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UFMG 2007
  Manoel Neves
Na sociedade neoliberal, cresce a produção de bens supérfluos,
                                                                   PRODUÇÃO DE SUPÉRFLUOS
oferecidos como mercadorias indispensáveis. O consumidor,
massacrado pela publicidade, acaba se convencendo de que a saúde sociedade neoliberal [negativamente]
de seu cabelo depende de uma determinada marca de xampu. Melhor
cortar a cabeça do que viver sem o tal produto...                            exposição

Para o neoliberalismo, o que importa não é o progresso, mas o                NEOLIBERALISMO
mercado; não é a qualidade do produto, mas seu alcance publicitário;
não é o valor de uso de uma mercadoria, mas o fetiche que a reveste.    mercado + publicidade + fetiche

Compra-se um produto pela aura que o envolve. A grife da                PRODUTO
mercadoria promove o status do usuário. Exemplo: Se chego de        aura + grife = status
ônibus à casa de um estranho e você desembarca de um BMW,
acredita que seremos encarados do mesmo modo?                exposição-exemplificação-confronto

Para o neoliberalismo, não é o ser humano que imprime valor à                  MERCADORIA
mercadoria; ao contrário, a grife da roupa “promove” socialmente
seu usuário, assim como um carro de luxo serve de nicho à exaltação              grife = status
de seu dono, que passa a ser visto pelos bens que envolvem sua
                                                                         exposição-confronto-analogia
pessoa.
Em si, a pessoa parece não ter nenhum valor à luz da ótica                        PESSOA
neoliberal. Por isso, quem não possui bens é desprezado e excluído.         não possui valor algum
Quem os possui é invejado, cortejado e festejado. A pessoa passa a
ser vista (e valorizada) pelos bens que ostenta.                             exposição-ampliação
O mercado é como Deus: invisível, onipotente, onisciente e, agora,                  MERCADO
com o fim do bloco soviético, onipresente. Dele depende nossa
                                                                          onisciente, onipotente, salvação
salvação. Damos mais ouvidos aos profetas do mercado – os
indicadores financeiros – que à palavra das Escrituras.                         ampliação-analogia
Idolatrias à parte, o mercado é seletivo. Não é uma feira livre, cujos
produtos carecem de controle de qualidade e garantia. É como
shopping center, onde só entra quem tem (ou aparenta ter) poder                     MERCADO
aquisitivo. O mercado é global. Abarca os milhardários de Boston e
                                                                             seletivo + global + venal
os zulus da África, os vinhos da mesa do Papa e as peles de ovelha
que agasalham os monges do Tibete. Tudo se compra, tudo se vende:         exposição-confronto-ampliação
alfinetes e afetos; televisores e valores; deputados e pastores. Para o
mercado, honra é uma questão de preço.
Fora do mercado, não há salvação – é o dogma do neoliberalismo. Ai                  MERCADO
de quem não acreditar e ousar pensar diferente! No mercado,
ninguém tem valor por ser alguém. O valor é proporcional à posição          salvação, impessoal, venda
no mercado. Quem vende ocupa maior hierarquia do que quem
                                                                               exposição-ampliação
compra. E quem comanda o mercado controla os dois.
O mercado tem suas sofisticações. Não fica bem dizer “tudo é uma
questão de mercado”. Melhor o anglicismo marketing. É uma
                                                                                 MERCADO
questão de marketing o tema da telenovela, o sorriso do apresentador
de TV, o visual do candidato e até o anúncio do suculento produto      sofisticação, marketing, venal
que prepara o colesterol para as olimpíadas do infarto. Vende-se até a
imagem primeiro-mundista de um país atulhado de indigentes exposição-exemplificação-ampliação
perambulando pelos sertões à cata de terra para plantar.
Outrora, olhava-se pela janela para saber como andava o tempo.
Hoje, liga-se o rádio e a TV para saber como se comporta o                        MERCADO
mercado. É ele que traz verão ou inverno às nossas vidas. Seus           tudo, hoje, depende do mercado
arautos merecem mais espaço que os meteorologistas. Dele
dependem importações e exportações, inversões e fugas de capitais,        confronto-cronologia-analogia
contratos e fraudes.
É no mínimo preocupante constatar como, hoje, se enche a boca                     MERCADO
para falar de livre mercado e competitividade, e se esvazia o coração
de solidariedade. Se continuar assim, só restarão os valores da bolsa.      mercado x solidariedade
E em que mercado comprar nossas mais profundas aspirações: amor
                                                                              exposição-confronto
e comunhão, felicidade e paz?
O mercado desempenha, pois, função religiosa. Ergue-se como novo
sujeito absoluto, legitimado por sua perversa lógica de expansão das                  MERCADO
mercadorias, concentração da riqueza e exclusão dos desfavorecidos.
                                                                            religião, concentração, exclusão
Já reparou como os comentaristas da TV se referem ao mercado?
“Hoje o mercado reagiu às últimas declarações do líder da oposição”.         exposição-ampliação-confronto
Ou: “O mercado retraiu-se diante da greve dos trabalhadores”.
Parece que o mercado é um elegante e poderoso senhor que habita o
alto de um castelo e, de lá, observa o que acontece aqui embaixo.                  MERCADO
Quando se irrita, pega o celular e liga para o Banco Central. Seu mau
                                                                      longe, poderoso e indiferente ao pobre
humor faz baixar os índices da Bolsa de Valores ou subir a cotação
do dólar. Quando está de bom humor, faz subir os índices de                    exposição-ampliação
valorização das aplicações financeiras.
  BETTO, Frei. Estado de Minas, Belo Horizonte, 8 jun. 2006. Caderno Cultura, p. 10. [Texto adaptado]
UFMG-2007
                                   Compreensão Textual

