SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 16
Baixar para ler offline
NUTRIÇÃO DO GADO DE CORTE 
Prof. Gilmar Ferreira Prado 
Prof. Thiago Alves Prado 
Prado Consultoria e Planejamento Pecuário Ltda 
Faculdades Associadas de Uberaba (FAZU) 
www.fazu.br 
Os bovinos são animais poligástricos, dotados de estômago dividido em quatro 
compartimentos, contendo em sua porção inicial o Rumem e Retículo que são responsáveis 
pela digestão de alimentos fibrosos, transformando-os em nutrientes prontamente 
disponíveis para o desempenho produtivo. 
A evolução genética das raças produtoras de carne trouxe consigo um aumento das 
exigências nutricionais dos bovinos, proporcional ao seu nível de produção, o que torna sua 
alimentação dependente de suplementos capazes de suprir as deficiências das pastagens e 
outros alimentos volumosos. 
1. Uso racional das pastagens 
A pastagem constitui a principal fonte de alimentos dos bovinos, mas nem sempre é 
manejada de forma adequada, muitas vezes devido à falta de conhecimento das suas 
condições fisiológicas de crescimento e composição nutricional. Manejar uma pastagem de 
forma adequada significa produzir alimentos em grandes quantidades além de procurar o 
máximo valor nutritivo possível do material. A produção de massa afeta de forma 
significativa a capacidade de suporte da pastagem (maior número de animais por área) e 
está influenciada pela fertilidade do solo, manejo e condições climáticas enquanto que o 
valor nutritivo afeta o ganho de peso do animal e depende principalmente da idade da 
planta. Associando estes dois requisitos, objetivamos um maior ganho de peso por área, o 
que viabiliza de forma técnica e econômica a atividade, conforme mostra a Fig. 1. 
M a n e j o d a s P a s t a g e n s 
P r o d u ç ã o d e M a s s a 
N ú m e r o d e A n i m a i s 
p o r Á r e a ( h a ) 
V a l o r N u t r i t i v o 
Figura 1. Influência da produção e valor nutritivo das pastagens sobre o ganho de 
peso por área 
G a n h o d e P e s o 
p o r A n i m a l 
Ganho de Peso por Área (ha)
Para um bom desempenho produtivo, os ruminantes necessitam de Água, Proteína, 
Energia, Vitaminas e Minerais. Todos estes nutrientes são de grande importância para 
alimentação dos animais, variando apenas quantitativamente, no que diz respeito à 
categoria dos animais. 
Durante o período chuvoso, as pastagens chegam a apresentar níveis satisfatórios 
de proteína, energia e vitaminas, enquanto que os minerais estão deficientes, impedindo o 
pecuarista de obter índices máximos de produtividade, enquanto que no período de 
estiagem, todos nutrientes estão deficientes na pastagem. Portanto nesta época a 
suplementação de apenas um nutriente não resulta em melhores rendimentos do rebanho, 
conforme é apresentado no Gráf. 1. 
Níveis de Nutrientes nas Pastagens e 
Exigências dos Bovinos 
100 
Gráfico 1. Níveis de nutrientes nas pastagens e exigências dos bovinos 
80 
60 
40 
20 
0 
Proteína Energia Minerais Vitaminas 
1.1. Manejo das pastagens 
Exigência 
Pasto Verde 
Pasto Seco 
Para adotarmos um bom manejo das pastagens, devemos levar em conta os 
princípios básicos de crescimento (Fotossíntese) e gasto de energia da planta (Respiração), 
assim como apresentado no Gráf. 2.
Acúmulo 0 
Gráfico 2. Produção de forragem (fotossíntese) e perdas (respiração) de acordo com o 
envelhecimento da pastagem 
7 14 21 28 35 42 49 56 
dias 
Fotossíntese 
Respiração 
Neste quadro podemos observar que à medida que a planta intensifica sua 
100 
80 
60 
40 
20 
Fotossíntese ela cresce acumulando reservas orgânicas na base do caule. Para forrageiras 
tropicais este ganho de energia aumenta gradativamente com a idade da planta e atinge o 
máximo aos 21, 28 ou 35 dias após o corte ou pastejo (dependendo da pastagem utilizada), 
o que indica que este deverá ser o período de descanso ideal da pastagem após o uso 
(pastejo). Por outro lado, enquanto a planta cresce a respiração também é intensa o que 
significa que ela está gastando parte da energia que foi sintetizada. Observa-se que a partir 
de 35 dias de idade a planta respira mais que sintetiza, ou seja, gasta mais do que produz e a 
conseqüência disto é uma menor produção de massa, com menor valor nutritivo, além de 
menores quantidades de reservas orgânicas, o que dificulta o rebrote após o período de 
pastejo. Isto explica o fato de que ao colocarmos os animais em um pasto vedado por 
longos períodos, o desempenho dos animais não é satisfatório e a rebrota da pastagem é 
lenta. 
1.1.1. Período de Ocupação das pastagens 
Durante o período de pastejo os animais consomem em primeiro lugar as folhas e 
depois os caules. Após esta remoção inicia-se um processo de rebrote da pastagem, que 
cresce de 3 a 5 cm por dia, atingindo 10 a 15 cm de tamanho em aproximadamente 3 dias. 
No manejo racional, devemos evitar que os animais comam este rebrote, permitindo que o 
pasto tenha o máximo de crescimento sem ser danificado. Para que isto ocorra, devemos 
deixar os animais no pasto no máximo 7 dias, sendo que quanto menor for este período, 
menos os animais irão consumir o rebrote e maior será a sua produção de massa, resultando 
em maior capacidade de suporte. 
1.1.2. Período de descanso das pastagens 
Após o período de ocupação, a pastagem deverá descansar, permitindo o máximo de 
rebrote sem ser danificada pela boca do animal. O tempo ideal de descanso depende da 
capacidade de rebrote que é afetada pela fertilidade do solo, espécie forrageira, condições 
climáticas e manejo, mas de modo geral este período deverá estar entre 21 (Humidícula,
Tifton e Gramas em geral) a 35 dias (Braquiarão, Tanzânia, Mombaça, Colonião), onde 
podemos obter um bom valor nutritivo e o máximo de crescimento com acúmulo de 
reservas conforme visto no Gráfico 2. 
1.2. Divisão das pastagens 
Para obtermos os períodos de ocupação e descanso desejados no manejo das 
pastagens, devemos dividir a área fazendo com que os animais pastejam em rodízio, 
permanecendo em um determinado pasto até consumir todo alimento disponível e logo em 
seguida desocupam o local, permitindo um rebrote eficiente sem danificar a planta. A 
divisão da área de pastejo deverá ser feita utilizando o seguinte esquema: 
Cálculo do Nº de Pastos 
Período de Descanso 
Período de Ocupação Nº de Pastos = 
Ex. Dividir uma área de 100 ha 
(Manejo tradicional = 100 UA) 
Nº de Pasto = 35 + 1 = 6 Pastos de 16,7 ha ( 200 UA ) 
7 
Nº de Pasto = 33 + 1 = 12 Pastos de 8,35 ha ( 300 UA ) 
3 
De acordo com o exemplo, podemos verificar que ao dividir-mos uma determinada 
área de pastejo, estaremos permitindo um melhor desenvolvimento da forrageira devido ao 
melhor crescimento de seu sistema radicular que passará a explorar uma maior área no solo 
aumentando então sua produção de massa. Nota-se que ao sairmos do sistema tradicional de 
pastejo contínuo, para um pastejo rotacionado com um período de ocupação de 7 dias, 
aumentamos a capacidade de suporte da pastagem de forma significativa e ao dividirmos 
novamente a área, passando o período de ocupação para 3 dias, podemos aumentar ainda 
mais a lotação. Evidentemente a capacidade de suporte de uma pastagem não é constante ao 
longo do tempo e tende a cair com o declínio da fertilidade do solo o que poderá ser 
corrigido com o uso de adubações que permite atingirmos níveis elevados de lotação. 
2. Ganho de peso dos animais em pastagens 
Para avaliar o ganho de peso dos animais, devemos considerar não só o ganho 
individual, mas também o ganho por área, pois este último leva em conta a produção de 
massa do pasto e representa o quanto de peso vivo podemos obter em uma determinada
área. Na Tab. 1 podemos observar que nem sempre o melhor ganho por animal é o que nos 
dá maior Efeito rendimento. 
da pressão de Pastejo 
Tabela 1. Efeito da pressão de pastejo sobre o ganho de peso 
cab/ha Ganho/dia (g/dia) Ganho/área (Kg) 
0,5 sobre 700 o ganho 350 de peso 
63 
1,0 700 700 126 
1,5 650 975 170 
2,0 600 1200 216 
2,5 400 1000 180 
3,0 200 600 108 
As espécies forrageiras apresentam comportamento diferente durante o ciclo 
produtivo anual, assim as espécies do gênero Pannicum (Colonião e suas variedades), são 
mais nutritivas que aquelas do gênero Braquiária durante o período das chuvas e à medida 
que aproxima do período seco as Braquiárias mantêm-se melhores rendimentos durante esta época, conforme é mostrado Período mais verdes, proporcionando 
na Tab. 2 e chuvoso 
3. 
Tabela Pastagem 
2. Ganho de peso de bezerros desmamados (peso inicial 160 a 180kg). Carga 
fixa durante a seca (2cab/ha) e carga variável Ganho durante o período de peso chuvoso 
Kg 
/cab/dia /ha /cab/dia 
Colonião 0,170 24 0,722 
Jaraguá 0,133 15 0,616 
B. decumbens 0,240 34 0,552 
Setaria 0,137 Ganho 20 0,574 
inicial
Ganhos Carga animal de média 
peso Braquiarão e Colonião, Tabela 3. Ganhos de peso de novilhos em pastagens de Braquiarão e Colonião, na 
região de Dourados-MS 
inicial final Kg/an g/an/dia Kg/ha UA/ha 
Estações Tratamentos 
Braquiarão 448 528 80 519 399 4,4 
Colonião 452 548 95 616 384 3,7 
Braquiarão 243 283 41 293 142 2,3 
Colonião 247 288 40 289 107 1,8 
Chuvosa 
Seca 
3. Suplementação Mineral de Bovinos em Pastagens 
Os minerais considerados essenciais, isto é, aqueles para os quais já se conhece pelo 
menos uma função essencial à vida animal, são classificados em função das necessidades 
quantitativas dos animais em: Macrominerais (Cálcio, Fósforo, Magnésio, Potássio, Cloro, 
Sódio e Enxofre) e Microminerais (Ferro, Cromo, Zinco, Manganês, Iodo , Selênio, Cobre, 
Cobalto e Molibdênio); Flúor, Vanádio, Titânio, Silício, Níquel, Arsênio, Bromo, Estrôncio 
e Cádmio são considerados como provavelmente essenciais (GEORGIEVSKEE, 1982 ). 
3.1. Importância dos macrominerais 
As funções básicas dos minerais essenciais podem ser divididas em três grupos 
principais (CHRISTY,1984): no primeiro grupo estão as funções relacionadas com o 
Crescimento e Mantença dos tecidos corporais; no segundo estão as funções da regulação 
dos processos corporais dos animais; e no terceiro grupo estão as funções de regulação na 
utilização da energia dentro das células do corpo. 
3.1.1. Cálcio e Fósforo (Ca e P) 
