1. VIOLÊNCIA NA ESCOLA:
VÍTIMAS, PROVOCADORES E OUTROS
Tema 2, Nº 1 Setembro 2001
Margarida Gaspar de Matos e Susana Fonseca Carvalhosa
Equipa do Aventura Social e Saúde
Estudo realizado em co-financiamento pela Faculdade de Motricidade Humana, o Programa de Educação Para Todos – PEPT
Saúde e o Gabinete de Prevenção da Toxicodependência da Câmara Municipal de Lisboa.
Resumo
Qual é o perfil dos adolescentes portugueses que se envolvem regularmente em actos de violência na escola, quer
como vítimas, quer como provocadores, quer com duplo envolvimento (simultaneamente vítimas e provocadores), de
acordo com um estudo realizado pelo projecto Aventura Social e Saúde, Faculdade de Motricidade Humana,
Universidade Técnica de Lisboa?
Realizámos um estudo junto de 6903 jovens do 6º, 8º e 10º anos de todo o país, utilizando um questionário. De acordo
com estes nossos dados os rapazes envolvem-se mais em actos de violência na escola, quer como provocadores, quer
como vítimas, quer com duplo envolvimento. Este envolvimento em actos de violência parece ter um pico aos 13
anos, embora os mais novos (11 anos) se envolvam mais, enquanto vítimas.
Os resultados sugerem que, no geral, os jovens que se envolvem em actos de violência apresentam um perfil de
afastamento em relação à casa, à família e à escola, aparecendo com mais frequência um grupo de amigos com quem
se dão fora e depois da escola. Apresentam também com mais frequência envolvimento com experimentação e
consumo de tabaco e álcool e envolvimento em lutas e porte de armas.
Os jovens que se envolvem em actos de violência referem mais frequentemente ver televisão quatro ou mais horas
por dia. Os jovens que não se envolvem em actos de violência referem menos frequentemente sintomas de mal estar
físico e psicológico.
Os jovens que se envolvem em actos de violência como vítimas e os jovens que têm um duplo envolvimento
(simultaneamente como provocadores e como vítimas) referem mais frequentemente não se sentirem felizes, bem
como não se sentirem seguros na escola. Os jovens que se envolvem em actos de violência enquanto vítimas referem
em geral problemas de relação social com os pares: acham difícil arranjar novos amigos e referem não ter amigos.
Referências
Currie, C., Hurrelmann, K., Settertobulte, W., Smith, R., & Todd, J. (Eds.). (2000). Health and health behaviour
among young people. HEPCA series: World Health Organization.
Matos, M., & Carvalhosa, S. (2001). Os jovens portugueses e o consumo de drogas. 1, 2. Faculdade de Motricidade
Humana /PEPT-Saúde /GPT da CMLisboa.
Matos, M., Simões, C., Carvalhosa, S., Reis, C., & Canha, L. (2000). A saúde dos adolescentes portugueses.
Faculdade de Motricidade Humana /PEPT-Saúde.
AVENTURA SOCIAL & SAÚDE
Matos, M., & Carvalhosa, S. (2001). Violência na escola: vítimas, provocadores e outros. 2, 1. FMH.

2. 2 VIOLÊNCIA NA ESCOLA: VÍTIMAS, PROVOCADORES E OUTROS
Introdução Os Jovens Portugueses
Este estudo do comportamento dos jovens em A opinião dos jovens foi recolhida em 191 escolas
idade escolar visa compreender os estilos de vida nacionais, de ensino regular, num total de 6903
dos jovens e os seus hábitos de vida ligados à saúde alunos. As escolas foram sorteadas de uma lista
ou ao risco. nacional.
Este estudo tem a ver com as ciências do
comportamento e as relações sociais, mais do que Foram seleccionados alunos dos 6º, 8º e 10º anos
com a epidemiologia clássica. Chamou-se a este de escolaridade. A cada um destes anos
enquadramento teórico “perspectiva da corresponde uma idade média de 11, 13 e 16
socialização“ na qual é sistematicamente explorada anos.
a influência de várias “cenários socias” (família,
escola, amigos) na saúde e nos comportamentos Gráfico 1 – Média da distribuição dos sujeitos
de saúde dos jovens.
por idade
O Health Behaviour in School-aged
Children (HBSC) 35% 32,8% 33,2%
É um estudo colaborativo da Organização Mundial 30%
de Saúde realizado de 4 em 4 anos por uma rede 25%
18,6%
20%
europeia de profissionais ligados à Saúde e à 15,4%
15%
Educação. Portugal através da equipa do projecto
10%
Aventura Social e Saúde /Faculdade de 5%
Motricidade Humana é membro desde 1994. 0%
11 anos 13 anos 15 anos 16 anos
ou mais
O Questionário
Um pouco mais de metade dos jovens (53%) são
O questionário quot;Comportamento e Saúde em
do sexo feminino.
