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Karl Marx
(1818-1883)
Karl Marx (1818-1883) nasceu na
Alemanha. Embora fosse um
intelectual, doutor em filosofia,
nunca esteve ligado à
universidade e aos círculos
oficiais. Sua existência foi
dedicada à luta da classe
trabalhadora. Foi um gênio como
filósofo, economista, historiador,
sociólogo e jornalista.
Karl Marx (1818-1883)
Trabalho: Trabalhar é preciso. O trabalho faz parte das necessidades
humanas e surge junto com o próprio homem, que precisa trabalhar para
sobreviver. E, assim como o ser humano, o trabalho também evoluiu.
Karl Marx (1818-1883)
Trabalho:
Entendemos por trabalho toda atividade na qual o ser
humano utiliza sua energia para satisfazer necessidades
ou atingir determinado objetivo.
A concepção de trabalho sempre esteve ligada a uma perspectiva
negativa (Bíblia).
Karl Marx (1818-1883)
A palavra trabalho tem
origem no latim tripalium,
que significa “três madeiras”
e era o nome dado a um
instrumento de tortura
constituído de três estacas de
madeira afiadas. Na Europa
antiga, escravos e pessoas
que não podiam pagar
impostos eram torturados no
tripalium.
Trabalho
Assim, a palavra trabalhar
significava “ser torturado”. A ideia
de trabalho como tortura acabou
sendo estendida para além do
tripalium: a atividade física
exaustiva de camponeses,
artesãos e construtores era vista
como torturante.
Mudanças políticas, culturais e
econômicas ao longo da história
contribuíram para transformar
não apenas a concepção do
trabalho, mas também a relação
do homem com ele. De atividade
necessária para a sobrevivência,
passou a ser visto como tortura e
sofrimento
Na Antiguidade, gregos e romanos concebiam o trabalho como algo vil e
execrável e na Idade Média, trabalhar era um castigo, algo desprovido
de prazer e valor. Hoje ele é visto como símbolo de status e realização
pessoal.
Para Marx, o homem é o primeiro ser que conquistou certa liberdade de
movimentos em face da natureza. O homem, entretanto, graças ao seu
trabalho, conseguiu dominar em parte, as forças da natureza,
colocando-as a seu serviço.
João de barro
Pode-se afirmar também que os animais produzem, constroem casas
para si, porém somente para atender as exigências práticas imediatas,
exigências materiais diretas dos mesmos ou de seus filhotes.
Portanto, não podendo ser livres ao trabalharem, pois a atividade dos
mesmos é determinada unicamente pelo instinto ou pela experiência
limitada que podem ter.
Trabalho
Nesse sentido, o trabalho é uma atividade tipicamente humana,
porque implica a existência de um projeto mental anterior a realização
de seu trabalho, ou seja, a capacidade de definir meios diversos que
possibilitam o alcance de seu objetivo, possuindo a livre escolha da
alternativa que melhor se adeque a seus meios e procura segui-los.
Justamente porque o trabalho humano pode ser diferente do trabalho
dos animais é que, para viver, os seres humanos organizam-se
socialmente, estabelecem relações sociais através das quais
transformam a natureza (comem, constroem abrigos, fabricam
utensílios etc) de acordo com suas possibilidades. Ao modificarem a
fauna e a flora, por exemplo, eles visam dominar as condições naturais,
procurando conhecer e aplicar suas leis, por meio de metas
preestabelecidas.
Isso não significa que sempre consigam fazê-lo adequadamente, ou
mesmo tendo em vista os interesses coletivos ou da espécie, podendo,
no longo prazo, destruir o ambiente, o clima, os recursos naturais etc.
Ademais, o ato mesmo de produzir gera novas necessidades, o que
significa que essas necessidades não são simples exigências naturais
ou físicas, mas históricas.
Portanto, o ser humano é a única criatura que trabalha. Os
animais podem construir habitações, se alimentam e se
reproduzem, mas somente o homem faz culinária, desenvolve
o gosto, é erótico e capaz de amar. Ou seja, somente os
humanos possuem história e cultura. Pelo trabalho, o
homem transforma a natureza e cria seu próprio meio
ambiente. Trabalhando, o homem se relaciona com outros
homens, produz máquinas, obras de arte, cria instituições
sociais, crenças religiosas etc.
Abelhas X Arquiteto
Trabalho
O desenvolvimento do trabalho criador aparece, assim, aos olhos
de Marx, como uma condição necessária para que o homem
seja cada vez mais livre, mais dono de si próprio. Contudo Marx
verifica que em sua contemporaneidade, o trabalho assumiu
características diferentes das anteriormente pensadas: os
homens que produzem os bens materiais, alguns indispensáveis
a sua própria existência, porém, não se realizam como seres
humanos em suas atividades.
Assim, dentro de uma visão ideal, o trabalho poderia promover a
realização da pessoa, a edificação da cultura e a solidariedade entre
os seres humanos.
Ao longo da história, com o aparecimento da dominação
de uma classe social sobre outra, o trabalho, que deveria
servir ao bem comum, foi utilizado para o enriquecimento
de alguns.
De ato de criação virou rotina de reprodução. De recompensa
pela liberdade se transformou em castigo. De elemento de
realização de nossas potencialidades, foi transformado em
instrumento de alienação. Para Marx, portanto, a divisão social
do trabalho numa sociedade gera a divisão em classes.
Taylorismo , Fordismo e Toyotismo
O Taylorismo é uma teoria criada pelo engenheiro
Americano Frederick W. Taylor (1856-1915), que a
desenvolveu a partir da observação dos
trabalhadores nas indústrias.
Frederick W. Taylor 1856-1915
Esse método visava o aumento de
produtividade com economia de
tempo, supressão de gestos
desnecessários no interior do
processo produtivo e utilização
máxima da máquina. Taylor parte do
princípio de que o trabalhador é
indolente, e realiza movimentos de
forma inadequada. Ao observar seus
gestos, estuda a simplificação deles,
de tal forma que a devida colocação
do corpo, dos pés e das mãos possa
economizar tempo e aumentar a
produtividade.
Cada trabalhador desenvolveria uma
atividade específica no sistema
produtivo da indústria (especialização
do trabalho).
Frederick W. Taylor 1856-1915
Cada indivíduo deve cumprir sua
tarefa no menor tempo possível,
sendo premiados aqueles que se
sobressaem. Isso provoca a exploração
do proletário que tem que se
“desdobrar” para cumprir o tempo
cronometrado.
O trabalho na maioria das indústrias
tornou-se cada vez mais rotineiro,
automatizado e especializado,
subdividindo-se em múltiplas
operações.
A principal consequência do
taylorismo é que a fragmentação do
trabalho conduz a uma fragmentação
do saber, pois o trabalhador perde a
noção de conjunto do processo
produtivo.
Henry Ford 1863-1947
Henry Ford (1863 – 1947) foi um
empreendedor americano
fundador da Ford Motor Company
que, inspirado no método
idealizado por Taylor, foi
responsável pela criação de um
sistema industrial chamado de
fordismo, que ainda pode ser
observado em muitas indústrias
atuais. A grande inovação do
fordismo em relação ao taylorismo
foi à introdução de linhas de
montagens, na qual o operário era
responsável apenas por uma
atividade.
Henry Ford 1863-1947
Em sua fábrica, Ford determinava a
posição de todos seus funcionários,
que aguardavam as peças
automotivas se deslocarem pelas
esteiras de montagem da fábrica
para executarem uma única função
específica. Cada funcionário tinha
apenas uma função em toda linha de
montagem, sendo somente
responsável, por exemplo, por
apertar um determinado parafuso.
Além disso, o proletário devia
executar sua atividade no tempo
determinado pela máquina, pois
caso atrasasse alterava toda a
produção e era repreendido pelo
gerente local.
Henry Ford 1863-1947
A limitação funcional do operário
causava uma alienação psicológica
no indivíduo, pois limitava o
conhecimento do operário a
função, não tendo nenhuma
noção da compreensão do todo.
Sem contar os problemas físicos
ocasionados pela excessiva
repetição da mesma atividade
inúmeras vezes ao dia.
Toyotismo
Toyotismo é o
modelo japonês de produção,
criado pelo japonês Taiichi
Ohno (formado em
Engenharia Mecânica na Escola
Técnica de Nagoya) e
implantado nas fábricas de
automóveis Toyota, após o fim
da Segunda Guerra Mundial.
Nessa época, o novo modelo
era ideal para o cenário
japonês, ou seja, um mercado
menor, bem diferente dos
mercados americano e
europeu, que utilizavam os
modelos de produção Fordista
e Taylorista.
Na década de 70, em meio a uma crise de capital, o modelo
Toyotista espalhou-se pelo mundo. A ideia principal era
produzir somente o necessário, reduzindo os estoques
(flexibilização da produção), produzindo em pequenos lotes,
com a máxima qualidade, trocando a padronização pela
diversificação e produtividade.
As relações de trabalho também foram
modificadas, pois agora o trabalhador deveria ser
mais qualificado, participativo e polivalente, ou
seja, deveria estar apto a trabalhar em mais de uma
função.
Os desperdícios detectados nas fábricas montadoras foram
classificados em sete tipos: produção antes do tempo necessário,
produção maior do que o necessário, movimento humano (por
isso o trabalho passou a ser feito em grupos), espera, transporte,
estoque e operações desnecessárias no processo de manufatura.
As principais características do modelo toyotista são:
Automatização (Jidoka) – utilizando máquinas que
desligavam automaticamente caso ocorresse qualquer
problema, um funcionário poderia manusear várias
máquinas ao mesmo tempo, diminuindo os gastos com
pessoal.
Just in time (na hora certa) – sem espaço para armazenar matéria-
prima e mesmo a produção, a ideia era de que nada deve ser
produzido, transportado ou comprado antes da hora certa. Com
este sistema, o produto ou matéria-prima chega ao local de utilização
somente no momento exato em que for necessário, ou seja, os
produtos somente são fabricados ou entregues a tempo de serem
vendidos ou montados, não existe estoque parado. A produção deve
ser ajustada a demanda do mercado.
• Kanban (etiqueta ou cartão onde o trabalhador antecedente indica
onde parou) – foi inventado por Taiichi Ohno em 1953 e significa
“cartão visual”. É um método para programar a produção, de modo
que o just in time se efetive.
• Team work (trabalho em equipe) – os trabalhadores passaram
a trabalhar em grupos, orientados por uma líder. O objetivo é
de ganhar tempo, ou eliminar os “tempos mortos”.
• Mão-de-obra multifuncional e bem qualificada - Os
trabalhadores são educados, treinados e qualificados para
conhecer todos os processos de produção, podendo atuar em
várias áreas do sistema produtivo da empresa.
• Uso de pesquisas de mercado para adaptar os produtos às exigências dos
clientes.
• Controle de qualidade total – todos os trabalhadores, em todas as etapas
da produção são responsáveis pela qualidade do produto e a mercadoria só
é liberada para o mercado após uma inspeção minuciosa de qualidade. A
ideia de qualidade total também atinge diretamente os trabalhadores, que
devem ser “qualificados” para serem contratados. Dessa lógica nasceram os
certificados de qualidade, ou ISO.
As classes sociais
Cada sociedade e modo de produção estabelece as próprias
relações de produção. Essas relações levam à divisão da sociedade
em classes sociais, que é uma relação direta entre os proprietários
dos meios de produção e os produtores diretos. Assim, no modo de
produção antigo, há patrícios e plebeus; no feudalismo, senhores
feudais e servos; e assim por diante.
MODO DE PRODUÇÃO
FORÇAS PRODUTIVAS
RELAÇÕES SOCIAIS DE
PRODUÇÃO
FORÇA DE
TRABALHO
MEIOS DE PRODUÇÃO
Apenas nas comunidades primitivas, Marx identifica à
ausência de classes sociais que nascem com a exploração
do trabalho.
As classes sociais
As condições para a formação das classes sociais são: os membros ocupam cargos
similares nas relações de produção, compartilham interesses semelhantes, opõem-
se às classes antagônicas e desenvolvem uma única consciência de classe. Assim, ser
um servo, no feudalismo, significa não possuir terras, depender dos senhores feudais
para obter alimentos, solidarizar-se com os interesses de outros trabalhadores em
condição equivalente e com eles compartilhar valores, estilo de vida e visão de
mundo.
AS classes sociais
Por serem elementos intrínsecos ao modo de produção, as
classes sociais são sempre antagônicas, complementares e
interdependentes, pois uma classe só existe em relação e em
oposição à outra, contra a qual lutaria, de acordo com as ideias
de Marx. Dessa luta, surgiria a superação de cada modo de
produção e de cada período histórico, dando origem a novas
configurações sociais e novos arranjos das forças produtivas.
As classes sociais seriam, dessa forma, os principais agentes de
luta política e de transformação histórica.
Humanização pelo trabalho
Para Marx, o trabalho é a forma como o ser
humano constrói sua identidade ao superar
obstáculos comuns do dia a dia, através de sua
imaginação e capacidade de produção. O
desenvolvimento da cultura fundamentou-se na
produção, ou seja, no trabalho.