Representam 70% do total de minerais encontrados no corpo do animal. 90% destes, 
estão presentes nos ossos e dentes. 
O Cálcio além de essencial para formação do esqueleto, entra na composição do 
leite, coagulação do sangue, regulagem dos batimentos cardíacos, manutenção e 
excitabilidade neuromuscular, ativação de enzimas e manutenção da permeabilidade das 
membranas. 
O Fósforo além de compor o esqueleto participa na manutenção dos 
microorganismos do rumem, ajuda na absorção dos carboidratos, transporta os ácidos 
graxos (fosfolipídeos) e desempenha papel importante na absorção e metabolismo da 
energia.
É de fundamental importância que Cálcio e Fósforo mantenham uma relação de 
aproximadamente duas partes de Cálcio para uma de Fósforo. Os bovinos toleram relações 
mais altas desde que não ocorra deficiência destes minerais na dieta , desde que não ocorra 
deficiência de vitamina D, importante para absorção e deposição do cálcio no Tecido 
Ósseo. 
A deficiência de cálcio é rara em gado de corte, pois as forrageiras apresentam 
níveis relativamente altos deste mineral. Entretanto, SOUZA; ROSAL (1982) constataram 
deficiências em animais no Pantanal do Mato Grosso e em Rondônia. Em gado leiteiro de 
alta produção a deficiência é mais freqüente 
O sintoma mais evidente da deficiência de cálcio e fósforo é o Raquitismo em 
animais jovens e a Osteomalácia em animais adultos. O Raquitismo é uma má formação 
dos ossos onde os animais apresentam inchação das juntas, engrossamento das 
extremidades dos ossos, arqueamento do dorso e enrijecimento das pernas. Em casos de 
deficiência mais acentuada apresentam joelhos curvados e pernas arqueadas. 
Na Osteomalácia Cálcio e Fósforo são retirados dos ossos sem que ocorra reposição, 
tornando-os fracos e quebradiços. A exigência maior aparece no final da gestação e durante 
a lactação. 
Os principais sintomas de deficiência de Fósforo são: 
 Anorexia (redução do apetite); 
 Depravação do apetite, o animal come ossos, madeira, terra e outros matérias; 
 Baixos índices de fertilidade, resultando em maior intervalo entre partos e menor 
número de crias por ano; 
 Redução dos índices produtivos como: produção de leite, ganho de peso e conversão 
alimentar. 
A deficiência de Fósforo constitui um dos mais sérios problemas da Nutrição dos 
Ruminantes, uma vez que as pastagens são muito deficientes neste mineral. Os altos níveis 
de Ferro e Alumínio acentuam a deficiência do Fósforo por formarem complexos 
insolúveis. 
3.1.2. Magnésio (Mg) 
A deficiência de Magnésio é rara, uma vez que este mineral é abundante na maioria 
dos alimentos. 70% do Mg corporal está presente no esqueleto. As principais funções estão 
relacionadas ao metabolismo de Carboidratos e Lipídios, catalisadores de vários sistemas 
enzimáticos, oxidação celular e atividade neuromuscular. 
O sintoma típico da deficiência de Mg é a tetania das pastagens. Animais velhos 
apresentam maior dificuldade de mobilizar Mg dos ossos e são mais susceptíveis à tetania. 
3.1.3. Potássio (K) 
O Potássio é o principal cátion intracelular, está presente também no meio 
extracelular onde atua na atividade muscular. É importante ainda no balanço osmótico, 
equilíbrio ácido-base, balanço hídrico corporal e ativação de sistemas enzimáticos. As 
pastagens tropicais geralmente são ricas em potássio e a maior parte do K ingerido é 
reciclado pela urina. A deficiência de K pode aparecer em animais com dietas a base de 
feno, silagem e forrageiras de corte que não recebem adubação com este elemento. É mais 
freqüente em animais confinados, pois os grãos são relativamente pobres neste mineral. 
Animais em condições de estresse, perdem mais K pela urina, portanto neste caso a 
dieta deve conte maiores níveis do mineral. 
3.1.4. Sódio e Cloro (Na, Cl)
A importância destes minerais na alimentação dos animais é conhecida há milhares 
de anos pelo desejo de consumir sal comum (NaCl). 
O Na junto com o K possui a função de manter a pressão osmótica e equilíbrio 
ácido-base. Desempenham papel importante a nível celular, no metabolismo da água, na 
absorção de nutrientes e na transmissão de impulsos nervosos. O Cl é componente do ácido 
clorídrico do suco gástrico. 
O Na é considerado o elemento mais deficiente entre todos os minerais essenciais 
aos ruminantes, uma vez que os alimentos são pobres e o organismo não possui reservas 
deste mineral. Possui papel importante na manutenção da atividade dos microorganismos 
do rumem pelo eficiente poder tampão que exerce. 
A suplementação de sódio deve ser contínua para os ruminantes e o consumo 
voluntário é aproximadamente 1000 ppm de Na, o que representa 10 g do mineral para cada 
10 kg de matéria seca consumida, resultando em um consumo de 27 g de NaCl por dia. 
O sal comum (NaCl) é o principal regulador do consumo da mistura mineral. 
Portanto misturas com alta concentração de Na Cl, resultam em baixo consumo pelos 
bovinos. Isto explica também a ineficiência do fornecimento de NaCl separado dos outros 
minerais. 
3.1.5. Enxofre (S) 
O Enxofre é constituinte dos aminoácidos sulfurosos (Cistina, Cisteina e Metionina) 
e das vitaminas Tiamina e Biotina. A principal função do S, para os ruminantes, está 
relacionado à síntese de aminoácidos no rumem , às vitaminas e síntese do Acido 
Propiônico. 
Para uma eficiente utilização do nitrogênio não protéico (NNP) pelas bactérias do 
rumem, deve haver uma relação de 1 (uma) parte de S para 14 (quatorze) partes de 
Nitrogênio da dieta. Para obter esta proporção recomendamos substituir 10% do peso da 
uréia utilizada na alimentação dos bovinos, por sulfato de amônia. 
3.2. Importância dos microminerais 
3.2.1. Cobalto (Co) 
O Cobalto é importante para os microorganismos do rumem na síntese de vitamina 
B12. Os ruminantes são totalmente dependentes da capacidade dos microorganismos em 
sintetizar a vitamina B12. 
A vitamina B12 catalisa a reação do Propionato para succinato no Ciclo de Krebs 
(Conn; Stumpf; 1972). Em sua ausência ocorre uma elevação do nível do Propionato no 
organismo e o animal perde apetite. O sintoma mais evidente da deficiência de Co em 
ruminantes é a falta de apetite, resultando em anemia, pêlos ásperos, engrossamento da 
pele, perda de peso e morte. No Brasil estes sintomas são comumente denominados mal do 
colete, peste do secar, mal de fastio. 
As deficiências menos acentuadas acarretam em maiores prejuízos, pois o pecuarista 
dificilmente constata o fato. Níveis menores que 0,1 ppm de Co na matéria seca da 
pastagem pode levar à deficiências generalizadas quando os animais não são 
suplementados. 
3.2.2. Zinco (Zn) 
O Zinco e um ativador de enzimas e está relacionado com o metabolismo de ácidos 
nucleico, síntese de proteína e metabolismo de carboidratos. Potencializa os efeitos dos 
hormônios F S H e L H o transporte e utilização da vitamina A .
As Pastagens tropicais, principalmente as do gênero Braquiaria apresentam baixos 
níveis de Zn no tecido. No Brasil Central constatamos níveis médios de 5 a 10 ppm na 
matéria seca, para uma exigência de 50 ppm. 
Os sintomas mais típicos da deficiência estão relacionados com anormalidades na 
pele devido a presença de Zn em maior quantidade nesta região. 
3.2.3. Ferro (Fe) 
O Ferro é o principal componente da hemoglobina e mioglobina, está ligado ao 
transporte e armazenamento de oxigênio para respiração celular. As pastagens geralmente 
apresentam altos níveis de Fe sendo rara sua deficiência. Animais jovens na fase de 
aleitamento podem apresentar uma anemia hipocrômica microcítica, principalmente quando 
ocorre em conjunto alta infestação por vermes e carrapatos. 
3.2.4. Cobre (Cu) 
O Cobre atua junto com o ferro na síntese de hemoglobina, participa da absorção do 
Fe no intestino delgado. Está ligado à síntese da camada de mielina que recobre o sistema 
nervoso central. É necessário para pigmentação normal da pele e dos pêlos. 
Os principais sintomas da deficiência de Cu são relatados como desordens nervosas, 
pele e pêlos despigmentados, diarréias, queda na produção de leite e da fertilidade. 
As pastagens geralmente são pobres neste mineral. No Brasil Central temos 
constatado níveis de 5 a 8 ppm de Cu na matéria seca enquanto que o normal deveria ser de 
10 ppm. Níveis do Molibdênio superiores a 5 ppm interfere na absorção do cobre (SOUZA; 
ROSA, 1982). 
3.2.5. Manganês (Mn) 
O Manganês é de grande importância para manutenção dos órgãos reprodutivos dos 
machos e fêmeas, participa como cofator de várias enzimas envolvidas no metabolismo de 
carboidratos e lipídeos. Em geral, as pastagens apresentam níveis satisfatórios de Mn. A 
deficiência pode aparecer em regiões com altos níveis de Ca no solo. Em dietas ricas em Ca 
e P aumenta a exigência em Mn. SOUZA (1978), constatou a deficiência de Mn em vários 
regiões do Brasil, principalmente no Mato Grosso. Nestas regiões animais deficientes 
apresentam problemas reprodutivos, desenvolvimento retardado e deformação dos 
membros posteriores de bezerros recém-nascidos. 
3.2.6. Iodo ( I ) 
A maior parte do Iodo é encontrado na glândula tiróide para formação da tiroxina e 
triodotiroxina, estes hormônios atuam na termorregulação, na reprodução, no crescimento e 
desenvolvimento animal, incluindo a fase fetal, na circulação e na função muscular. A 
deficiência de Iodo provoca uma hipertrofia da tireóide conhecida como bócio endêmico ou 
papeira. O aumento da glândula ocorre devido à tentativa de produzir os hormônios na 
ausência de Iodo. 
Animais recém-nascidos de vacas deficientes podem apresentar o bócio, além da 
incidência de natimortos mal formados e sem pelagem. As fêmeas em reprodução 
apresentam anestro e os machos perda da libido (GEORGIEVSKET, 1982). 
3.2.7. Selênio (Se) 
O Selênio foi estudado inicialmente como elemento tóxico. O conhecimento de sua 
necessidade como mineral essencial é relativamente recente.
Os sintomas de intoxicação por Se aparecem em bovinos quando consomem 
forragem com 4.000 ppm (JARDIM,1973) de Se na matéria seca e são relatados como 
atordoação , rigidez das articulações , perda de pêlos e deformações nas unhas. 
A função do Se no organismo do animal é servir como ativador da enzima 
