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ara celebrar a Semana Mundial de Aleitamento Materno deste ano, a Organização Pan-Americana da Saúde convida a exami-
nar a situação da amamentação no século XXI e a sua relação com os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs), tema
da SMAM deste ano, assim como outros fatos importantes como o Plano de Implementação Integral em Nutrição Materna,
do Recém-Nascido e da Criança, aprovado pela Assembleia Mundial da Saúde (AMS) em 2012, e a Segunda Conferência Internacional
sobre Nutrição (ICN2), a ser realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Organização para Agricultura e Alimentação
(FAO) em novembro de 2014.
Vários interessados diretos destacam a necessidade de renovar o incentivo ao aleitamento materno nos moldes contemporâneos.
Existem evidências irrefutáveis de seus inúmeros benefícios e continuamente surgem comprovações de benefícios adicionais. O que se
necessita agora é liderança política para proteger, promover e apoiar o aleitamento materno a fim de que as mães tenham liberdade de
amamentar a qualquer hora onde estiverem, favorecendo não apenas a própria saúde e a saúde de seus filhos, mas também o meio am-
biente e a sociedade como um todo.
Amamentação e os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio
As Nações Unidas e os governos estabeleceram oito ODMs a se-
rem alcançados até 2015 (figura). A proteção, promoção e o apoio à
amamentação podem contribuir para o alcance destes oito objetivos.
A Organização Mundial da Saúde preconiza a amamentação
exclusiva nos primeiros 6 meses de vida e sua continuidade junto
com a alimentação complementar até os 2 anos de idade ou mais.
Porém, nas Américas, as práticas de aleitamento estão abaixo do
ideal e variam muito (quadro). Embora praticamente todos os re­
cém-nascidos sejam amamentados, o percentual de crianças com
menos de 6 meses amamentadoes de maneira exclusiva varia de
um minimo de 7,7% a um maximo de 60,4%. A duração mediana
da amamentação é igualmente variável - de 6,3 a 21,7 meses. Os
países que obtiveram progressos extraordinários estão evidencian-
do sinais de estagnação enquanto se observa a falta de progresso ou
até mesmo retrocesso em outros países.
1.	 O aleitamento materno não pesa no orçamento familiar. O custo das fórmulas infantis para alimentar
uma criança é de US$ 1500 a 3000 ao ano nos EUA. Em 2013, o comércio das fórmulas infantis teve um
crescimento de quase US$ 5 bilhões em nível global.
2.	 Adultos que foram amamentados na infância obtêm pontuação superior, de 2 a 5 pontos, nos indi-
cadores de desenvolvimento cognitivo. A amamentação também se associa a um melhor aproveita-
mento educacional.
3.	 Amamentar ajuda a reduzir a desigualdade de gênero, pois proporciona um início de vida de qualida-
de para crianças de ambos os sexos.
4.	 Amamentar na primeira hora de vida reduz em quase 20% o risco de morte do recém-nascido no
primeiro mês.
5.	 As mulheres que não amamentam têm um risco 4% maior de câncer de mama e 27% maior de câncer
de ovário. Elas têm também um risco maior de hipertensão e doença cardiovascular.
6.	 A fim de aumentar a chance de sobrevivencia sem HIV, a OMS recomenda que as autoridades de saú-
de endorsem ou a amamentação enquanto a mãe ou a criança recebe anti-retrovirais, já que dessa
maneira tanto os riscos de transmissão vertical de HIV quanto os riscos associados à alimentação com
substitutos do leite materno são reduzidos, ou a não-amamentação.
7.	 O leite materno é um alimento natural renovável que não precisa ser embalado e transportado nem
requer combustível para o seu preparo. Cada um milhão de bebês alimentados com fórmulas infantis
consome 150 milhões de latas de produtos, na sua maioria com destino final nos aterros sanitários.
8.	 O aleitamento materno promove alianças multissetoriais como por exemplo a comemoração da
SMAM 2013 junto com o lançamento da aliança para a sobrevivência sem HIV em seis países africanos
com elevada carga da doença.
Fonte: Nações Unidas; Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno (WABA)
Semana Mundial de Aleitamento Materno, 1 a 7 de agosto de 2014
Amamentação:umaquestãocontemporâneaemummundoglobalizado
ACABAR COM A FOME
E A MISÉRIA
1
IGUALDADE
ENTRE SEXOS
EVALORIZAÇÃO DA MULHER
3
EDUCAÇÃO BÁSICA DE
QUALIDADE PARA TODOS
2
REDUZIR A
MORTALIDADE INFANTIL
4
MELHORAR A SAÚDE
DAS GESTANTES
5
COMBATER A AIDS,
A MALÁRIA E OUTRAS
DOENÇAS
6
QUALIDADE DE VIDA
E RESPEITO AO MEIO
AMBIENTE
7
TODO MUNDO
TRABALHANDO PELO
DESENVOLVIMENTO
8
Figura. Contribuição da amamentação aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio
Além dos ODMs: o aleitamento materno no século XXI
Dois acontecimentos distintos vêm tendo um importante
papel na definição das prioridades de nutrição e o aleitamento
materno é parte essencial de ambos. O primeiro é a Resolução da
Assembléia Mundial da Saúde (AMS) de 2012 do Plano de Im-
plementação Integral em Nutrição Materna, do Recém-Nascido
e da Criança1
e o segundo é a Segunda Conferência Internacional
sobre Nutrição (ICN2), a ser realizada pela FAO e OMS em no-
vembro deste ano.2
A Resolução da AMS definiu seis metas voluntárias para a me-
lhoria mundial da nutrição até 2025, sendo uma delas o aumento
de 50% ou mais da taxa de amamentação exclusiva nos primeiros
seis meses de vida (Quadro 1).
