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SUPLEMENTAÇÃO PROTEICA NO PERÍODO DAS ÁGUAS
Gabriel Fernandes de Morais
Especialista em Produção de Ruminantes
ATC Gado de Corte / Goiás - DSM / Tortuga
Ao contrário do que ocorre na seca, o período das águas é marcado por
abundância de forragem, de boa qualidade e com grande seletividade por parte do
animal. No verão, as altas precipitação e temperaturas permitem um crescimento
acelerado da forragem. Assim, temos sempre plantas de crescimento novo e boa
disponibilidade de forragem.
Nessa condição, o animal não só faz a escolha pelas plantas mais novas, mas
também escolhe aquela parte da planta mais tenra. Isso lhe garante uma dieta rica do
ponto de vista nutricional, ou seja, ingestão de matéria seca com altos teores de
nutrientes (em torno de 6 a 12% de proteína bruta e 50 a 60% de nutrientes digestíveis
totais), mas ainda assim inferiores à demanda dos animais. Sabemos que os bovinos
respondem a dietas contendo até 16% de proteína bruta e 85% NDT, como ocorre em
algumas dietas de confinamento. O uso de suplementos concentrados no período das
águas, portanto, é uma alternativa viável e de retorno cientificamente comprovado.
O objetivo dessa técnica para machos em crescimento é aumentar o ganho de
peso, além de possibilitar a veiculação de aditivos. No caso das novilhas, ela permite a
redução na idade de cobertura e, em fêmeas recém-paridas, principalmente primíparas,
possibilita encurtar o período de anestro e, com isso, fazê-las emprenhar em menor
tempo após o parto.
Existem dois tipos de suplemento concentrado para o período das águas: os
proteicos e os proteico energéticos. As forragens tropicais (colonião, braquiárias,
tanzânia etc.) apresentam, nos meses de verão, bons valores de proteína, no entanto seus
teores de energia ainda são baixos para se ter ganhos de peso superiores a 600
g/animal/dia. Desse modo, é possível justificar a necessidade de suplementação
energética e não proteica em sistemas tropicais de produção de bovinos. Ela pode ser
feita de duas formas: fornecendo aos animais dietas com maior densidade energética ou
promovendo maior consumo de um alimento de baixa densidade energética.
A suplementação proteica promove um efeito de adição de consumo, isso
significa que animais recebendo mais proteína passam a consumir mais forragem. Já a
suplementação energética acima de 0,6% do peso vivo (PV) em animais sob pastejo
causa um efeito de substituição da forragem pelo concentrado, isso faz com que o
animal passe a consumir menores quantidades de forragem. Por esses motivos é que a
suplementação proteica é vantajosa em relação à energética no período das águas, já que
se tem um aumento da produção de forragem neste período.
Estudos mostram que apesar do teor de proteína nas plantas tropicais durante o
verão serem altos, às vezes superiores a 12% (valor esse suficiente para ganhos acima
de 600 g/cabeça/dia), essa proteína não é de boa qualidade, ou seja, o animal não
consegue ter alto aproveitamento dessa fração. Analisando as frações proteicas de uma
forragem, nota-se que a fração “C” (parte não degradável da proteína que está ligada a
lignina) e a fração “B3”, de baixa degradabilidade, totalizam mais de 50% da proteína
da planta. Por outro lado, a fração “A” é de alta degradabilidade. Isso faz com que o
ruminante não consiga aproveitá-la adequadamente, pois boa parte é perdida. As frações
B1 e B2 são de melhor qualidade, apresentam degradação média e bom aproveitamento
pelos animais, entretanto estão em pequenas proporções na planta.
Deve-se ter em mente que, nas situações nas quais ocorre a ingestão de
gramíneas de clima tropical contendo alto conteúdo de proteína de baixa degradação
ruminal pode ocorrer inadequada quantidade de N no rúmen para manter suficiente
nível de amônia que proporcione a eficiente degradação da fração fibrosa. Assim, a
adoção de práticas que aumentem o nível de proteína solúvel na dieta, como por
exemplo, a suplementação com proteína de alta degradação ruminal, adubação
nitrogenada, manejo da pastagem e a utilização de leguminosas, podem aumentar o
desempenho de animais utilizando esse tipo de gramínea.
A utilização de proteicos e proteicos energéticos se torna economicamente viável
já que resulta em aumento do ganho de peso diário, aumento da taxa de desfrute,
diminuição do período de confinamento e maior número de @ durante o ano.
A tabela abaixo mostra a lucratividade diária com a utilização da tecnologia.
Tabela 1- Retorno econômico para o uso de proteinado e proteico energético.