Jovens em Idade Escolarquot; utilizado neste estudo
foi o adoptado no estudo europeu HBSC em 1998
Gráfico 2 - Distribuição dos sujeitos por sexo
(Currie, Hurrelmann, Settertobulte, Smith e Todd,
2000; Matos, Simões, Carvalhosa, Reis e Canha,
2000). Foram incluídas as questões demográficas e
Sexo Masculino
um conjunto de questões relacionadas com Sexo Feminino
47%
53%
expectativas para o futuro, história de consumos
(consumo de álcool, tabaco e drogas), prática de
exercício físico e tempos livres, hábitos
alimentares e de higiene, bem estar e apoio
É uma amostra representativa da população
familiar, ambiente na escola (amigos, professores
portuguesa escolar dessas idades.
e violência), imagem pessoal, queixas de
sintomas psicológicos e somáticos e crenças e
atitudes face ao VIH /SIDA.
AVENTURA SOCIAL & SAÚDE
Matos, M., & Carvalhosa, S. (2001). Violência na escola: vítimas, provocadores e outros. 2, 1. FMH.

3. VIOLÊNCIA NA ESCOLA: VÍTIMAS, PROVOCADORES E OUTROS 3
OS JOVENS E O ENVOLVIMENTO EM • Tabaco e álcool:
COMPORTAMENTOS DE Envolvimento em violência
VIOLÊNCIA NA ESCOLA Não Vít. Prov. Duplo
Fumar 1x ou + Sim 73.0% 9.1% 11.7% 6.2%
Não 74.5% 13.9% 5.9% 5.7%
• Violência na escola: Álcool todas as Sim 69.1% 11.3% 11.7% 7.9%
semanas/dias Não 75.7% 13.2% 5.6% 5.5%
Neste estudo considera-se uma provocação quando um Embriaguez Sim 70.2% 11.7% 11.3% 6.9%
aluno (mais velho ou mais forte) ou um grupo de Não 74.8% 13.8% 5.7% 5.7%
alunos, disseram coisas desagradáveis a outro ou
gozaram com ele de uma forma que ele não gostou. Os jovens que fumam, estão envolvidos mais
Não se considera provocação quando dois alunos da frequentemente em comportamentos de
mesma idade ou tamanho se envolveram numa provocação.3
discussão ou briga. Os jovens que bebem álcool, estão envolvidos mais
Envolvimento em violência (n=6807) frequentemente em comportamentos de provocação
Não Vítima Provocador Duplo e em comportamentos de duplo envolvimento
74.3% 13.6% 6.3% 5.8% (vitimação e provocação simultaneamente).4
Da totalidade dos jovens, 25.7% (1751) reveleram Os jovens que se embriagaram (duas vezes ou mais),
estarem envolvidos em comportamentos de violência estão envolvidos mais frequentemente em
na escola, ou como vítimas (alvos da provocação), ou comportamentos de provocação.5
como provocadores (agentes da provocação) ou
duplamente envolvidos (simultaneamente vítimas e • Drogas:
provocadores), mais do que duas vezes no período
lectivo. Envolvimento em violência
Não Vít. Prov. Duplo
• Sexo: Experimentar
drogas
Sim
Não
70.2%
74.9%
12.8%
13.8%
10.1%
5.8%
6.8%
5.5%
Envolvimento em violência (n=6807) Consumir no Sim 70.1% 6.5% 13.6% 9.7%
último mês Não 74.5% 13.8% 5.9% 5.7%
Não Vítima
M F M F
41.9% 58.1% 58.0% 42.0%
Os jovens que já experimentaram alguma droga,
estão envolvidos mais frequentemente em
Envolvimento em violência (continuação) comportamentos de provocação.6
Provocador Duplo
M F M F Os jovens que consumiram drogas no último mês,
63.3% 36.7% 66.8% 33.2% estão envolvidos mais frequentemente em
comportamentos de provocação e em
Os rapazes afirmam mais frequentemente estarem comportamentos de duplo envolvimento (vitimação
envolvidos em comportamentos de violência: como e provocação simultaneamente).7
vítimas, como provocadores e simultaneamente
como vítimas e provocadores, do que as raparigas.1 • Envolvimento em lutas:
• Idade: Envolvimento em violência
Não Vít. Prov. Duplo
Envolvimento em violência (n=6722) Lutas Sim 59.3% 19.8% 9.8% 11.1%
Não Vítima Não 81.8% 10.5% 4.6% 3.1%
11 13 15 16 ou + 11 13 15 16 ou +
14.5% 30.5% 34.5% 20.4% 20.5% 38.0% 29.4% 12.0% Os jovens que se envolveram em lutas (uma vez ou
