SlideShare uma empresa Scribd logo
A
gora que você já conhece a Pecuária
Balestra, apresentada na edição pas-
sada do Vitrine Tecnológica, vamos
falar sobre dois de seus setores produtivos: o
plantel de vacas com cria ao pé e as fêmeas
em crescimento, categorias que ficam concen-
tradas nas fazendas ÁguaVermelha, Limeira e
São Pedro. O administrador da empresa, Igor
Balestra, nos recebeu, dia 7 de fevereiro, em
plena estação de monta, que iniciou dia 15 de
dezembro e termina em 17 março. Pela pri-
meira vez, Igor está trabalhando com uma es-
tação curta de 92 dias (veja gráfico), visando a
aumentar a pressão de seleção sobre as fême-
as. O produtor nos recebeu na Fazenda Limei-
ra, justamente onde fica seu maior “xodó”: as
primeiras precocinhas inseminadas pela em-
presa. São 171 fêmeas com idade entre 13 e
16 meses, cuja projeção mínima de prenhez é
de 25%. Igor, que não esconde sua ansieda-
Mônica Costa
Edição: Maristela Franco
de, espera o dobro disso: 50%. “Teremos boas
surpresas”, diz rindo.
Visando garantir esse resultado em uma
estação tão curta, o jovem administrador fez
inseminação artificial em tempo fixo (IATF)
nas novilhas em fevereiro, para que seu par-
to não coincida com a seca, o que prejudicaria
seu índice de reconcepção. Aquelas que não
emprenharem terão nova chance na estação
seguinte, mas Igor pretende ser mais rigoroso
no futuro. “Em 2019/2020, já vamos trabalhar
apenas com novilhas precoces, sem segunda
chance. As fêmeas vazias serão descartadas.
Novilhas são inseminadas aos 13-16 meses e vacas dão 80% de prenhez no rotacionado.
“Precocinhas”, o xodó
da Pecuária Balestra
Nosso último lote de novilhas convencionais
será inseminado em 2017/2018. Tomei essa
decisão, não apenas porque quero imprimir
precocidade ao rebanho, mas para obter um
bezerro a mais por vaca, eliminar uma catego-
ria da fazenda (fêmeas de recria) e, com isso,
aumentar a lotação/ha”, salienta.
Protocolo nutricional – A precocidade
está diretamente associada à genética, mas
também depende de um bom protocolo nu-
tricional, que, na Pecuária Balestra, é desen-
volvido pelo zootecnista Gabriel Morais, téc-
nico da DSM. Desmamadas em junho do ano
passado com média de 190 kg, as bezerras
foram transferidas da Fazenda Água Verme-
lha, onde ficam as vacas com cria ao pé, para
um pasto de brizanta da Fazenda Limeira, ve-
dado especialmente para recebê-las. Lá, con-
sumiram 0,1% do peso vivo de Fosbovi Pro-
teico 35 M. O número indica o percentual de
proteína presente no produto e o M é a sigla
de monensina, um aditivo que ajuda a manter
o consumo dentro dos patamares esperados e
favorece o desempenho a pasto. “Essa suple-
mentação é a que possibilita a fêmeas ganhar
peso na seca, com melhor relação custo/be-
nefício”, explica Morais.
Nas águas, há necessidade de se “pisar
no acelerador”, para fazer as fêmeas atingi-
rem condição corporal adequada à insemina-
ção (mínimo de 300 kg). Em novembro, elas
foram transferidas dos pastos extensivos para
os módulos de rotacionado da Limeira, sen-
do suplementadas na proporção de 0,5% do
peso vivo com um proteico-energético pre-
parado na própria fazenda, que agora tem fá-
brica de ração. Igor utilizou grãos comprados
na região, ureia e o Núcleo Boi Verde Cresci-
mento M. Devido à qualidade dos pastos rota-
cionados e da suplementação sob medida, as
fêmeas engordaram 850g/cab/dia, chegando
aos 300 kg em fevereiro e ciclando aos 13-16
meses. “Com isso, já podem iniciar vida re-
produtiva”, diz Morais. Esse protocolo nutri-
Fêmeas durante recria nas águas:
ganho de 850 g/cab/dia.
Redução da estação de monta
Dias
Fotos:MônicaCosta
54 DBO março 2017
cional, evidentemente, é mais caro do que o
das novilhas convencionais (24-26 meses),
que receberam 0,1% do peso vivo de Fosbov
Proteico 45, na seca, e sal mineral enriqueci-
do com cromo (Foscromo) nas águas. Igor ga-
rante, contudo, que o investimento na nutrição
