades lucrativas de investimento
 Especialização da identificação e avaliação de desempenho gera maior
eficiência
 Promoção do desenvolvimento econômico (poupança, investimento e
crescimento): King & Levine (1993), Fry (1995)
 Redução da volatilidade dos ciclos econômicos: Silva (2001, 2002),
Denizer et al (2002)
Moeda e o Sistema de Pagamentos
09/03/2015
3
Introdução
 Quais os ganhos em eficiência possibilitados pela moeda?
 Especialização de atividades produtivas e comercialização
 Tipos de sistemas de comercialização:
 Escambo: custos de transação elevados (busca por parceiros
comerciais, preços múltiplos e inconsistentes, dificuldades em
incorporar variações na qualidade de produtos e necessidade de
coincidência mútua de “desejos”)
 Alocação governamental: dificuldade em criar incentivos para
produção eficiente (planejamento central pode não agradar a todos) e
em atender à variedade de serviços e bens demandados pelos
consumidores
 Utilização de moeda: redução dos custos de transação e eliminação da
necessidade de coincidência mútua de “desejos”
Definições de Moeda
 Produtos que passaram a ser aceitos na intermediação de
trocas e que não possuem “valor de uso”, ou seja, não são
desejados enquanto produto, mas pela sua ampla aceitação na
intermediação de trocas
“Moeda é aquilo que é aceito por todos em troca de bens e
serviços – aceito não como um objeto para ser consumido,
mas como um objeto que representa um conteúdo
temporário de poder aquisitivo a ser usado para comprar
outros bens e serviços” (Friedman, 1992, p. 28).
09/03/2015
4
Definições de Moeda
 Marx: moeda enquanto relação social
“(...) o dinheiro inicia e finaliza o ciclo completo de reprodução
do capital. Sem dinheiro no início não há processo de
produção capitalista, onde meios de produção e força de
trabalho são mercadorias. Sem ele, não há criação de valor no
processo de produção. Sem dinheiro no final do ciclo, não há
lucro, categoria que define um sistema capitalista, porque
lucro não é apenas excedente de mercadorias extraído da
força de trabalho humana, mas excedente convertido em
moeda” (Mollo, 1987)
Definições de Moeda
 Keynes: circulação industrial vs. financeira
“A primeira mudança desta abordagem [de Keynes] em relação
à ortodoxia parte da identificação de uma circulação
financeira, que quebra a ligação única da moeda com a
circulação de bens, que Keynes chamou de circulação
industrial. Nesta última, a moeda é meramente usada para
facilitar a circulação de bens.A circulação financeira, por sua
vez, inclui as operações com ativos e estoques de riqueza e
não necessariamente se relaciona com a troca de bens.A
moeda é tida como uma forma de espera (especulação) sobre
os valores dos ativos”. (Val e Linhares, 2007)
09/03/2015
5
Funções da Moeda
 Intermediária de trocas: qualquer bem ou ativo que tenha
aceitação geral na aquisição e venda de produtos e serviços e no
pagamento de dívidas
 Permite a especialização em larga escala: maior eficiência
 Unidade de conta: cotação de preços de todos os bens e serviços
 Reduz problemas associados a preços múltiplos e inconsistentes
 Escambo: é necessário existir quantos preços em uma economia com 3
mercadorias? Com 10 mercadorias? Com 1000?
 Moeda: é necessário existir quantos preços em uma economia com 3
mercadorias? Com 10 mercadorias? Com 1000?
 Torna comparável bens e serviços que não seriam comparáveis de
outra forma: ordenação de preferências
Funções da Moeda
 Padrão de valor diferido: facilita a distribuição de
pagamentos ao longo do tempo (transações de crédito)
 Reserva de valor: forma alternativa de guardar riqueza
ou poder de compra
 Reservatório por excelência de poder de compra:
ativo com maior nível de liquidez
 Como mensurar a capacidade da moeda de ser
utilizada enquanto reserva de valor?
 Depende do nível de preços: valor = 1/P
09/03/2015
6
Determinação de Valor da Moeda
Estoque Nominal de Moeda
O0 O1
O que ocorre com o valor
da moeda como resultado
de um aumento na oferta
monetária pelo Banco
Central?
Critérios: O que pode ser utilizado
como moeda?
 Aceitação pela maioria dos participantes do mercado
 Qualidade padrão (duas unidades devem ser idênticas)
 Durabilidade: deterioração mínima com o manuseio
 Facilidade de transporte
 Divisibilidade: capacidade de realização de transações de
grande e pequeno valor (múltiplos e submúltiplos)
09/03/2015
7
Evolução Histórica do Sistema de
Pagamentos
Moeda
Mercadoria
Papel
Moeda
Moeda
Eletrônica
(E-Money)
Moeda
Papel
Evolução Histórica do Sistema de
Pagamentos
 Moeda Mercadoria: aceitação geral garantida em função
do seu valor de uso intrínseco
 Primórdios: gado, sal
 Dificuldades: perecíveis; não fracionáveis
 Metais: não havia competição entre o valor de uso e
valor de troca
 Raridade garantia o valor da moeda
 Atendia a quase todos os critérios de forma satisfatória:
aceitação, durabilidade e divisibilidade, mas...