                                            tema
qual o assunto abordado [um bloco de natureza nominal q designe especificamente de que trata o texto]?
                           Mercado e mercadoria na sociedade neoliberal

                                             tese
  O locutor aponta aspectos negativos da sociedade neoliberal, que valoriza excessivamente o mercado.
                    qual a intencionalidade do locutor [por que ele escreveu texto]?

                                         locutor
                      primeira ou terceira [maior ou menorterceira pessoa
                             focalização predominante em grau de objetividade]?

                                    linguagem
                       Técnicas de exposição,linguísticos confronto, entre outras.
                         registros e efeitos ampliação, utilizados no texto

                                tipo e gênero
                       tipo [expositivo-argumentativo] e gêneroe gênero textual
                         sequências textuais mais utilizadas [artigo de opinião]
QUESTÃO 01
                                Compreensão Textual
Assinale a alternativa que NÃO resume bem o tema do texto.

Apologia ao mercado.
Economia e mercado.
Mercado neoliberal.
Valores do mercado.
QUESTÃO 01
                                        Solução comentada
O locutor aborda inúmeros aspectos negativos do mercado, logo não faz apologia ao mercado.
Mercado e economia são palavras que pertencem ao mesmo campo semântico [são afins: uma está
ligada à outra].
O mercado abordado no texto é o neoliberal [conferir assunto dos parágrafos 1 e 2 e de 6 a 13].
Na medida em que se fala do mercado, obviamente, abordam-se seus valores.
Assinale-se, pois, a alternativa “a”.
QUESTÃO 02
                                  Compreensão Textual
Entre os propósitos do texto, NÃO se inclui:
Alertar contra as artimanhas do mercado.
Apontar problemas oriundos do neoliberalismo.
Conferir mais valores aos seres humanos.
Propor alternativas econômicas mais viáveis.
QUESTÃO 02
                                        Solução comentada
Ao abordar os aspectos negativos do neoliberalismo, o locutor alerta para as artimanhas do mercado
[§§ 6 a 12]
Devido ao fato de o texto expor os aspectos negativos do neoliberalismo, acaba por apontar os
problemas que ele gera.
O locutor opõe o mercado ao ser humano [§§ 3 a 5]. Ao mostrar que aquele desvaloriza este; o texto
acaba por valorizar o humano.
Apesar de criticar veementemente o mercado, o locutor não propõe alternativa a ele, apenas aponta
aspectos negativos. Atente-se que o gênero escolhido pelo autor [artigo de opinião] presta-se a
discussão de um assunto relevante para a sociedade. Se sua intenção fosse a de propor alternativas
viáveis ao capitalismo neoliberal, ele escreveria um texto de caráter científico e publicaria em um
portador específico, como, por exemplo, uma revista de economia.
Assinale-se, pois, a alternativa “d”.
QUESTÃO 03
                                    Coerência e coesão
Entre os recursos usados na articulação do texto, NÃO se inclui:

A analogia.
A definição.
A exemplificação.
O contaste.
QUESTÃO 03
                                        Solução comentada
A analogia está presente nos parágrafos 3, 6, 7 e 10.
Apesar de trabalhar com conceitos como os de neoliberalismo e mercado, o locutor não usa a definição
[implícito].
A exemplificação está presente nos parágrafos 3 e 9.
O contraste [ou confronto] faz-se notar nos parágrafos 2, 3, 4, 6, 10, 11 e 12.
Assinale-se, pois, a alternativa “b”.
QUESTÃO 04
                                          Sinonímia
Assinale a alternativa em que a palavra destacada, na frase transcrita, NÃO está corretamente
interpretada pelo termo entre colchetes.
Compra-se um produto pela aura que o envolve. [FASCÍNIO: terceiro parágrafo]
É o dogma do neoliberalismo. [ALVO: oitavo parágrafo]
Seus arautos merecem mais espaço que os meteorologistas. [PORTA-VOZES: décimo parágrafo]
Um carro de luxo serve de nicho à exaltação de seu dono... [ALTAR: quarto parágrafo]
QUESTÃO 04
                                        Solução comentada
No contexto fornecido, a palavra aura pode ser compreendida como sendo fascínio.
Dentro do contexto fornecido, o vocábulo dogma deve ser compreendido como lei, princípio e não
como alvo.
No contexto fornecido, arautos pode ser compreendido como defensores ou porta-vozes.
Dentro do contexto fornecido, a palvra nicho pode ser compreendida como lugar privilegiado ou altar.
Assinale-se, pois, a alternativa “b”.
QUESTÃO 05
                                    Coesão e coerência
“Idolatrias à parte, o mercado é seletivo.” É CORRETO afirmar que a expressão destacada, nessa
frase, é usada para
anunciar que a idolatria será abordada depois
criticar a postura dos profetas do mercado
desvincular o mercado da idéia de crença religiosa
mudar o foco argumentativo do texto
QUESTÃO 05
                                        Solução comentada
A expressão à parte indica que não se falará de idolatrias a seguir, no mesmo parágrafo. Logo, tal
expressao indica que se mudara de assunto, ou que o foco argumentativo do texto sera alterado.
Se a expressão à parte, indica que não se falará de idolatrias, não se falará tb de seus correlatos, os
profetas.
a locução à parte leva-nos e descartar a possibilidade de o texto abordar o campo semântico religião.
se o locutor usa a expressão à parte imediatamente após a palavra idolatrias, indica que tal assunto não
será abordado.
Assinale-se, pois, a alternativa “d”.
QUESTÃO 06
                                    Compreensão textual
Assinale a alternativa em que a passagem transcrita NÃO exemplifica a submissão da sociedade
neoliberal ao mercado.
... a grife da roupa “promove” socialmente seu usuário...
Abarca os milhardários de Boston e os zulus da África...
Melhor cortar a cabeça do que viver sem o tal produto...
No mercado, ninguém tem valor por ser alguém.
QUESTÃO 06
                                        Solução comentada
O indivíduo usa a roupa para se promover; isso indica uma submissão à lógica do mercado.
Os milhardários não se submetem ao mercado; o mercado é que se submete a eles. Já os zulus da África,
teoricamente, estão excluídos do mercado.
Ao mostrar que é melhor viver do que ficar sem o produto “x”, o locutor demonstra como se
submete ao mercado.
Ao se submeter ao mercado, a pessoa se despersonaliza.
Assinale-se, pois, a alternativa “b”.
QUESTÃO 07
                                      Funções do “se”
Assinale a alternativa em que, nos trechos transcritos, os dois termos destacados NÃO exercem a
mesma função
Acaba se convencendo [§ 1] x Quando se irrita [§ 13]
olhava-se pela janela [§ 10] x Ergue-se como novo sujeito [§ 12]
olhava-se                      Ergue-se
Se chego de ônibus [§ 3] x Se continuar assim [§ 11]
Tudo se compra [§ 7] x Vende-se até a imagem [§ 9]
                       Vende-se
QUESTÃO 07
                                        Solução comentada
Os dois se funcionam como pronomes reflexivos.
O primeiro se, por se relacionar com um verbo transitivo direto, funciona como índice de indeterminação
do sujeito. O segundo se é um pronome reflexivo.
Os dois se funcionam como conjunção subordinativa condicional.
Os dois se funcionam como pronome apassivador.
Assinale-se, pois, a alternativa “b”.

