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1 INTRODUÇÃO
Á medida que sociedades fixam território, inicia-se uma vida social mais complexa,
onde os grupos sociais passam a explorar mais intensamente o solo. Com a
especialização e a divisão social do trabalho, a atividade econômica torna-se mais
complexa, aumenta o número de bens e serviços demandados pela população para
satisfazer suas vontades, como conseqüência eleva-se a diversificação dos produtos
disponíveis, fazendo com que a troca seja agora fundamental para a sociedade.
Para permitir o desenvolvimento das trocas, o escambo, gradativamente, dá lugar a
processos de troca via pagamentos indiretos. A generalizada aceitação de determinados
produtos, recebidos como pagamento em transações econômicas com o passar dos
tempos configuram a origem da moeda. O fundamento dessa aceitação é que esses
produtos, eleitos como equivalente – intermediário das trocas – são aceitos sem grandes
restrições porque todos sabem que ele será aceito por qualquer integrante da
sociedade.Dessa maneira a troca deixa de ser direta. Separam-se nitidamente as
operações de compra e venda, intermediada por esses produtos de aceitação geral, que
atuam como moeda. A partir da aceitação desses produtos como intermediários das trocas,
passa-se a denominar ou medir o valor dos produtos em relação ao produto-moeda ou
equivalente. Dessa forma podemos enumerar as funções que deve desempenhar a moeda
no processo econômico, a saber: intermediário das trocas, medida de valor e reserva de
valor.
A moeda se torna desvalorizada quando a inflação aumenta o preço de bens e serviços
fazendo com que naquele momento, ou seja, a moeda perde seu poder aquisitivo. É
gerada pelo excesso de consumo de serviços que podem se tornar escassos, gasto da
moeda superior ao arrecadado pelo Governo, empobrecimento do dinheiro entre outros
fatores.
Inflação significa a perda do poder de compra da moeda de um país. Ela se traduz numa
alta generalizada dos preços dessa economia (os preços “inflam”, daí o nome). O problema
com a inflação é que ela não ocorre uma vez e acaba; mesmo nesse caso, as
conseqüências seriam danosas, mas ela é persistente. Depois de se instalar, é difícil de
remover e as políticas Macroeconomiaconhecidas para isso são sacrificantes para boa
parte da sociedade.
4
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 HISTÓRIA DA MOEDA
Na Antiguidade, com a fixação do homem na terra e o fim do estado de nômade, este
passou a produzir (plantar, caçar) e a trocar o excedente do que produzia. Desta forma,
surgiu o primeiro conceito de comércio: o escambo, o qual consistia na troca direta de
mercadorias, especialmente no que diz respeito à passagem de uma economia baseada
na troca direta para outra baseada na troca indireta (também chamada de monetária).
A moeda surgiu em diversas civilizações, com diversas formas de representação do valor
monetário:conchas, gado,o sal, o ouro, a prata etc e como consequência natural deste
processo de trocas de bens e serviços.Cada sociedade adaptava como moeda os bens
relacionados com a sua atividade principal.Assim, os pescadores utilizavam, como moeda,
conchas, peixes ou sal; os pastores, o gado; os agricultores os cereais, etc.eram a moeda-
mercadoria.
O estabelecimento do uso de moedas foi uma tentativa de organizar e de estabelecer
padrões do comércio de produtos, além desubstituir a simples troca de mercadorias,a qual
predominava.
As trocas passaram então, a ser feitas em duas fases: numa primeira fase, o produtor
troca o resultado da sua atividade por moeda e, numa segunda fase, troca a moeda pelo
produto que pretende adquirir é a chamada troca indireta .A introdução da moeda no ato
da troca veio permitir o incremento da atividade comercial e da atividade produtiva, bem
como do consumo.Cada sociedade adaptava como moeda os bens relacionados com a sua
atividade principal.Assim, os pescadores utilizavam, como moeda, conchas, peixes ou sal;
os pastores, o gado; os agricultores os cereais, etc.- eram a moeda-mercadoria.
5
2.2 Conceito da Moeda
2.2.1 Etimologicamente
Embora se remonte a etimologia de moeda, a origem se atribui mais diretamente ao latim
moneta, " moeda ", metonimia o lugar onde se cunhavam moedas em Roma,o templo Juno
Moneta. Tem como conceito unidade representativa de valor aceita como instrumento de
troca numa comunidade, a moeda corrente que circula legalmente no país.
Moedas fortes são as que têm curso internacional, como instrumento de troca e reserva
devalor
A moeda corrente e a que circula legalmente num pais. Moedas fortes são as que tem
curso internacional, como instrumento de troca e reservas de valor.
2.2.2 Conceitualmente
O termo “ moeda” é usado para denominar tudo aquilo que é geralmente aceito como
meios de trocas de bens e serviços.
2.3. Funções da Moeda
A moeda é geralmente definida pelas suas funções, as quais podem ser agrupadas em três
grandes grupos:
a)Meio de troca: esta é sem dúvida a principal função da moeda e representa a capacidade
da moeda para ser utilizada como meio de pagamento na aquisição de produtos e serviços.
Sem a moeda, a alternativa seria a utilização de outros ativos efetuando a chamada troca
direta com todos os inconvenientes que daí adviriam. O benefício advindo dessa função é a
facilitação do processo de produção e de distribuição, ampliando consideravelmente as
possibilidades de especialização produtiva. Em síntese, os benefícios dessa função são:
→ Ao funcionar como intermediária das trocas, a moeda torna possível maior grau de
especialização e de divisão social do trabalho. Isso devido à possibilidade que se abre a
maior realização de trocas na economia, demandando uma diversidade de produtos
maiores que a existente em uma economia de escambo;
→ A utilização da moeda possibilita sensível redução do tempo empregado nas
transações. Essa economia de tempo faz com que o tempo economizado seja utilizada em
6
outras atividades sejam de lazer ou produtivas. Quando as trocas passam a ser efetivadas
por intermédio da moeda, elimina-se a necessidade de dupla coincidência de desejos,
exigida no escambo. Pois no escambo, a troca se realiza se existe à vontade dos
cambiantes mútua pelos produtos respectivos.
b)Unidade de conta: a função unidade de conta representa a utilização da moeda para
medir o valor das coisas; a utilização da moeda como medida de valor conhecida de todos
facilita imenso toda a atividade económica.
c)Reserva de valor: esta função da moeda representa a possibilidade da moeda ser
utilizada para aforro, isto é, para ser guardada de forma a transferir capacidade de
consumo para o futuro; a sua utilização deve-se ao baixo risco que lhe está associado
embora apresente o inconveniente da perda de valor em contextos de inflação.