das nas precocinhas compensa.
Suplementar fêmeas compensa – Con-
forme simulações feitas pelo gestor no final do
ano passado, se 60% de um lote de 350 preco-
cinhas emprenhassem já nas primeiras águas
pós-desmama, com 13-15 meses de idade, a
um custo alimentar de R$ 108.479/período,
e as 140 fêmeas que ficassem vazias fossem
vendidas por R$ 242.487 (R$ 135/@, confor-
me cotação de Goiás), já se teria saldo finan-
ceiro positivo de R$ 134.000 no primeiro ano,
enquanto as convencionais gerariam gastos
menores (R$ 23.505/período), mas nenhuma
receita. No ano seguinte, pressupondo-se que
70% das 210 precoces mantidas na fazenda
emprenhassem, o produtor obteria receita de
R$ 354.684, proveniente do descarte de 63 fê-
meas vazias e da venda de 210 bezerros, com
uma despesa menor (R$ 54.289).
Já as convencionais, gerariam receita de
R$ 74.528 somente no segundo ano, decor-
rente do descarte de 70 fêmeas não prenhes e
já descontados custos de R$66.718,58. Con-
clusão: o lote das precoces geraria saldo de R$
434.401,44 líquidos ao final de dois anos, ante
R$ 19.822 das convencionais. A diferença à
favor das precoces seria de R$ 414.579,41.
“Minhas expectativas não não apenas finan-
ceiras mas também técnicas com a antecipa-
ção da idade à primeira cria são muito posi-
tivas. Fizemos os protocolos de IATF dessas
duas categorias no mesmo dia, em fevereiro,
e observamos o mesmo índice de cio e dilata-
ção, o que demonstra comportamento repro-
dutivo das precoces semelhante ao das con-
vencionais”, diz Igor.
Fim de um mito – Para as multíparas tam-
bém foram desenvolvidos protocolos nutri-
cionais específicos. Na seca (junho a outu-
bro), elas consomem sal ureado e, nas águas,
Fosbovi Reprodução, que contém minerais
orgânicos, com maior biodisponibilidade, e
em concentração mais alta (90 g de fósforo
Veja mais
Na próxima edição, falaremos sobre a recria
de machos por meio de “sequestro” na seca e
pastejo rotacionado nas águas. Mais detalhes da
visita à Pecuária Balestra podem ser conferidos
no blog criado por DBO especialmente para
divulgação do projeto. O endereço é
www.vitrinetecnologica.blogspot.com.br.
Acesse e participe!
ao invés dos 80 usuais), pois essas fê­meas,
ainda em fase de lactação, precisam gerar
um novo bezerro sem sofrer déficit mineral.
“Este é um período crítico e as vacas devem
estar em condição de saúde ótima para em-
prenhar”, explica Morais. Esse protocolo nu-
tricional e a qualidade das pastagens destina-
das à cria explicam o bom índice de prenhez
das multíparas (84%). Os lotes mantidos nos
quatro módulos de rotacionado da fazenda
chegaram a 86%.
“Me diziam que as vacas não emprenha-
riam se fossem colocadas nesse tipo de sis-
tema, que exige movimentação do gado para
troca de piquetes, mas não acreditei. Afinal,
elas estavam em pastos de alta qualidade, re-
cebendo suplementação, com área de cocho
e bebedouro adequados ao tamanho do lote.
Não havia motivos para dar errado”, lembra
Igor. Nem mesmo a redução no número de
sincronizações de três para duas, neste ano,
mudou esse resultado. “A suplementação é
importantíssima, mas se eu não tivesse pas-
tagens de qualidade, não alcançaria as metas
projetadas”, diz Balestra.
Os quatro módulos de rotacionado da Fa-
zenda Água Vermelha destinados às vacas de
cria têm área média de 15 ha, são subdivididos
em 12 a 15 piquetes, e recebem anualmente
uma adubação fosfatada, com base em análi-
se de solo, e cinco aplicações de nitrogênio no
período das águas, totalizando 200 kg de N/
ha/ano. Os módulos são equipados com creep
feeding, onde os bezerros recebem 100 g/cab/
dia de Fosbovinho ADE, rico em vitaminas,
para melhor ganho de peso e fortalecimento
de seu sistema imunológico. Igor ainda está
estudando como será o protocolo desses be-
zerros em fase de alimentação neste ano.	 n
Vaca no rotacionado:
primeiras a emprenhar
Igor com Morais, da DSM:
troca de experiências
2

