Trabalho no capitalismo: da sociedade massificada aos trabalhadores robotizados
1. UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO
Curso: Ciências Sociais – 3° período
Módulo: Sociologia, Sociedade contemporânea e mundo do trabalho.
Tema: Do fordismo à produção flexível: gestão do trabalho e da vida social
Data: 29/05/09
Profª: Luci Praun
PARTICIPANTES:
ALCIONE FÁTIMA DA SILVA JURIGAN
ANDRÉ LUIZ SOMAZZ REIS
PÓLO CAMPINAS
ATIVIDADE : TRABALHO NO CAPITALISMO
Nome da professora: Lucia Maria Queiróz
Escola: Estadual de Ensino Médio Magalhães Teixeira
1
Público Alvo : (Alunos do Ensino Médio – 1º ano)
2
Tema geral: “Trabalho no Capitalismo”
Tema específico : “Sociedade Massificada e Trabalhadores Robotizados”
3
Objetivos da aula : Compreender uma nova forma de produção usando a mão de obra do
homem com fins de acumulação de capital e gerar lucros.
Conteúdo da aula :
PLANO DE AULAS
- Serão dadas em 2 semanas .
- 2 horas de aula por semana na Escola de 50 minutos cada uma.
- Totalizará 4 horas de aula em 2 semanas.
- Nessas 2 semanas de aula , com 2 horas de aula por noite, totalizará 120 minutos de aula
por semana, o que resultará em uma sobra de horário por semana de 20 minutos, totalizando
em 2 semanas uma sobra de 40 minutos.
2. 1ª. SEMANA :
- 50 MINUTOS DE AULA :
Sugestão de Leitura : Livro Lua Nova – Revista de Cultura e Política, 2003, nº 60, artigo de
Marcos Dantas, Informação e Trabalho no Capitalismo Contemporâneo.
Disponível no link abaixo:
http://books.google.com/books?hl=pt-
BR&lr=&id=ZSzsMJhFaLUC&oi=fnd&pg=PA5&dq=%22Dantas%22+%22Informa
%C3%A7%C3%A3o+e+trabalho+no+capitalismo+contempor%C3%A2neo
%22+&ots=dbJIYHDINi&sig=GM1AtP49POYaf6FZhJd_-b45Fho#PPA5,M1
acessado em 29/05/09
A sociedade massificada:
1- Modo de produção taylorista/fordista;
2- Funções repetitivas
3- Desqualificação do trabalho
4- Evitar desperdício de tempo
5- Acumulação de capital
Se a forma de produção e organização do trabalho se alterar , comparado ao que era
antigamente, trabalhadores com especializações artesanais que demoravam para construir
peças e repô-las na organização do trabalho, tornando o preço final do produto muito alto,
visto que, essa especialização do trabalhador exigia maior dispêndio de tempo e menos
funcionários. Com Henry Ford, através do método taylorista de trabalho, onde os
trabalhadores não precisam ser especializados, desde que cada um faça uma parte desse
trabalho de modo contínuo e ininterrupto a fim de obter uma produção mais racionalizada na
forma de desperdício de tempo e de dinheiro por parte do dono da fábrica.
Toda essa nova forma de produção e organização do trabalho implementada por Ford, faz
repercutir em todos os países que aderem a esse novo sistema de produção e organização do
trabalho, para que haja maior produtividade, com menor gasto de tempo e com produções de
modo massificado. Essa nova forma de produzir e organizar o trabalho vai repercutir
também na sociedade em geral, onde o mercado consumidor amplia-se cada vez mais , visto
que, o preço final dos produtos , nesse caso, o carro, passa a ser um objeto de consumo
barato, devido a essa nova forma de produção em massa.
Toda essa nova forma de produção e organização do trabalho tem como objetivo final, a
acumulação cada vez maior de capital, e para isso o trabalhador é usado como se fosse uma
máquina , comparando com o filme “Tempos Modernos” de Charles Chaplin, pode-se notar
que o que importa é a racionalização nas fábricas na forma de se trabalhar a fim de obter
produtos em quantidade que supram a demanda da sociedade massificada pela nova forma
de produção e organização do trabalho.
3. - 50 MINUTOS DE AULA:
I- O Trabalho como base da existência humana:
1- Modo Capitalista de Produção;
2- As contradições do Modo Capitalista de Produção;
3- A superprodução de Capital;
4- Concorrência intercapitalista;
5- Crise no Capitalismo;
6- Implementação de uma nova forma de organização no trabalho;
7- Toyotismo
Em Marx, o tempo é um elemento essencial no processo de valorização do capital, que para
tanto , utiliza-se da mais-valia, processo no qual o capitalista utiliza-se da mão de obra
operária como forma de ganhar cada vez mais lucro, porém esses lucros excedentes
advindos da mão de obra operária, na forma de trabalho além da jornada normal de trabalho,
não são repassados ao trabalhador/operário. Para se valorizar o capital o tempo necessita ser
reduzido em relação aos tempos de produção e de circulação de mercadorias. Quanto maior
o tempo despendido para a realização de uma tarefa na organização do trabalho e da
produção, maior será o tempo que esse produto chegará ao mercado consumidor e reverterá
novamente em excedentes gerando lucros que poderão ser reinvestidos no montante do
capital. Para tanto, o fordismo, veio suprir essa necessidade imediata de gerar lucros com
mais rapidez e fluidez no abastecimento do mercado consumidor, através da racionalização
da mão de obra e do tempo, o produto final poderá ser oferecido ao mercado consumidor por
um preço mais baixo do que os ofertados pelas indústrias detentoras de uma produção que
entravava a fluidez da produção em série e com um custo menor ao chegar no mercado
consumidor. Essa produção em massa gerou um montante de produtos que todos os
concorrentes também passaram a reformular sua produção e organização no trabalho dessa
forma , “fordismo”, visto que, caso não se adequassem a essa nova realidade no mercado de
trabalho, essas empresas tenderiam a desaparecer, dessa forma , com todos produzindo de
uma forma semelhante os produtos abasteciam o mercado consumidor de uma forma tal que
não havia tantos compradores para a quantidade de produtos ofertados, logo chegou-se a
uma crise nos anos 70 dentro desse sistema de produção e posteriormente os japoneses que
não adotam essa forma de produção e organização de trabalho dentro de suas fábricas,
implantaram uma nova forma de produção onde os estoques eram inexistentes e a mão de
obra preparada para atender de acordo com a demanda do mercado consumidor, esse novo
processo veio a se chamar “toyotismo”.