mais nos últimos 12 meses), estão envolvidos mais
Envolvimento em violência (continuação)
frequentemente em comportamentos de violência:
Provocador Duplo
11 13 15 16 ou + 11 13 15 16 ou +
como vítimas, como provocadores e
12.0% 37.7% 32.1% 18.2% 17.1% 42.2% 27.6% 13.0% simultaneamente como vítimas e provocadores.8
Os jovens que têm 13 anos estão envolvidos mais
frequentemente em comportamentos de violência:
como vítimas (os de 11 anos também estão
envolvidos), como provocadores e simultaneamente 3
(χ² = 35.20, g. l. = 3, p<.001, n = 6715)
como vítimas e provocadores.2 4
(χ² = 38.62, g. l. = 3, p<.001, n = 6066)
5
(χ² = 38.94, g. l. = 3, p<.001, n = 6789)
6
(χ² = 11.90, g. l. = 3, p<.01, n = 6482)
1 7
(χ² = 205.41, g. l. = 3, p<.001) (χ² = 24.99, g. l. = 3, p<.001, n = 6248)
2 8
(χ² = 98.00, g. l. = 9, p<.001) (χ² = 430.71, g. l. = 3, p<.001, n = 6807)
AVENTURA SOCIAL & SAÚDE
Matos, M., & Carvalhosa, S. (2001). Violência na escola: vítimas, provocadores e outros. 2, 1. FMH.

4. 4 VIOLÊNCIA NA ESCOLA: VÍTIMAS, PROVOCADORES E OUTROS
• Andar com armas: Os jovens que não gostam da escola, estão envolvidos
mais frequentemente em comportamentos de
Envolvimento em violência provocação e em comportamentos de duplo
Não Vít. Prov. Duplo envolvimento (vitimação e provocação
Armas Sim 53.1% 16.4% 15.7% 14.8% simultaneamente).13
Não 76.1% 13.2% 5.7% 5.1%
Os jovens que acham que ir à escola é aborrecido,
Os jovens que andam com armas (por exemplo,
estão envolvidos mais frequentemente em
navalha ou pistola) um dia ou mais nos últimos 30
comportamentos de provocação e em
dias, estão envolvidos mais frequentemente em
comportamentos de duplo envolvimento (vitimação
comportamentos de violência: como vítimas, como
e provocação simultaneamente).14
provocadores e simultaneamente como vítimas e
provocadores.9 Os jovens que não se sentem seguros na escola, estão
envolvidos mais frequentemente em comportamentos
• Sentirem-se felizes: de vitimação e em comportamentos de duplo
Envolvimento em violência
envolvimento (vitimação e provocação
Não Vít. Prov. Duplo
simultaneamente).15
Felicidade Sim 76.0% 12.6% 6.1% 5.3%
Não 63.6% 20.0% 7.6% 8.7% • Comunicação com os pais:
Os jovens que não se sentem felizes, estão envolvidos Envolvimento em violência
mais frequentemente em comportamentos de Não Vít. Prov. Duplo
vitimação e em comportamentos de duplo Falar Fácil 75.7% 13.2% 5.8% 5.3%
envolvimento (vitimação e provocação com Difícil 69.5% 15.1% 8.0% 7.4%
mãe Não tenho/vejo 71.7% 15.1% 4.7% 8.5%
simultaneamente).10
Falar Fácil 76.2% 13.0% 5.5% 5.3%
com Difícil 72.0% 13.5% 7.7% 6.7%
• Sintomas físicos e psicológicos: pai Não tenho/vejo 73.4% 17.9% 4.5% 4.2%
Envolvimento em violência Os jovens que consideram difícil falar com a mãe
Não Vít. Prov. Duplo
sobre o que os preocupa, estão envolvidos mais
Sintomas físicos Sim 73.8% 14.1% 6.4% 5.7%
e psicológicos Não 81.0% 9.4% 5.0% 4.7%
frequentemente em comportamentos de provocação
e em comportamentos de duplo envolvimento
Os jovens que apresentam maiores queixas de (vitimação e provocação simultaneamente).16
sintomas físicos e psicológicos, estão envolvidos mais
frequentemente em comportamentos de vitimação.11 Os jovens que consideram difícil falar com o pai sobre
o que os preocupa, estão envolvidos mais
• Tempos livres: frequentemente em comportamentos de provocação
e em comportamentos de duplo envolvimento
Envolvimento em violência (vitimação e provocação simultaneamente)17 e ainda
Não Vít. Prov. Duplo os jovens que não têm pai ou não o vêem, estão
Ver TV Menos de ½h 71.7% 15.1% 6.9% 6.3% envolvidos mais frequentemente em comportamentos
½ a 3h 77.2% 13.0% 4.9% 4.9%
de vitimação.