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Vitrine Tecnológica DBO - Capítulo 6
Vitrine Tecnológica DBO - Capítulo 6Vitrine Tecnológica DBO - Capítulo 6
Vitrine Tecnológica DBO - Capítulo 6
Tiago de Jesus Costa
 
Vitrine Tecnológica DBO - Capítulo 5
Vitrine Tecnológica DBO - Capítulo 5Vitrine Tecnológica DBO - Capítulo 5
Vitrine Tecnológica DBO - Capítulo 5
Tiago de Jesus Costa
 
Ensino Online - Integração Lavoura Pecuária intensificação sustentável
Ensino Online - Integração Lavoura Pecuária intensificação sustentável Ensino Online - Integração Lavoura Pecuária intensificação sustentável
Ensino Online - Integração Lavoura Pecuária intensificação sustentável
ANCP Ribeirão Preto
 
Apostila 10 - Índices zootécnicos e resultados econômicos
Apostila 10 -  Índices zootécnicos e resultados econômicosApostila 10 -  Índices zootécnicos e resultados econômicos
Apostila 10 - Índices zootécnicos e resultados econômicos
Portal Canal Rural
 
Manual de Confinamento de Bovinos de Corte da Guabi
Manual de Confinamento de Bovinos de Corte da GuabiManual de Confinamento de Bovinos de Corte da Guabi
Manual de Confinamento de Bovinos de Corte da Guabi
Sérgio Amaral
 
A importância da integração lavoura-pecuária com plantio direto na estratégia...
A importância da integração lavoura-pecuária com plantio direto na estratégia...A importância da integração lavoura-pecuária com plantio direto na estratégia...
A importância da integração lavoura-pecuária com plantio direto na estratégia...
FAO
 
ILP - Lourival Vilela
ILP - Lourival VilelaILP - Lourival Vilela
ILP - Lourival Vilela
ANCP Ribeirão Preto
 
Fazenda Kirei - Ao gosto do Freguês
Fazenda Kirei - Ao gosto do FreguêsFazenda Kirei - Ao gosto do Freguês
Fazenda Kirei - Ao gosto do Freguês
Fundacao Chapadao
 
Integração Lavoura-Pecuária-Floresta(ILPF)
Integração Lavoura-Pecuária-Floresta(ILPF)Integração Lavoura-Pecuária-Floresta(ILPF)
Integração Lavoura-Pecuária-Floresta(ILPF)
Ibá – Indústria Brasileira de Árvores
 
121024 18-wbeef-engorda-a-pasto-armindo-kichel
121024 18-wbeef-engorda-a-pasto-armindo-kichel121024 18-wbeef-engorda-a-pasto-armindo-kichel
121024 18-wbeef-engorda-a-pasto-armindo-kichel
AgroTalento
 
Instalaçoes corte
Instalaçoes corteInstalaçoes corte
Instalaçoes corte
Igor Magalhães
 
Potenciais de crescimento da silvicultura, agrossilvicultura e competitividad...
Potenciais de crescimento da silvicultura, agrossilvicultura e competitividad...Potenciais de crescimento da silvicultura, agrossilvicultura e competitividad...
Potenciais de crescimento da silvicultura, agrossilvicultura e competitividad...
Instituto Besc
 
Seminário ANCP 2016 – Roberto Guimarães Junior – Pecuária de corte de alta pr...
Seminário ANCP 2016 – Roberto Guimarães Junior – Pecuária de corte de alta pr...Seminário ANCP 2016 – Roberto Guimarães Junior – Pecuária de corte de alta pr...
Seminário ANCP 2016 – Roberto Guimarães Junior – Pecuária de corte de alta pr...
ANCP Ribeirão Preto
 
Integração Lavoura Pecuaria Floresta ILPF
Integração Lavoura Pecuaria Floresta ILPFIntegração Lavoura Pecuaria Floresta ILPF
Integração Lavoura Pecuaria Floresta ILPF
Gabriela De Paula Marciano
 
Projeto para Ovinocultura de Leite - Queijo Pecorino Toscano Fresco
Projeto para Ovinocultura de Leite - Queijo Pecorino Toscano FrescoProjeto para Ovinocultura de Leite - Queijo Pecorino Toscano Fresco
Projeto para Ovinocultura de Leite - Queijo Pecorino Toscano Fresco
Alice Melo Candido
 
