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PROEX – PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO
PROGRAMA EDUCAÇÃO PARA A DIVERSIDADE
ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS EM GÊNERO E
RAÇA
Ericson Araújo da Costa
BULLYING NA ESCOLA, UMA AMEAÇA REAL.
Ouro Preto
2012
Ericson Araújo da Costa
Bullying na Escola, uma ameaça real.
Monografia apresentada ao programa de
pós-graduação em educação para a
diversidade da universidade federal de
ouro preto, como requisito parcial à
obtenção do grau de especialista em
gestão de políticas públicas.
Orientador: Mr. Fernanda Amaral de
Oliveira
OURO PRETO
2012
Ao meu pai, eterno ídolo.
Mãe, exemplo de mulher.
E minha esposa pela paciência.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a tutora e orientadora Mr. Fernanda Amaral de Oliveira pelo apoio e
encorajamento contínuos na pesquisa.
Aos demais Mestres da casa pelos conhecimentos transmitidos.
A Diretoria da pós-graduação da Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP
pelo apoio institucional e pelas facilidades oferecidas.
Há um mundo a ser descoberto dentro de
cada criança e de cada jovem. Só não
consegue descobrir quem está
encarcerado dentro do seu próprio mundo.
(Augusto Cury)
RREESSUUMMOO
A presente pesquisa de revisão de literatura apresenta aspectos relevantes quanto à
questão do Bullying nas instituições educacionais no Brasil. Esses traços de caráter
violentos são resquícios de uma historicidade educacional opressora que se
avolumou juntamente com a própria sociedade, refletindo numa cultura mista e
fragmentada em nossa contemporaneidade. Tivemos como problema a ser
investigado a atuação do profissional de educação frente ao bullying. Como objetivo
geral, mostrar às instituições escolares que elas devem investir nos profissionais da
educação e pedagogia e que o trabalho pode resultar de forma satisfatória a todos
os envolvidos principalmente na prevenção dos problemas, pois o Bullying acarreta
sérias consequências nos alunos e em suas famílias, apontando e analisando, como
o psicopedagogo pode atuar frente este fenômeno, por um conjunto de estratégias
criando a intervenção na escola sobre o problema supracitado. Como objetivos
específicos, investigar os problemas emocionais ocasionados pelo Bullying e o que
leva o agressor a fazê-lo, as consequências na sociedade e na aprendizagem do
educando; elucidar sobre a participação efetiva da educação no âmbito escolar para
auxiliar a família, os professores, enfim todos os envolvidos contra o Bullying;
conscientizar todos os envolvidos neste processo, ou seja, trabalhar de uma forma
preventiva e infelizmente muitas vezes remediativa buscando a conscientização, a
segurança e qualidade de ensino para toda a sociedade, além de enfatizar a
importância do psicopedagogo em cada escola.
Palavras-chave: Docentes, escola, bullying.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 08
1 VIOLENCIA ESCOLAR ......................................................................................... 11
2 BULLYING ............................................................................................................ 15
2.1 Efeito elástico ............................................................................................... 19
2.2 A Escola como uma micro-sociedade .......................................................... 20
2.3 O Bullying sob o olhar do educador ............................................................. 21
2.4 A escola neste contexto ............................................................................... 22
3 O PAPEL DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FRENTE AO BULLYING ......... 24
3.1 Programas e medidas educativas ................................................................ 27
3.2 Formas de combate ..................................................................................... 30
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 32
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 36
8
IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO
Atualmente a violência é um dos maiores problemas que as escolas
enfrentam. A violência que vem sendo noticiada pela grande mídia, durante anos
silenciados, sempre ocorreu nos pátios e arredores da escola. Para esta violência
existe um nome especifico: Bullying. Tal fenômeno pode ocorrer em qualquer escola,
independente do nível social ou da idade dos alunos, sendo caracterizado por uma
série de atividades agressivas e intencionais, que ocorrem sem motivação evidente,
de forma repetitiva causando dor, angústia e sofrimento, tanto para a vítima, como
ao agressor.
A sociedade esta em constante transformação. Das mudanças observáveis,
as práticas da violência entre jovens, nos seus vários espaços de atuação na família,
na escola e na rua têm obtido um maior espaço na mídia, gerando interesse dos
governantes na busca de resoluções desses conflitos. Não obstante, a violência não
está restrita a determinadas classes sociais, faixas etárias ou a épocas. É utópico
pensar que ela está vinculada apenas a pobreza, aos grandes centros urbanos e
aos dias de hoje.
A violência está entre pares desde os primórdios da civilização, mas é na
escola que ela assume seu aspecto mais preocupante, uma vez que a esta
instituição confiamos o papel de agente de mudanças e a formação dos futuros
cidadãos de nossa sociedade. Acreditamos que é na escola, e em particular na sala
de aula, que há um espaço social repleto de interações sociais e uma grande
diversidade de comportamentos e personalidades distintas.
Para que a violência na escola seja estudada e analisada faz-se necessária à
compreensão do espaço escolar, das práticas de interação nela estabelecida e
saber sobre as culturas e valores que os alunos trazem de suas famílias, pois esses
podem contribuir no aumento das dificuldades de interação e adaptação dos alunos
no estabelecimento educacional.
Ressalva-se que a prática do bullying não é recente e os diversos relatos,
casos, pesquisas que se acompanha em nosso dia, comprova que está longe de se
extinguir. Na verdade, com o passar do tempo, nota-se que as agressões estão
sendo cada vez mais elaboradas. Esta pesquisa não é fruto, apenas de uma
9
curiosidade científica, mas é uma tentativa de abrandar tal ascendência de vivências
agressivas, diretas e/ou indiretas, dentro das instituições escolares (sejam elas
públicas ou particulares).
A escolha do tema em questão se deu sobre a atual problemática no meio
educacional e social em virtude do desconhecimento que vem ocorrendo sobre a
fenomenologia Bullying, pois a violência que vemos em nossas comunidades e
escolas refletem a negligência em prover orientações aos pais.
É necessário que haja uma atenção especial não só aos alunos da rede
escolar e sim a todas as crianças, seja ela dentro ou fora do âmbito escolar, pois o
perigo pode estar por perto e o adulto acaba não percebendo os primeiros sinais do
possível Bullying. Surgem então as questões: Quais as consequências do Bullying?
Como podemos prevenir o Bullying na escola? Quais são os tipos de Bullying?
Quem são os agressores e como identificá-los? Quem são os sofredores de
Bullying, como se sentem e as consequências no processo educativo? Qual é o
papel da escola mediante o Bullying? Qual é o papel dos pais e da sociedade
mediante o Bullying?
Para que se tenha uma atuação eficiente e eficaz sob o Bullying é necessário
saber "identificar, distinguir e diagnosticar o fenômeno, bem como conhecer as
respectivas estratégias de intervenção e de prevenção hoje disponíveis." (FANTE,
2005, p.92). Desta forma, esta pesquisa teve como problema a ser investigado a
atuação dos profissionais de educação frente ao Bullying.
O presente trabalho tem como objetivo geral, mostrar às instituições escolares
que elas devem investir nos profissionais de educação e que o trabalho pode
resultar de forma satisfatória a todos os envolvidos principalmente na prevenção dos
problemas, pois o Bullying acarreta sérias consequências nos alunos e em suas
famílias, apontando e analisando, como o psicopedagogo pode atuar frente este
fenômeno, por um conjunto de estratégias criando a intervenção na escola sobre o
problema supracitado.
A escolha do tema deu-se pelo desejo de entender o fenômeno da
agressividade em relação ao Bullying e em relação ao contexto familiar. Visto sob o
enfoque da gestão escolar participativa e da valorização do educador, hoje torna-se
10
muito importante contribuir para o entendimento mais profundo em relação as
mudanças comportamentais nas escolas, nos lares e na sociedade.
No primeiro capítulo serão abordados os aspectos gerais da violência escolar,
No segundo capítulo serão traçadas considerações acerca da ocorrência do
fenômeno bullying, sua repercussão no comportamento e desenvolvimento humano
e consequente reprodução nos meios sociais. E, por último, é abordado como deve
combater a essas práticas de assédio moral e físico dentro do ambiente escolar,
onde foi abordada a importância de práticas educativas de programas antibullying.
11
11.. VVIIOOLLEENNCCIIAA EESSCCOOLLAARR
A existência de relações de autoritarismo e violência entre os seres humanos
são tão antigas quanto à própria concepção de sociedade, tendo se tornado,
atualmente, importante questão de saúde pública, devido as suas grandes
consequências sociais e individuais.
A violência é um dos problemas sociais mais graves que enfrentamos
atualmente. Quando ocorrida no âmbito das relações familiares, o número de vítimas
é alarmante e evidencia a necessidade de efetivação de campanhas nacionais de
alerta e prevenção.
Uma espécie de violência ainda pouco estudada e recentemente conhecida
no Brasil como o bullying -, fenômeno perverso caracterizado por atitudes agressivas
intencionais e repetitivas, adotadas por uma ou mais pessoas contra uma ou mais
vítimas, numa relação desigual de poder e capacidade de defesa.
Para entender a prática dessas relações violentas, é preciso se aprofundar
nas diversas instâncias que interferem e contribuem na formação dos indivíduos,
como a família, a escola, o trabalho e o meio social em que estão inseridos. Afinal,
“é necessário compreender como a organização social estimula, legitima e mantém
diferentes modalidades de violência.” (BOCK, 1999)
A partir da década de 1970, determinadas condutas violentas que ocorriam
dentro do universo escolar e acadêmico atraíram a atenção e se tornaram o foco do
estudo de inúmeros pesquisadores europeus, principalmente na Universidade de
Bergen, Noruega, com o professor e pesquisador Dan Olweus, no período entre
1978 e 1993 (LOPES NETO; SAAVEDRA, 2003). A princípio, esses estudos
visavam traçar a distinção entre brincadeiras saudáveis, naturais na esfera
estudantil, daquelas que cruelmente ultrapassavam os limites de respeito e
educação entre os alunos. Nesses casos, quando o que deveria ser uma brincadeira
passa a ter outras conotações e o sofrimento causado propositalmente em alguns
gera a diversão de outros, transformando-se em verdadeiros atos de violência,
caracteriza-se o bullying, ou seja, “um tipo especial de agressão física e/ou
psicológica, geralmente no ambiente escolar ou nas suas proximidades, com a
12
intenção de provocar dor ou desconforto repetido ao longo do tempo e com nítido
desequilíbrio de poder, real ou percebido, entre agressor e vítima” (DAWKINS, 1995;
OLWEUS, 1993 apud ESPERON, 2004).
Com o avanço das pesquisas realizadas, a partir das quais foi constatado que
um em cada sete alunos já havia se envolvido em casos de bullying de alguma
forma, o governo norueguês aprovou a campanha nacional anti bullying, baseada
nos estudos de Olweus, conseguindo reduzir, no ano de 1993, aproximadamente
metade das ocorrências de bullying no país. (FANTE, 2005)
Esse fenômeno, no entanto, não é identificado de forma única em todos os
países. Na Noruega e na Dinamarca é conhecido como “Mobbing”, que significa
tumultuar, na Suécia e Finlândia é utilizado o termo “Mobbning”. Na Espanha é
conceituado como “intimidación”, na Itália como “prepotenza” e no Japão utiliza-se o
termo “yjime”. (FANTE, 2005)
Segundo Ana Beatriz Barbosa Silva:
Se recorrermos ao dicionário, encontraremos as seguintes traduções
para a palavra bully: indivíduo valentão, tirano, mandão, brigão. Já a
expressão bullying corresponde a um conjunto de atitudes de
violência física e/ou psicológica, de caráter intencional e repetitivo,
praticado por um bully (agressor) contra uma ou mais vítimas que se
encontram impossibilitadas de se defender. Seja por uma questão
circunstancial ou por uma desigualdade subjetiva de poder, por trás
dessas ações sempre há um bully que domina a maioria dos alunos
de uma turma e 'proíbe' qualquer atitude solidária em relação ao
agredido. (2010, p. 21)
Conclui, ainda, a mesma autora, que “o abuso de poder, a intimidação e a
prepotência são algumas das estratégias adotadas pelos praticantes de bullying (os
bullies) para impor sua autoridade e manter suas vítimas sob total domínio”.
(BARBOSA SILVA, p. 21)
Cléo Fante define o bullying como:
[...] o desejo consciente e deliberado de maltratar outra pessoa e
colocá-la sob tensão; termo que conceitua os comportamentos
agressivos e anti-sociais, utilizado pela literatura anglo-saxônica nos
estudos sobre o problema da violência escolar (2005, p. 28)
13
Segundo Lopes Neto (2005, p. 166), o fenômeno bullying pode ser
classificado em três estilos: o bullying direto, praticado por meio de assédios,
agressões físicas, apelidos, ameaças, ofensas verbais e roubos; o bullying indireto,
caracterizado por atitudes de indiferença, difamação, preconceito, isolamento e, por
fim, o cyberbullying, envolvendo intimidações eletrônicas difamatórias,
ameaçadoras, assediadoras e discriminatórias, feitas por meio de celulares e da
internet.
Apesar de seus desdobramentos e variações, Mark Cleary (2002 apud
BOTELHO, 2007 p. 36) explica que o bullying apresenta, basicamente, cinco
características específicas: o abuso de poder, comportamento repetido e constante,
planejamento dos atos pelo agressor, dificuldade de defesa das vítimas e de
adaptação social para os agressores.
Lélio Braga Calhau, Promotor de Justiça do Ministério Público do Estado de
Minas Gerais, destaca também a possibilidade de o fenômeno bullying ocorrer tanto
entre pessoas que ocupam o mesmo nível social escolar, numa posição horizontal,
como aluno-aluno, bem como entre as relações de autoridade e hierarquia
diferentes, verticalmente, como professor-aluno (2009, p. 49)
Diante de tal preceito, fica evidente a possibilidade de o fenômeno ocorrer
também em outros ambientes além das instituições de ensino, como na esfera
familiar, por exemplo, nas relações de autoridade entre pais e filhos (relação
vertical), ou entre irmãos (relação horizontal).
A fim de traçar um conceito mais amplo do fenômeno, Ana Beatriz Barbosa
Silva (2010, p. 145) afirma que todas as pessoas já foram ou serão vítimas de
bullying em algum momento de suas vidas, e explica:
Isso ocorre em função da própria natureza humana: somos seres
essencialmente sociais, e onde há relações interpessoais sempre haverá
disputa por liderança e poder. É claro que existem lideranças que se
estabelecem de forma positiva e acabam por trazer benefícios a todos. Esse
é o poder exercido pelo e para o bem da humanidade. No entanto, o poder
almejado e estabelecido pelos bullies nunca tem tais propósitos altruístas.
Eles visam ao poder sempre em benefício próprio, seja para se divertir ou
simplesmente para maltratar outras pessoas que, de maneira covarde, são
transformadas em “presas”. (BARBOSA SILVA, 2010, p. 145)
Assim, o fenômeno bullying pode ser compreendido como uma rejeição a
ordem da sociedade que priva aqueles considerados diferentes e inferiores de seus
14
direitos de igualdade. As diferenças encontradas pelo agressor, em indivíduos que
não fazem parte de seu grupo, são apenas pretextos para maltratá-los, e não
verdadeiros motivos (CHALITA, 2008, p. 53).