4h ou mais 68.9% 14.4% 9.1% 7.6%
Os jovens que vêem TV quatro horas ou mais por dia, • Tipo de família:
estão envolvidos mais frequentemente em
comportamentos de provocação e em Envolvimento em violência
Não Vít. Prov. Duplo
comportamentos de duplo envolvimento (vitimação
e provocação simultaneamente).12 Família nuclear 75.2% 13.1% 6.1% 5.7%
Família monoparental 73.4% 16.5% 5.6% 4.5%
Família recomposta 65.7% 14.5% 10.9% 8.9%
• Vida escolar:
Envolvimento em violência
Os jovens que não vivem com ambos os pais, estão
Não Vít. Prov. Duplo envolvidos mais frequentemente em comportamentos
Gosta da escola Sim 75.5% 13.3% 5.8% 5.5% de violência: como vítimas, como provocadores e
Não 66.4% 15.5% 10.1% 8.0% simultaneamente como vítimas e provocadores.18
É aborrecido ir à Sim 72.3% 13.7% 7.6% 6.4%
escola Não 77.3% 13.4% 4.5% 4.8%
Sentir-se seguro Sim 75.7% 12.8% 6.2% 5.3%
• Relação com os professores:
na escola Não 54.6% 24.3% 8.2% 12.9%
13
(χ² = 42.56, g. l. = 3, p<.001, n = 6730)
14
(χ² = 37.72, g. l. = 3, p<.001, n = 6792)
9 15
(χ² = 161.42, g. l. = 3, p<.001, n = 6670) (χ² = 115.06, g. l. = 3, p<.001, n = 6749)
10 16
(χ² = 68.14, g. l. = 3, p<.001, n = 6784) (χ² = 26.84, g. l. = 6, p<.001, n = 6672)
11 17
(χ² = 19.04, g. l. = 3, p<.001, n = 6478) (χ² = 30.60, g. l. = 6, p<.001, n = 6626)
12 18
(χ² = 71.22, g. l. = 6, p<.001, n = 6793) (χ² = 20.61, g. l. = 6, p<.01, n = 6353)
AVENTURA SOCIAL & SAÚDE
Matos, M., & Carvalhosa, S. (2001). Violência na escola: vítimas, provocadores e outros. 2, 1. FMH.