Humanização pelo trabalho
Deste modo, o ser humano diferenciou-se dos outros
seres da natureza pela construção de artefatos que
visavam melhorar a vida de todos. A função do
trabalho é compreendida como a capacidade de
produzir coisas para suprir suas necessidades. No caso
do trabalho como forma de humanização, o resultado
obtido é o bem-estar geral.
Fordismo e Taylorismo
taylorismo
A principal conseqüência do taylorismo é que a fragmentação
do trabalho conduz a uma fragmentação do saber, pois o
trabalhador perde a noção de conjunto do processo
produtivo.
_______________ são estratégias desenvolvidas para
conduzir o comportamento da indústria, visando maximizar os
lucros e melhorar o desempenho da atividade industrial na
economia. O _____________ consolidou-se no Japão após a
Segunda Guerra Mundial e, depois, difundiu-se em todo
mundo, tendo como papel a substituição do
_______________ e a realização do trabalho compulsório e
repetitivo pela adequação da produção conforme a demanda
e a flexibilização das funções do trabalhador.
A alternativa que possui as expressões que completam a
lacuna do texto é:
a) Técnicas de venda, toyotismo, volvismo.
b) Modos de Produção, fordismo, taylorismo.
c) Sistemas econômicos, taylorismo, toyotismo.
d) Modos de Produção, toyotismo, fordismo.
e) Sistemas econômicos, volvismo, fordismo.
RESPOSTA D
As sociedades modernas são complexas e multifacetadas.
Mas é com o capitalismo que as divisões sociais se
tornam mais desiguais e excludentes. Marx já observara
que só o conflito entre as classes pode mover a história.
Assim sendo, para o referido autor, em qual das opções
se evidencia uma característica de classe social?
a) O status social e cultural dos indivíduos.
b) A função social exercida pelos indivíduos na sociedade.
c) A ação política dos indivíduos nas sociedades
hierarquizadas.
d) A identidade social, cultural e coletiva.
e) A posição que os indivíduos ocupam nas relações de
produção.
RESPOSTA E
A acumulação flexível, da qual resulta o sistema de
produção toyotista, caracteriza-se por:
a) divisão do trabalho no maior número de
trabalhadores possíveis
b) produção em massa
c) realização de várias funções por um mesmo
trabalhador
d) fortalecimento dos sindicatos e leis trabalhistas
e) diminuição do processo de terceirização da
produção.
RESPOSTA C
Para Marx, o capital era o principal ponto a ser
investigado para que fosse possível entender as
mudanças sociais que surgem em um dado momento.
Entende-se por capital:
a) a mais-valia absoluta.
b) qualquer bem que possa ser investido para gerar mais
lucro.
c) o sistema econômico que surgia naquele momento.
d) o sistema de exploração do homem pelo homem.
RESPOSTA B
A prática mencionada no texto de reduzir os
estoques é operacionalizada pelas indústrias,
que produzem apenas a quantidade de um dado
produto de acordo com a demanda referente a
ele. Tal prática é denominada por:
a) Oferta pela demanda
b) Redução de estoque
c) Timely delivery
d) Just in Time
e) Entrega sob pedido
RESPOSTA D
Trabalho alienado
Em sua obra “O Capital” (1867),
Marx critica a sociedade
industrial capitalista e seu
modo de produção, posto que
cria um trabalho alienado que
acaba por desumanizar o
indivíduo explorado. A palavra
alienação vem do latim
alienare, “tornar algo alheiro a
alguém”, isto é, “tornar algo
pertencente a outro”.
O trabalho é uma forma do ser humano se realizar, desenvolver suas
potencialidades físicas e mentais. Quando o trabalhador comanda seu
processo de trabalho e coloca uma finalidade nele, este é o trabalho
que humaniza e que Marx chamou de práxis. Foi por essa razão que
Marx definiu a força de trabalho como o bem “inalienável” do ser
humano. A partir dessa perspectiva, o trabalho seria o bem mais
importante do homem e aliená-lo, isto é, transferir o direito de
proveito dos frutos desse trabalho para outra pessoa, seria o mesmo
que alienar o direito à própria vida.
O trabalhador, antes intimamente ligado ao seu labor, agora se vê
desconectado do que produz, nunca colhendo os frutos de seu
trabalho. Esse trabalho, por sua vez, agora é comprado por um
salário, que, na maior parte das vezes, é suficiente apenas para
que se mantenha vivo.
O trabalho alienado seria uma espécie de
aprisionamento, é a negação desse trabalho, é um
trabalho forçado, que ao invés de realizar o homem, o
escraviza, é apenas um meio para satisfazer outras
necessidades, logo ele é mortificação e o trabalhador
foge dele como “o diabo foge da cruz”. Sua vida passa a
ser medida pelo o que ele possui e não pelo o que ele é.
Podemos entender a alienação a partir de algumas características
principais.
1º o trabalho alienado é um trabalho heterogerido, ou seja, gerido por
outro, o dono dos meios de produção, o proprietário das terras,
fábricas, máquinas, etc. Há uma separação do proletário em relação ao
produto do seu trabalho. Isso significa que o trabalhador não é mais
responsável “pelo produto final, como acontecia nos modos de
produção baseados na manufatura, como no sistema feudal.
2º O trabalhador perde o controle de todo o processo de trabalho. Com a
introdução das máquinas e da linha de montagem, cada trabalhador executa
apenas uma tarefa das diferentes etapas de produção. Sua motivação para
trabalhar passa a ser a necessidade, e não a realização de um projeto.
3º Alienado do produto e do processo produtivo, o trabalhador deixa de ser
criador, artífice, e passa a ser “coisa”, “objeto”, isto é, uma peça na
engrenagem, uma mercadoria. Assim, ocorre um processo de desumanização
do trabalhador.
4º O trabalhador se aliena do seu entorno. Tanto o proletário quanto o
capitalista veem tudo aquilo que os cerca como elementos da
dinâmica produtiva. Por isso os impactos do modo de produção
capitalista sobre o meio ambiente são tão intensos quanto aqueles
provocados nas relações humanas. Os recursos disponíveis na
natureza passam à ser vistos como matérias-primas para a produção
de lucro.
Segundo Marx, a relação capital, trabalho e alienação promovem a
coisificação ou reificação da classe trabalhadora (do latim res, que significa
"coisa"), ou seja, o indivíduo torna-se um análogo às máquinas. Vive
sua vida em função de seu posto de trabalho, desumanizado, perde a posse
sobre si mesmo e compreende-se como coisa, como mercadoria.
A tomada de consciência de classe e a revolução são as únicas formas para a
transformação social.
Vejamos como Marx descreveu esse processo de alienação:
Primeiramente, o trabalho alienado se apresenta como algo externo ao
trabalhador, algo que não faz parte de sua personalidade. Assim, o
trabalhador não se realiza em seu trabalho, mas nega-se a si mesmo.
Permanece no local de trabalho com uma sensação de sofrimento em vez de
bem-estar, com um sentimento de bloqueio de suas energias físicas e mentais
que provoca cansaço físico e depressão. Nessa situação, o trabalhador só se
sente feliz em seus dias de folga enquanto no trabalho permanece
aborrecido. Seu trabalho não é voluntário, mas imposto e forçado.
Fetichismo da mercadoria
O conceito de “fetichismo da mercadoria” está diretamente ligado a outro
conceito, o de “alienação”.
Para Marx, ao vender sua força de trabalho para o sistema de produção, o
trabalhador não só deixa de ter direito ao que produziu, mas também deixa
de projetar o que vai executar e de estabelecer o ritmo da produção.
Fetichismo da mercadoria
Apenas realiza uma parte do produto, tornando-se um alienado (em
latim, , alienare = que não pertence a si) dentro do sistema. Ocorre,
assim, uma inversão: o homem deixa de ser o soberano do que produz
e passa a ser comandado e dirigido pelo produto que gerou,
desumanizando-se.
Fetichismo da mercadoria
Nesse cenário à mercadoria surge como um valor em si
mesma e não como resultado das relações de produção.
Nesse contexto, as mercadorias não se apresentam como
resultado do trabalho humano, apropriado pelo capitalista,
mas como coisas dotadas de vida própria, sujeitas às
oscilações das leis da oferta e da procura. As relações entre
objetos, coisas, mercadorias mascaram as relações sociais, as
formas de propriedade, a alienação real que existe entre o
trabalhador e os objetos por ele criados. Ou seja, a
mercadoria esconde toda a exploração do trabalho, esconde
as relações sociais que estão nela, esconde o trabalho não
pago (mais valia), o que se vê numa mercadoria é apenas o
produto e não a exploração.
Isso significa que no modo de produção capitalista a mercadoria se
“humaniza”, enquanto o trabalhador se reifica, ou seja, se “coisifica”, se
“desumaniza”, pois não se identifica com aquilo que produziu.
Ainda segundo Marx, os homens não percebem o processo de reificação e não
reagem prontamente a exploração por causa da ideologia, que camufla as
contradições e impede que a classe proletária, oprimida pelo sistema,
adquira consciência como classe social.
Teoria da mais-valia
No famoso livro O Capital, Karl Marx tentou demonstrar
cientificamente que no capitalismo sempre haveria injustiça social, e
que o único jeito de uma pessoa ficar rica e ampliar sua fortuna seria:
explorando os trabalhadores. Ou seja, para Marx, todo capitalismo é
selvagem.
A diferença entre o valor que o burguês vende um produto e o salário
que o burguês paga ao proletariado é chamado de mais-valia.
Assim, na jornada normal de trabalho, o operário produz
mais do que o que recebe de salário.
Em palavras mais críticas, diríamos, a mais-valia é
“apropriação indevida”, ou simplesmente o roubo
legitimado do tempo de trabalho não pago ao
trabalhador.
Mais-valia absoluta
Se o trabalhador tivesse sua
jornada ampliada em uma
hora sem receber aumento
correspondente no seu
salário, o empregador estaria
se apropriando de uma hora
a mais de seu trabalho.
Haveria, nesse caso,
aumento da mais-valia
absoluta. Essa, no entanto,
não é a única forma de
aumentar a mais-valia.
Mais-valia
relativa
Quando ocorre aumento da
produtividade sem que o
trabalhador receba o valor
correspondente pela
produção excedente, temos a
mais-valia relativa. Isso
acontece, geralmente,
quando o uso de máquinas
mais sofisticadas reduz o
número de horas necessárias
para a produção de uma
mercadoria, sem que isso seja
refletido em vantagem para o
proletário.
Para Marx, esta é a medida da exploração capitalista: os patrões se
apropriam da mais-valia e fazem o que querem. O trabalhador é
submetido à opção de aceitar aquele salário ou passar fome
desempregado.
Inclusive porque no capitalismo é comum haver um bando de
gente desempregada ameaçando os que estão trabalhando.
Constituem o chamado exército industrial de reserva. Não há
outra saída: o trabalhador se submete porque precisa do
emprego para sobreviver.
Alienação política: o
Estado como instrumento
de domínio
Politicamente, também o homem
se tornou alienado, pois o
princípio da representatividade,
base do liberalismo, criou a ideia
de Estado como um órgão
político imparcial, capaz de
representar toda a sociedade e
dirigi-la pelo poder delegado
pelos indivíduos. Marx mostrou
que não existe nenhum Estado
neutro. O Estado sempre
representa a classe dominante e
age conforme o interesse desta.
Alienação política: o
Estado como instrumento
de domínio
Por exemplo, o Estado absolutista não
nasceu para fazer a felicidade dos
súditos, mas para assegurar o
domínio político dos senhores
feudais. Do mesmo modo, o Estado
capitalista existia para garantir o
domínio da burguesia sobres o
proletariado. As leis, a polícia, o
exército, os tribunais, tudo estaria do
lado do patrão contra os
empregados.
Alienação política: o Estado como instrumento de domínio
O Estado capitalista democrático ainda mantém o domínio da
burguesia porque os partidos políticos burgueses são muito ricos
e a ideologia burguesa impregna a consciência das multidões.
Alienação política: o Estado como instrumento de domínio
Segundo Marx, a "divisão social do trabalho" fez com que o
pensamento filosófico se tornasse atividade exclusiva de um
determinado grupo. As diversas escolas filosóficas passaram a
expressar a visão parcial que esse grupo tem da vida, da
sociedade e do Estado, refletindo, assim, seus interesses.
Para Marx, o proletariado só seria livre no dia em que destruísse
o Estado burguês e assumisse o poder por meio de um Estado
socialista, expressão direta da vontade do povo trabalhador.
Um Estado só seria realmente socialista quando fosse
integralmente democrático.
A alienação religiosa
Para Karl Marx religião “é o ópio do povo”, porque desvia
atenção deste mundo e de sua transformação, para o além.
Marx diz que o mundo celeste é o resultado de um protesto da
criatura oprimida contra o mundo em que vive e sofre. Ou seja,
procura-se um refúgio no mundo divino porque o mundo em
que o homem vive é desumano.
Mais do que isso, ela é um "ópio", um calmante, que entorpece,
aliena e enfraquece as massas com falsa superação da miséria e
assim destrói sua força de revolta porque a esperança de
consolação e de prometida justiça no "outro mundo" transforma o
explorado e oprimido num ser resignado, tende a afastá-lo da luta
contra as causas reais do seu sofrimento.