4. II- Analisar em grupo trecho de um discurso feito por Abraham Lincoln , que se refere a
mais-valia de Karl Marx, como medida de exploração do trabalho do homem no sistema
capitalista.
“Nada de bom tem sido, ou pode ser, desfrutado sem ter primeiro custado
trabalho. E como a maioria das coisas boas são produzidas pelo trabalho, segue-se
que todas essas coisas pertencem, de direito, àqueles que trabalharam para produzi-
las. Mas tem ocorrido, em todas as eras do mundo, que muitos trabalharam e outros,
sem trabalhar, desfrutaram uma grande proporção dos frutos. Isso está errado e não
deve continuar. Assegurar a todo trabalhador o produto do seu trabalho, ou o máximo
possível desse produto, é o objetivo digno de qualquer bom governo.”
extraído de :
Nicolay e Hay, Abraham Lincoln, Complete Works, Century Company, N.York, 1920, vol. I, p.92.
Huberman Leo, História da Riqueza do Homem, Editora LTC, Rio de janeiro, 1986, 21º edição, p.220.
2ª. SEMANA :
- 50 MINUTOS DE AULA :
I- A exclusão social
1- Contradições do modo capitalista de produção;
2- Divisão social
3- Filme “Tempo Modernos”
4- Desemprego
As contradições básicas existentes no modo capitalista de produção, a primeira delas é a
concorrência intercapitalista, ou seja, é a expressão da divisão social do trabalho no
capitalismo e a outra contradição é a divisão social do trabalho no capitalismo e essa
contradição resulta em duas classes sociais: a burguesia e o proletariado que se materializa
na divisão do trabalho na empresa capitalista e do desenvolvimento das forças produtivas,
que vão se tornar fatores decisivos e fundamentais nesse processo capitalista de produção.
No Filme “Tempo Modernos”, Charles Chaplin nos mostra de forma sintética o período em
que estamos falando dessa crise na superprodução, queda da bolsa de valores, com a grande
depressão nos Estados Unidos em 1929, gerando desemprego em massa, demonstra o
declínio da produção industrial e dos preços das ações após a queda da bolsa de valores de
Nova York em 1929. A Grande Depressão gerou grandes repercussões para a nação norte-
americana. O declínio econômico trazido pela Depressão teria custado aproximadamente um
ano e dois meses de emprego. Entretanto, a fenda no padrão de vida não se configurou de
forma equânime para todas as parcelas da população estadunidense. Oficiais das Forças
Armadas, pilotos de linhas aéreas, professores universitários e alguns operários
especializados se mantiveram estáveis. Alguns norte-americanos ainda conseguiram
prosperar em seus negócios, chegando em poucos casos acumular fortunas significativas. É
5. evidente que a maior parte da população não se enquadrou nesse perfil. (GRAHAM
JUNIOR, 1976)
Trabalhadores de áreas marginais sensíveis (como barbeiros, músicas, jardineiros, etc.)
foram aqueles que mais sentiram as repercussões negativas da crise. Professores primários,
principalmente, os que trabalhavam em escolas públicas, somados a arquitetos, pequenos
comerciantes e agricultores sofreram um severo declínio em suas atividades. Os cidadãos
que não eram detentores do perfil sócio-ideal de trabalhador (não-brancos, judeus, homens
de meia idade e velhos, etc.) tiveram na Depressão a antecipação do tempo de dependência e
angústia do fim da vida. Em suma, a Grande Depressão delineou um quadro de mazelas
sócio-econômicas traduzido no desmoronamento das esperanças e no desespero pela
sobrevivência, sobretudo das camadas mais baixas da população que encarou fome,
superpopulação, desnutrição e doenças.
- 50 MINUTOS DE AULA
I- O homem sem autonomia a mercê do sistema capitalista de produção
II- Refletir sobre estas questões em grupo e entregar até dia 05/06/09
1- O homem se confunde com a máquina (explique essa frase);
2- Se o trabalho é a base da existência humana, como é produzida esta existência por
intermédio do trabalho dentro do sistema capitalista de produção ?
3- Qual é nessa forma social determinada pelo sistema capitalista de produção o
significado do trabalho ?
Conclusão da aula:
No sistema capitalista de produção a identidade social do ser humano, através dos meios de
trabalho em que estão inseridos na cadeia produtiva do sistema capitalista, se dá pela
destruição dessa identidade gradativamente do homem enquanto ser social, na verdade o
homem obtém sua independência financeira, através de uma forma degradante, onde sua
liberdade ocorre através da sua “voluntária” escravidão ao sistema capitalista de produção,
onde a rotina estressante do trabalho desmotivador , uma vez que, só quem enriquece é o
capitalista, e o homem que ajuda a produzir os produtos que irão suprir a demanda
consumidora, muitas vezes nem se dá conta daquilo que está produzindo ou nunca
conseguirá ter esse produto em sua casa.