A Criação do mundo, a origem de Israel, o relacionamento contínuo entre Deus e Israel e entre Deus e as nações, a aniquilação de potências mundiais e a ascensão e queda de governantes poderosos são fatos importantes das sagradas Escrituras. O Antigo Testamento nos mostra que Deus é capaz de sustentar o fraco, curar o doente, julgar o ímpio, fortalecer o oprimido e fazer qualquer outra coisa necessária para ser um Pai amoroso. Assim, o Antigo Testamento dialoga a pessoas e descreve o Deus com perfeita combinação de poder e bondade. O autor nos faz compreender que há barreiras históricas, literárias, teológicas, acadêmicas e a falta de familiaridade em geral é obstáculos, mas uma análise metodológica livro a livro menciona algumas ideias dos detalhes básicos do Antigo Testamento; detalhes que desenvolve na história de Israel e a unificação entre o Antigo Testamento e as escrituras como um todo.
Teologia do Antigo Testamento: história, conceitos e revelação de Deus
1. CFM – Centro de Formação Ministerial
Disciplina: Teologiado Antigo Testamento
Docente:Edilene
Discente:Carlos Filho
RESUMO
Resumo entregue à disciplina de
Teologia do Antigo Testamento
Orientadora: Edilene
São Luís
2016
2. RESUMO
I - HISTÓRIA DO ESTUDO DA TEOLOGIA DO ANTIGO TESTAMENTO
A Criação do mundo, a origem de Israel, o relacionamento contínuo entre Deus e Israel e entre
Deus e as nações, a aniquilação de potências mundiais e a ascensão e queda de governantes
poderosos são fatos importantes das sagradas Escrituras. O Antigo Testamento nos mostra que Deus
é capaz de sustentar o fraco, curar o doente, julgar o ímpio, fortalecer o oprimido e fazer qualquer
outra coisa necessária para ser um Pai amoroso. Assim, o Antigo Testamento dialoga a pessoas e
descreve o Deus com perfeita combinação de poder e bondade. O autor no faz compreender que há
barreiras históricas, literárias, teológicas, acadêmicas e a falta de familiaridade em geral é
obstáculos, mas uma análise metodológica livro a livro menciona algumas ideias dos detalhes
básicos do Antigo Testamento; detalhes que desenvolve na história de Israel e a unificação entre o
Antigo Testamento e as escrituras como um todo.
Um Resumo do Estudo da Teologia do Antigo Testamento a começar pela passagem ao que
“está escrito”.
1. A Teologia cresce e desenvolvem dentro das páginas do Antigo Testamento minuciosamente
como ideias que se originaram e cresceram até em seu pleno desenvolvimento, procurando a
história dos processos Teológicos; inicia com a descrição do tratamento dado pelo Antigo
Testamento ao Novo Testamento, bem como habilidades específicas para avançar nesta linha de
abordagem. Passando por examinar como os antigos pais da igreja, intérpretes medievais e
líderes da reforma entendiam a Teologia do Antigo Testamento, e ainda, sobre as Escrituras
hebraicas a partir do momento que o Antigo Testamento foi completado, outro ponto preferível
foi escrito em várias obras que apresentam estilo, conteúdo e envergadura variados.
O propósito de cada obra é examinar a Teologia do Antigo Testamento dando bastante atenção a
dados históricos, esforçando por identificar o que as declarações de cada autor bíblico
significaram em seu contexto remoto, e procurar relacionar a mensagem do Antigo Testamento
com a igreja, credo que o Antigo Testamento sempre foi a Escritura da igreja e deve ser
incorporado à sua doutrina e prática. Todavia, segundo o autor é um pouco como o próprio
cristianismo mundial; imperfeito turbulento, mas ao mesmo tempo movendo-se na direção de um
alvo digno.
2. Os primórdios da disciplina Teológica são comumente associados à apresentação de Johann P.
Glaber, declarando que a Teologia bíblica difere da dogmática em sua origem e propósito.