15
22.. BBUULLLLYYIINNGG
Bullying é um fenômeno bem antigo, embora tal palavra não seja encontrada
nos dicionários da língua portuguesa, pois tornou-se muito falada em todo cenário
brasileiro, principalmente no contexto educacional no final da década de 90.
A construção da palavra Bullying segue-se da seguinte forma: "Bull", que
significa touro em inglês, a mesma dinamizou-se criando um sentido corrompido,
estilo jargão, ou seja, "Bully" ou "Bullie", que ganhou conotação agressiva.
Poderíamos chamar de Bullying, qualquer ato de agressão em repetição a uma ou
mais pessoas dentro de um mesmo cenário, ou não; insultar, zoar, apelidar de forma
pejorativa, bater, empurrar, chutar, tomar sempre da vítima, irritar, humilhar, excluir,
ignorar, desprezar, discriminar, chantagear, perseguir, abusar, assediar, e etc., mas
a industrialização nacionalista adotou da Inglaterra o termo verbalizado Bullying,
talvez por ser linguisticamente mais estético. (MICHAELIS, 1998)
Longe de ser algo a ser copiado por uma suposta beleza, o Bullying é um
fenômeno monstruoso que precisa ser banido da nossa sociedade. O Bullying é um
vilão sem escrúpulos, ao contrário da ideologia "Robinhoodiana", as ações
"Bullyingnianas" visam destruir, esfacelar ás suas vítimas; crianças, adolescentes,
jovens, adultos, independentes de idade, deficiências físicas e cognitivas, quanto
mais frágeis e desprotegidas, melhor.
De acordo com Rebelo Jr. (2007), o Bullying começou a ser pesquisado cerca
de vinte anos atrás na Europa, quando se descobriu o que estava por trás de muitas
tentativas de suicídio entre adolescentes. Sem receber a atenção da escola ou dos
pais, que geralmente achavam as ofensas bobas demais para terem maiores
consequências, o jovem recorria a uma medida desesperada. Porém, descobriu-se
que Bullying é um fenômeno mundial tão antigo quanto a própria escola. Apesar dos
educadores terem consciência da problemática existente entre agressor e vítima,
poucos esforços foram despendidos para o seu estudo sistemático até princípios da
década de 80. Um dado alarmante, é que este mal vem se disseminando largamente
nos últimos anos, atingindo faixas etárias cada vez mais baixas, como crianças dos
primeiros anos de escolarização.
16
Para ilustrarmos melhor o fenômeno em discussão citar-se-á Carneiro (2010,
P. 153), em seu livro LDB Fácil, que explica:
Os primeiros estudos do fenômeno surgiram na década de 70, em países
nórdicos, especialmente na Suécia e Noruega. Daí, as pesquisas se
estenderam a toda a Europa. No fim da década de 90, o Brasil se deu conta
de que o problema da violência psicológica e da brutalidade física entre
alunos assumia aspectos dramáticos. A escola tinha mais um grave
problema a enfrentar cuja configuração se encorpava". (CARNEIRO, 2010,
p.153).
Segundo pesquisas, o efeito Bullying avança freneticamente por todos os
ambientes da sociedade, mas principalmente nos Níveis e Modalidades do Ensino.
Como processo embrionário, o Bullying substancia-se cada vez mais, através da
sistematização educacional, não a limites, pelo contrário, o que se percebe é uma
perenidade, tanto para o agredido, caso ele não seja destruído literalmente no
âmbito físico e cognitivo, como para o agressor, que até mesmo pode se tornar uma
futura vítima pela lei do mais forte.
Para Rebelo Jr. (2007), Bullying é diferente de uma brincadeira inocente, sem
intenção de ferir. São atitudes hostis, que violam o direito à integridade física e
psicológica e à dignidade humana. As vítimas se sentem indefesas, vulneráveis,
com medo e vergonha, o que favorece o rebaixamento de sua auto-estima e a
vitimização continuada e crônica. Essa forma de violência, muitas vezes interpretada
como brincadeiras próprias da idade, traz uma série de danos, que se refletem não
apenas no processo de aprendizagem e socialização, mas, sobretudo, na saúde do
individuo.
O fenômeno Bullying consegue contaminar todos os contextos da sociedade,
o que o torna astronomicamente preocupante.
O fenômeno Bullying não escolhe classe social ou econômica, nas escolas
públicas ou privadas, ensino fundamental ou médio, área rural ou urbana.
Está presente em grupos de crianças e de jovens, em escolas de países e
culturas diferentes". (CHALITA, 2008, p.81).
Percebe-se o grau de intensidade do efeito Bullying na sociedade quando o
analisamos dentro da perspectiva em foco. O indivíduo desde a tenra idade passa a
ser agredido, sendo condicionado por toda a fase infantil, até chegar à adolescência
e juventude, levando-o a se tornar um cidadão com sérios traumas, que se não
17
forem tratados o levará a problemas dos mais variados que se possa imaginar,
desde uma pequena cefaleia até a ação suicida. A médica Ana Beatriz Barbosa
Silva (2010) em seu livro, Bullying, Mentes Perigosas na Escola, faz uma relação de onze
doenças geradas também pelo Bullying:
1) Sintomas Psicossomáticos: Os pacientes tendem a apresentar diversos
sintomas físicos, entre os quais podemos destacar: cefaleia (dor de
cabeça), cansaço crônico, insônia, dificuldades de concentração, náuseas
(enjoo), diarreia, boca seca, palpitações, alergias, crise de asma, sudorese,
tremores, sensação de "nó" na garganta, tonturas ou desmaios, calafrios,
tensão muscular, formigamentos; 2) Transtorno do pânico: O indivíduo é
tomado por uma sensação enorme de medo e ansiedade, acompanhada de
uma série de sintomas físicos (taquicardia, calafrios, boca seca, dilatação
da pupila, suores etc.), sem razão aparente; 3) Fobia escolar: Caracteriza-
se pelo medo intenso de frequentar a escola, ocasionando repetências por
faltas, problemas de aprendizagem e/ou evasão escolar; 4) Fobia Social
(Transtorno de Ansiedade Social - TAS: Quem apresenta fobia social,
também conhecida por timidez patológica, sofre de ansiedade excessiva e
persistente, com temor exacerbado de se sentir o centro das atenções ou
de estar sendo julgado e avaliado negativamente; 5) Transtorno de
Ansiedade Generalizada (TAG): É uma sensação de medo e insegurança
persistente, que não "larga do pé"; 6) Depressão: Trata-se de uma doença
que afeta o humor, os pensamentos, a saúde e o comportamento; 7)
Anorexia e Bulimia: Os transtornos alimentares mais relevantes em nosso
contexto sociocultural são a anorexia e a bulimia nervosas; 8) Transtornos
Obsessivo-Compulsivo (TOC): Popularmente conhecido como "manias", o
transtorno obsessivo-compulsivo se caracteriza por pensamentos sempre
de natureza ruim, intrusivos e recorrentes (obsessões), causando muita
ansiedade e sofrimento; 9) Transtorna do Estresse Pós-Traumático (TEPT):
Pessoas que passaram por experiências traumáticas como vivenciar a
morte de perto, acidentes, sequestros, catástrofes naturais, que lhes
trouxeram medo intenso, podem estar sujeitas a desenvolver o TEPT. Este
transtorno se caracteriza por ideias intrusivas e recorrentes do evento
traumático, com flashbacks (como se fosse um filme) e lembranças de todo
o horror que os abateu; 10) Esquizofrenia: Popularmente conhecida como
psicose ou loucura, é uma doença mental que faz com que o indivíduo
rompa a barreira da realidade e passe a vivenciar um mundo imaginário,
paralelo; 11) Suicídio e homicídio: Ocorrem quando os jovens-alvos não
conseguem suportar a coação dos seus algozes. Em total desespero, essas
vítimas lançam mão de atitudes extremas como forma de aliviar seu
sofrimento. (SILVA, 2010, p. 25-32).
Entende-se que não se esgota os quadros patológicos quanto o efeito bulista,
mas a relação acima sinaliza, de forma bem panorâmica as possíveis sequelas que
podem estigmatizar o indivíduo que de alguma forma sofreu ás práticas bulistas.
Naturalmente que não se propõe aqui afirma que quaisquer uns desses quadros
patológicos são obrigatoriamente por consequências bulistas, mas as probabilidades
existentes de deflagrarem-se esses transtornos durante a vida de um indivíduo-alvo-
bulista são gritantes, pois os mesmos são indivíduos que passam a incorporar à
18
baixa auto-estima, fragilizando-os, tornando-os assim vítimas em potencial aos
praticantes do Bullying.
É de suma importância mencionar que Bullying à semelhança de outros
comportamentos agressivos é identificado pela capacidade de magoar alguém e que
a vitima é alvo do ato agressivo de forma constante.
Três fatores que normalmente o identificam como praticantes do Bullying são:
1. O mal causado a vitima não resultou somente de uma provocação,
mais várias ações que se identificam como provocações.
2. As intimidações e a vitimização de outro são com regularidade.
3. Geralmente os agressores são mais fortes fisicamente, acaba que as
vitimas geralmente não estão em posição de defesa.
Sendo Assim, são classificados cinco tipos de Bullying.
1. Físico - Recurso à violência física.
2. Verbal - Recurso à violência verbal.
3. Relacional/Racial - Exclusão de grupos sociais / Racismo.
4. Sexual - Utilização de comentários sexuais e até mesmo contatos
sexuais.
5. CyberBullying: Difamação pelos recursos eletrônicos. (Orkut, MSN, MY
SPACE...).
O Bullying é uma prática de violência física e psíquica, usamos aqui o
conceito de violência utilizado por Teles e Melo (2002, p.15), que diz.
[...] Violência, em seu significado mais frequente, quer dizer uso da força
física, psicológica ou intelectual para obrigar a outra pessoa a fazer algo
que não está com vontade; é constranger, é tolher a liberdade, é incomodar,
é impedir a outra pessoa de manifestar seu desejo e sua vontade, sob pena
de viver gravemente ameaçado ou até mesmo ser espancada, lesionada ou
morta. É um meio de coagir, de submeter outrem em seu domínio, é uma
violação dos direitos essenciais do ser humano.
19
Vendo por esta ótica, a violência pode ser compreendida como uma forma de
restringir a liberdade de uma pessoa, reprimindo e ofendendo física ou moralmente.
"Violência interpessoal é o termo empregado para indicar a pratica da violência entre
pessoas que se conhecem". (TELES e MELO, 2002, p.22).
A violência é uma das responsáveis pelo Bullying, pois este fenômeno esta
relacionado com as dificuldades emocionais de cada agressor. No quadro familiar
dos agressores há sempre uma história de violência associada, ou seja, a criança
com comportamentos agressivos convive com a violência de perto. (DIOGO e VILA,
2009, p.3).
Pelo constante quadro de violência em casa, ela é a única forma que os
agressores conhecem como dialogo. Estes indivíduos não têm acompanhamento
familiar necessário que agreguem valores para conseguirem lidar com adversidades
e outros tipos de problemas. Geralmente existem três tipos de pessoas envolvidas
nessa situação: O espectador, a vítima e o agressor.
22..11 EEffeeiittoo eelláássttiiccoo
As vítimas do Bullying podem reagir de duas formas as perseguições sofridas:
- Desenvolvendo a Resiliência.
- Desenvolvendo a Baixa Alto-Estima.
Tratar-se-á aqui somente a questão da resiliência, que significa "a capacidade
concreta de retornar ao estado natural de excelência, superando uma situação
critica". (GRAPEIA, 2011).
Silva (2010, p. 91) chama esse processo de "Efeito Elástico", que seria o
indivíduo a comprimir-se pelo efeito de todas as babáreis bulistas até se soltar, com
toda a força, toda energia, como um elástico.
A autora cita personagens famosos como, por exemplo, Michael Phelps,
nadador norte-americano, Kate Winslet, atriz britânica, Tom Cruise, ator norte-
americano, Madonna, cantora norte-americana, David Beckham, Jogador de futebol,
Steven Spielberg, produtor e diretor de cinema norte-americano e Bill Clinton, ex-
20
presidente dos Estados Unidos da América. Todos esses grandes personagens
passaram pelas torturas bulistas, mas conseguiram vencer todas as adversidades
que lhes foram impostas e, se tornaram pessoas de grande destaque internacional.
(SILVA, 2010, p.91).
Percebe-se através dos relatos acima que o ser humano tem condições de
superação estupendas, mas deve-se observar também o contexto social em que,
por exemplo, essas personalidades encontravam-se; a Família, Escola, Governo, os
níveis: Econômico, Político e Social. No Brasil com certeza se procurarmos,
encontraremos indivíduos que venceram todas as formas de Bullying, que possamos
imaginar, mas será que atingiram tal fama dos personagens citados, será que os
personagens em discussão alcançariam tal fama aqui no Brasil? Nunca
descobriremos, mas com certeza isso se tornaria irrelevante, pois acredito que
mesmo o sucesso não consiga apagar ou desistigmatizar as vítimas do Bullying,
prova disto é a própria necessidade de externar suas emoções guardadas. Embora
possa ser um incentivo para alguns que estejam passando por algum processo de
agressão bulista, é bom que o indivíduo vença essas barreiras não pelo que ele
pode ser, mas sim pelo que ele é; um ser humano, que precisa ser respeitado e
amado acima de tudo.
22..22 AA EEssccoollaa ccoommoo uummaa mmiiccrroo--ssoocciieeddaaddee
Se pensarmos na Escola como uma Micro-sociedade, veremos que a
comunidade escolar tende a reproduzir a sociedade como um todo.
A escola representa o olhar da sociedade e seus preconceitos.
No sistema escolar, encontramos outro micromundo, uma subdivisão
denominada universo dos estudantes. Infelizmente, em grande parte das
escolas, sejam elas públicas ou particulares, deparamo-nos com uma
hierarquia que quase reproduz os sistemas de castas das sociedades mais
desiguais. (SILVA, 2010, p.79).
Os jovens que frequentam a escola correspondem a grupos sociais que
estabelecem uma visão de mundo diferente uns dos outros e a reprodução da
exclusão se dá por questões que vai desde convicções religiosas como físicas.
21
Segundo Silva (2010), neste micromundo que é a escola existem arquétipos
como "beleza", que se baseia em questões físicas, o que lhes conferem grande
poder de influência sobre a maioria dos estudantes. Os neutros correspondem ás
meninas e meninos, que por temer a estratégia social, tentam se associarem com os
ditos populares, para se manterem perto dos ídolos da escola, mesmo sem fazer
parte da rede de amizade intima com os mesmos, reproduzem assim, o modelo de
exclusão, pois evitam conversar com os ditos excluídos, para não desagradar e
perder uma espécie de vinculo com os populares do micromundo.
Ainda segundo a autora, os excluídos são aqueles que acabam fugindo ao
padrão estabelecido pela comunidade escolar, que se baseia em arquétipos que
padronizam o que é "belo" ou diz o que é "feio", ou seja, são rotulados por serem
"diferentes", mostrando o não respeito pela diversidade cultural. Por conta disso, são
alvos prediletos para o Bullying, quase automaticamente, exercem o papel de
vitimas, nesse cenário que é o universo escolar, ou seja, a sociedade é construtora
de valores, ditando o que devem vestir para ser "legal", estimulam a massificação de
modos de pensar e agir, levando a uma fácil manipulação de costumes, criando ou
recriando coisas que são próprias da sociedade, como o preconceito e intolerância
em relação aos que não se encaixam no perfil dito "diferente", criando uma relação
de etnocentrismo, de um grupo que dita o que se deve fazer.