glutatione peroxidase, que por sua vez destrói os peróxidos de hidrogênio, transformando-os 
em hidroácidos. A deficiência do Se ocasiona um acúmulo de peróxido de hidrogênio 
com destruição da membrana celular, danificando os tecidos. A vitamina E evita a formação 
de peróxidos, mas quando já formados somente o Se é capaz de destruí-los. 
A deficiência de Se provoca o aparecimento de uma distrofia muscular conhecida 
como doença do músculo branco. Além desta doença, provoca também aumento nos índices 
de retenção de placenta, caquexia. Diarréia, redução no crescimento e problemas 
reprodutivos. 
3.2.8. Cromo (Cr) 
O elemento cromo há muitos anos vem despertando o interesse dos cientistas devido 
seu efeito sobre os fatores negativos causados pelo estresse. 
Animais sobre intensa condição de estresse eliminam altas quantidades de cromo na 
urina, podendo deixar o indivíduo deficiente neste elemento. 
A deficiência em cromo reduz a resposta de transporte da glicose no sangue, 
enfraquecendo seu efeito nas células. A principal conseqüência disso é a redução no ganho 
de peso e produção de leite, além de aumento na susceptibilidade às doenças. 
Portanto, animais em desmama, que acabaram de ser transportados, após castração e 
vacinação, em intenso calor e vacas em lactação (principalmente primíparas) com bezerro 
ao pé, respondem muito bem à suplementação com cromo, elevando o desempenho 
produtivo. 
3.2. Importância da suplementação mineral na produtividade dos bovinos 
Vários são os trabalhos que mostram a importância da suplementação mineral no 
desempenho produtivo dos animais. As deficiências de P são as mais limitantes, seguida de 
Zn, Cu, Co, I e Se. 
O aumento nos índices reprodutivos é a principal vantagem da suplementação 
mineral, como mostram os trabalhos conduzidos na América Latina, África e Ásia; 
apresentados no Gráf. 3.
Estudos sobre Aumento 90 
80 
Gráfico 3. Estudos latino americano, africano e asiático sobre os efeitos da 
suplementação mineral no aumento da porcentagem de natalidade 
70 
60 
50 
40 
30 
20 
10 
0 
Bolívia 
Brasil 
Colômbia 
Peru 
África do 
Sul 
Tailândia 
Uruguai 
Controle Controle+Suplemento Mineral 
GUIMARÃES e NASCIMENTO (1971) estudaram o efeito da suplementação com sal 
comum, farinha de ossos, cobre e cobalto no desempenho reprodutivo de vacas a nível de 
pasto, na Ilha de Marajó e encontraram resposta positiva aos tratamentos com fósforo e 
microminerais (Tab. 4.). 
Tabela 4. Porcentagem de nascimento de bezerros nos grupos de vacas sob vários 
tratamentos (adaptado de GUIMARÃES & NASCIMENTO, 1971). 
Tramento Número de 
Vacas 
Número de 
Bezerros Nascidos 
Porcentagem 
de Nascimento 
Desvio (%) do 
Testemunha 
A 50 34 68,0 18,9 
B 54 39 72,2 23,2 
C 51 28 54,9 5,8 
D 53 26 49,1 - 
A - Pasto nativo + sal comum + farinha de ossos + cobre + cobalto 
B - Pasto nativo + sal comum + farinha de ossos 
C - Pasto nativo + sal comum 
D - Pasto nativo 
SOUZA et al. (1984) verificaram o efeito da suplementação mineral (sal comum, sal 
comum + fosfato e sal comum + fosfato + microminerais ) em novilhas sob pastejo de 
Capim Colonião adubado. No período seco, a suplementação não teve efeito positivo no 
desempenho dos animais.
O nível de minerais encontrados em análises de forrageiras é muito variável de 
acordo com cada região. Em um trabalho realizado em 180 propriedades dos estados de 
Rondônia e Acre, encontramos os níveis de macro e microminerais contidos nos Gráficos 4 
e 5. 
Gráfico 4. Níveis de macrominerais, mínimos e máximos em relação à exigência dos 
Níveis de Macrominerais 
0,5 
mesmos 
0,45 
0,4 
0,35 
0,3 
0,25 
0,2 
0,15 
0,1 
0,05 
Fósforo Cálcio Magnésio Enxofre 
Mínimo 
Máximo 
Exigência 
Níveis de Microminerais 
Gráfico 5. Níveis de microminerais, mínimos e máximos em relação à exigência dos 
100 
mesmos 
90 
80 
70 
60 
50 
40 
30 
20 
10 
0 
Zn Cu Mn Fe 
Mínimo 
Máximo 
Exigência 
Os resultados mostram que existe uma grande variação na composição das 
pastagens e sugere que as formulações de misturas minerais deverão ser específicas para 
cada região ou propriedade.
4. Suplementação mineral, protéica e protéico-energética de bovinos em 
pastagens 
Durante o período seco as pastagens apresentam uma menor intensidade de rebrote e 
consequentemente um menor número de folhas verdes, diminuindo a capacidade de suporte 
o que traz como conseqüência a perda de peso dos animais. Com adoção de um manejo 
adequado, podemos reservar parte da produção de pasto do período chuvoso para ser 
utilizada na época seca, permitindo que os animais tenham bom desempenho neste período. 
O baixo valor nutritivo das pastagens durante a seca pode ser corrigido com o uso de 
misturas múltiplas contendo além dos minerais, proteínas verdadeiras (farelos), nitrogênio 
não protéico (uréia) e carboidratos (grãos de cereais) que garantem uma nutrição adequada 
dos microorganismos do rúmen, com aumento na digestibilidade, maior consumo e 
aproveitamento da pastagem. 
A suplementação com estas misturas permite obtermos ganhos moderados e até 
mesmo semelhantes àqueles conseguidos durante o período das águas. Quanto maior a 
quantidade de suplemento oferecido melhor será o ganho de peso e neste caso aparece um 
efeito substitutivo da ração concentrada pelo pasto, como ocorrem nos semi-confinamentos 
onde os animais recebem em média até 1% de seu peso vivo, na forma desta ração. Neste 
caso os ganhos variam em média de 800 a 1000 g de peso vivo por animal ao dia, sendo 
que estes valores podem variar de acordo com as condições do pasto, ou seja, quanto maior 
a disponibilidade de folhas verdes, melhor serão os ganhos. O semi-confinamento é 
indicado apenas para a terminação dos animais e torna-se viável principalmente em regiões 
onde o pasto mantém-se verde durante o período seco, portanto não é viável obtermos 
ganhos de pesos elevados no período seco e depois voltar os animais ao regime de pasto, o 
que irá implicar em uma redução do ritmo de ganho na época das águas. 
Para suplementarmos animais com exigências moderadas como são os bezerros, 
novilhas e vacas em final de gestação, podemos utilizar misturas de menor consumo (50 a 
75g / 100 Kg de Desenvolvimento Tratamento peso vivo ao dia) ou seja, aproximadamente 300 g por animal são conhecidas comumente no mercado como “Sal de Proteinado”. g/animal/Novilhos 
Neste dia caso, Meses 
adulto, que 
o objetivo é 
obter pequenos ganhos de peso no período seco (Sal Proteinado) e intensificar o ganho no 
período de Submetidos chuvas (Protéico da águas), antecipando desta forma o abate dos animais, 
conforme mostra o experimento realizado a Diferentes na Embrapa de Campo Regimes 
Grande (CNPGC). 
Tabela 6. Desenvolvimento de novilhos submetidos a diferentes regimes alimentares 
A - Testemunha 355 35,3 
B - Supl. primeira seca Alimentares. 
410 30,6 
C - Supl. segunda seca 450 28,7 
D - Supl. primeira e segunda secas 510 26,3 
E - Supl. primeira e conf. na segunda 725 22,6 
F - Supl. durante todo ano 550 24,6 
Vale lembrar que a suplementação com misturas múltiplas durante o período 
chuvoso é viável apenas quando temos animais de alta capacidade genética para ganho de
peso e a pastagem não é suficiente (manejo fora do ideal), necessitando de uma 
suplementação principalmente nos níveis de proteína, energia e minerais da pastagem. 
5. Conclusões e Recomendações para Suplementação de Bovinos de corte 
em Pastagens 
 A produção de bovinos de corte a pasto é a forma mais econômica que o produtor 
pode encontrar em seu criatório, porém o manejo adequado das pastagens torna-se 
de fundamental importância para obter o máximo de ganho por área, tornando a 
atividade mais econômica; 
 A divisão das pastagens constitui uma técnica eficaz de manejo e permite fazer com 
que os animais pastejam em rodízio, aumentando a produção de massa do pasto, 
além de evitar sua degradação; 
 A suplementação mineral de bovinos criados a pasto é de fundamental importância 
para garantirmos um bom desempenho produtivo; 
 O principal sintoma da deficiência está relacionado com a queda da fertilidade, o 
que reduzem os números de bezerros nascidos na propriedade; 
 Quanto maior a produção e disponibilidade de massa verde na pastagem, maior será 
a necessidade de minerais, portanto no período de verão a suplementação 
proporciona melhores resultados de produtividade dos animais; 
 No período seco, se os animais tiverem baixa disponibilidade de massa nas 
pastagens, a suplementação poderá ser moderada, uma vez que os altos níveis de 
minerais não repercutem em maiores produções; 
 Carências acentuadas podem levar ao aparecimento de doenças e até morte dos 
animais; 
 O mineral mais deficiente em nossas pastagens é o Sódio, mas o Fósforo é o mais 
limitante uma vez que chega representar 60 a 80 % do custo em uma mistura 
mineral de boa qualidade; 
 Para aquisição de misturas comerciais, fatores como o nível de fósforo, 
biodisponibilidade da matéria prima utilizada e níveis dos microminerais citados, 
são de grande importância na escolha; 
 As misturas minerais deverão ficar à disposição dos animais, em cochos apropriados 
(se possível cobertos) e reabastecidos sempre que necessário; 
 Em propriedades com gado de cria, onde vacas e bezerros permanecem juntos em 
um mesmo pasto, a construção dos cochos devera permitir um fácil acesso também 
para os bezerros;
 O estudo específico das condições de cada propriedade, relacionadas com o 
desempenho e aspecto dos animais, composição química das pastagens (conhecida 
através de análises em laboratórios) e níveis de exigências dos animais, leva a uma 
escolha ou formulação de misturas mais econômicas e com melhores resultados 
produtivos do plantel; 
 A suplementação com misturas múltiplas, principalmente no período seco, tem 
apresentado bons resultados econômico, pelo fato de reduzir a idade ao abate dos 
animais; 
 O uso da quantidade adequada de cochos é de fundamental importância e podemos 
adotar as medidas de 5 cm de área de chegada por animal, para o caso de misturas 
minerais e 10-15 cm para misturas múltiplas; 
 Em caso de dúvida, nunca tome decisões precipitadas na escolha ou formulação das 
misturas, procure um profissional de sua confiança.
Agrocurso cartilha