A alienação religiosa
Sendo assim, a religião (alienação religiosa) é
decorrência lógica da miséria econômica (alienação
econômica), então, superando-se a miséria
econômica pela revolução do proletariado (luta de
classes) e a conseqüente produção de bens materiais
para todos, a consciência religiosa morrerá por si
mesma. Porém, para eliminar a alienação religiosa é
preciso eliminar todas as condições de miséria que a
originam.
Liberalismo
O liberalismo é um conjunto de pensamentos
que surgiu no século XVII e ganhou destaque na
Europa do século XVIII. O seu apogeu ocorreu
após a Revolução Industrial, no início do século
XIX. Basicamente, a visão liberal de mundo
consiste em enxergar que todos os seres
humanos são dotados de capacidades para o
trabalho e intelectuais e que todos têm direitos
naturais a exercer a sua capacidade.
Liberalismo
Dessa maneira, o Estado não tem o direito de interferir na
vida e nas liberdades individuais dos cidadãos, a menos que
esses atentem contra a ordem vigente. Esse pensamento
liberal norteou eventos como a Revolução Francesa e a
Revolução Industrial, criando um Estado de Direito liberal
na modernidade, que visava assegurar os direitos dos
cidadãos e acabar com o despotismo.
O liberalismo, como um todo, visava a
acabar com a opressão do
chamado Antigo Regime (as
monarquias absolutistas que
dominaram, durante muito tempo, as
potências europeias). Para os liberais,
o ser humano era dotado de direitos
naturais (pensamento herdado do
filósofo inglês John Locke) que
assegurariam o direito de todos os
cidadãos de participar da política e da
economia, de trabalhar, acumular
riquezas e adquirir uma propriedade
privada. Do mesmo modo, eram
direitos naturais à vida e à liberdade,
sendo vedado ao Estado qualquer
forma autoritária e injustificada de
restrição da liberdade ou assassinato
dos cidadãos.
Luís XIV de França
Para os teóricos liberais modernos, não havia qualquer justificativa
para o controle da vida, do governo e da economia por parte dos
monarcas. Isso porque a monarquia absolutista estava assentada
no ideal do direito divino, ou seja, os governantes eram pessoas
eleitas por Deus para guiar o povo. O pensamento moderno, já
altamente racional, rejeitava essa noção.
Para os modernos, era a razão, distribuída entre as pessoas, a
responsável por criar um projeto de mundo capaz de impulsionar a
sociedade e os indivíduos ao crescimento. Esses ideais, que
constituíam o Iluminismo, geraram o centro do pensamento
liberal: a capacidade individual de trabalhar, criar e evoluir.
Liberalismo político
O pensamento liberal, em geral, visava a acabar com a
opressão estatal sobre a vida das pessoas em seus
aspectos políticos e econômicos. Para tanto,
era necessário abandonar a visão medieval de governo,
baseada no poder absoluto e irrestrito de um governante
e no severo controle da economia por parte do Estado
(como ocorreu no mercantilismo, em que os governos
promoviam as ações da economia, baseadas no comércio
e na exploração de colônias, controlando absolutamente
tudo).
Ao abandonar a visão antiga de governo e economia, os
liberais modernos adotaram uma visão política baseada
no republicanismo ou no parlamentarismo. Esses
sistemas políticos permitiam a divisão dos poderes,
retirando das mãos de um monarca o poder absoluto.
O filósofo francês Charles de
Montesquieu, um dos
pensadores que influenciaram o
liberalismo e a Revolução
Industrial, defendeu a divisão
dos poderes estatais em três
partes: o Poder Legislativo
(formado por um corpo de
legisladores, que criarão as leis);
o Poder Executivo (formado por
um corpo de governo
responsável por executar as leis
e governar a cidade ou o país); e
o Poder Judiciário, que atua
quando algum cidadão infringe
as leis estabelecidas ou entra
em conflito de interesses com
outros cidadãos ou com o
Estado.
Liberalismo econômico
No campo econômico, foram
as ideias do filósofo e
economista
inglês Adam Smith que
predominaram para
estabelecer as diretrizes desse
novo pensamento econômico.
O liberalismo econômico
consiste no entendimento de
que o Estado não deve
interferir na economia, pois
essa deve ser feita a partir da
livre iniciativa dos cidadãos,
que devem ser livres para
produzir e fazer comércio,
sendo responsáveis por si
mesmos.
Nascido em 1723, na Escócia, e com uma brilhante carreira na área da
economia, Adam Smith defendeu que o Estado deveria ter o menor
nível possível de intervencionismo na economia.
Segundo ele, se a economia fosse livre, sem intervenção alguma de
órgãos externos ou do governo, ela irá regular de forma automática,
como se houvesse uma mão invisível por trás de tudo, fazendo com
que os preços dos produtos fossem ditados pelo próprio mercado,
conforme sua necessidade.
Chamada como “Lei da oferta de procura”
Desta forma, seguindo a “Lei da oferta de procura”, o preço dos
produtos sempre irá se regularizar conforme a maior ou menor oferta
do momento e segundo o aumento ou decréscimo da procura.
Para Smith, haveria uma espécie de “mão invisível” que faria com que
a economia se desenvolvesse autonomamente no poder da iniciativa
privada, sem necessitar do Estado, pois esse colocava um entrave no
crescimento econômico ao querer reivindicar a sua parte nos lucros
sem nada oferecer em troca.
A meritocracia e a valorização do esforço individual são
marcantes no pensamento liberal, que coloca como
responsável pela riqueza e pelo sucesso, unicamente, o
indivíduo. Segundo essa tese, a mobilidade social deve ser
um resultado exclusivo dos esforços individuais através da
qualificação e do trabalho. Ou seja, vence aquele que teve
mais mérito, vence aquele cujo esforço e determinação
empreendidas lhe permitiram fazer melhor que os demais.
O liberalismo clássico mostrou-se ineficaz no início do século XX,
após o advento de crises, como a Grande Depressão de 1929, em
que a Bolsa de Valores de Nova Iorque quebrou. O cenário era de
desemprego geral e péssimas condições de vida e trabalho para a
classe operária europeia e estadunidense (principalmente), mas
também para as classes operárias de outros países fora dos
grandes eixos industriais.
A resposta à crise de 1929 foi
encontrada nos Estados
Unidos e depois nos demais
países do capitalismo ocidental
na ampliação da intervenção do
Estado, com o planejamento
econômico. Nos EUA, essas
medidas foram implantadas no
governo do presidente
democrata Franklin Delano
Roosevelt (1933-1945) e
receberam o nome de New
Deal (Novo Acordo).
O New Deal foi influenciado
pela teoria econômica de John
Maynard Keynes.
Um dos economistas que
apresentaram uma proposta
diferente foi o inglês John
Maynard Keynes,
formulando uma doutrina
conhecida posteriormente
como keynesianismo. Essa
teoria trouxe uma forma de
pensar a economia
capitalista como um misto
de lucro para a iniciativa
privada, mas com uma
regulação estatal que
assegurasse boas condições
de vida para toda a
população, e não somente
para uma classe privilegiada.
Para enfrentar a crise econômica e social nos EUA,
Roosevelt utilizou os trabalhos de um grupo de
renomados economistas inspirados em John Maynard
Keynes para elaborar o New Deal, cujo principal
objetivo era criar condições para a diminuição do
desemprego, através da articulação de investimentos
estatais e privados. As principais medidas foram:
 investimento maciço na construção de obras
públicas: estradas, pontes, rodovias, hidrelétricas,
usinas, aeroportos, portos, barragens, escolas,
hospitais, etc. Essa medida pretendia gerar emprego
para os milhares de pessoas desempregadas desde o
auge da crise em 1929. O aumento de trabalhadores
elevaria o consumo e consequentemente a
produção;
 o governo passou a controlar os preços dos produtos para
evitar uma nova crise de superprodução, já que uma das
razões da Grande Depressão foi o acúmulo de produtos nas
fábricas;
 criação de leis para controlar e fiscalizar o mercado
financeiro a fim de evitar as especulações;
 incentivo através de empréstimos aos grandes e pequenos
agricultoresaumento de medidas sociais como a criação da
Previdência Social, o seguro desemprego e o seguro para
idosos acima de 65 anos;
 diminuição da jornada de trabalho, essa medida visava criar
dois turnos de trabalho nas fábricas e gerar um maior
número de empregos.
As medidas alcançaram êxito, revigorando
novamente o capitalismo norte-americano, ao
ponto de estudos afirmarem que dez anos após a
implantação do New Deal, os EUA se aproximaram
dos patamares econômicos em que se encontravam
em 1929.
O New Deal influenciou as políticas econômicas na
Europa ocidental, no que ficou conhecido
como Welfare State, políticas de bem-estar social
que proporcionaram o boom econômico do pós-
guerra.
As formas de governar que surgiram a partir dessas ideias
ficaram conhecidas como social-democracia, sendo aplicadas
nos Estados Unidos por Franklin Delano Roosevelt e por
países nórdicos europeus
Portanto, no Estado de Bem-Estar Social, o Estado intervém
na economia para garantir oportunidades iguais para todos os
cidadãos através da distribuição de renda, educação, saúde,
segurança, transporte, pleno emprego e a dignidade da vida.
Esse modelo de gestão pública foi adotado na Noruega,
Dinamarca e Suécia, Finlândia entre outros.
Fim do Estado de Bem-Estar Social
Com a crise do petróleo, em 1973, a produção de bens
industriais ficou mais cara.
Assim, as empresas estatais não conseguiram mais
concorrer com as privadas e o dinheiro destinado a elas
acabou a ser destinado para outros fins.
Na década de 1970, o esgotamento deste modelo torna-
se evidente. Líderes como Margaret Thatcher, chefe de
governo britânica e Ronald Reagan, dos Estados Unidos,
defendem a diminuição do Estado na economia.
as medidas keynesianas, como o New Deal, foram sendo
substituídas e dando lugar a novas políticas de orientação
liberal. Começava a época do neoliberalismo econômico.
Neoliberalismo econômico
O neoliberalismo, de forma geral, entende que um
Estado com mais poder limita as relações políticas
e o funcionamento do mercado econômico, o que
impediria o crescimento da econômico de um país.
Por consequência, a ideologia neoliberal não
privilegia em suas políticas o atendimento
prioritário de direitos básicos dos cidadãos, como é
o caso dos direitos sociais e políticos.
Por preferir a diminuição do poder estatal e
aumento do poder da economia, as políticas do
neoliberalismo acabam por ser contrárias à
garantia do Estado de bem-estar social.
São outras características importantes do
neoliberalismo econômico:
Economia mais baseada na movimentação do
mercado econômico
Maior abertura à entrada e circulação de capital
estrangeiro no país
Aumento da privatização de empresas do Estado
Liberdade de comércio (chamada de livre
mercado)
Concessão de facilidades fiscais e tributárias para
a instalação de empresas estrangeiras
Diminuição dos tributos
O Socialismo utópico francês e o socialismo científico de Marx e Engels
Para muitos leigos, Marx e Engels deram
origem ao movimento socialista, o que é
incorreto. Os primeiros a elaborarem tal forma
de organização coletiva foram o Conde de
Saint-Simon (1760 - 1825), Charles Fourier
(1772 - 1837), Louis Blanc (1811 - 1882) e
Robert Owen (1771 - 1858) cujas ideias mais
tarde foram batizadas de socialismo utópico,
O Socialismo utópico francês e o
socialismo científico de Marx e Engels
pois seus teóricos se preocupavam em descrever os princípios
de uma sociedade ideal, onde se defendia a possibilidade de
criação de uma organização onde as classes sociais vivessem
em harmonia ao buscarem interesses comuns que estivessem
acima da exploração ou da busca incessante pelo lucro.
Socialismo científico de Marx e Engels
Marx criticou as ideias dos socialistas utópicos e sua principal
refutação consistiu na acusação de que esses socialistas franceses se
dedicavam a formulações teóricas que não passavam de um
romantismo ingênuo, carentes de rigor científico na análise da
conjuntura social.
Socialismo científico
de Marx e Engels
Para Marx, os socialistas utópicos,
ao afirmarem sobre como deveria
ser a sociedade harmônica ideal,
esqueciam-se de pensar sobre as
possibilidades de como alcançá-la
em sua plenitude.
Socialismo científico de Marx e Engels
Em oposição aos utópicos, o socialismo científico ou
simplesmente marxismo procura, de um modo racional e
metódico apresentar uma análise crítica da realidade política
e econômica, da evolução da história, das sociedades e dos
mecanismos de exploração capitalista. A origem desta teoria é
traçada a partir da publicação, no ano de 1848, do livro
"Manifesto Comunista".
Socialismo científico de Marx e Engels
A doutrina do socialismo científico ou comunismo tentava demonstrar pela análise
científica e dialética da realidade social que as contradições históricas do capitalismo
levariam, necessariamente, à sua superação por um regime igualitário e
democrático que seria sua antítese ou seu aprofundamento na barbárie social.
Obs: a dialética seria a contraposição de forças de oposição em dado memento
histórico, cujo confronto provoca a transformação social.