No texto provisório da declaração da ICN2, redigido em uma
reunião preparatória em 2013, propõem-se como metas a redução
do déficit de crescimento, do déficit de peso para estatura e da obe-
sidade. Expõe-se claramente um “compromisso para ação” para
“melhorar a nutrição das pessoas, inclusive de portadores de neces-
sidades especiais, mediante políticas e iniciativas para a alimentação
saudável ao longo do curso de vida, desde as primeiras fases de vida,
no período pré-gravidez e durante a gravidez, incentivando e apoian-
do a amamentação materna adequada e a alimentação complemen-
tar apropriada, a alimentação saudável na vida familiar e na escola
durante a infância (…)”.
Quadro. Práticas de amamentação em 21 países na América Latina e no Caribe
País
Indicator
Início precoce (%) Amamentação exclusiva
<6 meses (%)
Duração mediana
da amamentação (meses)
Argentina, 2010 80,9 55,0 NA1
Bolívia, 2008 63,8 60,4 18,8
Brasil, 2008 67,7 41,0 11,2
Chile, 2013 NA 48,4 NA
Colômbia, 2010 56,6 42,8 14,9
Costa Rica, 2006–2008 NA 53,1 14,0
Cuba, 2006 70,2 26,4 NA
República Dominicana, 2007 65,2 7,7 (E)2
7,1
Equador, 2011–2013 54,6 43,8 NA
El Salvador, 2008 32,8 31,5 18,7
Guatemala, 2008–2009 55,5 49,6 21,0
Guiana, 2009 63,9 33,2 19,1
Haiti, 2012 46,7 39,7 17,1
Honduras, 2011–2012 63,8 31,2 19,0
México, 2012 NA 14,5 10,4
Nicarágua, 2006–2007 54,0 30,6 (E) 18,4
Panamá, 2009 NA 27,5 6,3
Paraguai, 2008 47,1 24,4 11,0
Peru, 2010 51,3 68,3 21,7
Uruguai, 206–2007 60,0 57,1 7,1
Venezuela, 2006–2008 NA 27,9 7,5
1
Dados não disponíveis
2
Dados estimados
Fonte: OPAS/OMS, consolidados apartir de dados de pesquisas nacionais, com exceção dos dados do Brazil, os quais sao representativos apenas das capitais e do Distrito Federal.
Quadro 1. Metas de nutrição para 2025 adotadas pela
Assembléia Mundial da Saúde em 2012
•	 Redução de 40% do número mundial de crianças menores de
5 anos com déficit de crescimento até 2025
•	 Redução de 50% dos casos de anemia em mulheres em idade
reprodutiva até 2025
•	 Redução de 30% dos casos de baixo peso ao nascer até 2025
•	 Nenhum aumento nos níveis do sobrepeso infantil até 2025
•	 Aumento de 50% ou mais das taxas de amamentação exclusi-
va nos seis primeiros meses até 2025
•	 Redução e manutenção do déficit de peso para altura em
crianças em menos de 5% até 2025.
1
http://www.who.int/nutrition/publications/CIP_document/en/
2
http://www.who.int/nutrition/topics/WHO_FAO_announce_ICN2/en/index3.html
Esses dois fatos importantes destacam a importância de com-
bater a desnutrição e a obesidade infantil, e de proteger, promover
e apoiar o aleitamento materno, uma prática que pode ter um im-
pacto positivo significativo nesses problemas.
Além disso, o Plano de Ação da OPAS para Prevenção da
Obesidade em Crianças e Adolescentes a ser apresentado na
53a sessão do Conselho Diretor em setembro de 2014 inclui,
como primeira de cinco áreas estratégicas de ação, o incentivo
ao aleitamento materno. Dois dos indicadores para medir esta
área de ação são o número de países que periodicamente (a cada
três anos ou em intervalos menores) publicam os resultados do
monitoramento da implementação do Código Internacional de
Comercialização de Substitutos do Leite Materno da OMS (o Có-
digo) e o número de países que têm 50% ou mais de serviços de
maternidade certificados de acordo com os critérios da Iniciativa
Hospital Amigo da Criança.
Benefícios universais do aleitamento materno
A amamentação protege os bebês contra doenças e morte in-
dependentemente de terem nascido em um país desenvolvido ou
depauperado, em uma família rica ou pobre. Embora sabidamente
seja uma das medidas mais eficazes para prevenir a morbidade e a
mortalidade[1], o aleitamento materno produz muitos outros be-
nefícios. Cada vez mais se conhecem os importantes efeitos de lon-
go prazo da amamentação tanto para a mãe como para a criança.
