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Universidade Zambeze
Faculdade de Ciências Agrárias
Curso de Engenharia Agro-pecuária
Espoliação em Produção Vegetal
Salomão Benjamim
Estratégias de ensino para a prevenção do Bullyng na sala de aulas, caso da Turma A,
12ª classe da Escola Secundária de Ulónguè, no ano 2023
Ulónguè, Angónia
2023
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Universidade Zambeze
Faculdade de Ciências Agrárias
Curso de Engenharia Agro-pecuária
Espoliação em Produção Vegetal
Salomão Benjamim
Estratégias de ensino para a prevenção do Bullyng na sala de aulas, caso da Turma A,
12ª classe da Escola Secundária de Ulónguè, no ano 2023
Ulónguè, Angónia
2023
Projecto Educacional a ser entregue à
cadeira de Pedagogia Geral no
Departamento de Disciplinas Gerais no
curso de Engenharia Agro-pecuária para
fins avaliativos sub orientação do
docente: dr. Sousa Bartolomeu
Índice
Epigrafe.......................................................................................................................................... i
Sinopse.......................................................................................................................................... ii
Resumo......................................................................................................................................... iii
Abstarct .........................................................................................................................................iv
Capítulo I: Introdução ................................................................................................................... 5
1.1. Contextualização da pesquisa.............................................................................................. 5
1.2. Tema...................................................................................................................................... 5
1.2.1. Delimitação do Tema......................................................................................................... 6
1.3. Justificativa........................................................................................................................... 6
1.4. Relevância educacional do tema ......................................................................................... 6
1.4.1. Relevância social................................................................................................................ 7
1.5. Objectivos.............................................................................................................................. 7
1.5.1. Objectivo Geral ................................................................................................................. 8
1.5.2. Objectivos específicos........................................................................................................ 8
Capítulo II – Metodologias ........................................................................................................... 9
2.1. Método................................................................................................................................... 9
2.2. Observação directa................................................................................................................. 9
2.3. Bibliográfico .......................................................................................................................... 9
2.4. Tipo de pesquisa..................................................................................................................... 9
2.4.1. Quanto aos objectivos ......................................................................................................... 9
2.4.2. Quanto a natureza.............................................................................................................. 10
2.4.3. Quanto a técnica de recolha de dados ............................................................................... 10
Capítulo III – Sugestões Metodológicas ..................................................................................... 11
Capítulo IV – Revisão da Literatura ........................................................................................... 13
4.1. Contexto Histórico ............................................................................................................... 13
4.1.1. Conceito do bullyng .......................................................................................................... 13
4.1.2. Classificação do bullying .................................................................................................. 16
4.2. A Escola ............................................................................................................................... 16
Capítulo V – Conclusões............................................................................................................. 18
5.1. Conclusão............................................................................................................................. 18
Referências Bibliográficas .......................................................................................................... 20
i
Epigrafe
Para que as luzes do outro sejam percebidas por mim devo por bem apagar as
minhas, no sentido de me tornar disponível para o outro…
Mia Couto.
ii
Sinopse
O comportamento agressivo ou violento nas escolas é hoje o fenómeno social
mais complexo e difícil de compreender, por afectar a sociedade como um todo,
atingindo directamente as crianças de todas as idades, em todas as escolas do país e do
mundo. Sabemos ser o fenómeno resultante de inúmeros factores, tanto externos como
internos à escola, caracterizados pelos tipos de interacções sociais familiares,
socioeducacionais e pelas expressões comportamentais agressivas manifestadas nas
relações interpessoais.
Percebe-se que na maioria das escolas, além do desconhecimento, há indiferença
em relação aos casos existentes. Muitas vezes as escolas não admitem e não permitem o
estudo mais aprofundado dos professores, funcionários e alunos sobre o bullying, o que
dificulta muito a compreensão e prevenção do problema.
iii
Resumo
O presente projecto enquadra-se no âmbito da Licenciatura em Engenharia Agro-pecuária. Esta
investigação tem como base a Estratégias de ensino para prevenção de bullying na sala de aulas,
que foi desenvolvida no terceiro trimestre, no 12º ano de escolaridade do ensino básico. Nos
últimos anos são muitos os académicos que procuram aprofundar conhecimentos sobre o
bullying e a sua prevenção, pois é um tema preocupante e que afecta a sociedade a vários níveis:
emocional, social e psicologicamente. Porém, este tema tem de deixar de ser apenas uma
preocupação para os académicos tem de passar a ser para todas as instituições escolares e
respectivos docentes. Visto que é na escola onde os alunos passam a maior parte do seu tempo,
aprendem a viver com outros, e por esses motivos também é onde mais ocorre o bullying. No
contexto do paradigma interpretativo, esta investigação assume um design de investigação-
acção, e implicou o desenvolvimento de actividades, promovidas junto de uma turma de 12ª
classe da Escola Secundária de Ulónguè, com o intuito de diminuir e/ou prevenir o bullying, no
presente e no futuro. Desta forma, recorreu-se a vários instrumentos, como a observação,
inquéritos, diário, conversas informais e entrevistas, para se observar, planificar, reflectir e
intervir junto dos participantes. Os resultados dão conta da implementação do projecto de
intervenção e evidenciam o contributo das estratégias preventivas de bullying.
Palavras-chave: Estratégia, Bullying, Sala de Aulas.
iv
Abstarct
5
Capítulo I: Introdução
1.1. Contextualização da pesquisa
A violência é um problema de saúde pública que aflige toda a sociedade. É um factor
preocupante, crescente no mundo todo que ocorre em todas as classes socais e que pode
causar sérias consequências individuais e/ou sociais a curto ou a longo prazo,
principalmente aos jovens, que são os que mais sofrem. “O frequente envolvimento da
população infantil e juvenil com esta realidade ocupa, de maneira crescente, as páginas da
imprensa falada e escrita”.
Quando se fala em violência ocorrendo em um local específico, percebe-se que há
uma preocupação intensa com relação às escolas. A escola é um ambiente de ensino e “tem
como função social, política e pedagógica oportunizar a todos (as) os seus (suas) alunos
(as) um ambiente sereno, agradável e acolhedor, objectivando a facilitação da construção
do conhecimento. Porém, a violência já atingiu a realidade das escolas e por isso é preciso
haver medidas preventivas e combativas dentro das escolas.
A violência escolar é um problema crescente em todo o mundo, tendo influência
directa na educação de jovens e adolescentes. Essa violência não está relacionada apenas às
agressões corporais entre alunos, diz respeito a todos os comportamentos agressivos e anti-
sociais, incluindo os conflitos interpessoais, danos ao património, actos criminosos, etc.
Em meio a esta questão, aparece um problema grave de violência escolar que está
intrigando educadores e até mesmo os próprios alunos: o bullying. Este fenómeno tem sido
destaque até mesmo na mídia, a qual o coloca em um grau alto de relevância, onde fica
evidente a importância que deve ser dada a este problema.
Diante destes argumentos, este trabalho tem como intuito identificar as estratégias de
ensino para prevenção de bullyng na sala de aulas, colocando em destaque características e
estratégias para amenizar o problema apresentado.
1.2. Tema
O trabalho em apreço tem como tema: Estratégias de ensino para prevenção de
bullyng na sala de aulas.
6
1.2.1. Delimitação do Tema
O presente trabalho tem como delimitação: Estratégias de ensino para a prevenção do
Bullyng na sala de aulas, caso da Turma A da Escola Secundária de Ulóngue, no ano 2023.
1.3. Justificativa
Apesar de o bullying ser um problema antigo, as pesquisas são bem recentes sobre
este tema, onde só na década de 1990 teve sua precisa atenção. Não obstante, o autor optou
neste tema, por perceber em primeiro, que a escola desempenha um papel fundamental na
formação, mas infelizmente a violência já se encontra presente neste ambiente. Entretanto,
em meio a essa problemática, um tipo de violência ocorre muitas vezes de maneira
invisível dentro da escola: o bullying escolar.
Este fenómeno é antigo e muito importante, pois interfere no desempenho escolar e
por isso deve ter uma atenção especial. O bullying consiste no ato agressivo e repetitivo de
perseguir a um mesmo aluno por um longo período de tempo. Em meio a essa temática, a
proposta dessa revisão é mostrar a influência negativa que o bullying pode ter na educação
dos alunos envolvidos e mostrar que este é um fenómeno evitável.