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Aditivos em ruminantes bromatologia
Aditivos em ruminantes   bromatologiaAditivos em ruminantes   bromatologia
Aditivos em ruminantes bromatologiaRoger Moreira
 
Boas praticas-de-manejo-na-alimentacao-de-peixes
Boas praticas-de-manejo-na-alimentacao-de-peixesBoas praticas-de-manejo-na-alimentacao-de-peixes
Boas praticas-de-manejo-na-alimentacao-de-peixesSamuel Vieira
 
Mod. 6 vitaminas, minerais e aditivos
Mod. 6   vitaminas, minerais e aditivosMod. 6   vitaminas, minerais e aditivos
Mod. 6 vitaminas, minerais e aditivosPortal Canal Rural
 
Acidose Ruminal
Acidose RuminalAcidose Ruminal
Acidose RuminalUFPEL
 
Artigo 2010 rbz_condiohepticadecordeirosmantidoscomdietascontendotortadedendp...
Artigo 2010 rbz_condiohepticadecordeirosmantidoscomdietascontendotortadedendp...Artigo 2010 rbz_condiohepticadecordeirosmantidoscomdietascontendotortadedendp...
Artigo 2010 rbz_condiohepticadecordeirosmantidoscomdietascontendotortadedendp...EmanuelFelipedeOlive
 
Acidose em ruminantes
Acidose em ruminantesAcidose em ruminantes
Acidose em ruminantesFmodri3
 
Boas praticas-de-manejo-na-alimentacao-de-peixes
Boas praticas-de-manejo-na-alimentacao-de-peixesBoas praticas-de-manejo-na-alimentacao-de-peixes
Boas praticas-de-manejo-na-alimentacao-de-peixesFilgueira Nogueira
 
E book-formulacao
E book-formulacaoE book-formulacao
E book-formulacaoAgriPoint
 
Minicurso alimentação alternativa
Minicurso alimentação alternativaMinicurso alimentação alternativa
Minicurso alimentação alternativaSilia Negreiros
 
Utilização de ionóforos e virginiamicina em dietas para bovinos
Utilização de ionóforos e virginiamicina em dietas para bovinosUtilização de ionóforos e virginiamicina em dietas para bovinos
Utilização de ionóforos e virginiamicina em dietas para bovinosPedro Henrique Pires
 
Terminação de bovinos inteiros em pastagens
Terminação de bovinos inteiros em pastagensTerminação de bovinos inteiros em pastagens
Terminação de bovinos inteiros em pastagensRural Pecuária
 
Programa de Nutrição para Bovinos da Kera
Programa de Nutrição para Bovinos da KeraPrograma de Nutrição para Bovinos da Kera
Programa de Nutrição para Bovinos da KeraAgriPoint
 
Projeto Suplementação e Terminação a Pasto
Projeto Suplementação e Terminação a PastoProjeto Suplementação e Terminação a Pasto
Projeto Suplementação e Terminação a PastoTopBrasil
 

Mais procurados (16)

Aditivos em ruminantes bromatologia
Aditivos em ruminantes   bromatologiaAditivos em ruminantes   bromatologia
Aditivos em ruminantes bromatologia
 
Boas praticas-de-manejo-na-alimentacao-de-peixes
Boas praticas-de-manejo-na-alimentacao-de-peixesBoas praticas-de-manejo-na-alimentacao-de-peixes
Boas praticas-de-manejo-na-alimentacao-de-peixes
 
Bovino de corte
Bovino de corteBovino de corte
Bovino de corte
 
Mod. 6 vitaminas, minerais e aditivos
Mod. 6   vitaminas, minerais e aditivosMod. 6   vitaminas, minerais e aditivos
Mod. 6 vitaminas, minerais e aditivos
 
Acidose Ruminal
Acidose RuminalAcidose Ruminal
Acidose Ruminal
 
Artigo 2010 rbz_condiohepticadecordeirosmantidoscomdietascontendotortadedendp...
Artigo 2010 rbz_condiohepticadecordeirosmantidoscomdietascontendotortadedendp...Artigo 2010 rbz_condiohepticadecordeirosmantidoscomdietascontendotortadedendp...
Artigo 2010 rbz_condiohepticadecordeirosmantidoscomdietascontendotortadedendp...
 
Acidose em ruminantes
Acidose em ruminantesAcidose em ruminantes
Acidose em ruminantes
 
Avaliação2 (1)
Avaliação2 (1)Avaliação2 (1)
Avaliação2 (1)
 
Aditivos para monogástricos
Aditivos para monogástricosAditivos para monogástricos
Aditivos para monogástricos
 
Boas praticas-de-manejo-na-alimentacao-de-peixes
Boas praticas-de-manejo-na-alimentacao-de-peixesBoas praticas-de-manejo-na-alimentacao-de-peixes
Boas praticas-de-manejo-na-alimentacao-de-peixes
 
E book-formulacao
E book-formulacaoE book-formulacao
E book-formulacao
 
Minicurso alimentação alternativa
Minicurso alimentação alternativaMinicurso alimentação alternativa
Minicurso alimentação alternativa
 
Utilização de ionóforos e virginiamicina em dietas para bovinos
Utilização de ionóforos e virginiamicina em dietas para bovinosUtilização de ionóforos e virginiamicina em dietas para bovinos
Utilização de ionóforos e virginiamicina em dietas para bovinos
 
Terminação de bovinos inteiros em pastagens
Terminação de bovinos inteiros em pastagensTerminação de bovinos inteiros em pastagens
Terminação de bovinos inteiros em pastagens
 
Programa de Nutrição para Bovinos da Kera
Programa de Nutrição para Bovinos da KeraPrograma de Nutrição para Bovinos da Kera
Programa de Nutrição para Bovinos da Kera
 
Projeto Suplementação e Terminação a Pasto
Projeto Suplementação e Terminação a PastoProjeto Suplementação e Terminação a Pasto
Projeto Suplementação e Terminação a Pasto
 

Semelhante a Agrocurso cartilha

Suplementação estratégica na transição águas-secas
Suplementação estratégica na transição águas-secasSuplementação estratégica na transição águas-secas
Suplementação estratégica na transição águas-secasTiago de Jesus Costa
 
Uso do milheto como forrageira
Uso do milheto como forrageiraUso do milheto como forrageira
Uso do milheto como forrageiraPatricia Epifanio
 
Dimensionamento de piquetes Comunicado-Tecnico-65.pdf
Dimensionamento de piquetes Comunicado-Tecnico-65.pdfDimensionamento de piquetes Comunicado-Tecnico-65.pdf
Dimensionamento de piquetes Comunicado-Tecnico-65.pdfAmiltonMaia
 
Suplementação proteica no período das águas
Suplementação proteica no período das águas Suplementação proteica no período das águas
Suplementação proteica no período das águas Tiago de Jesus Costa
 
Utilização de Pasto na Produção de Ovinos
Utilização de Pasto na Produção de OvinosUtilização de Pasto na Produção de Ovinos
Utilização de Pasto na Produção de OvinosRural Pecuária
 
Pastejo rotacionado 2: pontos críticos no manejo
Pastejo rotacionado 2: pontos críticos no manejoPastejo rotacionado 2: pontos críticos no manejo
Pastejo rotacionado 2: pontos críticos no manejoRural Pecuária
 
E book triplicar-produtividade_pasto
E book triplicar-produtividade_pastoE book triplicar-produtividade_pasto
E book triplicar-produtividade_pastoMarceloValadoLeite
 
CFM informa novembro 2013
CFM informa novembro 2013CFM informa novembro 2013
CFM informa novembro 2013agrocfm
 
Vitrine Tecnológica DBO - Capítulo 6
Vitrine Tecnológica DBO - Capítulo 6Vitrine Tecnológica DBO - Capítulo 6
Vitrine Tecnológica DBO - Capítulo 6Tiago de Jesus Costa
 
Banco de proteina para ração animal
Banco de proteina para ração animalBanco de proteina para ração animal
Banco de proteina para ração animalLenildo Araujo
 
Relatório Semestral (Ovinos e Caprinos)
Relatório Semestral (Ovinos e Caprinos)Relatório Semestral (Ovinos e Caprinos)
Relatório Semestral (Ovinos e Caprinos)David Quintino
 
Potencialidad del Campo Natural - Nabinger
Potencialidad del Campo Natural - NabingerPotencialidad del Campo Natural - Nabinger
Potencialidad del Campo Natural - NabingerPastizalesdelconosur
 
Cartilha sanidade animal e gado leiteiro
Cartilha sanidade animal e gado leiteiroCartilha sanidade animal e gado leiteiro
Cartilha sanidade animal e gado leiteiroRafael Soares Dias
 
Manual de Confinamento de Bovinos de Corte da Guabi
Manual de Confinamento de Bovinos de Corte da GuabiManual de Confinamento de Bovinos de Corte da Guabi
Manual de Confinamento de Bovinos de Corte da GuabiSérgio Amaral
 