Codornas sim
Codornas simCodornas sim
Codornas sim
Liliam Da Paixão
 
Integração Lavoura Pecuária Floresta Leiteira pequenos produtores
Integração Lavoura Pecuária Floresta Leiteira pequenos produtoresIntegração Lavoura Pecuária Floresta Leiteira pequenos produtores
Integração Lavoura Pecuária Floresta Leiteira pequenos produtores
Kassia Santos
 
Manejos nutricional para aves
Manejos nutricional para avesManejos nutricional para aves
Manejos nutricional para aves
Marília Gomes
 
Produção de leite e duração da lactação de cabras da raça pardo alpina
Produção de leite e duração da lactação de cabras da raça pardo alpinaProdução de leite e duração da lactação de cabras da raça pardo alpina
Produção de leite e duração da lactação de cabras da raça pardo alpina
gecoufba
 
Seminário ANCP 2016 – Carlos Viacava – Produção agropecuária sustentável em s...
Seminário ANCP 2016 – Carlos Viacava – Produção agropecuária sustentável em s...Seminário ANCP 2016 – Carlos Viacava – Produção agropecuária sustentável em s...
Seminário ANCP 2016 – Carlos Viacava – Produção agropecuária sustentável em s...
ANCP Ribeirão Preto
 

Mais procurados (20)

Vitrine Tecnológica DBO - Capítulo 6
Vitrine Tecnológica DBO - Capítulo 6Vitrine Tecnológica DBO - Capítulo 6
Vitrine Tecnológica DBO - Capítulo 6
 
Vitrine Tecnológica DBO - Capítulo 5
Vitrine Tecnológica DBO - Capítulo 5Vitrine Tecnológica DBO - Capítulo 5
Vitrine Tecnológica DBO - Capítulo 5
 
Ensino Online - Integração Lavoura Pecuária intensificação sustentável
Ensino Online - Integração Lavoura Pecuária intensificação sustentável Ensino Online - Integração Lavoura Pecuária intensificação sustentável
Ensino Online - Integração Lavoura Pecuária intensificação sustentável
 
Apostila 10 - Índices zootécnicos e resultados econômicos
Apostila 10 -  Índices zootécnicos e resultados econômicosApostila 10 -  Índices zootécnicos e resultados econômicos
Apostila 10 - Índices zootécnicos e resultados econômicos
 
Manual de Confinamento de Bovinos de Corte da Guabi
Manual de Confinamento de Bovinos de Corte da GuabiManual de Confinamento de Bovinos de Corte da Guabi
Manual de Confinamento de Bovinos de Corte da Guabi
 
A importância da integração lavoura-pecuária com plantio direto na estratégia...
A importância da integração lavoura-pecuária com plantio direto na estratégia...A importância da integração lavoura-pecuária com plantio direto na estratégia...
A importância da integração lavoura-pecuária com plantio direto na estratégia...
 
ILP - Lourival Vilela
ILP - Lourival VilelaILP - Lourival Vilela
ILP - Lourival Vilela
 
Fazenda Kirei - Ao gosto do Freguês
Fazenda Kirei - Ao gosto do FreguêsFazenda Kirei - Ao gosto do Freguês
Fazenda Kirei - Ao gosto do Freguês
 
Integração Lavoura-Pecuária-Floresta(ILPF)
Integração Lavoura-Pecuária-Floresta(ILPF)Integração Lavoura-Pecuária-Floresta(ILPF)
Integração Lavoura-Pecuária-Floresta(ILPF)
 
121024 18-wbeef-engorda-a-pasto-armindo-kichel
121024 18-wbeef-engorda-a-pasto-armindo-kichel121024 18-wbeef-engorda-a-pasto-armindo-kichel
121024 18-wbeef-engorda-a-pasto-armindo-kichel
 
Instalaçoes corte
Instalaçoes corteInstalaçoes corte
Instalaçoes corte
 
Potenciais de crescimento da silvicultura, agrossilvicultura e competitividad...
Potenciais de crescimento da silvicultura, agrossilvicultura e competitividad...Potenciais de crescimento da silvicultura, agrossilvicultura e competitividad...
Potenciais de crescimento da silvicultura, agrossilvicultura e competitividad...
 
