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TEXTO III – SISTEMA FINANCEIRO BRASILEIRO
Prof. Silvano
ECONOMIA PARA O DIREITO
SISTEMA FINANCEIRO BRASILEIRO
A primeira instituição financeira criada no País,em outubro de 1808, foi o Bancodo Brasil. Seguindo o modelo bancário
europeu, realizava operações de desconto de letras de câmbio, captações de recursos para depósitos a prazo, emissões
de notas bancárias, operações de câmbio e acolhimento de depósitos de diamantes, metais preciosos e papel-moeda,
além de deter a exclusividade das operações financeiras da Coroa.
Foi no período pós-guerra, entretanto, que as atividades bancárias do Brasil se alavancaram, coincidindo com o forte
crescimento do País. Apesar de ser considerado um período de transição, as estatísticas mostram que em 1953 o número
de matrizes instaladas no Brasil era de 404, totalizando 3.954 agencias (oito constituíam-se de matrizes de bancos
estrangeiros, contando com 36 agencias). Esse forte crescimento no número de estabelecimentos bancários, no entanto,
foi acompanhado pela incapacidade empresarial de administrá-los.
Em 1945, por meio do Decreto-lei nº 7.293, foi implantado um órgão, em substituição à Inspetoria Geral dos Bancos
criada em 1920, de assessoria,controle e fiscalização do sistema financeiro: a Superintendência da Moeda e do Crédito
(SUMOC)cuja atribuição principal era exercerocontrole do mercadomonetário. Esse mesmo Decreto criava o depósito
compulsório, como forma de controlar o volume de crédito e dos meios de pagamentos.
Em 1951 foi criado o Banco Nacional de Crédito Cooperativo (BNCC) e, em 1952, o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Entretanto, a grande alavancagem do sistema financeiro ocorreu com
a reforma bancária de 1964, por meio da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro desse mesmo ano, a reforma do mercado de
capitais, pela Lei nº 4.728, de 14 de julho de 1965. Em 1964, ainda foi criado o Banco Nacional de Habitação (BNH).
Essas reformas ocorridas nos anos de 1964 e 1965 é que definiram a estrutura atual do sistema financeiro e também
criaram as chamadas Autoridades Monetárias – o Conselho Monetário Nacional e o Banco Central do Brasil – e
regulamentaram as diversas instituições de intermediação.
1. A Composição atual – segundo Banco Central do Brasil (BACEN)
O Sistema financeiro atual apresenta a seguinte composição:
1.1 Órgãos Normativos
1.1.1 Conselho Monetário Nacional (CMN)
O Conselho Monetário Nacional (CMN), que foi instituído pela Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, é órgão
responsável por expedir diretrizes gerais para o bom funcionamento do SFN (sistema Financeiro Nacional). Integram o
CMN o Ministro da Fazenda (presidente), o Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão e o presidente do Banco
Central do Brasil. Entre suas funções estão:
 Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia;
 Regular o valor interno e externo da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos;
 Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras;
TEXTO III – SISTEMA FINANCEIRO BRASILEIRO
Prof. Silvano
 Propiciar o aperfeiçoamento das instituições financeiras;
 Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária e da dívida pública interna e externa.
Com base nessas funções, são de responsabilidade do Conselho Monetário Nacional as seguintes atribuições:
 Autorizar as emissões de papel-moeda;
 Aprovar os orçamentos monetários preparados pelo Banco Central;
 Fixar diretrizes e normas da política cambial;
 Disciplinar o crédito em suas modalidades e as formas das operações creditícias;
 Estabelecer limites para a remuneração das operações e serviços bancários ou financeiros;
 Determinar as taxas do recolhimento compulsório das instituições financeiras;
 Regular a constituição, o funcionamento e a fiscalização de todas as instituições financeiras que operam no País.
1.1.2 Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP)
O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) é o órgão responsávelpor fixar as diretrizes e normas da política
de seguros privados; é composto pelo ministro da Fazenda (presidente), pelo representante do Ministério da Justiça,
pelo representante do ministério da Previdência Social, pelo superintendente da Superintendência de Seguros
Privados, pelo representante do Banco Central do Brasil e pelo representante da Comissão de Valores Mobiliários,
entre as funções do CNSP estão:
 Regular a constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos que exercem atividades subordinadas ao
SNSP, bem como a aplicação das penalidades previstas;
 Fixar as características gerais dos contratos de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro;
 Estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro;
 Disciplinar a corretagem de seguros e a profissão de corretor.
1.1.3 Conselho de Gestão de Previdência Complementar (CGPC)
OConselho de Gestão de Previdência Complementar (CGPC)é um órgão colegiado que integra a estrutura do Ministério
da Previdência Social e cuja competência é regular, normatizar e coordenar as atividades das Entidades Fechadas de
Previdência Complementar (fundos de pensão). Também cabe ao CGPC julgar, em última instância, os recursos
interpostos contra as decisões da Secretaria de Previdência Complementar.