2. 4 Caracteristica da Moeda
Para o bom desempenho das funções que acabam de ser examinadas, a moeda deve
reunir uma série de características essenciais. Cabe ressaltar que a crescente
complexidade das economias monetárias explica, em grande medida, a evolução histórica
da moeda, no sentido de que os instrumentos monetários em uso nos diferentes estágios
da evolução econômica dos povos pudessem adaptar-se às diferentes exigências que se
manifestam em cada etapa, fazendo com que a moeda evolua de formas rudimentares
para formas mais sofisticadas. Em todas as etapas, porém, foram mantidas certas
características essenciais, sem as quais os diferentes instrumentos monetários utilizados
não poderiam cumprir as funções básicas que deles sempre se exigiram.
As características mais relevantes da moeda, estudadas desde Adam Smith1, são as
seguintes:
 Indestrutibilidade e inalterabilidade: a moeda deve ser suficientemente durável, no
sentido de que não se destrua ou se deteriore, à medida que é manuseada na
intermediação das trocas. Daí a busca constante de papéis de melhor qualidade
para se imprimirem às notas fiduciárias utilizadas nas transações. Além disso, a
indestrutibilidade e a inalterabilidade são obstáculos à sua falsificação, constituindo-
se, assim, em elementos de fundamental importância para a confiança do público e
a aceitação geral da moeda.
 Homogeneidade: duas unidades monetárias distintas, mas de igual valor, devem
ser rigorosamente iguais. Suponhamos o seguinte fato: nos primórdios da evolução
histórica da moeda, determinada mercadoria seja tomada como instrumento de
7
troca. As diferentes unidades dessa mercadoria devem, necessariamente, ser
iguais, homogêneas quanto às suas características intrínsecas. Admitamos, que
seja o arroz o instrumento de troca desse período hipotético. No caso de dois
indivíduos realizar uma transação onde, o comprador paga a compra com o arroz
de baixa qualidade e com grãos quebrados, enquanto o vendedor imagina que
receberá em troca de sua mercadoria grãos inteiros e de boa qualidade. É
justamente pela possibilidade de ocorrência deste equívoco que se demanda uma
característica como a homogeneidade.
 Divisibilidade: a moeda deve possuir múltiplos e submúltiplos em quantidade de tal
que tanto as transações de grande porte quanto às de pequeno porte possam ser
realizadas sem dificuldade.
 Transferibilidade: diz respeito à facilidade com que deve processar-se sua
transferência, de um possuidor para outro. Esta caraterísticas tem a função de
facilitar e agilizar o processo de trocas na economia.
 Facilidade de manuseio e transporte: essa característica deve-se exclusivamente ao
fato de que a moeda não foi criada para dificultar o processo de troca e sim, facilitá-
lo. Se o porte da moeda for dificultado, sua utilização aos poucos seria descartada
ou haveria um processo de substituição por uma mercadoria de transporte mais
facilitado.
2.5 Estilo de Moeda
A moeda pode ser definida como um bem de aceitação generalizada quase utiliza como
intermediário nas trocas moeda ao longo da história evoluiu aparecendo sob diferentes
formas:
 Moeda Mercadoria
No princípio, as primeiras moedas eram mercadorias. Estas deveriam ser
suficientemente raras (para que fosse imputado valor a elas) e deveriam atender a uma
8
necessidade comum e geral, para que pudessem ser aceitas sem restrições por todos os
integrantes dos grupos envolvidos nas trocas. Desta forma, os primeiros tipos de moeda
tinham, essencialmente, valor de uso; e, sendo este comum e geral, passavam a ter,
concomitantemente, valor de troca.Para melhor compreensão dos conceitos de valor de
uso e valor de troca, para quem possuir interesse, aceitação geral estava em seu valor de
uso, em sua utilidade, em sua capacidade de atender a uma necessidade comum. Assim, o
requisito necessário para que se depositasse confiança na moeda era sua utilidade para
todos ou, pelo menos, maioria da sociedade.
As moedas primitivamente usadas tinham sua aceitação fundamentada na utilidade geral
que a comunidade encontrava em seu uso, para a satisfação direta de determinadas
necessidades. O valor de uso servia, assim, de garantia para o valor de troca. Ambos, na
realidade, acabam por confundir-se, tal a correlações que se estabelecia entre eles.
 Moeda Metálica
As necessidades e a criatividade humanas fizeram com que surgisse uma solução que
resolvesse a questão da coincidência de desejos, verificada nas trocas diretas, além do
problema da perecibilidade e da divisibilidade. É introduzida, então, a moeda metálica
como intermediária das trocas.
 Moeda Papel
Cédula Francesa de 25 Sols (1792)
9
A moeda de ouro, utilizada em grande escala como intermediação de trocas, trazia dois
grandes problemas para os indivíduos: o custo do transporte, dado seu volume, e o risco
de assaltos.
O risco de assalto foi determinante na decisão de se manterem as moedas em casas de
custódia (os ouvires), em troca de certificados de depósito. Progressivamente, esses
certificados passaram a ser usados como moeda.
O endosso dava a seus titulares o direito de retirar o ouro junto às casas de custódia.
Dessa forma, surgia a Moeda-Papel, cuja característica é ser integralmente lastreada em
metal precioso.Em outras palavras, o detentor do certificado podia, a qualquer momento,
dirigir-se a casa de custódia e sacar o equivalente no metal que lhe servia de lastro. Essa
ação de resgatar o papel em metal é conhecida como conversibilidade.
 PAPEL-MOEDA OU MOEDA FIDUCIÁRIA
A experiência de custódia e da conversibilidade levou a percepção de que a reconversão
dos recibos de custódia (moeda-papel) em metais preciosos não era solicitada por todos os
seus detentores ao mesmo tempo. Além disso, novos depósitos eram sempre
realizados.Assim, os custodiantes começaram, paulatinamente, a emitir certificados não
lastreados. A confiança dos comerciantes e da comunidade nos fiéis e honrados
custodiantes dos metais preciosos ensejou a criação do papel-moeda (ou moeda
fiduciária). Junto com o papel-moeda nascia, também, a atividade bancária.
A emissão de certificados em montantes superiores ao estoque de metal precioso
permitia que seus emissores realizassem operações lucrativas, como a aquisição de títulos
e ações ou, ainda, a concessão de empréstimos que rendiam juros.
Quando se adotou essa prática, os recibos passaram a ser fracionariamente conversíveis,
situação que evoluiu com o tempo, chegando aos dias atuais, em que a moeda é de
emissão privativa do Estado, onde não há conversibilidade.
 Moeda Escritural
10
A medida que a sociedade evolui, a forma de convivência e os relacionamentos
comerciais vão-se modificando. Além do papel-moeda de emissão privativa do Estado, por
meio de bancos centrais, há o que chamamos de moeda bancária ou moeda escritural.Os
bancos comerciais podem criar moeda, assim como os ourives faziam quando emitiam
mais certificados do que o ouro que mantinham em depósito. Nos bancos, somente uma
parte do total de depósitos é utilizada ao mesmo tempo.
Em qualquer momento existem pessoas depositando e outras retirando, de tal forma que,
balanceando essas operações, somente uma parcela do todo é movimentada.
