Este texto resume três frases ou menos:
O texto descreve a frustração de um homem invejoso que deseja os bens e a vida dos outros, mas que só consegue amargura, já que sua própria realidade é de dificuldades financeiras e insatisfação constante.
1. AVALIAÇÃO DE LÍNGUA POTUGUESA E.M
Texto para as questões 1 e 2
Nos tempos em que eu era professor da Unicamp, fui designado presidente da comissão encarregada da seleção dos candidatos ao
doutoramento, o que é um sofrimento. Dizer esse entra, esse não entra é uma responsabilidade dolorida da qual não se sai sem sentimentos
de culpa. Como, em 20 minutos de conversa, decidir sobre a vida de uma pessoa amedrontada? Mas não havia alternativas. Essa era a regra.
Os candidatos amontoavam-se no corredor recordando o que haviam lido da imensa lista de livros cuja leitura era exigida. Aí tive uma ideia
que julguei brilhante. Combinei com os meus colegas que faríamos a todos os candidatos uma única pergunta, a mesma pergunta. Assim,
quando o candidato entrava trêmulo e se esforçando por parecer confiante, eu lhe fazia a pergunta, a mais deliciosa de todas: “Fale-nos sobre
aquilo que você gostaria de falar!”. [...]
A reação dos candidatos, no entanto, não foi a esperada. Aconteceu o oposto: pânico. Foi como se esse campo, aquilo sobre o que eles
gostariam de falar, lhes fosse totalmente desconhecido, um vazio imenso. Papaguear os pensamentos dos outros, tudo bem. Para isso, eles
haviam sido treinados durante toda a sua carreira escolar, a partir da infância. Mas falar sobre os próprios pensamentos – ah, isso não lhes
tinha sido ensinado!
Na verdade, nunca lhes havia passado pela cabeça que alguém pudesse se interessar por aquilo que estavam pensando. Nunca lhes havia
passado pela cabeça que os seus pensamentos pudessem ser importantes. (Rubem Alves, www.cuidardoser.com.br. Adaptado)
01. De acordo com o texto, os candidatos 02. O autor entende que os candidatos deveriam
a) ( ) não tinham assimilado suas leituras. a) ( ) ter opiniões próprias.
b) ( ) só conheciam o pensamento alheio. b) ( ) ler os textos requeridos.
c) ( ) tinham projetos de pesquisa deficientes. c) ( ) não ter treinamento escolar.
d) ( ) tinham perfeito autocontrole. d) ( ) refletir sobre o vazio.
e) ( ) ficavam em fila, esperando a vez. e) ( ) ter mais equilíbrio.
Texto - SEMPRE O JUQUINHA Texto - Pã, uma divindade rural
No primeiro dia de aula, a professora explica que vai testar a
capacidade de raciocínio das crianças, fazendo-as ligar determinadas De acordo com a mitologia greco-romana, Pã ou Pan é o deus dos
características ao animal certo. Chama o Juquinha e começa: bosques e dos campos, dos rebanhos e dos pastores. Morava em
– Quem pia é... grutas, vagava pelas montanhas e pelos vales e divertia-se
– Pião! – diz o garoto terrível. caçando ou dirigindo as danças das ninfas (divindades dos rios, dos
Com paciência, a professora diz que é o pintinho da galinha que pia. bosques, das florestas e dos campos). Amante da música, inventou
– Vou lhe dar outra chance: quem ladra é... a avena, uma flauta, que tocava exemplarmente.
– Ladrão! Pã era temido por todos aqueles que tinham que atravessar as
A professora, irritada, explica que é o cachorro. matas durante a noite, pois as trevas e a solidão desses lugares
– Seu Juquinha, vou lhe dar a última chance: quem muda de cor é... predispunham as pessoas a medos e superstições. Por isso, os
E o Juquinha: pavores desprovidos de causas aparentes eram atribuídos a Pã e
– Semáforo! Almanaque Brasil de Cultura Popular. São Paulo, ano 2, n. 15, chamados de pânico. BULFINCH, Thomas. O livro de ouro da
jun. 2000. mitologia.Rio de Janeiro: Ouro, 1967.