Querendo assim, eliminar da Teologia todas as abordagens pré-condicionadas. O autor cita que:
Segundo Glaber, a origem da Teologia acha-se na própria bíblia, enquanto a Teologia dogmática
se origina de Teólogos individuais já engajados em posições filosóficas e eclesiológicas. O
propósito da Teologia bíblica é expor em que os escritos bíblicos realmente criam. O alvo da
Teologia dogmática é perpetuar um ponto de vista preestabelecido.
3. Examinado a Teologia bíblica, os comentaristas devem reunir dados sobre cada um dos
períodos do Antigo e Novo Testamento e fazer uma comparação cuidadosa e avaliada das várias
partes atribuído a cada Testamento, a fim de determinar as “noções universais”. Só quando se
3. eliminam os elementos temporais, humanos e não universais dos ensinos das Escrituras é
possível chegar a ideias verdadeiramente inspiradas e valiosas para a dogmática cristã. A
metodologia de Glaber tem pontos fortes como à insistência no valor da Teologia bíblica, e
análise histórica. Eliminando, contudo, pontos fracos do sério conceito Teológico, boa parte das
Escrituras. Muitos pontos fortes e fracos de Glaber aparecem na primeira obra consagrada à
Teologia do Antigo Testamento, por Georg Lorenz Bauer convicto de que a Teologia bíblica está
deve anteceder e informar a Teologia sistemática. Para Bauer, a história é o que se conforma a
métodos históricos, e dividiu em Teologia, antropologia e Cristologia. G. P. C. Kaiser deu um
empurrão nas teorias racionalistas entendendo que, a religião do Antigo Testamento na verdade
não passa de uma religião no meio de muitas; Para ele a revelação especial pareceu irracional e
perversa. Kaiser tornou-se o primeiro estudioso com ênfase na Teologia do Antigo Testamento
na história da religião, tornando a metodologia dominadora em estudos bíblicos posteriores.
Wilhelm Martin Lebrecht de Wette, embora compartilhasse a conclusão dos racionalistas,
afirma que na realidade os mitos são meios poéticos acerca de Deus e das coisas sagradas. De
Wette trata a Teologia fortemente filosófica. Nesse aspecto, acreditava que Deus inspira a razão
humana e o sentimento religioso. Contudo, a ênfase que ele deu ao desenvolvimento dentro da
religião do Antigo Testamento estimulou um movimento na direção de estudar o texto como uma
história da religião.
Ao longo dos anos princípios fundamentais foram obtidos, e o estado atual da Teologia do
Antigo Testamento é de que não há acordo sobre a maneira de alcançar esses objetivos comuns. A
significação mais importante é a própria Teologia, mantendo Deus em primeiro plano na pesquisa é
que se pode organizar um produto Teológico coerente e equilibrado. O alvo então é produzir
Teologia bíblica unindo os Testamentos no momento certo.
Conclusão
.
Para o leitor com pouco conhecimento na Teologia do Antigo Testamento, a leitura pode parecer
sem sentido, pois o grande uso de citações, termos técnicos e metodologia do autor dificultam a
compreensão. Quanto ao que se propõe, vejo o autor ter alcançado seu objetivo, que foi apresentar
as questões fundamentais no debate atual sobre a Teologia do Antigo Testamento.
4. CFM – Centro de Formação Ministerial
Disciplina: Teologiado Antigo Testamento
Docente:Edilene
Discente:ConceiçãoSilva
RESUMO
Resumo entregue à disciplina de
Teologia do Antigo Testamento
Orientadora: Edilene
São Luís
2016
5. RESUMO
1. Conceito e Definição
O conceito de Teologia do Antigo Testamento está enlaçado ao conceito de “teologia”. Por
definição, se entendermos “teologia” como sendo “o estudo de Deus e de sua revelação ao homem”,
consequentemente a Teologia do Antigo Testamento será “o estudo de Deus e de sua revelação ao
homem no Antigo Testamento”. Ao considerarmos que “do” refere-se à “pertencendo a”, o
substantivo “teologia” estaria subordinado ao Antigo Testamento, levando-nos a considerar uma
“teologia que pertence singularmente ao Antigo Testamento”. Entretanto, o título “Antigo
Testamento”, possuiu uma identidade especial, pois se reconhece o “Antigo Testamento” como uma
unidade na Escritura Sagrada na qual os cristãos combinam e contrastam com o Novo Testamento.