09/03/2015
8
Evolução Histórica do Sistema de
Pagamentos
 Problema 1: pureza não era garantida
 Solução: cunhagem de moedas (selo garantia a qualidade)
 Problema 2: dificuldade de transporte de grandes valores
 Solução: depósito com ourives e emissão de certificados (Idade
Média)
 Certificados começaram a ser utilizados nas troca: o surgimento
da atual configuração da moeda...
Certificado de Depósito – Ouro
(1914)
09/03/2015
9
Evolução Histórica do Sistema de
Pagamentos
 Moeda Papel: certificado com garantia de 100% de
conversibilidade
 Valor de uso deixa de existir completamente
 Moeda Fiduciária (início): certificado com garantia inferior a
100%, emissão por particulares (bancos)
 Moeda Fiduciária atual ou Papel Moeda: sem lastro metálico
(inconvertível), monopólio estatal da emissão
 Moeda de curso legal (legal tender): moeda deve ser obrigatoriamente
aceita nas transações comerciais e para saldar dívidas
 Depósito de moeda em bancos: emissão de cheques com garantia de
conversão imediata
Evolução Histórica do Sistema de
Pagamentos
 Cheques: menos líquidos do que moeda, mas facilitam as
transações envolvendo grandes valores e permitem maior
segurança no armazenamento de valores
 Maiores custos de transação: mais agentes envolvidos no processo de troca
 Custo de informação: garantia que o cheque tem a contrapartida em moeda
depositada no banco
 Moeda eletrônica: sistema eletrônico de transferência de recursos
 Cartões de débito e caixas eletrônicos: redução dos custos de transação e
informação assimétrica
 Cartões inteligentes: é possível armazenar com moeda eletrônica oriunda da
conta corrente do proprietário
 E-Cash: compra-se crédito com banco com acesso à internet (paypal)
09/03/2015
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Uso de Instrumentos de Pagamento –
Quantidade de Transações
Fonte: BCB, 2014
0
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4000
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2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
QuantidadedeTransações-Milhões
Cheque C.Débito C.Crédito DOC/TED
Meios de Pagamento
 Ativos Financeiros: diferem de acordo com o grau de liquidez
 Papel Moeda: mais líquido dos ativos financeiros
 Classificação dos agregados monetários (BCB, 2009):
Agregado Definição
M1 Papel moeda em poder público + depósitos à vista
M2 M1 + depósitos especiais remunerados + depósitos de
poupança + títulos emitidos por instituições depositárias1
M3 M2 + quotas de fundos de renda fixa2 + operações
compromissadas registradas no Selic3
M4 M3 + títulos públicos de alta liquidez
Meios de Pagamento
Restritos
Meios de Pagamento
Ampliados
Poupança Financeira
1 Inclui depósitos a prazo, letras de câmbio, letras hipotecárias e letras de imobiliárias
2 Fundos Cambial; Curto Prazo; Renda Fixa (inclusive extramercado); Multimercado; Referenciado; e
outros fundos ainda não enquadrados nas classes instituídas pela Instrução CVM Nº 409, de 18. 8 2004
3 Operações de compra de títulos com compromisso de revenda (Selic - Sistema Especial de
Liquidação e Custódia (Selic): títulos doTesouro Nacional)
09/03/2015
11
Meios de Pagamento – Brasil
Fonte: BCB, 2015
0
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R$milhões(base:Jan/95)
M1 M2 M3 M4
Meios de Pagamento – Brasil
Fonte: BCB, 2015
0
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20
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mai/13
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R$Milhões(Base:Jan/95)
M2 M1
09/03/2015
12
Meios de Pagamento – Brasil
Fonte: BCB, 2015
0
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nov/10
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jan/15
R$milhões(base:Jan/95)
M1 M2-M1 M3-M2 M4-M3
Moeda e o Sistema Financeiro
09/03/2015
13
Objetivo do Sistema Financeiro
 Desequilíbrio entre rendimentos e despesas de indivíduos e
organizações: oportunidade de comercialização
 Sistema financeiro: possibilita a transferência de recursos de
agentes econômicos superavitários (poupadores) para agentes
deficitários
 Facilita a produção de bens e serviços
 Maior eficiência e bem estar social
Sistema Financeiro
Sistema
Financeiro
Poupadores: agentes
econômicos
superavitários
Demandadores:
agentes econômicos
deficitários
Mercados e Instituições
Governos
Empresários
Unidades Familiares
Instrumentos financeiros
Ativos
Instrumentos financeiros
Passivos
09/03/2015
14
Serviços do Sistema Financeiro
 Compartilhamento de risco: risco do projeto é dividido entre
poupadores e demandantes de empréstimos
Diversificação: poupadores podem diversificar seus riscos
aplicando em diferentes instrumentos (portfólio de ativos)
Transferência de riscos: o mercado financeiro cria
instrumentos que permitem que agentes avessos ao risco
transfiram a incerteza para agentes dispostos a incorrer em
maior risco
 Exemplo: O que é preferível, uma aplicação com 50% de probabilidade
de render 5% e 50% de probabilidade de render 15% ou uma aplicação
com 100% de probabilidade de render 8%?