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Ufmg 2007

  • 1. UFMG 2007 Manoel Neves
  • 2. Na sociedade neoliberal, cresce a produção de bens supérfluos, PRODUÇÃO DE SUPÉRFLUOS oferecidos como mercadorias indispensáveis. O consumidor, massacrado pela publicidade, acaba se convencendo de que a saúde sociedade neoliberal [negativamente] de seu cabelo depende de uma determinada marca de xampu. Melhor cortar a cabeça do que viver sem o tal produto... exposição Para o neoliberalismo, o que importa não é o progresso, mas o NEOLIBERALISMO mercado; não é a qualidade do produto, mas seu alcance publicitário; não é o valor de uso de uma mercadoria, mas o fetiche que a reveste. mercado + publicidade + fetiche Compra-se um produto pela aura que o envolve. A grife da PRODUTO mercadoria promove o status do usuário. Exemplo: Se chego de aura + grife = status ônibus à casa de um estranho e você desembarca de um BMW, acredita que seremos encarados do mesmo modo? exposição-exemplificação-confronto Para o neoliberalismo, não é o ser humano que imprime valor à MERCADORIA mercadoria; ao contrário, a grife da roupa “promove” socialmente seu usuário, assim como um carro de luxo serve de nicho à exaltação grife = status de seu dono, que passa a ser visto pelos bens que envolvem sua exposição-confronto-analogia pessoa. Em si, a pessoa parece não ter nenhum valor à luz da ótica PESSOA neoliberal. Por isso, quem não possui bens é desprezado e excluído. não possui valor algum Quem os possui é invejado, cortejado e festejado. A pessoa passa a ser vista (e valorizada) pelos bens que ostenta. exposição-ampliação
  • 3. O mercado é como Deus: invisível, onipotente, onisciente e, agora, MERCADO com o fim do bloco soviético, onipresente. Dele depende nossa onisciente, onipotente, salvação salvação. Damos mais ouvidos aos profetas do mercado – os indicadores financeiros – que à palavra das Escrituras. ampliação-analogia Idolatrias à parte, o mercado é seletivo. Não é uma feira livre, cujos produtos carecem de controle de qualidade e garantia. É como shopping center, onde só entra quem tem (ou aparenta ter) poder MERCADO aquisitivo. O mercado é global. Abarca os milhardários de Boston e seletivo + global + venal os zulus da África, os vinhos da mesa do Papa e as peles de ovelha que agasalham os monges do Tibete. Tudo se compra, tudo se vende: exposição-confronto-ampliação alfinetes e afetos; televisores e valores; deputados e pastores. Para o mercado, honra é uma questão de preço. Fora do mercado, não há salvação – é o dogma do neoliberalismo. Ai MERCADO de quem não acreditar e ousar pensar diferente! No mercado, ninguém tem valor por ser alguém. O valor é proporcional à posição salvação, impessoal, venda no mercado. Quem vende ocupa maior hierarquia do que quem exposição-ampliação compra. E quem comanda o mercado controla os dois.
  • 4. O mercado tem suas sofisticações. Não fica bem dizer “tudo é uma questão de mercado”. Melhor o anglicismo marketing. É uma MERCADO questão de marketing o tema da telenovela, o sorriso do apresentador de TV, o visual do candidato e até o anúncio do suculento produto sofisticação, marketing, venal que prepara o colesterol para as olimpíadas do infarto. Vende-se até a imagem primeiro-mundista de um país atulhado de indigentes exposição-exemplificação-ampliação perambulando pelos sertões à cata de terra para plantar. Outrora, olhava-se pela janela para saber como andava o tempo. Hoje, liga-se o rádio e a TV para saber como se comporta o MERCADO mercado. É ele que traz verão ou inverno às nossas vidas. Seus tudo, hoje, depende do mercado arautos merecem mais espaço que os meteorologistas. Dele dependem importações e exportações, inversões e fugas de capitais, confronto-cronologia-analogia contratos e fraudes. É no mínimo preocupante constatar como, hoje, se enche a boca MERCADO para falar de livre mercado e competitividade, e se esvazia o coração de solidariedade. Se continuar assim, só restarão os valores da bolsa. mercado x solidariedade E em que mercado comprar nossas mais profundas aspirações: amor exposição-confronto e comunhão, felicidade e paz?