Portanto, Teologia do Antigo Testamento “é o estudo de Deus e de sua revelação ao povo eleito
segundo os escritos desse mesmo povo e que, por conseguinte, se difere da revelação de Deus por
meio de Cristo”.
Revelação de Deus
Em todas as culturas antigas o homem buscava a Deus, o homem sempre teve conhecimento de
Deus, acreditava na sua transcendência.
No Antigo Testamento Deus se revela ao Homem através da natureza que criou como vemos em
salmo 19, através de seus atos poderosos, através das teofanias, mas as teofanias pra muitos
estudiosos não era algo único em Israel, pois para eles essas manifestações eram observadas em
outras culturas cananeias, egípcias, etc..
Deus também se da a conhecer nos eventos históricos, pelas experiências, através dos
livramentos que ficam gravados na memória do povo e são transmitidos de geração para geração
formando uma tradição oral, e Deus também se da a conhecer pelo seu nome.
Deus de Aliança
Deus se mostra no Antigo Testamento como um Deus de Aliança, como um Deus que tem uma
aliança com Israel, esse termo aliança já vem de outros povos, o Deus dos hititas tinha uma aliança
com seus vassalos e assim protegia-os, para Wellhauser Israel só vai se apropriar desse termo
aliança no período pós- exílico, ressignificando esse termo aliança à esperança, que por mais que
tivessem ido pro exílio, Deus tem uma aliança com Israel e não esqueceu deles e iria restaurá-los.
Deus Salvador
Israel conhece a Deus como salvador antes mesmo de conhecê-lo como Senhor, Javé se revelou
por meio do que fez para Faraó e para os israelitas, com sua mão poderosa e seu braço estendido
livrou da servidão um grupo de escravos.
Ronalds Clements diz que o Antigo Testamento procura mostrar Deus como um ser sobrenatural
singular que se manifestou a Abraão, Moisés e outras figuras na vida de Israel, sendo Senhor e
único criador do universo.
6. Para a igreja cristã a salvação está relacionada com a queda no Éden para o deuteronômio a
salvação esta relacionada com a quebra da aliança com Javé, à salvação para muitos estudiosos aqui
no Antigo Testamento esta relacionando a salvação das injustiças, das explorações, se converter
aqui é para respeitar os direitos do próximo.
Para Young a salvação no Antigo Testamento designa mais o livramento de males físicos do que
do pecado, a salvação possui diversos significados e abrange várias áreas.
Deus Abençoador
Deus se revela no Antigo Testamento com um Deus abençoador, as bênçãos estão ligadas a
provisão diária, algo que Deus dá a todas as pessoas, as bênçãos estão ligadas a aliança, Israel
deveria obedecer para se abençoado, caso contrario a maldição os alcançariam, as bênçãos são
ligadas ao culto, somente adorando o Deus Javé seriam abençoados.
Deus Criador
G. Ernest Wright afirma que o povo de Israel só conheceu a Deus como criador por intermédio
da aliança deuteronomista, só a partir desse momento Israel começou a se relacionar e a conhecer
sobre o Deus criador.
Alguns teólogos acreditam que a criação não é dado primário da fé israelita, mas secundário, que
veio acompanhando a redenção, acreditando que a criação mencionada em Gênesis não é próprio de
Israel, pois os povos vizinhos já utilizavam algumas narrativas de criação parecida como a de
Gênesis, uma narrativa bem conhecida é a de Enuma Elish, na qual Marduqui matao dragão Tiamat
e o corta em duas partes, a parte superior faz os céus e a parte inferior faz a terra.