Seminário ANCP 2016 – Roberto Guimarães Junior – Pecuária de corte de alta pr...
Seminário ANCP 2016 – Roberto Guimarães Junior – Pecuária de corte de alta pr...Seminário ANCP 2016 – Roberto Guimarães Junior – Pecuária de corte de alta pr...
Seminário ANCP 2016 – Roberto Guimarães Junior – Pecuária de corte de alta pr...
 
Integração Lavoura Pecuaria Floresta ILPF
Integração Lavoura Pecuaria Floresta ILPFIntegração Lavoura Pecuaria Floresta ILPF
Integração Lavoura Pecuaria Floresta ILPF
 
Projeto para Ovinocultura de Leite - Queijo Pecorino Toscano Fresco
Projeto para Ovinocultura de Leite - Queijo Pecorino Toscano FrescoProjeto para Ovinocultura de Leite - Queijo Pecorino Toscano Fresco
Projeto para Ovinocultura de Leite - Queijo Pecorino Toscano Fresco
 
Codornas sim
Codornas simCodornas sim
Codornas sim
 
Integração Lavoura Pecuária Floresta Leiteira pequenos produtores
Integração Lavoura Pecuária Floresta Leiteira pequenos produtoresIntegração Lavoura Pecuária Floresta Leiteira pequenos produtores
Integração Lavoura Pecuária Floresta Leiteira pequenos produtores
 
Manejos nutricional para aves
Manejos nutricional para avesManejos nutricional para aves
Manejos nutricional para aves
 
Produção de leite e duração da lactação de cabras da raça pardo alpina
Produção de leite e duração da lactação de cabras da raça pardo alpinaProdução de leite e duração da lactação de cabras da raça pardo alpina
Produção de leite e duração da lactação de cabras da raça pardo alpina
 
Seminário ANCP 2016 – Carlos Viacava – Produção agropecuária sustentável em s...
Seminário ANCP 2016 – Carlos Viacava – Produção agropecuária sustentável em s...Seminário ANCP 2016 – Carlos Viacava – Produção agropecuária sustentável em s...
Seminário ANCP 2016 – Carlos Viacava – Produção agropecuária sustentável em s...
 

Semelhante a Vitrine Tecnológica DBO - Capítulo 2

Produção e reprodução de búfalas leiteiras : um modelo tecnológico de sucesso
Produção e reprodução de búfalas leiteiras : um modelo tecnológico de sucessoProdução e reprodução de búfalas leiteiras : um modelo tecnológico de sucesso
Produção e reprodução de búfalas leiteiras : um modelo tecnológico de sucesso
Rural Pecuária
 
Muito alem da ilp
Muito alem da ilpMuito alem da ilp
Muito alem da ilp
Renato Villela
 
1782011 075240-santana1162
1782011 075240-santana11621782011 075240-santana1162
1782011 075240-santana1162
gecoufba
 
Genética Comprovada_revista AG_out11
Genética Comprovada_revista AG_out11Genética Comprovada_revista AG_out11
Genética Comprovada_revista AG_out11
agrocfm
 
Projeto o leite da fazenda sítio dos milagres
Projeto o leite da fazenda sítio dos milagresProjeto o leite da fazenda sítio dos milagres
Projeto o leite da fazenda sítio dos milagres
Liliam Da Paixão
 
CFM Informa dezembro 2013
CFM Informa dezembro  2013CFM Informa dezembro  2013
CFM Informa dezembro 2013
agrocfm
 
FeedBack - Gestão / Na rota da produtividade
FeedBack - Gestão / Na rota da produtividadeFeedBack - Gestão / Na rota da produtividade
FeedBack - Gestão / Na rota da produtividade
Tiago de Jesus Costa
 
CFM informa novembro 2013
CFM informa novembro 2013CFM informa novembro 2013
CFM informa novembro 2013
agrocfm
 
Projeto leite é bom demais da conta, sô!
Projeto leite é bom demais da conta, sô!Projeto leite é bom demais da conta, sô!
Projeto leite é bom demais da conta, sô!
Liliam Da Paixão
 
13 confinamento.pdf-18-12-2011
13 confinamento.pdf-18-12-201113 confinamento.pdf-18-12-2011
13 confinamento.pdf-18-12-2011
Cutrim Junior
 
Apostila sunicultura basica
Apostila sunicultura basicaApostila sunicultura basica
Apostila sunicultura basica
Lenildo Araujo
 