22..33 OO BBuullllyyiinngg ssoobb oo oollhhaarr ddoo eedduuccaaddoorr
Cada vez mais o problema da violência nas escolas preocupa, tanto
educadores como educandos. As agências de ensino tentam de diversas as formas
se protegerem através de recursos mais variados, inclusive recursos que a
tecnologia nos pode oferecer. Câmeras de vídeo são estaladas em pontos
estratégicos, crachás eletrônicos e até seguranças disfarçados são contratados, na
tentativa de inibir a violência nas escolas particulares, enquanto que as escolas e
universidades públicas buscam através de mecanicidade mais simplistas também
reagir às práticas bulistas. Talvez tais mecanismos possam apresentar alguns
resultados, mas sabe-se que Bullying escolar a muito atravessou as barricadas
escolares e universitárias. Não é nada difícil localizar nas a mediações das
22
instituições educacionais como, por exemplo; lanchonetes, padarias, esquinas, em
fim, estabelecimentos públicos, ações relacionadas à violência estudantil. (REBELO,
2011).
Parecem-nos comum os noticiários televisáveis que apresentam quadros das
mais variadas cenas de violência nas escolas e faculdades no Brasil. Professores
sendo ameaçados e até agredidos por alunos, alunos se atacando nas mais
variadas formas que possamos imaginar.
Dentro desse contexto decadente encontra-se a pessoa do educador. Como o
educador e a escola encaram e se mobilizam diante do problema da violência
escolar?
22..44 AA eessccoollaa nneessttee ccoonntteexxttoo
Stephenson e Smith (1989) descobriram uma variedade de fatores no
ambiente escolar que podem contribuir para o Bullying. A seguir alguns desses
fatores:
- Alta rotatividade de professores.
- Crianças não são tratadas como individuo de valor.
- Professores apontando e gritando.
- Desestimular os alunos a delatar outros.
- Inexistência de política antiBullying.
- Inexistência de procedimentos claros para reportar e lidar com
incidentes relacionados ao Bullying.
- Agressões ignoradas por funcionários da escola.
- Funcionários que humilham alunos diante dos colegas.
23
Ou seja, o clima social da escola e a qualidade da supervisão oferecida pela
mesma são muito importantes.
Um ambiente escolar em que faltam afeto e aceitação para todos os alunos
é mais passível de abrigar problemas relacionados ao Bullying e a questão
de disciplina. Além do mais, a escola que não tem altas expectativas de
comportamento dos alunos e uma política de repreensão eficiente está
sujeita a criar um ambiente nos quais os bullies prosperam. (BEANE, 2010,
p.55).
A escola precisa decodificar os acontecimentos dentro da sociedade e saber
transferir para os alunos questões mais humanas do que simplesmente do currículo
escolar, pois este tipo de ensino coisifica os alunos, enquanto o ensino que tem um
bom clima social estimula os alunos a reflexões do seu papel dentro do contexto
escolar e social uma educação não só para o mercado de trabalho mais uma
educação critica que desperta para o mundo a partir do respeito ao outro e pela
dignidade humana entender que todos possuem direitos e deveres e quando alguém
comete Bullying esta ferindo o direito do outro, seja o de liberdade de pensamento,
como a liberdade de ir e vir.
Entretanto, quando os pais buscam auxílio na escola e esta não responde
adequadamente, a solução será procurar o Conselho Tutelar, que, de
acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente em seu artigo 232,
prevê pena para quem "submeter criança ou adolescente sob sua
autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento". No caso
de o crime ser cometido por criança menor de 12 anos, o Conselho Tutelar
tem a função de chamar a atenção dos pais e da criança. Se o autor for
maior de 12 anos, o caso poderá ser levado à justiça, e o juiz determinará
se a punição consistirá em advertência ou em prestação de serviço à
comunidade. Se, porém, o crime for praticado por um adulto, a pena
prevista é de seis meses a dois anos de detenção. (FANTE, 2005, p.78).
Repensar o papel de cidadania é dever da escola, portanto, estimular os pais
e alunos sobre o ato do Bullying é dizer chega a esta pratica que vem durante anos
destruindo e corroendo os alunos, tanto de instituições de educação pública quanto
particular. Pois o regimento Interno Escolar, que serviria de parâmetro para as
normas de convivência dentro da escola, deve dialogar com o Estatuto da Criança e
do Adolescente (ECA), não esquecendo, portanto suas especificidades e demandas
sociais de acordo com a sua realidade.
24
33 OO PPAAPPEELL DDOO PPRROOFFIISSSSIIOONNAALL DDEE EEDDUUCCAAÇÇÃÃOO FFRREENNTTEE AAOO BBUULLLLYYIINNGG
Todos sabem que o docente tem uma enorme influência sobre seus alunos. A
este docente, Middelton-Moz (2007, p. 59), denomina de "cuidador". Ainda com o
autor, a interação da criança com seu principal cuidador na escola, é a maior
proteção contra comportamentos agressivos posteriores. Esse relacionamento é o
alicerce para o desenvolvimento de vínculo e de empatia, regulando e equilibrando
as emoções e a capacidade de aprender.
Porém, uma questão visível em muitas realidades educacionais, que é a de
que apesar de reconhecerem a existência do Bullying, muitos professores e diretores
de escolas públicas e privadas ainda têm dificuldade em lidar com o problema. A
falta de tempo e a grande quantidade de estudantes nas salas de aula não permitem
que esses profissionais façam um acompanhamento individual de cada aluno.
Considera-se, portanto, que cada escola deveria contar com uma equipe de
psicopedagogos que pudesse atuar junto aos estudantes, pois Diretores e
coordenadores muitas vezes não se mostram preparados para agir nesses casos.
Conforme Beauclair (2004, p.1),
[...] o psicopedagogo cuida de questões que transversalizam os diferentes
momentos do aprender, que devem envolver as famílias e o meio
sociocultural. A psicopedagogia se posiciona em observar o sujeito
aprendente como um organismo biológico, afetivo, cognitivo, social e
cultural. Com isso, busca conhecer o sujeito como ser transcendente que se
constitui como pessoa, a partir do biológico e de suas múltiplas interações
com o mundo, com o saber, com o conhecimento.
De acordo com Oliveira, o saber enxergar e aceitar a diversidade do outro,
assim como encontrar tempo para e espaço para escutá-lo, vem a ser condição de
aprendizagem e de desenvolvimento saudável. Neste sentido também, a construção
da própria identidade da Psicopedagogia e do psicopedagogo depende do valor que
é dado à aprendizagem em equipe, sempre aberta às transformações do seu tempo.
Sendo assim, na escola, o profissional de educação deve ter o entendimento
do Projeto Político Pedagógico, do Regimento e de toda a estrutura física e
documental da instituição, intervindo nas diferentes instâncias que veiculam o
25
conhecimento, como este transita, como é apresentado aos alunos, avaliado,
transformado, enfim, analisando os processos e as modalidades de ensinar e de
aprender. Além disso, deve observar como ocorrem as relações de poder, o que
interfere nas relações interpessoais dos diferentes grupos e como estes procuram
dar conta dos conflitos do dia-a-dia.
"A psicopedagogia se envolve no desenvolvimento cognitivo, com o claro
objetivo de conhecer como o sujeito aprende, buscando compreender,
também, os motivos que fazem com que alguns sujeitos não aprendam."
(BEAUCLAIR, 2004, p. 43).
Ainda com Beauclair (2006), a Psicopedagogia por ser um campo do
conhecimento interdisciplinar pode contribuir, seja no sentido de promover a
aprendizagem ou mesmo tratar de distúrbios, nesses processos instalados na
própria instituição, a qual cumpre uma importante função de socializar os
conhecimentos disponíveis, promover o desenvolvimento cognitivo e a construção
de regras de conduta, dentro de um projeto social mais amplo.
Em síntese, a atuação do educador na escola deve ser feita frente aos
educadores e deve visar uma conscientização da problemática existente entre
agressor e vítima, encontrando soluções para prevenção do Bullying e intervenção
deste fenômeno, a fim de conter sua disseminação.
Muitos profissionais da educação se assustam quando "aquela simples
brincadeira" entre grupos é sinalizada como Bullying. Então é papel do educador é
também atuar com intervenções que minimizem este ato de crueldade tais como,
projetos ou miniprojetos na escola sobre valores, respeito mútuo, paz, tolerância, ser
diferente, etc. Oficinas, teatro, ações que permitam aos alunos exporem seus
medos, suas opiniões sobre o assunto, como uma espécie de terapia ocupacional,
ou seja, transformar os alunos em aliados contra esse mal. Monitorar os vários
espaços da escola, mesmo fora dos intervalos entre as aulas. E policiar as formas
de ações, tendo cuidado, por exemplo, com a forma como um professor se dirige a
um aluno, evitando apelidos, termos de menosprezo, etc., pois o educador é quem
está na linha de frente, quem estabelece contato direto com o aluno e, muitas vezes
por falta de cuidado com essa questão, o aluno teme conversar preferindo se calar.
26
O educador deve criar a conscientização sobre o Bullying escolar para ajudar
a identificação dos bullies, cabendo aos profissionais da escola a leitura e pesquisa
sobre tal assunto.
Para a intervenção e prevenção do Bullying a equipe escolar deve, estimular
o diálogo dentro da escola, mudando o ambiente escolar, para que os alunos
percebam que todos devem ajudar no combate a violência na escola, repreender a
violência e participar de forma ativa na cidadania. Implantar um programa de
prevenção e trabalhar sobre o viés de estratégias psicopedagógicas baseadas em
princípios humanos, como tolerância, respeito ás diferenças, e estender a toda a
comunidade escolar incluindo os pais dos alunos. O trabalho do psicopedagogo
deve ser direcionado para a inclusão, a construção da autoestima e pela valorização
das diferenças; a criança não se vê como estigmatizada, mais aceita com
naturalidade que todos possuem igualdade dentro do grupo, apesar das diferenças
étnicas ou religiosas etc.
O educador necessita demonstrar junto à escola, que a violência não ajuda
em nada o ser humano, mais sim, o respeito a valores que irão criar uma sociedade
fraterna e solidaria.
A escola de hoje sofre a consequência dessa decadência de valores que
afetou nossa sociedade durante os últimos anos. Não existe uma
consciência clara, nem por parte da sociedade nem de muitos professores,
sobre o que realmente significa a educação e como deve ser enfocada.
(GOMEZ, 2000, p.43).
Os valores podem ser identificados a partir de juízos emitidos pelas decisões
e escolhas em determinadas situações problemáticas. A instrução educativa
seleciona como finalidade diferentes tipos de valores a que convém potencializar
frente a valores sociais como:
- Liberdade, justiça, verdade.
-Coerência e validade pessoal.
-Honestidade e fidelidade.
-Cooperação e solidariedade.
-Responsabilidade.
-Compreensão, amizade e respeito.
27
-Não-violência e paz.
Na programação de atividade é necessário organizar a aplicação de técnicas
de dinâmica para potencializar a cooperação, a convivência, o respeito, a
solidariedade, e a reflexão.
O educador no processo de conscientização de pais, professores e alunos,
devem fazer reuniões para tratar o assunto, também se pode usar como ferramenta
pedagógica o teatro lendo historias que de fundo tenham um conceito moral, para se
compreender o Bullying de outra forma. Para a prevenção do Bullying todos os
profissionais da escola precisam trabalhar em conjunto, o professor precisa estar
atento por ter uma relação diária com os alunos.
Muitas vezes, o aluno que não se adapta sofre dificuldade de relacionamento
com o ambiente, que se traduz em problemas de relacionamento pessoal com os
educadores e colegas, por tal motivo o psicopedagogo é extremamente importante,
pois tem conhecimento para diminuir os conflitos deste aluno.
A escola precisa deixar claro que não se aceita o Bullying naquela instituição,
e sim agregar a todos os alunos a participarem de brincadeiras sem nenhum tipo de
exclusão, neste sentido o psicopedagogo evidencia dentro destas praticas, que toda
a comunidade pertencente a escola deve colaborar na transformação de um
ambiente de paz.
Na escola, a criança necessita encontrar relacionamentos afetivos e a
segurança que lhe permitam conseguir uma autonomia, com isso ela vai adquirindo
conhecimento e interiorizando atitudes de socialização e de relacionamento com
adultos e colegas.
33..11 PPrrooggrraammaass ee mmeeddiiddaass eedduuccaattiivvaass
Os pais, ao deixarem seus filhos em instituições de ensino, confiam e
esperam que esta irá cumprir suas funções de guarda e preservação dos menores,
tutelando sua integridade física e moral. Porém, diante das relações sociais que se
28
estabelecem nos ambientes escolares, é inegável o conhecimento de que todos os
que ali se encontram estão suscetíveis ao bullying, já que tal conduta não se
demonstra uma novidade no meio social. Contudo, de acordo com a teoria do risco
que está presente na responsabilidade objetiva que a escola possui, esta tem a
obrigação de investir todo seu poder de vigilância, de modo que se demonstre
eficaz, pois somente assim conseguiria evitar as ofensas e danos àqueles que estão
sobre sua guarda, durante aquele determinado período.
Não está sendo retirada a responsabilidade dos pais para com os atos dos
filhos menores, estes continuam com todos os deveres e obrigações a eles impostos
como responsáveis legais dos jovens que encontram em sua autoridade e
companhia. De acordo com Gonçalves (2006, p. 158-159), diante da situação em
que é possível elencar mais de um responsável, há, então, uma concorrência de
responsáveis, nesse caso entre os pais e a instituição de ensino. Sendo que à
escola incumbe o dever puro de vigilância, e aos pais, além da vigilância, é imposta
a obrigação de formação educacional. Portanto, pode-se dizer que a
responsabilidade do educador influi uma educação anteriormente transmitida à
criança ou adolescente.
Como prestadora de serviços, uma instituição de ensino tem o dever de
guarda e vigilância, como já dito anteriormente, ficando integralmente responsáveis
por qualquer dano gerado ou sofrido por seus educandos. A prática de bullying
escolar, em razão da relação de consumo existente, além de ser responsabilidade
objetiva para com os danos emergidos de tal situação, também é dever da escola
intervir e prevenir contra tais problemas, com risco de incidir em defeito e/ou vicio da
prestação de serviço.
Fante (2005, p. 91) disserta que
a intolerância, a ausência de parâmetros que orientem a convivência
pacífica e a falta de habilidade para resolver os conflitos são algumas
das principais dificuldades detectadas no ambiente escolar.
Atualmente, a matéria mais difícil da escola não é a matemática ou a
biologia; a convivência, para muitos alunos e de todas as séries,
talvez seja a matéria mais difícil de ser aprendida.
Porém, antes de desenvolver estratégias de combate e prevenção, a escola
tem que cumprir outra de suas expectativas, sendo esta a conscientização da
existência do problema, e principalmente a informação sobre as consequências para
com todos os personagens envolvidos na conduta do bullying.
29
Sob a ótica de Fante (2005, p. 91), outra questão a ser levada em
consideração é a realidade escolar de cada comunidade, ou seja, não deve-se
ignorar as características culturais daqueles que ali convivem. Por essa razão, a
autora defende a ideia de que todas as medidas educativas e preventivas contra o
bullying devem ser peculiares. O programa antiBullying deverá visar uma melhoria
da competência dos educadores, e, como principal função, o progresso na
“capacidade de interação social nas relações interpessoais”. Sendo que isso partirá
da premissa do incentivo a comportamentos positivos, cooperativos e solidários,
tanto de educadores como de educandos.