  • 5. O mercado desempenha, pois, função religiosa. Ergue-se como novo sujeito absoluto, legitimado por sua perversa lógica de expansão das MERCADO mercadorias, concentração da riqueza e exclusão dos desfavorecidos. religião, concentração, exclusão Já reparou como os comentaristas da TV se referem ao mercado? “Hoje o mercado reagiu às últimas declarações do líder da oposição”. exposição-ampliação-confronto Ou: “O mercado retraiu-se diante da greve dos trabalhadores”. Parece que o mercado é um elegante e poderoso senhor que habita o alto de um castelo e, de lá, observa o que acontece aqui embaixo. MERCADO Quando se irrita, pega o celular e liga para o Banco Central. Seu mau longe, poderoso e indiferente ao pobre humor faz baixar os índices da Bolsa de Valores ou subir a cotação do dólar. Quando está de bom humor, faz subir os índices de exposição-ampliação valorização das aplicações financeiras. BETTO, Frei. Estado de Minas, Belo Horizonte, 8 jun. 2006. Caderno Cultura, p. 10. [Texto adaptado]
  • 6. UFMG-2007 Compreensão Textual tema qual o assunto abordado [um bloco de natureza nominal q designe especificamente de que trata o texto]? Mercado e mercadoria na sociedade neoliberal tese O locutor aponta aspectos negativos da sociedade neoliberal, que valoriza excessivamente o mercado. qual a intencionalidade do locutor [por que ele escreveu texto]? locutor primeira ou terceira [maior ou menorterceira pessoa focalização predominante em grau de objetividade]? linguagem Técnicas de exposição,linguísticos confronto, entre outras. registros e efeitos ampliação, utilizados no texto tipo e gênero tipo [expositivo-argumentativo] e gêneroe gênero textual sequências textuais mais utilizadas [artigo de opinião]
  • 7. QUESTÃO 01 Compreensão Textual Assinale a alternativa que NÃO resume bem o tema do texto. Apologia ao mercado. Economia e mercado. Mercado neoliberal. Valores do mercado.
  • 8. QUESTÃO 01 Solução comentada O locutor aborda inúmeros aspectos negativos do mercado, logo não faz apologia ao mercado. Mercado e economia são palavras que pertencem ao mesmo campo semântico [são afins: uma está ligada à outra]. O mercado abordado no texto é o neoliberal [conferir assunto dos parágrafos 1 e 2 e de 6 a 13]. Na medida em que se fala do mercado, obviamente, abordam-se seus valores. Assinale-se, pois, a alternativa “a”.
  • 9. QUESTÃO 02 Compreensão Textual Entre os propósitos do texto, NÃO se inclui: Alertar contra as artimanhas do mercado. Apontar problemas oriundos do neoliberalismo. Conferir mais valores aos seres humanos. Propor alternativas econômicas mais viáveis.
  • 10. QUESTÃO 02 Solução comentada Ao abordar os aspectos negativos do neoliberalismo, o locutor alerta para as artimanhas do mercado [§§ 6 a 12] Devido ao fato de o texto expor os aspectos negativos do neoliberalismo, acaba por apontar os problemas que ele gera. O locutor opõe o mercado ao ser humano [§§ 3 a 5]. Ao mostrar que aquele desvaloriza este; o texto acaba por valorizar o humano. Apesar de criticar veementemente o mercado, o locutor não propõe alternativa a ele, apenas aponta aspectos negativos. Atente-se que o gênero escolhido pelo autor [artigo de opinião] presta-se a discussão de um assunto relevante para a sociedade. Se sua intenção fosse a de propor alternativas viáveis ao capitalismo neoliberal, ele escreveria um texto de caráter científico e publicaria em um portador específico, como, por exemplo, uma revista de economia. Assinale-se, pois, a alternativa “d”.
  • 11. QUESTÃO 03 Coerência e coesão Entre os recursos usados na articulação do texto, NÃO se inclui: A analogia. A definição. A exemplificação. O contaste.