1.4. Relevância educacional do tema
Em meio a toda essa discussão acerca do bullying, percebe-se que é preciso agir para
que essa situação seja contornada. A união da escola, pais e alunos é fundamental para um
resultado positivo, até mesmo porque a educação molda o carácter do indivíduo e é fato
que o bullying está influenciando de maneira negativa na aprendizagem das crianças.
Sendo assim, a escola não deve ser palco de conflitos entre alunos, mas um lugar agradável
para a troca de conhecimentos.
Desta feita, observando os processos que permeiam a fase da adolescência e os que
determinam atitudes no fenómeno bullyng, percebeu-se a importância de se compreender o
desenvolvimento humano e a sua relação com a aprendizagem em perspectivas que
priorizem o olhar das relações interpessoais e que contemplem o carácter das experiencias
sócio-afectivas no processo de educação.
7
1.4.1. Relevância social
Considerando que o bullying é um tipo de violência principalmente escolar, que
consiste no ato de provocar, repetitivamente e por um período prolongado, um único
indivíduo ou um grupo de indivíduos, seja com agressão verbal ou física, desde que este se
sinta constrangido, incomodado ou humilhado com tais actos. Visivelmente, há ausência de
motivos que justifiquem os ataques e a vítima se sente incapaz de se defender.
Não obstante, o bullying escolar, é uma forma de violência caracterizada por
agressões morais e físicas entre alunos, sejam crianças, adolescentes ou jovens e até
mesmo professor, dentro do ambiente escolar. Qualquer forma de intimidação que seja
repetitiva com o mesmo alvo, é considerada bullying.
Assim, o tema é de extrema relevância social, pois, a partir do momento em que
iremos apresentar a estratégia de eliminar este mal na escola, estar-se-á, de certo modo, a
dar a conhecer a sociedade em geral que este fenómeno é real e que é um dever de todos
envidar esforços de modo a combater este mal não só na escola, assim como nas nossas
sociedades.
1.5. Objectivos
Como é de praxe, quando se ambiciona realizar um trabalho de pesquisa, há que ter
em conta à priori, um fim a atingir, um alvo de pesquisa, desígnio de pesquisa, ou seja, o
objectivo que nos leva a fazê-lo.
Desta feita, de modo a percebermos o conceito de objectivo, chamamos (Lakatos &
Marconi, 2003, p.219), que dizem: “o objectivo está ligado a uma visão global e
abrangente do tema. Relaciona-se com o conteúdo intrínseco, quer dos fenómenos e
eventos, quer das ideias estudadas. Vincula-se directamente à própria significação da tese
proposta pelo projecto”.
Não obstante, pode dizer-se que o objectivo de uma pesquisa não foge da finalidade
que leva o pesquisador a fazer o seu estudo. Contudo, o objectivo geral expressa resultado,
indicando outros fenómenos que permitirão uma especificidade a fim de tornar o estudo
ainda explícito.
8
Neste contexto, toda pesquisa deve ter um objectivo determinado para saber o que se
vai procurar e o que se pretende alcançar. Assim, definir objectivos de pesquisa é um
requisito para desenvolver um estudo científico. Portanto, os objectivos de uma pesquisa
têm o papel de nortear, pois, direcciona a leitura do texto, bem como, permite entender o
que o pesquisador fez em seu trabalho, tornando claro o problema de pesquisa,
possibilitando ao pesquisador aumentar seus conhecimentos sobre o assunto ou tema
tratado. Assim sendo, com o presente projecto de pesquisa, pretende-se alcançar os
seguintes objectivos:
1.5.1. Objectivo Geral
 Analisar e identificar as estratégias de ensino para a prevenção do Bullyng na sala
de aula.
1.5.2. Objectivos específicos
 Explicitar as consequências causadas pelo bullying, no contexto escolar;
 Verificar a relação entre as concepções docentes sobre bullyng, seus
posicionamentos pessoais e suas mediações pedagógicas;
 Identificar as medidas tomadas pelos professores frente às situações do bullyng.
9
Capítulo II – Metodologias
2.1. Método
De acordo com BISQUERA (1989), o método é entendido também como processo
para se atingir um determinado fim ou para se chegar ao conhecimento profícuo.
E para este presente projecto, usar-se-á os seguintes métodos:
1.2. Observação directa
Acontece quando o investigador “procede directamente à recolha de informações,
sem se dirigir aos sujeitos interessados. Apela directamente ao seu sentido de observação”.
Para obter as informações, o investigador pode usar uma ficha de observação ou pode ir
registando as observações num diário.
2.3. Bibliográfico
Neste método, recorre-se a fontes escritas de modo a enriquecer o presente trabalho
e, estabelecendo assim a relação entre a teoria e a prática.
2.4. Tipo de pesquisa
2.4.1. Quanto aos objectivos
Tendo em conta aos objectivos anteriormente apresentados, a presente pesquisa será
descritiva.
Corroborando com Gil (2002, p.42), este tipo de pesquisa tem como objectivo
primordial “a descrição das características de determinada população ou fenómeno ou,
então, o estabelecimento de relações entre variáveis. […] São incluídas neste grupo as
pesquisas que têm por objectivo levantar as opiniões, atitudes e crenças de uma
população”.
Não obstante, percebe-se que as pesquisas descritivas estabelecem relações entre
variáveis no objecto de estudo analisado, comparativamente a exploratória é que na
pesquisa descritiva o assunto já é conhecido e a contribuição em relação ao assunto é
proporcionar uma nova visão sobre está realidade já existente.
10
2.4.2. Quanto a natureza
Quanto a natureza, utilizar-se-á a pesquisa aplicada. Conforme Nascimento (2016), a
pesquisa aplicada é dedicada à geração de conhecimento para solução de problemas
específicos envolvendo verdades e interesses locais, é dirigida à busca da verdade para
determinada aplicação prática em situação particular.
2.4.3. Quanto a técnica de recolha de dados
Quanto a técnica de recolha de dados, a pesquisa basear-se-á no Estudo de Caso.
Segundo YIN (2001), o estudo de caso é caracterizado pela interpretação de fenómeno
específico e busca retratar a realidade de maneira complexa e profunda. Trata-se, como os
termos indicam, do estudo decerto caso singular visando descoberta de fenómenos em
determinado contexto.
11
Capítulo III – Sugestões Metodológicas
É sobejamente conhecido que a metodologia é um conjunto de procedimentos a
serem utilizados pelo individuo na obtenção do conhecimento, por meio de processos e
técnicas, que garante a legitimidade do saber obtido.
Desta feita, neste capítulo, demostra-se como serão utilizados os métodos outrora
mencionados, no capítulo anterior.
Para já, vale referir, como viu-se anteriormente, a observação directa, que Segundo
LAKATOS e MARCONI (2003, p.190) “observação é uma técnica de colecta de dados
para conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da
realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar factos ou
fenómenos que se desejam estudar.”
Para a pesquisa, esta técnica de recolha de dados consistirá na ida ao terreno, neste
caso a escola em estudo, para que se faça uma observação directa na escola, na sala de
aulas e da convivência social no recinto escolar, na hora do recreio.
As observações serão registadas num diário, ao longo dos meses de intervenção,
sempre que se realizavam as actividades previstas para este estudo e atendendo aos
comentários dos alunos perante as mesmas, por forma a sustentar-se os resultados
apresentados.
Assim, concretizou-se uma observação participante neste projecto, pois o
investigador cooperou na vida do grupo por ele estudado (ESTRELA, 2015).
Outra sugestão metodológica para o projecto é o uso do diário, que segundo AIRES
(2011) possibilita a reestruturação dos vários acontecimentos relevantes das pessoas e/ou
grupos sociais.
Este instrumento está relacionado com observações, pois é nele que as mesmas são
registadas, bem como o registo das conversas informais e o registo fotográfico. Todas as
informações foram registadas de uma forma clara.
Sugere-se também o método de conversas informais. Este meio de recolha de dados,
que complementa o diário, designa-se por conversas informais. A transcrição destas
conversas deve respeitar a linguagem efectivamente usada pelos participantes. Através do
12
diálogo com os alunos e com a docente cooperante, surgiram diversas conversas informais,
fulcrais para a recolha de dados que compreenderam as situações experienciadas pelos
participantes.
Quanto ao método bibliográfico, cabe argumentar que este será utilizado pelo autor
de modo a sustentar o aporte teórico e dar mais credibilidade a pesquisa na base de obras já
publicadas que abordam sobre o bullying, em contexto escolar assim como noutros
contextos.
Não obstante, percebe-se que as pesquisas descritivas estabelecem relações entre
variáveis no objecto de estudo analisado, comparativamente a exploratória é que na
pesquisa descritiva o assunto já é conhecido e a contribuição em relação ao assunto é
proporcionar uma nova visão sobre está realidade já existente.