Serviços do Sistema Financeiro
 Liquidez: sistema financeiro disponibiliza mecanismos de
comercialização que facilitam a conversão de ativos em
moeda
 Exemplo: um portfólio de ações é mais facilmente convertido
em moeda do que equipamentos ou terrenos de empresas
 Medida de eficiência do sistema financeiro: nível de liquidez dos
ativos comercializados (facilidade de conversão)
 Informação:
 Sistema financeiro: capacitado para identificar e avaliar
desempenho dos demandadores de recursos financeiros
 Mecanismos de preços difundem essa informação
09/03/2015
15
Instrumentos Financeiros
 Definição: certificados que evidenciam o direito do
adquirente sobre a renda futura ou ativos do emitente
 Títulos e empréstimos: instrumentos financeiros de dívida
 Pagamento periódico de valor e duração pré-especificados
 Emitentes: governos e corporações
 Custo do recurso emprestado: taxas de juros
 Ações: instrumento financeiro que representa uma participação
na propriedade de uma corporação
 Pagamento de dividendos
Canais do Sistema Financeiro
Intermediários
Financeiros
Financiamento Indireto
Recursos
Mercado
Financeiro
Recursos
Financiamento Direto
Poupadores:
•Governo
•Empresas
•Pessoas
Deficitários:
•Governo
•Empresas
•Pessoas
Recursos
Recursos
Recursos
09/03/2015
16
Mercado Financeiro
 Tipos de ativos comercializados:
 Ações:
 Ordinárias: com direito a voto
 Preferenciais: prioridade na distribuição de resultados
 Nominativas: títulos de propriedade identificados
 Escriturais: não há emissão de títulos de propriedade
 Títulos de dívida: garantia de instituições financeiras ou
lastreadas em ativos
09/03/2015
17
09/03/2015
18
Legenda
 (NM) Novo Mercado
 (N1) Nível 1 de Governança Corporativa
 (N2) Nível 2 de Governança Corporativa
 (MA) Bovespa Mais
 (MB) Balcão Org.Tradicional
 (DR1) BDR Nível 1
 (DR2) BDR Nível 2
 (DR3) BDR Nível 3
 (DRN) BDR Não Patrocinado
Debêntures
09/03/2015
19
Mercado Financeiro
 Classificações:
 Primário vs. Secundário
 Balcão vs. Bolsa
 ÀVista vs. Derivativos
 Monetário vs. De Capitais
Mercado Financeiro
 Mercado primário versus secundário:
 Mercado primário: emissão inicial de ações e títulos
 Mercado secundário: comercialização de ações e títulos entre
investidores
 Mercado de bolsa: contratos bilaterais, não padronizados
 Mercado de balcão: contratos padronizados
 Como as empresas não alavancam recursos nos mercados
secundários, podemos concluir que eles são menos importantes
para a economia do que os mercados primários.Verdadeiro ou
falso?
09/03/2015
20
Mercado Secundário: Balcão vs.
Bolsa
Fonte: BM&F
Mercado Financeiro
 Mercado à vista versus derivativos:
 Mercado à vista: comercialização e liquidação imediata
 Derivativos: comercialização no presente e liquidação no futuro
 Mercado a termo: transações que envolvem a comercialização de uma
mercadoria ou ativo financeiro que será efetivada no futuro, por um preço
especificado no presente (balcão ou bolsa)
 Mercado futuro: semelhante ao mercado a termo, mas liquidação pode
ocorrer antes do vencimento (somente em bolsa)
 Mercado de opções: comercializa-se o direito de comprar ou de vender
uma mercadoria ou ativo financeiro por um preço fixo numa data futura
 Swaps: negocia-se a troca de rentabilidade entre duas mercadorias ou
ativos financeiros
09/03/2015
21
Mercado Financeiro
 Exemplo: swap de ouro x ativo com taxa prefixada
 InvestidorA: compra ouro e vende ativo com taxa prefixada
 Investidor B: compra ativo com taxa prefixada e vende ouro
 Vencimento do contrato: valorização do ouro inferior à taxa
prefixada negociada entre as partes, investidor B é beneficiado
 Se a rentabilidade do ouro for superior à taxa prefixada,
investidorA é beneficiado
Taxa prefixada = R$ 94,80/g
Vencimento: cotação é R$95,00/g
“A” ganha, pois pagará R$ 94,80/g e poderá vender a R$95/g
Fonte: BM&F
09/03/2015
22
Mercado Financeiro
 Mercado monetário versus mercado de capitais: títulos de
curto prazo versus títulos de médio e longo prazo
 Instrumentos do mercado monetário: papéis de curto prazo