Relatório Semestral (Ovinos e Caprinos)
Relatório Semestral (Ovinos e Caprinos)Relatório Semestral (Ovinos e Caprinos)
Relatório Semestral (Ovinos e Caprinos)
David Quintino
 
Pastagem de tifton 85.pdf
Pastagem de tifton 85.pdfPastagem de tifton 85.pdf
Pastagem de tifton 85.pdf
RegisSantos42
 
Cartilha para amenizar efeitos da seca
Cartilha para amenizar efeitos da seca Cartilha para amenizar efeitos da seca
Cartilha para amenizar efeitos da seca
AgriPoint
 
Cartilhabonifcio 130729122429-phpapp01
Cartilhabonifcio 130729122429-phpapp01Cartilhabonifcio 130729122429-phpapp01
Cartilhabonifcio 130729122429-phpapp01
AgriPoint
 
A importância da longevidade das vacas de corte
A importância da longevidade das vacas de corteA importância da longevidade das vacas de corte
A importância da longevidade das vacas de corte
Rural Pecuária
 
Bovino de corte
Bovino de corteBovino de corte
Bovino de corte
unipampagepa
 
Marcos
MarcosMarcos
Marcos
PTHXPH
 
Marcos
MarcosMarcos
Marcos
PTHXPH
 
PALAGI
PALAGIPALAGI
PALAGI
PTHXPH
 

Semelhante a Vitrine Tecnológica DBO - Capítulo 2 (20)

Produção e reprodução de búfalas leiteiras : um modelo tecnológico de sucesso
Produção e reprodução de búfalas leiteiras : um modelo tecnológico de sucessoProdução e reprodução de búfalas leiteiras : um modelo tecnológico de sucesso
Produção e reprodução de búfalas leiteiras : um modelo tecnológico de sucesso
 
Muito alem da ilp
Muito alem da ilpMuito alem da ilp
Muito alem da ilp
 
1782011 075240-santana1162
1782011 075240-santana11621782011 075240-santana1162
1782011 075240-santana1162
 
Genética Comprovada_revista AG_out11
Genética Comprovada_revista AG_out11Genética Comprovada_revista AG_out11
Genética Comprovada_revista AG_out11
 
Projeto o leite da fazenda sítio dos milagres
Projeto o leite da fazenda sítio dos milagresProjeto o leite da fazenda sítio dos milagres
Projeto o leite da fazenda sítio dos milagres
 
CFM Informa dezembro 2013
CFM Informa dezembro  2013CFM Informa dezembro  2013
CFM Informa dezembro 2013
 
FeedBack - Gestão / Na rota da produtividade
FeedBack - Gestão / Na rota da produtividadeFeedBack - Gestão / Na rota da produtividade
FeedBack - Gestão / Na rota da produtividade
 
CFM informa novembro 2013
CFM informa novembro 2013CFM informa novembro 2013
CFM informa novembro 2013
 
Projeto leite é bom demais da conta, sô!
Projeto leite é bom demais da conta, sô!Projeto leite é bom demais da conta, sô!
Projeto leite é bom demais da conta, sô!
 
13 confinamento.pdf-18-12-2011
13 confinamento.pdf-18-12-201113 confinamento.pdf-18-12-2011
13 confinamento.pdf-18-12-2011
 
Apostila sunicultura basica
Apostila sunicultura basicaApostila sunicultura basica
Apostila sunicultura basica
 
Relatório Semestral (Ovinos e Caprinos)
Relatório Semestral (Ovinos e Caprinos)Relatório Semestral (Ovinos e Caprinos)
Relatório Semestral (Ovinos e Caprinos)
 
Pastagem de tifton 85.pdf
Pastagem de tifton 85.pdfPastagem de tifton 85.pdf
Pastagem de tifton 85.pdf
 
Cartilha para amenizar efeitos da seca
Cartilha para amenizar efeitos da seca Cartilha para amenizar efeitos da seca
Cartilha para amenizar efeitos da seca
 
Cartilhabonifcio 130729122429-phpapp01
Cartilhabonifcio 130729122429-phpapp01Cartilhabonifcio 130729122429-phpapp01
Cartilhabonifcio 130729122429-phpapp01
 
A importância da longevidade das vacas de corte
A importância da longevidade das vacas de corteA importância da longevidade das vacas de corte
A importância da longevidade das vacas de corte
 
