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PRIMEIRA REPÚBLICA POETAS E POEMAS
GOMES LEAL 1848-1921 Os gemidos da árvore A Árvore, em pé, no meio das planuras,cheia de riso e flor, verduras, passarinhos,- Ela é o guarda-sol dos frutos e dos ninhos.- É o tecto nupcial das conversadas puras.   O humilde cavador que foiça as ervas durasdos broncos matagais e escalrachos maninhos,sob ela faz o seu leito, ao cruzar os caminhos,torrado da soalheira ou nas sombras escuras.   Contudo, o Homem ingrato esquece a Árvore amigae prefere a Cidade e a balbúrdia inimiga,onde a alma corrompe em orgias triviais.   Mas a Árvore lá fica, a espreitar nas ramadascomo a mãe lacrimosa, a olhar sempre as estradas- a ver se o filho volta à cabana dos pais!   
GUERRA JUNQUEIRO 1850-1923 Nessa tremenda ansiedade É que tu verteste, flor, A tua imensa piedade Na minha infinita dor!...Eu era a sombra funesta E tu o clarão doirado; Juntámo-nos, que é que resta? Um céu de Maio estrelado.Quando vais serena e calma, Linda, inefável, como és, Vou pondo sempre a minha alma No sítio onde pões os pés.Corre o mundo, (o mundo é estreito) Podes mil mundos correr, Que hás-de calcar o meu peito sempre por ti a bater.
CAMILO PESSANHA 1867-1926 Passou o Outono já, já torna o frio...- Outono de seu riso magoado.Álgido Inverno! Oblíquo o sol, gelado...- O sol, e as águas límpidas do rio. Águas claras do rio! Águas do rio,Fugindo sob o meu olhar cansado,Para onde me levais meu vão cuidado?Aonde vais, meu coração vazio?   
EUGÉNIO DE CASTRO 1869-1944 Chuva de Setembro Chuvinha miúda… chove, chove, Molhando a eira, inchando a uva… Mãos d’ anjo fazem rendas d’ água, Prendem-me aqui grades de chuva… Chuvinha miúda… chove, chove, Nos pinheirais, dentro de mim… Lembra-me agora aquela tarde Em que também chovia assim… Quanto chorámos nessa hora, Que já de nós tão longe vai! Chuvinha miúda… chove… chove… Sonhos d’ amor, chorai, chorai…   
Balada da neve Batem leve, levemente, como quem chama por mim. Será chuva? Será gente? Gente não é, certamente e a chuva não bate assim. É talvez a ventania: mas há pouco, há poucochinho, nem uma agulha bulia na quieta melancolia dos pinheiros do caminho... Quem bate, assim, levemente, com tão estranha leveza, que mal se ouve, mal se sente? Não é chuva, nem é gente, nem é vento com certeza. Fui ver. A neve caía do azul cinzento do céu, branca e leve, branca e fria...Há quanto tempo a não via! E que saudades, Deus meu! Olho-a através da vidraça. Pôs tudo da cor do linho. Passa gente e, quando passa, os passos imprime e traça na brancura do caminho... AUGUSTO GIL 1873-1929 Fico olhando esses sinais da pobre gente que avança, e noto, por entre os mais, os traços miniaturais duns pezitos de criança... E descalcinhos, doridos... a neve deixa inda vê-los, primeiro, bem definidos, depois, em sulcos compridos, porque não podia erguê-los!... Que quem já é pecador sofra tormentos, enfim! Mas as crianças, Senhor, porque lhes dais tanta dor?!... Porque padecem assim?!... E uma infinita tristeza, uma funda turbação entra em mim, fica em mim presa. Cai neve na Natureza  e cai no meu coração.
TEIXEIRA DE PASCOAES 1877-1952 Os olhos dos animais   Que triste o olhar do cão! Até parece Mais um queixume, um íntimo lamento Da noite interior que lhe escurece O coração, que é todo sentimento.   E os mansos bois soturnos! Que tormento, Em seus olhos, tão calmos, transparece… E os olhos da ovelhinha e do jumento! Que tristes! Só o vê-los entristece…   Chora, em todo o crepúsculo, a tristeza. E, além dos ser humano, a Natureza É lívida penumbra feita de ais…   Por isso, o vosso olhar de escuridão É mais lágrima ainda que visão, Ó pobres e saudosos animais!
AFONSO LOPES VIEIRA 1878-1946 Os burros Cuidadosos,os burrinhosvão andandopor caminhos.Levam sacos,levam lenha…Pesa a cargaque é tamanha!Levam coisasp'ró mercado,no alforgetão pesado.E transportamtudo, tudo,no seu passotão miúdo. Tão miúdo Tão esperto Que anda tanto Por ser certo   Do seu dono Que seria Sem o burro? Que faria?   E esse dono Quando é mau Dá-lhe, dá-lhe Com um pau!   E o burrinho Sofre então… Tem nos olhos O perdão!