O aleitamento confere certo grau de proteção contra o sobrepeso e
a obesidade e melhora o desenvolvimento cognitivo[2]. Além dis-
so, uma pesquisa realizada no Brasil indica que está associado ao
aproveitamento escolar em adolescentes[3].
O aleitamento materno também beneficia a saúde da mulher.
Mulheres que não amamentam têm um risco 4% maior de câncer
de mama e 27% maior de câncer de ovário[4]. Elas também têm
um risco maior de hipertensão, acidente vascular cerebral e outras
doenças cardiovasculares.
Os benefícios da prática de amamentação não se restringem
à saúde e o seu impacto econômico é muito maior que o anterior-
mente estimado (Quadro 2).
Como transformar o aleitamento materno em uma prática
padrão no mundo de hoje
Para transformar o aleitamento materno em uma prática pa-
drão, é preciso transpor os principais obstáculos que impedem
às mulheres tomarem decisões próprias sobre a amamentação e
sua duração. Entre os principais obstáculos estão a influência de
crenças culturais, pouca orientação e apoio limitado na rotina
dos hospitais e serviços de saúde, condutas impróprias de comer-
cialização por parte de fabricantes e distribuidores de fórmulas
infantis e outros substitutos do leite materno e falta de proteção à
maternidade e de programas de incentivo ao aleitamento mater-
no no local de trabalho.
Obstáculos sociais
Uma prática cultural prejudicial é a pressão explícita ou su-
bentendida para não amamentar em público. Muitas mulheres
sentem-se constrangidas em amamentar em público por serem
muitas vezes alvo de rejeição social. Para vencer este obstáculo, as
mães precisam ter o apoio da sociedade para poder amamentar o
bebê a qualquer hora. Quer estejam em casa ou em público, elas
precisam ficar à vontade para amamentar quando a criança tiver
fome ou precisar ser reconfortada. Assim, elas enviam uma men-
sagem clara e forte aos próprios familiares, à comunidade e à so-
ciedade que amamentar é um ato natural e ajudam a reestabelecer,
em alguns meios, e a reafirmar, em outros, que o aleitamento é a
prática padrão da mulher moderna.
Como revela o depoimento da mãe de Marina, 3 anos, e Sa-
muel, 3 meses, de Belo Horizonte: “Acho que todas as mulheres
deveriam amamentar. Como não dá para ficar em casa o tempo
todo (…), muito menos deixar a criança chorando de fome na rua,
as mulheres devem amamentar em público. Vou continuar a ama-
mentar o meu filho em público até ele desmamar. (…) Talvez algu-
mas pessoas, pelo menos as que convivem comigo, comecem a ver
o aleitamento com mais naturalidade’’.
Os obstáculos à amamentação em público, assim como outras
barreiras culturais, precisam ser eliminados para que o aleitamento
materno volte a ser a norma social e seja reconhecido, aceito e va-
lorizado como a única maneira de alimentar uma criança.
Apoio em hospitais e serviços de saúde
Incentivar o uso de fórmulas infantis e outros substitutos do
leite materno enfraquece pouco a pouco a confiança da mãe quan-
to à sua capacidade de amamentar e valida a ideia de que as fórmu-
las infantis são o alimento ideal para o bebê. São particularmente
prejudiciais a frequente oferta de fórmulas infantis ao recém-nas-
cido nas unidades de saúde e a recomendação do seu uso. O uso
precoce de fórmulas infantis dificulta iniciar posteriormente o alei-
tamento e cria uma ideia de que o leite materno não é insuficiente,
que é uma justificativa comum dada pelas mães para suplementar
a mamada com fórmulas infantis e para a interrupção precoce da
amamentação.
Todas as redes de atenção de saúde, pública ou privada, de-
vem implantar políticas sólidas e contar com profissionais da
saúde especializados para dar apoio ao aleitamento materno,
orientar as mães e lidar com as dificuldades relacionadas à ama-
mentação. Existem fartas evidências demonstrando que apoio
prestado antes do parto e nas primeiras horas e dias de vida do
recém-nascido aumenta a probabilidade da das mães pratica-
rem a amamentação exclusiva e continuarem amamentando por
mais tempo. A Iniciativa Hospital Amigo da Criança da OMS/
Quadro 2. Custos da prática de não amamentação
Estima-se que, nos Estados Unidos, a amamentação abaixo do
ideal tenha um impacto econômico com gasto de US$ 13 bilhões
e mais de 900 mortes de crianças que poderiam ser evitadas[5].
Porém, como esta estimativa não inclui o custo de menor desen-
volvimento cognitivo, ela subestima consideravelmente o custo
real. Estima-se que, nas mulheres, a amamentação abaixo do ideal
tenha um custo total de US$ 17,4 bilhões decorrente de morte
prematura e maior risco de câncer de mama e de ovário, além de
outras doenças[6]. Apesar de não terem sido realizados estudos
semelhantes em outros países da Região, é provável que a prática
de não amamentar tenha um custo muito alto. No entanto, sabe-
se que, nas famílias, a despesa com fórmulas infantis comprome-
te muito o orçamento familiar. Na Nicarágua, o custo de alimentar
crianças com fórmulas infantis corresponde a quase 27% do orça-
mento de uma família de baixa renda.