Bovino de corte
Bovino de corteBovino de corte
Bovino de corte
 
Marcos
MarcosMarcos
Marcos
 
Marcos
MarcosMarcos
Marcos
 
PALAGI
PALAGIPALAGI
PALAGI
 

Vitrine Tecnológica DBO - Capítulo 2

  • 1. A gora que você já conhece a Pecuária Balestra, apresentada na edição pas- sada do Vitrine Tecnológica, vamos falar sobre dois de seus setores produtivos: o plantel de vacas com cria ao pé e as fêmeas em crescimento, categorias que ficam concen- tradas nas fazendas ÁguaVermelha, Limeira e São Pedro. O administrador da empresa, Igor Balestra, nos recebeu, dia 7 de fevereiro, em plena estação de monta, que iniciou dia 15 de dezembro e termina em 17 março. Pela pri- meira vez, Igor está trabalhando com uma es- tação curta de 92 dias (veja gráfico), visando a aumentar a pressão de seleção sobre as fême- as. O produtor nos recebeu na Fazenda Limei- ra, justamente onde fica seu maior “xodó”: as primeiras precocinhas inseminadas pela em- presa. São 171 fêmeas com idade entre 13 e 16 meses, cuja projeção mínima de prenhez é de 25%. Igor, que não esconde sua ansieda- Mônica Costa Edição: Maristela Franco de, espera o dobro disso: 50%. “Teremos boas surpresas”, diz rindo. Visando garantir esse resultado em uma estação tão curta, o jovem administrador fez inseminação artificial em tempo fixo (IATF) nas novilhas em fevereiro, para que seu par- to não coincida com a seca, o que prejudicaria seu índice de reconcepção. Aquelas que não emprenharem terão nova chance na estação seguinte, mas Igor pretende ser mais rigoroso no futuro. “Em 2019/2020, já vamos trabalhar apenas com novilhas precoces, sem segunda chance. As fêmeas vazias serão descartadas. Novilhas são inseminadas aos 13-16 meses e vacas dão 80% de prenhez no rotacionado. “Precocinhas”, o xodó da Pecuária Balestra Nosso último lote de novilhas convencionais será inseminado em 2017/2018. Tomei essa decisão, não apenas porque quero imprimir precocidade ao rebanho, mas para obter um bezerro a mais por vaca, eliminar uma catego- ria da fazenda (fêmeas de recria) e, com isso, aumentar a lotação/ha”, salienta. Protocolo nutricional – A precocidade está diretamente associada à genética, mas também depende de um bom protocolo nu- tricional, que, na Pecuária Balestra, é desen- volvido pelo zootecnista Gabriel Morais, téc- nico da DSM. Desmamadas em junho do ano passado com média de 190 kg, as bezerras foram transferidas da Fazenda Água Verme- lha, onde ficam as vacas com cria ao pé, para um pasto de brizanta da Fazenda Limeira, ve- dado especialmente para recebê-las. Lá, con- sumiram 0,1% do peso vivo de Fosbovi Pro- teico 35 M. O número indica o percentual de proteína presente no produto e o M é a sigla de monensina, um aditivo que ajuda a manter o consumo dentro dos patamares esperados e favorece o desempenho a pasto. “Essa suple- mentação é a que possibilita a fêmeas ganhar peso na seca, com melhor relação custo/be- nefício”, explica Morais. Nas águas, há necessidade de se “pisar no acelerador”, para fazer as fêmeas atingi- rem condição corporal adequada à insemina- ção (mínimo de 300 kg). Em novembro, elas foram transferidas dos pastos extensivos para os módulos de rotacionado da Limeira, sen- do suplementadas na proporção de 0,5% do peso vivo com um proteico-energético pre- parado na própria fazenda, que agora tem fá- brica de ração. Igor utilizou grãos comprados na região, ureia e o Núcleo Boi Verde Cresci- mento M. Devido à qualidade dos pastos rota- cionados e da suplementação sob medida, as fêmeas engordaram 850g/cab/dia, chegando aos 300 kg em fevereiro e ciclando aos 13-16 meses. “Com isso, já podem iniciar vida re- produtiva”, diz Morais. Esse protocolo nutri- Fêmeas durante recria nas águas: ganho de 850 g/cab/dia. Redução da estação de monta Dias Fotos:MônicaCosta 54 DBO março 2017