Semelhante a Agrocurso cartilha (20)

Suplementação estratégica na transição águas-secas
Suplementação estratégica na transição águas-secasSuplementação estratégica na transição águas-secas
Suplementação estratégica na transição águas-secas
 
Uso do milheto como forrageira
Uso do milheto como forrageiraUso do milheto como forrageira
Uso do milheto como forrageira
 
Aula sobre manejo alimentar
Aula sobre manejo alimentarAula sobre manejo alimentar
Aula sobre manejo alimentar
 
Dimensionamento de piquetes Comunicado-Tecnico-65.pdf
Dimensionamento de piquetes Comunicado-Tecnico-65.pdfDimensionamento de piquetes Comunicado-Tecnico-65.pdf
Dimensionamento de piquetes Comunicado-Tecnico-65.pdf
 
Suplementação proteica no período das águas
Suplementação proteica no período das águas Suplementação proteica no período das águas
Suplementação proteica no período das águas
 
Utilização de Pasto na Produção de Ovinos
Utilização de Pasto na Produção de OvinosUtilização de Pasto na Produção de Ovinos
Utilização de Pasto na Produção de Ovinos
 
Pastejo rotacionado 2: pontos críticos no manejo
Pastejo rotacionado 2: pontos críticos no manejoPastejo rotacionado 2: pontos críticos no manejo
Pastejo rotacionado 2: pontos críticos no manejo
 
E book triplicar-produtividade_pasto
E book triplicar-produtividade_pastoE book triplicar-produtividade_pasto
E book triplicar-produtividade_pasto
 
Forragicultura aula1
Forragicultura aula1Forragicultura aula1
Forragicultura aula1
 
CFM informa novembro 2013
CFM informa novembro 2013CFM informa novembro 2013
CFM informa novembro 2013
 
Vitrine Tecnológica DBO - Capítulo 6
Vitrine Tecnológica DBO - Capítulo 6Vitrine Tecnológica DBO - Capítulo 6
Vitrine Tecnológica DBO - Capítulo 6
 
Banco de proteina para ração animal
Banco de proteina para ração animalBanco de proteina para ração animal
Banco de proteina para ração animal
 
Sicoob dieta graos_warley_rocha
Sicoob dieta graos_warley_rochaSicoob dieta graos_warley_rocha
Sicoob dieta graos_warley_rocha
 
Relatório Semestral (Ovinos e Caprinos)
Relatório Semestral (Ovinos e Caprinos)Relatório Semestral (Ovinos e Caprinos)
Relatório Semestral (Ovinos e Caprinos)
 
Suplementação
Suplementação Suplementação
Suplementação
 
Potencialidad del Campo Natural - Nabinger
Potencialidad del Campo Natural - NabingerPotencialidad del Campo Natural - Nabinger
Potencialidad del Campo Natural - Nabinger
 
Cartilha sanidade animal e gado leiteiro
Cartilha sanidade animal e gado leiteiroCartilha sanidade animal e gado leiteiro
Cartilha sanidade animal e gado leiteiro
 
Instalaçoes corte
Instalaçoes corteInstalaçoes corte
Instalaçoes corte
 
Muito alem da ilp
Muito alem da ilpMuito alem da ilp
Muito alem da ilp
 
Manual de Confinamento de Bovinos de Corte da Guabi
Manual de Confinamento de Bovinos de Corte da GuabiManual de Confinamento de Bovinos de Corte da Guabi
Manual de Confinamento de Bovinos de Corte da Guabi
 

Mais de Portal Canal Rural

As boas-praticas-na-compra-de-fertilizantes
As boas-praticas-na-compra-de-fertilizantesAs boas-praticas-na-compra-de-fertilizantes
As boas-praticas-na-compra-de-fertilizantesPortal Canal Rural
 
Aprosoja-MT - Orientação Técnica Fertilizantes
Aprosoja-MT - Orientação Técnica FertilizantesAprosoja-MT - Orientação Técnica Fertilizantes
Aprosoja-MT - Orientação Técnica FertilizantesPortal Canal Rural
 
Instrução Normativa Amaranthus palmieri
Instrução Normativa Amaranthus palmieriInstrução Normativa Amaranthus palmieri
Instrução Normativa Amaranthus palmieriPortal Canal Rural
 
Apostila reprodução bovina final
Apostila reprodução bovina finalApostila reprodução bovina final
Apostila reprodução bovina finalPortal Canal Rural
 
Apostila 10 - Índices zootécnicos e resultados econômicos
Apostila 10 -  Índices zootécnicos e resultados econômicosApostila 10 -  Índices zootécnicos e resultados econômicos
Apostila 10 - Índices zootécnicos e resultados econômicosPortal Canal Rural
 
Apostila 9 - Problemas econômicos e nutricionais
Apostila 9 - Problemas econômicos e nutricionaisApostila 9 - Problemas econômicos e nutricionais
Apostila 9 - Problemas econômicos e nutricionaisPortal Canal Rural
 
Apostila 9 - Tipo de animal e ganho compensatório
Apostila 9 - Tipo de animal e ganho compensatórioApostila 9 - Tipo de animal e ganho compensatório
Apostila 9 - Tipo de animal e ganho compensatórioPortal Canal Rural
 
Relatório Técnico Projeto Soja Brasil 2014/2015
Relatório Técnico Projeto Soja Brasil 2014/2015Relatório Técnico Projeto Soja Brasil 2014/2015
Relatório Técnico Projeto Soja Brasil 2014/2015Portal Canal Rural
 
Vazio Sanitário de Mato Grosso 10/02/2015
Vazio Sanitário de Mato Grosso 10/02/2015Vazio Sanitário de Mato Grosso 10/02/2015
Vazio Sanitário de Mato Grosso 10/02/2015Portal Canal Rural
 
Instrução Normativa 01/2015 - Vazio Sanitário MT
Instrução Normativa 01/2015 - Vazio Sanitário MTInstrução Normativa 01/2015 - Vazio Sanitário MT
Instrução Normativa 01/2015 - Vazio Sanitário MTPortal Canal Rural
 
Regulamento Personagem Soja Brasil
Regulamento Personagem Soja BrasilRegulamento Personagem Soja Brasil
Regulamento Personagem Soja BrasilPortal Canal Rural
 
Vazio Sanitário em Mato Grosso
Vazio Sanitário em Mato GrossoVazio Sanitário em Mato Grosso
Vazio Sanitário em Mato GrossoPortal Canal Rural
 
Instrução Normativa Agrodefesa 08/2014
Instrução Normativa Agrodefesa 08/2014Instrução Normativa Agrodefesa 08/2014
Instrução Normativa Agrodefesa 08/2014Portal Canal Rural
 
Boletim Ativos da Silvicultura
Boletim Ativos da SilviculturaBoletim Ativos da Silvicultura
Boletim Ativos da SilviculturaPortal Canal Rural
 

Mais de Portal Canal Rural (20)

Covidcogo
CovidcogoCovidcogo
Covidcogo
 
As boas-praticas-na-compra-de-fertilizantes
As boas-praticas-na-compra-de-fertilizantesAs boas-praticas-na-compra-de-fertilizantes
As boas-praticas-na-compra-de-fertilizantes
 
Sei ibama 5968103 - despacho
Sei ibama   5968103 - despachoSei ibama   5968103 - despacho
Sei ibama 5968103 - despacho
 
Genoma Ferrugem
Genoma Ferrugem Genoma Ferrugem
Genoma Ferrugem
 
Carta de bauru
Carta de bauruCarta de bauru
Carta de bauru
 
Aprosoja-MT - Orientação Técnica Fertilizantes
Aprosoja-MT - Orientação Técnica FertilizantesAprosoja-MT - Orientação Técnica Fertilizantes
Aprosoja-MT - Orientação Técnica Fertilizantes
 
Instrução Normativa Amaranthus palmieri
Instrução Normativa Amaranthus palmieriInstrução Normativa Amaranthus palmieri
Instrução Normativa Amaranthus palmieri
 
Apostila reprodução bovina final
Apostila reprodução bovina finalApostila reprodução bovina final
Apostila reprodução bovina final
 
Apostila 10 - Índices zootécnicos e resultados econômicos
Apostila 10 -  Índices zootécnicos e resultados econômicosApostila 10 -  Índices zootécnicos e resultados econômicos
Apostila 10 - Índices zootécnicos e resultados econômicos
 
Apostila 9 - Problemas econômicos e nutricionais
Apostila 9 - Problemas econômicos e nutricionaisApostila 9 - Problemas econômicos e nutricionais
Apostila 9 - Problemas econômicos e nutricionais
 
Apostila 9 - Tipo de animal e ganho compensatório
Apostila 9 - Tipo de animal e ganho compensatórioApostila 9 - Tipo de animal e ganho compensatório
Apostila 9 - Tipo de animal e ganho compensatório
 
Relatório Técnico Projeto Soja Brasil 2014/2015
Relatório Técnico Projeto Soja Brasil 2014/2015Relatório Técnico Projeto Soja Brasil 2014/2015
Relatório Técnico Projeto Soja Brasil 2014/2015
 
Vazio Sanitário de Mato Grosso 10/02/2015
Vazio Sanitário de Mato Grosso 10/02/2015Vazio Sanitário de Mato Grosso 10/02/2015
Vazio Sanitário de Mato Grosso 10/02/2015
 
Instrução Normativa 01/2015 - Vazio Sanitário MT
Instrução Normativa 01/2015 - Vazio Sanitário MTInstrução Normativa 01/2015 - Vazio Sanitário MT
Instrução Normativa 01/2015 - Vazio Sanitário MT
 
Regulamento Personagem Soja Brasil
Regulamento Personagem Soja BrasilRegulamento Personagem Soja Brasil
Regulamento Personagem Soja Brasil
 
Vazio Sanitário em Mato Grosso
Vazio Sanitário em Mato GrossoVazio Sanitário em Mato Grosso
Vazio Sanitário em Mato Grosso
 
Instrução Normativa Agrodefesa 08/2014
Instrução Normativa Agrodefesa 08/2014Instrução Normativa Agrodefesa 08/2014
Instrução Normativa Agrodefesa 08/2014
 
USDA - Novembro 2014
USDA - Novembro 2014USDA - Novembro 2014
USDA - Novembro 2014
 
Boletim Ativos da Silvicultura
Boletim Ativos da SilviculturaBoletim Ativos da Silvicultura
Boletim Ativos da Silvicultura
 
Dieese
DieeseDieese
Dieese
 

Último

Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniCassio Meira Jr.
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduraAdryan Luiz
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024Jeanoliveira597523
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBAline Santana
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VERELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VERDeiciane Chaves
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMVanessaCavalcante37
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasCassio Meira Jr.
 