Como um programa com medidas educativas, propriamente dito, Fante (2005,
p. 94-95) traz o “Programa Educar para a Paz”, o qual foi elaborado baseando-se em
experiências de magistrados e diversas pesquisas de campo. Este programa tem
como principais objetivos a conscientização dos educandos para com o bullying,
onde seria feita uma análise das situações ocorridas na própria instituição com o
intuito de chegar a conclusão dos motivos causadores de tais condutas; a
explanação dos valores humanos, para que os envolvidos consigam visualizar as
implicações negativas que surgem da prática desta conduta, e, com isso, aprender a
erradicá-las; e, contudo, surja, como iniciativa dos próprios educandos, a
transformação da violência em uma realidade de paz nas escolas.
Calhau (2009, p. 109-110) ainda elenca outra medida a ser tomada pelas
escolas, medida essa essencial para a solução do bullying escolar: a instituição deve
ter o apoio de pedagogos e psicólogos em seu quadro profissional, assim como
contar com a ajuda do Conselho Tutelar. O envolvimento desses profissionais nas
iniciativas do combate ao bullying fornecerá orientações que irão guiar as medidas a
serem tomadas em cada caso. Sendo que, haverão casos excepcionais onde um
nível de gravidade da lesão se mostrará mais acentuado, e, como consequência
disso as medidas aconselhadas não foram o suficiente para controlar a situação.
Diante desse fato deve a escola acionar a polícia e o Ministério Público, porém,
deve-se ter consciência de que o acionamento desses profissionais deverá ocorrer
somente em última instância, diante de situações graves.
30
33..22 FFoorrmmaass ddee ccoommbbaattee
Não há mais de se negar a existência da violência dentro do ambiente
escolar, assim como o uso de meios legais para combater a prática do bullying.
Porém, antes de levar para o judiciário deve-se tentar combater através de outros
meios, talvez até mais eficientes que a própria intervenção do âmbito judicial. Como
trata-se de bullying escolar, Rolim (2010, p.114) disserta que
[…] seria interessante referir que a escola pode oferecer uma
contribuição decisiva ao enfrentamento da violência, prevenindo um
conjunto importante de suas manifestações, prevenindo um conjunto
importante de suas manifestações na vida adulta. Com efeito, as
evidencias acumuladas nas ultimas décadas não deixam margem
para duvidas a respeito das possibilidades generosas oferecidas pela
Escola no que se refere à construção de normas de convivência e
respeito e, por decorrência, para a prevenção da violência e do
crime.
Diante disso, Albino e Terêncio (2009) abordam a questão de como que os
profissionais da educação, e todos aqueles que estejam envolvidos com a prática do
bullying escolar, devem fazer para combater essa violência. Em primeiro momento,
as instituições de ensino devem ter conhecimento total desse fenômeno, para
somente então erradicá-lo, e não mais fazer confusão entre atos infracionais e atos
de indisciplina1
.
Porém, pode ser estabelecida uma relação entre o ato de indisciplina e o ato
infracional, uma vez que, se ignorado um ato de indisciplina estar-se-á dando
margem para que condutas mais graves aconteçam, podendo caracterizar a conduta
do bullying e posteriormente o ato infracional. Por isso, Albino e Terêncio (2009)
estabelecem ser objetivo fundamental à questão social e educacional dentro do
ambiente escolar, devendo ser aplicadas políticas públicas que atuem com a
finalidade de prevenção para com os problemas de indisciplina escolar.
Para Albino e Terêncio (2009), é de suma importância que, antes de levar os
conflitos sociais da escola para o âmbito judicial, o estabelecimento desenvolva
normas que tenham intuito de prevenir e combater os excessos dos alunos.
1
Ato de indisciplina é o comportamento que, de alguma forma, compromete a convivência social e a
ordem no ambiente escolar. Este não caracteriza crime ou contravenção penal, e, portanto,
divergente do ato infracional.
31
Podendo, e devendo, contar com o auxílio das famílias dos educandos para que o
correto cumprimento das medidas venha a se concretizar.
Albino e Terêncio (2009) concluem que a falta de intervenção da escola e da
família nos conflitos existentes dentro das instituições de ensino são motivadoras de
excessivas ações judiciais desnecessárias. O envolvimento do Poder Judiciário
poderia ser evitado com a adoção de estratégias de esclarecimento, formas de
prevenção e regras comportamentais que devem ser adotadas para uma saudável
convivência social.
Um exemplo do que pode ser realizado meio de ações interdisciplinares,
juntamente com o auxilio dos professores, famílias e da sociedade, seria estabeleer
uma série de objetivos, entre eles estão: instruir os docentes e a equipe pedagógica
para saber lidar com o problema; observar, analisar e identificar os personagens –
vítimas e praticantes – do bullying; desenvolver campanhas educativas, informativas
e de conscientização; integrar a comunidade nas ações multidisciplinares de
combate ao bullying; coibir atos de agressão, discriminação, humilhação e todo
comportamento que estimule a violência; realizar debates e reflexões a respeito do
assunto; a promoção de um ambiente escolar seguro e sadio com incentivo ao
respeito; desenvolver cartazes, gibis, vídeos, entre outros meios de conscientização
sobre o problema. Isso tem o intuito de informar todos aqueles que estejam
envolvidos, assim como as demais pessoas da sociedade, para que em uma ação
em conjunto possam contribuir para o combate e a prevenção do bullying.
Esses exemplo não são únicos no mundo, assim como acentua Fante (2005,
p. 92), são incontáveis as iniciativas contra a conduta do bullying no mundo. Faz-se
um apresentação de um sistema dinâmico e complexo, onde deverá ser analisado
as peculiaridades de cada local e cultura social dos envolvidos diretamente com o
problema. Com isso, nasce na escola o desenvolvimento de estratégias e ações que
devem ser adotadas diariamente e de forma contínua.
32
CCOONNSSIIDDEERRAAÇÇÕÕEESS FFIINNAAIISS
O presente estudo permitiu a partir do referencial teórico selecionado, analisar
as manifestações da agressão escolar configurada no fenômeno Bullying, buscando
compreender as nuances psicológicas acarretadas por ele, assim como, possíveis
programas educacionais, e assim todas as questões puderam ser respondidas.
Este trabalho buscou contribuir para a divulgação do Bullying e possibilitar
que novas propostas de atuação de combate a este fenômeno possam surgir.
Pudemos concluir que muitas escolas ignoram os casos de violência, por
medo de perder seus alunos-clientes. Outro aspecto preocupante é que muitas
instituições de classe, ao sugerir apoio psicopedagógico, tentam reforçar a tese de
que crianças agredidas podem ter uma propensão a isso - como se o problema
estivesse na vítima e não na instituição. É um mecanismo sutil dos colégios se
distanciarem do problema. Temos visto muitos casos onde a escola transfere a
culpa para a família e vice-versa. Não adianta os pais colocarem a culpa nas más
companhias e o colégio dizer que é o aluno que não sabe se defender e que a culpa
é dos pais.
A escola, em seu Projeto Político-Pedagógico, deve prever e aplicar, em sua
prática, uma intenção na construção de um projeto de vida, no qual as relações
interpessoais saudáveis entre professores, alunos e famílias sejam privilegiadas. Às
vezes, investe-se muito no planejamento de conteúdos e objetivos, mas acabam se
esquecendo das relações afetivas, e do acolhimento daquele aluno que chega pela
primeira vez à escola, cheio de sonhos e expectativas. Até então ele estava
acostumado a ser quase o centro das atenções; a partir dali vai ter que dividir isso
com 20 ou 25 ou 40 colegas. Essa criança vai ter que se adaptar ao jeito de ser do
professor e dos colegas, aos comentários, às piadas. Sendo assim, o
psicopedagogo na escola, exerce um papel fundamental na criação e no
aperfeiçoamento do clima relacional entre professores, alunos, funcionários e
famílias, muitas vezes, sendo necessário desmistificar a manifestação de
sentimentos primitivos como a inveja, a competição, que impedem a prática
educativa.
33
Finalizando, enfatiza-se que o Psicopedagogo pode fazer muita diferença
numa instituição, com uma escuta e um olhar mais sensível quanto às demandas de
professores, alunos e famílias. Não esquecendo que, grande parte das crianças e
dos adolescentes, reconhecem a escola como um lugar gostoso de estudo e de
encontros com colegas e professores.
É unânime que a criança que apresenta este problema (Bullying) deve ser
tratada e não punida, pois lidamos com jovens que sofrem, que não encontram
formas de se aproximar de seus iguais, que se percebem tão frágeis que têm de
mostrar o contrário e provar todo o tempo que são destemidos.
Acabar definitivamente com o Bullying, de acordo com Calhau (2009), pode
parecer uma utopia, em uma sociedade capitalista e individualista, onde o ter acaba
tendo mais valor do que o ser, mas é um desafio que nos inspira a lutar por um
mundo melhor, por uma sociedade mais justa, por um mundo melhor para deixarmos
para as gerações futuras e isso só poderá ser conseguido quando mais nenhuma
vítima do Bullying se esconder por trás de suas lágrimas, de seu sofrimento, de seu
silêncio.
Foi fundamental perceber, que a violência e a agressividade estão presentes
não só na escola, mas também no convívio familiar, que a prática parece ser comum
no dia-a-dia dos educandos, ainda que, aos docentes falte clareza sobre este
conceito.
Os fatores que colaboram para esta investigação são mais significativos por
serem apontados por vários autores que são: temperamento da própria criança, os
problemas na relação mãe-filho, isto é, os vínculos afetivos, as condições
socioeconômicas e o biológico.
Os adolescentes e jovens que se destacam pela hostilidade exagerada,
podem ter um histórico de conduta agressivo que remonta na idade precoce, como
no período da pré-escola.
Outro fator que deve ser observado, é que a família influencia através do
vínculo, do contato interacional, que seria a relação entre os seus membros, suas
eventuais psicopatologias e os desajustes dos pais ou do modelo educacional
doméstico e escolar.
34
Outros elementos que favorecem à conduta agressiva, são os ambientes
como: a televisão, os videogames, a escola e a sua situação socioeconômica.
Em contra partida, podemos ressaltar que os modelos citados não atingem
todas as pessoas por igual e nem submetem a mesma situação de risco.
Nos estudos sobre o aumento da violência e agressividade dos adolescentes,
notamos que eles passam por várias nuances que seriam ter pais como modelo e
como educadores, ou não. Em primeiro lugar vem a dissolução das famílias, que
seria a falência da função paterna (ou materno), a busca pelo prazer consumista,
que resulta em um exacerbada número de jovens sem rédeas, que os limitem..
Em segundo lugar, seria a dita liberdade incondicional sobre o falso rótulo do
progresso e do politicamente correto. Esta liberdade incondicional seria para aqueles
que vivem e sobrevivem, e muito bem, do “afã” juvenil em ir, comprar e beber. Hoje
em dia, os que sufocam a juventude não são os educandos ou os diretores da
escola, que lutam para que os jovens tenham uma vida de mais sucesso
profissional. Os que provocam essa a falência da juventude, são empresários da
noite, traficantes, as drogas e os costumes.
Outro fator seria a propaganda da valorização pelo “prazer” como a finalidade
de proporcionar prazer a si mesmo, prazer do consumo, do poder e de não poder
perder um minuto. A transformação de pessoas em falsos ídolos e de modelos de
vir-a-ser, é um dos fatores que estimulam à delinquência.
A falta de habilidades sociais e os traços antissociais dos pais são fatores
importantes para serem considerada uma família de risco. Pais com os traços anti-
sociais de personalidades, além de não serem uma boa transmissão de uma
imagem meritosa aos filhos, poderá ter dificuldades para dar amostras de aprovação
e incentivo para as boas atitudes. Estes pais não iram respeitar a autonomia e
espaço social, dos seus filhos, além de disciplinarem inadequadamente, com
excesso de permissividade quando ser mais fortes e exageradamente agressivos
quando não precisam.
A mãe, no que tange a falta de dever das responsabilidades e limites de seus
filhos, com atitudes superprotetoras, tão ou mais graves que seu oposto, a
negligência materna, resultado em adultos sem nenhuma tolerância às frustrações.
35
Pessoas sem tolerância à frustrações costumam tomar a força o que querem,
quando não conseguem, ficam adultos com alguma psicopatologia.
No caso dos pais separados, pesquisas mostram que o apoio mútuo está
diretamente relacionado à coesão familiar, sendo um elemento importante no bom
relacionamento entre mãe- filho-pai.
Na escola, se percebe que à violência e a agressividade sempre se faz
presente, desde as palmatórias e castigos físicos, que hoje foram abolidos.
Todavia, a prática do Bullying parece ser comum no dia–a-dia dos educandos,
ainda que aos docentes falte clareza sobre este conceito.
Sabemos que atualmente a escola tornou-se uma das preocupações
mundiais é motivo de vários estudos e pesquisas. As reflexões sobre as várias
formas de violência, que ocorrem nas escolas têm se destacado, dando importância,
inclusive, à violência simbólica.
Para que a Escola consiga reduzir a violência, precisamos conquista- la, pois
é na escola que os primeiros sinais de agressividade e de violência se manifestam
(entre os educandos).
Para que os docentes consigam alcançar bons resultados, na redução dos
comportamentos agressivos, eles devem desenvolver ações estratégicas que
envolvam toda a comunidade escolar, desenvolvendo com um grande interesse
entre os participantes: que passam a se sentirem mais responsáveis e
comprometidos com a Escola.
A estratégica da redução do Bullying deve ser um Programa eficaz, com
recursos didáticos e psicopedagógicos.
Só será possível combater a agressividade e a violência, quando houver
conscientização, planejamento, investimento, atitudes de compromisso e de
responsabilidade, cooperação e sobre tudo quando uma nova contracultura de PAZ,
for estabelecida..
Portanto, é preciso dar um basta nesta forma de violência, para que os
agressores juvenis de hoje não se tornem os criminosos de amanhã.
36
RREEFFEERRÊÊNNCCIIAASS BBIIBBLLIIOOGGRRÁÁFFIICCAASS
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GONÇALVES, Carlos Roberto. Responsabilidade civil. São Paulo: Saraiva, 2006.
37
GRAPEIA, Leonardo Soares. Resiliência. Artigo, 2011. Disponível em:
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  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL PROEX – PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO PROGRAMA EDUCAÇÃO PARA A DIVERSIDADE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS EM GÊNERO E RAÇA Ericson Araújo da Costa BULLYING NA ESCOLA, UMA AMEAÇA REAL. Ouro Preto 2012
  • 2. Ericson Araújo da Costa Bullying na Escola, uma ameaça real. Monografia apresentada ao programa de pós-graduação em educação para a diversidade da universidade federal de ouro preto, como requisito parcial à obtenção do grau de especialista em gestão de políticas públicas. Orientador: Mr. Fernanda Amaral de Oliveira OURO PRETO 2012
  • 3. Ao meu pai, eterno ídolo. Mãe, exemplo de mulher. E minha esposa pela paciência.
  • 4. AGRADECIMENTOS Agradeço a tutora e orientadora Mr. Fernanda Amaral de Oliveira pelo apoio e encorajamento contínuos na pesquisa. Aos demais Mestres da casa pelos conhecimentos transmitidos. A Diretoria da pós-graduação da Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP pelo apoio institucional e pelas facilidades oferecidas.