Socialismo e comunismo
O que deveria acabar seria a propriedade
privada capitalista, que era o que fazia com
que os trabalhadores se submetessem aos
patrões e entregassem a mais-valia.
Os donos das terras, fábricas, bancos etc, só eram ricos porque
exploravam os trabalhadores. Portando as empresas, terras,
minas, passariam a ser propriedade do povo trabalhador. Cada
empresa deveria ser administrada diretamente por seus
trabalhadores (operários, técnico, engenheiros, funcionários), e
o Estado seria um coordenador geral. Em vez de produzir para o
mercado e visando aos lucros, elas buscariam satisfazer as
necessidades fundamentais da população.
Socialismo e comunismo
O projeto socialista só seria bem-sucedido se a
sociedade fosse profundamente democratizada.
Socialismo com ditadura, nunca daria certo.
Socialismo e comunismo
Marx achava que antes de a sociedade chegar
ao comunismo ela deveria passar pela fase
de transição que seria o socialismo. No
socialismo, não existira mais a propriedade
privada burguesa, mas ainda haveria algumas
diferenças sociais.
Além disso, no socialismo haveria um Estado, e, portanto
ainda existiriam leis, polícia, prisões e, portanto a
liberdade não seria completa. Porém, Marx dizia que no
socialismo haveria a ditadura do proletariado, que não
seria uma ditadura, mas um governo totalmente
democrático dominado pelos trabalhadores. Inclusive
porque não haveria mais patrões.
Finalmente, quando o mundo inteiro fosse socialista, a economia
tivesse se desenvolvido a ponto de eliminar as desigualdades entre os
povos e houvesse abundância, o comunismo seria alcançado. O
Estado teria se dissolvido, Não haveria mais nenhuma repressão: todos
seriam livres e iguais.
Socialismo e comunismo
A gestão de pessoas será substituída pela gestão de
coisas. Portanto ingressaríamos no reino da
liberdade, que se opõe ao atual "reino da
necessidade", onde enfim os indivíduos serão plenos
no exercício de suas potencialidades.
No século XX, houve tentativas importantes de construir uma
sociedade socialista. A Revolução Russa de 1917, que criaria a
União Soviética (URSS), A Revolução Chinesa de 1949, a
Revolução Cubana de 1959 são alguns exemplos. Pois todas
essas revoluções se diziam inspiradas no pensamento de Karl
Marx. Contudo, esses países tornaram-se ditaduras,
promovendo perseguições contra dissidentes. A sociedade
comunista, justa e harmônica, concebida por Marx, não foi
alcançada.
O Anarquismo
O Anarquismo foi um
movimento revolucionário
que surgiu no século XIX.
O principal pensador
anarquista foi o russo
Mikhail Bakunin (1814-
1876). Outros pensadores
anarquistas destacados
foram o príncipe russo
Kropotkin e o italiano
Malatesta.
O Anarquismo
O Anarquismo não quer dizer bagunça, mas sim ausência de
governo. Na verdade, anarquistas e marxistas concordam
num ponto importante: o capitalismo é desumano e deve
dar lugar a uma sociedade comunista.
O Anarquismo
O comunismo seria uma
sociedade na qual a propriedade é
coletiva, tudo é de todos: todos
trabalham e repartem igualitariamente
o que foi produzido. Mais importante
ainda: no comunismo não existe
Estado. Tanto para Bakunin como para
Marx e Engels, o comunismo só seria
alcançado quando não existisse mais o
Estado. Nenhum homem teria o poder
de dar a menor ordem a outro homem.
Todos seriam livres e iguais.
Onde anarquistas e marxistas começam a discordar?
 Para os marxistas, entre o capitalismo e o comunismo deve existir uma
sociedade de transição, a sociedade socialista.
 Para Bakunin o capitalismo seria destruído e imediatamente substituído por
uma sociedade comunista.
 Também não existe partido anarquista, pois, os anarquistas dizem que ter
partido e votar significa participar do jogo sujo da burguesia e da opressão
do Estado.
 Para Marx, o principal agente transformador seria o proletariado.
 Para os anarquistas, os trabalhadores são tão importantes quanto os outros
grupos oprimidos: estudantes, prostitutas, presidiários, loucos
Para entender o capitalismo e explicar a natureza da organização
econômica humana, Marx desenvolveu uma teoria abrangente e
universal, que procura dar conta de toda e qualquer forma
produtiva criada pelo homem. Os princípios básicos dessa teoria
estão expressos em seu método de análise — o materialismo
histórico.
De acordo com tal concepção, toda e qualquer sociedade
humana é determinada por suas condições socioeconômicas,
mais especificamente pela forma como ela organiza a
produção.
Materialismo Histórico
A chave para compreender a história e o funcionamento da
sociedade, segundo Marx, estaria na economia. As maneiras
como os homens produzem, trabalham e transformam o mundo
moldam as relações sociais. Dessa forma, o foco do estudo social
é a relação dos homens com os meios de produção.
Materialismo Histórico
Marx afirma ainda que os interesses que movem a sociedade são
materiais, traduzidos, em última instância, pelas necessidades de
sobrevivência. A forma como os indivíduos se comportam, agem
sentem e pensam se vincula com a forma como se dão as
relações sociais.
Materialismo Histórico
Para viver os homens têm de, inicialmente transformar a
natureza, ou seja, comer, construir abrigos, fabricar
utensílios, etc, sem o que não poderiam existir como seres
vivos.
Materialismo
Histórico
Marx inverte a filosofia de
Hegel quando afirma que
não é a consciência que
determina a vida, mas a
vida que determina a
consciência.
Por exemplo, no feudalismo, teríamos de um lado os senhores
feudais, proprietários dos feudos, e do outro os trabalhadores servis.
No capitalismo, os grandes proprietários das empresas se
relacionam com os trabalhadores livres e assalariados. Para Marx e
Engels, sempre que os meios de produção pertencem a uns poucos,
existe exploração dos trabalhadores. As relações de produção
feudais e as capitalistas seriam, portanto, relações de exploração.
Conceito de modo de produção
MODO DE PRODUÇÃO
FORÇASPRODUTIVAS RELAÇÕES SOCIAIS DE
PRODUÇÃO
FORÇA DE
TRABALHO
MEIOS DE
PRODUÇÃO
Marx e Engels comparam a sociedade a um edifício. A base material ou econômica
constitui a infraestrutura que engloba as relações do ser humano com a natureza,
no esforço de produzir a própria existência, e as relações dos indivíduos entre si, ou
seja, as relações entre os proprietários e não-proprietários, e entre os não-
proprietários e os meios e objetos do trabalho.
INFRAESTRUTURA ECONÔMICA
Estrutura material da sociedade, sua base
econômica, que consiste nas formas pelas
quais os homens produzem os bens
necessários à sua vida
Forças produtivas e relações de produção
SUPERESTRUTURA
Estrutura jurídico-política e a estrutura ideológica
Ideias filosóficas, morais, científicas, leis,
religião, política, cultura
INFRAESTRUTURA E SUPERESTRUTURA
Segundo a concepção materialista da história, na produção da vida social os homens
também geram outra sorte de produtos que não têm forma material e que vêm a ser
as ideologias políticas, visões religiosas, compilações morais e estéticas, preceitos
legais, de ensino, de comunicação, o conhecimento filosófico e científico,
representações coletivas, entre outros. Esse segundo conjunto denomina-se
superestrutura (ou supraestrutura).
INFRAESTRUTURA ECONÔMICA
Estrutura material da sociedade, sua base
econômica, que consiste nas formas pelas
quais os homens produzem os bens
necessários à sua vida
Forças produtivas e relações de produção
SUPERESTRUTURA
Estrutura jurídico-política e a estrutura ideológica
Ideias filosóficas, morais, científicas, leis,
religião, política, cultura
INFRAESTRUTURA E SUPERESTRUTURA
INFRAESTRUTURA E SUPERESTRUTURA
Em suma, são os homens que
produzem as suas representações, as
suas ideias etc. Contudo, a ideia não
é anterior ao homem, mas, sim,
produto da própria criação humana.
Dessa forma, a moral, a religião, a
metafísica e qualquer outra ideologia
perdem imediatamente toda
aparência de autonomia. Não têm
história, não têm desenvolvimento;
serão, antes, os homens que,
desenvolvendo a sua produção
material e as suas relações materiais,
transformam, com essa realidade
que lhes é própria, o seu
pensamento e os produtos desse
pensamento.
É a infraestrutura que
determina a superestrutura ou a
super que determina a infra
Dessa forma, entende-se que é a infraestrutura
— a base econômica — que produz (ou
determina) a superestrutura —- as
representações culturais, as visões de mundo.
Infraestrutura e
superestrutura
Portanto, para Marx, não é a
consciência que determina a
vida, mas a vida que determina a
consciência, o que nos leva a
concluir que é, a infraestrutura da
sociedade que determina
"superestrutura", ou seja, nas
instituições jurídicas, políticas (as
leis, o Estado) e ideológicas (as
artes, a religião, a moral) da
época.
Superestrutura
Estrutura jurídico-política e a estrutura ideológica
IDEOLÓGICA POLÍTICA
Ideias filosóficas Organização do Estado
Morais Autoridades
Artísticas Leis
Científicas Tribunais
Políticas Polícia
Religiosas Exército
INFRAESTRUTURA ECONÔMICA
Estrutura material da sociedade, sua base econômica, que consiste nas formas pelas
quais os homens produzem os bens necessários à sua vida
Ideologia
A ideologia, portanto, deve ser
entendida não apenas como um
conjunto de ideias de um grupo,
mas como uma ferramenta para
assegurar o domínio de uma
classe social, como uma "falsa
consciência" que atua com o
objetivo de manter o privilégios
desse grupo, apresentando as
desigualdades como naturais,
ou mesmo "culpa" dos
indivíduos, e não como
consequência da forma de
organização da economia e da
sociedade.
Ideologia
O capitalismo nasceu a partir
das contradições do sistema
feudal, e que a burguesia
(classe dirigente) ao criar a sua
oposição, o operariado,
engendrou também o seu
futuro extermínio, cavando a
sua própria cova.
Materialismo dialético
O materialismo dialético se constituiu
como uma das fundamentais teorias
que formaram a base do socialismo
científico. Para os filósofos gregos,
dialética era a arte do diálogo. Para um
dos filósofos mais influentes na carreira
de Marx, Hegel, a principal ideia dessa
teoria é que nunca devemos pensar
que o mundo pode ser considerado um
complexo de teorias e fenômenos
acabados, mas de processos que estão
em constantes transformações, por
meio de termos contrários que dão
origem a um terceiro, que os concilia,
ou seja, tudo é fruto da luta de ideias e
forças, que na sua oposição geram a
realidade concreta, tornando-se
novamente tese.
A dialética compõe-se, assim, de três termos:
Tese (A) é uma afirmação; antítese (B) é uma afirmação contrária, e
síntese (C), como o nome indica, é o resultado da síntese entre as duas
primeiras. A síntese supera a tese e a antítese (portanto, é algo de
natureza diferente), ao mesmo tempo em que conserva elementos das
duas e conduz a discussão, nesse processo, a um grau mais elevado. E,
na sequência, dá origem a uma nova tese, que inicia novamente o ciclo.
Tese X Antítese = Síntese → Tese X Antítese = Síntese (...), um princípio
sem fim, em permanente transformação.
= SOCIEDADE SEM CLASSES
(COMUNISMO)
TESE x ANTÍTESE = SÍNTESE
Na dialética marxista, a burguesia seria a tese - e o proletariado, sua
antítese. A síntese seria a superação da sociedade de classes por
uma sem classes, o comunismo. As crises do capitalismo, então,
decorreriam dos conflitos entre burguesia e proletariado, e seriam o
prenúncio de uma superação dialética da economia política.
Marx achava que a dialética de Hegel
estava de "cabeça para baixo" e era
preciso corrigi-la. Isso porque Hegel,
grosso modo, era idealista, isto é, via
a Razão como determinante da
realidade objetiva, enquanto Marx era
materialista e pensava justamente o
contrário: que era o mundo material
que condicionava a ideia que
fazíamos dele. Por isso, ele
desenvolveu uma interpretação que
ficou conhecida como materialismo
dialético.
O que Marx trouxe de original foi uma
análise dialética das relações sociais
e econômicas (as bases materiais e
concretas da sociedade) que
formavam uma estrutura que
explicava fatos históricos e
culturais.
Diferente de Hegel, ele escrevia
em meio à Revolução Industrial,
em que uma massa de
trabalhadores vivia em
condições deploráveis nas
grandes cidades, o que
estimulava o crescimento de
movimentos socialistas e
anarquistas em toda a Europa.
A sociedade capitalista,
segundo Marx, funcionava com
base no antagonismo entre
duas classes: a burguesia, que
detinha os modos de produção
(fábricas, empresas, terras,
comércio, etc.), e o
proletariado, trabalhadores que
vendiam sua força de trabalho.
Na dialética marxista, a burguesia
seria a tese - e o proletariado, sua
antítese. A síntese seria a
superação da sociedade de classes
por uma sem classes, o
comunismo. As crises do
capitalismo, então, decorreriam
dos conflitos entre burguesia e
proletariado, e seriam o prenúncio
de uma superação dialética da
economia política.