Ao contrário do que muitas vezes se pensa, o depósito é que é moeda, pois é uma
promessas de pagar quando lhe for requerido. O cheque, por sua vez, é apenas o
mecanismo de conversão do depósito em moeda manual, ou seja, nada mais é do que uma
ordem de transferência de fundos.
Como só uma parcela de depósitos é requerida em espécie, pois grande parte retorna
aos bancos em forma de novos depósitos, o banco pode fazer promessas de pagar acima
do que dispõe e, dessa forma, criar moeda em meio de pagamento, apesar de não poder
emitir a moeda que esteja em curso no país (função privativa do Banco Central).Esta
questão de moeda escritural, principalmente com relação à capacidade que os bancos
apresentam de multiplicá-la, será retomada adiante no tópico. “Criação / Destruição de
Moeda”.
 Moeda virtual
A evolução das formas de moeda está vinculada ao aspecto intrínseco de que novas
formas são adotadas por tornarem mais fáceis, as transações entre os agentes
econômicos. Desde seu surgimento até as modalidades hoje existentes, as transformações
da moeda estiveram vinculadas ao aspecto da redução dos custos de transação.
A moeda na forma digital (mecanismos de pagamento por via eletrônica) implica redução
significativa nos custos de transação. Seu surgimento e desenvolvimento, no entanto, está
11
mais ligado ao fato de que são vislumbradas as oportunidades de negócios com o
oferecimento de serviços financeiros por meio de cartões, Internet, etc.
Essas novas formas de dinheiro eletrônico ganharam impulso com a criação da Internet,
que permite a realização de compras via computador, debitando-se os respectivos custos
em cartões de crédito ou diretamente na conta bancária do usuário.
Com o desenvolvimento dos meios de comunicação e da transferência eletrônica de dados,
há ainda campo aberto para a criatividade humana encontrar novas formas de intermediar
as trocas de aquisição de bens e serviços.
O que podemos perceber também é que a dificuldade de averiguar exatamente onde
uma transação ocorre dificultará, ainda mais, a ação dos governos, tanto em definir
políticas e fiscalizar essa nova forma de moeda, como em tributar as transações dessa
forma originadas.
2.6 Inflação e seus conceitos
O conceito de inflação, diferentemente com que ocorre com a discussão de suas causas e
efeitos, é pouco controvertido e facilmente assimilável. Em virtude de sua temíveis
consequências políticas, sociais e econômicas.
A inflação tornou-se um assunto amplamente discutido e debatido, que seu conceito hoje
é conhecido pela maioria das pessoas com instrução.
Dentre as principais teses temos:
 É um conceito econômico que representa um aumento generalizado de preços dos
produtos de um determinado país ou região, durante um período de tempo. E
nesse processo inflacionário o poder de compra da moeda cai.
12
 No sentido literal o termo inflação significa o efeito de inflar ou inchar. Em
economia é um aumento continuo dos preços, bens e serviços, isto é, o aumento
dos preços é verificado na grande maioria dos bens e não somente em alguns. Há
uma acentuada diminuída do poder de compra devido a vários fatores tais como: O
rendimento salarial que não sofre alteração.
A inflação causa graves problemas ao funcionamento da economia, destacando-se os
seguintes:
a) altas de preços generalizadas produzem distorções econômicas, porque os preços não
sobem todos ao mesmo tempo, há uma dispersão dos preços relativos: a relação entre os
preços sofre mudanças pulverizadas e eles deixam de ser referências válidas
para decisões dos agentes econômicos.
b) a inflação causa concentração de renda, porque os mais pobres têm maiores
dificuldades de se defender, enquanto os ricos podem reajustar suas rendas, ganhar no
mercado financeiro, dolarizar seus ativos, etc.
c) ambientes de alta inflação, ao dificultar o cálculo de ganhos, perdas e comparações, e
também por atiçar ganhos especulativos e levar a altas taxas de juros como meio de
defesa do governo, inibem o investimento produtivo, causando impasse no crescimento
econômico.
2.7Alguns aspectos que contribuem para o índice inflacionário
2.7.1Natureza do fenômeno
A palavra inflação sugere ideia de inchação. Uma analogia que geralmente se recorre
para uma ideia aproximada a de um balão inflado. Aparentemente torna-se maior quanto
mais cheio de ar é, não obstante da matéria em si que é constituída, permanece
13
intrinsecamente inalterada. Com base nesta comparação o elemento que causa inflação
nos preços para alguns economistas com Arnold Harberger e contrapartida da inflação.
Logo sem injeção de ar não se infla o balão e sem injeção monetária não se terá inflação.
Nessa condição é preciso aceitar que a inflação é um fenômeno essencialmente de
natureza monetária.
2.7.2A magnitude da taxa de elevação de preço
Um segundo aspecto diz respeito à determinação da magnitude a partir da qual a taxa da
expansão geral de preços realmente caracteriza um processo inflacionário.
Se considerarmos o conceito básico de inflação, qualquer variação para mais no nível do
preço pode ser chamada inflação. No entanto alguns autores só admitem e existência de
um processo inflacionário típico, a partir da dada taxa de elevação de preço ao longo de
um determinado período de tempo.
Quando isso ocorre é denominado “sopro de alta”. A variação media de preço não seria
suficientemente alta para se caracterizar um processo inflacionário.
2.7.3A dimensão do fator tempo
Outro problema que transparece no conceito adotado diz respeito à dimensão do período
de tempo que satisfaz a condição fundamental de expansão geral de preço pode ser
considerada persistente, continuada ou prolongada. Quanto a este aspecto cabe indagar
se dada elevação de preço durante um curto período de tempo pode ser considerada
inflação. Não havendo continuidade no fenômeno as alterações verificadas no nível geral
de preços não podem ser atribuídas a fatores tipicamente inflacionários, mais a oscilações
reais de mercado.
2.7.4Abrangência do Fenômeno
A inflação como é casualmente conceituada, caracteriza-se como um fenômeno
macroeconômico, por quanto se refere e uma considerável e persistente elevação geral
nos preços.
O que queremos agora é realçar que a elevação geral de preços não se limita a um
produto ou a uma dada fração de bens e serviços que resultam da esfera social de
14
produtos, mais a uma alta generalizada, abrangente que envolve praticamente os preços
de todos os fatores e produtos.
2.8 Causas e consequências da inflação
2.8.1 Causas
Normalmente, são apontadas como principais causas da inflação o excesso de moeda em
circulação, o aumento dos custos de produção e as expectativas dos agentes
econômicos.
Podemos citar as seguintes causas da inflação:
 Excesso de gasto. Ocorre quando consumidores e empresários aumentam gastos
rapidamente, provavelmente com base em crédito, sem que haja quantidade suficiente
de bens e serviços disponível. Os compradores passam a competir pela oferta, que é
escassa.
Aumento de salários mais rápido do que da produtividade. Fica mais caro para a
empresa produzir cada unidade e, ainda que o aumento seja justo, ela pode querer
repassá-lo aos preços para não perder lucro. Isso pode ser mais fácil se não houver
concorrentes.