1.2 Entidades Supervisoras
1.2.1 Banco Central do Brasil
O Banco Central do Brasil (BACEN) é uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, que também foi criada pela
Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964. É o principal executor das orientações do Conselho Monetário Nacional e
responsável por garantir o poder de compra da moeda nacional, tendo por objetivos:
 Zelar pela adequada liquidez da economia; manter as reservas internacionais em nível adequado;
 Estimular a formação de poupança;
 Zelar pela estabilidade e promover o permanente aperfeiçoamento do sistema financeiro.
Entre suas atribuições estão:
 Emitir papel-moeda e moeda metálica;
 Executar os serviços do meio circulante;
TEXTO III – SISTEMA FINANCEIRO BRASILEIRO
Prof. Silvano
 Receber recolhimentos compulsórios e voluntários das instituições financeiras e bancárias;
 Realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições financeiras;
 Regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis;
 Efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais;
 Exercer a fiscalização das instituições financeiras;
 Autorizar o funcionamento das instituições financeiras.
Dessa forma, o BACEN pode ser considerado como:
 Banco dos bancos, pois recebe os recolhimentos compulsórios e realiza as operações de redesconto de liquidez
para os bancos comerciais;
 Banqueiro do governo, pois temcomo atribuições o financiamento ao Tesouro Nacional, pela emissão de títulos,
a administração da dívida pública interna e externa, a gestão das reservas internacionais do País, além de
representante do governo perante as instituições financeiras internacionais.
 Gestor do sistema financeiro Nacional, porque emite normas, fiscaliza e controla as atividades das instituições
financeiras, podendo ainda decretar a sua intervenção ou liquidação extrajudicial;
 Executor da Política Monetária, visto que possui o controle sobre os meios de pagamento, regulando a sua
expansão e elaborando o orçamento monetário.
1.2.2 Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) também é uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, instituída
pela Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976. É responsável por regulamentar, desenvolver, controlar e fiscalizar o
mercado de valores mobiliários no País. Para esse fim, exerce as seguintes funções:
 Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e de balcão;
 Proteger os titulares de valores mobiliários;
 Evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação no mercado;
 Garantir o acesso do público a informações sobre valores mobiliários negociados e sobre as companhias que os
tenham emitido;
 Assegurar a observância de práticas comerciais equitativas no mercado de valores mobiliários;
 Estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários.
1.2.3 Superintendência de Seguros Privados (SUSEP)
A Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, é responsável pelo
controle e fiscalização do mercadode seguro, previdência privada aberta e capitalização. Entre assuasatribuições estão:
 Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operaçãodasSociedades Seguradoras,de Capitalização,
Entidades de Previdência Privada Aberta e Resseguradoras, na qualidade de executora da política traçada pelo
CNSP.
 Atuar no sentido de proteger a captação de poupança popular que se efetua por meio das operações de seguro,
previdência privada aberta, de capitalização e resseguro;
 Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos mercados supervisionados
 Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado.
1.3 OPERADORES
TEXTO III – SISTEMA FINANCEIRO BRASILEIRO
Prof. Silvano
1.3.1 Instituições Financeiras Captadoras de Depósito à Vista
1.3.1.1 Bancos Múltiplos (BM)
Os bancos múltiplos são instituições financeiras privadas ou públicas que realizam as operações ativas, passivas e
acessórias das diversas instituições financeiras, por intermédio das seguintes carteiras: comercial, de investimento e/ou
de desenvolvimento, de crédito imobiliário, de arrendamento mercantil e de crédito, financiamento e investimento. Essas
operaçõesestãosujeitas àsmesmas normas legais e regulamentaresaplicáveis àsinstituições singulares correspondentes
às suas carteiras. A carteira de desenvolvimento somente poderá ser operada por banco público. O banco múltiplo deve
ser constituído por, no mínimo, duas carteiras,sendo uma delas, obrigatoriamente, comercial ou de investimento, e ser
organizado sob a forma de sociedade anônima. As instituições com carteira comercial podem captar depósitos à vista.
Na sua denominação social deve constar a expressão “BANCO”. (Resolução CMN 2.099, de 1994).
1.3.1.2 Bancos Comerciais (BC)
Os bancos comerciais são instituições financeiras privadas ou públicas que tem como objetivo principal proporcionar
suprimento de recursos necessários para financiar, a curto e médio prazos, o comércio, a indústria, as empresas
prestadoras de serviços, as pessoas físicas e terceiros em geral. A captação de depósitos à vista, livremente
movimentáveis, é atividade típica do banco comercial, o qual pode também captar depósitos a prazo.
Para atingir tais objetivos, os bancos comerciais podem:
Descontar títulos;
Realizar operações de abertura de crédito, simples ou em conta corrente;
Realizar operações essenciais, inclusive de crédito rural, de câmbio e comércio internacional;
Captar depósitos à vista e a prazo fixo;
Obter recursos junto a instituições oficiais para repasse aos clientes.