Ao assumirem seu papel histórico
e dialético, os trabalhadores
instituiriam, no lugar do sistema
capitalista, a ditadura do
proletariado, que seria um Estado
provisório a ser superado pelo
comunismo. Na prática, no
entanto, a ditadura do
proletariado não passou de uma
ditadura.

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Karl Marx e a evolução da concepção de trabalho

  • 1. Karl Marx (1818-1883) Karl Marx (1818-1883) nasceu na Alemanha. Embora fosse um intelectual, doutor em filosofia, nunca esteve ligado à universidade e aos círculos oficiais. Sua existência foi dedicada à luta da classe trabalhadora. Foi um gênio como filósofo, economista, historiador, sociólogo e jornalista.
  • 2. Karl Marx (1818-1883) Trabalho: Trabalhar é preciso. O trabalho faz parte das necessidades humanas e surge junto com o próprio homem, que precisa trabalhar para sobreviver. E, assim como o ser humano, o trabalho também evoluiu.
  • 3. Karl Marx (1818-1883) Trabalho: Entendemos por trabalho toda atividade na qual o ser humano utiliza sua energia para satisfazer necessidades ou atingir determinado objetivo.
  • 4.
  • 5. A concepção de trabalho sempre esteve ligada a uma perspectiva negativa (Bíblia).
  • 6. Karl Marx (1818-1883) A palavra trabalho tem origem no latim tripalium, que significa “três madeiras” e era o nome dado a um instrumento de tortura constituído de três estacas de madeira afiadas. Na Europa antiga, escravos e pessoas que não podiam pagar impostos eram torturados no tripalium.
  • 7. Trabalho Assim, a palavra trabalhar significava “ser torturado”. A ideia de trabalho como tortura acabou sendo estendida para além do tripalium: a atividade física exaustiva de camponeses, artesãos e construtores era vista como torturante. Mudanças políticas, culturais e econômicas ao longo da história contribuíram para transformar não apenas a concepção do trabalho, mas também a relação do homem com ele. De atividade necessária para a sobrevivência, passou a ser visto como tortura e sofrimento
  • 8. Na Antiguidade, gregos e romanos concebiam o trabalho como algo vil e execrável e na Idade Média, trabalhar era um castigo, algo desprovido de prazer e valor. Hoje ele é visto como símbolo de status e realização pessoal. Para Marx, o homem é o primeiro ser que conquistou certa liberdade de movimentos em face da natureza. O homem, entretanto, graças ao seu trabalho, conseguiu dominar em parte, as forças da natureza, colocando-as a seu serviço.
  • 10. Pode-se afirmar também que os animais produzem, constroem casas para si, porém somente para atender as exigências práticas imediatas, exigências materiais diretas dos mesmos ou de seus filhotes. Portanto, não podendo ser livres ao trabalharem, pois a atividade dos mesmos é determinada unicamente pelo instinto ou pela experiência limitada que podem ter.
  • 11. Trabalho Nesse sentido, o trabalho é uma atividade tipicamente humana, porque implica a existência de um projeto mental anterior a realização de seu trabalho, ou seja, a capacidade de definir meios diversos que possibilitam o alcance de seu objetivo, possuindo a livre escolha da alternativa que melhor se adeque a seus meios e procura segui-los.
  • 12. Justamente porque o trabalho humano pode ser diferente do trabalho dos animais é que, para viver, os seres humanos organizam-se socialmente, estabelecem relações sociais através das quais transformam a natureza (comem, constroem abrigos, fabricam utensílios etc) de acordo com suas possibilidades. Ao modificarem a fauna e a flora, por exemplo, eles visam dominar as condições naturais, procurando conhecer e aplicar suas leis, por meio de metas preestabelecidas.
  • 13. Isso não significa que sempre consigam fazê-lo adequadamente, ou mesmo tendo em vista os interesses coletivos ou da espécie, podendo, no longo prazo, destruir o ambiente, o clima, os recursos naturais etc. Ademais, o ato mesmo de produzir gera novas necessidades, o que significa que essas necessidades não são simples exigências naturais ou físicas, mas históricas.
  • 14. Portanto, o ser humano é a única criatura que trabalha. Os animais podem construir habitações, se alimentam e se reproduzem, mas somente o homem faz culinária, desenvolve o gosto, é erótico e capaz de amar. Ou seja, somente os humanos possuem história e cultura. Pelo trabalho, o homem transforma a natureza e cria seu próprio meio ambiente. Trabalhando, o homem se relaciona com outros homens, produz máquinas, obras de arte, cria instituições sociais, crenças religiosas etc.
  • 16.
  • 17.
  • 18.
  • 19.
  • 20.
  • 21. Trabalho O desenvolvimento do trabalho criador aparece, assim, aos olhos de Marx, como uma condição necessária para que o homem seja cada vez mais livre, mais dono de si próprio. Contudo Marx verifica que em sua contemporaneidade, o trabalho assumiu características diferentes das anteriormente pensadas: os homens que produzem os bens materiais, alguns indispensáveis a sua própria existência, porém, não se realizam como seres humanos em suas atividades.
  • 22.
  • 23. Assim, dentro de uma visão ideal, o trabalho poderia promover a realização da pessoa, a edificação da cultura e a solidariedade entre os seres humanos.
  • 24. Ao longo da história, com o aparecimento da dominação de uma classe social sobre outra, o trabalho, que deveria servir ao bem comum, foi utilizado para o enriquecimento de alguns.
  • 25. De ato de criação virou rotina de reprodução. De recompensa pela liberdade se transformou em castigo. De elemento de realização de nossas potencialidades, foi transformado em instrumento de alienação. Para Marx, portanto, a divisão social do trabalho numa sociedade gera a divisão em classes.
  • 26. Taylorismo , Fordismo e Toyotismo O Taylorismo é uma teoria criada pelo engenheiro Americano Frederick W. Taylor (1856-1915), que a desenvolveu a partir da observação dos trabalhadores nas indústrias.
  • 27. Frederick W. Taylor 1856-1915 Esse método visava o aumento de produtividade com economia de tempo, supressão de gestos desnecessários no interior do processo produtivo e utilização máxima da máquina. Taylor parte do princípio de que o trabalhador é indolente, e realiza movimentos de forma inadequada. Ao observar seus gestos, estuda a simplificação deles, de tal forma que a devida colocação do corpo, dos pés e das mãos possa economizar tempo e aumentar a produtividade. Cada trabalhador desenvolveria uma atividade específica no sistema produtivo da indústria (especialização do trabalho).
  • 28. Frederick W. Taylor 1856-1915 Cada indivíduo deve cumprir sua tarefa no menor tempo possível, sendo premiados aqueles que se sobressaem. Isso provoca a exploração do proletário que tem que se “desdobrar” para cumprir o tempo cronometrado. O trabalho na maioria das indústrias tornou-se cada vez mais rotineiro, automatizado e especializado, subdividindo-se em múltiplas operações. A principal consequência do taylorismo é que a fragmentação do trabalho conduz a uma fragmentação do saber, pois o trabalhador perde a noção de conjunto do processo produtivo.
  • 29. Henry Ford 1863-1947 Henry Ford (1863 – 1947) foi um empreendedor americano fundador da Ford Motor Company que, inspirado no método idealizado por Taylor, foi responsável pela criação de um sistema industrial chamado de fordismo, que ainda pode ser observado em muitas indústrias atuais. A grande inovação do fordismo em relação ao taylorismo foi à introdução de linhas de montagens, na qual o operário era responsável apenas por uma atividade.
  • 30. Henry Ford 1863-1947 Em sua fábrica, Ford determinava a posição de todos seus funcionários, que aguardavam as peças automotivas se deslocarem pelas esteiras de montagem da fábrica para executarem uma única função específica. Cada funcionário tinha apenas uma função em toda linha de montagem, sendo somente responsável, por exemplo, por apertar um determinado parafuso. Além disso, o proletário devia executar sua atividade no tempo determinado pela máquina, pois caso atrasasse alterava toda a produção e era repreendido pelo gerente local.
  • 31. Henry Ford 1863-1947 A limitação funcional do operário causava uma alienação psicológica no indivíduo, pois limitava o conhecimento do operário a função, não tendo nenhuma noção da compreensão do todo. Sem contar os problemas físicos ocasionados pela excessiva repetição da mesma atividade inúmeras vezes ao dia.
  • 32.
  • 33.
  • 34. Toyotismo Toyotismo é o modelo japonês de produção, criado pelo japonês Taiichi Ohno (formado em Engenharia Mecânica na Escola Técnica de Nagoya) e implantado nas fábricas de automóveis Toyota, após o fim da Segunda Guerra Mundial. Nessa época, o novo modelo era ideal para o cenário japonês, ou seja, um mercado menor, bem diferente dos mercados americano e europeu, que utilizavam os modelos de produção Fordista e Taylorista.
  • 35.
  • 36. Na década de 70, em meio a uma crise de capital, o modelo Toyotista espalhou-se pelo mundo. A ideia principal era produzir somente o necessário, reduzindo os estoques (flexibilização da produção), produzindo em pequenos lotes, com a máxima qualidade, trocando a padronização pela diversificação e produtividade.
  • 37. As relações de trabalho também foram modificadas, pois agora o trabalhador deveria ser mais qualificado, participativo e polivalente, ou seja, deveria estar apto a trabalhar em mais de uma função.
  • 38. Os desperdícios detectados nas fábricas montadoras foram classificados em sete tipos: produção antes do tempo necessário, produção maior do que o necessário, movimento humano (por isso o trabalho passou a ser feito em grupos), espera, transporte, estoque e operações desnecessárias no processo de manufatura.
  • 39. As principais características do modelo toyotista são:
  • 40. Automatização (Jidoka) – utilizando máquinas que desligavam automaticamente caso ocorresse qualquer problema, um funcionário poderia manusear várias máquinas ao mesmo tempo, diminuindo os gastos com pessoal.
  • 41. Just in time (na hora certa) – sem espaço para armazenar matéria- prima e mesmo a produção, a ideia era de que nada deve ser produzido, transportado ou comprado antes da hora certa. Com este sistema, o produto ou matéria-prima chega ao local de utilização somente no momento exato em que for necessário, ou seja, os produtos somente são fabricados ou entregues a tempo de serem vendidos ou montados, não existe estoque parado. A produção deve ser ajustada a demanda do mercado.
  • 42. • Kanban (etiqueta ou cartão onde o trabalhador antecedente indica onde parou) – foi inventado por Taiichi Ohno em 1953 e significa “cartão visual”. É um método para programar a produção, de modo que o just in time se efetive.
  • 43. • Team work (trabalho em equipe) – os trabalhadores passaram a trabalhar em grupos, orientados por uma líder. O objetivo é de ganhar tempo, ou eliminar os “tempos mortos”. • Mão-de-obra multifuncional e bem qualificada - Os trabalhadores são educados, treinados e qualificados para conhecer todos os processos de produção, podendo atuar em várias áreas do sistema produtivo da empresa.
  • 44. • Uso de pesquisas de mercado para adaptar os produtos às exigências dos clientes. • Controle de qualidade total – todos os trabalhadores, em todas as etapas da produção são responsáveis pela qualidade do produto e a mercadoria só é liberada para o mercado após uma inspeção minuciosa de qualidade. A ideia de qualidade total também atinge diretamente os trabalhadores, que devem ser “qualificados” para serem contratados. Dessa lógica nasceram os certificados de qualidade, ou ISO.
  • 45. As classes sociais Cada sociedade e modo de produção estabelece as próprias relações de produção. Essas relações levam à divisão da sociedade em classes sociais, que é uma relação direta entre os proprietários dos meios de produção e os produtores diretos. Assim, no modo de produção antigo, há patrícios e plebeus; no feudalismo, senhores feudais e servos; e assim por diante. MODO DE PRODUÇÃO FORÇAS PRODUTIVAS RELAÇÕES SOCIAIS DE PRODUÇÃO FORÇA DE TRABALHO MEIOS DE PRODUÇÃO
  • 46. Apenas nas comunidades primitivas, Marx identifica à ausência de classes sociais que nascem com a exploração do trabalho.
  • 47. As classes sociais As condições para a formação das classes sociais são: os membros ocupam cargos similares nas relações de produção, compartilham interesses semelhantes, opõem- se às classes antagônicas e desenvolvem uma única consciência de classe. Assim, ser um servo, no feudalismo, significa não possuir terras, depender dos senhores feudais para obter alimentos, solidarizar-se com os interesses de outros trabalhadores em condição equivalente e com eles compartilhar valores, estilo de vida e visão de mundo.
  • 48. AS classes sociais Por serem elementos intrínsecos ao modo de produção, as classes sociais são sempre antagônicas, complementares e interdependentes, pois uma classe só existe em relação e em oposição à outra, contra a qual lutaria, de acordo com as ideias de Marx. Dessa luta, surgiria a superação de cada modo de produção e de cada período histórico, dando origem a novas configurações sociais e novos arranjos das forças produtivas. As classes sociais seriam, dessa forma, os principais agentes de luta política e de transformação histórica.