Quando Deus começa a dar nomes às coisas é pra mostrar que tudo é criação dele e esta sob seu
domínio, para Von Rad Israel ressignificou os ritos e crenças astrológicas a aplicou para o Deus de
Israel, trazendo esperança para o povo que estava arruinado após o exílio, pois o criador os
restauraria.
Santidade
A santidade também não é um termo próprio de Israel e quando se fala em santidade no Antigo
Testamento, está dizendo que Deus é transcendental, inacessível, temível, algo sagrado que devora,
que destrói, por isso não pode se aproximar dele, um exemplo é o de Manoá que achava que iria
morrer por ter visto Deus –Juízes 13:8-25, hoje as pessoas fazem uma interpretação que a santidade
é só referente a sexualidade, moralidade, mas a santidade nos conduz para um caminho de justiça,
retidão, pureza, compaixão, etc..
Ser santo como Deus, ou seja, ser justo, ser reto, ser puro e ter compaixão como Deus.
7. Amor
Diversas vezes o Antigo Testamento fala do amor de Deus por Israel, essa expressão amor
também é encontrada em ugarítico, aramaico, púnico e samaritano, podemos perceber que a nação
de Israel é preciosa para Deus, pois ele amou, redimiu, renovou.
Dependendo da palavra usada pra descrever o amor de Deus por Israel nos leva aos diversos
sinônimos, graça imerecida, amor fiel, misericórdia, força, fidelidade, compaixão, amor por
escolha, amor imerecido de alguém superior por alguém inferior.
Adoração
O Antigo Testamento afirma que Javé é único Dt 6, e que somente ele é Deus Dt 4:35. Essa ideia
de Javé que deve ser adorado por Israel foi desenvolvida aos poucos, o Deuteronômio não nega a
existência de outros deuses, mas torna Israel povo exclusivo para sua adoração, pois Israel deve
obediência a Javé, sendo que Javé é suficiente para Israel, com o tempo Javé foi atribuindo os
atributos de outras divindades.
O Ser Humano
O Antigo Testamento não tem uma resposta exata para esta pergunta, QUEM É O HOMEM?.
Mas provoca perspectivas por aquele que o avalia e a partir dai se constrói reflexões
interpretativas, Salmo 08. O Antigo Testamento vê o ser humano como um todo, como uma alma
vivente, como um ser vivo.
Wolf em seu livro ele interpreta o ser humano como um ser criado, um ser semelhante a Deus,
uma criatura social e um ser unitário, para alguns estudiosos do Antigo Testamento o homem é um
ser vivo que quando morre tudo se acaba.
Para Platão a alma é imortal ela está presa em um invólucro chamado corpo, já para Aristóteles o
homem possui uma alma enquanto possui vida e assim que morre a alma morre junto.
O Antigo Testamento se preocupa com a salvação do ser por completo e não somente da alma,
pois essa é uma visão cristã.
O ser humano em Enuma Elish é criado para trabalhar, e foi ressignificado em Gênesis 2, já no
Egito possui um Deus chamado Knum que está sentado como oleiro e modelando o príncipe, que é
criado do barro.
O ser humano foi criado para ser um ser social, pois em Gn 1:27- Deus cria homem e mulher
sendo sua imagem, o homem não foi criado para ser só, já em Gn 2:4b-25- Iavé cria Adão e logo
após cria uma auxiliadora.
Para Christoph Barth a referência para auxílio é aliviar a solidão, companheirismo, parceria
verdadeira e infalível.
8. Em Gênesis 1, os dois são criados em igualdade, para Iavé não existe diferença entre os sexos,
ninguém é inferior, e em Gênesis 2, Deus cria uma companheira para o homem com os mesmos
direitos.