  • 5. Há um mundo a ser descoberto dentro de cada criança e de cada jovem. Só não consegue descobrir quem está encarcerado dentro do seu próprio mundo. (Augusto Cury)
  • 6. RREESSUUMMOO A presente pesquisa de revisão de literatura apresenta aspectos relevantes quanto à questão do Bullying nas instituições educacionais no Brasil. Esses traços de caráter violentos são resquícios de uma historicidade educacional opressora que se avolumou juntamente com a própria sociedade, refletindo numa cultura mista e fragmentada em nossa contemporaneidade. Tivemos como problema a ser investigado a atuação do profissional de educação frente ao bullying. Como objetivo geral, mostrar às instituições escolares que elas devem investir nos profissionais da educação e pedagogia e que o trabalho pode resultar de forma satisfatória a todos os envolvidos principalmente na prevenção dos problemas, pois o Bullying acarreta sérias consequências nos alunos e em suas famílias, apontando e analisando, como o psicopedagogo pode atuar frente este fenômeno, por um conjunto de estratégias criando a intervenção na escola sobre o problema supracitado. Como objetivos específicos, investigar os problemas emocionais ocasionados pelo Bullying e o que leva o agressor a fazê-lo, as consequências na sociedade e na aprendizagem do educando; elucidar sobre a participação efetiva da educação no âmbito escolar para auxiliar a família, os professores, enfim todos os envolvidos contra o Bullying; conscientizar todos os envolvidos neste processo, ou seja, trabalhar de uma forma preventiva e infelizmente muitas vezes remediativa buscando a conscientização, a segurança e qualidade de ensino para toda a sociedade, além de enfatizar a importância do psicopedagogo em cada escola. Palavras-chave: Docentes, escola, bullying.
  • 7. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 08 1 VIOLENCIA ESCOLAR ......................................................................................... 11 2 BULLYING ............................................................................................................ 15 2.1 Efeito elástico ............................................................................................... 19 2.2 A Escola como uma micro-sociedade .......................................................... 20 2.3 O Bullying sob o olhar do educador ............................................................. 21 2.4 A escola neste contexto ............................................................................... 22 3 O PAPEL DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FRENTE AO BULLYING ......... 24 3.1 Programas e medidas educativas ................................................................ 27 3.2 Formas de combate ..................................................................................... 30 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 32 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 36
  • 8. 8 IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO Atualmente a violência é um dos maiores problemas que as escolas enfrentam. A violência que vem sendo noticiada pela grande mídia, durante anos silenciados, sempre ocorreu nos pátios e arredores da escola. Para esta violência existe um nome especifico: Bullying. Tal fenômeno pode ocorrer em qualquer escola, independente do nível social ou da idade dos alunos, sendo caracterizado por uma série de atividades agressivas e intencionais, que ocorrem sem motivação evidente, de forma repetitiva causando dor, angústia e sofrimento, tanto para a vítima, como ao agressor. A sociedade esta em constante transformação. Das mudanças observáveis, as práticas da violência entre jovens, nos seus vários espaços de atuação na família, na escola e na rua têm obtido um maior espaço na mídia, gerando interesse dos governantes na busca de resoluções desses conflitos. Não obstante, a violência não está restrita a determinadas classes sociais, faixas etárias ou a épocas. É utópico pensar que ela está vinculada apenas a pobreza, aos grandes centros urbanos e aos dias de hoje. A violência está entre pares desde os primórdios da civilização, mas é na escola que ela assume seu aspecto mais preocupante, uma vez que a esta instituição confiamos o papel de agente de mudanças e a formação dos futuros cidadãos de nossa sociedade. Acreditamos que é na escola, e em particular na sala de aula, que há um espaço social repleto de interações sociais e uma grande diversidade de comportamentos e personalidades distintas. Para que a violência na escola seja estudada e analisada faz-se necessária à compreensão do espaço escolar, das práticas de interação nela estabelecida e saber sobre as culturas e valores que os alunos trazem de suas famílias, pois esses podem contribuir no aumento das dificuldades de interação e adaptação dos alunos no estabelecimento educacional. Ressalva-se que a prática do bullying não é recente e os diversos relatos, casos, pesquisas que se acompanha em nosso dia, comprova que está longe de se extinguir. Na verdade, com o passar do tempo, nota-se que as agressões estão sendo cada vez mais elaboradas. Esta pesquisa não é fruto, apenas de uma
  • 9. 9 curiosidade científica, mas é uma tentativa de abrandar tal ascendência de vivências agressivas, diretas e/ou indiretas, dentro das instituições escolares (sejam elas públicas ou particulares). A escolha do tema em questão se deu sobre a atual problemática no meio educacional e social em virtude do desconhecimento que vem ocorrendo sobre a fenomenologia Bullying, pois a violência que vemos em nossas comunidades e escolas refletem a negligência em prover orientações aos pais. É necessário que haja uma atenção especial não só aos alunos da rede escolar e sim a todas as crianças, seja ela dentro ou fora do âmbito escolar, pois o perigo pode estar por perto e o adulto acaba não percebendo os primeiros sinais do possível Bullying. Surgem então as questões: Quais as consequências do Bullying? Como podemos prevenir o Bullying na escola? Quais são os tipos de Bullying? Quem são os agressores e como identificá-los? Quem são os sofredores de Bullying, como se sentem e as consequências no processo educativo? Qual é o papel da escola mediante o Bullying? Qual é o papel dos pais e da sociedade mediante o Bullying? Para que se tenha uma atuação eficiente e eficaz sob o Bullying é necessário saber "identificar, distinguir e diagnosticar o fenômeno, bem como conhecer as respectivas estratégias de intervenção e de prevenção hoje disponíveis." (FANTE, 2005, p.92). Desta forma, esta pesquisa teve como problema a ser investigado a atuação dos profissionais de educação frente ao Bullying. O presente trabalho tem como objetivo geral, mostrar às instituições escolares que elas devem investir nos profissionais de educação e que o trabalho pode resultar de forma satisfatória a todos os envolvidos principalmente na prevenção dos problemas, pois o Bullying acarreta sérias consequências nos alunos e em suas famílias, apontando e analisando, como o psicopedagogo pode atuar frente este fenômeno, por um conjunto de estratégias criando a intervenção na escola sobre o problema supracitado. A escolha do tema deu-se pelo desejo de entender o fenômeno da agressividade em relação ao Bullying e em relação ao contexto familiar. Visto sob o enfoque da gestão escolar participativa e da valorização do educador, hoje torna-se
  • 10. 10 muito importante contribuir para o entendimento mais profundo em relação as mudanças comportamentais nas escolas, nos lares e na sociedade. No primeiro capítulo serão abordados os aspectos gerais da violência escolar, No segundo capítulo serão traçadas considerações acerca da ocorrência do fenômeno bullying, sua repercussão no comportamento e desenvolvimento humano e consequente reprodução nos meios sociais. E, por último, é abordado como deve combater a essas práticas de assédio moral e físico dentro do ambiente escolar, onde foi abordada a importância de práticas educativas de programas antibullying.
  • 11. 11 11.. VVIIOOLLEENNCCIIAA EESSCCOOLLAARR A existência de relações de autoritarismo e violência entre os seres humanos são tão antigas quanto à própria concepção de sociedade, tendo se tornado, atualmente, importante questão de saúde pública, devido as suas grandes consequências sociais e individuais. A violência é um dos problemas sociais mais graves que enfrentamos atualmente. Quando ocorrida no âmbito das relações familiares, o número de vítimas é alarmante e evidencia a necessidade de efetivação de campanhas nacionais de alerta e prevenção. Uma espécie de violência ainda pouco estudada e recentemente conhecida no Brasil como o bullying -, fenômeno perverso caracterizado por atitudes agressivas intencionais e repetitivas, adotadas por uma ou mais pessoas contra uma ou mais vítimas, numa relação desigual de poder e capacidade de defesa. Para entender a prática dessas relações violentas, é preciso se aprofundar nas diversas instâncias que interferem e contribuem na formação dos indivíduos, como a família, a escola, o trabalho e o meio social em que estão inseridos. Afinal, “é necessário compreender como a organização social estimula, legitima e mantém diferentes modalidades de violência.” (BOCK, 1999) A partir da década de 1970, determinadas condutas violentas que ocorriam dentro do universo escolar e acadêmico atraíram a atenção e se tornaram o foco do estudo de inúmeros pesquisadores europeus, principalmente na Universidade de Bergen, Noruega, com o professor e pesquisador Dan Olweus, no período entre 1978 e 1993 (LOPES NETO; SAAVEDRA, 2003). A princípio, esses estudos visavam traçar a distinção entre brincadeiras saudáveis, naturais na esfera estudantil, daquelas que cruelmente ultrapassavam os limites de respeito e educação entre os alunos. Nesses casos, quando o que deveria ser uma brincadeira passa a ter outras conotações e o sofrimento causado propositalmente em alguns gera a diversão de outros, transformando-se em verdadeiros atos de violência, caracteriza-se o bullying, ou seja, “um tipo especial de agressão física e/ou psicológica, geralmente no ambiente escolar ou nas suas proximidades, com a
  • 12. 12 intenção de provocar dor ou desconforto repetido ao longo do tempo e com nítido desequilíbrio de poder, real ou percebido, entre agressor e vítima” (DAWKINS, 1995; OLWEUS, 1993 apud ESPERON, 2004). Com o avanço das pesquisas realizadas, a partir das quais foi constatado que um em cada sete alunos já havia se envolvido em casos de bullying de alguma forma, o governo norueguês aprovou a campanha nacional anti bullying, baseada nos estudos de Olweus, conseguindo reduzir, no ano de 1993, aproximadamente metade das ocorrências de bullying no país. (FANTE, 2005) Esse fenômeno, no entanto, não é identificado de forma única em todos os países. Na Noruega e na Dinamarca é conhecido como “Mobbing”, que significa tumultuar, na Suécia e Finlândia é utilizado o termo “Mobbning”. Na Espanha é conceituado como “intimidación”, na Itália como “prepotenza” e no Japão utiliza-se o termo “yjime”. (FANTE, 2005) Segundo Ana Beatriz Barbosa Silva: Se recorrermos ao dicionário, encontraremos as seguintes traduções para a palavra bully: indivíduo valentão, tirano, mandão, brigão. Já a expressão bullying corresponde a um conjunto de atitudes de violência física e/ou psicológica, de caráter intencional e repetitivo, praticado por um bully (agressor) contra uma ou mais vítimas que se encontram impossibilitadas de se defender. Seja por uma questão circunstancial ou por uma desigualdade subjetiva de poder, por trás dessas ações sempre há um bully que domina a maioria dos alunos de uma turma e 'proíbe' qualquer atitude solidária em relação ao agredido. (2010, p. 21) Conclui, ainda, a mesma autora, que “o abuso de poder, a intimidação e a prepotência são algumas das estratégias adotadas pelos praticantes de bullying (os bullies) para impor sua autoridade e manter suas vítimas sob total domínio”. (BARBOSA SILVA, p. 21) Cléo Fante define o bullying como: [...] o desejo consciente e deliberado de maltratar outra pessoa e colocá-la sob tensão; termo que conceitua os comportamentos agressivos e anti-sociais, utilizado pela literatura anglo-saxônica nos estudos sobre o problema da violência escolar (2005, p. 28)
  • 13. 13 Segundo Lopes Neto (2005, p. 166), o fenômeno bullying pode ser classificado em três estilos: o bullying direto, praticado por meio de assédios, agressões físicas, apelidos, ameaças, ofensas verbais e roubos; o bullying indireto, caracterizado por atitudes de indiferença, difamação, preconceito, isolamento e, por fim, o cyberbullying, envolvendo intimidações eletrônicas difamatórias, ameaçadoras, assediadoras e discriminatórias, feitas por meio de celulares e da internet. Apesar de seus desdobramentos e variações, Mark Cleary (2002 apud BOTELHO, 2007 p. 36) explica que o bullying apresenta, basicamente, cinco características específicas: o abuso de poder, comportamento repetido e constante, planejamento dos atos pelo agressor, dificuldade de defesa das vítimas e de adaptação social para os agressores. Lélio Braga Calhau, Promotor de Justiça do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, destaca também a possibilidade de o fenômeno bullying ocorrer tanto entre pessoas que ocupam o mesmo nível social escolar, numa posição horizontal, como aluno-aluno, bem como entre as relações de autoridade e hierarquia diferentes, verticalmente, como professor-aluno (2009, p. 49) Diante de tal preceito, fica evidente a possibilidade de o fenômeno ocorrer também em outros ambientes além das instituições de ensino, como na esfera familiar, por exemplo, nas relações de autoridade entre pais e filhos (relação vertical), ou entre irmãos (relação horizontal). A fim de traçar um conceito mais amplo do fenômeno, Ana Beatriz Barbosa Silva (2010, p. 145) afirma que todas as pessoas já foram ou serão vítimas de bullying em algum momento de suas vidas, e explica: Isso ocorre em função da própria natureza humana: somos seres essencialmente sociais, e onde há relações interpessoais sempre haverá disputa por liderança e poder. É claro que existem lideranças que se estabelecem de forma positiva e acabam por trazer benefícios a todos. Esse é o poder exercido pelo e para o bem da humanidade. No entanto, o poder almejado e estabelecido pelos bullies nunca tem tais propósitos altruístas. Eles visam ao poder sempre em benefício próprio, seja para se divertir ou simplesmente para maltratar outras pessoas que, de maneira covarde, são transformadas em “presas”. (BARBOSA SILVA, 2010, p. 145) Assim, o fenômeno bullying pode ser compreendido como uma rejeição a ordem da sociedade que priva aqueles considerados diferentes e inferiores de seus
  • 14. 14 direitos de igualdade. As diferenças encontradas pelo agressor, em indivíduos que não fazem parte de seu grupo, são apenas pretextos para maltratá-los, e não verdadeiros motivos (CHALITA, 2008, p. 53).
  • 15. 15 22.. BBUULLLLYYIINNGG Bullying é um fenômeno bem antigo, embora tal palavra não seja encontrada nos dicionários da língua portuguesa, pois tornou-se muito falada em todo cenário brasileiro, principalmente no contexto educacional no final da década de 90. A construção da palavra Bullying segue-se da seguinte forma: "Bull", que significa touro em inglês, a mesma dinamizou-se criando um sentido corrompido, estilo jargão, ou seja, "Bully" ou "Bullie", que ganhou conotação agressiva. Poderíamos chamar de Bullying, qualquer ato de agressão em repetição a uma ou mais pessoas dentro de um mesmo cenário, ou não; insultar, zoar, apelidar de forma pejorativa, bater, empurrar, chutar, tomar sempre da vítima, irritar, humilhar, excluir, ignorar, desprezar, discriminar, chantagear, perseguir, abusar, assediar, e etc., mas a industrialização nacionalista adotou da Inglaterra o termo verbalizado Bullying, talvez por ser linguisticamente mais estético. (MICHAELIS, 1998) Longe de ser algo a ser copiado por uma suposta beleza, o Bullying é um fenômeno monstruoso que precisa ser banido da nossa sociedade. O Bullying é um vilão sem escrúpulos, ao contrário da ideologia "Robinhoodiana", as ações "Bullyingnianas" visam destruir, esfacelar ás suas vítimas; crianças, adolescentes, jovens, adultos, independentes de idade, deficiências físicas e cognitivas, quanto mais frágeis e desprotegidas, melhor. De acordo com Rebelo Jr. (2007), o Bullying começou a ser pesquisado cerca de vinte anos atrás na Europa, quando se descobriu o que estava por trás de muitas tentativas de suicídio entre adolescentes. Sem receber a atenção da escola ou dos pais, que geralmente achavam as ofensas bobas demais para terem maiores consequências, o jovem recorria a uma medida desesperada. Porém, descobriu-se que Bullying é um fenômeno mundial tão antigo quanto a própria escola. Apesar dos educadores terem consciência da problemática existente entre agressor e vítima, poucos esforços foram despendidos para o seu estudo sistemático até princípios da década de 80. Um dado alarmante, é que este mal vem se disseminando largamente nos últimos anos, atingindo faixas etárias cada vez mais baixas, como crianças dos primeiros anos de escolarização.
