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FICHA INFORMATIVA – PORTUGAL NO SÉCULO XV – A EXPANSÃO MARÍTIMA
A expansão marítima portuguesa: motivações e conquista de Ceuta
Mundo conhecido pelos Europeus no século XV
Conheciam a Europa, Norte de África e um pouco do Médio Oriente.
O oceano Atlântico só era conhecido até ao cabo Bojador.
Favoreceu o aparecimento de mitos e lendas (monstros marinhos e terrestres, mar fervente...) sobre as
terras desconhecidas.
Principais preocupações da sociedade portuguesa (início do séc. XV)
Falta de cereais e ouro (para cunhar moeda);
Alargar a fé cristã e diminuir a influência muçulmana;
Expandir o comércio (novas rotas, locais de comércio e produtos).
Motivações para a expansão portuguesa
Rei Resolver os problemas económicos do reino.
Aumentar o seu prestígio.
Clero Converter outros povos ao Cristianismo.
Diminuir a influência muçulmana.
Nobreza Adquirir novas terras.
Acumular títulos e cargos.
Burguesia Alcançar novos produtos e mercados.
Aumentar os seus lucros.
Povo Melhorar as suas condições de vida.
Condições da prioridade portuguesa na expansão
Geográficas – Costa extensa; bons portos naturais.
Históricas – Período de paz; fronteiras definidas; espírito de "cruzada" contra os infiéis.
Políticas – Apoio régio e da sociedade; necessidade de resolução dos problemas económicos do Reino.
Técnicas – Conhecimento e aperfeiçoamento de instrumentos náuticos e de técnicas de navegação.
Científicas – Desenvolvimento da matemática; astronomia e cartografia.
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Expansão marítima portuguesa
Alargamento do espaço português para outros continentes e oceanos.
Inicia-se em 1415, com a conquista de Ceuta.
Conquista de Ceuta
Motivos:
– excelente localização e proximidade geográfica (Norte de África);
– importante ponto das rotas do ouro e de especiarias;
– solos férteis (para cultivo de cereais).
Agosto de 1415: ataque surpresa comandado pelo rei D. João I. É um êxito militar.
No entanto, torna-se um fracasso económico. As rotas comerciais são desviadas para outras cidades e
Ceuta é constantemente cercada e atacada pelos muçulmanos, impedindo o cultivo dos campos e a
produção de cereais.
Os resultados negativos da conquista de Ceuta alteram o rumo da expansão portuguesa: os interesses
voltam-se para as descobertas e exploração de outras terras.
A expansão marítima portuguesa: dos arquipélagos atlânticos ao Cabo da Boa Esperança
Do rumo das conquistas ao rumo das descobertas
O fracasso económico de Ceuta altera o rumo da expansão.
Sob a orientação do Infante D. Henrique, dá-se início ao período das descobertas marítimas.
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Expansão portuguesa até à morte do Infante D. Henrique: 1415 a 1460
Ano Acontecimento Reinado
1415 Conquista de Ceuta. D. João I
1419
(Re)descoberta do Arquipélago da Madeira, por João Gonçalves Zarco e
Tristão Vaz Teixeira.
D. João I
1427 Chegada ao Arquipélago dos Açores. Navegador: Diogo de Silves. D. João I
1434 Passagem do cabo Bojador. Navegador: Gil Eanes. D. Duarte
1436 Chegada a Rio do Ouro. Navegador: Afonso Baldaia. D. Duarte
1443 Chegada a Arguim. Navegador: Nuno Tristão. D. Afonso V
1455/56 Descoberta das ilhas de Cabo Verde. Navegador: Luís de Cadamosto. D. Afonso V
1460
Chegada a Serra Leoa. Navegador: Pedro de Sintra.
Morte do Infante D. Henrique.
D. Afonso V
Expansão portuguesa da Serra Leoa ao Cabo da Boa Esperança: 1460 a 1488
D. Afonso V
Reinado: 1483
– 1481
Após a morte do infante D. Henrique, o rei D. Afonso V arrenda a exploração e
comércio da costa africana a Fernão Gomes.
É descoberto o Arquipélago de S. Tomé e Príncipe e chega-se ao cabo de Santa
Catarina.
Conquista de cidades no norte de África: Alcácer Ceguer (1458), Arzila e Tânger
(1471).
D. João II
Reinado: 1481
– 1495
D. João II tinha como objetivo chegar à Índia por mar por causa do comércio das
especiarias e das sedas.
Promove expedições por terra e por mar:
Afonso Paiva e Pêro da Covilhã vão por terra, à procura de informações
sobre a Índia e o oceano Índico;
Bartolomeu Dias vai por mar, tentar encontrar o extremo sul de África.
Em 1488, dobra o cabo das Tormentas e, pela primeira vez, navega-se do
Atlântico para o Índico. O cabo passa a designar-se Cabo da Boa Esperança.
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As três grandes etapas dos descobrimentos na costa ocidental africana
A expansão marítima portuguesa: a chegada à Índia e ao Brasil
A descoberta da América e o Tratado de Tordesilhas
Em 1492, Cristóvão Colombo, ao serviço de Espanha, descobre a América.
De acordo com um antigo tratado (Alcáçovas) essas terras pertenciam a Portugal.
Em 1494, D. João II chega a acordo com Espanha e é assinado o Tratado de Tordesilhas.
A descoberta do caminho marítimo para a Índia
Em 1498 (reinado de D. Manuel I), Vasco da Gama chega a Calecute, na Índia, por mar.
Os Portugueses podiam agora dominar o comércio das especiarias entre o Oriente e a Europa.
