Portugal foi pioneiro nas grandes navegações do século 15 devido às suas condições geográficas e políticas que favoreciam o mercantilismo. Avanços tecnológicos como a bússola e navios mais eficientes permitiram a Portugal explorar a costa africana e eventualmente chegar à Índia em 1498, estabelecendo novas rotas comerciais lucrativas. A competição com a Espanha levou à divisão do mundo entre os dois países pelo Tratado de Tordesilhas de 1494.
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Resumo sobre a expansão marítima portuguesa
1. Resumo Sobre A Expansão Marítima Portuguesa.
A Expansão Marítima Portuguesa:
No século XV, o capitalismo europeu em formação procurava encontrar e conquistar
novas áreas comerciais que pudessem favorecer a acumulação de capitais. Para a
burguesia européia, já não era suficiente apenas o comércio intra-europeu e euro-
asiático realizado através de antigas rotas do Mediterrâneo e do Báltico. Para seguir
novas rotas comerciais e atingir novos mercados, os Estados e a burguesia, unidos,
prepararam cuidadosamente a expansão marítimo-comercial do século XV, da qual
resultou a ocupação econômica das terras conquistadas.
Portugal foi o país pioneiro nas grandes navegações, devido as suas condições
geográficas e políticas que favoreciam o desenvolvimento do mercantilismo
econômico¹.
Além disso, as navegações portuguesas também foram viabilizadas, devido ao
desenvolvimento tecnológico da época. Os avanços mais notáveis foram:
o uso da bússola e do astrolábio que orientavam o rumo e a localização (latitude
e longitude);
navios mais eficientes, como a caravela, fácil de manobrar, equipada com velas
triangulares que lhe permitia navegar contra o vento;
os mapas indicando localização, rotas e acidentes geográficos;
armas de fogo, como o canhão, fundamental para a defesa das naus e das
feitorias.
Uma das maiores contribuições do governo português foi a fundação da Escola de
Sagres, em 1417, pelo infante D. Henrique. Não era realmente uma escola, mas um
centro de construção e pesquisa navais. Concentrava todo o conhecimento marítimo que
se acumulava à medida que as expedições percorriam o litoral africano e avançavam
pelo Atlântico.
Em 1415, Ceuta foi conquistada, mas os caravaneiros desviaram-se para outras cidades
muçulmanas no norte da África, como Melilla, Tanger e Oran.
1425 – descoberta do arquipélago da Madeira;
1427 – descoberta do arquipélago dos Açores;
1434 – alcance do Cabo Bojador por Gil Eanes;
1443 – descoberta das ilhas de Arguim, na costa do Senegal, por Nuno Tristão.
2. 1488 – alcance do oceano Índico, por Bartolomeu Dias, que ultrapassou o cabo
das Tormentas, mais tarde denominado cabo da Boa Esperança. O Tratado de
Tordesilhas (1494)
As expedições de exploração da costa africana avançavam aos poucos em direção ao
sul. Os portugueses obtinham escravos, ouro, marfim e outras mercadorias em grande
quantidade.
Nessa época, discutia-se a antiga tese da esfericidade da Terra. Assim, ela poderia ser
cruzada navegando-se em direção ao Ocidente. Os lusitanos, engajados na expedição
africana, continuavam satisfeitos com os novos sucessos africanos, pois durante o
reinado de D. João II o esforço expansionista
fora retomado:
Em 1492, o genovês Cristóvão Colombo, partidário da tese da esfericidade da Terra,
estava a serviço de Castela. Conseguiu financiamento para uma expedição e alcançou,
em 12 de outubro, uma região que acreditava ser a Ásia. Em sua viagem de regresso à
Espanha, escalou em Portugal e relatou a D. João II sua descoberta. Os portugueses
reclamaram a posse dessas terras, alegando os privilégios concedidos pelo papado.
Mas o papa Alexandre VI concedeu à Espanha os mesmos privilégios de Portugal.
Através da bula Intercoetera, de 1493, o papa Alexandre VI, de origem espanhola,
dividiu a Terra em duas partes, por meio de um meridiano, que passaria a cem léguas a
oeste das ilhas de Cabo Verde. Os portugueses ficariam com a parte oriental do mundo e
os espanhóis, com a ocidental. Portugal, sentindo-se prejudicado, exigiu discutir um
novo tratado. Dessa discussão nasceu, em 1494, o Tratado de Tordesilhas. O meridiano
divisor do mundo apenas entre Portugal e Espanha foi deslocado para 370 léguas a oeste
de Cabo Verde.
A concorrência espanhola forçou Portugal a acelerar as navegações. Foi organizada, em
1498, uma expedição para alcançar a Índia, com todos os cuidados técnicos e
diplomáticos, sob o comando de Vasco da Gama. Após contornar o continente africano,
a esquadra de Vasco da Gama aportou em Calicute, na Índia, em maio de 1498. Estava
atingido o grande objetivo português. Apesar da perda de navios, a expedição rendeu
5.000% de lucro.
Isto significava que as possibilidades de comércio asiático, contornando-se a África,
eram imensamente superiores à rota do Mediterrâneo. Este fato provocou o
deslocamento do eixo econômico europeu do Mediterrâneo para o Atlântico.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
DANTAS, José. História do Brasil.
FAUSTO, Boris. História Concisa do Brasil.
KOSHIBA. Luiz. MANZI, Denise. História do Brasil: No contexto da História Ocidental.
SCHNEEBERGERS, Carlos Alberto. História do Brasil: Teoria e Prática.