  • 49. Humanização pelo trabalho Para Marx, o trabalho é a forma como o ser humano constrói sua identidade ao superar obstáculos comuns do dia a dia, através de sua imaginação e capacidade de produção. O desenvolvimento da cultura fundamentou-se na produção, ou seja, no trabalho.
  • 50. Humanização pelo trabalho Deste modo, o ser humano diferenciou-se dos outros seres da natureza pela construção de artefatos que visavam melhorar a vida de todos. A função do trabalho é compreendida como a capacidade de produzir coisas para suprir suas necessidades. No caso do trabalho como forma de humanização, o resultado obtido é o bem-estar geral.
  • 51.
  • 52.
  • 54. taylorismo A principal conseqüência do taylorismo é que a fragmentação do trabalho conduz a uma fragmentação do saber, pois o trabalhador perde a noção de conjunto do processo produtivo.
  • 55. _______________ são estratégias desenvolvidas para conduzir o comportamento da indústria, visando maximizar os lucros e melhorar o desempenho da atividade industrial na economia. O _____________ consolidou-se no Japão após a Segunda Guerra Mundial e, depois, difundiu-se em todo mundo, tendo como papel a substituição do _______________ e a realização do trabalho compulsório e repetitivo pela adequação da produção conforme a demanda e a flexibilização das funções do trabalhador. A alternativa que possui as expressões que completam a lacuna do texto é: a) Técnicas de venda, toyotismo, volvismo. b) Modos de Produção, fordismo, taylorismo. c) Sistemas econômicos, taylorismo, toyotismo. d) Modos de Produção, toyotismo, fordismo. e) Sistemas econômicos, volvismo, fordismo. RESPOSTA D
  • 56. As sociedades modernas são complexas e multifacetadas. Mas é com o capitalismo que as divisões sociais se tornam mais desiguais e excludentes. Marx já observara que só o conflito entre as classes pode mover a história. Assim sendo, para o referido autor, em qual das opções se evidencia uma característica de classe social? a) O status social e cultural dos indivíduos. b) A função social exercida pelos indivíduos na sociedade. c) A ação política dos indivíduos nas sociedades hierarquizadas. d) A identidade social, cultural e coletiva. e) A posição que os indivíduos ocupam nas relações de produção. RESPOSTA E
  • 57. A acumulação flexível, da qual resulta o sistema de produção toyotista, caracteriza-se por: a) divisão do trabalho no maior número de trabalhadores possíveis b) produção em massa c) realização de várias funções por um mesmo trabalhador d) fortalecimento dos sindicatos e leis trabalhistas e) diminuição do processo de terceirização da produção. RESPOSTA C
  • 58. Para Marx, o capital era o principal ponto a ser investigado para que fosse possível entender as mudanças sociais que surgem em um dado momento. Entende-se por capital: a) a mais-valia absoluta. b) qualquer bem que possa ser investido para gerar mais lucro. c) o sistema econômico que surgia naquele momento. d) o sistema de exploração do homem pelo homem. RESPOSTA B
  • 59. A prática mencionada no texto de reduzir os estoques é operacionalizada pelas indústrias, que produzem apenas a quantidade de um dado produto de acordo com a demanda referente a ele. Tal prática é denominada por: a) Oferta pela demanda b) Redução de estoque c) Timely delivery d) Just in Time e) Entrega sob pedido RESPOSTA D
  • 60. Trabalho alienado Em sua obra “O Capital” (1867), Marx critica a sociedade industrial capitalista e seu modo de produção, posto que cria um trabalho alienado que acaba por desumanizar o indivíduo explorado. A palavra alienação vem do latim alienare, “tornar algo alheiro a alguém”, isto é, “tornar algo pertencente a outro”.
  • 61. O trabalho é uma forma do ser humano se realizar, desenvolver suas potencialidades físicas e mentais. Quando o trabalhador comanda seu processo de trabalho e coloca uma finalidade nele, este é o trabalho que humaniza e que Marx chamou de práxis. Foi por essa razão que Marx definiu a força de trabalho como o bem “inalienável” do ser humano. A partir dessa perspectiva, o trabalho seria o bem mais importante do homem e aliená-lo, isto é, transferir o direito de proveito dos frutos desse trabalho para outra pessoa, seria o mesmo que alienar o direito à própria vida.
  • 62. O trabalhador, antes intimamente ligado ao seu labor, agora se vê desconectado do que produz, nunca colhendo os frutos de seu trabalho. Esse trabalho, por sua vez, agora é comprado por um salário, que, na maior parte das vezes, é suficiente apenas para que se mantenha vivo.
  • 63. O trabalho alienado seria uma espécie de aprisionamento, é a negação desse trabalho, é um trabalho forçado, que ao invés de realizar o homem, o escraviza, é apenas um meio para satisfazer outras necessidades, logo ele é mortificação e o trabalhador foge dele como “o diabo foge da cruz”. Sua vida passa a ser medida pelo o que ele possui e não pelo o que ele é.
  • 64. Podemos entender a alienação a partir de algumas características principais. 1º o trabalho alienado é um trabalho heterogerido, ou seja, gerido por outro, o dono dos meios de produção, o proprietário das terras, fábricas, máquinas, etc. Há uma separação do proletário em relação ao produto do seu trabalho. Isso significa que o trabalhador não é mais responsável “pelo produto final, como acontecia nos modos de produção baseados na manufatura, como no sistema feudal.
  • 65. 2º O trabalhador perde o controle de todo o processo de trabalho. Com a introdução das máquinas e da linha de montagem, cada trabalhador executa apenas uma tarefa das diferentes etapas de produção. Sua motivação para trabalhar passa a ser a necessidade, e não a realização de um projeto. 3º Alienado do produto e do processo produtivo, o trabalhador deixa de ser criador, artífice, e passa a ser “coisa”, “objeto”, isto é, uma peça na engrenagem, uma mercadoria. Assim, ocorre um processo de desumanização do trabalhador.
  • 66. 4º O trabalhador se aliena do seu entorno. Tanto o proletário quanto o capitalista veem tudo aquilo que os cerca como elementos da dinâmica produtiva. Por isso os impactos do modo de produção capitalista sobre o meio ambiente são tão intensos quanto aqueles provocados nas relações humanas. Os recursos disponíveis na natureza passam à ser vistos como matérias-primas para a produção de lucro.
  • 67. Segundo Marx, a relação capital, trabalho e alienação promovem a coisificação ou reificação da classe trabalhadora (do latim res, que significa "coisa"), ou seja, o indivíduo torna-se um análogo às máquinas. Vive sua vida em função de seu posto de trabalho, desumanizado, perde a posse sobre si mesmo e compreende-se como coisa, como mercadoria. A tomada de consciência de classe e a revolução são as únicas formas para a transformação social.
  • 68.
  • 69. Vejamos como Marx descreveu esse processo de alienação: Primeiramente, o trabalho alienado se apresenta como algo externo ao trabalhador, algo que não faz parte de sua personalidade. Assim, o trabalhador não se realiza em seu trabalho, mas nega-se a si mesmo. Permanece no local de trabalho com uma sensação de sofrimento em vez de bem-estar, com um sentimento de bloqueio de suas energias físicas e mentais que provoca cansaço físico e depressão. Nessa situação, o trabalhador só se sente feliz em seus dias de folga enquanto no trabalho permanece aborrecido. Seu trabalho não é voluntário, mas imposto e forçado.
  • 70. Fetichismo da mercadoria O conceito de “fetichismo da mercadoria” está diretamente ligado a outro conceito, o de “alienação”. Para Marx, ao vender sua força de trabalho para o sistema de produção, o trabalhador não só deixa de ter direito ao que produziu, mas também deixa de projetar o que vai executar e de estabelecer o ritmo da produção.
  • 71. Fetichismo da mercadoria Apenas realiza uma parte do produto, tornando-se um alienado (em latim, , alienare = que não pertence a si) dentro do sistema. Ocorre, assim, uma inversão: o homem deixa de ser o soberano do que produz e passa a ser comandado e dirigido pelo produto que gerou, desumanizando-se.
  • 72.
  • 73. Fetichismo da mercadoria Nesse cenário à mercadoria surge como um valor em si mesma e não como resultado das relações de produção. Nesse contexto, as mercadorias não se apresentam como resultado do trabalho humano, apropriado pelo capitalista, mas como coisas dotadas de vida própria, sujeitas às oscilações das leis da oferta e da procura. As relações entre objetos, coisas, mercadorias mascaram as relações sociais, as formas de propriedade, a alienação real que existe entre o trabalhador e os objetos por ele criados. Ou seja, a mercadoria esconde toda a exploração do trabalho, esconde as relações sociais que estão nela, esconde o trabalho não pago (mais valia), o que se vê numa mercadoria é apenas o produto e não a exploração.
  • 74. Isso significa que no modo de produção capitalista a mercadoria se “humaniza”, enquanto o trabalhador se reifica, ou seja, se “coisifica”, se “desumaniza”, pois não se identifica com aquilo que produziu. Ainda segundo Marx, os homens não percebem o processo de reificação e não reagem prontamente a exploração por causa da ideologia, que camufla as contradições e impede que a classe proletária, oprimida pelo sistema, adquira consciência como classe social.
  • 75. Teoria da mais-valia No famoso livro O Capital, Karl Marx tentou demonstrar cientificamente que no capitalismo sempre haveria injustiça social, e que o único jeito de uma pessoa ficar rica e ampliar sua fortuna seria: explorando os trabalhadores. Ou seja, para Marx, todo capitalismo é selvagem.
  • 76. A diferença entre o valor que o burguês vende um produto e o salário que o burguês paga ao proletariado é chamado de mais-valia.
  • 77. Assim, na jornada normal de trabalho, o operário produz mais do que o que recebe de salário. Em palavras mais críticas, diríamos, a mais-valia é “apropriação indevida”, ou simplesmente o roubo legitimado do tempo de trabalho não pago ao trabalhador.
  • 78. Mais-valia absoluta Se o trabalhador tivesse sua jornada ampliada em uma hora sem receber aumento correspondente no seu salário, o empregador estaria se apropriando de uma hora a mais de seu trabalho. Haveria, nesse caso, aumento da mais-valia absoluta. Essa, no entanto, não é a única forma de aumentar a mais-valia.
  • 79. Mais-valia relativa Quando ocorre aumento da produtividade sem que o trabalhador receba o valor correspondente pela produção excedente, temos a mais-valia relativa. Isso acontece, geralmente, quando o uso de máquinas mais sofisticadas reduz o número de horas necessárias para a produção de uma mercadoria, sem que isso seja refletido em vantagem para o proletário.
  • 80.
  • 81. Para Marx, esta é a medida da exploração capitalista: os patrões se apropriam da mais-valia e fazem o que querem. O trabalhador é submetido à opção de aceitar aquele salário ou passar fome desempregado.
  • 82. Inclusive porque no capitalismo é comum haver um bando de gente desempregada ameaçando os que estão trabalhando. Constituem o chamado exército industrial de reserva. Não há outra saída: o trabalhador se submete porque precisa do emprego para sobreviver.
  • 83. Alienação política: o Estado como instrumento de domínio Politicamente, também o homem se tornou alienado, pois o princípio da representatividade, base do liberalismo, criou a ideia de Estado como um órgão político imparcial, capaz de representar toda a sociedade e dirigi-la pelo poder delegado pelos indivíduos. Marx mostrou que não existe nenhum Estado neutro. O Estado sempre representa a classe dominante e age conforme o interesse desta.
  • 84.
  • 85. Alienação política: o Estado como instrumento de domínio Por exemplo, o Estado absolutista não nasceu para fazer a felicidade dos súditos, mas para assegurar o domínio político dos senhores feudais. Do mesmo modo, o Estado capitalista existia para garantir o domínio da burguesia sobres o proletariado. As leis, a polícia, o exército, os tribunais, tudo estaria do lado do patrão contra os empregados.
  • 86.
  • 87. Alienação política: o Estado como instrumento de domínio O Estado capitalista democrático ainda mantém o domínio da burguesia porque os partidos políticos burgueses são muito ricos e a ideologia burguesa impregna a consciência das multidões.
  • 88. Alienação política: o Estado como instrumento de domínio Segundo Marx, a "divisão social do trabalho" fez com que o pensamento filosófico se tornasse atividade exclusiva de um determinado grupo. As diversas escolas filosóficas passaram a expressar a visão parcial que esse grupo tem da vida, da sociedade e do Estado, refletindo, assim, seus interesses.
  • 89. Para Marx, o proletariado só seria livre no dia em que destruísse o Estado burguês e assumisse o poder por meio de um Estado socialista, expressão direta da vontade do povo trabalhador. Um Estado só seria realmente socialista quando fosse integralmente democrático.
  • 90. A alienação religiosa Para Karl Marx religião “é o ópio do povo”, porque desvia atenção deste mundo e de sua transformação, para o além. Marx diz que o mundo celeste é o resultado de um protesto da criatura oprimida contra o mundo em que vive e sofre. Ou seja, procura-se um refúgio no mundo divino porque o mundo em que o homem vive é desumano.