Assinatura do Tratado de Tordesilhas
Divisão da Terra em duas partes iguais, através de um meridiano a 370 léguas a oeste de Cabo Verde.
Territórios a Ocidente da linha divisória são de Espanha; os a Oriente, de Portugal.
Nas negociações, D. João II assegurou a inclusão da costa brasileira, ainda desconhecida na altura, na
área portuguesa.
Levanta-se a hipótese de o rei já ter conhecimento da existência de terra nessa zona e que a posterior
descoberta do Brasil possa ter sido intencional e não um acaso.
A descoberta do caminho marítimo para a Índia
Em 1498 (reinado de D. Manuel I), Vasco da Gama chega a Calecute, na Índia, por mar.
Os Portugueses podiam agora dominar o comércio das especiarias entre o Oriente e a Europa.
A descoberta do Brasil
D. Manuel I quer impor o domínio português no Oriente.
Envia uma segunda armada à Índia, capitaneada por Pedro Álvares Cabral.
A armada desvia-se da rota e avista terra.
Estava descoberto o Brasil, em 1500.
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Principais embarcações usadas na expansão marítima portuguesa
Caravela
Navio rápido, resistente e manobrável;
Dois ou três mastros, equipados com velas triangulares;
As velas triangulares (ou latinas) permitiam bolinar.
Nau
Maior e mais possante do que a caravela;
Podia transportar mais pessoas, mantimentos e produtos
comerciais;
Dispunha de meios de defesa contra ataques inimigos;
Grandes velas quadrangulares e uma triangular.
A "Carreira da Índia"
Movimento anual de embarcações saídas de Portugal, com destino à Índia.
Cria uma nova rota que liga as regiões produtoras de especiarias aos mercados europeus.
Importante para o desenvolvimento da economia portuguesa.
Importante para a troca de conhecimentos entre o Oriente e a Europa.
A 1.ª viagem de circum-navegação
Inicia-se a 1519 e termina a 1522.
Capitaneada pelo navegador português, ao serviço de Espanha, Fernão de Magalhães.
Descobre ligação entre os oceanos Atlântico e Pacífico.
Comprova que a Terra é redonda.
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O Império Português no século XVI
A extensão do Império Português no século XVI
Os Portugueses uniram, pela navegação, quatro continentes: Europa, África, Ásia e América.
Formas de ocupação dos territórios do Império e principais produtos comercializados
Formas de ocupação e
administração
Principais produtos comercializados
Madeira e
Açores
(Europa)
Capitanias.
Madeira – Cereais, vinho, cana de açúcar, madeira
e peixe.
Açores – Gado, cereais e plantas tintureiras.
África
Feitorias-fortaleza.
Arguim, Mina e
Moçambique.
Capitanias.
Cabo Verde e S. Tomé e
Príncipe.
Malagueta, ouro, escravos e marfim.
Ásia
Feitorias-fortaleza.
Cargo de vice-rei.
Especiarias, produtos exóticos, seda, tapetes,
perfumes e porcelanas.
Brasil
(América)
Capitanias e, mais tarde,
governo-geral.
Cargo de governador-geral.
Pau-brasil, açúcar e aves exóticas.
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Contactos dos Portugueses com os povos do Império
Africanos – Além das relações comerciais, foram estabelecidas, inicialmente, relações amigáveis e
pacíficas.
Asiáticos (nomeadamente, Indianos) – Contactos marcados por períodos de convivência pacífica e por
períodos de lutas.
Ameríndios – Contactos iniciais pacíficos e amistosos.
Genericamente, os Portugueses encontraram diferenças ou estranharam:
– o aspeto físico: tom de pele (negra, avermelhada, pálida), as feições, o cabelo;
– a forma de vestir: nus da cintura para cima (África e Brasil), uso de penas (Brasil), véus (Índia);
– a organização social: tribos (Brasil) ou reinos (África);
– a língua;
– o conhecimento técnico: Brasil e África pareceram culturalmente menos desenvolvidos, enquanto os
povos asiáticos eram mais avançados/evoluídos.
A importância da Lisboa quinhentista
A cidade cresceu em direção ao rio Tejo e ao longo da zona ribeirinha e construíram-se novos
edifícios para apoio ao comércio. Casa da Índia; Alfândega Nova.
Atraía não só portugueses, mas também estrangeiros.
Lisboa tornou-se o maior porto comercial atlântico do século XVI.
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Os efeitos e a influência da expansão marítima no Mundo
Principais efeitos da expansão marítima
Maior ligação entre as várias zonas do Mundo.
Contacto direto entre povos com diferentes características étnicas, culturais, linguísticas e religiosas.
Circulação de novos produtos, ideias e novos conhecimentos.
Influência da expansão marítima portuguesa no Mundo
Processos de aculturação e miscigenação.
Intercâmbio linguístico.
Conhecimento de novos produtos.
Intensificação do tráfico de escravos.
Intercâmbio religioso.
Património arquitetónico.
Criações culturais influenciadas pelas descobertas
Ciências
Matemática – Pedro Nunes
Medicina e Botânica – Garcia de Orta
Geografia – Duarte Pacheco Pereira
Literatura
Poesia – "Os Lusíadas", de Luís de Camões
Relatos de viagens – "Peregrinação", de Fernão Mendes Pinto
Peças de teatro – "Auto da Barca do Inferno", Gil Vicente
Arquitetura
Estilo Manuelino
Desenvolveu-se no reinado de D. Manuel I.
Junta a estrutura do gótico à decoração relacionada com os descobrimentos:
cordas, plantas, redes, esfera armilar.
Principais monumentos manuelinos: Torre de Belém; Mosteiro dos Jerónimos e
Convento de Cristo.
A DOCENTE:
Gabriela Costeira