emitidos pelo tesouro nacional (política monetária)
 Instrumentos do mercado de capitais: operações de repasse,
arrendamento mercantil (leasing), securitização de recebíveis,
oferta pública de ações e debêntures, títulos de governo de
longo prazo
Canais do Sistema Financeiro:
Intermediários Financeiros
 Financiamento indireto do poupador para o demandante de
recursos
 Bancos comerciais
 Bancos de investimento: operações de médio e longo prazo
 Bancos especializados em crédito habitacional
 Cooperativas de crédito: produtores rurais
 Sociedades de crédito imobiliário e associações de poupança e
empréstimo: crédito habitacional
 Sociedades de crédito e financiamento: crédito ao consumidor
 Empresas corretoras e distribuidoras: mercados de câmbio,
derivativos
 Bancos múltiplos
09/03/2015
23
Sistema Financeiro Nacional -
Estrutura
Sistema Financeiro Nacional -
Estrutura
Subsistema
Normativo
Conselho
Monetário
Nacional
(CMN)
Ministros da Fazenda,
Planejamento e Presidente
do BCB
Banco
Central
(BCB)
Comissão de
Valores
Mobiliários
(CVM)
Instituições
Especiais
(BB, CEF,
BNDES)
09/03/2015
24
Sistema Financeiro Nacional -
Estrutura
 CMN: política monetária e cambial
 BCB:
 Executor das políticas estabelecidas pelo CMN: COPOM
 Fiscalizador das instituições financeiras
 CVM: regulamentação do mercado financeiro
 BB: banco múltiplo e agente financeiro do governo federal
 CEF: banco múltiplo e agente do SFH
 BNDES: fomento a empresas de interesse ao
desenvolvimento do país
Sistema Financeiro Nacional -
Estrutura
Subsistema de
Intermediação
Instituições
Financeiras
Bancárias
Bancos
Comerciais,
Múltiplos e
de
Investimento
Instituições
Financeiras
Não
Bancárias
Bancos de
Desenvolvimento
Estaduais,
Financeiras e
Leasing
Sistema
Brasileiro de
Poupança e
Empréstimo
Instituições
Auxiliares
Bolsas,
Corretoras e
Agentes
Autônomos
Instituições
Não
Financeiras
Cooperativas
de Crédito
09/03/2015
25
Fonte: BCB (2014)
Fonte: BCB (2014)
09/03/2015
26
Fonte: BCB (2014)
Fonte: BCB (2014)
09/03/2015
27
Fonte: BCB (2014)
Concentração Bancária no Brasil
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1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
%Ativos-CincoMaioresBancos
Brasil Estados Unidos
Fonte: GFDI (2014)
09/03/2015
28
Regulação do Sistema Financeiro
 Objetivo 1: estabilidade financeira
 Promover maior eficiência na alocação de recursos de uma
economia
 Garantir a eficácia do sistema financeiro em prover serviços de
compartilhamento de risco, informação e liquidez em períodos
de instabilidade econômica
 Objetivo 2: disseminação e transferência de informação aos
participantes do sistema financeiro
 Objetivo 3: execução da política monetária
Regulação do Sistema Financeiro –
Justificativas
 Keynes e Pós-Keynesianos: mercado de capitais, investimento
e instabilidade
 Desenvolvimento do mercado de capitais permite maior
disponibilidade de recursos para investimento, mas...
 Aumento na volatilidade do investimento: fragilidade do estado
de confiança
 Decisão de investimento: determinada pelas expectativas dos
especuladores (mudanças bruscas de opinião, psicologia do mercado,
reputação e comportamento de manada)
 Solução proposta: cobrança de impostos sobre transações,
regulação
09/03/2015
29
Regulação do Sistema Financeiro –
Justificativas
 Novos Keynesianos: informação assimétrica e racionamento
de crédito
 Risco moral e seleção adversa: taxa de juros não é mais a
variável de ajuste
 Equilíbrio de mercado: sub-acumulação de capital
 Economias de escala na aquisição de informação e
monitoramento: tendência de concentração de mercado
bancário
 Solvência das instituições financeiras: necessidade de
monitoramento dos acionistas ou investidores
 Crises financeiras e necessidade de resgate de instituições:
importância da regulação
Questões
 Na ausência de custos de informação e transação,
intermediários financeiros não existiriam.Verdadeiro ou falso?
 Se você suspeita que uma empresa irá à falência no próximo
ano, que tipo de ativo você preferirá manter: títulos emitidos
pela empresa ou ações da empresa?