O Antigo Testamento mostra que o casamento é propósito de Deus, Javé queria que eles se
reproduzissem e se multiplicassem Gn 1:28, o casamento se torna a norma no Antigo Testamento
Pv 5:15-20. Sacerdotes, nazireus e recabitas também se casavam e tinha famílias Lv 21:13, Jz 13:3-
5, Jr 35:6-10, apenas Jeremias recebeu ordem de não se casar Jr 16:1-2.
Proibia-se casar com membros de outras nações, uniões abomináveis. A alegria genuína,
companheirismo, apoio e ajuda eram bênçãos do casamento, os dois se tornariam uma só carne e
formariam uma família, a esposa era considerada uma extensão do próprio marido, esposa e marido
constituem uma só unidade legal.
Mas numa visão antropológica o casamento no antigo oriente era uma prática social e envolvia
até questões políticas. Mesmo com sua individualidade o ser humano no Antigo Testamento se
considerava parte de um grupo e respeitava as regras.
Pecado
Quando falamos sobre pecado e redenção no Antigo Testamento, temos que verificar o pensamento
da época do povo judeu, na época a preocupação era a salvação do ser humano como um todo, e
não a salvação só da alma. Essa foi uma ideia posterior a essa época, para alguns estudiosos do
Antigo Testamento a salvação era algo presente e não algo futuro.
O pecado representava a violação das leis, a violação dos direitos dos humilhados e oprimidos, pois
as elites estavam oprimindo e roubando o povo, alguns profetas, sacerdotes e juízes estão na lista da
elite opressora.
Morte
Quando se fala em morte no Antigo Testamento, temos que entende-la como os judeus nessa
época a enxergava.
No Antigo Testamento a morte sempre é lembrada, porque é uma realidade e isso difere de Deus
que é eterno Sl 90:2, Hc 1:12, A ilusão da mortalidade natural ou inerente é mentira da serpente Gn
3:4, o ser humano é um ser mortal, acreditava-se que quando alguém morria precisava ser enterrado
no túmulo da família e com isso a se encontrava descanso junto com os ancestrais Gn 25:8-10,17,
35:29, 49:33, Nm 20:24, Dt 32:50.
A morte é o oposto da vida, cessar da respiração Jó 34:14-15, Sl 104:29, 146:4.
A vida é uma dádiva de Deus, a morte é mais que a cessação da vida física, ela pode referir-se a
qualquer coisa que ameaça ou enfraquece a vida ou a vitalidade como pecado, doença, escuridão,
água ou mar.
Para a mentalidade antiga a doença era um estágio de que a pessoa estava próxima à morte Sl
6:4-5, Is 14:4-20.
9. O Antigo Testamento não explica o que acontece quando alguém morre, para Werner H.
Schmidt o que sai do homem na morte não é a alma imortal, mas a força vital enviada por Deus- Ecl
12:7, Já para Eichrodt o que sobrevive não é uma parte da pessoa viva mais uma imagem de sombra
da pessoa inteira, no Antigo Testamento o morto representa impureza.
Sepultar um morto no túmulo da família era o costume em boa parte do Antigo Testamento Gn
25:8-10, 35:29, 49:33, Js 24;30-32, Jz 8:32, 16:31, 2Sm 2:32, 17:23, 19:37, 21:12-14, ficar
insepulto era a pior de todas as maldições.
Dava- se muita importância para o sepultamento em Israel, alguns estudiosos especulam que
existiam uma crença que os espíritos vagueavam caso o corpo não fosse sepultado, para Eichrodt
um túmulo é um túmulo é nada mais.
No Antigo Testamento o morto é enterrado e vai para o sheol.
A ideia de julgamento após a morte vem do Egito que é extraída do livro dos mortos, que se
acredita que após a morte a pessoa tem seu coração arrancado e colocado de um lado da balança e
no outro lado coloca-se uma pluma, que representa a pureza, a justiça, e se o coração pesar mais que
a pluma o coração é devorado pelo monstro e a pessoa é condenada. A doutrina de vida após a
morte se desenvolveu lentamente em Israel, já os povos vizinhos acreditavam nessa vida após a
morte, sendo que os povos antigos como os egípcios, cananeus e babilônicos faziam da morte um
deus e divinizavam algumas pessoas que morriam.