  • 91. Mais do que isso, ela é um "ópio", um calmante, que entorpece, aliena e enfraquece as massas com falsa superação da miséria e assim destrói sua força de revolta porque a esperança de consolação e de prometida justiça no "outro mundo" transforma o explorado e oprimido num ser resignado, tende a afastá-lo da luta contra as causas reais do seu sofrimento.
  • 92. A alienação religiosa Sendo assim, a religião (alienação religiosa) é decorrência lógica da miséria econômica (alienação econômica), então, superando-se a miséria econômica pela revolução do proletariado (luta de classes) e a conseqüente produção de bens materiais para todos, a consciência religiosa morrerá por si mesma. Porém, para eliminar a alienação religiosa é preciso eliminar todas as condições de miséria que a originam.
  • 93.
  • 94. Liberalismo O liberalismo é um conjunto de pensamentos que surgiu no século XVII e ganhou destaque na Europa do século XVIII. O seu apogeu ocorreu após a Revolução Industrial, no início do século XIX. Basicamente, a visão liberal de mundo consiste em enxergar que todos os seres humanos são dotados de capacidades para o trabalho e intelectuais e que todos têm direitos naturais a exercer a sua capacidade.
  • 95. Liberalismo Dessa maneira, o Estado não tem o direito de interferir na vida e nas liberdades individuais dos cidadãos, a menos que esses atentem contra a ordem vigente. Esse pensamento liberal norteou eventos como a Revolução Francesa e a Revolução Industrial, criando um Estado de Direito liberal na modernidade, que visava assegurar os direitos dos cidadãos e acabar com o despotismo.
  • 96. O liberalismo, como um todo, visava a acabar com a opressão do chamado Antigo Regime (as monarquias absolutistas que dominaram, durante muito tempo, as potências europeias). Para os liberais, o ser humano era dotado de direitos naturais (pensamento herdado do filósofo inglês John Locke) que assegurariam o direito de todos os cidadãos de participar da política e da economia, de trabalhar, acumular riquezas e adquirir uma propriedade privada. Do mesmo modo, eram direitos naturais à vida e à liberdade, sendo vedado ao Estado qualquer forma autoritária e injustificada de restrição da liberdade ou assassinato dos cidadãos. Luís XIV de França
  • 97. Para os teóricos liberais modernos, não havia qualquer justificativa para o controle da vida, do governo e da economia por parte dos monarcas. Isso porque a monarquia absolutista estava assentada no ideal do direito divino, ou seja, os governantes eram pessoas eleitas por Deus para guiar o povo. O pensamento moderno, já altamente racional, rejeitava essa noção. Para os modernos, era a razão, distribuída entre as pessoas, a responsável por criar um projeto de mundo capaz de impulsionar a sociedade e os indivíduos ao crescimento. Esses ideais, que constituíam o Iluminismo, geraram o centro do pensamento liberal: a capacidade individual de trabalhar, criar e evoluir.
  • 98. Liberalismo político O pensamento liberal, em geral, visava a acabar com a opressão estatal sobre a vida das pessoas em seus aspectos políticos e econômicos. Para tanto, era necessário abandonar a visão medieval de governo, baseada no poder absoluto e irrestrito de um governante e no severo controle da economia por parte do Estado (como ocorreu no mercantilismo, em que os governos promoviam as ações da economia, baseadas no comércio e na exploração de colônias, controlando absolutamente tudo). Ao abandonar a visão antiga de governo e economia, os liberais modernos adotaram uma visão política baseada no republicanismo ou no parlamentarismo. Esses sistemas políticos permitiam a divisão dos poderes, retirando das mãos de um monarca o poder absoluto.
  • 99. O filósofo francês Charles de Montesquieu, um dos pensadores que influenciaram o liberalismo e a Revolução Industrial, defendeu a divisão dos poderes estatais em três partes: o Poder Legislativo (formado por um corpo de legisladores, que criarão as leis); o Poder Executivo (formado por um corpo de governo responsável por executar as leis e governar a cidade ou o país); e o Poder Judiciário, que atua quando algum cidadão infringe as leis estabelecidas ou entra em conflito de interesses com outros cidadãos ou com o Estado.
  • 100. Liberalismo econômico No campo econômico, foram as ideias do filósofo e economista inglês Adam Smith que predominaram para estabelecer as diretrizes desse novo pensamento econômico. O liberalismo econômico consiste no entendimento de que o Estado não deve interferir na economia, pois essa deve ser feita a partir da livre iniciativa dos cidadãos, que devem ser livres para produzir e fazer comércio, sendo responsáveis por si mesmos.
  • 101. Nascido em 1723, na Escócia, e com uma brilhante carreira na área da economia, Adam Smith defendeu que o Estado deveria ter o menor nível possível de intervencionismo na economia. Segundo ele, se a economia fosse livre, sem intervenção alguma de órgãos externos ou do governo, ela irá regular de forma automática, como se houvesse uma mão invisível por trás de tudo, fazendo com que os preços dos produtos fossem ditados pelo próprio mercado, conforme sua necessidade. Chamada como “Lei da oferta de procura”
  • 102. Desta forma, seguindo a “Lei da oferta de procura”, o preço dos produtos sempre irá se regularizar conforme a maior ou menor oferta do momento e segundo o aumento ou decréscimo da procura. Para Smith, haveria uma espécie de “mão invisível” que faria com que a economia se desenvolvesse autonomamente no poder da iniciativa privada, sem necessitar do Estado, pois esse colocava um entrave no crescimento econômico ao querer reivindicar a sua parte nos lucros sem nada oferecer em troca.
  • 103. A meritocracia e a valorização do esforço individual são marcantes no pensamento liberal, que coloca como responsável pela riqueza e pelo sucesso, unicamente, o indivíduo. Segundo essa tese, a mobilidade social deve ser um resultado exclusivo dos esforços individuais através da qualificação e do trabalho. Ou seja, vence aquele que teve mais mérito, vence aquele cujo esforço e determinação empreendidas lhe permitiram fazer melhor que os demais.
  • 104. O liberalismo clássico mostrou-se ineficaz no início do século XX, após o advento de crises, como a Grande Depressão de 1929, em que a Bolsa de Valores de Nova Iorque quebrou. O cenário era de desemprego geral e péssimas condições de vida e trabalho para a classe operária europeia e estadunidense (principalmente), mas também para as classes operárias de outros países fora dos grandes eixos industriais.
  • 105. A resposta à crise de 1929 foi encontrada nos Estados Unidos e depois nos demais países do capitalismo ocidental na ampliação da intervenção do Estado, com o planejamento econômico. Nos EUA, essas medidas foram implantadas no governo do presidente democrata Franklin Delano Roosevelt (1933-1945) e receberam o nome de New Deal (Novo Acordo). O New Deal foi influenciado pela teoria econômica de John Maynard Keynes.
  • 106. Um dos economistas que apresentaram uma proposta diferente foi o inglês John Maynard Keynes, formulando uma doutrina conhecida posteriormente como keynesianismo. Essa teoria trouxe uma forma de pensar a economia capitalista como um misto de lucro para a iniciativa privada, mas com uma regulação estatal que assegurasse boas condições de vida para toda a população, e não somente para uma classe privilegiada.
  • 107. Para enfrentar a crise econômica e social nos EUA, Roosevelt utilizou os trabalhos de um grupo de renomados economistas inspirados em John Maynard Keynes para elaborar o New Deal, cujo principal objetivo era criar condições para a diminuição do desemprego, através da articulação de investimentos estatais e privados. As principais medidas foram:  investimento maciço na construção de obras públicas: estradas, pontes, rodovias, hidrelétricas, usinas, aeroportos, portos, barragens, escolas, hospitais, etc. Essa medida pretendia gerar emprego para os milhares de pessoas desempregadas desde o auge da crise em 1929. O aumento de trabalhadores elevaria o consumo e consequentemente a produção;
  • 108.  o governo passou a controlar os preços dos produtos para evitar uma nova crise de superprodução, já que uma das razões da Grande Depressão foi o acúmulo de produtos nas fábricas;  criação de leis para controlar e fiscalizar o mercado financeiro a fim de evitar as especulações;  incentivo através de empréstimos aos grandes e pequenos agricultoresaumento de medidas sociais como a criação da Previdência Social, o seguro desemprego e o seguro para idosos acima de 65 anos;  diminuição da jornada de trabalho, essa medida visava criar dois turnos de trabalho nas fábricas e gerar um maior número de empregos.
  • 109. As medidas alcançaram êxito, revigorando novamente o capitalismo norte-americano, ao ponto de estudos afirmarem que dez anos após a implantação do New Deal, os EUA se aproximaram dos patamares econômicos em que se encontravam em 1929. O New Deal influenciou as políticas econômicas na Europa ocidental, no que ficou conhecido como Welfare State, políticas de bem-estar social que proporcionaram o boom econômico do pós- guerra.
  • 110. As formas de governar que surgiram a partir dessas ideias ficaram conhecidas como social-democracia, sendo aplicadas nos Estados Unidos por Franklin Delano Roosevelt e por países nórdicos europeus Portanto, no Estado de Bem-Estar Social, o Estado intervém na economia para garantir oportunidades iguais para todos os cidadãos através da distribuição de renda, educação, saúde, segurança, transporte, pleno emprego e a dignidade da vida. Esse modelo de gestão pública foi adotado na Noruega, Dinamarca e Suécia, Finlândia entre outros.
  • 111. Fim do Estado de Bem-Estar Social Com a crise do petróleo, em 1973, a produção de bens industriais ficou mais cara. Assim, as empresas estatais não conseguiram mais concorrer com as privadas e o dinheiro destinado a elas acabou a ser destinado para outros fins. Na década de 1970, o esgotamento deste modelo torna- se evidente. Líderes como Margaret Thatcher, chefe de governo britânica e Ronald Reagan, dos Estados Unidos, defendem a diminuição do Estado na economia. as medidas keynesianas, como o New Deal, foram sendo substituídas e dando lugar a novas políticas de orientação liberal. Começava a época do neoliberalismo econômico.
  • 112.
  • 113. Neoliberalismo econômico O neoliberalismo, de forma geral, entende que um Estado com mais poder limita as relações políticas e o funcionamento do mercado econômico, o que impediria o crescimento da econômico de um país. Por consequência, a ideologia neoliberal não privilegia em suas políticas o atendimento prioritário de direitos básicos dos cidadãos, como é o caso dos direitos sociais e políticos. Por preferir a diminuição do poder estatal e aumento do poder da economia, as políticas do neoliberalismo acabam por ser contrárias à garantia do Estado de bem-estar social.
  • 114. São outras características importantes do neoliberalismo econômico: Economia mais baseada na movimentação do mercado econômico Maior abertura à entrada e circulação de capital estrangeiro no país Aumento da privatização de empresas do Estado Liberdade de comércio (chamada de livre mercado) Concessão de facilidades fiscais e tributárias para a instalação de empresas estrangeiras Diminuição dos tributos
  • 115.
  • 116. O Socialismo utópico francês e o socialismo científico de Marx e Engels Para muitos leigos, Marx e Engels deram origem ao movimento socialista, o que é incorreto. Os primeiros a elaborarem tal forma de organização coletiva foram o Conde de Saint-Simon (1760 - 1825), Charles Fourier (1772 - 1837), Louis Blanc (1811 - 1882) e Robert Owen (1771 - 1858) cujas ideias mais tarde foram batizadas de socialismo utópico,
  • 117. O Socialismo utópico francês e o socialismo científico de Marx e Engels pois seus teóricos se preocupavam em descrever os princípios de uma sociedade ideal, onde se defendia a possibilidade de criação de uma organização onde as classes sociais vivessem em harmonia ao buscarem interesses comuns que estivessem acima da exploração ou da busca incessante pelo lucro.
  • 118. Socialismo científico de Marx e Engels Marx criticou as ideias dos socialistas utópicos e sua principal refutação consistiu na acusação de que esses socialistas franceses se dedicavam a formulações teóricas que não passavam de um romantismo ingênuo, carentes de rigor científico na análise da conjuntura social.
  • 119. Socialismo científico de Marx e Engels Para Marx, os socialistas utópicos, ao afirmarem sobre como deveria ser a sociedade harmônica ideal, esqueciam-se de pensar sobre as possibilidades de como alcançá-la em sua plenitude.
  • 120. Socialismo científico de Marx e Engels Em oposição aos utópicos, o socialismo científico ou simplesmente marxismo procura, de um modo racional e metódico apresentar uma análise crítica da realidade política e econômica, da evolução da história, das sociedades e dos mecanismos de exploração capitalista. A origem desta teoria é traçada a partir da publicação, no ano de 1848, do livro "Manifesto Comunista".
  • 121.
  • 122. Socialismo científico de Marx e Engels A doutrina do socialismo científico ou comunismo tentava demonstrar pela análise científica e dialética da realidade social que as contradições históricas do capitalismo levariam, necessariamente, à sua superação por um regime igualitário e democrático que seria sua antítese ou seu aprofundamento na barbárie social. Obs: a dialética seria a contraposição de forças de oposição em dado memento histórico, cujo confronto provoca a transformação social.
