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QUINHESTISM
O
HORIZONTE
                     Quinhentismo
Ó MAR anterior a nós, teus medos
Tinham coral e praias e arvoredos.
Desvendadas a noite e a cerração,
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Abria em flor o Longe, e o Sul siderio
Splendia sobre as naus da iniciação.

Linha severa da longínqua costa –
Quando a nau se approxima ergue-se a encosta
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Da distancia imprecisa, e, com sensiveis
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Buscar na linha fria do horizonte
A arvore, a praia, a flor, a ave, a fonte –
Os beijos merecidos da Verdade.

Fernando Pessoa
(em: “Mensagem” Segunda parte / Mar Portuguez) - ortografia original do autor
Quinhentismo
QUADRO ESQUEMÁTICO

      1500               1601

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                     Prosopopéia de
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                        Eram                      de Ofício

                                                 Missionários

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limitam-se à informação, à
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                     arquétipos culturais.

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DECLARAÇÃO DE AMOR
Eu vim do mar! sou filho de outra raça.
Para servir meu rei andei à caça
de mundos nunca vistos nem sonhados,
por mares nunca de outrem navegados.
Ora de braço dado com a procela,
ora a brigar com ventos malcriados.
Trago uma cruz de sangue em cada vela!

Na crista da onda, em meio do escarcéu,
na solidão azulada e redonda,
quanta vez me afundei no inferno d’água
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fabulosa ambição me trouxe aqui.

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Ambas me foram ver, quando eu parti.

A saudade abraçou-me, tão sincera,
soluçando, no adeus do nunca-mais.
A ambição de olhar verde, junto ao cais,
me disse: vai que eu fico à tua espera!

Cassiano Ricardo
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FADO TROPICAL
(Chico Buarque & Ruy Guerra)
                                              Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal,
Oh, musa do meu fado,                         Ainda vai tornar-se um imenso Portugal.
Oh, minha mãe gentil,
Te deixo consternado,                         “Meu coração tem um sereno jeito
No primeiro abril.                            E as minhas mãos o golpe duro e presto.
Mas não sê tão ingrata,                       De tal maneira que, depois de feito,
Não esquece quem te amou,                     Desencontrado eu mesmo me contesto.
E em tua densa mata                           Se trago as mãos distantes do meu peito,
Se perdeu e se encontrou.                     É que há distância entre intenção e gesto.
                                              E se meu coração nas mãos estreito,
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal,   Me assombra a súbita impressão de incesto.
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal.
                                              Quando me encontro no calor da luta,
“Sabe, no fundo eu sou um sentimental.        Ostento a aguda empunhadura à proa,
Todos nós herdamos no sangue lusitano         Mas o meu peito se desabotoa.
uma boa dosagem de lirismo. Além da           E se a sentença se anuncia bruta,
sífilis, é claro. Mesmo quando as minhas      Mais que depressa a mão cega executa,
mãos estão ocupadas em torturar,              Pois que senão o coração perdoa.”
esganar, trucidar, meu coração fecha os
olhos e, sinceramente, chora.”                Guitarras e sanfonas,
                                              Jasmim, coqueiros, fontes,
Com avencas na caatinga,                      Sardinhas, mandioca,
Alecrins no canavial,                         Num suave azulejo.
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De quem, numa bravata,
Arrebato um beijo.                            Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal,
                                              Ainda vai tornar-se um império colonial.
Quinhentismo
HISTÓRIA DO BRASIL
(Pero Vaz Caminha)
a descoberta
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Topamos aves
E houvemos vista de terra

os selvagens
Mostraram-lhes uma galinha
Quase haviam medo dela
E não queriam pôr a mão
E depois a tomaram como espantados

primeiro chá
Depois de dançarem
Diogo Dias
Fez o salto real

as meninas da gare
Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis
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E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas
Que de nós as muitos bem olharmos
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Quinhentismo

A terra mui graciosa,
Tão fértil eu nunca vi.
A gente vai passear,
No chão espeta um caniço,
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Bengala de castão de oiro.
Tem goiabas, melancias,
Banana que nem chuchu.
Quanto aos bichos, tem-nos muitos,
De plumagens mui vistosas.
Tem macaco até demais
Diamantes tem à vontade
Esmeraldas é para os trouxas.
Reforçai, Senhor, a arca,
Cruzados não faltarão,
Vossa perna encanareis,
Salvo o devido respeito.
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Se for embora daqui.