 Porque agiotas aparentemente se preocupam menos com o
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Unidade 1

  • 1. 09/03/2015 1 Definição e Funções da Moeda Unidade 1 Profa. Gisele F.Tiryaki ECO 174 – Economia Monetária FCE/UFBA Sumário  Introdução  Moeda e o Sistema de Pagamentos  Formas de Comercialização  Definição e Funções da Moeda  Evolução Histórica do Sistema de Pagamentos  Meios de Pagamento  Moeda e o Sistema Financeiro  Objetivo e Serviços do Sistema Financeiro  Canais do Sistema Financeiro  Estrutura do Sistema Financeiro Nacional  Regulação
  • 2. 09/03/2015 2 Introdução  Porque temos uma cobertura diária e extensiva sobre eventos no sistema financeiro?  Comportamento do mercado de ações  Desempenho de instituições financeiras  Decisões do Banco Central  Influência do sistema financeiro na economia  Facilita a canalização de recursos de agentes superavitários para agentes deficitários com oportunidades lucrativas de investimento  Especialização da identificação e avaliação de desempenho gera maior eficiência  Promoção do desenvolvimento econômico (poupança, investimento e crescimento): King & Levine (1993), Fry (1995)  Redução da volatilidade dos ciclos econômicos: Silva (2001, 2002), Denizer et al (2002) Moeda e o Sistema de Pagamentos
  • 3. 09/03/2015 3 Introdução  Quais os ganhos em eficiência possibilitados pela moeda?  Especialização de atividades produtivas e comercialização  Tipos de sistemas de comercialização:  Escambo: custos de transação elevados (busca por parceiros comerciais, preços múltiplos e inconsistentes, dificuldades em incorporar variações na qualidade de produtos e necessidade de coincidência mútua de “desejos”)  Alocação governamental: dificuldade em criar incentivos para produção eficiente (planejamento central pode não agradar a todos) e em atender à variedade de serviços e bens demandados pelos consumidores  Utilização de moeda: redução dos custos de transação e eliminação da necessidade de coincidência mútua de “desejos” Definições de Moeda  Produtos que passaram a ser aceitos na intermediação de trocas e que não possuem “valor de uso”, ou seja, não são desejados enquanto produto, mas pela sua ampla aceitação na intermediação de trocas “Moeda é aquilo que é aceito por todos em troca de bens e serviços – aceito não como um objeto para ser consumido, mas como um objeto que representa um conteúdo temporário de poder aquisitivo a ser usado para comprar outros bens e serviços” (Friedman, 1992, p. 28).
  • 4. 09/03/2015 4 Definições de Moeda  Marx: moeda enquanto relação social “(...) o dinheiro inicia e finaliza o ciclo completo de reprodução do capital. Sem dinheiro no início não há processo de produção capitalista, onde meios de produção e força de trabalho são mercadorias. Sem ele, não há criação de valor no processo de produção. Sem dinheiro no final do ciclo, não há lucro, categoria que define um sistema capitalista, porque lucro não é apenas excedente de mercadorias extraído da força de trabalho humana, mas excedente convertido em moeda” (Mollo, 1987) Definições de Moeda  Keynes: circulação industrial vs. financeira “A primeira mudança desta abordagem [de Keynes] em relação à ortodoxia parte da identificação de uma circulação financeira, que quebra a ligação única da moeda com a circulação de bens, que Keynes chamou de circulação industrial. Nesta última, a moeda é meramente usada para facilitar a circulação de bens.A circulação financeira, por sua vez, inclui as operações com ativos e estoques de riqueza e não necessariamente se relaciona com a troca de bens.A moeda é tida como uma forma de espera (especulação) sobre os valores dos ativos”. (Val e Linhares, 2007)
  • 5. 09/03/2015 5 Funções da Moeda  Intermediária de trocas: qualquer bem ou ativo que tenha aceitação geral na aquisição e venda de produtos e serviços e no pagamento de dívidas  Permite a especialização em larga escala: maior eficiência  Unidade de conta: cotação de preços de todos os bens e serviços  Reduz problemas associados a preços múltiplos e inconsistentes  Escambo: é necessário existir quantos preços em uma economia com 3 mercadorias? Com 10 mercadorias? Com 1000?  Moeda: é necessário existir quantos preços em uma economia com 3 mercadorias? Com 10 mercadorias? Com 1000?  Torna comparável bens e serviços que não seriam comparáveis de outra forma: ordenação de preferências Funções da Moeda  Padrão de valor diferido: facilita a distribuição de pagamentos ao longo do tempo (transações de crédito)  Reserva de valor: forma alternativa de guardar riqueza ou poder de compra  Reservatório por excelência de poder de compra: ativo com maior nível de liquidez  Como mensurar a capacidade da moeda de ser utilizada enquanto reserva de valor?  Depende do nível de preços: valor = 1/P
  • 6. 09/03/2015 6 Determinação de Valor da Moeda Estoque Nominal de Moeda O0 O1 O que ocorre com o valor da moeda como resultado de um aumento na oferta monetária pelo Banco Central? Critérios: O que pode ser utilizado como moeda?  Aceitação pela maioria dos participantes do mercado  Qualidade padrão (duas unidades devem ser idênticas)  Durabilidade: deterioração mínima com o manuseio  Facilidade de transporte  Divisibilidade: capacidade de realização de transações de grande e pequeno valor (múltiplos e submúltiplos)
  • 7. 09/03/2015 7 Evolução Histórica do Sistema de Pagamentos Moeda Mercadoria Papel Moeda Moeda Eletrônica (E-Money) Moeda Papel Evolução Histórica do Sistema de Pagamentos  Moeda Mercadoria: aceitação geral garantida em função do seu valor de uso intrínseco  Primórdios: gado, sal  Dificuldades: perecíveis; não fracionáveis  Metais: não havia competição entre o valor de uso e valor de troca  Raridade garantia o valor da moeda  Atendia a quase todos os critérios de forma satisfatória: aceitação, durabilidade e divisibilidade, mas...