  • 123. Socialismo e comunismo O que deveria acabar seria a propriedade privada capitalista, que era o que fazia com que os trabalhadores se submetessem aos patrões e entregassem a mais-valia.
  • 124.
  • 125. Os donos das terras, fábricas, bancos etc, só eram ricos porque exploravam os trabalhadores. Portando as empresas, terras, minas, passariam a ser propriedade do povo trabalhador. Cada empresa deveria ser administrada diretamente por seus trabalhadores (operários, técnico, engenheiros, funcionários), e o Estado seria um coordenador geral. Em vez de produzir para o mercado e visando aos lucros, elas buscariam satisfazer as necessidades fundamentais da população.
  • 126.
  • 127. Socialismo e comunismo O projeto socialista só seria bem-sucedido se a sociedade fosse profundamente democratizada. Socialismo com ditadura, nunca daria certo.
  • 128. Socialismo e comunismo Marx achava que antes de a sociedade chegar ao comunismo ela deveria passar pela fase de transição que seria o socialismo. No socialismo, não existira mais a propriedade privada burguesa, mas ainda haveria algumas diferenças sociais.
  • 129. Além disso, no socialismo haveria um Estado, e, portanto ainda existiriam leis, polícia, prisões e, portanto a liberdade não seria completa. Porém, Marx dizia que no socialismo haveria a ditadura do proletariado, que não seria uma ditadura, mas um governo totalmente democrático dominado pelos trabalhadores. Inclusive porque não haveria mais patrões.
  • 130. Finalmente, quando o mundo inteiro fosse socialista, a economia tivesse se desenvolvido a ponto de eliminar as desigualdades entre os povos e houvesse abundância, o comunismo seria alcançado. O Estado teria se dissolvido, Não haveria mais nenhuma repressão: todos seriam livres e iguais.
  • 131. Socialismo e comunismo A gestão de pessoas será substituída pela gestão de coisas. Portanto ingressaríamos no reino da liberdade, que se opõe ao atual "reino da necessidade", onde enfim os indivíduos serão plenos no exercício de suas potencialidades.
  • 132. No século XX, houve tentativas importantes de construir uma sociedade socialista. A Revolução Russa de 1917, que criaria a União Soviética (URSS), A Revolução Chinesa de 1949, a Revolução Cubana de 1959 são alguns exemplos. Pois todas essas revoluções se diziam inspiradas no pensamento de Karl Marx. Contudo, esses países tornaram-se ditaduras, promovendo perseguições contra dissidentes. A sociedade comunista, justa e harmônica, concebida por Marx, não foi alcançada.
  • 133. O Anarquismo O Anarquismo foi um movimento revolucionário que surgiu no século XIX. O principal pensador anarquista foi o russo Mikhail Bakunin (1814- 1876). Outros pensadores anarquistas destacados foram o príncipe russo Kropotkin e o italiano Malatesta.
  • 134. O Anarquismo O Anarquismo não quer dizer bagunça, mas sim ausência de governo. Na verdade, anarquistas e marxistas concordam num ponto importante: o capitalismo é desumano e deve dar lugar a uma sociedade comunista.
  • 135. O Anarquismo O comunismo seria uma sociedade na qual a propriedade é coletiva, tudo é de todos: todos trabalham e repartem igualitariamente o que foi produzido. Mais importante ainda: no comunismo não existe Estado. Tanto para Bakunin como para Marx e Engels, o comunismo só seria alcançado quando não existisse mais o Estado. Nenhum homem teria o poder de dar a menor ordem a outro homem. Todos seriam livres e iguais.
  • 136. Onde anarquistas e marxistas começam a discordar?  Para os marxistas, entre o capitalismo e o comunismo deve existir uma sociedade de transição, a sociedade socialista.  Para Bakunin o capitalismo seria destruído e imediatamente substituído por uma sociedade comunista.  Também não existe partido anarquista, pois, os anarquistas dizem que ter partido e votar significa participar do jogo sujo da burguesia e da opressão do Estado.  Para Marx, o principal agente transformador seria o proletariado.  Para os anarquistas, os trabalhadores são tão importantes quanto os outros grupos oprimidos: estudantes, prostitutas, presidiários, loucos
  • 137. Para entender o capitalismo e explicar a natureza da organização econômica humana, Marx desenvolveu uma teoria abrangente e universal, que procura dar conta de toda e qualquer forma produtiva criada pelo homem. Os princípios básicos dessa teoria estão expressos em seu método de análise — o materialismo histórico.
  • 138. De acordo com tal concepção, toda e qualquer sociedade humana é determinada por suas condições socioeconômicas, mais especificamente pela forma como ela organiza a produção.
  • 139. Materialismo Histórico A chave para compreender a história e o funcionamento da sociedade, segundo Marx, estaria na economia. As maneiras como os homens produzem, trabalham e transformam o mundo moldam as relações sociais. Dessa forma, o foco do estudo social é a relação dos homens com os meios de produção.
  • 140. Materialismo Histórico Marx afirma ainda que os interesses que movem a sociedade são materiais, traduzidos, em última instância, pelas necessidades de sobrevivência. A forma como os indivíduos se comportam, agem sentem e pensam se vincula com a forma como se dão as relações sociais.
  • 141. Materialismo Histórico Para viver os homens têm de, inicialmente transformar a natureza, ou seja, comer, construir abrigos, fabricar utensílios, etc, sem o que não poderiam existir como seres vivos.
  • 142. Materialismo Histórico Marx inverte a filosofia de Hegel quando afirma que não é a consciência que determina a vida, mas a vida que determina a consciência.
  • 143. Por exemplo, no feudalismo, teríamos de um lado os senhores feudais, proprietários dos feudos, e do outro os trabalhadores servis. No capitalismo, os grandes proprietários das empresas se relacionam com os trabalhadores livres e assalariados. Para Marx e Engels, sempre que os meios de produção pertencem a uns poucos, existe exploração dos trabalhadores. As relações de produção feudais e as capitalistas seriam, portanto, relações de exploração.
  • 144. Conceito de modo de produção MODO DE PRODUÇÃO FORÇASPRODUTIVAS RELAÇÕES SOCIAIS DE PRODUÇÃO FORÇA DE TRABALHO MEIOS DE PRODUÇÃO
  • 145. Marx e Engels comparam a sociedade a um edifício. A base material ou econômica constitui a infraestrutura que engloba as relações do ser humano com a natureza, no esforço de produzir a própria existência, e as relações dos indivíduos entre si, ou seja, as relações entre os proprietários e não-proprietários, e entre os não- proprietários e os meios e objetos do trabalho. INFRAESTRUTURA ECONÔMICA Estrutura material da sociedade, sua base econômica, que consiste nas formas pelas quais os homens produzem os bens necessários à sua vida Forças produtivas e relações de produção SUPERESTRUTURA Estrutura jurídico-política e a estrutura ideológica Ideias filosóficas, morais, científicas, leis, religião, política, cultura INFRAESTRUTURA E SUPERESTRUTURA
  • 146. Segundo a concepção materialista da história, na produção da vida social os homens também geram outra sorte de produtos que não têm forma material e que vêm a ser as ideologias políticas, visões religiosas, compilações morais e estéticas, preceitos legais, de ensino, de comunicação, o conhecimento filosófico e científico, representações coletivas, entre outros. Esse segundo conjunto denomina-se superestrutura (ou supraestrutura). INFRAESTRUTURA ECONÔMICA Estrutura material da sociedade, sua base econômica, que consiste nas formas pelas quais os homens produzem os bens necessários à sua vida Forças produtivas e relações de produção SUPERESTRUTURA Estrutura jurídico-política e a estrutura ideológica Ideias filosóficas, morais, científicas, leis, religião, política, cultura INFRAESTRUTURA E SUPERESTRUTURA
  • 147. INFRAESTRUTURA E SUPERESTRUTURA Em suma, são os homens que produzem as suas representações, as suas ideias etc. Contudo, a ideia não é anterior ao homem, mas, sim, produto da própria criação humana. Dessa forma, a moral, a religião, a metafísica e qualquer outra ideologia perdem imediatamente toda aparência de autonomia. Não têm história, não têm desenvolvimento; serão, antes, os homens que, desenvolvendo a sua produção material e as suas relações materiais, transformam, com essa realidade que lhes é própria, o seu pensamento e os produtos desse pensamento.
  • 148. É a infraestrutura que determina a superestrutura ou a super que determina a infra Dessa forma, entende-se que é a infraestrutura — a base econômica — que produz (ou determina) a superestrutura —- as representações culturais, as visões de mundo.
  • 149. Infraestrutura e superestrutura Portanto, para Marx, não é a consciência que determina a vida, mas a vida que determina a consciência, o que nos leva a concluir que é, a infraestrutura da sociedade que determina "superestrutura", ou seja, nas instituições jurídicas, políticas (as leis, o Estado) e ideológicas (as artes, a religião, a moral) da época.
  • 150. Superestrutura Estrutura jurídico-política e a estrutura ideológica IDEOLÓGICA POLÍTICA Ideias filosóficas Organização do Estado Morais Autoridades Artísticas Leis Científicas Tribunais Políticas Polícia Religiosas Exército INFRAESTRUTURA ECONÔMICA Estrutura material da sociedade, sua base econômica, que consiste nas formas pelas quais os homens produzem os bens necessários à sua vida
  • 151. Ideologia A ideologia, portanto, deve ser entendida não apenas como um conjunto de ideias de um grupo, mas como uma ferramenta para assegurar o domínio de uma classe social, como uma "falsa consciência" que atua com o objetivo de manter o privilégios desse grupo, apresentando as desigualdades como naturais, ou mesmo "culpa" dos indivíduos, e não como consequência da forma de organização da economia e da sociedade.
  • 152. Ideologia O capitalismo nasceu a partir das contradições do sistema feudal, e que a burguesia (classe dirigente) ao criar a sua oposição, o operariado, engendrou também o seu futuro extermínio, cavando a sua própria cova.
  • 153. Materialismo dialético O materialismo dialético se constituiu como uma das fundamentais teorias que formaram a base do socialismo científico. Para os filósofos gregos, dialética era a arte do diálogo. Para um dos filósofos mais influentes na carreira de Marx, Hegel, a principal ideia dessa teoria é que nunca devemos pensar que o mundo pode ser considerado um complexo de teorias e fenômenos acabados, mas de processos que estão em constantes transformações, por meio de termos contrários que dão origem a um terceiro, que os concilia, ou seja, tudo é fruto da luta de ideias e forças, que na sua oposição geram a realidade concreta, tornando-se novamente tese.
  • 154. A dialética compõe-se, assim, de três termos: Tese (A) é uma afirmação; antítese (B) é uma afirmação contrária, e síntese (C), como o nome indica, é o resultado da síntese entre as duas primeiras. A síntese supera a tese e a antítese (portanto, é algo de natureza diferente), ao mesmo tempo em que conserva elementos das duas e conduz a discussão, nesse processo, a um grau mais elevado. E, na sequência, dá origem a uma nova tese, que inicia novamente o ciclo. Tese X Antítese = Síntese → Tese X Antítese = Síntese (...), um princípio sem fim, em permanente transformação.
  • 155. = SOCIEDADE SEM CLASSES (COMUNISMO) TESE x ANTÍTESE = SÍNTESE Na dialética marxista, a burguesia seria a tese - e o proletariado, sua antítese. A síntese seria a superação da sociedade de classes por uma sem classes, o comunismo. As crises do capitalismo, então, decorreriam dos conflitos entre burguesia e proletariado, e seriam o prenúncio de uma superação dialética da economia política.
  • 156. Marx achava que a dialética de Hegel estava de "cabeça para baixo" e era preciso corrigi-la. Isso porque Hegel, grosso modo, era idealista, isto é, via a Razão como determinante da realidade objetiva, enquanto Marx era materialista e pensava justamente o contrário: que era o mundo material que condicionava a ideia que fazíamos dele. Por isso, ele desenvolveu uma interpretação que ficou conhecida como materialismo dialético. O que Marx trouxe de original foi uma análise dialética das relações sociais e econômicas (as bases materiais e concretas da sociedade) que formavam uma estrutura que explicava fatos históricos e culturais.
  • 157. Diferente de Hegel, ele escrevia em meio à Revolução Industrial, em que uma massa de trabalhadores vivia em condições deploráveis nas grandes cidades, o que estimulava o crescimento de movimentos socialistas e anarquistas em toda a Europa. A sociedade capitalista, segundo Marx, funcionava com base no antagonismo entre duas classes: a burguesia, que detinha os modos de produção (fábricas, empresas, terras, comércio, etc.), e o proletariado, trabalhadores que vendiam sua força de trabalho.
  • 158. Na dialética marxista, a burguesia seria a tese - e o proletariado, sua antítese. A síntese seria a superação da sociedade de classes por uma sem classes, o comunismo. As crises do capitalismo, então, decorreriam dos conflitos entre burguesia e proletariado, e seriam o prenúncio de uma superação dialética da economia política. Ao assumirem seu papel histórico e dialético, os trabalhadores instituiriam, no lugar do sistema capitalista, a ditadura do proletariado, que seria um Estado provisório a ser superado pelo comunismo. Na prática, no entanto, a ditadura do proletariado não passou de uma ditadura.