 Aumento dos lucros. Se a concorrência diminuir na economia, empresas podem
aumentar os preços sem perder clientes.
 Aumento nos preços das matérias-primas, especialmente quando elas são muito
usadas como insumos, como é o caso do petróleo. Como as causas, em geral, são
mundiais, é muito difícil que um país consiga contornar esse tipo de inflação
individualmente.
 Inércia. Em uma economia já tomada pela inflação ela pode se alimentar. É o que
ocorre quando cada um tenta se proteger dela: trabalhadores exigem aumento salarial,
empresas tentam garantir o lucro, etc.
 Expectativas dos agentes económicos:
As previsões relativas ao aumento dos preços provocam nos agentes económicos um
conjunto de comportamentos que contribuem para o agravamento do próprio
processoinflacionário: os consumidores antecipam o seu consumo;os trabalhadores
reivindicam aumentos salariais; os bancos aumentam as taxas de juro; etc.
15
2.8.2 Consequências da inflação
Relativamente às consequências da inflação, destacam-se a desvalorização da moeda e
a deterioração do poder de compra da população.
• Desvalorização da moeda:
O aumento dos preços provoca a depreciação do valor da moeda pois os consumidores,
com a mesma quantidade de moeda, compram cada vez menos bens e serviços.
• Deterioração do poder de compra:
Quando os preços sobem, se não se verificar um aumento proporcional dos rendimentos
das famílias, verificar-se-á uma deterioração do seu poder de compra. De uma forma
geral, a inflação provoca a deterioração das condições de vida dos cidadãos, em especial
daqueles que auferem rendimentos fixos, como pensões e reformas.
2.9 Tipos de Inflação
Existem basicamente em uma economia, três tipos de inflação. Na verdade, geralmente,
um desses tres tipos é mais preponderante em uma determinada economia, entretanto,
dificilmente existirá somente um tipo de inlfação na economia. Os tipos de inflação
também mantém uma certa relação com a estrutura de mercado (oligopolista,
monopolista, monopsonista, etc.) onde esteja ocorrendo. Os tipos de inflação se
classificam portanto em:
 Inflação de Demanda
Refere-se ao excesso de demanda agregada em relação à produção disponível de bens e
serviços.A Inflação de Demanda é acarretada basicamente por uma certa defasagem
entre a quantidade ofertada e a quantidade demandada, sendo esta ultima bem maior do
que a primeira, causando dessa forma, uma pressão nos preços em função de um certo
patamar de demanda reprimida.
16
 Inflação de Custos
Pode ser associadas a uma inflação tipicamente de oferta.
Este tipo de inflação se carateriza basicamente por uma majorada exógena de
determinados componentes do produto, tais como matéria prima, salários, impostos,
combustíveis, etc. Nestes casos o comportamento da demanda não é um fator muito
determinante do preço final das mercadorias.Um ótimo exemplo deste tipo de inflação
pode ser verificado no setor automobilístico, que é fortemente oligopolizado (formado
por cartéis). Neste setor mesmo em períodos nos quais as vendas baixem
significativamente, os preços não seguiram essa tendência.
A inflação de custos exprime-se também por meio da mudança de posição da curva
de oferta agregada: partindo da situação inicial, os produtores só estarão dispostos a
manter o mesmo quantum de oferta agregada a níveis mais altos de preços.
Independentemente do que possa acontecer com a demanda agregada, a curva de
oferta agregada movimenta-se para cima, de tal forma que, mantido o nível de pleno
emprego, o aumento do lucro implicará a elevação do nível geral de preços, após
decorrido o intervalo de tempo necessário para que a expansão dos custos de vida a
esse aumento indutor se estenda a toda a economia
 Inflação Inercial
É o processo automático de realimentação de preços. Ou seja, a inflação corrente
decorre da inflação passada, perpetuando-se uma inércia ou memória inflacionária.A
inércia inflacionária pode ser entendida como se fosse um efeito de manutenção da
taxa inflacionária. Entre todos os agentes de determinado segmento de mercado ou
até mesmo da economia como um todo existe um efeito psicológico tendendo ao
repasse das expectativas de inflação do momento para os preços de seus produtos.
Isso provoca a manutenção da taxa de inflação em um determinado patamar ou até
mesmo um crescimento acentuado tendendo para a hiperinflação.
17
3.CONCLUSÃO
Neste trabalho mostramos a mudança no sistema de troca direta de mercadorias pelos
sistemas monetários, a moeda percorreu em sua evolução um longo caminho, de
importância fundamental para o desenvolvimento econômico das diferentes sociedades. Ao
transformar-se no primeiro grande meio de pagamento, por ser uma mercadoria facilmente
trocável nas transações internas ou externas de uma comunidade, o gado bovino afastou
as várias outras que funcionavam como moeda. Devido ao volume, à dificuldade de
transporte e ao fato de ser perecível, entre outras desvantagens, o gado bovino cedeu
lugar aos metais como ferro, cobre alumínio e, mais tarde, aos metais preciosos, como a
prata e o ouro. Além do grande valor, os metais apresentavam maior facilidade de manejo.
A evolução das funções desempenhadas pela moeda é uma decorrência do crescimento
da produção mercantil. A moeda não é um bem de consumo, pois embora não satisfaça
diretamente as necessidades humanas, compra coisas que têm esse poder; não é um bem
de produção, pois se não for empregada como investimento de capital a rentabilidade de
seus depósitos é nula.
Seu valor reside nas funções que desempenha como meio de pagamento, ou
instrumento de troca; como reserva de valor; e como medida comum de valores.
Com a realização deste trabalho sobre a Inflação concluí que ao abordar todos estes
temas do ponto de vista econômico temos uma percepção totalmente diferente destes
assuntos, que tratam a desigualdade de situações econômicas.
Todos os fatores econômicos são essênciais para uma boa percepção da economia e
também essênciais para o decorrer desta ciência econômica.
18
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ROSSETI,José Paschoal. Economia Monetária. 9º ed. São Paulo,2005.
Leite, J.A. Macroeconomia.2ºed. São Paulo:Atlas,2000.Capítulos 4 e 7.
Carvalho, Fernando et al. Economia Monetária e Financeira. Rio de Janeiro.2001.
Capítulo 1
História de Tudo. História da Moeda. Disponível em:http:www.história
detudo.com.br/moeda.html. Acesso em:25 de maio de 2013
Mueller,Antony P. Causas e Consequências da Inflação. Disponivel
em:hhtp:www.ordemlivre.org.2011/05/inflação,causas e consequências. Acesso
em:10.mai.2013
Cerqueira,Sara.Causas e Consequências da Inflação.Disponivel em:hhtp:economia-
ablogspol.com.br. Acesso em:05 de maio de 2013
DORNBUSCH, Rudiger, FISCHER, Stanley. Macroeconomia. 5ª ed. São Paulo:
Makron
Books, 1991. 930 p.
LOPES, João do Carmo, ROSSETTI, José Paschoal. Economia Monetária. 6ª ed.