Entretanto, sendo a pesquisa descritiva, pretende-se fazer uma descrição do caso em
estudo, que são os alunos da Escola Secundária de Ulóngue, levando a cabo a questão de
partida, e com ele estabelecer relações entre os alunos que serão submetidos a uma análise
generalizada.
No que diz respeito a natureza viu-se que é uma pesquisa aplicada. Nestes moldes, a
pesquisa aplicada facilitará o pesquisador a gerar conhecimentos para solução de problema
de presente pesquisa gerando assim verdades de interesse local sobre as estratégias
educativas para a prevenção do bullyng na sala de aula. Esta técnica, tem também objectivo
de gerar conhecimento novo para o avanço da ciência.
Quanto a técnica de recolha de dados, optou-se no estudo de caso. Nesse diapasão,
escolheu-se esta metodologia porque constituirá uma estratégia de pesquisa científica que
facilitará o pesquisador a analisar o fenómeno actual do estudo em seu contexto real, e as
variáveis que o influenciam.
Por fim, quanto à entrevista, foi aplicada aos professores responsáveis pela turma
com o intuito de conhecer o ponto de visa da profissional sobre o tema em estudo e que
medidas acha que devemos ter, no presente e no futuro, para a prevenção do bullying.
13
Capítulo IV – Revisão da Literatura
4.1. Contexto Histórico
Apesar de o bullying ser um problema antigo, as pesquisas são bem recentes sobre
este tema, onde só na década de 1990 teve sua precisa atenção (NETO, 2005).
DEBARBIEUX (2001) mostra que estudos, feitos em países de cultura inglesa, concluíram
que a palavra violence refere-se apenas a agressão física não podendo caracterizar outro
tipo de violência, e é bem certo que a violência nas escolas não se limita apenas a violência
física. Com isso, os pesquisadores utilizaram a expressão bullying escolar para definir a
violência física e verbal que acontece nas escolas.
A expressão bullying, não tem um termo que o possa traduzir para o português. O
mesmo é de origem inglesa e deriva do vocábulo to bully, que significa: agressor,
intimidador, atacante. Por isso, o conceito de bullying vem a ser o acto onde um agressor,
intimidador, usa de más condutas para agredir a outra pessoa (SILVA, 2006).
Neto (p. 165, 2005) diz que:
“A adopção universal do termo bullying foi decorrente da dificuldade em
traduzi-lo para diversas línguas. Durante a realização da Conferência Internacional
Online School Bullying and Violence de Maio a Junho de 2005, ficou caracterizado
que o amplo conceito dado à palavra bullying dificulta a identificação de um termo
nativo correspondente em países como Alemanha, França, Espanha, Portugal e
Brasil, entre outros”.
4.1.1. Conceito do bullyng
O bullying é conceituado como um problema mundial que tem se disseminado
largamente nos últimos anos e que só recentemente vem sendo estudado nos países como
Moçambique.
Define-se como um conjunto de atitudes agressivas, intencionais, pejorativas e
repetidas, que ocorrem sem motivo evidente adoptado por um ou mais alunos contra
outros, causando sentimentos negativos como raiva, angustia, sofrimento e em alguns
casos queda do rendimento escolar (FANTE, 2005).
Quem nunca colocou apelido pejorativo em alguém ou não recebeu um apelido, fez
fofoca empurrou um amigo na escola, brincadeiras que parecem ser tão inofensivas, mas
que se tornou objecto de pesquisa em todo mundo escolar. Este fenômeno é muito comum
entre as crianças e os adolescentes. Trata-se de um termo em inglês utilizado para designar
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a prática de actos agressivos entre estudantes sem um motivo evidente, seria algo como
intimidação, perseguição, humilhação (DREYER 2009).
Seja a propriedade de causar “traumas” ao psiquismo de suas vítimas e envolvidos.
Possui ainda a propriedade de ser reconhecido em vários outros contextos, além do escolar:
nas famílias, nas forças armadas, nos locais de trabalho (denominado de assédio moral),
nos asilos de idosos, nas prisões, nos condomínios residenciais, enfim onde existem
relações interpessoais (FANTE, 2005, p.179).
Este fenómeno está presente em todos os âmbitos sociais, sendo eles públicos ou
privados, rural ou urbano, primário ou secundário, básico ou superior. Os vestígios da
prática do bullying são encontrados mais nos meninos. Já nas meninas percebe-se mais
difamação e exclusão.
Agressividade/Bullying são comportamento agressivo de intimidação e que apresenta
um conjunto de características comuns, entre as quais se identificam varias estratégias de
intimidação do outro e que resulta em práticas violentas exercida por um grupo ou
individual.
Além dos termos utilizados podem se classificar também como, agredir, vitimar,
violentar, maltratar, humilhar, intimidar, assédio sexual ou abusos, e entre crianças fazer
mal, chatear, pegar no pé (PEREIRA, 2002, p.24).
Segundo NETO (2004) a maioria das pesquisas levantadas adopta as definições
elaboradas por MAURO (2010), segundo o qual Bullying é definido a partir de três
características: trata-se de um comportamento agressivo ou de uma ofensa intencional,
ocorre repetidamente e durante muito tempo, ocorre em relações interpessoais
caracterizada por um desequilíbrio de poder.
A Associação Brasileira de Protecção a Criança e ao Adolescente (ABRAPIA) define
bullying como um conceito semelhante ao de FANTE (2005), que afirma que o bullying é
visto como atitudes agressivas repetitivas, sem motivação evidente, que podem causar dor
e angústia a quem sofre e prazer a quem pratica. Já o conceito da ABRAPIA é mais
conciso, a prática do bullying ocorreria quando um ou mais alunos agredirem um ao outro,
estabelecendo com este uma relação de desigualdade de poder. Geralmente um aluno mais
forte escolhe um mais fraco para ser sua vítima.
15
Em uma pesquisa de Cavalcante, aborda-se uma outra característica, insere os
apelidos no conceito de bullying, e também os maus comentários descritos como coisa de
estudante, que deixam marcas profundas e traumáticas.
Assim como Cavalcante, Veiga (2004) cita alguns exemplos do que é considerado
Bullying, como apelidar, ofender, humilhar, amedrontar, isolar, perseguir e bater,
acrescentando que tais atitudes sempre ocorreram no meio escolar, mas que só veio a ser
estudado há pouco tempo.
As mais diversas formas de agressividade que gera o bullying, muitas vezes são
consideradas normais. Afirma-se que o ser humano necessita de agressividade para viver.
Desta feita, a agressividade tem várias intencionalidades, podem ter o intuito de machucar
alguém ou de buscar 1recompensa, ou chamar atenção. Segundo estudos da ABRAPIA, a
maioria dos alunos que praticam o bullying têm problemas afectivos em casa.
Percebendo que o bullying tem várias características, entre elas a repetição de
comportamentos como violência física, verbal, humilhações, apelidos, entre outros, cabe
reflectir sobre o fato de que tais violências já possuem uma definição. Como por exemplo:
uma criança negra que sofre a agressão física repetida vezes sofre de bullying ou de
racismo? O que se percebe é que comportamentos já existentes passam a ter outro “nome”
quando ocorrido repetidamente.
Tendo em vista as definições dos autores, pode-se afirmar que o bullying é um
fenómeno social e que, portanto ocorre com bastante frequência no contexto escolar, pois o
seu público são crianças e adolescentes, os quais estão mais propícios a pratica do bullying.
Segundo SILVA (2009, p.22), existem diversas formas da prática do bullying entre
elas podemos classificar:
 Forma Verbal: Insultar, ofender, xingar, fazer gozações, colocar apelidos
pejorativos, fazer piadas ofensivas e zoar;
 Forma Física e Material: Bater, chutar, espancar, empurrar, ferir, beliscar, roubar,
furtar ou destruir os pertences das vítimas e atirar objectos contra as vítimas;
 Forma Psicológica e Moral: Irritar, humilhar e ridicularizar, excluir, isolar,
ignorar, desprezar ou fazer pouco caso, discriminar, aterrorizar e ameaçar,
16
chantagear e intimidar, tiranizar, dominar, perseguir, difamar, passar bilhetes e
desenhos entre os colegas de carácter ofensivo, fazer intrigas, fofocas ou mexericos
(mais comum entre as meninas);
 Forma Sexual: Abusar, violentar, assediar e insinuar;
 Forma Virtual: usar a internet para caluniar, maltratar entre outras atitudes já
descritas contra o próximo.