03. Nos trechos "– Quem pia é ...”; “quem ladra é...”; “quem muda de
04-Em “(...) e a solidão desses lugares (...)”, a expressão em
cor é...”, o uso das reticências, em relação ao aluno, reforça a
destaque refere-se:
a) ( ) oportunidade de completude da fala.
a) ( ) às montanhas.
b) ( ) informação sobre extinção de animais.
b) ( ) aos vales.
c) ( ) expressão de irritação da professora.
c) ( ) aos bosques.
d) ( ) falta de resposta dos alunos
d) ( ) às matas.
Texto - LIBERDADE Texto VI
É não depender de droga nenhuma pra viver. Ao namorado fanático
Você sabia que os remédios sem indicação médica, a Você sabe que sou tão apaixonada por você quanto você é apaixonado pelo seu
cola de sapateiro, o álcool e o cigarro são as drogas time. Mas acho uma lástima gastar tanto amor por um timinho como esse seu. Ele
mais consumidas no Brasil? São as mais comuns e, já há muito tempo não te dá nenhuma alegria.
por isso mesmo, muito traiçoeiras. Porque o pior de
toda droga nem é o risco de morte, é a certeza de uma Texto VII
vida de dependência. Quem ainda acredita que as Além de linda, é do meu time
drogas libertam, é candidato a escravo. Porque a outra Naquela tarde, quando a vi pela primeira vez vestindo o uniforme do meu time,
palavra para liberdade é independência . integrada à nossa torcida uniformizada, senti meu coração bater descompassado.
05-A finalidade do texto é: 06-A comparação entre os textos VI e VII nos permite afirmar que:
a) ( ) alertar as pessoas para o uso indevido de a) ( ) em VI, há a valorização do amor dos enamorados e do amor ao time
remédios. preferido; em VII, é exaltado o amor à torcida organizada.
b) ( ) chamar a atenção para os malefícios da b) ( ) em VI, há a expressão sobre a facilidade dos enamorados torcerem pelo
dependência química. mesmo time; em VII, é indicada a dificuldade de um relacionamento entre
c) ( ) informar sobre todos os tipos de drogas namorados de torcidas diferentes.
existentes. c) ( ) em VI, há a abordagem da alegria daqueles que amam e torcem para um
d) ( ) buscar soluções para os usuários das drogas mesmo time; em VII, são apresentadas as frustrações oriundas da mesma torcida.
mais consumidas. d) ( ) em VI, há a revelação do sentimento negativo em relação ao time do amado;
em VII, é exaltada a coincidência entre amor e futebol.
Texto - A Casa da Moeda do Brasil 07 -A palavra “ela”, que inicia o
Se o governo brasileiro precisa emitir dinheiro, você sabe quem se encarregará de produzi-lo? A terceiro parágrafo, substitui o termo:
Casa da Moeda do Brasil. Além de cédulas e moedas, ela confecciona selos e medalhas. a) ( ) a Casa da Moeda (segundo
A Casa da Moeda foi fundada em Salvador, em 1694, por ordem do governo português, para cunhar parágrafo).
moedas com o ouro extraído da mineração. Inicialmente, foram cunhadas somente moedas de ouro e b) ( ) da mineração (segundo
prata, mas depois se passou a produzir moedas de cobre para pequenos valores. parágrafo).
[...] Ela compreende quatro repartições: o Departamento de células, o de Moedas e Medalhas, a c) ( ) a Gráfica Geral (terceiro
Gráfica Geral e o Departamento de Engenharia de Produtos e o desenvolvimento de Matrizes, que é parágrafo).
o responsável pela concepção técnica e artística dos artigos elaborados pela instituição. d) ( ) concepção técnica e artística
O Estado de S. Paulo. 20 fev. 2007. Estadinho. (Fragmento). (terceiro parágrafo).