São Paulo: Atlas, 1992. 368 p.
MARINHO, Henrique. Política Monetária no Brasil: da teoria à prática. 4ª ed. Rio
de Janeiro: Campus, 1996. 197 p.
MAYER, Thomas, DUESENBERRY, James S., ALIBER, Robert. Moedas, Bancos e
aEconomia. 4ª ed. americana. Rio de Janeiro: Campus, 1993. 681 p.

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  • 1. 3 1 INTRODUÇÃO Á medida que sociedades fixam território, inicia-se uma vida social mais complexa, onde os grupos sociais passam a explorar mais intensamente o solo. Com a especialização e a divisão social do trabalho, a atividade econômica torna-se mais complexa, aumenta o número de bens e serviços demandados pela população para satisfazer suas vontades, como conseqüência eleva-se a diversificação dos produtos disponíveis, fazendo com que a troca seja agora fundamental para a sociedade. Para permitir o desenvolvimento das trocas, o escambo, gradativamente, dá lugar a processos de troca via pagamentos indiretos. A generalizada aceitação de determinados produtos, recebidos como pagamento em transações econômicas com o passar dos tempos configuram a origem da moeda. O fundamento dessa aceitação é que esses produtos, eleitos como equivalente – intermediário das trocas – são aceitos sem grandes restrições porque todos sabem que ele será aceito por qualquer integrante da sociedade.Dessa maneira a troca deixa de ser direta. Separam-se nitidamente as operações de compra e venda, intermediada por esses produtos de aceitação geral, que atuam como moeda. A partir da aceitação desses produtos como intermediários das trocas, passa-se a denominar ou medir o valor dos produtos em relação ao produto-moeda ou equivalente. Dessa forma podemos enumerar as funções que deve desempenhar a moeda no processo econômico, a saber: intermediário das trocas, medida de valor e reserva de valor. A moeda se torna desvalorizada quando a inflação aumenta o preço de bens e serviços fazendo com que naquele momento, ou seja, a moeda perde seu poder aquisitivo. É gerada pelo excesso de consumo de serviços que podem se tornar escassos, gasto da moeda superior ao arrecadado pelo Governo, empobrecimento do dinheiro entre outros fatores. Inflação significa a perda do poder de compra da moeda de um país. Ela se traduz numa alta generalizada dos preços dessa economia (os preços “inflam”, daí o nome). O problema com a inflação é que ela não ocorre uma vez e acaba; mesmo nesse caso, as conseqüências seriam danosas, mas ela é persistente. Depois de se instalar, é difícil de remover e as políticas Macroeconomiaconhecidas para isso são sacrificantes para boa parte da sociedade.
  • 2. 4 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 HISTÓRIA DA MOEDA Na Antiguidade, com a fixação do homem na terra e o fim do estado de nômade, este passou a produzir (plantar, caçar) e a trocar o excedente do que produzia. Desta forma, surgiu o primeiro conceito de comércio: o escambo, o qual consistia na troca direta de mercadorias, especialmente no que diz respeito à passagem de uma economia baseada na troca direta para outra baseada na troca indireta (também chamada de monetária). A moeda surgiu em diversas civilizações, com diversas formas de representação do valor monetário:conchas, gado,o sal, o ouro, a prata etc e como consequência natural deste processo de trocas de bens e serviços.Cada sociedade adaptava como moeda os bens relacionados com a sua atividade principal.Assim, os pescadores utilizavam, como moeda, conchas, peixes ou sal; os pastores, o gado; os agricultores os cereais, etc.eram a moeda- mercadoria. O estabelecimento do uso de moedas foi uma tentativa de organizar e de estabelecer padrões do comércio de produtos, além desubstituir a simples troca de mercadorias,a qual predominava. As trocas passaram então, a ser feitas em duas fases: numa primeira fase, o produtor troca o resultado da sua atividade por moeda e, numa segunda fase, troca a moeda pelo produto que pretende adquirir é a chamada troca indireta .A introdução da moeda no ato da troca veio permitir o incremento da atividade comercial e da atividade produtiva, bem como do consumo.Cada sociedade adaptava como moeda os bens relacionados com a sua atividade principal.Assim, os pescadores utilizavam, como moeda, conchas, peixes ou sal; os pastores, o gado; os agricultores os cereais, etc.- eram a moeda-mercadoria.
  • 3. 5 2.2 Conceito da Moeda 2.2.1 Etimologicamente Embora se remonte a etimologia de moeda, a origem se atribui mais diretamente ao latim moneta, " moeda ", metonimia o lugar onde se cunhavam moedas em Roma,o templo Juno Moneta. Tem como conceito unidade representativa de valor aceita como instrumento de troca numa comunidade, a moeda corrente que circula legalmente no país. Moedas fortes são as que têm curso internacional, como instrumento de troca e reserva devalor A moeda corrente e a que circula legalmente num pais. Moedas fortes são as que tem curso internacional, como instrumento de troca e reservas de valor. 2.2.2 Conceitualmente O termo “ moeda” é usado para denominar tudo aquilo que é geralmente aceito como meios de trocas de bens e serviços. 2.3. Funções da Moeda A moeda é geralmente definida pelas suas funções, as quais podem ser agrupadas em três grandes grupos: a)Meio de troca: esta é sem dúvida a principal função da moeda e representa a capacidade da moeda para ser utilizada como meio de pagamento na aquisição de produtos e serviços. Sem a moeda, a alternativa seria a utilização de outros ativos efetuando a chamada troca direta com todos os inconvenientes que daí adviriam. O benefício advindo dessa função é a facilitação do processo de produção e de distribuição, ampliando consideravelmente as possibilidades de especialização produtiva. Em síntese, os benefícios dessa função são: → Ao funcionar como intermediária das trocas, a moeda torna possível maior grau de especialização e de divisão social do trabalho. Isso devido à possibilidade que se abre a maior realização de trocas na economia, demandando uma diversidade de produtos maiores que a existente em uma economia de escambo; → A utilização da moeda possibilita sensível redução do tempo empregado nas transações. Essa economia de tempo faz com que o tempo economizado seja utilizada em
  • 4. 6 outras atividades sejam de lazer ou produtivas. Quando as trocas passam a ser efetivadas por intermédio da moeda, elimina-se a necessidade de dupla coincidência de desejos, exigida no escambo. Pois no escambo, a troca se realiza se existe à vontade dos cambiantes mútua pelos produtos respectivos. b)Unidade de conta: a função unidade de conta representa a utilização da moeda para medir o valor das coisas; a utilização da moeda como medida de valor conhecida de todos facilita imenso toda a atividade económica. c)Reserva de valor: esta função da moeda representa a possibilidade da moeda ser utilizada para aforro, isto é, para ser guardada de forma a transferir capacidade de consumo para o futuro; a sua utilização deve-se ao baixo risco que lhe está associado embora apresente o inconveniente da perda de valor em contextos de inflação. 2. 