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfEditoraEnovus
 
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma AntigaANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma AntigaJúlio Sandes
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdfJorge Andrade
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOColégio Santa Teresinha
 
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?Rosalina Simão Nunes
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresLilianPiola
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavrasMary Alvarenga
 

Último (20)

Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditadura
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VERELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
 
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
 
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
 
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma AntigaANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
 
Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavras
 

Agrocurso cartilha

  • 1. NUTRIÇÃO DO GADO DE CORTE Prof. Gilmar Ferreira Prado Prof. Thiago Alves Prado Prado Consultoria e Planejamento Pecuário Ltda Faculdades Associadas de Uberaba (FAZU) www.fazu.br Os bovinos são animais poligástricos, dotados de estômago dividido em quatro compartimentos, contendo em sua porção inicial o Rumem e Retículo que são responsáveis pela digestão de alimentos fibrosos, transformando-os em nutrientes prontamente disponíveis para o desempenho produtivo. A evolução genética das raças produtoras de carne trouxe consigo um aumento das exigências nutricionais dos bovinos, proporcional ao seu nível de produção, o que torna sua alimentação dependente de suplementos capazes de suprir as deficiências das pastagens e outros alimentos volumosos. 1. Uso racional das pastagens A pastagem constitui a principal fonte de alimentos dos bovinos, mas nem sempre é manejada de forma adequada, muitas vezes devido à falta de conhecimento das suas condições fisiológicas de crescimento e composição nutricional. Manejar uma pastagem de forma adequada significa produzir alimentos em grandes quantidades além de procurar o máximo valor nutritivo possível do material. A produção de massa afeta de forma significativa a capacidade de suporte da pastagem (maior número de animais por área) e está influenciada pela fertilidade do solo, manejo e condições climáticas enquanto que o valor nutritivo afeta o ganho de peso do animal e depende principalmente da idade da planta. Associando estes dois requisitos, objetivamos um maior ganho de peso por área, o que viabiliza de forma técnica e econômica a atividade, conforme mostra a Fig. 1. M a n e j o d a s P a s t a g e n s P r o d u ç ã o d e M a s s a N ú m e r o d e A n i m a i s p o r Á r e a ( h a ) V a l o r N u t r i t i v o Figura 1. Influência da produção e valor nutritivo das pastagens sobre o ganho de peso por área G a n h o d e P e s o p o r A n i m a l Ganho de Peso por Área (ha)
  • 2. Para um bom desempenho produtivo, os ruminantes necessitam de Água, Proteína, Energia, Vitaminas e Minerais. Todos estes nutrientes são de grande importância para alimentação dos animais, variando apenas quantitativamente, no que diz respeito à categoria dos animais. Durante o período chuvoso, as pastagens chegam a apresentar níveis satisfatórios de proteína, energia e vitaminas, enquanto que os minerais estão deficientes, impedindo o pecuarista de obter índices máximos de produtividade, enquanto que no período de estiagem, todos nutrientes estão deficientes na pastagem. Portanto nesta época a suplementação de apenas um nutriente não resulta em melhores rendimentos do rebanho, conforme é apresentado no Gráf. 1. Níveis de Nutrientes nas Pastagens e Exigências dos Bovinos 100 Gráfico 1. Níveis de nutrientes nas pastagens e exigências dos bovinos 80 60 40 20 0 Proteína Energia Minerais Vitaminas 1.1. Manejo das pastagens Exigência Pasto Verde Pasto Seco Para adotarmos um bom manejo das pastagens, devemos levar em conta os princípios básicos de crescimento (Fotossíntese) e gasto de energia da planta (Respiração), assim como apresentado no Gráf. 2.
  • 3. Acúmulo 0 Gráfico 2. Produção de forragem (fotossíntese) e perdas (respiração) de acordo com o envelhecimento da pastagem 7 14 21 28 35 42 49 56 dias Fotossíntese Respiração Neste quadro podemos observar que à medida que a planta intensifica sua 100 80 60 40 20 Fotossíntese ela cresce acumulando reservas orgânicas na base do caule. Para forrageiras tropicais este ganho de energia aumenta gradativamente com a idade da planta e atinge o máximo aos 21, 28 ou 35 dias após o corte ou pastejo (dependendo da pastagem utilizada), o que indica que este deverá ser o período de descanso ideal da pastagem após o uso (pastejo). Por outro lado, enquanto a planta cresce a respiração também é intensa o que significa que ela está gastando parte da energia que foi sintetizada. Observa-se que a partir de 35 dias de idade a planta respira mais que sintetiza, ou seja, gasta mais do que produz e a conseqüência disto é uma menor produção de massa, com menor valor nutritivo, além de menores quantidades de reservas orgânicas, o que dificulta o rebrote após o período de pastejo. Isto explica o fato de que ao colocarmos os animais em um pasto vedado por longos períodos, o desempenho dos animais não é satisfatório e a rebrota da pastagem é lenta. 1.1.1. Período de Ocupação das pastagens Durante o período de pastejo os animais consomem em primeiro lugar as folhas e depois os caules. Após esta remoção inicia-se um processo de rebrote da pastagem, que cresce de 3 a 5 cm por dia, atingindo 10 a 15 cm de tamanho em aproximadamente 3 dias. No manejo racional, devemos evitar que os animais comam este rebrote, permitindo que o pasto tenha o máximo de crescimento sem ser danificado. Para que isto ocorra, devemos deixar os animais no pasto no máximo 7 dias, sendo que quanto menor for este período, menos os animais irão consumir o rebrote e maior será a sua produção de massa, resultando em maior capacidade de suporte. 1.1.2. Período de descanso das pastagens Após o período de ocupação, a pastagem deverá descansar, permitindo o máximo de rebrote sem ser danificada pela boca do animal. O tempo ideal de descanso depende da capacidade de rebrote que é afetada pela fertilidade do solo, espécie forrageira, condições climáticas e manejo, mas de modo geral este período deverá estar entre 21 (Humidícula,
  • 4. Tifton e Gramas em geral) a 35 dias (Braquiarão, Tanzânia, Mombaça, Colonião), onde podemos obter um bom valor nutritivo e o máximo de crescimento com acúmulo de reservas conforme visto no Gráfico 2. 1.2. Divisão das pastagens Para obtermos os períodos de ocupação e descanso desejados no manejo das pastagens, devemos dividir a área fazendo com que os animais pastejam em rodízio, permanecendo em um determinado pasto até consumir todo alimento disponível e logo em seguida desocupam o local, permitindo um rebrote eficiente sem danificar a planta. A divisão da área de pastejo deverá ser feita utilizando o seguinte esquema: Cálculo do Nº de Pastos Período de Descanso Período de Ocupação Nº de Pastos = Ex. Dividir uma área de 100 ha (Manejo tradicional = 100 UA) Nº de Pasto = 35 + 1 = 6 Pastos de 16,7 ha ( 200 UA ) 7 Nº de Pasto = 33 + 1 = 12 Pastos de 8,35 ha ( 300 UA ) 3 De acordo com o exemplo, podemos verificar que ao dividir-mos uma determinada área de pastejo, estaremos permitindo um melhor desenvolvimento da forrageira devido ao melhor crescimento de seu sistema radicular que passará a explorar uma maior área no solo aumentando então sua produção de massa. Nota-se que ao sairmos do sistema tradicional de pastejo contínuo, para um pastejo rotacionado com um período de ocupação de 7 dias, aumentamos a capacidade de suporte da pastagem de forma significativa e ao dividirmos novamente a área, passando o período de ocupação para 3 dias, podemos aumentar ainda mais a lotação. Evidentemente a capacidade de suporte de uma pastagem não é constante ao longo do tempo e tende a cair com o declínio da fertilidade do solo o que poderá ser corrigido com o uso de adubações que permite atingirmos níveis elevados de lotação. 2. Ganho de peso dos animais em pastagens Para avaliar o ganho de peso dos animais, devemos considerar não só o ganho individual, mas também o ganho por área, pois este último leva em conta a produção de massa do pasto e representa o quanto de peso vivo podemos obter em uma determinada
  • 5. área. Na Tab. 1 podemos observar que nem sempre o melhor ganho por animal é o que nos dá maior Efeito rendimento. da pressão de Pastejo Tabela 1. Efeito da pressão de pastejo sobre o ganho de peso cab/ha Ganho/dia (g/dia) Ganho/área (Kg) 0,5 sobre 700 o ganho 350 de peso 63 1,0 700 700 126 1,5 650 975 170 2,0 600 1200 216 2,5 400 1000 180 3,0 200 600 108 As espécies forrageiras apresentam comportamento diferente durante o ciclo produtivo anual, assim as espécies do gênero Pannicum (Colonião e suas variedades), são mais nutritivas que aquelas do gênero Braquiária durante o período das chuvas e à medida que aproxima do período seco as Braquiárias mantêm-se melhores rendimentos durante esta época, conforme é mostrado Período mais verdes, proporcionando na Tab. 2 e chuvoso 3. Tabela Pastagem 2. Ganho de peso de bezerros desmamados (peso inicial 160 a 180kg). Carga fixa durante a seca (2cab/ha) e carga variável Ganho durante o período de peso chuvoso Kg /cab/dia /ha /cab/dia Colonião 0,170 24 0,722 Jaraguá 0,133 15 0,616 B. decumbens 0,240 34 0,552 Setaria 0,137 Ganho 20 0,574 inicial