1.3.1.3 Caixa Econômica Federal (CEF)
A Caixa Econômica Federal (CEF), criada em 1861, está regulada pelo Decreto-Leinº 759, de 12 de agosto de 1969,
como empresa pública vinculada ao Ministério da Fazenda. Trata-se de instituição assemelhada aos bancos comerciais,
podendo captar depósitos à vista, realizar operações ativas e efetuar prestação de serviços. Uma característica distintiva
da Caixa é que ela prioriza a concessãode empréstimos e financiamentos a programas e projetos nas áreasde assistência
social, saúde, educação, trabalho, transportes urbanos e esportes. Pode operar com crédito direto ao consumidor,
financiando bens de consumo duráveis, e emprestar sob garantia de penhor industrial e caução de títulos. Tem o
monopólio do empréstimo sob penhor de bens pessoais e sob consignação.
A CEF exerce a administração de loterias, de fundos e de programas sociais, entre os quais se destacam o FGTS, o
Fundo de Compensação de Variações Salariais (FCVS) e o Programa de Integração Social (PIS). A CEF integra o
Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e o sistema financeiro da Habitação (SFH).
1.3.1.4 Cooperativas de Créditos (CC)
As cooperativas de crédito observam, além da legislação e normas do sistema financeiro, a Lei nº 5.764, de 16 de
dezembro de 1971, que define a política nacional de cooperativismo e institui o regime jurídico das sociedades
cooperativas. Atuando tanto no setor rural quanto no urbano, as cooperativas de crédito podem se originar da associação
de funcionários de uma mesma empresa ou grupo de empresas, de profissionais de determinado segmento, de
empresários ou mesmo adotara livre admissão de associadosem uma área determinada de atuação, sob certascondições.
Os eventuais lucros auferidos com suas operações – prestação de serviços e oferecimento de crédito aos cooperados –
TEXTO III – SISTEMA FINANCEIRO BRASILEIRO
Prof. Silvano
são repartidos entre os associados. As cooperativas de crédito devem adotar, obrigatoriamente, em sua denominação
social, a expressão Cooperativa, vedada a utilização da palavra Banco. Devem possuir o número mínimo de 20
cooperados e adequar sua área de ação às possibilidades de reunião, controle, operações e prestações de serviços. Estão
autorizadas a realizar operações de captação por meio de depósitos à vista e a prazo somente de associados, de
empréstimos, repasses e refinanciamentos de outras entidades financeiras, e de doações. Podem conceder crédito,
somente a associados, por meio de desconto de títulos, empréstimos, financiamentos, e realizar aplicação de recursos
no mercado financeiro.
1.3.2 Demais Instituições Financeiras
1.3.2.1 Bancos de Desenvolvimento (BD)
Os bancos de desenvolvimento são instituições financeiras controladas pelos governos estaduais, e têm como objetivo
precípuo proporcionar o suprimento oportuno e adequado dos recursos necessários ao financiamento, a médio e a longo
prazos, de programas e projetos que visem promover o desenvolvimento econômico e social do respectivo Estado. As
operações passivas são depósitos a prazo, empréstimos externos, emissão ou endosso de cédulas hipotecárias, emissão
de cédulas pignoratícias de debentures e de Títulos de Desenvolvimento Econômico. As operações ativas são
empréstimos e financiamentos, dirigidos prioritariamente ao setor privado. Devem ser constituídos sob a forma de
sociedade anônima, devendo adotar, obrigatoriamente, em sua denominação social, a expressão Banco de
Desenvolvimento, seguida do nome do estado em que tenha sede.
1.3.2.2 Bancos de Investimentos (BI)
Os bancos de investimentos são instituições financeiras privadas especializadas em operações de participação societária
de caráter temporário, de financiamento da atividade produtiva para suprimento de capital fixo e de giro e de
administração de recursos de terceiros. Devem ser constituídos sob a forma da sociedade anônima e adotar,
obrigatoriamente, a expressão Banco de Investimento. Não possuem contas correntes e captam recursos pela emissão
de CDB e RDB, captação e repasse de recursos de origem externa e interna pela venda de quotas de fundos de
investimento por eles administrados. As principais operações ativas são financiamento de capital de giro e capital fixo,
subscrição ou aquisição de títulos e valores mobiliários, depósitos interfinanceiros e repasses de empréstimos externos.
1.3.2.3 Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES),criado em 1952 como autarquia federal, foi
enquadrado como uma empresa pública federal, com personalidade jurídica de direito privado e patrimônio próprio,
pela Lei nº 5.662, de 21 de junho de 1971. OBNDESé um órgão vinculado aoMinistério do Desenvolvimento, Indústria
e Comércio Exterior e tem como objetivo apoiar empreendimentos que contribuam para o desenvolvimento do Brasil.