4.1.2. Classificação do bullying
De acordo com ALMEIDA et al. (2008), os ataques na prática do bullying podem
acontecer de duas formas diferentes: directos e indirectos.
Os ataques directos ainda se subdividem em: “físicos” onde compreendem actos
como agressão física ou roubar pertences, e “verbais” onde o autor utiliza insultos, coloca
apelidos ou usa termos racistas (MARTINS, 2005).
Os ataques “indirectos” compreendem práticas como a exclusão, espalhar boatos ou
fazer fofocas em relação à vítima. Deve se ressaltar que a vítima não precisa estar presente
no momento da acção, neste caso (RIBEIRO, 2009).
É importante ressaltar que há uma diferença entre o tipo de ataque (directo ou
indirecto) e o sexo dos agressores: a maioria das pesquisas revela que os meninos utilizam
mais de meios directos para agredir a vítima, enquanto as meninas utilizam mais de meios
indirectos de agressão (ALBINO & TERÊNCIO, 2009).
4.2. A Escola
A escola é um lugar que tem por finalidade ensinar e educar, um local de ascensão
para uma vida melhor, de crescimento e evolução intelectual. Esta seria uma definição
brilhante para a escola se a realidade assim permitisse, porém FANTE (2005) afirma que o
fenômeno Bullying já esta na escola há muito tempo.
Estar-se-á vivendo um período de crise na educação, ou seja, já não está tão claro e
não há mais sentido para os alunos frequentarem um espaço desagradável. O que antes era
visto como trampolim para uma vida melhor aumentando as oportunidades de trabalho e
qualidade de vida, perdeu-se no tempo e hoje os jovens vivem as desesperanças em relação
ao futuro e é neste contexto em que emergem a violência escolar.
17
Nossa sociedade vive hoje situação de violência e nas nossas escolas temos tido
violências em todos os níveis. Agressões físicas, desavenças constantes, repressões,
humilhações e exclusões desenham um quotidiano escolar que nos induz a um
entendimento da escola como reflexo da sociedade, sem possibilidades de mudanças
internas e forças para contribuir com uma mudança social.
A escola era vista como um lugar seguro para apreender, para desenvolver
habilidades intelectuais, para fazer amizades, não esperando que todas aquelas brincadeiras
inocentes que muitos são coniventes com os apelidos, poderia causar graves traumas e se
transformar em algo tão ruim. Hoje pouco se sabe do que pode acontecer dentro da escola.
A escola não seria mais representada como um lugar, seguro de integração
social, de socialização, não é mais, um espaço resguardado; ao contrário, tornou-se
cenário de ocorrências violentas. Desse modo, percebe-se que a instituição escolar
vem enfrentando profundas mudanças com o aumento das dificuldades quotidianas,
que provêm tanto dos problemas de gestão e das suas próprias tensões internas
quanto da efectiva desorganização da ordem social, que se expressa mediante
fenómenos exteriores à escola, como a exclusão social e institucional, a crise e o
conflito de valores e o desemprego. (ABRAMOVAY 2002).
Segundo estudiosos, a violência acontece porque os jovens não tem mais esperança
na escola e vão até ela, para cumprir hora, se divertir, fazem de tudo menos estudar. Na
realidade a escola passou a ser um local de lazer, um passa tempo.
A violência seria apenas a conduta mais visível de recusa ao conjunto de valores
transmitidos pelo mundo adulto, representados simbólica e materialmente na instituição
escolar, que não mais respondem ao seu universo de necessidades. Outras modalidades de
resposta, talvez as mais frequentes, se exprimem no retraimento e na indiferença: os alunos
estão na escola, mas pouco permeáveis à sua acção.
O trabalho exercido pela escola deve ser de comum acordo com a família, contando
com a sua presença e participação. Se a família se isenta de toda responsabilidade, a escola
vai entrar ainda mais em decadência. Um dos grandes desafios que a escola enfrenta além
da isenção dos pais, da falta de interesse dos alunos é o aumento da violência dentro do
ambiente. Isto que muitas vezes nada mais é do que um reflexo da vida social do aluno.
Nestes moldes, para TAUIL (2009) a desestruturação familiar, cultural e educacional
são as principais causas que desencadeiam comportamentos de agressividade, que levam a
prática do bullying.
18
Capítulo V – Conclusões
5.1. Conclusão
Em meio a toda essa problemática é necessário que o bullying seja impedido de
progredir, e para isso é preciso elaborar medidas para amenizar este fenómeno. No entanto,
para que isso aconteça é necessário primeiramente reconhecê-lo como um problema que
atrapalha a vida escolar do aluno e que vem ganhando cada vez mais proporção nas escolas
de todo o mundo.
O professor, como mediador do conhecimento deve estar atento sobre a ocorrência
de bullying em sala de aula e deve inclusive se comportar de forma a não gerar no aluno
desconforto e, de certa forma sua inibição em participar da aula.
A relação que envolve o processo de ensino-aprendizagem está directamente ligada
ao vínculo criado entre as pessoas onde a base é a afectividade, por isso para um
rendimento escolar satisfatório tanto dos alunos quanto dos professores é preciso
estabelecer laços de afectividade e amizade. No entanto é importante frisar que esses laços
começam a serem estabelecidos dentro do âmbito familiar e se estendem para toda a vida.
Conclui-se que o professor actualmente não se limita apenas em ser o mediador do
processo de conhecimento do aluno, seu papel agora já deve envolver escola e
comunidade. Além disso, a administração escolar não oferece aos professores o suporte
pedagógico necessário para a realização de tarefas e ainda os coloca em meio à
responsabilidade de cobrir lacunas da instituição como, por exemplo, o índice baixo de
efectivos. Dessa forma os docentes estão sendo forçados a buscarem seus próprios meios
de se requalificarem que não são reconhecidos e nem remunerados.
Após tais considerações, pode-se concluir que o bullying é apenas uma palavra
estrangeira usada para caracterizar violências já conhecidas, inerentes a qualquer
sociedade, um nome novo para caracterizar um fenómeno antigo. A inserção dessa palavra
no quotidiano das pessoas, em especial as envolvidas com a educação escolar, gera
incertezas, insegurança, confusão, prejudicando a forma de lidar com a situação quando ela
ocorre. Os professores entrevistados, em sua maioria, não parecem estar preparados para
actuar em relação ao problema, na sociedade em que estão contidas.
A violência está por toda a parte e como a escola é o reflexo da sociedade ela está
entrando em nossas instituições de ensino com um nome diferente, e que muitas pessoas
19
não sabem o que representa o Bullying, como pode-se ver, tem passado por várias
roupagem que precisamos estar atentos para não deixar que os alunos tímidos sofrerem na
mão dos mais “espertos” que pensam que são os melhores, e muitos professores não
conseguem identificar a manifestação do Bullying, pois normalmente as crianças evitam
expor o problema aos profissionais que atuam naquele contexto, por entenderem que nada
podem fazer para ajudá-las.
20
Referências Bibliográficas
ABRAPIA - Associação Brasileira de Protecção à Infância e Adolescência (2006).
ALBINO P. L.; TERÊNCIO M. G. (2009). Considerações críticas sobre o fenómeno do
bullying: do conceito ao combate e à prevenção. Revista Jurídica do Ministério
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do objeto (1967-1997). Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 27, p. 163-193.
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formação de professores. Porto, Portugal: Porto Editora.
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GIL, A. (2002). Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo, Brasil: Atlas.
LAKATOS, Eva & MARCONI, M. (2003). Metodologia do Trabalho Científico. São
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MARTINS, M. J. (2005). O problema da violência escolar: uma clarificação e
diferenciação de vários conceitos relacionados. Revista Portuguesa de Educação,
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21
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Programa de redução do comportamento agressivo entre estudantes. Disponível em:
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Professora Elzira Correia de Sá: uma perspectiva à luz da óptica discente. Programa
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SILVA, Geane de Jesus. (2012). Bullying: Quando a Escola não é um Paraíso.
TAUIL, Leonardo C, Paula R. G. F. de C. Costa, Thaís Ferreira Rodrigues. (2009).
Bullying na escola e na sociedade moderna. São Paulo: Instituto de Educação Boni
Consilii.