  • 6. Ganhos Carga animal de média peso Braquiarão e Colonião, Tabela 3. Ganhos de peso de novilhos em pastagens de Braquiarão e Colonião, na região de Dourados-MS inicial final Kg/an g/an/dia Kg/ha UA/ha Estações Tratamentos Braquiarão 448 528 80 519 399 4,4 Colonião 452 548 95 616 384 3,7 Braquiarão 243 283 41 293 142 2,3 Colonião 247 288 40 289 107 1,8 Chuvosa Seca 3. Suplementação Mineral de Bovinos em Pastagens Os minerais considerados essenciais, isto é, aqueles para os quais já se conhece pelo menos uma função essencial à vida animal, são classificados em função das necessidades quantitativas dos animais em: Macrominerais (Cálcio, Fósforo, Magnésio, Potássio, Cloro, Sódio e Enxofre) e Microminerais (Ferro, Cromo, Zinco, Manganês, Iodo , Selênio, Cobre, Cobalto e Molibdênio); Flúor, Vanádio, Titânio, Silício, Níquel, Arsênio, Bromo, Estrôncio e Cádmio são considerados como provavelmente essenciais (GEORGIEVSKEE, 1982 ). 3.1. Importância dos macrominerais As funções básicas dos minerais essenciais podem ser divididas em três grupos principais (CHRISTY,1984): no primeiro grupo estão as funções relacionadas com o Crescimento e Mantença dos tecidos corporais; no segundo estão as funções da regulação dos processos corporais dos animais; e no terceiro grupo estão as funções de regulação na utilização da energia dentro das células do corpo. 3.1.1. Cálcio e Fósforo (Ca e P) Representam 70% do total de minerais encontrados no corpo do animal. 90% destes, estão presentes nos ossos e dentes. O Cálcio além de essencial para formação do esqueleto, entra na composição do leite, coagulação do sangue, regulagem dos batimentos cardíacos, manutenção e excitabilidade neuromuscular, ativação de enzimas e manutenção da permeabilidade das membranas. O Fósforo além de compor o esqueleto participa na manutenção dos microorganismos do rumem, ajuda na absorção dos carboidratos, transporta os ácidos graxos (fosfolipídeos) e desempenha papel importante na absorção e metabolismo da energia.
  • 7. É de fundamental importância que Cálcio e Fósforo mantenham uma relação de aproximadamente duas partes de Cálcio para uma de Fósforo. Os bovinos toleram relações mais altas desde que não ocorra deficiência destes minerais na dieta , desde que não ocorra deficiência de vitamina D, importante para absorção e deposição do cálcio no Tecido Ósseo. A deficiência de cálcio é rara em gado de corte, pois as forrageiras apresentam níveis relativamente altos deste mineral. Entretanto, SOUZA; ROSAL (1982) constataram deficiências em animais no Pantanal do Mato Grosso e em Rondônia. Em gado leiteiro de alta produção a deficiência é mais freqüente O sintoma mais evidente da deficiência de cálcio e fósforo é o Raquitismo em animais jovens e a Osteomalácia em animais adultos. O Raquitismo é uma má formação dos ossos onde os animais apresentam inchação das juntas, engrossamento das extremidades dos ossos, arqueamento do dorso e enrijecimento das pernas. Em casos de deficiência mais acentuada apresentam joelhos curvados e pernas arqueadas. Na Osteomalácia Cálcio e Fósforo são retirados dos ossos sem que ocorra reposição, tornando-os fracos e quebradiços. A exigência maior aparece no final da gestação e durante a lactação. Os principais sintomas de deficiência de Fósforo são:  Anorexia (redução do apetite);  Depravação do apetite, o animal come ossos, madeira, terra e outros matérias;  Baixos índices de fertilidade, resultando em maior intervalo entre partos e menor número de crias por ano;  Redução dos índices produtivos como: produção de leite, ganho de peso e conversão alimentar. A deficiência de Fósforo constitui um dos mais sérios problemas da Nutrição dos Ruminantes, uma vez que as pastagens são muito deficientes neste mineral. Os altos níveis de Ferro e Alumínio acentuam a deficiência do Fósforo por formarem complexos insolúveis. 3.1.2. Magnésio (Mg) A deficiência de Magnésio é rara, uma vez que este mineral é abundante na maioria dos alimentos. 70% do Mg corporal está presente no esqueleto. As principais funções estão relacionadas ao metabolismo de Carboidratos e Lipídios, catalisadores de vários sistemas enzimáticos, oxidação celular e atividade neuromuscular. O sintoma típico da deficiência de Mg é a tetania das pastagens. Animais velhos apresentam maior dificuldade de mobilizar Mg dos ossos e são mais susceptíveis à tetania. 3.1.3. Potássio (K) O Potássio é o principal cátion intracelular, está presente também no meio extracelular onde atua na atividade muscular. É importante ainda no balanço osmótico, equilíbrio ácido-base, balanço hídrico corporal e ativação de sistemas enzimáticos. As pastagens tropicais geralmente são ricas em potássio e a maior parte do K ingerido é reciclado pela urina. A deficiência de K pode aparecer em animais com dietas a base de feno, silagem e forrageiras de corte que não recebem adubação com este elemento. É mais freqüente em animais confinados, pois os grãos são relativamente pobres neste mineral. Animais em condições de estresse, perdem mais K pela urina, portanto neste caso a dieta deve conte maiores níveis do mineral. 3.1.4. Sódio e Cloro (Na, Cl)
  • 8. A importância destes minerais na alimentação dos animais é conhecida há milhares de anos pelo desejo de consumir sal comum (NaCl). O Na junto com o K possui a função de manter a pressão osmótica e equilíbrio ácido-base. Desempenham papel importante a nível celular, no metabolismo da água, na absorção de nutrientes e na transmissão de impulsos nervosos. O Cl é componente do ácido clorídrico do suco gástrico. O Na é considerado o elemento mais deficiente entre todos os minerais essenciais aos ruminantes, uma vez que os alimentos são pobres e o organismo não possui reservas deste mineral. Possui papel importante na manutenção da atividade dos microorganismos do rumem pelo eficiente poder tampão que exerce. A suplementação de sódio deve ser contínua para os ruminantes e o consumo voluntário é aproximadamente 1000 ppm de Na, o que representa 10 g do mineral para cada 10 kg de matéria seca consumida, resultando em um consumo de 27 g de NaCl por dia. O sal comum (NaCl) é o principal regulador do consumo da mistura mineral. Portanto misturas com alta concentração de Na Cl, resultam em baixo consumo pelos bovinos. Isto explica também a ineficiência do fornecimento de NaCl separado dos outros minerais. 3.1.5. Enxofre (S) O Enxofre é constituinte dos aminoácidos sulfurosos (Cistina, Cisteina e Metionina) e das vitaminas Tiamina e Biotina. A principal função do S, para os ruminantes, está relacionado à síntese de aminoácidos no rumem , às vitaminas e síntese do Acido Propiônico. Para uma eficiente utilização do nitrogênio não protéico (NNP) pelas bactérias do rumem, deve haver uma relação de 1 (uma) parte de S para 14 (quatorze) partes de Nitrogênio da dieta. Para obter esta proporção recomendamos substituir 10% do peso da uréia utilizada na alimentação dos bovinos, por sulfato de amônia. 3.2. Importância dos microminerais 3.2.1. Cobalto (Co) O Cobalto é importante para os microorganismos do rumem na síntese de vitamina B12. Os ruminantes são totalmente dependentes da capacidade dos microorganismos em sintetizar a vitamina B12. A vitamina B12 catalisa a reação do Propionato para succinato no Ciclo de Krebs (Conn; Stumpf; 1972). Em sua ausência ocorre uma elevação do nível do Propionato no organismo e o animal perde apetite. O sintoma mais evidente da deficiência de Co em ruminantes é a falta de apetite, resultando em anemia, pêlos ásperos, engrossamento da pele, perda de peso e morte. No Brasil estes sintomas são comumente denominados mal do colete, peste do secar, mal de fastio. As deficiências menos acentuadas acarretam em maiores prejuízos, pois o pecuarista dificilmente constata o fato. Níveis menores que 0,1 ppm de Co na matéria seca da pastagem pode levar à deficiências generalizadas quando os animais não são suplementados. 3.2.2. Zinco (Zn) O Zinco e um ativador de enzimas e está relacionado com o metabolismo de ácidos nucleico, síntese de proteína e metabolismo de carboidratos. Potencializa os efeitos dos hormônios F S H e L H o transporte e utilização da vitamina A .
  • 9. As Pastagens tropicais, principalmente as do gênero Braquiaria apresentam baixos níveis de Zn no tecido. No Brasil Central constatamos níveis médios de 5 a 10 ppm na matéria seca, para uma exigência de 50 ppm. Os sintomas mais típicos da deficiência estão relacionados com anormalidades na pele devido a presença de Zn em maior quantidade nesta região. 3.2.3. Ferro (Fe) O Ferro é o principal componente da hemoglobina e mioglobina, está ligado ao transporte e armazenamento de oxigênio para respiração celular. As pastagens geralmente apresentam altos níveis de Fe sendo rara sua deficiência. Animais jovens na fase de aleitamento podem apresentar uma anemia hipocrômica microcítica, principalmente quando ocorre em conjunto alta infestação por vermes e carrapatos. 3.2.4. Cobre (Cu) O Cobre atua junto com o ferro na síntese de hemoglobina, participa da absorção do Fe no intestino delgado. Está ligado à síntese da camada de mielina que recobre o sistema nervoso central. É necessário para pigmentação normal da pele e dos pêlos. Os principais sintomas da deficiência de Cu são relatados como desordens nervosas, pele e pêlos despigmentados, diarréias, queda na produção de leite e da fertilidade. As pastagens geralmente são pobres neste mineral. No Brasil Central temos constatado níveis de 5 a 8 ppm de Cu na matéria seca enquanto que o normal deveria ser de 10 ppm. Níveis do Molibdênio superiores a 5 ppm interfere na absorção do cobre (SOUZA; ROSA, 1982). 3.2.5. Manganês (Mn) O Manganês é de grande importância para manutenção dos órgãos reprodutivos dos machos e fêmeas, participa como cofator de várias enzimas envolvidas no metabolismo de carboidratos e lipídeos. Em geral, as pastagens apresentam níveis satisfatórios de Mn. A deficiência pode aparecer em regiões com altos níveis de Ca no solo. Em dietas ricas em Ca e P aumenta a exigência em Mn. SOUZA (1978), constatou a deficiência de Mn em vários regiões do Brasil, principalmente no Mato Grosso. Nestas regiões animais deficientes apresentam problemas reprodutivos, desenvolvimento retardado e deformação dos membros posteriores de bezerros recém-nascidos. 3.2.6. Iodo ( I ) A maior parte do Iodo é encontrado na glândula tiróide para formação da tiroxina e triodotiroxina, estes hormônios atuam na termorregulação, na reprodução, no crescimento e desenvolvimento animal, incluindo a fase fetal, na circulação e na função muscular. A deficiência de Iodo provoca uma hipertrofia da tireóide conhecida como bócio endêmico ou papeira. O aumento da glândula ocorre devido à tentativa de produzir os hormônios na ausência de Iodo. Animais recém-nascidos de vacas deficientes podem apresentar o bócio, além da incidência de natimortos mal formados e sem pelagem. As fêmeas em reprodução apresentam anestro e os machos perda da libido (GEORGIEVSKET, 1982). 3.2.7. Selênio (Se) O Selênio foi estudado inicialmente como elemento tóxico. O conhecimento de sua necessidade como mineral essencial é relativamente recente.