  • 16. 16 Para ilustrarmos melhor o fenômeno em discussão citar-se-á Carneiro (2010, P. 153), em seu livro LDB Fácil, que explica: Os primeiros estudos do fenômeno surgiram na década de 70, em países nórdicos, especialmente na Suécia e Noruega. Daí, as pesquisas se estenderam a toda a Europa. No fim da década de 90, o Brasil se deu conta de que o problema da violência psicológica e da brutalidade física entre alunos assumia aspectos dramáticos. A escola tinha mais um grave problema a enfrentar cuja configuração se encorpava". (CARNEIRO, 2010, p.153). Segundo pesquisas, o efeito Bullying avança freneticamente por todos os ambientes da sociedade, mas principalmente nos Níveis e Modalidades do Ensino. Como processo embrionário, o Bullying substancia-se cada vez mais, através da sistematização educacional, não a limites, pelo contrário, o que se percebe é uma perenidade, tanto para o agredido, caso ele não seja destruído literalmente no âmbito físico e cognitivo, como para o agressor, que até mesmo pode se tornar uma futura vítima pela lei do mais forte. Para Rebelo Jr. (2007), Bullying é diferente de uma brincadeira inocente, sem intenção de ferir. São atitudes hostis, que violam o direito à integridade física e psicológica e à dignidade humana. As vítimas se sentem indefesas, vulneráveis, com medo e vergonha, o que favorece o rebaixamento de sua auto-estima e a vitimização continuada e crônica. Essa forma de violência, muitas vezes interpretada como brincadeiras próprias da idade, traz uma série de danos, que se refletem não apenas no processo de aprendizagem e socialização, mas, sobretudo, na saúde do individuo. O fenômeno Bullying consegue contaminar todos os contextos da sociedade, o que o torna astronomicamente preocupante. O fenômeno Bullying não escolhe classe social ou econômica, nas escolas públicas ou privadas, ensino fundamental ou médio, área rural ou urbana. Está presente em grupos de crianças e de jovens, em escolas de países e culturas diferentes". (CHALITA, 2008, p.81). Percebe-se o grau de intensidade do efeito Bullying na sociedade quando o analisamos dentro da perspectiva em foco. O indivíduo desde a tenra idade passa a ser agredido, sendo condicionado por toda a fase infantil, até chegar à adolescência e juventude, levando-o a se tornar um cidadão com sérios traumas, que se não
  • 17. 17 forem tratados o levará a problemas dos mais variados que se possa imaginar, desde uma pequena cefaleia até a ação suicida. A médica Ana Beatriz Barbosa Silva (2010) em seu livro, Bullying, Mentes Perigosas na Escola, faz uma relação de onze doenças geradas também pelo Bullying: 1) Sintomas Psicossomáticos: Os pacientes tendem a apresentar diversos sintomas físicos, entre os quais podemos destacar: cefaleia (dor de cabeça), cansaço crônico, insônia, dificuldades de concentração, náuseas (enjoo), diarreia, boca seca, palpitações, alergias, crise de asma, sudorese, tremores, sensação de "nó" na garganta, tonturas ou desmaios, calafrios, tensão muscular, formigamentos; 2) Transtorno do pânico: O indivíduo é tomado por uma sensação enorme de medo e ansiedade, acompanhada de uma série de sintomas físicos (taquicardia, calafrios, boca seca, dilatação da pupila, suores etc.), sem razão aparente; 3) Fobia escolar: Caracteriza- se pelo medo intenso de frequentar a escola, ocasionando repetências por faltas, problemas de aprendizagem e/ou evasão escolar; 4) Fobia Social (Transtorno de Ansiedade Social - TAS: Quem apresenta fobia social, também conhecida por timidez patológica, sofre de ansiedade excessiva e persistente, com temor exacerbado de se sentir o centro das atenções ou de estar sendo julgado e avaliado negativamente; 5) Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG): É uma sensação de medo e insegurança persistente, que não "larga do pé"; 6) Depressão: Trata-se de uma doença que afeta o humor, os pensamentos, a saúde e o comportamento; 7) Anorexia e Bulimia: Os transtornos alimentares mais relevantes em nosso contexto sociocultural são a anorexia e a bulimia nervosas; 8) Transtornos Obsessivo-Compulsivo (TOC): Popularmente conhecido como "manias", o transtorno obsessivo-compulsivo se caracteriza por pensamentos sempre de natureza ruim, intrusivos e recorrentes (obsessões), causando muita ansiedade e sofrimento; 9) Transtorna do Estresse Pós-Traumático (TEPT): Pessoas que passaram por experiências traumáticas como vivenciar a morte de perto, acidentes, sequestros, catástrofes naturais, que lhes trouxeram medo intenso, podem estar sujeitas a desenvolver o TEPT. Este transtorno se caracteriza por ideias intrusivas e recorrentes do evento traumático, com flashbacks (como se fosse um filme) e lembranças de todo o horror que os abateu; 10) Esquizofrenia: Popularmente conhecida como psicose ou loucura, é uma doença mental que faz com que o indivíduo rompa a barreira da realidade e passe a vivenciar um mundo imaginário, paralelo; 11) Suicídio e homicídio: Ocorrem quando os jovens-alvos não conseguem suportar a coação dos seus algozes. Em total desespero, essas vítimas lançam mão de atitudes extremas como forma de aliviar seu sofrimento. (SILVA, 2010, p. 25-32). Entende-se que não se esgota os quadros patológicos quanto o efeito bulista, mas a relação acima sinaliza, de forma bem panorâmica as possíveis sequelas que podem estigmatizar o indivíduo que de alguma forma sofreu ás práticas bulistas. Naturalmente que não se propõe aqui afirma que quaisquer uns desses quadros patológicos são obrigatoriamente por consequências bulistas, mas as probabilidades existentes de deflagrarem-se esses transtornos durante a vida de um indivíduo-alvo- bulista são gritantes, pois os mesmos são indivíduos que passam a incorporar à
  • 18. 18 baixa auto-estima, fragilizando-os, tornando-os assim vítimas em potencial aos praticantes do Bullying. É de suma importância mencionar que Bullying à semelhança de outros comportamentos agressivos é identificado pela capacidade de magoar alguém e que a vitima é alvo do ato agressivo de forma constante. Três fatores que normalmente o identificam como praticantes do Bullying são: 1. O mal causado a vitima não resultou somente de uma provocação, mais várias ações que se identificam como provocações. 2. As intimidações e a vitimização de outro são com regularidade. 3. Geralmente os agressores são mais fortes fisicamente, acaba que as vitimas geralmente não estão em posição de defesa. Sendo Assim, são classificados cinco tipos de Bullying. 1. Físico - Recurso à violência física. 2. Verbal - Recurso à violência verbal. 3. Relacional/Racial - Exclusão de grupos sociais / Racismo. 4. Sexual - Utilização de comentários sexuais e até mesmo contatos sexuais. 5. CyberBullying: Difamação pelos recursos eletrônicos. (Orkut, MSN, MY SPACE...). O Bullying é uma prática de violência física e psíquica, usamos aqui o conceito de violência utilizado por Teles e Melo (2002, p.15), que diz. [...] Violência, em seu significado mais frequente, quer dizer uso da força física, psicológica ou intelectual para obrigar a outra pessoa a fazer algo que não está com vontade; é constranger, é tolher a liberdade, é incomodar, é impedir a outra pessoa de manifestar seu desejo e sua vontade, sob pena de viver gravemente ameaçado ou até mesmo ser espancada, lesionada ou morta. É um meio de coagir, de submeter outrem em seu domínio, é uma violação dos direitos essenciais do ser humano.
  • 19. 19 Vendo por esta ótica, a violência pode ser compreendida como uma forma de restringir a liberdade de uma pessoa, reprimindo e ofendendo física ou moralmente. "Violência interpessoal é o termo empregado para indicar a pratica da violência entre pessoas que se conhecem". (TELES e MELO, 2002, p.22). A violência é uma das responsáveis pelo Bullying, pois este fenômeno esta relacionado com as dificuldades emocionais de cada agressor. No quadro familiar dos agressores há sempre uma história de violência associada, ou seja, a criança com comportamentos agressivos convive com a violência de perto. (DIOGO e VILA, 2009, p.3). Pelo constante quadro de violência em casa, ela é a única forma que os agressores conhecem como dialogo. Estes indivíduos não têm acompanhamento familiar necessário que agreguem valores para conseguirem lidar com adversidades e outros tipos de problemas. Geralmente existem três tipos de pessoas envolvidas nessa situação: O espectador, a vítima e o agressor. 22..11 EEffeeiittoo eelláássttiiccoo As vítimas do Bullying podem reagir de duas formas as perseguições sofridas: - Desenvolvendo a Resiliência. - Desenvolvendo a Baixa Alto-Estima. Tratar-se-á aqui somente a questão da resiliência, que significa "a capacidade concreta de retornar ao estado natural de excelência, superando uma situação critica". (GRAPEIA, 2011). Silva (2010, p. 91) chama esse processo de "Efeito Elástico", que seria o indivíduo a comprimir-se pelo efeito de todas as babáreis bulistas até se soltar, com toda a força, toda energia, como um elástico. A autora cita personagens famosos como, por exemplo, Michael Phelps, nadador norte-americano, Kate Winslet, atriz britânica, Tom Cruise, ator norte- americano, Madonna, cantora norte-americana, David Beckham, Jogador de futebol, Steven Spielberg, produtor e diretor de cinema norte-americano e Bill Clinton, ex-
  • 20. 20 presidente dos Estados Unidos da América. Todos esses grandes personagens passaram pelas torturas bulistas, mas conseguiram vencer todas as adversidades que lhes foram impostas e, se tornaram pessoas de grande destaque internacional. (SILVA, 2010, p.91). Percebe-se através dos relatos acima que o ser humano tem condições de superação estupendas, mas deve-se observar também o contexto social em que, por exemplo, essas personalidades encontravam-se; a Família, Escola, Governo, os níveis: Econômico, Político e Social. No Brasil com certeza se procurarmos, encontraremos indivíduos que venceram todas as formas de Bullying, que possamos imaginar, mas será que atingiram tal fama dos personagens citados, será que os personagens em discussão alcançariam tal fama aqui no Brasil? Nunca descobriremos, mas com certeza isso se tornaria irrelevante, pois acredito que mesmo o sucesso não consiga apagar ou desistigmatizar as vítimas do Bullying, prova disto é a própria necessidade de externar suas emoções guardadas. Embora possa ser um incentivo para alguns que estejam passando por algum processo de agressão bulista, é bom que o indivíduo vença essas barreiras não pelo que ele pode ser, mas sim pelo que ele é; um ser humano, que precisa ser respeitado e amado acima de tudo. 22..22 AA EEssccoollaa ccoommoo uummaa mmiiccrroo--ssoocciieeddaaddee Se pensarmos na Escola como uma Micro-sociedade, veremos que a comunidade escolar tende a reproduzir a sociedade como um todo. A escola representa o olhar da sociedade e seus preconceitos. No sistema escolar, encontramos outro micromundo, uma subdivisão denominada universo dos estudantes. Infelizmente, em grande parte das escolas, sejam elas públicas ou particulares, deparamo-nos com uma hierarquia que quase reproduz os sistemas de castas das sociedades mais desiguais. (SILVA, 2010, p.79). Os jovens que frequentam a escola correspondem a grupos sociais que estabelecem uma visão de mundo diferente uns dos outros e a reprodução da exclusão se dá por questões que vai desde convicções religiosas como físicas.
  • 21. 21 Segundo Silva (2010), neste micromundo que é a escola existem arquétipos como "beleza", que se baseia em questões físicas, o que lhes conferem grande poder de influência sobre a maioria dos estudantes. Os neutros correspondem ás meninas e meninos, que por temer a estratégia social, tentam se associarem com os ditos populares, para se manterem perto dos ídolos da escola, mesmo sem fazer parte da rede de amizade intima com os mesmos, reproduzem assim, o modelo de exclusão, pois evitam conversar com os ditos excluídos, para não desagradar e perder uma espécie de vinculo com os populares do micromundo. Ainda segundo a autora, os excluídos são aqueles que acabam fugindo ao padrão estabelecido pela comunidade escolar, que se baseia em arquétipos que padronizam o que é "belo" ou diz o que é "feio", ou seja, são rotulados por serem "diferentes", mostrando o não respeito pela diversidade cultural. Por conta disso, são alvos prediletos para o Bullying, quase automaticamente, exercem o papel de vitimas, nesse cenário que é o universo escolar, ou seja, a sociedade é construtora de valores, ditando o que devem vestir para ser "legal", estimulam a massificação de modos de pensar e agir, levando a uma fácil manipulação de costumes, criando ou recriando coisas que são próprias da sociedade, como o preconceito e intolerância em relação aos que não se encaixam no perfil dito "diferente", criando uma relação de etnocentrismo, de um grupo que dita o que se deve fazer. 22..33 OO BBuullllyyiinngg ssoobb oo oollhhaarr ddoo eedduuccaaddoorr Cada vez mais o problema da violência nas escolas preocupa, tanto educadores como educandos. As agências de ensino tentam de diversas as formas se protegerem através de recursos mais variados, inclusive recursos que a tecnologia nos pode oferecer. Câmeras de vídeo são estaladas em pontos estratégicos, crachás eletrônicos e até seguranças disfarçados são contratados, na tentativa de inibir a violência nas escolas particulares, enquanto que as escolas e universidades públicas buscam através de mecanicidade mais simplistas também reagir às práticas bulistas. Talvez tais mecanismos possam apresentar alguns resultados, mas sabe-se que Bullying escolar a muito atravessou as barricadas escolares e universitárias. Não é nada difícil localizar nas a mediações das
  • 22. 22 instituições educacionais como, por exemplo; lanchonetes, padarias, esquinas, em fim, estabelecimentos públicos, ações relacionadas à violência estudantil. (REBELO, 2011). Parecem-nos comum os noticiários televisáveis que apresentam quadros das mais variadas cenas de violência nas escolas e faculdades no Brasil. Professores sendo ameaçados e até agredidos por alunos, alunos se atacando nas mais variadas formas que possamos imaginar. Dentro desse contexto decadente encontra-se a pessoa do educador. Como o educador e a escola encaram e se mobilizam diante do problema da violência escolar? 22..44 AA eessccoollaa nneessttee ccoonntteexxttoo Stephenson e Smith (1989) descobriram uma variedade de fatores no ambiente escolar que podem contribuir para o Bullying. A seguir alguns desses fatores: - Alta rotatividade de professores. - Crianças não são tratadas como individuo de valor. - Professores apontando e gritando. - Desestimular os alunos a delatar outros. - Inexistência de política antiBullying. - Inexistência de procedimentos claros para reportar e lidar com incidentes relacionados ao Bullying. - Agressões ignoradas por funcionários da escola. - Funcionários que humilham alunos diante dos colegas.