4 Caracteristica da Moeda Para o bom desempenho das funções que acabam de ser examinadas, a moeda deve reunir uma série de características essenciais. Cabe ressaltar que a crescente complexidade das economias monetárias explica, em grande medida, a evolução histórica da moeda, no sentido de que os instrumentos monetários em uso nos diferentes estágios da evolução econômica dos povos pudessem adaptar-se às diferentes exigências que se manifestam em cada etapa, fazendo com que a moeda evolua de formas rudimentares para formas mais sofisticadas. Em todas as etapas, porém, foram mantidas certas características essenciais, sem as quais os diferentes instrumentos monetários utilizados não poderiam cumprir as funções básicas que deles sempre se exigiram. As características mais relevantes da moeda, estudadas desde Adam Smith1, são as seguintes:  Indestrutibilidade e inalterabilidade: a moeda deve ser suficientemente durável, no sentido de que não se destrua ou se deteriore, à medida que é manuseada na intermediação das trocas. Daí a busca constante de papéis de melhor qualidade para se imprimirem às notas fiduciárias utilizadas nas transações. Além disso, a indestrutibilidade e a inalterabilidade são obstáculos à sua falsificação, constituindo- se, assim, em elementos de fundamental importância para a confiança do público e a aceitação geral da moeda.  Homogeneidade: duas unidades monetárias distintas, mas de igual valor, devem ser rigorosamente iguais. Suponhamos o seguinte fato: nos primórdios da evolução histórica da moeda, determinada mercadoria seja tomada como instrumento de
  • 5. 7 troca. As diferentes unidades dessa mercadoria devem, necessariamente, ser iguais, homogêneas quanto às suas características intrínsecas. Admitamos, que seja o arroz o instrumento de troca desse período hipotético. No caso de dois indivíduos realizar uma transação onde, o comprador paga a compra com o arroz de baixa qualidade e com grãos quebrados, enquanto o vendedor imagina que receberá em troca de sua mercadoria grãos inteiros e de boa qualidade. É justamente pela possibilidade de ocorrência deste equívoco que se demanda uma característica como a homogeneidade.  Divisibilidade: a moeda deve possuir múltiplos e submúltiplos em quantidade de tal que tanto as transações de grande porte quanto às de pequeno porte possam ser realizadas sem dificuldade.  Transferibilidade: diz respeito à facilidade com que deve processar-se sua transferência, de um possuidor para outro. Esta caraterísticas tem a função de facilitar e agilizar o processo de trocas na economia.  Facilidade de manuseio e transporte: essa característica deve-se exclusivamente ao fato de que a moeda não foi criada para dificultar o processo de troca e sim, facilitá- lo. Se o porte da moeda for dificultado, sua utilização aos poucos seria descartada ou haveria um processo de substituição por uma mercadoria de transporte mais facilitado. 2.5 Estilo de Moeda A moeda pode ser definida como um bem de aceitação generalizada quase utiliza como intermediário nas trocas moeda ao longo da história evoluiu aparecendo sob diferentes formas:  Moeda Mercadoria No princípio, as primeiras moedas eram mercadorias. Estas deveriam ser suficientemente raras (para que fosse imputado valor a elas) e deveriam atender a uma
  • 6. 8 necessidade comum e geral, para que pudessem ser aceitas sem restrições por todos os integrantes dos grupos envolvidos nas trocas. Desta forma, os primeiros tipos de moeda tinham, essencialmente, valor de uso; e, sendo este comum e geral, passavam a ter, concomitantemente, valor de troca.Para melhor compreensão dos conceitos de valor de uso e valor de troca, para quem possuir interesse, aceitação geral estava em seu valor de uso, em sua utilidade, em sua capacidade de atender a uma necessidade comum. Assim, o requisito necessário para que se depositasse confiança na moeda era sua utilidade para todos ou, pelo menos, maioria da sociedade. As moedas primitivamente usadas tinham sua aceitação fundamentada na utilidade geral que a comunidade encontrava em seu uso, para a satisfação direta de determinadas necessidades. O valor de uso servia, assim, de garantia para o valor de troca. Ambos, na realidade, acabam por confundir-se, tal a correlações que se estabelecia entre eles.  Moeda Metálica As necessidades e a criatividade humanas fizeram com que surgisse uma solução que resolvesse a questão da coincidência de desejos, verificada nas trocas diretas, além do problema da perecibilidade e da divisibilidade. É introduzida, então, a moeda metálica como intermediária das trocas.  Moeda Papel Cédula Francesa de 25 Sols (1792)
  • 7. 9 A moeda de ouro, utilizada em grande escala como intermediação de trocas, trazia dois grandes problemas para os indivíduos: o custo do transporte, dado seu volume, e o risco de assaltos. O risco de assalto foi determinante na decisão de se manterem as moedas em casas de custódia (os ouvires), em troca de certificados de depósito. Progressivamente, esses certificados passaram a ser usados como moeda. O endosso dava a seus titulares o direito de retirar o ouro junto às casas de custódia. Dessa forma, surgia a Moeda-Papel, cuja característica é ser integralmente lastreada em metal precioso.Em outras palavras, o detentor do certificado podia, a qualquer momento, dirigir-se a casa de custódia e sacar o equivalente no metal que lhe servia de lastro. Essa ação de resgatar o papel em metal é conhecida como conversibilidade.  PAPEL-MOEDA OU MOEDA FIDUCIÁRIA A experiência de custódia e da conversibilidade levou a percepção de que a reconversão dos recibos de custódia (moeda-papel) em metais preciosos não era solicitada por todos os seus detentores ao mesmo tempo. Além disso, novos depósitos eram sempre realizados.Assim, os custodiantes começaram, paulatinamente, a emitir certificados não lastreados. A confiança dos comerciantes e da comunidade nos fiéis e honrados custodiantes dos metais preciosos ensejou a criação do papel-moeda (ou moeda fiduciária). Junto com o papel-moeda nascia, também, a atividade bancária. A emissão de certificados em montantes superiores ao estoque de metal precioso permitia que seus emissores realizassem operações lucrativas, como a aquisição de títulos e ações ou, ainda, a concessão de empréstimos que rendiam juros. Quando se adotou essa prática, os recibos passaram a ser fracionariamente conversíveis, situação que evoluiu com o tempo, chegando aos dias atuais, em que a moeda é de emissão privativa do Estado, onde não há conversibilidade.  Moeda Escritural
  • 8. 10 A medida que a sociedade evolui, a forma de convivência e os relacionamentos comerciais vão-se modificando. Além do papel-moeda de emissão privativa do Estado, por meio de bancos centrais, há o que chamamos de moeda bancária ou moeda escritural.Os bancos comerciais podem criar moeda, assim como os ourives faziam quando emitiam mais certificados do que o ouro que mantinham em depósito. Nos bancos, somente uma parte do total de depósitos é utilizada ao mesmo tempo. Em qualquer momento existem pessoas depositando e outras retirando, de tal forma que, balanceando essas operações, somente uma parcela do todo é movimentada. Ao contrário do que muitas vezes se pensa, o depósito é que é moeda, pois é uma promessas de pagar quando lhe for requerido. O cheque, por sua vez, é apenas o mecanismo de conversão do depósito em moeda manual, ou seja, nada mais é do que uma ordem de transferência de fundos. Como só uma parcela de depósitos é requerida em espécie, pois grande parte retorna aos bancos em forma de novos depósitos, o banco pode fazer promessas de pagar acima do que dispõe e, dessa forma, criar moeda em meio de pagamento, apesar de não poder emitir a moeda que esteja em curso no país (função privativa do Banco Central).Esta questão de moeda escritural, principalmente com relação à capacidade que os bancos apresentam de multiplicá-la, será retomada adiante no tópico. “Criação / Destruição de Moeda”.  Moeda virtual A evolução das formas de moeda está vinculada ao aspecto intrínseco de que novas formas são adotadas por tornarem mais fáceis, as transações entre os agentes econômicos. Desde seu surgimento até as modalidades hoje existentes, as transformações da moeda estiveram vinculadas ao aspecto da redução dos custos de transação. A moeda na forma digital (mecanismos de pagamento por via eletrônica) implica redução significativa nos custos de transação. Seu surgimento e desenvolvimento, no entanto, está