  • 8. 09/03/2015 8 Evolução Histórica do Sistema de Pagamentos  Problema 1: pureza não era garantida  Solução: cunhagem de moedas (selo garantia a qualidade)  Problema 2: dificuldade de transporte de grandes valores  Solução: depósito com ourives e emissão de certificados (Idade Média)  Certificados começaram a ser utilizados nas troca: o surgimento da atual configuração da moeda... Certificado de Depósito – Ouro (1914)
  • 9. 09/03/2015 9 Evolução Histórica do Sistema de Pagamentos  Moeda Papel: certificado com garantia de 100% de conversibilidade  Valor de uso deixa de existir completamente  Moeda Fiduciária (início): certificado com garantia inferior a 100%, emissão por particulares (bancos)  Moeda Fiduciária atual ou Papel Moeda: sem lastro metálico (inconvertível), monopólio estatal da emissão  Moeda de curso legal (legal tender): moeda deve ser obrigatoriamente aceita nas transações comerciais e para saldar dívidas  Depósito de moeda em bancos: emissão de cheques com garantia de conversão imediata Evolução Histórica do Sistema de Pagamentos  Cheques: menos líquidos do que moeda, mas facilitam as transações envolvendo grandes valores e permitem maior segurança no armazenamento de valores  Maiores custos de transação: mais agentes envolvidos no processo de troca  Custo de informação: garantia que o cheque tem a contrapartida em moeda depositada no banco  Moeda eletrônica: sistema eletrônico de transferência de recursos  Cartões de débito e caixas eletrônicos: redução dos custos de transação e informação assimétrica  Cartões inteligentes: é possível armazenar com moeda eletrônica oriunda da conta corrente do proprietário  E-Cash: compra-se crédito com banco com acesso à internet (paypal)
  • 10. 09/03/2015 10 Uso de Instrumentos de Pagamento – Quantidade de Transações Fonte: BCB, 2014 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 QuantidadedeTransações-Milhões Cheque C.Débito C.Crédito DOC/TED Meios de Pagamento  Ativos Financeiros: diferem de acordo com o grau de liquidez  Papel Moeda: mais líquido dos ativos financeiros  Classificação dos agregados monetários (BCB, 2009): Agregado Definição M1 Papel moeda em poder público + depósitos à vista M2 M1 + depósitos especiais remunerados + depósitos de poupança + títulos emitidos por instituições depositárias1 M3 M2 + quotas de fundos de renda fixa2 + operações compromissadas registradas no Selic3 M4 M3 + títulos públicos de alta liquidez Meios de Pagamento Restritos Meios de Pagamento Ampliados Poupança Financeira 1 Inclui depósitos a prazo, letras de câmbio, letras hipotecárias e letras de imobiliárias 2 Fundos Cambial; Curto Prazo; Renda Fixa (inclusive extramercado); Multimercado; Referenciado; e outros fundos ainda não enquadrados nas classes instituídas pela Instrução CVM Nº 409, de 18. 8 2004 3 Operações de compra de títulos com compromisso de revenda (Selic - Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic): títulos doTesouro Nacional)
  • 11. 09/03/2015 11 Meios de Pagamento – Brasil Fonte: BCB, 2015 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 jan/95 nov/95 set/96 jul/97 mai/98 mar/99 jan/00 nov/00 set/01 jul/02 mai/03 mar/04 jan/05 nov/05 set/06 jul/07 mai/08 mar/09 jan/10 nov/10 set/11 jul/12 mai/13 mar/14 jan/15 R$milhões(base:Jan/95) M1 M2 M3 M4 Meios de Pagamento – Brasil Fonte: BCB, 2015 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 100 200 300 400 500 600 jan/95 dez/95 nov/96 out/97 set/98 ago/99 jul/00 jun/01 mai/02 abr/03 mar/04 fev/05 jan/06 dez/06 nov/07 out/08 set/09 ago/10 jul/11 jun/12 mai/13 abr/14 R$Milhões(Base:Jan/95) M2 M1
  • 12. 09/03/2015 12 Meios de Pagamento – Brasil Fonte: BCB, 2015 0 100 200 300 400 500 600 jan/95 nov/95 set/96 jul/97 mai/98 mar/99 jan/00 nov/00 set/01 jul/02 mai/03 mar/04 jan/05 nov/05 set/06 jul/07 mai/08 mar/09 jan/10 nov/10 set/11 jul/12 mai/13 mar/14 jan/15 R$milhões(base:Jan/95) M1 M2-M1 M3-M2 M4-M3 Moeda e o Sistema Financeiro