UNICEF, a qual foi extendida a centros de saúde comunitários,
incentiva práticas de saúde condizentes com a amamentação ide-
al. Apesar de muitos hospitais da Região terem sido certificados
na época do lançamento desta iniciativa no início dos anos 90,
a maioria já não satisfaz os critérios do processo de credencia-
mento e muitos nunca foram certificados. A fim de revitalizar
a Iniciativa, é preciso adotar medidas para incluir a certificação
como parte de um processo mais amplo de certificação geral dos
hospitais, como no caso do México. Assim a Iniciativa é susten-
tável e a certificação não depende dos interesses dos diretores de
hospital nem do orçamento de Ministério da Saúde para finan-
ciar o treinamento e a avaliação necessários.
Comercialização de produtos substitutos do leite materno
O Código Internacional de Comercialização de Substitutos do
Leite Materno e as subsequentes respectivas resoluções da AMS
contêm diretrizes para barrar a comercialização imprópria dos
substitutos do leite materno, inclusive fórmulas infantis, mama-
deiras, bicos, fórmulas infantis de seguimento e outros produtos
anunciados como substitutos integrais ou parciais do leite mater-
no. Também esclarece que “nenhuma unidade da rede de atenção
de saúde deve ser usada para promover o uso de fórmulas infantis
ou outros produtos dentro do alcance deste Código”. É fundamen-
tal instruir os profissionais da saúde a respeito do Código e sobre
as obrigações e as responsabilidades implicadas, sobretudo porque
existe toda uma geração que veio após a adoção do Código Inter-
nacional e muitos desconhecem sua existência.
Embora vários países da Região possuam legislação nacional,
poucos fazem a fiscalização periódica e um número menor ainda
aplica penalidades em caso de descumprimento das leis. A cres-
cente influência e as práticas ativas de comercialização dos fabri-
cantes e distribuidores de substitutos do leite materno direciona-
das aos profissionais da saúde e ao público em geral torna urgente
a proteção ao aleitamento mediante a adoção e o fortalecimento da
legislação nacional, monitoramento e cumprimento das leis.
Proteção à maternidade
Cabe aos governos garantir às mães a proteção adequada com
licença-maternidade e benefícios. Eles devem assegurar que as po-
líticas de licença-maternidade cumpram o período mínimo de 14
semanas de licença preconizado pela Organização Internacional
do Trabalho, e empenhar-se para cumprir a recomendação de 18
semanas de licença, ou mesmo 24 semanas, como recentemente
transformado em lei no Chile. Faz-se necessária uma legislação de
proteção ao aleitamento materno no local de trabalho, com dis-
posições para designar um ambiente agradável reservado para a
retirada e o estoque refrigerado do leite materno e pausas para o
uso deste ambiente.
Como proteger, promover e apoiar o aleitamento materno
no século XXI
Além das diversas resoluções, iniciativas, políticas, diretrizes
em nível mundial para proteger, promover e apoiar o aleitamento
materno, que continuam sendo importantes, são necessárias novas
estratégias de promoção e comunicação baseadas nas evidências
dos benefícios para as crianças, que não se restringem à redução
do risco de infecção. Essas estratégias devem procurar informar
que as crianças amamentadas poderiam estar mais bem prepara-
das para a economia global visto os efeitos positivos nos níveis de
inteligência, que as mães teriam maior proteção contra doenças
como câncer, que a família e a sociedade seriam favorecidas com
a economia de gastos na saúde e que o meio ambiente seria pro-
tegido contra os milhões de latas e mamadeiras descartados nos
aterros sanitários.
É importante promover um ambiente social em que as mães
se sintam livres para amamentar a qualquer hora, onde estiverem.
Agradecimentos:
Este resumo foi elaborado pelas Dras. Chessa Lutter e Cintia
Lombardi, Curso de Vida Saudável, Genero, Família e Curso de
Vida, Organização Pan-Americana da Saúde. A versão eletrônica
do resumo, assim como outros relatórios sobre alimentação infan-
til estão disponíveis em www.paho.org/alimentacioninfantil.
Referências
1.	 Black, E.R., et al., Global, regional, and national causes of child
mortality in 2008: a systematic analysis. Lancet., 2010.
2.	 Horta, B.L. and C.G. Victora, Long-term effects of breastfeeding:
A systematic review. 2013, Organização Mundial da Saúde: Ge-
nebra.
3.	 Victora, C.G., et al., Breastfeeding and school achievement in
Brazilian adolescents. Acta Paediatr Suppl, 2005 Nov. 94(11): p.
1656-60.
4.	 Lutter, C.K. and R. Lutter, Fetal and early childhood undernu-
trition, mortality and lifelong health. Science, 2012. 337(1495-
1499).