  • 9. 11 mais ligado ao fato de que são vislumbradas as oportunidades de negócios com o oferecimento de serviços financeiros por meio de cartões, Internet, etc. Essas novas formas de dinheiro eletrônico ganharam impulso com a criação da Internet, que permite a realização de compras via computador, debitando-se os respectivos custos em cartões de crédito ou diretamente na conta bancária do usuário. Com o desenvolvimento dos meios de comunicação e da transferência eletrônica de dados, há ainda campo aberto para a criatividade humana encontrar novas formas de intermediar as trocas de aquisição de bens e serviços. O que podemos perceber também é que a dificuldade de averiguar exatamente onde uma transação ocorre dificultará, ainda mais, a ação dos governos, tanto em definir políticas e fiscalizar essa nova forma de moeda, como em tributar as transações dessa forma originadas. 2.6 Inflação e seus conceitos O conceito de inflação, diferentemente com que ocorre com a discussão de suas causas e efeitos, é pouco controvertido e facilmente assimilável. Em virtude de sua temíveis consequências políticas, sociais e econômicas. A inflação tornou-se um assunto amplamente discutido e debatido, que seu conceito hoje é conhecido pela maioria das pessoas com instrução. Dentre as principais teses temos:  É um conceito econômico que representa um aumento generalizado de preços dos produtos de um determinado país ou região, durante um período de tempo. E nesse processo inflacionário o poder de compra da moeda cai.
  • 10. 12  No sentido literal o termo inflação significa o efeito de inflar ou inchar. Em economia é um aumento continuo dos preços, bens e serviços, isto é, o aumento dos preços é verificado na grande maioria dos bens e não somente em alguns. Há uma acentuada diminuída do poder de compra devido a vários fatores tais como: O rendimento salarial que não sofre alteração. A inflação causa graves problemas ao funcionamento da economia, destacando-se os seguintes: a) altas de preços generalizadas produzem distorções econômicas, porque os preços não sobem todos ao mesmo tempo, há uma dispersão dos preços relativos: a relação entre os preços sofre mudanças pulverizadas e eles deixam de ser referências válidas para decisões dos agentes econômicos. b) a inflação causa concentração de renda, porque os mais pobres têm maiores dificuldades de se defender, enquanto os ricos podem reajustar suas rendas, ganhar no mercado financeiro, dolarizar seus ativos, etc. c) ambientes de alta inflação, ao dificultar o cálculo de ganhos, perdas e comparações, e também por atiçar ganhos especulativos e levar a altas taxas de juros como meio de defesa do governo, inibem o investimento produtivo, causando impasse no crescimento econômico. 2.7Alguns aspectos que contribuem para o índice inflacionário 2.7.1Natureza do fenômeno A palavra inflação sugere ideia de inchação. Uma analogia que geralmente se recorre para uma ideia aproximada a de um balão inflado. Aparentemente torna-se maior quanto mais cheio de ar é, não obstante da matéria em si que é constituída, permanece
  • 11. 13 intrinsecamente inalterada. Com base nesta comparação o elemento que causa inflação nos preços para alguns economistas com Arnold Harberger e contrapartida da inflação. Logo sem injeção de ar não se infla o balão e sem injeção monetária não se terá inflação. Nessa condição é preciso aceitar que a inflação é um fenômeno essencialmente de natureza monetária. 2.7.2A magnitude da taxa de elevação de preço Um segundo aspecto diz respeito à determinação da magnitude a partir da qual a taxa da expansão geral de preços realmente caracteriza um processo inflacionário. Se considerarmos o conceito básico de inflação, qualquer variação para mais no nível do preço pode ser chamada inflação. No entanto alguns autores só admitem e existência de um processo inflacionário típico, a partir da dada taxa de elevação de preço ao longo de um determinado período de tempo. Quando isso ocorre é denominado “sopro de alta”. A variação media de preço não seria suficientemente alta para se caracterizar um processo inflacionário. 2.7.3A dimensão do fator tempo Outro problema que transparece no conceito adotado diz respeito à dimensão do período de tempo que satisfaz a condição fundamental de expansão geral de preço pode ser considerada persistente, continuada ou prolongada. Quanto a este aspecto cabe indagar se dada elevação de preço durante um curto período de tempo pode ser considerada inflação. Não havendo continuidade no fenômeno as alterações verificadas no nível geral de preços não podem ser atribuídas a fatores tipicamente inflacionários, mais a oscilações reais de mercado. 2.7.4Abrangência do Fenômeno A inflação como é casualmente conceituada, caracteriza-se como um fenômeno macroeconômico, por quanto se refere e uma considerável e persistente elevação geral nos preços. O que queremos agora é realçar que a elevação geral de preços não se limita a um produto ou a uma dada fração de bens e serviços que resultam da esfera social de
  • 12. 14 produtos, mais a uma alta generalizada, abrangente que envolve praticamente os preços de todos os fatores e produtos. 2.8 Causas e consequências da inflação 2.8.1 Causas Normalmente, são apontadas como principais causas da inflação o excesso de moeda em circulação, o aumento dos custos de produção e as expectativas dos agentes econômicos. Podemos citar as seguintes causas da inflação:  Excesso de gasto. Ocorre quando consumidores e empresários aumentam gastos rapidamente, provavelmente com base em crédito, sem que haja quantidade suficiente de bens e serviços disponível. Os compradores passam a competir pela oferta, que é escassa. Aumento de salários mais rápido do que da produtividade. Fica mais caro para a empresa produzir cada unidade e, ainda que o aumento seja justo, ela pode querer repassá-lo aos preços para não perder lucro. Isso pode ser mais fácil se não houver concorrentes.  Aumento dos lucros. Se a concorrência diminuir na economia, empresas podem aumentar os preços sem perder clientes.  Aumento nos preços das matérias-primas, especialmente quando elas são muito usadas como insumos, como é o caso do petróleo. Como as causas, em geral, são mundiais, é muito difícil que um país consiga contornar esse tipo de inflação individualmente.  Inércia. Em uma economia já tomada pela inflação ela pode se alimentar. É o que ocorre quando cada um tenta se proteger dela: trabalhadores exigem aumento salarial, empresas tentam garantir o lucro, etc.  Expectativas dos agentes económicos: As previsões relativas ao aumento dos preços provocam nos agentes económicos um conjunto de comportamentos que contribuem para o agravamento do próprio processoinflacionário: os consumidores antecipam o seu consumo;os trabalhadores reivindicam aumentos salariais; os bancos aumentam as taxas de juro; etc.