  • 13. 09/03/2015 13 Objetivo do Sistema Financeiro  Desequilíbrio entre rendimentos e despesas de indivíduos e organizações: oportunidade de comercialização  Sistema financeiro: possibilita a transferência de recursos de agentes econômicos superavitários (poupadores) para agentes deficitários  Facilita a produção de bens e serviços  Maior eficiência e bem estar social Sistema Financeiro Sistema Financeiro Poupadores: agentes econômicos superavitários Demandadores: agentes econômicos deficitários Mercados e Instituições Governos Empresários Unidades Familiares Instrumentos financeiros Ativos Instrumentos financeiros Passivos
  • 14. 09/03/2015 14 Serviços do Sistema Financeiro  Compartilhamento de risco: risco do projeto é dividido entre poupadores e demandantes de empréstimos Diversificação: poupadores podem diversificar seus riscos aplicando em diferentes instrumentos (portfólio de ativos) Transferência de riscos: o mercado financeiro cria instrumentos que permitem que agentes avessos ao risco transfiram a incerteza para agentes dispostos a incorrer em maior risco  Exemplo: O que é preferível, uma aplicação com 50% de probabilidade de render 5% e 50% de probabilidade de render 15% ou uma aplicação com 100% de probabilidade de render 8%? Serviços do Sistema Financeiro  Liquidez: sistema financeiro disponibiliza mecanismos de comercialização que facilitam a conversão de ativos em moeda  Exemplo: um portfólio de ações é mais facilmente convertido em moeda do que equipamentos ou terrenos de empresas  Medida de eficiência do sistema financeiro: nível de liquidez dos ativos comercializados (facilidade de conversão)  Informação:  Sistema financeiro: capacitado para identificar e avaliar desempenho dos demandadores de recursos financeiros  Mecanismos de preços difundem essa informação
  • 15. 09/03/2015 15 Instrumentos Financeiros  Definição: certificados que evidenciam o direito do adquirente sobre a renda futura ou ativos do emitente  Títulos e empréstimos: instrumentos financeiros de dívida  Pagamento periódico de valor e duração pré-especificados  Emitentes: governos e corporações  Custo do recurso emprestado: taxas de juros  Ações: instrumento financeiro que representa uma participação na propriedade de uma corporação  Pagamento de dividendos Canais do Sistema Financeiro Intermediários Financeiros Financiamento Indireto Recursos Mercado Financeiro Recursos Financiamento Direto Poupadores: •Governo •Empresas •Pessoas Deficitários: •Governo •Empresas •Pessoas Recursos Recursos Recursos
  • 16. 09/03/2015 16 Mercado Financeiro  Tipos de ativos comercializados:  Ações:  Ordinárias: com direito a voto  Preferenciais: prioridade na distribuição de resultados  Nominativas: títulos de propriedade identificados  Escriturais: não há emissão de títulos de propriedade  Títulos de dívida: garantia de instituições financeiras ou lastreadas em ativos
  • 18. 09/03/2015 18 Legenda  (NM) Novo Mercado  (N1) Nível 1 de Governança Corporativa  (N2) Nível 2 de Governança Corporativa  (MA) Bovespa Mais  (MB) Balcão Org.Tradicional  (DR1) BDR Nível 1  (DR2) BDR Nível 2  (DR3) BDR Nível 3  (DRN) BDR Não Patrocinado Debêntures
  • 19. 09/03/2015 19 Mercado Financeiro  Classificações:  Primário vs. Secundário  Balcão vs. Bolsa  ÀVista vs. Derivativos  Monetário vs. De Capitais Mercado Financeiro  Mercado primário versus secundário:  Mercado primário: emissão inicial de ações e títulos  Mercado secundário: comercialização de ações e títulos entre investidores  Mercado de bolsa: contratos bilaterais, não padronizados  Mercado de balcão: contratos padronizados  Como as empresas não alavancam recursos nos mercados secundários, podemos concluir que eles são menos importantes para a economia do que os mercados primários.Verdadeiro ou falso?