5.	 Bartick, M. and A. Reinhold, The burden of suboptimal breas-
tfeeding in the United States: a pediatric cost analysis. Pediatrics,
2010 May. 125(5): p. e1048-56. Epub 2010 Apr 5.
6.	 Bartick, M.C., et al., Cost analysis of maternal disease associated
with suboptimal breastfeeding. Obstet Gynecol, 2013. 0:1-9.
www.paho.org/alimentacioininfantil

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Amamentação e os ODMs

  • 1. P ara celebrar a Semana Mundial de Aleitamento Materno deste ano, a Organização Pan-Americana da Saúde convida a exami- nar a situação da amamentação no século XXI e a sua relação com os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs), tema da SMAM deste ano, assim como outros fatos importantes como o Plano de Implementação Integral em Nutrição Materna, do Recém-Nascido e da Criança, aprovado pela Assembleia Mundial da Saúde (AMS) em 2012, e a Segunda Conferência Internacional sobre Nutrição (ICN2), a ser realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Organização para Agricultura e Alimentação (FAO) em novembro de 2014. Vários interessados diretos destacam a necessidade de renovar o incentivo ao aleitamento materno nos moldes contemporâneos. Existem evidências irrefutáveis de seus inúmeros benefícios e continuamente surgem comprovações de benefícios adicionais. O que se necessita agora é liderança política para proteger, promover e apoiar o aleitamento materno a fim de que as mães tenham liberdade de amamentar a qualquer hora onde estiverem, favorecendo não apenas a própria saúde e a saúde de seus filhos, mas também o meio am- biente e a sociedade como um todo. Amamentação e os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio As Nações Unidas e os governos estabeleceram oito ODMs a se- rem alcançados até 2015 (figura). A proteção, promoção e o apoio à amamentação podem contribuir para o alcance destes oito objetivos. A Organização Mundial da Saúde preconiza a amamentação exclusiva nos primeiros 6 meses de vida e sua continuidade junto com a alimentação complementar até os 2 anos de idade ou mais. Porém, nas Américas, as práticas de aleitamento estão abaixo do ideal e variam muito (quadro). Embora praticamente todos os re­ cém-nascidos sejam amamentados, o percentual de crianças com menos de 6 meses amamentadoes de maneira exclusiva varia de um minimo de 7,7% a um maximo de 60,4%. A duração mediana da amamentação é igualmente variável - de 6,3 a 21,7 meses. Os países que obtiveram progressos extraordinários estão evidencian- do sinais de estagnação enquanto se observa a falta de progresso ou até mesmo retrocesso em outros países. 1. O aleitamento materno não pesa no orçamento familiar. O custo das fórmulas infantis para alimentar uma criança é de US$ 1500 a 3000 ao ano nos EUA. Em 2013, o comércio das fórmulas infantis teve um crescimento de quase US$ 5 bilhões em nível global. 2. Adultos que foram amamentados na infância obtêm pontuação superior, de 2 a 5 pontos, nos indi- cadores de desenvolvimento cognitivo. A amamentação também se associa a um melhor aproveita- mento educacional. 3. Amamentar ajuda a reduzir a desigualdade de gênero, pois proporciona um início de vida de qualida- de para crianças de ambos os sexos. 4. Amamentar na primeira hora de vida reduz em quase 20% o risco de morte do recém-nascido no primeiro mês. 5. As mulheres que não amamentam têm um risco 4% maior de câncer de mama e 27% maior de câncer de ovário. Elas têm também um risco maior de hipertensão e doença cardiovascular. 6. A fim de aumentar a chance de sobrevivencia sem HIV, a OMS recomenda que as autoridades de saú- de endorsem ou a amamentação enquanto a mãe ou a criança recebe anti-retrovirais, já que dessa maneira tanto os riscos de transmissão vertical de HIV quanto os riscos associados à alimentação com substitutos do leite materno são reduzidos, ou a não-amamentação. 7. O leite materno é um alimento natural renovável que não precisa ser embalado e transportado nem requer combustível para o seu preparo. Cada um milhão de bebês alimentados com fórmulas infantis consome 150 milhões de latas de produtos, na sua maioria com destino final nos aterros sanitários. 8. O aleitamento materno promove alianças multissetoriais como por exemplo a comemoração da SMAM 2013 junto com o lançamento da aliança para a sobrevivência sem HIV em seis países africanos com elevada carga da doença. Fonte: Nações Unidas; Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno (WABA) Semana Mundial de Aleitamento Materno, 1 a 7 de agosto de 2014 Amamentação:umaquestãocontemporâneaemummundoglobalizado ACABAR COM A FOME E A MISÉRIA 1 IGUALDADE ENTRE SEXOS EVALORIZAÇÃO DA MULHER 3 EDUCAÇÃO BÁSICA DE QUALIDADE PARA TODOS 2 REDUZIR A MORTALIDADE INFANTIL 4 MELHORAR A SAÚDE DAS GESTANTES 5 COMBATER A AIDS, A MALÁRIA E OUTRAS DOENÇAS 6 QUALIDADE DE VIDA E RESPEITO AO MEIO AMBIENTE 7 TODO MUNDO TRABALHANDO PELO DESENVOLVIMENTO 8 Figura. Contribuição da amamentação aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio
  • 2. Além dos ODMs: o aleitamento materno no século XXI Dois acontecimentos distintos vêm tendo um importante papel na definição das prioridades de nutrição e o aleitamento materno é parte essencial de ambos. O primeiro é a Resolução da Assembléia Mundial da Saúde (AMS) de 2012 do Plano de Im- plementação Integral em Nutrição Materna, do Recém-Nascido e da Criança1 e o segundo é a Segunda Conferência Internacional sobre Nutrição (ICN2), a ser realizada pela FAO e OMS em no- vembro deste ano.2 A Resolução da AMS definiu seis metas voluntárias para a me- lhoria mundial da nutrição até 2025, sendo uma delas o aumento de 50% ou mais da taxa de amamentação exclusiva nos primeiros seis meses de vida (Quadro 1). No texto provisório da declaração da ICN2, redigido em uma reunião preparatória em 2013, propõem-se como metas a redução do déficit de crescimento, do déficit de peso para estatura e da obe- sidade. Expõe-se claramente um “compromisso para ação” para “melhorar a nutrição das pessoas, inclusive de portadores de neces- sidades especiais, mediante políticas e iniciativas para a alimentação saudável ao longo do curso de vida, desde as primeiras fases de vida, no período pré-gravidez e durante a gravidez, incentivando e apoian- do a amamentação materna adequada e a alimentação complemen- tar apropriada, a alimentação saudável na vida familiar e na escola durante a infância (…)”. Quadro. Práticas de amamentação em 21 países na América Latina e no Caribe País Indicator Início precoce (%) Amamentação exclusiva <6 meses (%) Duração mediana da amamentação (meses) Argentina, 2010 80,9 55,0 NA1 Bolívia, 2008 63,8 60,4 18,8 Brasil, 2008 67,7 41,0 11,2 Chile, 2013 NA 48,4 NA Colômbia, 2010 56,6 42,8 14,9 Costa Rica, 2006–2008 NA 53,1 14,0 Cuba, 2006 70,2 26,4 NA República Dominicana, 2007 65,2 7,7 (E)2 7,1 Equador, 2011–2013 54,6 43,8 NA El Salvador, 2008 32,8 31,5 18,7 Guatemala, 2008–2009 55,5 49,6 21,0 Guiana, 2009 63,9 33,2 19,1 Haiti, 2012 46,7 39,7 17,1 Honduras, 2011–2012 63,8 31,2 19,0 México, 2012 NA 14,5 10,4 Nicarágua, 2006–2007 54,0 30,6 (E) 18,4 Panamá, 2009 NA 27,5 6,3 Paraguai, 2008 47,1 24,4 11,0 Peru, 2010 51,3 68,3 21,7 Uruguai, 206–2007 60,0 57,1 7,1 Venezuela, 2006–2008 NA 27,9 7,5 1 Dados não disponíveis 2 Dados estimados Fonte: OPAS/OMS, consolidados apartir de dados de pesquisas nacionais, com exceção dos dados do Brazil, os quais sao representativos apenas das capitais e do Distrito Federal. Quadro 1. Metas de nutrição para 2025 adotadas pela Assembléia Mundial da Saúde em 2012 • Redução de 40% do número mundial de crianças menores de 5 anos com déficit de crescimento até 2025 • Redução de 50% dos casos de anemia em mulheres em idade reprodutiva até 2025 • Redução de 30% dos casos de baixo peso ao nascer até 2025 • Nenhum aumento nos níveis do sobrepeso infantil até 2025 • Aumento de 50% ou mais das taxas de amamentação exclusi- va nos seis primeiros meses até 2025 • Redução e manutenção do déficit de peso para altura em crianças em menos de 5% até 2025. 1 http://www.who.int/nutrition/publications/CIP_document/en/ 2 http://www.who.int/nutrition/topics/WHO_FAO_announce_ICN2/en/index3.html
  • 3. Esses dois fatos importantes destacam a importância de com- bater a desnutrição e a obesidade infantil, e de proteger, promover e apoiar o aleitamento materno, uma prática que pode ter um im- pacto positivo significativo nesses problemas. Além disso, o Plano de Ação da OPAS para Prevenção da Obesidade em Crianças e Adolescentes a ser apresentado na 53a sessão do Conselho Diretor em setembro de 2014 inclui, como primeira de cinco áreas estratégicas de ação, o incentivo ao aleitamento materno. Dois dos indicadores para medir esta área de ação são o número de países que periodicamente (a cada três anos ou em intervalos menores) publicam os resultados do monitoramento da implementação do Código Internacional de Comercialização de Substitutos do Leite Materno da OMS (o Có- digo) e o número de países que têm 50% ou mais de serviços de maternidade certificados de acordo com os critérios da Iniciativa Hospital Amigo da Criança. Benefícios universais do aleitamento materno A amamentação protege os bebês contra doenças e morte in- dependentemente de terem nascido em um país desenvolvido ou depauperado, em uma família rica ou pobre. Embora sabidamente seja uma das medidas mais eficazes para prevenir a morbidade e a mortalidade[1], o aleitamento materno produz muitos outros be- nefícios. Cada vez mais se conhecem os importantes efeitos de lon- go prazo da amamentação tanto para a mãe como para a criança. O aleitamento confere certo grau de proteção contra o sobrepeso e a obesidade e melhora o desenvolvimento cognitivo[2]. Além dis- so, uma pesquisa