5. VIOLÊNCIA NA ESCOLA: VÍTIMAS, PROVOCADORES E OUTROS 5
Envolvimento em violência Os jovens que referem que não sabem se os seus
Não Vít. Prov. Duplo colegas de turma gostam de estar juntos, estão
Encorajam a Sim/ ns* 74.8% 13.4% 6.0% 5.9% envolvidos mais frequentemente em comportamentos
expressar os meus Não 72.6% 14.1% 7.8% 5.5% de duplo envolvimento (vitimação e provocação
pontos de vista
simultaneamente).23
Tratam-nos com Sim/ ns* 75.5% 13.3% 5.7% 5.5%
justiça Não 67.9% 14.9% 9.6% 7.6%
Ajudam-me Sim/ ns* 75.3% 13.2% 6.0% 5.6% Os jovens que acham que os seus colegas de turma
quando preciso Não 62.3% 18.2% 10.9% 8.6% não são simpáticos nem prestáveis, estão envolvidos
Interessam-se por Sim/ ns* 75.3% 13.3% 5.9% 5.4% mais frequentemente em comportamentos de
mim como pessoa Não 65.3% 16.0% 9.7% 9.0% violência: como vítimas, como provocadores e
* não sei
simultaneamente como vítimas e provocadores.24
Os jovens que consideram que os professores não os
encorajam a expressar os seus pontos de vista, estão Os jovens que consideram que os seus colegas não os
envolvidos mais frequentemente em comportamentos aceitam como são, estão envolvidos mais
de provocação.19 frequentemente em comportamentos de vitimação.25
Os jovens que consideram que os professores não os Os jovens que consideram que já ficaram sozinhos na
tratam com justiça, estão envolvidos mais escola por os seus colegas não lhe quererem fazer
frequentemente em comportamentos de provocação companhia, estão envolvidos mais frequentemente em
e em comportamentos de duplo envolvimento comportamentos de vitimação e em comportamentos
(vitimação e provocação simultaneamente).20 de duplo envolvimento (vitimação e provocação
simultaneamente).26
Os jovens que consideram que os professores não os
ajudam quando precisam, estão envolvidos mais Os jovens que ficam mais vezes com os amigos após
frequentemente em comportamentos de violência: as aulas (dois ou mais dias por semana), estão
como vítimas, como provocadores e envolvidos mais frequentemente em comportamentos
simultaneamente como vítimas e provocadores.21 de provocação27 e ainda os jovens que não têm
amigos, estão envolvidos mais frequentemente em
Os jovens que acham que os professores não se comportamentos de vitimação.
interessam por eles como pessoas, estão envolvidos
mais frequentemente em comportamentos de Os jovens que consideram difícil arranjar novos
violência: como vítimas, como provocadores e amigos, estão envolvidos mais frequentemente em
simultaneamente como vítimas e provocadores.22 comportamentos de vitimação.28
Os jovens que têm dois ou mais amigos íntimos, estão
• Relação com os amigos: envolvidos mais frequentemente em comportamentos
Envolvimento em violência de provocação e os jovens que afirmam não ter
Não Vít. Prov. Duplo amigos íntimos, estão envolvidos mais
Alunos da Sim 75.1% 13.4% 6.1% 5.4% frequentemente em comportamentos de vitimação.29
turma gostam Não sei 69.1% 16.8% 6.1% 8.0%
de estar juntos Não 71.9% 14.0% 7.5% 6.7%
Colegas Sim 76.3% 12.6% 6.1% 5.1%
simpáticos e
prestáveis
Não sei
Não
64.0%
60.9%
17.6%
21.9%
6.8%
8.0%
11.6%
9.2%
Conclusões
Colegas Sim 76.2% 12.2% 6.2% 5.4% De acordo com estes nossos dados, recolhidos junto
aceitam-me Não sei 68.6% 15.9% 7.9% 7.6% de uma amostra nacional significativa de 6903 jovens
como sou Não 56.9% 30.6% 4.6% 7.9% do 6º,8 e 10º anos, utilizando um questionário (Currie
Colegas não Não 78.6% 11.0% 6.3% 4.1%
et al., 2000; Matos et al., 2000) os rapazes envolvem-
fizeram Ás vezes 63.2% 20.3% 6.5% 9.9%
companhia 1x semana 46.2% 31.4% 4.7% 17.8%
se mais em actos de violência na escola, quer como
ou mais provocadores, quer como vítimas, quer com duplo
Ficar com 2 ou + dias 73.8% 13.4% 6.9% 5.9% envolvimento. Este envolvimento em actos de
amigos após 1x ou 76.1% 13.7% 5.1% 5.1% violência parece ter um pico aos 13 anos, embora os
aulas, por menos
semana Não tenho 48.8% 32.6% 7.0% 11.6% mais novos (11 anos) se envolvam mais, enquanto
amigos vítimas.