Suas linhas de apoio contemplam financiamentos de longo prazo e custos competitivos, para o desenvolvimento de
projetos de investimentos e para a comercialização de máquinas e equipamentos novos, fabricados no País,bem como
para o incremento das exportações brasileiras. Contribui também para o fortalecimento da estrutura de capital das
empresas privadas e desenvolvimento do mercado de capitais. A BNDESPar,subsidiária integral, investe em empresas
nacionais por meio da subscrição de ações e debêntures conversíveis. As linhas de apoio financeiro e os programas do
BNDES atendem às necessidades de investimentos das empresas de qualquer porte e setor, estabelecidas no País. A
parceria com instituições financeiras, com agências estabelecidas em todo o Brasil, permite a disseminação do crédito,
possibilitando maior acesso aos recursos do BNDES.
1.3.3 Outros Intermediários financeiros e Administradores de Recursos de Terceiros
1.3.3.1 Sociedades de Arrendamento Mercantil (Leasing)
TEXTO III – SISTEMA FINANCEIRO BRASILEIRO
Prof. Silvano
As sociedades de arrendamento mercantil são constituídas sob a forma de sociedade anônima, devendo constar
obrigatoriamente na sua denominação social a expressão Arrendamento Mercantil. As operações de leasing
evidenciam que o lucro de uma atividade produtiva pode advir não da posse do equipamento, mas de sua utilização. O
objetivo primordial do leasing é realizar,com pessoas físicas e jurídicas, operações que visem ao arrendamento de bens
imóveis e bens móveis, classificados no ativo permanente, adquiridos a terceiros pela arrendadora para fins de uso
próprio da arrendatária.
Pode-se dizer, de maneira geral, que a operação de leasing se assemelha à locação, podendo o cliente ter, ao final do
contrato, as seguintes opções:
 Renovação do contrato;
 Aquisição do equipamento pelo valor residual fixado em contrato; ou
 Devolução do equipamento.
1.3.3.2 Bolsas de Mercadorias e Futuros (BM&F)
As bolsas de mercadorias e futuros são associações privadas civis, sem finalidade lucrativa, com objetivo de efetuar o
registro, a compensação e a liquidação, física e financeira, das operações realizadas em pregão ou sistema eletrônico.
Para tanto, devem desenvolver, organizar e operacionalizar um mercado de derivativos livre e transparente, que
proporcione aos agentes econômicos a oportunidade de efetuarem operações de hedging (proteção) ante as flutuações
de preçode commodities agropecuárias,índices, taxa de juro, moeda e metais, bem como de todo e qualquer instrumento
ou variável macroeconômica cuja incerteza de preço no futuro possa influenciar negativamente suasatividades. Possuem
autonomia financeira, patrimonial e administrativa e são fiscalizadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
1.3.3.3 Bolsas de Valores
As bolsas de valores são associações privadas civis, sem finalidade lucrativa. Sua principal função é organizar e manter
em funcionamento o mercado de títulos e valores mobiliários. Possuem autonomia financeira, patrimonial e
administrativa. Seus principais objetivos são:
 Manter local ou sistema adequado à realização de operações de compra e venda de títulos e valores mobiliários,
em mercadolivre e aberto,especialmente organizado e fiscalizado pelas corretoras-membrose pelas autoridades
competentes.
 Estabelecer sistemas de negociação que propiciem continuidade de preços e liquidez ao mercado de títulos e
valores mobiliários;
 Efetuar registro, compensação e liquidação de operações.
1.3.3.4 Sociedades Seguradoras
As sociedades seguradoras são entidades, constituídas sob forma de sociedades anônimas, especializadas em pactuar
contrato, por meio do qual assumem a obrigação de pagar ao contratante (segurado), ou a quem este designar, uma
indenização, no caso em que advenha o risco indicado e temido, recebendo, para isso, o prêmio estabelecido.
1.4 SISTEMA FINANCEIRO DA HABITAÇÃO (SFH)
O Sistema Financeiro da Habitação resultou da necessidade de se criar condições para a intermediação de recursos
financeiros no setor de construção de habitações. Esse sistema teve origem a partir das reformas que atingiram o sistema
financeiro no período de 1964/1965, com a instituição da correção monetária nos contratos de interesse social, com a
TEXTO III – SISTEMA FINANCEIRO BRASILEIRO
Prof. Silvano
criação do Banco Nacional da Habitação (BNH),com a criação do Fundo de Garantia do tempo de Serviço (FGTS) e
com a organização do sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).
O BNH atuava como banco de fomento do sistema financeiro da Habitação, coordenando, fiscalizando e fornecendo
recursos às caixas econômicas, sociedades de crédito imobiliário, associações de poupança e empréstimos, vinculados
basicamente à construção de habitações.
Suas principais operações ativas eram constituídas pelo planejamento, produção e comercialização de habitações e pelo
planejamento e realização de obras de infraestrutura, tais como o saneamento básico.
Suas principais operações passivas eram constituídas por depósitos do FGTS e por depósitos das instituições
pertencentes ao SFH.