  • 23. 23 Ou seja, o clima social da escola e a qualidade da supervisão oferecida pela mesma são muito importantes. Um ambiente escolar em que faltam afeto e aceitação para todos os alunos é mais passível de abrigar problemas relacionados ao Bullying e a questão de disciplina. Além do mais, a escola que não tem altas expectativas de comportamento dos alunos e uma política de repreensão eficiente está sujeita a criar um ambiente nos quais os bullies prosperam. (BEANE, 2010, p.55). A escola precisa decodificar os acontecimentos dentro da sociedade e saber transferir para os alunos questões mais humanas do que simplesmente do currículo escolar, pois este tipo de ensino coisifica os alunos, enquanto o ensino que tem um bom clima social estimula os alunos a reflexões do seu papel dentro do contexto escolar e social uma educação não só para o mercado de trabalho mais uma educação critica que desperta para o mundo a partir do respeito ao outro e pela dignidade humana entender que todos possuem direitos e deveres e quando alguém comete Bullying esta ferindo o direito do outro, seja o de liberdade de pensamento, como a liberdade de ir e vir. Entretanto, quando os pais buscam auxílio na escola e esta não responde adequadamente, a solução será procurar o Conselho Tutelar, que, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente em seu artigo 232, prevê pena para quem "submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento". No caso de o crime ser cometido por criança menor de 12 anos, o Conselho Tutelar tem a função de chamar a atenção dos pais e da criança. Se o autor for maior de 12 anos, o caso poderá ser levado à justiça, e o juiz determinará se a punição consistirá em advertência ou em prestação de serviço à comunidade. Se, porém, o crime for praticado por um adulto, a pena prevista é de seis meses a dois anos de detenção. (FANTE, 2005, p.78). Repensar o papel de cidadania é dever da escola, portanto, estimular os pais e alunos sobre o ato do Bullying é dizer chega a esta pratica que vem durante anos destruindo e corroendo os alunos, tanto de instituições de educação pública quanto particular. Pois o regimento Interno Escolar, que serviria de parâmetro para as normas de convivência dentro da escola, deve dialogar com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), não esquecendo, portanto suas especificidades e demandas sociais de acordo com a sua realidade.
  • 24. 24 33 OO PPAAPPEELL DDOO PPRROOFFIISSSSIIOONNAALL DDEE EEDDUUCCAAÇÇÃÃOO FFRREENNTTEE AAOO BBUULLLLYYIINNGG Todos sabem que o docente tem uma enorme influência sobre seus alunos. A este docente, Middelton-Moz (2007, p. 59), denomina de "cuidador". Ainda com o autor, a interação da criança com seu principal cuidador na escola, é a maior proteção contra comportamentos agressivos posteriores. Esse relacionamento é o alicerce para o desenvolvimento de vínculo e de empatia, regulando e equilibrando as emoções e a capacidade de aprender. Porém, uma questão visível em muitas realidades educacionais, que é a de que apesar de reconhecerem a existência do Bullying, muitos professores e diretores de escolas públicas e privadas ainda têm dificuldade em lidar com o problema. A falta de tempo e a grande quantidade de estudantes nas salas de aula não permitem que esses profissionais façam um acompanhamento individual de cada aluno. Considera-se, portanto, que cada escola deveria contar com uma equipe de psicopedagogos que pudesse atuar junto aos estudantes, pois Diretores e coordenadores muitas vezes não se mostram preparados para agir nesses casos. Conforme Beauclair (2004, p.1), [...] o psicopedagogo cuida de questões que transversalizam os diferentes momentos do aprender, que devem envolver as famílias e o meio sociocultural. A psicopedagogia se posiciona em observar o sujeito aprendente como um organismo biológico, afetivo, cognitivo, social e cultural. Com isso, busca conhecer o sujeito como ser transcendente que se constitui como pessoa, a partir do biológico e de suas múltiplas interações com o mundo, com o saber, com o conhecimento. De acordo com Oliveira, o saber enxergar e aceitar a diversidade do outro, assim como encontrar tempo para e espaço para escutá-lo, vem a ser condição de aprendizagem e de desenvolvimento saudável. Neste sentido também, a construção da própria identidade da Psicopedagogia e do psicopedagogo depende do valor que é dado à aprendizagem em equipe, sempre aberta às transformações do seu tempo. Sendo assim, na escola, o profissional de educação deve ter o entendimento do Projeto Político Pedagógico, do Regimento e de toda a estrutura física e documental da instituição, intervindo nas diferentes instâncias que veiculam o
  • 25. 25 conhecimento, como este transita, como é apresentado aos alunos, avaliado, transformado, enfim, analisando os processos e as modalidades de ensinar e de aprender. Além disso, deve observar como ocorrem as relações de poder, o que interfere nas relações interpessoais dos diferentes grupos e como estes procuram dar conta dos conflitos do dia-a-dia. "A psicopedagogia se envolve no desenvolvimento cognitivo, com o claro objetivo de conhecer como o sujeito aprende, buscando compreender, também, os motivos que fazem com que alguns sujeitos não aprendam." (BEAUCLAIR, 2004, p. 43). Ainda com Beauclair (2006), a Psicopedagogia por ser um campo do conhecimento interdisciplinar pode contribuir, seja no sentido de promover a aprendizagem ou mesmo tratar de distúrbios, nesses processos instalados na própria instituição, a qual cumpre uma importante função de socializar os conhecimentos disponíveis, promover o desenvolvimento cognitivo e a construção de regras de conduta, dentro de um projeto social mais amplo. Em síntese, a atuação do educador na escola deve ser feita frente aos educadores e deve visar uma conscientização da problemática existente entre agressor e vítima, encontrando soluções para prevenção do Bullying e intervenção deste fenômeno, a fim de conter sua disseminação. Muitos profissionais da educação se assustam quando "aquela simples brincadeira" entre grupos é sinalizada como Bullying. Então é papel do educador é também atuar com intervenções que minimizem este ato de crueldade tais como, projetos ou miniprojetos na escola sobre valores, respeito mútuo, paz, tolerância, ser diferente, etc. Oficinas, teatro, ações que permitam aos alunos exporem seus medos, suas opiniões sobre o assunto, como uma espécie de terapia ocupacional, ou seja, transformar os alunos em aliados contra esse mal. Monitorar os vários espaços da escola, mesmo fora dos intervalos entre as aulas. E policiar as formas de ações, tendo cuidado, por exemplo, com a forma como um professor se dirige a um aluno, evitando apelidos, termos de menosprezo, etc., pois o educador é quem está na linha de frente, quem estabelece contato direto com o aluno e, muitas vezes por falta de cuidado com essa questão, o aluno teme conversar preferindo se calar.
  • 26. 26 O educador deve criar a conscientização sobre o Bullying escolar para ajudar a identificação dos bullies, cabendo aos profissionais da escola a leitura e pesquisa sobre tal assunto. Para a intervenção e prevenção do Bullying a equipe escolar deve, estimular o diálogo dentro da escola, mudando o ambiente escolar, para que os alunos percebam que todos devem ajudar no combate a violência na escola, repreender a violência e participar de forma ativa na cidadania. Implantar um programa de prevenção e trabalhar sobre o viés de estratégias psicopedagógicas baseadas em princípios humanos, como tolerância, respeito ás diferenças, e estender a toda a comunidade escolar incluindo os pais dos alunos. O trabalho do psicopedagogo deve ser direcionado para a inclusão, a construção da autoestima e pela valorização das diferenças; a criança não se vê como estigmatizada, mais aceita com naturalidade que todos possuem igualdade dentro do grupo, apesar das diferenças étnicas ou religiosas etc. O educador necessita demonstrar junto à escola, que a violência não ajuda em nada o ser humano, mais sim, o respeito a valores que irão criar uma sociedade fraterna e solidaria. A escola de hoje sofre a consequência dessa decadência de valores que afetou nossa sociedade durante os últimos anos. Não existe uma consciência clara, nem por parte da sociedade nem de muitos professores, sobre o que realmente significa a educação e como deve ser enfocada. (GOMEZ, 2000, p.43). Os valores podem ser identificados a partir de juízos emitidos pelas decisões e escolhas em determinadas situações problemáticas. A instrução educativa seleciona como finalidade diferentes tipos de valores a que convém potencializar frente a valores sociais como: - Liberdade, justiça, verdade. -Coerência e validade pessoal. -Honestidade e fidelidade. -Cooperação e solidariedade. -Responsabilidade. -Compreensão, amizade e respeito.
  • 27. 27 -Não-violência e paz. Na programação de atividade é necessário organizar a aplicação de técnicas de dinâmica para potencializar a cooperação, a convivência, o respeito, a solidariedade, e a reflexão. O educador no processo de conscientização de pais, professores e alunos, devem fazer reuniões para tratar o assunto, também se pode usar como ferramenta pedagógica o teatro lendo historias que de fundo tenham um conceito moral, para se compreender o Bullying de outra forma. Para a prevenção do Bullying todos os profissionais da escola precisam trabalhar em conjunto, o professor precisa estar atento por ter uma relação diária com os alunos. Muitas vezes, o aluno que não se adapta sofre dificuldade de relacionamento com o ambiente, que se traduz em problemas de relacionamento pessoal com os educadores e colegas, por tal motivo o psicopedagogo é extremamente importante, pois tem conhecimento para diminuir os conflitos deste aluno. A escola precisa deixar claro que não se aceita o Bullying naquela instituição, e sim agregar a todos os alunos a participarem de brincadeiras sem nenhum tipo de exclusão, neste sentido o psicopedagogo evidencia dentro destas praticas, que toda a comunidade pertencente a escola deve colaborar na transformação de um ambiente de paz. Na escola, a criança necessita encontrar relacionamentos afetivos e a segurança que lhe permitam conseguir uma autonomia, com isso ela vai adquirindo conhecimento e interiorizando atitudes de socialização e de relacionamento com adultos e colegas. 33..11 PPrrooggrraammaass ee mmeeddiiddaass eedduuccaattiivvaass Os pais, ao deixarem seus filhos em instituições de ensino, confiam e esperam que esta irá cumprir suas funções de guarda e preservação dos menores, tutelando sua integridade física e moral. Porém, diante das relações sociais que se
  • 28. 28 estabelecem nos ambientes escolares, é inegável o conhecimento de que todos os que ali se encontram estão suscetíveis ao bullying, já que tal conduta não se demonstra uma novidade no meio social. Contudo, de acordo com a teoria do risco que está presente na responsabilidade objetiva que a escola possui, esta tem a obrigação de investir todo seu poder de vigilância, de modo que se demonstre eficaz, pois somente assim conseguiria evitar as ofensas e danos àqueles que estão sobre sua guarda, durante aquele determinado período. Não está sendo retirada a responsabilidade dos pais para com os atos dos filhos menores, estes continuam com todos os deveres e obrigações a eles impostos como responsáveis legais dos jovens que encontram em sua autoridade e companhia. De acordo com Gonçalves (2006, p. 158-159), diante da situação em que é possível elencar mais de um responsável, há, então, uma concorrência de responsáveis, nesse caso entre os pais e a instituição de ensino. Sendo que à escola incumbe o dever puro de vigilância, e aos pais, além da vigilância, é imposta a obrigação de formação educacional. Portanto, pode-se dizer que a responsabilidade do educador influi uma educação anteriormente transmitida à criança ou adolescente. Como prestadora de serviços, uma instituição de ensino tem o dever de guarda e vigilância, como já dito anteriormente, ficando integralmente responsáveis por qualquer dano gerado ou sofrido por seus educandos. A prática de bullying escolar, em razão da relação de consumo existente, além de ser responsabilidade objetiva para com os danos emergidos de tal situação, também é dever da escola intervir e prevenir contra tais problemas, com risco de incidir em defeito e/ou vicio da prestação de serviço. Fante (2005, p. 91) disserta que a intolerância, a ausência de parâmetros que orientem a convivência pacífica e a falta de habilidade para resolver os conflitos são algumas das principais dificuldades detectadas no ambiente escolar. Atualmente, a matéria mais difícil da escola não é a matemática ou a biologia; a convivência, para muitos alunos e de todas as séries, talvez seja a matéria mais difícil de ser aprendida. Porém, antes de desenvolver estratégias de combate e prevenção, a escola tem que cumprir outra de suas expectativas, sendo esta a conscientização da existência do problema, e principalmente a informação sobre as consequências para com todos os personagens envolvidos na conduta do bullying.
  • 29. 29 Sob a ótica de Fante (2005, p. 91), outra questão a ser levada em consideração é a realidade escolar de cada comunidade, ou seja, não deve-se ignorar as características culturais daqueles que ali convivem. Por essa razão, a autora defende a ideia de que todas as medidas educativas e preventivas contra o bullying devem ser peculiares. O programa antiBullying deverá visar uma melhoria da competência dos educadores, e, como principal função, o progresso na “capacidade de interação social nas relações interpessoais”. Sendo que isso partirá da premissa do incentivo a comportamentos positivos, cooperativos e solidários, tanto de educadores como de educandos. Como um programa com medidas educativas, propriamente dito, Fante (2005, p. 94-95) traz o “Programa Educar para a Paz”, o qual foi elaborado baseando-se em experiências de magistrados e diversas pesquisas de campo. Este programa tem como principais objetivos a conscientização dos educandos para com o bullying, onde seria feita uma análise das situações ocorridas na própria instituição com o intuito de chegar a conclusão dos motivos causadores de tais condutas; a explanação dos valores humanos, para que os envolvidos consigam visualizar as implicações negativas que surgem da prática desta conduta, e, com isso, aprender a erradicá-las; e, contudo, surja, como iniciativa dos próprios educandos, a transformação da violência em uma realidade de paz nas escolas. Calhau (2009, p. 109-110) ainda elenca outra medida a ser tomada pelas escolas, medida essa essencial para a solução do bullying escolar: a instituição deve ter o apoio de pedagogos e psicólogos em seu quadro profissional, assim como contar com a ajuda do Conselho Tutelar. O envolvimento desses profissionais nas iniciativas do combate ao bullying fornecerá orientações que irão guiar as medidas a serem tomadas em cada caso. Sendo que, haverão casos excepcionais onde um nível de gravidade da lesão se mostrará mais acentuado, e, como consequência disso as medidas aconselhadas não foram o suficiente para controlar a situação. Diante desse fato deve a escola acionar a polícia e o Ministério Público, porém, deve-se ter consciência de que o acionamento desses profissionais deverá ocorrer somente em última instância, diante de situações graves.