  • 2. cional, evidentemente, é mais caro do que o das novilhas convencionais (24-26 meses), que receberam 0,1% do peso vivo de Fosbov Proteico 45, na seca, e sal mineral enriqueci- do com cromo (Foscromo) nas águas. Igor ga- rante, contudo, que o investimento na nutrição das nas precocinhas compensa. Suplementar fêmeas compensa – Con- forme simulações feitas pelo gestor no final do ano passado, se 60% de um lote de 350 preco- cinhas emprenhassem já nas primeiras águas pós-desmama, com 13-15 meses de idade, a um custo alimentar de R$ 108.479/período, e as 140 fêmeas que ficassem vazias fossem vendidas por R$ 242.487 (R$ 135/@, confor- me cotação de Goiás), já se teria saldo finan- ceiro positivo de R$ 134.000 no primeiro ano, enquanto as convencionais gerariam gastos menores (R$ 23.505/período), mas nenhuma receita. No ano seguinte, pressupondo-se que 70% das 210 precoces mantidas na fazenda emprenhassem, o produtor obteria receita de R$ 354.684, proveniente do descarte de 63 fê- meas vazias e da venda de 210 bezerros, com uma despesa menor (R$ 54.289). Já as convencionais, gerariam receita de R$ 74.528 somente no segundo ano, decor- rente do descarte de 70 fêmeas não prenhes e já descontados custos de R$66.718,58. Con- clusão: o lote das precoces geraria saldo de R$ 434.401,44 líquidos ao final de dois anos, ante R$ 19.822 das convencionais. A diferença à favor das precoces seria de R$ 414.579,41. “Minhas expectativas não não apenas finan- ceiras mas também técnicas com a antecipa- ção da idade à primeira cria são muito posi- tivas. Fizemos os protocolos de IATF dessas duas categorias no mesmo dia, em fevereiro, e observamos o mesmo índice de cio e dilata- ção, o que demonstra comportamento repro- dutivo das precoces semelhante ao das con- vencionais”, diz Igor. Fim de um mito – Para as multíparas tam- bém foram desenvolvidos protocolos nutri- cionais específicos. Na seca (junho a outu- bro), elas consomem sal ureado e, nas águas, Fosbovi Reprodução, que contém minerais orgânicos, com maior biodisponibilidade, e em concentração mais alta (90 g de fósforo Veja mais Na próxima edição, falaremos sobre a recria de machos por meio de “sequestro” na seca e pastejo rotacionado nas águas. Mais detalhes da visita à Pecuária Balestra podem ser conferidos no blog criado por DBO especialmente para divulgação do projeto. O endereço é www.vitrinetecnologica.blogspot.com.br. Acesse e participe! ao invés dos 80 usuais), pois essas fê­meas, ainda em fase de lactação, precisam gerar um novo bezerro sem sofrer déficit mineral. “Este é um período crítico e as vacas devem estar em condição de saúde ótima para em- prenhar”, explica Morais. Esse protocolo nu- tricional e a qualidade das pastagens destina- das à cria explicam o bom índice de prenhez das multíparas (84%). Os lotes mantidos nos quatro módulos de rotacionado da fazenda chegaram a 86%. “Me diziam que as vacas não emprenha- riam se fossem colocadas nesse tipo de sis- tema, que exige movimentação do gado para troca de piquetes, mas não acreditei. Afinal, elas estavam em pastos de alta qualidade, re- cebendo suplementação, com área de cocho e bebedouro adequados ao tamanho do lote. Não havia motivos para dar errado”, lembra Igor. Nem mesmo a redução no número de sincronizações de três para duas, neste ano, mudou esse resultado. “A suplementação é importantíssima, mas se eu não tivesse pas- tagens de qualidade, não alcançaria as metas projetadas”, diz Balestra. Os quatro módulos de rotacionado da Fa- zenda Água Vermelha destinados às vacas de cria têm área média de 15 ha, são subdivididos em 12 a 15 piquetes, e recebem anualmente uma adubação fosfatada, com base em análi- se de solo, e cinco aplicações de nitrogênio no período das águas, totalizando 200 kg de N/ ha/ano. Os módulos são equipados com creep feeding, onde os bezerros recebem 100 g/cab/ dia de Fosbovinho ADE, rico em vitaminas, para melhor ganho de peso e fortalecimento de seu sistema imunológico. Igor ainda está estudando como será o protocolo desses be- zerros em fase de alimentação neste ano. n Vaca no rotacionado: primeiras a emprenhar Igor com Morais, da DSM: troca de experiências 2