Posteriormente, o BNH foi extinto, passando a Caixa econômica Federal a sucedê-lo em todos os seus direitos e
obrigações. Mesmo tendo a Caixa econômica seu órgão máximo, está subordinado às decisões do Conselho Monetário
Nacional.
Bibliografia
Passos, Carlos Roberto Martins e Otto Nogami. Princípios de Economia. Cengage Learning-2009. São Paulo/SP.

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Sistema Financeiro Brasileiro

  • 1. TEXTO III – SISTEMA FINANCEIRO BRASILEIRO Prof. Silvano ECONOMIA PARA O DIREITO SISTEMA FINANCEIRO BRASILEIRO A primeira instituição financeira criada no País,em outubro de 1808, foi o Bancodo Brasil. Seguindo o modelo bancário europeu, realizava operações de desconto de letras de câmbio, captações de recursos para depósitos a prazo, emissões de notas bancárias, operações de câmbio e acolhimento de depósitos de diamantes, metais preciosos e papel-moeda, além de deter a exclusividade das operações financeiras da Coroa. Foi no período pós-guerra, entretanto, que as atividades bancárias do Brasil se alavancaram, coincidindo com o forte crescimento do País. Apesar de ser considerado um período de transição, as estatísticas mostram que em 1953 o número de matrizes instaladas no Brasil era de 404, totalizando 3.954 agencias (oito constituíam-se de matrizes de bancos estrangeiros, contando com 36 agencias). Esse forte crescimento no número de estabelecimentos bancários, no entanto, foi acompanhado pela incapacidade empresarial de administrá-los. Em 1945, por meio do Decreto-lei nº 7.293, foi implantado um órgão, em substituição à Inspetoria Geral dos Bancos criada em 1920, de assessoria,controle e fiscalização do sistema financeiro: a Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC)cuja atribuição principal era exercerocontrole do mercadomonetário. Esse mesmo Decreto criava o depósito compulsório, como forma de controlar o volume de crédito e dos meios de pagamentos. Em 1951 foi criado o Banco Nacional de Crédito Cooperativo (BNCC) e, em 1952, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Entretanto, a grande alavancagem do sistema financeiro ocorreu com a reforma bancária de 1964, por meio da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro desse mesmo ano, a reforma do mercado de capitais, pela Lei nº 4.728, de 14 de julho de 1965. Em 1964, ainda foi criado o Banco Nacional de Habitação (BNH). Essas reformas ocorridas nos anos de 1964 e 1965 é que definiram a estrutura atual do sistema financeiro e também criaram as chamadas Autoridades Monetárias – o Conselho Monetário Nacional e o Banco Central do Brasil – e regulamentaram as diversas instituições de intermediação. 1. A Composição atual – segundo Banco Central do Brasil (BACEN) O Sistema financeiro atual apresenta a seguinte composição: 1.1 Órgãos Normativos 1.1.1 Conselho Monetário Nacional (CMN) O Conselho Monetário Nacional (CMN), que foi instituído pela Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, é órgão responsável por expedir diretrizes gerais para o bom funcionamento do SFN (sistema Financeiro Nacional). Integram o CMN o Ministro da Fazenda (presidente), o Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão e o presidente do Banco Central do Brasil. Entre suas funções estão:  Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia;  Regular o valor interno e externo da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos;  Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras;
  • 2. TEXTO III – SISTEMA FINANCEIRO BRASILEIRO Prof. Silvano  Propiciar o aperfeiçoamento das instituições financeiras;  Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária e da dívida pública interna e externa. Com base nessas funções, são de responsabilidade do Conselho Monetário Nacional as seguintes atribuições:  Autorizar as emissões de papel-moeda;  Aprovar os orçamentos monetários preparados pelo Banco Central;  Fixar diretrizes e normas da política cambial;  Disciplinar o crédito em suas modalidades e as formas das operações creditícias;  Estabelecer limites para a remuneração das operações e serviços bancários ou financeiros;  Determinar as taxas do recolhimento compulsório das instituições financeiras;  Regular a constituição, o funcionamento e a fiscalização de todas as instituições financeiras que operam no País. 1.1.2 Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) é o órgão responsávelpor fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados; é composto pelo ministro da Fazenda (presidente), pelo representante do Ministério da Justiça, pelo representante do ministério da Previdência Social, pelo superintendente da Superintendência de Seguros Privados, pelo representante do Banco Central do Brasil e pelo representante da Comissão de Valores Mobiliários, entre as funções do CNSP estão:  Regular a constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos que exercem atividades subordinadas ao SNSP, bem como a aplicação das penalidades previstas;  Fixar as características gerais dos contratos de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro;  Estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro;  Disciplinar a corretagem de seguros e a profissão de corretor. 