  • 30. 30 33..22 FFoorrmmaass ddee ccoommbbaattee Não há mais de se negar a existência da violência dentro do ambiente escolar, assim como o uso de meios legais para combater a prática do bullying. Porém, antes de levar para o judiciário deve-se tentar combater através de outros meios, talvez até mais eficientes que a própria intervenção do âmbito judicial. Como trata-se de bullying escolar, Rolim (2010, p.114) disserta que […] seria interessante referir que a escola pode oferecer uma contribuição decisiva ao enfrentamento da violência, prevenindo um conjunto importante de suas manifestações, prevenindo um conjunto importante de suas manifestações na vida adulta. Com efeito, as evidencias acumuladas nas ultimas décadas não deixam margem para duvidas a respeito das possibilidades generosas oferecidas pela Escola no que se refere à construção de normas de convivência e respeito e, por decorrência, para a prevenção da violência e do crime. Diante disso, Albino e Terêncio (2009) abordam a questão de como que os profissionais da educação, e todos aqueles que estejam envolvidos com a prática do bullying escolar, devem fazer para combater essa violência. Em primeiro momento, as instituições de ensino devem ter conhecimento total desse fenômeno, para somente então erradicá-lo, e não mais fazer confusão entre atos infracionais e atos de indisciplina1 . Porém, pode ser estabelecida uma relação entre o ato de indisciplina e o ato infracional, uma vez que, se ignorado um ato de indisciplina estar-se-á dando margem para que condutas mais graves aconteçam, podendo caracterizar a conduta do bullying e posteriormente o ato infracional. Por isso, Albino e Terêncio (2009) estabelecem ser objetivo fundamental à questão social e educacional dentro do ambiente escolar, devendo ser aplicadas políticas públicas que atuem com a finalidade de prevenção para com os problemas de indisciplina escolar. Para Albino e Terêncio (2009), é de suma importância que, antes de levar os conflitos sociais da escola para o âmbito judicial, o estabelecimento desenvolva normas que tenham intuito de prevenir e combater os excessos dos alunos. 1 Ato de indisciplina é o comportamento que, de alguma forma, compromete a convivência social e a ordem no ambiente escolar. Este não caracteriza crime ou contravenção penal, e, portanto, divergente do ato infracional.
  • 31. 31 Podendo, e devendo, contar com o auxílio das famílias dos educandos para que o correto cumprimento das medidas venha a se concretizar. Albino e Terêncio (2009) concluem que a falta de intervenção da escola e da família nos conflitos existentes dentro das instituições de ensino são motivadoras de excessivas ações judiciais desnecessárias. O envolvimento do Poder Judiciário poderia ser evitado com a adoção de estratégias de esclarecimento, formas de prevenção e regras comportamentais que devem ser adotadas para uma saudável convivência social. Um exemplo do que pode ser realizado meio de ações interdisciplinares, juntamente com o auxilio dos professores, famílias e da sociedade, seria estabeleer uma série de objetivos, entre eles estão: instruir os docentes e a equipe pedagógica para saber lidar com o problema; observar, analisar e identificar os personagens – vítimas e praticantes – do bullying; desenvolver campanhas educativas, informativas e de conscientização; integrar a comunidade nas ações multidisciplinares de combate ao bullying; coibir atos de agressão, discriminação, humilhação e todo comportamento que estimule a violência; realizar debates e reflexões a respeito do assunto; a promoção de um ambiente escolar seguro e sadio com incentivo ao respeito; desenvolver cartazes, gibis, vídeos, entre outros meios de conscientização sobre o problema. Isso tem o intuito de informar todos aqueles que estejam envolvidos, assim como as demais pessoas da sociedade, para que em uma ação em conjunto possam contribuir para o combate e a prevenção do bullying. Esses exemplo não são únicos no mundo, assim como acentua Fante (2005, p. 92), são incontáveis as iniciativas contra a conduta do bullying no mundo. Faz-se um apresentação de um sistema dinâmico e complexo, onde deverá ser analisado as peculiaridades de cada local e cultura social dos envolvidos diretamente com o problema. Com isso, nasce na escola o desenvolvimento de estratégias e ações que devem ser adotadas diariamente e de forma contínua.
  • 32. 32 CCOONNSSIIDDEERRAAÇÇÕÕEESS FFIINNAAIISS O presente estudo permitiu a partir do referencial teórico selecionado, analisar as manifestações da agressão escolar configurada no fenômeno Bullying, buscando compreender as nuances psicológicas acarretadas por ele, assim como, possíveis programas educacionais, e assim todas as questões puderam ser respondidas. Este trabalho buscou contribuir para a divulgação do Bullying e possibilitar que novas propostas de atuação de combate a este fenômeno possam surgir. Pudemos concluir que muitas escolas ignoram os casos de violência, por medo de perder seus alunos-clientes. Outro aspecto preocupante é que muitas instituições de classe, ao sugerir apoio psicopedagógico, tentam reforçar a tese de que crianças agredidas podem ter uma propensão a isso - como se o problema estivesse na vítima e não na instituição. É um mecanismo sutil dos colégios se distanciarem do problema. Temos visto muitos casos onde a escola transfere a culpa para a família e vice-versa. Não adianta os pais colocarem a culpa nas más companhias e o colégio dizer que é o aluno que não sabe se defender e que a culpa é dos pais. A escola, em seu Projeto Político-Pedagógico, deve prever e aplicar, em sua prática, uma intenção na construção de um projeto de vida, no qual as relações interpessoais saudáveis entre professores, alunos e famílias sejam privilegiadas. Às vezes, investe-se muito no planejamento de conteúdos e objetivos, mas acabam se esquecendo das relações afetivas, e do acolhimento daquele aluno que chega pela primeira vez à escola, cheio de sonhos e expectativas. Até então ele estava acostumado a ser quase o centro das atenções; a partir dali vai ter que dividir isso com 20 ou 25 ou 40 colegas. Essa criança vai ter que se adaptar ao jeito de ser do professor e dos colegas, aos comentários, às piadas. Sendo assim, o psicopedagogo na escola, exerce um papel fundamental na criação e no aperfeiçoamento do clima relacional entre professores, alunos, funcionários e famílias, muitas vezes, sendo necessário desmistificar a manifestação de sentimentos primitivos como a inveja, a competição, que impedem a prática educativa.
  • 33. 33 Finalizando, enfatiza-se que o Psicopedagogo pode fazer muita diferença numa instituição, com uma escuta e um olhar mais sensível quanto às demandas de professores, alunos e famílias. Não esquecendo que, grande parte das crianças e dos adolescentes, reconhecem a escola como um lugar gostoso de estudo e de encontros com colegas e professores. É unânime que a criança que apresenta este problema (Bullying) deve ser tratada e não punida, pois lidamos com jovens que sofrem, que não encontram formas de se aproximar de seus iguais, que se percebem tão frágeis que têm de mostrar o contrário e provar todo o tempo que são destemidos. Acabar definitivamente com o Bullying, de acordo com Calhau (2009), pode parecer uma utopia, em uma sociedade capitalista e individualista, onde o ter acaba tendo mais valor do que o ser, mas é um desafio que nos inspira a lutar por um mundo melhor, por uma sociedade mais justa, por um mundo melhor para deixarmos para as gerações futuras e isso só poderá ser conseguido quando mais nenhuma vítima do Bullying se esconder por trás de suas lágrimas, de seu sofrimento, de seu silêncio. Foi fundamental perceber, que a violência e a agressividade estão presentes não só na escola, mas também no convívio familiar, que a prática parece ser comum no dia-a-dia dos educandos, ainda que, aos docentes falte clareza sobre este conceito. Os fatores que colaboram para esta investigação são mais significativos por serem apontados por vários autores que são: temperamento da própria criança, os problemas na relação mãe-filho, isto é, os vínculos afetivos, as condições socioeconômicas e o biológico. Os adolescentes e jovens que se destacam pela hostilidade exagerada, podem ter um histórico de conduta agressivo que remonta na idade precoce, como no período da pré-escola. Outro fator que deve ser observado, é que a família influencia através do vínculo, do contato interacional, que seria a relação entre os seus membros, suas eventuais psicopatologias e os desajustes dos pais ou do modelo educacional doméstico e escolar.
  • 34. 34 Outros elementos que favorecem à conduta agressiva, são os ambientes como: a televisão, os videogames, a escola e a sua situação socioeconômica. Em contra partida, podemos ressaltar que os modelos citados não atingem todas as pessoas por igual e nem submetem a mesma situação de risco. Nos estudos sobre o aumento da violência e agressividade dos adolescentes, notamos que eles passam por várias nuances que seriam ter pais como modelo e como educadores, ou não. Em primeiro lugar vem a dissolução das famílias, que seria a falência da função paterna (ou materno), a busca pelo prazer consumista, que resulta em um exacerbada número de jovens sem rédeas, que os limitem.. Em segundo lugar, seria a dita liberdade incondicional sobre o falso rótulo do progresso e do politicamente correto. Esta liberdade incondicional seria para aqueles que vivem e sobrevivem, e muito bem, do “afã” juvenil em ir, comprar e beber. Hoje em dia, os que sufocam a juventude não são os educandos ou os diretores da escola, que lutam para que os jovens tenham uma vida de mais sucesso profissional. Os que provocam essa a falência da juventude, são empresários da noite, traficantes, as drogas e os costumes. Outro fator seria a propaganda da valorização pelo “prazer” como a finalidade de proporcionar prazer a si mesmo, prazer do consumo, do poder e de não poder perder um minuto. A transformação de pessoas em falsos ídolos e de modelos de vir-a-ser, é um dos fatores que estimulam à delinquência. A falta de habilidades sociais e os traços antissociais dos pais são fatores importantes para serem considerada uma família de risco. Pais com os traços anti- sociais de personalidades, além de não serem uma boa transmissão de uma imagem meritosa aos filhos, poderá ter dificuldades para dar amostras de aprovação e incentivo para as boas atitudes. Estes pais não iram respeitar a autonomia e espaço social, dos seus filhos, além de disciplinarem inadequadamente, com excesso de permissividade quando ser mais fortes e exageradamente agressivos quando não precisam. A mãe, no que tange a falta de dever das responsabilidades e limites de seus filhos, com atitudes superprotetoras, tão ou mais graves que seu oposto, a negligência materna, resultado em adultos sem nenhuma tolerância às frustrações.
  • 35. 35 Pessoas sem tolerância à frustrações costumam tomar a força o que querem, quando não conseguem, ficam adultos com alguma psicopatologia. No caso dos pais separados, pesquisas mostram que o apoio mútuo está diretamente relacionado à coesão familiar, sendo um elemento importante no bom relacionamento entre mãe- filho-pai. Na escola, se percebe que à violência e a agressividade sempre se faz presente, desde as palmatórias e castigos físicos, que hoje foram abolidos. Todavia, a prática do Bullying parece ser comum no dia–a-dia dos educandos, ainda que aos docentes falte clareza sobre este conceito. Sabemos que atualmente a escola tornou-se uma das preocupações mundiais é motivo de vários estudos e pesquisas. As reflexões sobre as várias formas de violência, que ocorrem nas escolas têm se destacado, dando importância, inclusive, à violência simbólica. Para que a Escola consiga reduzir a violência, precisamos conquista- la, pois é na escola que os primeiros sinais de agressividade e de violência se manifestam (entre os educandos). Para que os docentes consigam alcançar bons resultados, na redução dos comportamentos agressivos, eles devem desenvolver ações estratégicas que envolvam toda a comunidade escolar, desenvolvendo com um grande interesse entre os participantes: que passam a se sentirem mais responsáveis e comprometidos com a Escola. A estratégica da redução do Bullying deve ser um Programa eficaz, com recursos didáticos e psicopedagógicos. Só será possível combater a agressividade e a violência, quando houver conscientização, planejamento, investimento, atitudes de compromisso e de responsabilidade, cooperação e sobre tudo quando uma nova contracultura de PAZ, for estabelecida.. Portanto, é preciso dar um basta nesta forma de violência, para que os agressores juvenis de hoje não se tornem os criminosos de amanhã.
  • 36. 36 RREEFFEERRÊÊNNCCIIAASS BBIIBBLLIIOOGGRRÁÁFFIICCAASS ALBINO, Priscilla Linhares; TERÊNCIO, Marlos Gonçalves. Considerações críticas sobre o fenômeno do bullying: do conceito ao combate e à prevenção. 2009. Disponível em: http://portal.mp.sc.gov.br/portal/conteudo/artigo%20bullying %20final.pdf Acesso em: 12 jul. 2012. BEANE, Allan l. Proteja seu filho do Bullying. Rio de janeiro: Editora BestSeller, 2010. BEAUCLAIR, João. Psicopedagogia: novos olhares sobre a aprendizagem e seus movimentos. Artigo, 2011. Disponível em: http://www.profjoaobeauclair.net/visualizar.php?idt=974066 Acesso em: 30 de ago. 2011. BEAUCLAIR, João. Psicopedagogia: Trabalhando competências, criando habilidades. Rio de Janeiro: Editora WAK, 2004. BEAUCLAIR, João. Para entender psicopedagogia: perspectivas atuais, desafios futuros. Rio de Janeiro: Editora WAK, 2006. BOCK, Ana Mercês Bahia. FURTADO, Odair. TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologias: Uma introdução ao estudo de psicologia. São Paulo: Saraiva, 2007. CALHAU, Lélio Braga. Bullying: O que você precisa saber: Identificação, prevenção e repressão. Niterói, Rj: Impetus, 2009. CARNEIRO, Moaci Alves. LDB Fácil. 17.a ed. Rio de Janeiro, Vozes, 2010. CHALITA, Gabriel. Pedagogia da Amizade, Bullying, o Sofrimento das Vitimas. 2.a ed. São Paulo, Gente, 2008. DIOGO, Sandra e VILA, Carlos. O Bullying. Disponível em: http://www.psicologia.com.pt/artigos/textos/TL0185.pdf Acesso em: 30 de ago. 2011. ESPERON, Paulo Sérgio M., Bullying – Comportamento agressivo entre colegas no ambiente escolar. Pediatria Moderna, [S.I.], abril, 2004. FANTE, Cleo. Fenômeno Bullying: Como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. São Paulo- ED.Verus. 2005. GOMEZ, Maria Teresa. Propostas de Intervenção na Sala de Aula. São Paulo- ED. Madras. 2003. GONÇALVES, Carlos Roberto. Responsabilidade civil. São Paulo: Saraiva, 2006.
  • 37. 37 GRAPEIA, Leonardo Soares. Resiliência. Artigo, 2011. Disponível em: http://www.artigos.com/artigos/sociais/administracao/recursos-humanos/resiliencia- 1443/artigo/ Acesso em: 30 de ago. 2011. LOPES NETO, Aramis A. Bullying – Comportamento agressivo entre estudantes. Jornal Pediatria, Rio de Janeiro, 2005. MICHAELIS. Moderno dicionário da língua portuguesa. São Paulo, Cia. Melhoramentos, 1998. MIDDELTON-MOZ, Jane; ZAWADSKI, Mary Lee. Bullying: estratégias de sobrevivência para crianças e adultos. Porto Alegre: Artmed, 2007. REBELO JR., Salvador Loureiro. Bullying: Uma realidade no contexto escolar. Disponível em: http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrid=946 Acesso em: 30 de ago. 2011. ROLIM, Marcos. Bullying: o pesadelo da escola. Porto Alegre: Dom Quixote, 2010. SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Bullying, Mentes Perigosas na Escola. 1.a ed. Rio de Janeiro, Fontanar, 2010. STEPHENSON, P.; SMITH, D. Bullying in the Junior School. In: Tatham, D.P. and Lane, D.A. (eds) Bullyling in Schools. London: Trentham Books, 1989. TELES, Maria Amélia de Almeida; MELO, Mônica de. O que é violência contra a mulher. São Paulo: Brasiliense, 2002. (Coleção Primeiros Passos).