  • 12. QUESTÃO 03 Solução comentada A analogia está presente nos parágrafos 3, 6, 7 e 10. Apesar de trabalhar com conceitos como os de neoliberalismo e mercado, o locutor não usa a definição [implícito]. A exemplificação está presente nos parágrafos 3 e 9. O contraste [ou confronto] faz-se notar nos parágrafos 2, 3, 4, 6, 10, 11 e 12. Assinale-se, pois, a alternativa “b”.
  • 13. QUESTÃO 04 Sinonímia Assinale a alternativa em que a palavra destacada, na frase transcrita, NÃO está corretamente interpretada pelo termo entre colchetes. Compra-se um produto pela aura que o envolve. [FASCÍNIO: terceiro parágrafo] É o dogma do neoliberalismo. [ALVO: oitavo parágrafo] Seus arautos merecem mais espaço que os meteorologistas. [PORTA-VOZES: décimo parágrafo] Um carro de luxo serve de nicho à exaltação de seu dono... [ALTAR: quarto parágrafo]
  • 14. QUESTÃO 04 Solução comentada No contexto fornecido, a palavra aura pode ser compreendida como sendo fascínio. Dentro do contexto fornecido, o vocábulo dogma deve ser compreendido como lei, princípio e não como alvo. No contexto fornecido, arautos pode ser compreendido como defensores ou porta-vozes. Dentro do contexto fornecido, a palvra nicho pode ser compreendida como lugar privilegiado ou altar. Assinale-se, pois, a alternativa “b”.
  • 15. QUESTÃO 05 Coesão e coerência “Idolatrias à parte, o mercado é seletivo.” É CORRETO afirmar que a expressão destacada, nessa frase, é usada para anunciar que a idolatria será abordada depois criticar a postura dos profetas do mercado desvincular o mercado da idéia de crença religiosa mudar o foco argumentativo do texto
  • 16. QUESTÃO 05 Solução comentada A expressão à parte indica que não se falará de idolatrias a seguir, no mesmo parágrafo. Logo, tal expressao indica que se mudara de assunto, ou que o foco argumentativo do texto sera alterado. Se a expressão à parte, indica que não se falará de idolatrias, não se falará tb de seus correlatos, os profetas. a locução à parte leva-nos e descartar a possibilidade de o texto abordar o campo semântico religião. se o locutor usa a expressão à parte imediatamente após a palavra idolatrias, indica que tal assunto não será abordado. Assinale-se, pois, a alternativa “d”.
  • 17. QUESTÃO 06 Compreensão textual Assinale a alternativa em que a passagem transcrita NÃO exemplifica a submissão da sociedade neoliberal ao mercado. ... a grife da roupa “promove” socialmente seu usuário... Abarca os milhardários de Boston e os zulus da África... Melhor cortar a cabeça do que viver sem o tal produto... No mercado, ninguém tem valor por ser alguém.
  • 18. QUESTÃO 06 Solução comentada O indivíduo usa a roupa para se promover; isso indica uma submissão à lógica do mercado. Os milhardários não se submetem ao mercado; o mercado é que se submete a eles. Já os zulus da África, teoricamente, estão excluídos do mercado. Ao mostrar que é melhor viver do que ficar sem o produto “x”, o locutor demonstra como se submete ao mercado. Ao se submeter ao mercado, a pessoa se despersonaliza. Assinale-se, pois, a alternativa “b”.
  • 19. QUESTÃO 07 Funções do “se” Assinale a alternativa em que, nos trechos transcritos, os dois termos destacados NÃO exercem a mesma função Acaba se convencendo [§ 1] x Quando se irrita [§ 13] olhava-se pela janela [§ 10] x Ergue-se como novo sujeito [§ 12] olhava-se Ergue-se Se chego de ônibus [§ 3] x Se continuar assim [§ 11] Tudo se compra [§ 7] x Vende-se até a imagem [§ 9] Vende-se
  • 20. QUESTÃO 07 Solução comentada Os dois se funcionam como pronomes reflexivos. O primeiro se, por se relacionar com um verbo transitivo direto, funciona como índice de indeterminação do sujeito. O segundo se é um pronome reflexivo. Os dois se funcionam como conjunção subordinativa condicional. Os dois se funcionam como pronome apassivador. Assinale-se, pois, a alternativa “b”.