1.1.3 Conselho de Gestão de Previdência Complementar (CGPC) OConselho de Gestão de Previdência Complementar (CGPC)é um órgão colegiado que integra a estrutura do Ministério da Previdência Social e cuja competência é regular, normatizar e coordenar as atividades das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (fundos de pensão). Também cabe ao CGPC julgar, em última instância, os recursos interpostos contra as decisões da Secretaria de Previdência Complementar. 1.2 Entidades Supervisoras 1.2.1 Banco Central do Brasil O Banco Central do Brasil (BACEN) é uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, que também foi criada pela Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964. É o principal executor das orientações do Conselho Monetário Nacional e responsável por garantir o poder de compra da moeda nacional, tendo por objetivos:  Zelar pela adequada liquidez da economia; manter as reservas internacionais em nível adequado;  Estimular a formação de poupança;  Zelar pela estabilidade e promover o permanente aperfeiçoamento do sistema financeiro. Entre suas atribuições estão:  Emitir papel-moeda e moeda metálica;  Executar os serviços do meio circulante;
  • 3. TEXTO III – SISTEMA FINANCEIRO BRASILEIRO Prof. Silvano  Receber recolhimentos compulsórios e voluntários das instituições financeiras e bancárias;  Realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições financeiras;  Regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis;  Efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais;  Exercer a fiscalização das instituições financeiras;  Autorizar o funcionamento das instituições financeiras. Dessa forma, o BACEN pode ser considerado como:  Banco dos bancos, pois recebe os recolhimentos compulsórios e realiza as operações de redesconto de liquidez para os bancos comerciais;  Banqueiro do governo, pois temcomo atribuições o financiamento ao Tesouro Nacional, pela emissão de títulos, a administração da dívida pública interna e externa, a gestão das reservas internacionais do País, além de representante do governo perante as instituições financeiras internacionais.  Gestor do sistema financeiro Nacional, porque emite normas, fiscaliza e controla as atividades das instituições financeiras, podendo ainda decretar a sua intervenção ou liquidação extrajudicial;  Executor da Política Monetária, visto que possui o controle sobre os meios de pagamento, regulando a sua expansão e elaborando o orçamento monetário. 1.2.2 Comissão de Valores Mobiliários (CVM) A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) também é uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, instituída pela Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976. É responsável por regulamentar, desenvolver, controlar e fiscalizar o mercado de valores mobiliários no País. Para esse fim, exerce as seguintes funções:  Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e de balcão;  Proteger os titulares de valores mobiliários;  Evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação no mercado;  Garantir o acesso do público a informações sobre valores mobiliários negociados e sobre as companhias que os tenham emitido;  Assegurar a observância de práticas comerciais equitativas no mercado de valores mobiliários;  Estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários. 1.2.3 Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) A Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, é responsável pelo controle e fiscalização do mercadode seguro, previdência privada aberta e capitalização. Entre assuasatribuições estão:  Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operaçãodasSociedades Seguradoras,de Capitalização, Entidades de Previdência Privada Aberta e Resseguradoras, na qualidade de executora da política traçada pelo CNSP.  Atuar no sentido de proteger a captação de poupança popular que se efetua por meio das operações de seguro, previdência privada aberta, de capitalização e resseguro;  Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos mercados supervisionados  Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado. 1.3 OPERADORES
  • 4. TEXTO III – SISTEMA FINANCEIRO BRASILEIRO Prof. Silvano 1.3.1 Instituições Financeiras Captadoras de Depósito à Vista 1.3.1.1 Bancos Múltiplos (BM) Os bancos múltiplos são instituições financeiras privadas ou públicas que realizam as operações ativas, passivas e acessórias das diversas instituições financeiras, por intermédio das seguintes carteiras: comercial, de investimento e/ou de desenvolvimento, de crédito imobiliário, de arrendamento mercantil e de crédito, financiamento e investimento. Essas operaçõesestãosujeitas àsmesmas normas legais e regulamentaresaplicáveis àsinstituições singulares correspondentes às suas carteiras. A carteira de desenvolvimento somente poderá ser operada por banco público. O banco múltiplo deve ser constituído por, no mínimo, duas carteiras,sendo uma delas, obrigatoriamente, comercial ou de investimento, e ser organizado sob a forma de sociedade anônima. As instituições com carteira comercial podem captar depósitos à vista. Na sua denominação social deve constar a expressão “BANCO”. (Resolução CMN 2.099, de 1994). 