Arranjar novos Fácil 75.3% 12.5% 6.5% 5.6%
amigos Difícil 67.1% 21.1% 5.0% 6.8%
Amigos íntimos Dois ou + 74.0% 13.3% 6.8% 6.0%
Um 77.2% 13.8% 4.3% 4.7%
Não tenho 69.7% 16.7% 7.0% 6.6%
23
(χ² = 12.00, g. l. = 6, p=.06, n = 6711)
24
(χ² = 93.51, g. l. = 6, p<.001, n = 6709)
25
(χ² = 121.64, g. l. = 6, p<.001, n = 6696)
19 26
(χ² = 6.59, g. l. = 3, p=.08, n = 6698) (χ² = 285.13, g. l. = 6, p<.001, n = 6789)
20 27
(χ² = 37.63, g. l. = 3, p<.001, n = 6690) (χ² = 27.31, g. l. = 6, p<.001, n = 6760)
21 28
(χ² = 42.53, g. l. = 3, p<.001, n = 6709) (χ² = 51.50, g. l. = 3, p<.001, n = 6763)
22 29
(χ² = 37.16, g. l. = 3, p<.001, n = 6689) (χ² = 20.68, g. l. = 6, p<.01, n = 6770)
AVENTURA SOCIAL & SAÚDE
Matos, M., & Carvalhosa, S. (2001). Violência na escola: vítimas, provocadores e outros. 2, 1. FMH.

6. 6 VIOLÊNCIA NA ESCOLA: VÍTIMAS, PROVOCADORES E OUTROS
Conclusões (continuação) Já publicado
Os resultados sugerem que, no geral, os jovens que se
envolvem em actos de violência apresentam um perfil “QUEM AFINAL EXPERIMENTA DROGAS EM LISBOA?”
de afastamento em relação à casa, à família e à
escola, aparecendo com mais frequência um grupo de “OS JOVENS PORTUGUESES E O CONSUMO DE
amigos com quem se dão fora e depois da escola. DROGAS”
Apresentam também com mais frequência
envolvimento com experimentação e consumo de
tabaco e álcool e envolvimento em lutas e porte de Próxima publicação
armas.
“SAÚDE MENTAL E MAL ESTAR FÍSICO NA IDADE
Os jovens que se envolvem em actos de violência ESCOLAR”
referem mais frequentemente ver televisão quatro ou
mais horas por dia. Os jovens com envolvimento em
actos de violência referem ainda mais
frequentemente sintomas de mal estar físico e
psicológico.
Os jovens que se envolvem em actos de violência
como vítimas e os jovens que têm um duplo
envolvimento (simultaneamente como provocadores e
como vítimas) referem mais frequentemente não se
sentirem felizes, bem como não se sentirem seguros
na escola. Os jovens que se envolvem em actos de
violência enquanto vítimas referem em geral
problemas de relação social com os pares: acham
difícil arranjar novos amigos e referem não ter
amigos.
No âmbito da promoção de estilos de vida saudáveis
nos adolescentes, este estudo reforça a importância
já reconhecida dos contextos sociais do jovem, assim
a família, o envolvimento escolar, a relação com os
professores e o estabelecimento de laços de amizade
com os pares aparecem aqui como factores
potencialmente protectores de situações de
envolvimento em actos de violência na escola,
enquanto que os consumos de álcool, tabaco e drogas,
a posse de armas, a percepção de infelicidade e a
ligação a um grupo alargado de jovens fora do âmbito
do espaço e actividades escolares, bem como o
“consumo” abusivo de televisão nos aparece como um
potencial factor de risco para o envolvimento dos
A VENTURA OCIAL S
jovens em actos de violência quCorrespondência deverá ser enviada para:
er como
provocadores, quer como vítimas, quer com Drª Margarida Gaspar de Matos
Profª duplo
Contactos:
Aventura Social e Saúde
eFaculdade de Motricidade Humana
nvolvimento. Drª Susana Fonseca Carvalhosa
Telef. 21 419 67 77
Universidade Técnica de Lisboa Fax 21 415 12 48
Faculdade de Motricidade Humana E-Mail:
Promoção da Saúde / Comportamento Social Estrada da Costa aventurasocial@fmh.utl.pt
1495-688 Cruz Quebrada
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jovens consumidores inscrever-te para receber a nossa próxima folha informativa (como esta…).
Lisboa”, podes ainda de drogas ilícitas (Matos e
CarEscreve-nos! Até breve…
valhosa, 2001).
O perfil aparece assim esboçado, não para nos
preocuparmos, mas para nos guiar na intervenção, na
pesquisa de modos de promoção de estilos AVENTURA SOCIAL & SAÚDE
de vida
alternativos. Matos, M., & Carvalhosa, S. (2001). Violência na escola: vítimas, provocadores e outros. 2, 1. FMH.
É ERRADO concluir-se que são as situações que
indicámos associadas inelutavelmente com o