  • 10. Os sintomas de intoxicação por Se aparecem em bovinos quando consomem forragem com 4.000 ppm (JARDIM,1973) de Se na matéria seca e são relatados como atordoação , rigidez das articulações , perda de pêlos e deformações nas unhas. A função do Se no organismo do animal é servir como ativador da enzima glutatione peroxidase, que por sua vez destrói os peróxidos de hidrogênio, transformando-os em hidroácidos. A deficiência do Se ocasiona um acúmulo de peróxido de hidrogênio com destruição da membrana celular, danificando os tecidos. A vitamina E evita a formação de peróxidos, mas quando já formados somente o Se é capaz de destruí-los. A deficiência de Se provoca o aparecimento de uma distrofia muscular conhecida como doença do músculo branco. Além desta doença, provoca também aumento nos índices de retenção de placenta, caquexia. Diarréia, redução no crescimento e problemas reprodutivos. 3.2.8. Cromo (Cr) O elemento cromo há muitos anos vem despertando o interesse dos cientistas devido seu efeito sobre os fatores negativos causados pelo estresse. Animais sobre intensa condição de estresse eliminam altas quantidades de cromo na urina, podendo deixar o indivíduo deficiente neste elemento. A deficiência em cromo reduz a resposta de transporte da glicose no sangue, enfraquecendo seu efeito nas células. A principal conseqüência disso é a redução no ganho de peso e produção de leite, além de aumento na susceptibilidade às doenças. Portanto, animais em desmama, que acabaram de ser transportados, após castração e vacinação, em intenso calor e vacas em lactação (principalmente primíparas) com bezerro ao pé, respondem muito bem à suplementação com cromo, elevando o desempenho produtivo. 3.2. Importância da suplementação mineral na produtividade dos bovinos Vários são os trabalhos que mostram a importância da suplementação mineral no desempenho produtivo dos animais. As deficiências de P são as mais limitantes, seguida de Zn, Cu, Co, I e Se. O aumento nos índices reprodutivos é a principal vantagem da suplementação mineral, como mostram os trabalhos conduzidos na América Latina, África e Ásia; apresentados no Gráf. 3.
  • 11. Estudos sobre Aumento 90 80 Gráfico 3. Estudos latino americano, africano e asiático sobre os efeitos da suplementação mineral no aumento da porcentagem de natalidade 70 60 50 40 30 20 10 0 Bolívia Brasil Colômbia Peru África do Sul Tailândia Uruguai Controle Controle+Suplemento Mineral GUIMARÃES e NASCIMENTO (1971) estudaram o efeito da suplementação com sal comum, farinha de ossos, cobre e cobalto no desempenho reprodutivo de vacas a nível de pasto, na Ilha de Marajó e encontraram resposta positiva aos tratamentos com fósforo e microminerais (Tab. 4.). Tabela 4. Porcentagem de nascimento de bezerros nos grupos de vacas sob vários tratamentos (adaptado de GUIMARÃES & NASCIMENTO, 1971). Tramento Número de Vacas Número de Bezerros Nascidos Porcentagem de Nascimento Desvio (%) do Testemunha A 50 34 68,0 18,9 B 54 39 72,2 23,2 C 51 28 54,9 5,8 D 53 26 49,1 - A - Pasto nativo + sal comum + farinha de ossos + cobre + cobalto B - Pasto nativo + sal comum + farinha de ossos C - Pasto nativo + sal comum D - Pasto nativo SOUZA et al. (1984) verificaram o efeito da suplementação mineral (sal comum, sal comum + fosfato e sal comum + fosfato + microminerais ) em novilhas sob pastejo de Capim Colonião adubado. No período seco, a suplementação não teve efeito positivo no desempenho dos animais.
  • 12. O nível de minerais encontrados em análises de forrageiras é muito variável de acordo com cada região. Em um trabalho realizado em 180 propriedades dos estados de Rondônia e Acre, encontramos os níveis de macro e microminerais contidos nos Gráficos 4 e 5. Gráfico 4. Níveis de macrominerais, mínimos e máximos em relação à exigência dos Níveis de Macrominerais 0,5 mesmos 0,45 0,4 0,35 0,3 0,25 0,2 0,15 0,1 0,05 Fósforo Cálcio Magnésio Enxofre Mínimo Máximo Exigência Níveis de Microminerais Gráfico 5. Níveis de microminerais, mínimos e máximos em relação à exigência dos 100 mesmos 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Zn Cu Mn Fe Mínimo Máximo Exigência Os resultados mostram que existe uma grande variação na composição das pastagens e sugere que as formulações de misturas minerais deverão ser específicas para cada região ou propriedade.
  • 13. 4. Suplementação mineral, protéica e protéico-energética de bovinos em pastagens Durante o período seco as pastagens apresentam uma menor intensidade de rebrote e consequentemente um menor número de folhas verdes, diminuindo a capacidade de suporte o que traz como conseqüência a perda de peso dos animais. Com adoção de um manejo adequado, podemos reservar parte da produção de pasto do período chuvoso para ser utilizada na época seca, permitindo que os animais tenham bom desempenho neste período. O baixo valor nutritivo das pastagens durante a seca pode ser corrigido com o uso de misturas múltiplas contendo além dos minerais, proteínas verdadeiras (farelos), nitrogênio não protéico (uréia) e carboidratos (grãos de cereais) que garantem uma nutrição adequada dos microorganismos do rúmen, com aumento na digestibilidade, maior consumo e aproveitamento da pastagem. A suplementação com estas misturas permite obtermos ganhos moderados e até mesmo semelhantes àqueles conseguidos durante o período das águas. Quanto maior a quantidade de suplemento oferecido melhor será o ganho de peso e neste caso aparece um efeito substitutivo da ração concentrada pelo pasto, como ocorrem nos semi-confinamentos onde os animais recebem em média até 1% de seu peso vivo, na forma desta ração. Neste caso os ganhos variam em média de 800 a 1000 g de peso vivo por animal ao dia, sendo que estes valores podem variar de acordo com as condições do pasto, ou seja, quanto maior a disponibilidade de folhas verdes, melhor serão os ganhos. O semi-confinamento é indicado apenas para a terminação dos animais e torna-se viável principalmente em regiões onde o pasto mantém-se verde durante o período seco, portanto não é viável obtermos ganhos de pesos elevados no período seco e depois voltar os animais ao regime de pasto, o que irá implicar em uma redução do ritmo de ganho na época das águas. Para suplementarmos animais com exigências moderadas como são os bezerros, novilhas e vacas em final de gestação, podemos utilizar misturas de menor consumo (50 a 75g / 100 Kg de Desenvolvimento Tratamento peso vivo ao dia) ou seja, aproximadamente 300 g por animal são conhecidas comumente no mercado como “Sal de Proteinado”. g/animal/Novilhos Neste dia caso, Meses adulto, que o objetivo é obter pequenos ganhos de peso no período seco (Sal Proteinado) e intensificar o ganho no período de Submetidos chuvas (Protéico da águas), antecipando desta forma o abate dos animais, conforme mostra o experimento realizado a Diferentes na Embrapa de Campo Regimes Grande (CNPGC). Tabela 6. Desenvolvimento de novilhos submetidos a diferentes regimes alimentares A - Testemunha 355 35,3 B - Supl. primeira seca Alimentares. 410 30,6 C - Supl. segunda seca 450 28,7 D - Supl. primeira e segunda secas 510 26,3 E - Supl. primeira e conf. na segunda 725 22,6 F - Supl. durante todo ano 550 24,6 Vale lembrar que a suplementação com misturas múltiplas durante o período chuvoso é viável apenas quando temos animais de alta capacidade genética para ganho de
  • 14. peso e a pastagem não é suficiente (manejo fora do ideal), necessitando de uma suplementação principalmente nos níveis de proteína, energia e minerais da pastagem. 5. Conclusões e Recomendações para Suplementação de Bovinos de corte em Pastagens  A produção de bovinos de corte a pasto é a forma mais econômica que o produtor pode encontrar em seu criatório, porém o manejo adequado das pastagens torna-se de fundamental importância para obter o máximo de ganho por área, tornando a atividade mais econômica;  A divisão das pastagens constitui uma técnica eficaz de manejo e permite fazer com que os animais pastejam em rodízio, aumentando a produção de massa do pasto, além de evitar sua degradação;  A suplementação mineral de bovinos criados a pasto é de fundamental importância para garantirmos um bom desempenho produtivo;  O principal sintoma da deficiência está relacionado com a queda da fertilidade, o que reduzem os números de bezerros nascidos na propriedade;  Quanto maior a produção e disponibilidade de massa verde na pastagem, maior será a necessidade de minerais, portanto no período de verão a suplementação proporciona melhores resultados de produtividade dos animais;  No período seco, se os animais tiverem baixa disponibilidade de massa nas pastagens, a suplementação poderá ser moderada, uma vez que os altos níveis de minerais não repercutem em maiores produções;  Carências acentuadas podem levar ao aparecimento de doenças e até morte dos animais;  O mineral mais deficiente em nossas pastagens é o Sódio, mas o Fósforo é o mais limitante uma vez que chega representar 60 a 80 % do custo em uma mistura mineral de boa qualidade;  Para aquisição de misturas comerciais, fatores como o nível de fósforo, biodisponibilidade da matéria prima utilizada e níveis dos microminerais citados, são de grande importância na escolha;  As misturas minerais deverão ficar à disposição dos animais, em cochos apropriados (se possível cobertos) e reabastecidos sempre que necessário;  Em propriedades com gado de cria, onde vacas e bezerros permanecem juntos em um mesmo pasto, a construção dos cochos devera permitir um fácil acesso também para os bezerros;
  • 15.  O estudo específico das condições de cada propriedade, relacionadas com o desempenho e aspecto dos animais, composição química das pastagens (conhecida através de análises em laboratórios) e níveis de exigências dos animais, leva a uma escolha ou formulação de misturas mais econômicas e com melhores resultados produtivos do plantel;  A suplementação com misturas múltiplas, principalmente no período seco, tem apresentado bons resultados econômico, pelo fato de reduzir a idade ao abate dos animais;  O uso da quantidade adequada de cochos é de fundamental importância e podemos adotar as medidas de 5 cm de área de chegada por animal, para o caso de misturas minerais e 10-15 cm para misturas múltiplas;  Em caso de dúvida, nunca tome decisões precipitadas na escolha ou formulação das misturas, procure um profissional de sua confiança.