1.3.1.2 Bancos Comerciais (BC) Os bancos comerciais são instituições financeiras privadas ou públicas que tem como objetivo principal proporcionar suprimento de recursos necessários para financiar, a curto e médio prazos, o comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços, as pessoas físicas e terceiros em geral. A captação de depósitos à vista, livremente movimentáveis, é atividade típica do banco comercial, o qual pode também captar depósitos a prazo. Para atingir tais objetivos, os bancos comerciais podem: Descontar títulos; Realizar operações de abertura de crédito, simples ou em conta corrente; Realizar operações essenciais, inclusive de crédito rural, de câmbio e comércio internacional; Captar depósitos à vista e a prazo fixo; Obter recursos junto a instituições oficiais para repasse aos clientes. 1.3.1.3 Caixa Econômica Federal (CEF) A Caixa Econômica Federal (CEF), criada em 1861, está regulada pelo Decreto-Leinº 759, de 12 de agosto de 1969, como empresa pública vinculada ao Ministério da Fazenda. Trata-se de instituição assemelhada aos bancos comerciais, podendo captar depósitos à vista, realizar operações ativas e efetuar prestação de serviços. Uma característica distintiva da Caixa é que ela prioriza a concessãode empréstimos e financiamentos a programas e projetos nas áreasde assistência social, saúde, educação, trabalho, transportes urbanos e esportes. Pode operar com crédito direto ao consumidor, financiando bens de consumo duráveis, e emprestar sob garantia de penhor industrial e caução de títulos. Tem o monopólio do empréstimo sob penhor de bens pessoais e sob consignação. A CEF exerce a administração de loterias, de fundos e de programas sociais, entre os quais se destacam o FGTS, o Fundo de Compensação de Variações Salariais (FCVS) e o Programa de Integração Social (PIS). A CEF integra o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e o sistema financeiro da Habitação (SFH). 1.3.1.4 Cooperativas de Créditos (CC) As cooperativas de crédito observam, além da legislação e normas do sistema financeiro, a Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971, que define a política nacional de cooperativismo e institui o regime jurídico das sociedades cooperativas. Atuando tanto no setor rural quanto no urbano, as cooperativas de crédito podem se originar da associação de funcionários de uma mesma empresa ou grupo de empresas, de profissionais de determinado segmento, de empresários ou mesmo adotara livre admissão de associadosem uma área determinada de atuação, sob certascondições. Os eventuais lucros auferidos com suas operações – prestação de serviços e oferecimento de crédito aos cooperados –
  • 5. TEXTO III – SISTEMA FINANCEIRO BRASILEIRO Prof. Silvano são repartidos entre os associados. As cooperativas de crédito devem adotar, obrigatoriamente, em sua denominação social, a expressão Cooperativa, vedada a utilização da palavra Banco. Devem possuir o número mínimo de 20 cooperados e adequar sua área de ação às possibilidades de reunião, controle, operações e prestações de serviços. Estão autorizadas a realizar operações de captação por meio de depósitos à vista e a prazo somente de associados, de empréstimos, repasses e refinanciamentos de outras entidades financeiras, e de doações. Podem conceder crédito, somente a associados, por meio de desconto de títulos, empréstimos, financiamentos, e realizar aplicação de recursos no mercado financeiro. 1.3.2 Demais Instituições Financeiras 1.3.2.1 Bancos de Desenvolvimento (BD) Os bancos de desenvolvimento são instituições financeiras controladas pelos governos estaduais, e têm como objetivo precípuo proporcionar o suprimento oportuno e adequado dos recursos necessários ao financiamento, a médio e a longo prazos, de programas e projetos que visem promover o desenvolvimento econômico e social do respectivo Estado. As operações passivas são depósitos a prazo, empréstimos externos, emissão ou endosso de cédulas hipotecárias, emissão de cédulas pignoratícias de debentures e de Títulos de Desenvolvimento Econômico. As operações ativas são empréstimos e financiamentos, dirigidos prioritariamente ao setor privado. Devem ser constituídos sob a forma de sociedade anônima, devendo adotar, obrigatoriamente, em sua denominação social, a expressão Banco de Desenvolvimento, seguida do nome do estado em que tenha sede. 1.3.2.2 Bancos de Investimentos (BI) Os bancos de investimentos são instituições financeiras privadas especializadas em operações de participação societária de caráter temporário, de financiamento da atividade produtiva para suprimento de capital fixo e de giro e de administração de recursos de terceiros. Devem ser constituídos sob a forma da sociedade anônima e adotar, obrigatoriamente, a expressão Banco de Investimento. Não possuem contas correntes e captam recursos pela emissão de CDB e RDB, captação e repasse de recursos de origem externa e interna pela venda de quotas de fundos de investimento por eles administrados. As principais operações ativas são financiamento de capital de giro e capital fixo, subscrição ou aquisição de títulos e valores mobiliários, depósitos interfinanceiros e repasses de empréstimos externos. 