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  • 1. 3 Universidade Zambeze Faculdade de Ciências Agrárias Curso de Engenharia Agro-pecuária Espoliação em Produção Vegetal Salomão Benjamim Estratégias de ensino para a prevenção do Bullyng na sala de aulas, caso da Turma A, 12ª classe da Escola Secundária de Ulónguè, no ano 2023 Ulónguè, Angónia 2023
  • 2. 4 Universidade Zambeze Faculdade de Ciências Agrárias Curso de Engenharia Agro-pecuária Espoliação em Produção Vegetal Salomão Benjamim Estratégias de ensino para a prevenção do Bullyng na sala de aulas, caso da Turma A, 12ª classe da Escola Secundária de Ulónguè, no ano 2023 Ulónguè, Angónia 2023 Projecto Educacional a ser entregue à cadeira de Pedagogia Geral no Departamento de Disciplinas Gerais no curso de Engenharia Agro-pecuária para fins avaliativos sub orientação do docente: dr. Sousa Bartolomeu
  • 3. Índice Epigrafe.......................................................................................................................................... i Sinopse.......................................................................................................................................... ii Resumo......................................................................................................................................... iii Abstarct .........................................................................................................................................iv Capítulo I: Introdução ................................................................................................................... 5 1.1. Contextualização da pesquisa.............................................................................................. 5 1.2. Tema...................................................................................................................................... 5 1.2.1. Delimitação do Tema......................................................................................................... 6 1.3. Justificativa........................................................................................................................... 6 1.4. Relevância educacional do tema ......................................................................................... 6 1.4.1. Relevância social................................................................................................................ 7 1.5. Objectivos.............................................................................................................................. 7 1.5.1. Objectivo Geral ................................................................................................................. 8 1.5.2. Objectivos específicos........................................................................................................ 8 Capítulo II – Metodologias ........................................................................................................... 9 2.1. Método................................................................................................................................... 9 2.2. Observação directa................................................................................................................. 9 2.3. Bibliográfico .......................................................................................................................... 9 2.4. Tipo de pesquisa..................................................................................................................... 9 2.4.1. Quanto aos objectivos ......................................................................................................... 9 2.4.2. Quanto a natureza.............................................................................................................. 10 2.4.3. Quanto a técnica de recolha de dados ............................................................................... 10 Capítulo III – Sugestões Metodológicas ..................................................................................... 11 Capítulo IV – Revisão da Literatura ........................................................................................... 13 4.1. Contexto Histórico ............................................................................................................... 13 4.1.1. Conceito do bullyng .......................................................................................................... 13 4.1.2. Classificação do bullying .................................................................................................. 16 4.2. A Escola ............................................................................................................................... 16 Capítulo V – Conclusões............................................................................................................. 18 5.1. Conclusão............................................................................................................................. 18 Referências Bibliográficas .......................................................................................................... 20
  • 4. i Epigrafe Para que as luzes do outro sejam percebidas por mim devo por bem apagar as minhas, no sentido de me tornar disponível para o outro… Mia Couto.
  • 5. ii Sinopse O comportamento agressivo ou violento nas escolas é hoje o fenómeno social mais complexo e difícil de compreender, por afectar a sociedade como um todo, atingindo directamente as crianças de todas as idades, em todas as escolas do país e do mundo. Sabemos ser o fenómeno resultante de inúmeros factores, tanto externos como internos à escola, caracterizados pelos tipos de interacções sociais familiares, socioeducacionais e pelas expressões comportamentais agressivas manifestadas nas relações interpessoais. Percebe-se que na maioria das escolas, além do desconhecimento, há indiferença em relação aos casos existentes. Muitas vezes as escolas não admitem e não permitem o estudo mais aprofundado dos professores, funcionários e alunos sobre o bullying, o que dificulta muito a compreensão e prevenção do problema.
  • 6. iii Resumo O presente projecto enquadra-se no âmbito da Licenciatura em Engenharia Agro-pecuária. Esta investigação tem como base a Estratégias de ensino para prevenção de bullying na sala de aulas, que foi desenvolvida no terceiro trimestre, no 12º ano de escolaridade do ensino básico. Nos últimos anos são muitos os académicos que procuram aprofundar conhecimentos sobre o bullying e a sua prevenção, pois é um tema preocupante e que afecta a sociedade a vários níveis: emocional, social e psicologicamente. Porém, este tema tem de deixar de ser apenas uma preocupação para os académicos tem de passar a ser para todas as instituições escolares e respectivos docentes. Visto que é na escola onde os alunos passam a maior parte do seu tempo, aprendem a viver com outros, e por esses motivos também é onde mais ocorre o bullying. No contexto do paradigma interpretativo, esta investigação assume um design de investigação- acção, e implicou o desenvolvimento de actividades, promovidas junto de uma turma de 12ª classe da Escola Secundária de Ulónguè, com o intuito de diminuir e/ou prevenir o bullying, no presente e no futuro. Desta forma, recorreu-se a vários instrumentos, como a observação, inquéritos, diário, conversas informais e entrevistas, para se observar, planificar, reflectir e intervir junto dos participantes. Os resultados dão conta da implementação do projecto de intervenção e evidenciam o contributo das estratégias preventivas de bullying. Palavras-chave: Estratégia, Bullying, Sala de Aulas.
  • 8. 5 Capítulo I: Introdução 1.1. Contextualização da pesquisa A violência é um problema de saúde pública que aflige toda a sociedade. É um factor preocupante, crescente no mundo todo que ocorre em todas as classes socais e que pode causar sérias consequências individuais e/ou sociais a curto ou a longo prazo, principalmente aos jovens, que são os que mais sofrem. “O frequente envolvimento da população infantil e juvenil com esta realidade ocupa, de maneira crescente, as páginas da imprensa falada e escrita”. Quando se fala em violência ocorrendo em um local específico, percebe-se que há uma preocupação intensa com relação às escolas. A escola é um ambiente de ensino e “tem como função social, política e pedagógica oportunizar a todos (as) os seus (suas) alunos (as) um ambiente sereno, agradável e acolhedor, objectivando a facilitação da construção do conhecimento. Porém, a violência já atingiu a realidade das escolas e por isso é preciso haver medidas preventivas e combativas dentro das escolas. A violência escolar é um problema crescente em todo o mundo, tendo influência directa na educação de jovens e adolescentes. Essa violência não está relacionada apenas às agressões corporais entre alunos, diz respeito a todos os comportamentos agressivos e anti- sociais, incluindo os conflitos interpessoais, danos ao património, actos criminosos, etc. Em meio a esta questão, aparece um problema grave de violência escolar que está intrigando educadores e até mesmo os próprios alunos: o bullying. Este fenómeno tem sido destaque até mesmo na mídia, a qual o coloca em um grau alto de relevância, onde fica evidente a importância que deve ser dada a este problema. Diante destes argumentos, este trabalho tem como intuito identificar as estratégias de ensino para prevenção de bullyng na sala de aulas, colocando em destaque características e estratégias para amenizar o problema apresentado. 1.2. Tema O trabalho em apreço tem como tema: Estratégias de ensino para prevenção de bullyng na sala de aulas.
  • 9. 6 1.2.1. Delimitação do Tema O presente trabalho tem como delimitação: Estratégias de ensino para a prevenção do Bullyng na sala de aulas, caso da Turma A da Escola Secundária de Ulóngue, no ano 2023. 1.3. Justificativa Apesar de o bullying ser um problema antigo, as pesquisas são bem recentes sobre este tema, onde só na década de 1990 teve sua precisa atenção. Não obstante, o autor optou neste tema, por perceber em primeiro, que a escola desempenha um papel fundamental na formação, mas infelizmente a violência já se encontra presente neste ambiente. Entretanto, em meio a essa problemática, um tipo de violência ocorre muitas vezes de maneira invisível dentro da escola: o bullying escolar. Este fenómeno é antigo e muito importante, pois interfere no desempenho escolar e por isso deve ter uma atenção especial. O bullying consiste no ato agressivo e repetitivo de perseguir a um mesmo aluno por um longo período de tempo. Em meio a essa temática, a proposta dessa revisão é mostrar a influência negativa que o bullying pode ter na educação dos alunos envolvidos e mostrar que este é um fenómeno evitável. 1.4. Relevância educacional do tema Em meio a toda essa discussão acerca do bullying, percebe-se que é preciso agir para que essa situação seja contornada. A união da escola, pais e alunos é fundamental para um resultado positivo, até mesmo porque a educação molda o carácter do indivíduo e é fato que o bullying está influenciando de maneira negativa na aprendizagem das crianças. Sendo assim, a escola não deve ser palco de conflitos entre alunos, mas um lugar agradável para a troca de conhecimentos. Desta feita, observando os processos que permeiam a fase da adolescência e os que determinam atitudes no fenómeno bullyng, percebeu-se a importância de se compreender o desenvolvimento humano e a sua relação com a aprendizagem em perspectivas que priorizem o olhar das relações interpessoais e que contemplem o carácter das experiencias sócio-afectivas no processo de educação.