ANTÓNIO CORREIA DE OLIVEIRA 1879-1960 O perfumeO que sou eu? – O Perfume, Dizem os homens. – Serei. Mas o que sou nem eu sei... Sou uma sombra de lume!Rasgo a aragem como um gume De espada: Subi. Voei.Onde passava, deixeiA essência que me resume.Liberdade, eu me cativo: Numa renda, um nada, eu vivo Vida de Sonho e Verdade!Passam os dias, e em vão! – Eu sou a Recordação; Sou mais, ainda: a Saudade.
FERNANDO PESSOA 1888-1935 Gato que brincas na ruaGato que brincas na rua Gato que brincas na rua Como se fosse na cama,Invejo a sorte que é tuaPorque nem sorte se chama.Bom servo das leis fataisQue regem pedras e gentes,Que tens instintos geraisE sentes só o que sentes.És feliz porque és assim,Todo o nada que és é teu.Eu vejo-me e estou sem mim,Conheço-me e não sou eu.
ANTÓNIO ALEIXO 1899-1949 É fácil a qualquer cãoTirar cordeiros da relva.Tirar a presa ao leãoÉ difícil nesta selva.
MÁRIO DE SÁ-CARNEIRO 1890-1916 Fim Quando eu morrer batam em latas, Rompam aos saltos e aos pinotes, Façam estalar no ar chicotes, Chamem palhaços e acrobatas! Que o meu caixão vá sobre um burro Ajaezado à andaluza… A um morto nada se recusa E eu quero por força ir de burro!
ALMADA NEGREIROS 1893-1970 MOMENTO DE POESIA Se escrevo ou leio ou desenho ou pinto, Logo me sinto tão atrasado No que devo à eternidade, Que começo a empurrar pra diante o tempo E empurro-o, empurro-a à bruta Como empurra um atrasado, Até que cansado me julgo satisfeito. (Tão gémeos são A fadiga e a satisfação!) Em troca, se vou por aí Sou tão inteligente a ver tudo o que não é comigo, Compreendo tão bem o que não me diz respeito, Sinto-me tão chefe do que está fora de mim, Dou conselhos tão bíblicos aos aflitos de uma aflição que não é a minha, Que, sinceramente, não sei qual é melhor: Se estar sozinho em casa a dar à manivela da vida, Se ir por aí e ser Rei de tudo o que não é meu.
FLORBELA ESPANCA 1894-1930 Árvores do  Alentejo Horas mortas... Curvada aos pés do MonteA planície é um brasido e, torturadas,As árvores sangrentas, revoltadas,Gritam a Deus a bênção duma fonte!E quando, manhã alta, o sol posponteA oiro a giesta, a arder, pelas estradas,Esfíngicas, recortam desgrenhadasOs trágicos perfis no horizonte!Árvores! Corações, almas que choram,Almas iguais à minha, almas que imploramEm vão remédio para tanta mágoa!Árvores! Não choreis! Olhai e vede:Também ando a gritar, morta de sede,Pedindo a Deus a minha gota de água!
Palavras de um avestruz todo gris Arrancam-me as penas E eu sofro sem dizer nada: - Sou ave Bem educada.   E, se quisesse, Podia Morder-lhes as mãos morenas, A esses  que sem piedade Me roubam estas penas que me cobrem;   E, no entanto, Sem o mais breve gemido, O meu corpo Vai ficando Desguarnecido...  E, elas, Aquelas Que se enfeitam, doidamente, Com estas penas formosas - Que são minhas! Passam por mim, desdenhosas, Em gargalhadas mesquinhas.   Sim; eu sofro sem dizer nada: - Sou ave Bem educada. ANTÓNIO BOTTO 1897-1959
JOSÉ GOMES FERREIRA 1900-1985 Borboleta verde Borboleta verde, Aqui não há flores. - Procuras nas pedras Jardins interiores?   Borboleta verde, Aqui não há zumbidos. - Procuras nas pedras Perfumes dormidos?   Borboleta verde, Aqui só há calçadas. - Procuras nas pedras As flores geladas?   Borboleta verde Chama quase morta. - Também eu, também Aos tombos nas pedras Não encontro a Porta.
Fim de Outono Fim de outono...  Folhas mortas...  Sol doente...  Nostalgia...  Tudo seco pelas hortas,  Grandes lágrimas no chão  Nem uma flor pelos montes,  Tudo numa quietação  Soluça numa oração  O triste cantar das fontes.  Fim de outono...  Folhas mortas...  Sol doente...  Nostalgia...  A terra fechou as portas  Aos beijos do sol ardente,  E agora está na agonia...  Valha à terra agonizante  A Santa Virgem Maria!  Fim de Outono...  Folhas mortas...  Sol doente...  Nostalgia...  FERNANDA DE CASTRO 1900-1994
JOSÉ RÉGIO 1901-1969 Fado português  O Fado nasceu um dia,  quando o vento mal bulia  e o céu o mar prolongava,  na amurada dum veleiro,  no peito dum marinheiro  que, estando triste, cantava,  que, estando triste, cantava.  Ai, que lindeza tamanha,  meu chão, meu monte, meu vale,  de folhas, flores, frutas de oiro,  vê se vês terras de Espanha,  areias de Portugal,  olhar ceguinho de choro.  Na boca dum marinheiro  do frágil barco veleiro,  morrendo a canção magoada,  diz o pungir dos desejos  do lábio a queimar de beijos  que beija o ar, e mais nada,  que beija o ar, e mais nada.  Mãe, adeus. Adeus, Maria.  Guarda bem no teu sentido  que aqui te faço uma jura:  que ou te levo à sacristia,  ou foi Deus que foi servido  dar-me no mar sepultura.  Ora eis que embora outro dia,  quando o vento nem bulia  e o céu o mar prolongava,  à proa de outro veleiro  velava outro marinheiro  que, estando triste, cantava,  que, estando triste, cantava.