2. Definição e Conceito Segundo Alguns Teólogos
O Dr. Asa Routh Crabtree define a Teologia do Antigo Testamento como: A Teologia do Velho
Testamento é o estudo dos atributos de Deus e o propósito das suas atividades na história e na
vida do povo de Israel, de acordo com a doutrina da revelação divina nos livros sagrados deste
povo.
R. K. Harrison, professor de Antigo Testamento do Wycliffe College, define a disciplina nos
seguintes termos: A Teologia do Antigo Testamento esforça-se para expor, do modo mais
ordenado possível, as grandes declarações da verdade divina que ocorrem nesses escritos. Tais
afirmações podem incluir revelação direta ou proposicional da parte de Deus a respeito da Sua
natureza e Seus propósitos, proclamações feita por profetas e outros de temas ou aspectos
específicos da Torá e do seu significado para os receptores.
Segundo Paul Francis Porta, a Teologia Bíblica do Antigo Testamento enfatiza a importância
teológica de diversos livros ao revelarem-se no desenrolar gradual da mensagem redentora.
Outros autores que tratam da Teologia do Antigo Testamento preferem definir Teologia Bíblica
em vez de considerar especificamente o título, pois existem muitas controvérsias a respeito do tema.
Ralph L. Smith afirma que a literatura básica da disciplina nos últimos 50 anos tem demonstrado
pouca concordância quanto à natureza, tarefa e metodologia dessa disciplina. De acordo com John
McKenzie, na obra “A Teologia do Antigo Testamento” a Teologia bíblica é a única disciplina ou
subdisciplina no campo da teologia que carece de princípio, métodos e estrutura que recebam
aceitação geral. Nem mesmo existe uma definição geral de seu escopo.7
Concernente a definição, escopo e metodologia, o teólogo Gerhard von Rad, afirma que a Teologia
do Antigo Testamento ainda é uma ciência jovem, uma das mais jovens dentre as ciências bíblicas.
10. (...) Predomina a característica de não ter ainda havido um acordo perfeito quanto ao domínio que
lhe é próprio.
Essa falta de consenso entre os teólogos a respeito do assunto têm suscitado calorosas disputas.
Um exemplo vislumbra-se no “Prefácio da Quarta Edição” de von Rad onde ele justifica o seu
método diacrônico e responde ao teólogo W. Eichrodt e F. Baumgärtel as críticas ao seu
método. Consequentemente, a delimitação e definição do tema conduzem a outra controvérsia não
menos importante: o método empregado para se chegar a uma Teologia do Antigo Testamento.
De acordo com o teólogo K.H. Harrison uma teologia do Antigo Testamento para ser formulada
com sucesso precisa considerar:
O significado que as palavras e os escritos tinham para aqueles que os receberam
originalmente;
Deve estar firmemente baseada numa tradição tão fiel ao texto original quanto possível,
considerando os problemas de transmissão textual e o fato de algumas palavras hebraicas ainda
terem significados desconhecidos;
Manter o devido equilíbrio entre um método de investigação histórico e objetivo e o
conceito de uma revelação autorizada e definitiva de Deus em forma escrita;
Por fim, o pensamento dos escritores do Antigo Testamento não deve restringir-se aos interesses
que dizem respeito à religião ou à vida dos hebreus antigos. Deve considerar parte da revelação
contínua de Deus que chega ao seu ponto culminante na proclamação neotestamentária da Sua graça
redentora em Cristo.
Segundo o teólogo Kaiser Jr. a teologia do Antigo Testamento é a disciplina mais exigente dos
estudos veterotestamentários, e que o escopo dessa disciplina tem desencorajado a maioria dos
estudiosos, até mesmo aqueles que estão no fim das suas carreiras acadêmicas.