  • 10. 7 1.4.1. Relevância social Considerando que o bullying é um tipo de violência principalmente escolar, que consiste no ato de provocar, repetitivamente e por um período prolongado, um único indivíduo ou um grupo de indivíduos, seja com agressão verbal ou física, desde que este se sinta constrangido, incomodado ou humilhado com tais actos. Visivelmente, há ausência de motivos que justifiquem os ataques e a vítima se sente incapaz de se defender. Não obstante, o bullying escolar, é uma forma de violência caracterizada por agressões morais e físicas entre alunos, sejam crianças, adolescentes ou jovens e até mesmo professor, dentro do ambiente escolar. Qualquer forma de intimidação que seja repetitiva com o mesmo alvo, é considerada bullying. Assim, o tema é de extrema relevância social, pois, a partir do momento em que iremos apresentar a estratégia de eliminar este mal na escola, estar-se-á, de certo modo, a dar a conhecer a sociedade em geral que este fenómeno é real e que é um dever de todos envidar esforços de modo a combater este mal não só na escola, assim como nas nossas sociedades. 1.5. Objectivos Como é de praxe, quando se ambiciona realizar um trabalho de pesquisa, há que ter em conta à priori, um fim a atingir, um alvo de pesquisa, desígnio de pesquisa, ou seja, o objectivo que nos leva a fazê-lo. Desta feita, de modo a percebermos o conceito de objectivo, chamamos (Lakatos & Marconi, 2003, p.219), que dizem: “o objectivo está ligado a uma visão global e abrangente do tema. Relaciona-se com o conteúdo intrínseco, quer dos fenómenos e eventos, quer das ideias estudadas. Vincula-se directamente à própria significação da tese proposta pelo projecto”. Não obstante, pode dizer-se que o objectivo de uma pesquisa não foge da finalidade que leva o pesquisador a fazer o seu estudo. Contudo, o objectivo geral expressa resultado, indicando outros fenómenos que permitirão uma especificidade a fim de tornar o estudo ainda explícito.
  • 11. 8 Neste contexto, toda pesquisa deve ter um objectivo determinado para saber o que se vai procurar e o que se pretende alcançar. Assim, definir objectivos de pesquisa é um requisito para desenvolver um estudo científico. Portanto, os objectivos de uma pesquisa têm o papel de nortear, pois, direcciona a leitura do texto, bem como, permite entender o que o pesquisador fez em seu trabalho, tornando claro o problema de pesquisa, possibilitando ao pesquisador aumentar seus conhecimentos sobre o assunto ou tema tratado. Assim sendo, com o presente projecto de pesquisa, pretende-se alcançar os seguintes objectivos: 1.5.1. Objectivo Geral  Analisar e identificar as estratégias de ensino para a prevenção do Bullyng na sala de aula. 1.5.2. Objectivos específicos  Explicitar as consequências causadas pelo bullying, no contexto escolar;  Verificar a relação entre as concepções docentes sobre bullyng, seus posicionamentos pessoais e suas mediações pedagógicas;  Identificar as medidas tomadas pelos professores frente às situações do bullyng.
  • 12. 9 Capítulo II – Metodologias 2.1. Método De acordo com BISQUERA (1989), o método é entendido também como processo para se atingir um determinado fim ou para se chegar ao conhecimento profícuo. E para este presente projecto, usar-se-á os seguintes métodos: 1.2. Observação directa Acontece quando o investigador “procede directamente à recolha de informações, sem se dirigir aos sujeitos interessados. Apela directamente ao seu sentido de observação”. Para obter as informações, o investigador pode usar uma ficha de observação ou pode ir registando as observações num diário. 2.3. Bibliográfico Neste método, recorre-se a fontes escritas de modo a enriquecer o presente trabalho e, estabelecendo assim a relação entre a teoria e a prática. 2.4. Tipo de pesquisa 2.4.1. Quanto aos objectivos Tendo em conta aos objectivos anteriormente apresentados, a presente pesquisa será descritiva. Corroborando com Gil (2002, p.42), este tipo de pesquisa tem como objectivo primordial “a descrição das características de determinada população ou fenómeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. […] São incluídas neste grupo as pesquisas que têm por objectivo levantar as opiniões, atitudes e crenças de uma população”. Não obstante, percebe-se que as pesquisas descritivas estabelecem relações entre variáveis no objecto de estudo analisado, comparativamente a exploratória é que na pesquisa descritiva o assunto já é conhecido e a contribuição em relação ao assunto é proporcionar uma nova visão sobre está realidade já existente.
  • 13. 10 2.4.2. Quanto a natureza Quanto a natureza, utilizar-se-á a pesquisa aplicada. Conforme Nascimento (2016), a pesquisa aplicada é dedicada à geração de conhecimento para solução de problemas específicos envolvendo verdades e interesses locais, é dirigida à busca da verdade para determinada aplicação prática em situação particular. 2.4.3. Quanto a técnica de recolha de dados Quanto a técnica de recolha de dados, a pesquisa basear-se-á no Estudo de Caso. Segundo YIN (2001), o estudo de caso é caracterizado pela interpretação de fenómeno específico e busca retratar a realidade de maneira complexa e profunda. Trata-se, como os termos indicam, do estudo decerto caso singular visando descoberta de fenómenos em determinado contexto.
  • 14. 11 Capítulo III – Sugestões Metodológicas É sobejamente conhecido que a metodologia é um conjunto de procedimentos a serem utilizados pelo individuo na obtenção do conhecimento, por meio de processos e técnicas, que garante a legitimidade do saber obtido. Desta feita, neste capítulo, demostra-se como serão utilizados os métodos outrora mencionados, no capítulo anterior. Para já, vale referir, como viu-se anteriormente, a observação directa, que Segundo LAKATOS e MARCONI (2003, p.190) “observação é uma técnica de colecta de dados para conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar factos ou fenómenos que se desejam estudar.” Para a pesquisa, esta técnica de recolha de dados consistirá na ida ao terreno, neste caso a escola em estudo, para que se faça uma observação directa na escola, na sala de aulas e da convivência social no recinto escolar, na hora do recreio. As observações serão registadas num diário, ao longo dos meses de intervenção, sempre que se realizavam as actividades previstas para este estudo e atendendo aos comentários dos alunos perante as mesmas, por forma a sustentar-se os resultados apresentados. Assim, concretizou-se uma observação participante neste projecto, pois o investigador cooperou na vida do grupo por ele estudado (ESTRELA, 2015). Outra sugestão metodológica para o projecto é o uso do diário, que segundo AIRES (2011) possibilita a reestruturação dos vários acontecimentos relevantes das pessoas e/ou grupos sociais. Este instrumento está relacionado com observações, pois é nele que as mesmas são registadas, bem como o registo das conversas informais e o registo fotográfico. Todas as informações foram registadas de uma forma clara. Sugere-se também o método de conversas informais. Este meio de recolha de dados, que complementa o diário, designa-se por conversas informais. A transcrição destas conversas deve respeitar a linguagem efectivamente usada pelos participantes. Através do
  • 15. 12 diálogo com os alunos e com a docente cooperante, surgiram diversas conversas informais, fulcrais para a recolha de dados que compreenderam as situações experienciadas pelos participantes. Quanto ao método bibliográfico, cabe argumentar que este será utilizado pelo autor de modo a sustentar o aporte teórico e dar mais credibilidade a pesquisa na base de obras já publicadas que abordam sobre o bullying, em contexto escolar assim como noutros contextos. Não obstante, percebe-se que as pesquisas descritivas estabelecem relações entre variáveis no objecto de estudo analisado, comparativamente a exploratória é que na pesquisa descritiva o assunto já é conhecido e a contribuição em relação ao assunto é proporcionar uma nova visão sobre está realidade já existente. Entretanto, sendo a pesquisa descritiva, pretende-se fazer uma descrição do caso em estudo, que são os alunos da Escola Secundária de Ulóngue, levando a cabo a questão de partida, e com ele estabelecer relações entre os alunos que serão submetidos a uma análise generalizada. No que diz respeito a natureza viu-se que é uma pesquisa aplicada. Nestes moldes, a pesquisa aplicada facilitará o pesquisador a gerar conhecimentos para solução de problema de presente pesquisa gerando assim verdades de interesse local sobre as estratégias educativas para a prevenção do bullyng na sala de aula. Esta técnica, tem também objectivo de gerar conhecimento novo para o avanço da ciência. Quanto a técnica de recolha de dados, optou-se no estudo de caso. Nesse diapasão, escolheu-se esta metodologia porque constituirá uma estratégia de pesquisa científica que facilitará o pesquisador a analisar o fenómeno actual do estudo em seu contexto real, e as variáveis que o influenciam. Por fim, quanto à entrevista, foi aplicada aos professores responsáveis pela turma com o intuito de conhecer o ponto de visa da profissional sobre o tema em estudo e que medidas acha que devemos ter, no presente e no futuro, para a prevenção do bullying.