2. Texto - Terra seca Texto – VI 'Pulseirinhas do sexo' são proibidas em escolas
Ary Barroso Vereadores de Navegantes, em Santa Catarina, aprovaram, no início da noite desta
O nêgo tá moiado de suó segunda-feira, um projeto de lei que proíbe o uso das polêmicas "pulseirinhas do sexo" nas
Trabáia, trabáia, nêgo / Trabáia, trabáia nêgo escolas do município. [...]
(refrão) A novidade deixou os educadores em alerta, depois que uma menina tentou beijar a
colega em uma escola de Itajaí. [...]
As mãos do nêgo tá que é calo só O importante, na visão do especialista em sexualidade José Claudio Diniz, é orientar os
Trabáia, trabáia nêgo jovens que as pulseiras são apenas uma manifestação das relações de amizade.
Trabáia, trabáia nêgo - E a questão da sexualidade não deve ser tratada por meio de pulseiras coloridas. Pais e
Ai “meu sinhô” nêgo tá véio professores não devem associar o sexo a algo ruim. E, sim, explicar que o sexo é algo
Não aguenta essa terra tão dura, tão seca, bom, mas não nessa idade - argumentou Diniz.
poeirenta... Marialva Spengler, professora de Psicologia da Educação da Univali, orienta que os pais
O nêgo pede licença prá falá boicotem a pulseira, caso a brincadeira entre em um contexto malicioso.
O nêgo não pode mais trabaiá - Eu também sou mãe. Comprei algumas dessas pulseiras e mostrei para o meu filho de
Quando o nêgo chegou por aqui 14 anos. Expliquei os significados a ele e nos entendemos. O importante é conversar e
Era mais vivo e ligeiro que o saci proibir o uso, em caso de excessos - apontou Marialva.
Varava estes rios, estas matas, estes campos Adaptado de http://180graus.brasilportais.com.br/geral/
sem fim
Nêgo era moço, e a vida, um brinquedo prá mim Texto VII
Mas o tempo passou Sou a favor da proibição das pulseirinhas do sexo. Sexo é uma parte importante da vida
Essa terra secou ... ô ô adulta e deve ser encarado com respeito, que começa pelo respeito ao próprio corpo. A
A velhice chegou e o brinquedo quebrou .... maturidade emocional certamente fará as adolescentes entenderem que a proibição do
Sinhô, nêgo véio tem pena de ter-se acabado uso e venda foi para protegê-las. A palavra sexo não é tabu, mas não é brincadeira. Por
Sinhô, nêgo véio carrega este corpo cansado que não ensinamos a educação afetiva junto com a educação sexual? O amor seja ele
cifrantiga3.blogspot.com/2006/05/terra- filial, fraternal ou com interesse sexual, orienta para uma vida melhor.
seca.html Y. P. P,Coluna do Leitor, in: http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/
08-No trecho “Era mais vivo e ligeiro que o 09-O trecho do texto VI que reforça a visão expressa no texto VII sobre o uso das
saci...”, o eu poético se compara ao “pulseirinhas do sexo” é:
personagem folclórico para: a) ( ) “A novidade deixou os educadores em alerta depois que uma menina tentou beijar
a) ( ) justificar seu cansaço diante do trabalho. a colega em uma escola de Itajaí.”
b) ( ) demonstrar sua agilidade nos tempos de b) ( ) “E a questão da sexualidade não deve ser tratada por meio de pulseiras coloridas.”
juventude. c) ( ) “[...] no início da noite [...] um projeto de lei que proíbe o uso das polêmicas
c) ( ) relatar os efeitos causados pela velhice. ‘pulseirinhas do sexo’ nas escolas do município. [...]”
d) ( ) lamentar uma vida tão dura e sofrida. d) ( ) “O importante é conversar e proibir o uso, em caso de excessos [...]”