realizada no Brasil indica que está associado ao aproveitamento escolar em adolescentes[3]. O aleitamento materno também beneficia a saúde da mulher. Mulheres que não amamentam têm um risco 4% maior de câncer de mama e 27% maior de câncer de ovário[4]. Elas também têm um risco maior de hipertensão, acidente vascular cerebral e outras doenças cardiovasculares. Os benefícios da prática de amamentação não se restringem à saúde e o seu impacto econômico é muito maior que o anterior- mente estimado (Quadro 2). Como transformar o aleitamento materno em uma prática padrão no mundo de hoje Para transformar o aleitamento materno em uma prática pa- drão, é preciso transpor os principais obstáculos que impedem às mulheres tomarem decisões próprias sobre a amamentação e sua duração. Entre os principais obstáculos estão a influência de crenças culturais, pouca orientação e apoio limitado na rotina dos hospitais e serviços de saúde, condutas impróprias de comer- cialização por parte de fabricantes e distribuidores de fórmulas infantis e outros substitutos do leite materno e falta de proteção à maternidade e de programas de incentivo ao aleitamento mater- no no local de trabalho. Obstáculos sociais Uma prática cultural prejudicial é a pressão explícita ou su- bentendida para não amamentar em público. Muitas mulheres sentem-se constrangidas em amamentar em público por serem muitas vezes alvo de rejeição social. Para vencer este obstáculo, as mães precisam ter o apoio da sociedade para poder amamentar o bebê a qualquer hora. Quer estejam em casa ou em público, elas precisam ficar à vontade para amamentar quando a criança tiver fome ou precisar ser reconfortada. Assim, elas enviam uma men- sagem clara e forte aos próprios familiares, à comunidade e à so- ciedade que amamentar é um ato natural e ajudam a reestabelecer, em alguns meios, e a reafirmar, em outros, que o aleitamento é a prática padrão da mulher moderna. Como revela o depoimento da mãe de Marina, 3 anos, e Sa- muel, 3 meses, de Belo Horizonte: “Acho que todas as mulheres deveriam amamentar. Como não dá para ficar em casa o tempo todo (…), muito menos deixar a criança chorando de fome na rua, as mulheres devem amamentar em público. Vou continuar a ama- mentar o meu filho em público até ele desmamar. (…) Talvez algu- mas pessoas, pelo menos as que convivem comigo, comecem a ver o aleitamento com mais naturalidade’’. Os obstáculos à amamentação em público, assim como outras barreiras culturais, precisam ser eliminados para que o aleitamento materno volte a ser a norma social e seja reconhecido, aceito e va- lorizado como a única maneira de alimentar uma criança. Apoio em hospitais e serviços de saúde Incentivar o uso de fórmulas infantis e outros substitutos do leite materno enfraquece pouco a pouco a confiança da mãe quan- to à sua capacidade de amamentar e valida a ideia de que as fórmu- las infantis são o alimento ideal para o bebê. São particularmente prejudiciais a frequente oferta de fórmulas infantis ao recém-nas- cido nas unidades de saúde e a recomendação do seu uso. O uso precoce de fórmulas infantis dificulta iniciar posteriormente o alei- tamento e cria uma ideia de que o leite materno não é insuficiente, que é uma justificativa comum dada pelas mães para suplementar a mamada com fórmulas infantis e para a interrupção precoce da amamentação. Todas as redes de atenção de saúde, pública ou privada, de- vem implantar políticas sólidas e contar com profissionais da saúde especializados para dar apoio ao aleitamento materno, orientar as mães e lidar com as dificuldades relacionadas à ama- mentação. Existem fartas evidências demonstrando que apoio prestado antes do parto e nas primeiras horas e dias de vida do recém-nascido aumenta a probabilidade da das mães pratica- rem a amamentação exclusiva e continuarem amamentando por mais tempo. A Iniciativa Hospital Amigo da Criança da OMS/ Quadro 2. Custos da prática de não amamentação Estima-se que, nos Estados Unidos, a amamentação abaixo do ideal tenha um impacto econômico com gasto de US$ 13 bilhões e mais de 900 mortes de crianças que poderiam ser evitadas[5]. Porém, como esta estimativa não inclui o custo de menor desen- volvimento cognitivo, ela subestima consideravelmente o custo real. Estima-se que, nas mulheres, a amamentação abaixo do ideal tenha um custo total de US$ 17,4 bilhões decorrente de morte prematura e maior risco de câncer de mama e de ovário, além de outras doenças[6]. Apesar de não terem sido realizados estudos semelhantes em outros países da Região, é provável que a prática de não amamentar tenha um custo muito alto. No entanto, sabe- se que, nas famílias, a despesa com fórmulas infantis comprome- te muito o orçamento familiar. Na Nicarágua, o custo de alimentar crianças com fórmulas infantis corresponde a quase 27% do orça- mento de uma família de baixa renda.