Murilo Mendes
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Quinhentismo

  • 2. HORIZONTE Quinhentismo Ó MAR anterior a nós, teus medos Tinham coral e praias e arvoredos. Desvendadas a noite e a cerração, As tormentas passadas e o mysterio, Abria em flor o Longe, e o Sul siderio Splendia sobre as naus da iniciação. Linha severa da longínqua costa – Quando a nau se approxima ergue-se a encosta Em árvores onde o Longe nada tinha; Mais perto, abre-se a terra em sons e cores: E, no desembarcar, ha aves, flores, Onde era só, de longe a abstrata linha. O sonho é ver as fórmas invisíveis Da distancia imprecisa, e, com sensiveis Movimentos da esperança e da vontade, Buscar na linha fria do horizonte A arvore, a praia, a flor, a ave, a fonte – Os beijos merecidos da Verdade. Fernando Pessoa (em: “Mensagem” Segunda parte / Mar Portuguez) - ortografia original do autor
  • 3. Quinhentismo QUADRO ESQUEMÁTICO 1500 1601 Primeiros Início da documentos sobre Era Barroca o Brasil Prosopopéia de Carta de Bento Teixeira Pero Vaz de Caminha
  • 4. Quinhentismo Literatura de Informação Literatura dos DENOMINAÇÕES Viajantes Literatura sobre o Brasil
  • 5. Quinhentismo O PERÍODO INFORMATIVO Autores: Não eram propriamente literatos. Tinham uma proposta meramente utilitária. Viajantes Cronistas Eram de Ofício Missionários • Pero Vaz de Caminha  Carta a D. Manuel I • Pero Lopes de Sousa  Diário de Navegação • Gabriel Soares de Sousa  Tratado Descritivo do Brasil • Hans Staden  As Duas Viagens ao Brasil • Jean de Lery  Viagem à Terra do Brasil
  • 6. Quinhentismo O PERÍODO INFORMATIVO As Obras: Não eram literárias. Faltava-lhes o caráter inventivo. Cartas Diários Eram Relatos Tratados
  • 7. Quinhentismo O PERÍODO INFORMATIVO A Proposta: As obras marcam o interesse de Portugal nos empreendimentos ultramarinos. Político-Econômica: Evidenciar o potencial de riqueza. Contra-Reformista: Conversão dos indígenas.
  • 8. Quinhentismo O PERÍODO INFORMATIVO O Conteúdo: Estas obras limitam-se à informação, à coleta e dados sobre a nova terra: * o clima * o solo * a vegetação * o relevo * os índios
  • 9. Quinhentismo O PERÍODO INFORMATIVO O Estilo: Era clássico, vigente em Portugal. Objetividade Clareza Comedimento
  • 10. Quinhentismo O PERÍODO INFORMATIVO Reflexo em Períodos Posteriores No Romantismo: Revisitação do Brasil primordial, através da visão mítica do índio e da paisagem. No Modernismo: Movimentos de raízes, de buscas dos arquétipos culturais. Pau Brasil Verde Amarelo Movimentos Antropofágico Tropicalismo
  • 11. Quinhentismo DECLARAÇÃO DE AMOR Eu vim do mar! sou filho de outra raça. Para servir meu rei andei à caça de mundos nunca vistos nem sonhados, por mares nunca de outrem navegados. Ora de braço dado com a procela, ora a brigar com ventos malcriados. Trago uma cruz de sangue em cada vela! Na crista da onda, em meio do escarcéu, na solidão azulada e redonda, quanta vez me afundei no inferno d’água ou com a cabeça fui bater no céu! Simples brinquedo em mãos da tempestade fabulosa ambição me trouxe aqui. A ambição pode mais do que a saudade... Ambas me foram ver, quando eu parti. A saudade abraçou-me, tão sincera, soluçando, no adeus do nunca-mais. A ambição de olhar verde, junto ao cais, me disse: vai que eu fico à tua espera! Cassiano Ricardo (em: “Martim Cererê”)
  • 12. Quinhentismo FADO TROPICAL (Chico Buarque & Ruy Guerra) Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal, Oh, musa do meu fado, Ainda vai tornar-se um imenso Portugal. Oh, minha mãe gentil, Te deixo consternado, “Meu coração tem um sereno jeito No primeiro abril. E as minhas mãos o golpe duro e presto. Mas não sê tão ingrata, De tal maneira que, depois de feito, Não esquece quem te amou, Desencontrado eu mesmo me contesto. E em tua densa mata Se trago as mãos distantes do meu peito, Se perdeu e se encontrou. É que há distância entre intenção e gesto. E se meu coração nas mãos estreito, Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal, Me assombra a súbita impressão de incesto. Ainda vai tornar-se um imenso Portugal. Quando me encontro no calor da luta, “Sabe, no fundo eu sou um sentimental. Ostento a aguda empunhadura à proa, Todos nós herdamos no sangue lusitano Mas o meu peito se desabotoa. uma boa dosagem de lirismo. Além da E se a sentença se anuncia bruta, sífilis, é claro. Mesmo quando as minhas Mais que depressa a mão cega executa, mãos estão ocupadas em torturar, Pois que senão o coração perdoa.” esganar, trucidar, meu coração fecha os olhos e, sinceramente, chora.” Guitarras e sanfonas, Jasmim, coqueiros, fontes, Com avencas na caatinga, Sardinhas, mandioca, Alecrins no canavial, Num suave azulejo. Licores na moringa, O rio Amazonas, Um vinho tropical. Que corre trás-os-montes E a linda mulata, E, numa pororoca, Com rendas do Alentejo, Deságua no Tejo. De quem, numa bravata, Arrebato um beijo. Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal, Ainda vai tornar-se um império colonial.
  • 13. Quinhentismo HISTÓRIA DO BRASIL (Pero Vaz Caminha) a descoberta Seguimos nosso caminho por este mar de longo Até à oitava da Páscoa Topamos aves E houvemos vista de terra os selvagens Mostraram-lhes uma galinha Quase haviam medo dela E não queriam pôr a mão E depois a tomaram como espantados primeiro chá Depois de dançarem Diogo Dias Fez o salto real as meninas da gare Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis Com cabelos mui pretos pelas espáduas E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas Que de nós as muitos bem olharmos Não tínhamos nenhuma vergonha.
  • 14. Quinhentismo A terra mui graciosa, Tão fértil eu nunca vi. A gente vai passear, No chão espeta um caniço, No dia seguinte nasce Bengala de castão de oiro. Tem goiabas, melancias, Banana que nem chuchu. Quanto aos bichos, tem-nos muitos, De plumagens mui vistosas. Tem macaco até demais Diamantes tem à vontade Esmeraldas é para os trouxas. Reforçai, Senhor, a arca, Cruzados não faltarão, Vossa perna encanareis, Salvo o devido respeito. Ficarei muito saudoso Se for embora daqui. Murilo Mendes