PROTEINADO
PROTEICO
ENERGÉTICO
Peso médio dos animais 300 kg 300 kg
Consumo do produto 300 g 750 g
Diferencial de custo* R$0,64 R$1,64
Acréscimo de ganho de peso** 250 g 450 g
Diferencial de ganho (@ de R$140,00) R$1,16 R$2,10
Lucro líquido (cab./dia) R$0,52 R$0,46
* diferencial de custo diário entre o uso do proteinado e do sal mineral
** ganho de peso diário acima do sistema tradicional (sal mineral)
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Suplementação proteica no período das águas

  • 1. SUPLEMENTAÇÃO PROTEICA NO PERÍODO DAS ÁGUAS Gabriel Fernandes de Morais Especialista em Produção de Ruminantes ATC Gado de Corte / Goiás - DSM / Tortuga Ao contrário do que ocorre na seca, o período das águas é marcado por abundância de forragem, de boa qualidade e com grande seletividade por parte do animal. No verão, as altas precipitação e temperaturas permitem um crescimento acelerado da forragem. Assim, temos sempre plantas de crescimento novo e boa disponibilidade de forragem. Nessa condição, o animal não só faz a escolha pelas plantas mais novas, mas também escolhe aquela parte da planta mais tenra. Isso lhe garante uma dieta rica do ponto de vista nutricional, ou seja, ingestão de matéria seca com altos teores de nutrientes (em torno de 6 a 12% de proteína bruta e 50 a 60% de nutrientes digestíveis totais), mas ainda assim inferiores à demanda dos animais. Sabemos que os bovinos respondem a dietas contendo até 16% de proteína bruta e 85% NDT, como ocorre em algumas dietas de confinamento. O uso de suplementos concentrados no período das águas, portanto, é uma alternativa viável e de retorno cientificamente comprovado. O objetivo dessa técnica para machos em crescimento é aumentar o ganho de peso, além de possibilitar a veiculação de aditivos. No caso das novilhas, ela permite a redução na idade de cobertura e, em fêmeas recém-paridas, principalmente primíparas, possibilita encurtar o período de anestro e, com isso, fazê-las emprenhar em menor tempo após o parto. Existem dois tipos de suplemento concentrado para o período das águas: os proteicos e os proteico energéticos. As forragens tropicais (colonião, braquiárias, tanzânia etc.) apresentam, nos meses de verão, bons valores de proteína, no entanto seus teores de energia ainda são baixos para se ter ganhos de peso superiores a 600 g/animal/dia. Desse modo, é possível justificar a necessidade de suplementação energética e não proteica em sistemas tropicais de produção de bovinos. Ela pode ser feita de duas formas: fornecendo aos animais dietas com maior densidade energética ou promovendo maior consumo de um alimento de baixa densidade energética. A suplementação proteica promove um efeito de adição de consumo, isso significa que animais recebendo mais proteína passam a consumir mais forragem. Já a suplementação energética acima de 0,6% do peso vivo (PV) em animais sob pastejo
  • 2. causa um efeito de substituição da forragem pelo concentrado, isso faz com que o animal passe a consumir menores quantidades de forragem. Por esses motivos é que a suplementação proteica é vantajosa em relação à energética no período das águas, já que se tem um aumento da produção de forragem neste período. Estudos mostram que apesar do teor de proteína nas plantas tropicais durante o verão serem altos, às vezes superiores a 12% (valor esse suficiente para ganhos acima de 600 g/cabeça/dia), essa proteína não é de boa qualidade, ou seja, o animal não consegue ter alto aproveitamento dessa fração. Analisando as frações proteicas de uma forragem, nota-se que a fração “C” (parte não degradável da proteína que está ligada a lignina) e a fração “B3”, de baixa degradabilidade, totalizam mais de 50% da proteína da planta. Por outro lado, a fração “A” é de alta degradabilidade. Isso faz com que o ruminante não consiga aproveitá-la adequadamente, pois boa parte é perdida. As frações B1 e B2 são de melhor qualidade, apresentam degradação média e bom aproveitamento pelos animais, entretanto estão em pequenas proporções na planta. Deve-se ter em mente que, nas situações nas quais ocorre a ingestão de gramíneas de clima tropical contendo alto conteúdo de proteína de baixa degradação ruminal pode ocorrer inadequada quantidade de N no rúmen para manter suficiente nível de amônia que proporcione a eficiente degradação da fração fibrosa. Assim, a adoção de práticas que aumentem o nível de proteína solúvel na dieta, como por exemplo, a suplementação com proteína de alta degradação ruminal, adubação nitrogenada, manejo da pastagem e a utilização de leguminosas, podem aumentar o desempenho de animais utilizando esse tipo de gramínea.
  • 3. A utilização de proteicos e proteicos energéticos se torna economicamente viável já que resulta em aumento do ganho de peso diário, aumento da taxa de desfrute, diminuição do período de confinamento e maior número de @ durante o ano. A tabela abaixo mostra a lucratividade diária com a utilização da tecnologia. Tabela 1- Retorno econômico para o uso de proteinado e proteico energético. PROTEINADO PROTEICO ENERGÉTICO Peso médio dos animais 300 kg 300 kg Consumo do produto 300 g 750 g Diferencial de custo* R$0,64 R$1,64 Acréscimo de ganho de peso** 250 g 450 g Diferencial de ganho (@ de R$140,00) R$1,16 R$2,10 Lucro líquido (cab./dia) R$0,52 R$0,46 * diferencial de custo diário entre o uso do proteinado e do sal mineral ** ganho de peso diário acima do sistema tradicional (sal mineral) ASSINE A REVISTA DBO E ACOMPANHE O VITRINE TECNOLÓGICA NA ÍNTEGRA: CLIQUE PARAASSINAR