  • 16. 13 Capítulo IV – Revisão da Literatura 4.1. Contexto Histórico Apesar de o bullying ser um problema antigo, as pesquisas são bem recentes sobre este tema, onde só na década de 1990 teve sua precisa atenção (NETO, 2005). DEBARBIEUX (2001) mostra que estudos, feitos em países de cultura inglesa, concluíram que a palavra violence refere-se apenas a agressão física não podendo caracterizar outro tipo de violência, e é bem certo que a violência nas escolas não se limita apenas a violência física. Com isso, os pesquisadores utilizaram a expressão bullying escolar para definir a violência física e verbal que acontece nas escolas. A expressão bullying, não tem um termo que o possa traduzir para o português. O mesmo é de origem inglesa e deriva do vocábulo to bully, que significa: agressor, intimidador, atacante. Por isso, o conceito de bullying vem a ser o acto onde um agressor, intimidador, usa de más condutas para agredir a outra pessoa (SILVA, 2006). Neto (p. 165, 2005) diz que: “A adopção universal do termo bullying foi decorrente da dificuldade em traduzi-lo para diversas línguas. Durante a realização da Conferência Internacional Online School Bullying and Violence de Maio a Junho de 2005, ficou caracterizado que o amplo conceito dado à palavra bullying dificulta a identificação de um termo nativo correspondente em países como Alemanha, França, Espanha, Portugal e Brasil, entre outros”. 4.1.1. Conceito do bullyng O bullying é conceituado como um problema mundial que tem se disseminado largamente nos últimos anos e que só recentemente vem sendo estudado nos países como Moçambique. Define-se como um conjunto de atitudes agressivas, intencionais, pejorativas e repetidas, que ocorrem sem motivo evidente adoptado por um ou mais alunos contra outros, causando sentimentos negativos como raiva, angustia, sofrimento e em alguns casos queda do rendimento escolar (FANTE, 2005). Quem nunca colocou apelido pejorativo em alguém ou não recebeu um apelido, fez fofoca empurrou um amigo na escola, brincadeiras que parecem ser tão inofensivas, mas que se tornou objecto de pesquisa em todo mundo escolar. Este fenômeno é muito comum entre as crianças e os adolescentes. Trata-se de um termo em inglês utilizado para designar
  • 17. 14 a prática de actos agressivos entre estudantes sem um motivo evidente, seria algo como intimidação, perseguição, humilhação (DREYER 2009). Seja a propriedade de causar “traumas” ao psiquismo de suas vítimas e envolvidos. Possui ainda a propriedade de ser reconhecido em vários outros contextos, além do escolar: nas famílias, nas forças armadas, nos locais de trabalho (denominado de assédio moral), nos asilos de idosos, nas prisões, nos condomínios residenciais, enfim onde existem relações interpessoais (FANTE, 2005, p.179). Este fenómeno está presente em todos os âmbitos sociais, sendo eles públicos ou privados, rural ou urbano, primário ou secundário, básico ou superior. Os vestígios da prática do bullying são encontrados mais nos meninos. Já nas meninas percebe-se mais difamação e exclusão. Agressividade/Bullying são comportamento agressivo de intimidação e que apresenta um conjunto de características comuns, entre as quais se identificam varias estratégias de intimidação do outro e que resulta em práticas violentas exercida por um grupo ou individual. Além dos termos utilizados podem se classificar também como, agredir, vitimar, violentar, maltratar, humilhar, intimidar, assédio sexual ou abusos, e entre crianças fazer mal, chatear, pegar no pé (PEREIRA, 2002, p.24). Segundo NETO (2004) a maioria das pesquisas levantadas adopta as definições elaboradas por MAURO (2010), segundo o qual Bullying é definido a partir de três características: trata-se de um comportamento agressivo ou de uma ofensa intencional, ocorre repetidamente e durante muito tempo, ocorre em relações interpessoais caracterizada por um desequilíbrio de poder. A Associação Brasileira de Protecção a Criança e ao Adolescente (ABRAPIA) define bullying como um conceito semelhante ao de FANTE (2005), que afirma que o bullying é visto como atitudes agressivas repetitivas, sem motivação evidente, que podem causar dor e angústia a quem sofre e prazer a quem pratica. Já o conceito da ABRAPIA é mais conciso, a prática do bullying ocorreria quando um ou mais alunos agredirem um ao outro, estabelecendo com este uma relação de desigualdade de poder. Geralmente um aluno mais forte escolhe um mais fraco para ser sua vítima.
  • 18. 15 Em uma pesquisa de Cavalcante, aborda-se uma outra característica, insere os apelidos no conceito de bullying, e também os maus comentários descritos como coisa de estudante, que deixam marcas profundas e traumáticas. Assim como Cavalcante, Veiga (2004) cita alguns exemplos do que é considerado Bullying, como apelidar, ofender, humilhar, amedrontar, isolar, perseguir e bater, acrescentando que tais atitudes sempre ocorreram no meio escolar, mas que só veio a ser estudado há pouco tempo. As mais diversas formas de agressividade que gera o bullying, muitas vezes são consideradas normais. Afirma-se que o ser humano necessita de agressividade para viver. Desta feita, a agressividade tem várias intencionalidades, podem ter o intuito de machucar alguém ou de buscar 1recompensa, ou chamar atenção. Segundo estudos da ABRAPIA, a maioria dos alunos que praticam o bullying têm problemas afectivos em casa. Percebendo que o bullying tem várias características, entre elas a repetição de comportamentos como violência física, verbal, humilhações, apelidos, entre outros, cabe reflectir sobre o fato de que tais violências já possuem uma definição. Como por exemplo: uma criança negra que sofre a agressão física repetida vezes sofre de bullying ou de racismo? O que se percebe é que comportamentos já existentes passam a ter outro “nome” quando ocorrido repetidamente. Tendo em vista as definições dos autores, pode-se afirmar que o bullying é um fenómeno social e que, portanto ocorre com bastante frequência no contexto escolar, pois o seu público são crianças e adolescentes, os quais estão mais propícios a pratica do bullying. Segundo SILVA (2009, p.22), existem diversas formas da prática do bullying entre elas podemos classificar:  Forma Verbal: Insultar, ofender, xingar, fazer gozações, colocar apelidos pejorativos, fazer piadas ofensivas e zoar;  Forma Física e Material: Bater, chutar, espancar, empurrar, ferir, beliscar, roubar, furtar ou destruir os pertences das vítimas e atirar objectos contra as vítimas;  Forma Psicológica e Moral: Irritar, humilhar e ridicularizar, excluir, isolar, ignorar, desprezar ou fazer pouco caso, discriminar, aterrorizar e ameaçar,
  • 19. 16 chantagear e intimidar, tiranizar, dominar, perseguir, difamar, passar bilhetes e desenhos entre os colegas de carácter ofensivo, fazer intrigas, fofocas ou mexericos (mais comum entre as meninas);  Forma Sexual: Abusar, violentar, assediar e insinuar;  Forma Virtual: usar a internet para caluniar, maltratar entre outras atitudes já descritas contra o próximo. 4.1.2. Classificação do bullying De acordo com ALMEIDA et al. (2008), os ataques na prática do bullying podem acontecer de duas formas diferentes: directos e indirectos. Os ataques directos ainda se subdividem em: “físicos” onde compreendem actos como agressão física ou roubar pertences, e “verbais” onde o autor utiliza insultos, coloca apelidos ou usa termos racistas (MARTINS, 2005). Os ataques “indirectos” compreendem práticas como a exclusão, espalhar boatos ou fazer fofocas em relação à vítima. Deve se ressaltar que a vítima não precisa estar presente no momento da acção, neste caso (RIBEIRO, 2009). É importante ressaltar que há uma diferença entre o tipo de ataque (directo ou indirecto) e o sexo dos agressores: a maioria das pesquisas revela que os meninos utilizam mais de meios directos para agredir a vítima, enquanto as meninas utilizam mais de meios indirectos de agressão (ALBINO & TERÊNCIO, 2009). 4.2. A Escola A escola é um lugar que tem por finalidade ensinar e educar, um local de ascensão para uma vida melhor, de crescimento e evolução intelectual. Esta seria uma definição brilhante para a escola se a realidade assim permitisse, porém FANTE (2005) afirma que o fenômeno Bullying já esta na escola há muito tempo. Estar-se-á vivendo um período de crise na educação, ou seja, já não está tão claro e não há mais sentido para os alunos frequentarem um espaço desagradável. O que antes era visto como trampolim para uma vida melhor aumentando as oportunidades de trabalho e qualidade de vida, perdeu-se no tempo e hoje os jovens vivem as desesperanças em relação ao futuro e é neste contexto em que emergem a violência escolar.