1.3.2.3 Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES),criado em 1952 como autarquia federal, foi enquadrado como uma empresa pública federal, com personalidade jurídica de direito privado e patrimônio próprio, pela Lei nº 5.662, de 21 de junho de 1971. OBNDESé um órgão vinculado aoMinistério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e tem como objetivo apoiar empreendimentos que contribuam para o desenvolvimento do Brasil. Suas linhas de apoio contemplam financiamentos de longo prazo e custos competitivos, para o desenvolvimento de projetos de investimentos e para a comercialização de máquinas e equipamentos novos, fabricados no País,bem como para o incremento das exportações brasileiras. Contribui também para o fortalecimento da estrutura de capital das empresas privadas e desenvolvimento do mercado de capitais. A BNDESPar,subsidiária integral, investe em empresas nacionais por meio da subscrição de ações e debêntures conversíveis. As linhas de apoio financeiro e os programas do BNDES atendem às necessidades de investimentos das empresas de qualquer porte e setor, estabelecidas no País. A parceria com instituições financeiras, com agências estabelecidas em todo o Brasil, permite a disseminação do crédito, possibilitando maior acesso aos recursos do BNDES. 1.3.3 Outros Intermediários financeiros e Administradores de Recursos de Terceiros 1.3.3.1 Sociedades de Arrendamento Mercantil (Leasing)
  • 6. TEXTO III – SISTEMA FINANCEIRO BRASILEIRO Prof. Silvano As sociedades de arrendamento mercantil são constituídas sob a forma de sociedade anônima, devendo constar obrigatoriamente na sua denominação social a expressão Arrendamento Mercantil. As operações de leasing evidenciam que o lucro de uma atividade produtiva pode advir não da posse do equipamento, mas de sua utilização. O objetivo primordial do leasing é realizar,com pessoas físicas e jurídicas, operações que visem ao arrendamento de bens imóveis e bens móveis, classificados no ativo permanente, adquiridos a terceiros pela arrendadora para fins de uso próprio da arrendatária. Pode-se dizer, de maneira geral, que a operação de leasing se assemelha à locação, podendo o cliente ter, ao final do contrato, as seguintes opções:  Renovação do contrato;  Aquisição do equipamento pelo valor residual fixado em contrato; ou  Devolução do equipamento. 1.3.3.2 Bolsas de Mercadorias e Futuros (BM&F) As bolsas de mercadorias e futuros são associações privadas civis, sem finalidade lucrativa, com objetivo de efetuar o registro, a compensação e a liquidação, física e financeira, das operações realizadas em pregão ou sistema eletrônico. Para tanto, devem desenvolver, organizar e operacionalizar um mercado de derivativos livre e transparente, que proporcione aos agentes econômicos a oportunidade de efetuarem operações de hedging (proteção) ante as flutuações de preçode commodities agropecuárias,índices, taxa de juro, moeda e metais, bem como de todo e qualquer instrumento ou variável macroeconômica cuja incerteza de preço no futuro possa influenciar negativamente suasatividades. Possuem autonomia financeira, patrimonial e administrativa e são fiscalizadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 1.3.3.3 Bolsas de Valores As bolsas de valores são associações privadas civis, sem finalidade lucrativa. Sua principal função é organizar e manter em funcionamento o mercado de títulos e valores mobiliários. Possuem autonomia financeira, patrimonial e administrativa. Seus principais objetivos são:  Manter local ou sistema adequado à realização de operações de compra e venda de títulos e valores mobiliários, em mercadolivre e aberto,especialmente organizado e fiscalizado pelas corretoras-membrose pelas autoridades competentes.  Estabelecer sistemas de negociação que propiciem continuidade de preços e liquidez ao mercado de títulos e valores mobiliários;  Efetuar registro, compensação e liquidação de operações. 1.3.3.4 Sociedades Seguradoras As sociedades seguradoras são entidades, constituídas sob forma de sociedades anônimas, especializadas em pactuar contrato, por meio do qual assumem a obrigação de pagar ao contratante (segurado), ou a quem este designar, uma indenização, no caso em que advenha o risco indicado e temido, recebendo, para isso, o prêmio estabelecido. 1.4 SISTEMA FINANCEIRO DA HABITAÇÃO (SFH) O Sistema Financeiro da Habitação resultou da necessidade de se criar condições para a intermediação de recursos financeiros no setor de construção de habitações. Esse sistema teve origem a partir das reformas que atingiram o sistema financeiro no período de 1964/1965, com a instituição da correção monetária nos contratos de interesse social, com a
  • 7. TEXTO III – SISTEMA FINANCEIRO BRASILEIRO Prof. Silvano criação do Banco Nacional da Habitação (BNH),com a criação do Fundo de Garantia do tempo de Serviço (FGTS) e com a organização do sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). O BNH atuava como banco de fomento do sistema financeiro da Habitação, coordenando, fiscalizando e fornecendo recursos às caixas econômicas, sociedades de crédito imobiliário, associações de poupança e empréstimos, vinculados basicamente à construção de habitações. Suas principais operações ativas eram constituídas pelo planejamento, produção e comercialização de habitações e pelo planejamento e realização de obras de infraestrutura, tais como o saneamento básico. Suas principais operações passivas eram constituídas por depósitos do FGTS e por depósitos das instituições pertencentes ao SFH. Posteriormente, o BNH foi extinto, passando a Caixa econômica Federal a sucedê-lo em todos os seus direitos e obrigações. Mesmo tendo a Caixa econômica seu órgão máximo, está subordinado às decisões do Conselho Monetário Nacional. Bibliografia Passos, Carlos Roberto Martins e Otto Nogami. Princípios de Economia. Cengage Learning-2009. São Paulo/SP.