  • 13. 15 2.8.2 Consequências da inflação Relativamente às consequências da inflação, destacam-se a desvalorização da moeda e a deterioração do poder de compra da população. • Desvalorização da moeda: O aumento dos preços provoca a depreciação do valor da moeda pois os consumidores, com a mesma quantidade de moeda, compram cada vez menos bens e serviços. • Deterioração do poder de compra: Quando os preços sobem, se não se verificar um aumento proporcional dos rendimentos das famílias, verificar-se-á uma deterioração do seu poder de compra. De uma forma geral, a inflação provoca a deterioração das condições de vida dos cidadãos, em especial daqueles que auferem rendimentos fixos, como pensões e reformas. 2.9 Tipos de Inflação Existem basicamente em uma economia, três tipos de inflação. Na verdade, geralmente, um desses tres tipos é mais preponderante em uma determinada economia, entretanto, dificilmente existirá somente um tipo de inlfação na economia. Os tipos de inflação também mantém uma certa relação com a estrutura de mercado (oligopolista, monopolista, monopsonista, etc.) onde esteja ocorrendo. Os tipos de inflação se classificam portanto em:  Inflação de Demanda Refere-se ao excesso de demanda agregada em relação à produção disponível de bens e serviços.A Inflação de Demanda é acarretada basicamente por uma certa defasagem entre a quantidade ofertada e a quantidade demandada, sendo esta ultima bem maior do que a primeira, causando dessa forma, uma pressão nos preços em função de um certo patamar de demanda reprimida.
  • 14. 16  Inflação de Custos Pode ser associadas a uma inflação tipicamente de oferta. Este tipo de inflação se carateriza basicamente por uma majorada exógena de determinados componentes do produto, tais como matéria prima, salários, impostos, combustíveis, etc. Nestes casos o comportamento da demanda não é um fator muito determinante do preço final das mercadorias.Um ótimo exemplo deste tipo de inflação pode ser verificado no setor automobilístico, que é fortemente oligopolizado (formado por cartéis). Neste setor mesmo em períodos nos quais as vendas baixem significativamente, os preços não seguiram essa tendência. A inflação de custos exprime-se também por meio da mudança de posição da curva de oferta agregada: partindo da situação inicial, os produtores só estarão dispostos a manter o mesmo quantum de oferta agregada a níveis mais altos de preços. Independentemente do que possa acontecer com a demanda agregada, a curva de oferta agregada movimenta-se para cima, de tal forma que, mantido o nível de pleno emprego, o aumento do lucro implicará a elevação do nível geral de preços, após decorrido o intervalo de tempo necessário para que a expansão dos custos de vida a esse aumento indutor se estenda a toda a economia  Inflação Inercial É o processo automático de realimentação de preços. Ou seja, a inflação corrente decorre da inflação passada, perpetuando-se uma inércia ou memória inflacionária.A inércia inflacionária pode ser entendida como se fosse um efeito de manutenção da taxa inflacionária. Entre todos os agentes de determinado segmento de mercado ou até mesmo da economia como um todo existe um efeito psicológico tendendo ao repasse das expectativas de inflação do momento para os preços de seus produtos. Isso provoca a manutenção da taxa de inflação em um determinado patamar ou até mesmo um crescimento acentuado tendendo para a hiperinflação.
  • 15. 17 3.CONCLUSÃO Neste trabalho mostramos a mudança no sistema de troca direta de mercadorias pelos sistemas monetários, a moeda percorreu em sua evolução um longo caminho, de importância fundamental para o desenvolvimento econômico das diferentes sociedades. Ao transformar-se no primeiro grande meio de pagamento, por ser uma mercadoria facilmente trocável nas transações internas ou externas de uma comunidade, o gado bovino afastou as várias outras que funcionavam como moeda. Devido ao volume, à dificuldade de transporte e ao fato de ser perecível, entre outras desvantagens, o gado bovino cedeu lugar aos metais como ferro, cobre alumínio e, mais tarde, aos metais preciosos, como a prata e o ouro. Além do grande valor, os metais apresentavam maior facilidade de manejo. A evolução das funções desempenhadas pela moeda é uma decorrência do crescimento da produção mercantil. A moeda não é um bem de consumo, pois embora não satisfaça diretamente as necessidades humanas, compra coisas que têm esse poder; não é um bem de produção, pois se não for empregada como investimento de capital a rentabilidade de seus depósitos é nula. Seu valor reside nas funções que desempenha como meio de pagamento, ou instrumento de troca; como reserva de valor; e como medida comum de valores. Com a realização deste trabalho sobre a Inflação concluí que ao abordar todos estes temas do ponto de vista econômico temos uma percepção totalmente diferente destes assuntos, que tratam a desigualdade de situações econômicas. Todos os fatores econômicos são essênciais para uma boa percepção da economia e também essênciais para o decorrer desta ciência econômica.
  • 16. 18 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ROSSETI,José Paschoal. Economia Monetária. 9º ed. São Paulo,2005. Leite, J.A. Macroeconomia.2ºed. São Paulo:Atlas,2000.Capítulos 4 e 7. Carvalho, Fernando et al. Economia Monetária e Financeira. Rio de Janeiro.2001. Capítulo 1 História de Tudo. História da Moeda. Disponível em:http:www.história detudo.com.br/moeda.html. Acesso em:25 de maio de 2013 Mueller,Antony P. Causas e Consequências da Inflação. Disponivel em:hhtp:www.ordemlivre.org.2011/05/inflação,causas e consequências. Acesso em:10.mai.2013 Cerqueira,Sara.Causas e Consequências da Inflação.Disponivel em:hhtp:economia- ablogspol.com.br. Acesso em:05 de maio de 2013 DORNBUSCH, Rudiger, FISCHER, Stanley. Macroeconomia. 5ª ed. São Paulo: Makron Books, 1991. 930 p. LOPES, João do Carmo, ROSSETTI, José Paschoal. Economia Monetária. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 1992. 368 p. MARINHO, Henrique. Política Monetária no Brasil: da teoria à prática. 4ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1996. 197 p. MAYER, Thomas, DUESENBERRY, James S., ALIBER, Robert. Moedas, Bancos e aEconomia. 4ª ed. americana. Rio de Janeiro: Campus, 1993. 681 p.