  • 20. 17 Nossa sociedade vive hoje situação de violência e nas nossas escolas temos tido violências em todos os níveis. Agressões físicas, desavenças constantes, repressões, humilhações e exclusões desenham um quotidiano escolar que nos induz a um entendimento da escola como reflexo da sociedade, sem possibilidades de mudanças internas e forças para contribuir com uma mudança social. A escola era vista como um lugar seguro para apreender, para desenvolver habilidades intelectuais, para fazer amizades, não esperando que todas aquelas brincadeiras inocentes que muitos são coniventes com os apelidos, poderia causar graves traumas e se transformar em algo tão ruim. Hoje pouco se sabe do que pode acontecer dentro da escola. A escola não seria mais representada como um lugar, seguro de integração social, de socialização, não é mais, um espaço resguardado; ao contrário, tornou-se cenário de ocorrências violentas. Desse modo, percebe-se que a instituição escolar vem enfrentando profundas mudanças com o aumento das dificuldades quotidianas, que provêm tanto dos problemas de gestão e das suas próprias tensões internas quanto da efectiva desorganização da ordem social, que se expressa mediante fenómenos exteriores à escola, como a exclusão social e institucional, a crise e o conflito de valores e o desemprego. (ABRAMOVAY 2002). Segundo estudiosos, a violência acontece porque os jovens não tem mais esperança na escola e vão até ela, para cumprir hora, se divertir, fazem de tudo menos estudar. Na realidade a escola passou a ser um local de lazer, um passa tempo. A violência seria apenas a conduta mais visível de recusa ao conjunto de valores transmitidos pelo mundo adulto, representados simbólica e materialmente na instituição escolar, que não mais respondem ao seu universo de necessidades. Outras modalidades de resposta, talvez as mais frequentes, se exprimem no retraimento e na indiferença: os alunos estão na escola, mas pouco permeáveis à sua acção. O trabalho exercido pela escola deve ser de comum acordo com a família, contando com a sua presença e participação. Se a família se isenta de toda responsabilidade, a escola vai entrar ainda mais em decadência. Um dos grandes desafios que a escola enfrenta além da isenção dos pais, da falta de interesse dos alunos é o aumento da violência dentro do ambiente. Isto que muitas vezes nada mais é do que um reflexo da vida social do aluno. Nestes moldes, para TAUIL (2009) a desestruturação familiar, cultural e educacional são as principais causas que desencadeiam comportamentos de agressividade, que levam a prática do bullying.
  • 21. 18 Capítulo V – Conclusões 5.1. Conclusão Em meio a toda essa problemática é necessário que o bullying seja impedido de progredir, e para isso é preciso elaborar medidas para amenizar este fenómeno. No entanto, para que isso aconteça é necessário primeiramente reconhecê-lo como um problema que atrapalha a vida escolar do aluno e que vem ganhando cada vez mais proporção nas escolas de todo o mundo. O professor, como mediador do conhecimento deve estar atento sobre a ocorrência de bullying em sala de aula e deve inclusive se comportar de forma a não gerar no aluno desconforto e, de certa forma sua inibição em participar da aula. A relação que envolve o processo de ensino-aprendizagem está directamente ligada ao vínculo criado entre as pessoas onde a base é a afectividade, por isso para um rendimento escolar satisfatório tanto dos alunos quanto dos professores é preciso estabelecer laços de afectividade e amizade. No entanto é importante frisar que esses laços começam a serem estabelecidos dentro do âmbito familiar e se estendem para toda a vida. Conclui-se que o professor actualmente não se limita apenas em ser o mediador do processo de conhecimento do aluno, seu papel agora já deve envolver escola e comunidade. Além disso, a administração escolar não oferece aos professores o suporte pedagógico necessário para a realização de tarefas e ainda os coloca em meio à responsabilidade de cobrir lacunas da instituição como, por exemplo, o índice baixo de efectivos. Dessa forma os docentes estão sendo forçados a buscarem seus próprios meios de se requalificarem que não são reconhecidos e nem remunerados. Após tais considerações, pode-se concluir que o bullying é apenas uma palavra estrangeira usada para caracterizar violências já conhecidas, inerentes a qualquer sociedade, um nome novo para caracterizar um fenómeno antigo. A inserção dessa palavra no quotidiano das pessoas, em especial as envolvidas com a educação escolar, gera incertezas, insegurança, confusão, prejudicando a forma de lidar com a situação quando ela ocorre. Os professores entrevistados, em sua maioria, não parecem estar preparados para actuar em relação ao problema, na sociedade em que estão contidas. A violência está por toda a parte e como a escola é o reflexo da sociedade ela está entrando em nossas instituições de ensino com um nome diferente, e que muitas pessoas
  • 22. 19 não sabem o que representa o Bullying, como pode-se ver, tem passado por várias roupagem que precisamos estar atentos para não deixar que os alunos tímidos sofrerem na mão dos mais “espertos” que pensam que são os melhores, e muitos professores não conseguem identificar a manifestação do Bullying, pois normalmente as crianças evitam expor o problema aos profissionais que atuam naquele contexto, por entenderem que nada podem fazer para ajudá-las.
  • 23. 20 Referências Bibliográficas ABRAPIA - Associação Brasileira de Protecção à Infância e Adolescência (2006). ALBINO P. L.; TERÊNCIO M. G. (2009). Considerações críticas sobre o fenómeno do bullying: do conceito ao combate e à prevenção. Revista Jurídica do Ministério Público Catarinense, Santa Catarina, p.169-195. ALMEIDA K. L.; SILVA A. C.; CAMPOS J. S. (2008). Importância da identificação precoce da ocorrência do bullying: uma revisão de literatura. Revista de Pediatria, v. 9, p. 8-16. ARIES, P. (1978). A história social da criança e da família. Rio de Janeiro, Brasil: Francisco Alves. BISQUERRA, R. (1989). Métodos de investigación educativa: guia prática. Barcelona: Ed. CEAC. 1989. DEBARBIEUX, E. (2001). A violência na escola francesa: 30 anos de construção social do objeto (1967-1997). Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 27, p. 163-193. ESTRELA, A. (2015). Teoria e prática de observação de classes. Uma estratégia de formação de professores. Porto, Portugal: Porto Editora. FANTE, C. (2005). Fenômeno Bullying: Como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. São Paulo, Brasil: Editora Verus. GIL, A. (2002). Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo, Brasil: Atlas. LAKATOS, Eva & MARCONI, M. (2003). Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo: Editora Atlas S. A. MARTINS, M. J. (2005). O problema da violência escolar: uma clarificação e diferenciação de vários conceitos relacionados. Revista Portuguesa de Educação, Braga, v. 18, p. 93-105. MAURO, Beatriz S. (2010). Cyber Bullying violência virtual. Revista Nova Escola, São Paulo, p. 67-73, jun./jul. 2010.
  • 24. 21 NETO A. A. L. (2005). Bullying: Comportamento agressivo entre estudantes. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v. 81, p. 164-172. PEREIRA, Beatriz Oliveira. (2002). Para uma escola sem violência – estudo e prevenção das práticas agressivas entre crianças. Lisboa, Portugal: Dinalivro. Programa de redução do comportamento agressivo entre estudantes. Disponível em: www.bullying.com.br RIBEIRO J. J. C. (2009). Fenómeno Bullying no quotidiano do Colégio Estadual Professora Elzira Correia de Sá: uma perspectiva à luz da óptica discente. Programa de Desenvolvimento Educacional, Paraná, p. 1-23. SILVA, Geane de Jesus. (2012). Bullying: Quando a Escola não é um Paraíso. TAUIL, Leonardo C, Paula R. G. F. de C. Costa, Thaís Ferreira Rodrigues. (2009). Bullying na escola e na sociedade moderna. São Paulo: Instituto de Educação Boni Consilii.