Texto - Invejoso Texto XXXII
Arnaldo Antunes e Liminha Sempre escrevi, desde adolescente, mas aquela coisa tipo desabafo, sem
O carro do vizinho é muito mais possante valor literário. Até que um dia escrevi uma coisa que percebi que estava
E aquela mulher dele é tão interessante lírica. Era um poeminha, falava sobre uma rosa no muro, uma coisa assim.
Por isso ele parece muito mais potente Eu li e disse: “Mas isso aqui ‘tá’ diferente, é desse jeito que eu quero”.
Sua casa foi pintada recentemente Significava que eu estava descobrindo uma dicção própria, pessoal, um
E quando encontra o seu colega de trabalho timbre que era o meu e que não era o de ninguém. Comecei a acreditar
Só pensa em quanto deve ser o seu salário naquilo. Adélia Prado
Queria ter a secretária do patrão
Mas sua conta bancária já chegou no chão Texto XXXIII
[...] Eu nasci para escrever. A palavra é o meu domínio sobre o mundo. Eu tive
Invejoso desde a infância várias vocações que me chamavam ardentemente. Uma
Querer o que é dos outros é o seu gozo das vocações era escrever. E não sei por que, foi esta que eu segui.
E fica remoendo até o osso Talvez porque para as outras vocações eu precisaria de um longo
Mas sua fruta só lhe dá caroço aprendizado, enquanto que para escrever, o único estudo é mesmo
Invejoso escrever. Adestrei-me desde os sete anos de idade para que um dia eu
O bem alheio é o seu desgosto tivese a língua em meu poder. E, no entanto, cada vez que vou escrever, é
Queria um palácio suntuoso como se fosse a primeira vez. Cada livro meu é uma estreia penosa e feliz.
mas acabou no fundo desse poço Essa capacidade de me renovar toda à medida que o tempo passa é o que
[...] http://letras.terra.com.br/arnaldo-antunes/1547286/ eu chamo de viver e escrever. Clarice Lispector
10-A expressão “Mas sua fruta só lhe dá caroço” reforça a
seguinte visão do eu poético: 11-A questão central, tanto no texto XXXII como no texto XXXIII, é:
a) ( ) faltam-lhe boas oportunidades na vida. a) ( ) a relação das autoras com o processo de produção literária.
b) ( ) proporcionam-lhe situações de vida limitadas. b) ( ) as lembranças de um passado.
c) ( ) determinaram-lhe as atitudes inadequadas. c) ( ) ensinar como se produz um texto.
d) ( ) interessa-lhe o que é menos problemático. d) ( ) a insegurança das autoras ao produzir o texto
12. P E R I G O a) O que pretendia afirmar o presidente da associação?
Árvore ameaça cair em praça do Jardim Independência _________________________
Um perigo iminente ameaça a segurança dos moradores b) O que afirma, literalmente?
da rua Tonon Martins, no Jardim Independência. Uma __________________________
árvore, com cerca de 35 metros de altura, que fica na c) Na placa abaixo, podemos encontrar o mesmo tipo de ambiguidade que havia
Praça Conselheiro da Luz, ameaça cair a qualquer na declaração de Sérgio Marcatti. O que tornaria divertida a leitura da placa?
momento. Ela foi atingida, no final de novembro do ano Cuidado escola!
passado, por um raio e, desde este dia, apodreceu e
morreu, a árvore, de grande porte, é do tipo Cambuí e está ________________________________
muito próxima à rede de iluminação pública e das
residências. “O perigo são as crianças que brincam no 13 - Não há ambiguidade na frase:
local”, diz Sérgio Marcatti, presidente da associação do a) ( ) Estivemos na escola da cidade que foi destruída pelo incêndio.
bairro. b) ( ) Câmara torna crime porte ilegal de armas.
(Juliana Vieira, Jornal Integração, de agosto de 1996). c) ( ) Vi o acidente do barco.
d) ( ) O policial prendeu o ladrão em sua casa.