  • 20. 09/03/2015 20 Mercado Secundário: Balcão vs. Bolsa Fonte: BM&F Mercado Financeiro  Mercado à vista versus derivativos:  Mercado à vista: comercialização e liquidação imediata  Derivativos: comercialização no presente e liquidação no futuro  Mercado a termo: transações que envolvem a comercialização de uma mercadoria ou ativo financeiro que será efetivada no futuro, por um preço especificado no presente (balcão ou bolsa)  Mercado futuro: semelhante ao mercado a termo, mas liquidação pode ocorrer antes do vencimento (somente em bolsa)  Mercado de opções: comercializa-se o direito de comprar ou de vender uma mercadoria ou ativo financeiro por um preço fixo numa data futura  Swaps: negocia-se a troca de rentabilidade entre duas mercadorias ou ativos financeiros
  • 21. 09/03/2015 21 Mercado Financeiro  Exemplo: swap de ouro x ativo com taxa prefixada  InvestidorA: compra ouro e vende ativo com taxa prefixada  Investidor B: compra ativo com taxa prefixada e vende ouro  Vencimento do contrato: valorização do ouro inferior à taxa prefixada negociada entre as partes, investidor B é beneficiado  Se a rentabilidade do ouro for superior à taxa prefixada, investidorA é beneficiado Taxa prefixada = R$ 94,80/g Vencimento: cotação é R$95,00/g “A” ganha, pois pagará R$ 94,80/g e poderá vender a R$95/g Fonte: BM&F
  • 22. 09/03/2015 22 Mercado Financeiro  Mercado monetário versus mercado de capitais: títulos de curto prazo versus títulos de médio e longo prazo  Instrumentos do mercado monetário: papéis de curto prazo emitidos pelo tesouro nacional (política monetária)  Instrumentos do mercado de capitais: operações de repasse, arrendamento mercantil (leasing), securitização de recebíveis, oferta pública de ações e debêntures, títulos de governo de longo prazo Canais do Sistema Financeiro: Intermediários Financeiros  Financiamento indireto do poupador para o demandante de recursos  Bancos comerciais  Bancos de investimento: operações de médio e longo prazo  Bancos especializados em crédito habitacional  Cooperativas de crédito: produtores rurais  Sociedades de crédito imobiliário e associações de poupança e empréstimo: crédito habitacional  Sociedades de crédito e financiamento: crédito ao consumidor  Empresas corretoras e distribuidoras: mercados de câmbio, derivativos  Bancos múltiplos
  • 23. 09/03/2015 23 Sistema Financeiro Nacional - Estrutura Sistema Financeiro Nacional - Estrutura Subsistema Normativo Conselho Monetário Nacional (CMN) Ministros da Fazenda, Planejamento e Presidente do BCB Banco Central (BCB) Comissão de Valores Mobiliários (CVM) Instituições Especiais (BB, CEF, BNDES)
  • 24. 09/03/2015 24 Sistema Financeiro Nacional - Estrutura  CMN: política monetária e cambial  BCB:  Executor das políticas estabelecidas pelo CMN: COPOM  Fiscalizador das instituições financeiras  CVM: regulamentação do mercado financeiro  BB: banco múltiplo e agente financeiro do governo federal  CEF: banco múltiplo e agente do SFH  BNDES: fomento a empresas de interesse ao desenvolvimento do país Sistema Financeiro Nacional - Estrutura Subsistema de Intermediação Instituições Financeiras Bancárias Bancos Comerciais, Múltiplos e de Investimento Instituições Financeiras Não Bancárias Bancos de Desenvolvimento Estaduais, Financeiras e Leasing Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo Instituições Auxiliares Bolsas, Corretoras e Agentes Autônomos Instituições Não Financeiras Cooperativas de Crédito
  • 27. 09/03/2015 27 Fonte: BCB (2014) Concentração Bancária no Brasil 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 %Ativos-CincoMaioresBancos Brasil Estados Unidos Fonte: GFDI (2014)
  • 28. 09/03/2015 28 Regulação do Sistema Financeiro  Objetivo 1: estabilidade financeira  Promover maior eficiência na alocação de recursos de uma economia  Garantir a eficácia do sistema financeiro em prover serviços de compartilhamento de risco, informação e liquidez em períodos de instabilidade econômica  Objetivo 2: disseminação e transferência de informação aos participantes do sistema financeiro  Objetivo 3: execução da política monetária Regulação do Sistema Financeiro – Justificativas  Keynes e Pós-Keynesianos: mercado de capitais, investimento e instabilidade  Desenvolvimento do mercado de capitais permite maior disponibilidade de recursos para investimento, mas...  Aumento na volatilidade do investimento: fragilidade do estado de confiança  Decisão de investimento: determinada pelas expectativas dos especuladores (mudanças bruscas de opinião, psicologia do mercado, reputação e comportamento de manada)  Solução proposta: cobrança de impostos sobre transações, regulação
  • 29. 09/03/2015 29 Regulação do Sistema Financeiro – Justificativas  Novos Keynesianos: informação assimétrica e racionamento de crédito  Risco moral e seleção adversa: taxa de juros não é mais a variável de ajuste  Equilíbrio de mercado: sub-acumulação de capital  Economias de escala na aquisição de informação e monitoramento: tendência de concentração de mercado bancário  Solvência das instituições financeiras: necessidade de monitoramento dos acionistas ou investidores  Crises financeiras e necessidade de resgate de instituições: importância da regulação Questões  Na ausência de custos de informação e transação, intermediários financeiros não existiriam.Verdadeiro ou falso?  Se você suspeita que uma empresa irá à falência no próximo ano, que tipo de ativo você preferirá manter: títulos emitidos pela empresa ou ações da empresa?  Porque agiotas aparentemente se preocupam menos com o risco moral associado aos empréstimos concedidos do que as instituições financeiras?