  • 4. UNICEF, a qual foi extendida a centros de saúde comunitários, incentiva práticas de saúde condizentes com a amamentação ide- al. Apesar de muitos hospitais da Região terem sido certificados na época do lançamento desta iniciativa no início dos anos 90, a maioria já não satisfaz os critérios do processo de credencia- mento e muitos nunca foram certificados. A fim de revitalizar a Iniciativa, é preciso adotar medidas para incluir a certificação como parte de um processo mais amplo de certificação geral dos hospitais, como no caso do México. Assim a Iniciativa é susten- tável e a certificação não depende dos interesses dos diretores de hospital nem do orçamento de Ministério da Saúde para finan- ciar o treinamento e a avaliação necessários. Comercialização de produtos substitutos do leite materno O Código Internacional de Comercialização de Substitutos do Leite Materno e as subsequentes respectivas resoluções da AMS contêm diretrizes para barrar a comercialização imprópria dos substitutos do leite materno, inclusive fórmulas infantis, mama- deiras, bicos, fórmulas infantis de seguimento e outros produtos anunciados como substitutos integrais ou parciais do leite mater- no. Também esclarece que “nenhuma unidade da rede de atenção de saúde deve ser usada para promover o uso de fórmulas infantis ou outros produtos dentro do alcance deste Código”. É fundamen- tal instruir os profissionais da saúde a respeito do Código e sobre as obrigações e as responsabilidades implicadas, sobretudo porque existe toda uma geração que veio após a adoção do Código Inter- nacional e muitos desconhecem sua existência. Embora vários países da Região possuam legislação nacional, poucos fazem a fiscalização periódica e um número menor ainda aplica penalidades em caso de descumprimento das leis. A cres- cente influência e as práticas ativas de comercialização dos fabri- cantes e distribuidores de substitutos do leite materno direciona- das aos profissionais da saúde e ao público em geral torna urgente a proteção ao aleitamento mediante a adoção e o fortalecimento da legislação nacional, monitoramento e cumprimento das leis. Proteção à maternidade Cabe aos governos garantir às mães a proteção adequada com licença-maternidade e benefícios. Eles devem assegurar que as po- líticas de licença-maternidade cumpram o período mínimo de 14 semanas de licença preconizado pela Organização Internacional do Trabalho, e empenhar-se para cumprir a recomendação de 18 semanas de licença, ou mesmo 24 semanas, como recentemente transformado em lei no Chile. Faz-se necessária uma legislação de proteção ao aleitamento materno no local de trabalho, com dis- posições para designar um ambiente agradável reservado para a retirada e o estoque refrigerado do leite materno e pausas para o uso deste ambiente. Como proteger, promover e apoiar o aleitamento materno no século XXI Além das diversas resoluções, iniciativas, políticas, diretrizes em nível mundial para proteger, promover e apoiar o aleitamento materno, que continuam sendo importantes, são necessárias novas estratégias de promoção e comunicação baseadas nas evidências dos benefícios para as crianças, que não se restringem à redução do risco de infecção. Essas estratégias devem procurar informar que as crianças amamentadas poderiam estar mais bem prepara- das para a economia global visto os efeitos positivos nos níveis de inteligência, que as mães teriam maior proteção contra doenças como câncer, que a família e a sociedade seriam favorecidas com a economia de gastos na saúde e que o meio ambiente seria pro- tegido contra os milhões de latas e mamadeiras descartados nos aterros sanitários. É importante promover um ambiente social em que as mães se sintam livres para amamentar a qualquer hora, onde estiverem. Agradecimentos: Este resumo foi elaborado pelas Dras. Chessa Lutter e Cintia Lombardi, Curso de Vida Saudável, Genero, Família e Curso de Vida, Organização Pan-Americana da Saúde. A versão eletrônica do resumo, assim como outros relatórios sobre alimentação infan- til estão disponíveis em www.paho.org/alimentacioninfantil. Referências 1. Black, E.R., et al., Global, regional, and national causes of child mortality in 2008: a systematic analysis. Lancet., 2010. 2. Horta, B.L. and C.G. Victora, Long-term effects of breastfeeding: A systematic review. 2013, Organização Mundial da Saúde: Ge- nebra. 3. Victora, C.G., et al., Breastfeeding and school achievement in Brazilian adolescents. Acta Paediatr Suppl, 2005 Nov. 94(11): p. 1656-60. 4. Lutter, C.K. and R. Lutter, Fetal and early childhood undernu- trition, mortality and lifelong health. Science, 2012. 337(1495- 1499). 5. Bartick, M. and A. Reinhold, The burden of suboptimal breas- tfeeding in the United States: a pediatric cost analysis. Pediatrics, 2010 May. 125(5): p. e1048-56. Epub 2010 Apr 5. 6. Bartick, M.C., et al., Cost analysis of maternal disease associated with suboptimal breastfeeding. Obstet Gynecol, 2013. 0:1-9. www.paho.org/alimentacioininfantil