VITORINO NEMÉSIO 1901-1978 Regresso Cavalo e cavaleiro o vento adornam Com uma pata e uma pluma; À tarde unidos tornam, Um estante de sangue numa rosa de espuma. Tanta pressa, afinal, para coisa nenhuma.
PEDRO HOMEM DE MELLO 1904-1984 Galgos Quando são mansos, parecem lírios. Parecem rosas quando são bravos. A igreja é bosque, cheio de círios, Gótica igreja, cheia de cravos. Leves, tão leves! Leves, esguios… Não sujam praias; não lembram gente. E, reflectidos nas águas dos rios, Dir-se-iam asas… E a água não mente! Deram as rússias aos portugueses! Cães de fidalgo. Cães de solar. Ó meus irmãos, parai, por vezes, Parai a vê-los, que vão findar!
Poema das árvores As árvores crescem sós. E a sós florescem.Começam por ser nada. Pouco a poucose levantam do chão, se alteiam palmo a palmo.Crescendo deitam ramos, e os ramos outros ramos,e deles nascem folhas, e as folhas multiplicam-se.Depois, por entre as folhas, vão-se esboçando as flores,e então crescem as flores, e as flores produzem frutos,e os frutos dão sementes,e as sementes preparam novas árvores.E tudo sempre a sós, a sós consigo mesmas.Sem verem, sem ouvirem, sem falarem.Sós.De dia e de noite.Sempre sós.Os animais são outra coisa.Contactam-se, penetram-se, trespassam-se,fazem amor e ódio, e vão à vidacomo se nada fosse.As árvores, não.Solitárias, as árvores,exauram terra e sol silenciosamente.Não pensam, não suspiram, não se queixam.Estendem os braços como se implorassem;com o vento soltam ais como se suspirassem;e gemem, mas a queixa não é sua.Sós, sempre sós.Nas planícies, nos montes, nas florestas,A crescer e a florir sem consciência.Virtude vegetal viver a sósE entretanto dar flores. ANTÓNIO GEDEÃO 1906-1997
MIGUEL TORGA 1907-1995 SEGREDO Sei um ninho.E o ninho tem um ovo.E o ovo, redondinho,Tem lá dentro um passarinhoNovo. Mas escusam de me atentar:Nem o tiro, nem o ensino.Quero ser um bom meninoE guardarEste segredo comigo.E ter depois um amigoQue faça o pinoA voar...
ALICE GOMES 1910-1983 Zumbido A menina andava no jardim  a dançar com o jasmim. O menino andava no pomar as cerejas a provar.  Um zângão surgiu a menina fugiu. O menino mexeu na colmeia. Que coisa tão feia!... O enxame irritou. O zângão  zangado atacou e uma abelha picou. A mão do menino inchou Mas ele não chorou. Gato que brincas na rua
BIBLIOGRAFIA O século XX português: personalidades que marcaram uma época – 1ª ed., Lisboa: Texto Editora, 2000 http://cvc.instituto-camoes.pt/literatura/historialit.htm [consultado em 09-06-2010] http://www.vidaslusofonas.pt/asvidas.htm [consultado em 09-06-2010] http://www.leme.pt/biografias/80mulheres/castro.html
Biblioteca Escolar Ano lectivo 2009/2010

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Poetas da I República

  • 2. GOMES LEAL 1848-1921 Os gemidos da árvore A Árvore, em pé, no meio das planuras,cheia de riso e flor, verduras, passarinhos,- Ela é o guarda-sol dos frutos e dos ninhos.- É o tecto nupcial das conversadas puras.   O humilde cavador que foiça as ervas durasdos broncos matagais e escalrachos maninhos,sob ela faz o seu leito, ao cruzar os caminhos,torrado da soalheira ou nas sombras escuras.   Contudo, o Homem ingrato esquece a Árvore amigae prefere a Cidade e a balbúrdia inimiga,onde a alma corrompe em orgias triviais.   Mas a Árvore lá fica, a espreitar nas ramadascomo a mãe lacrimosa, a olhar sempre as estradas- a ver se o filho volta à cabana dos pais!   
  • 3. GUERRA JUNQUEIRO 1850-1923 Nessa tremenda ansiedade É que tu verteste, flor, A tua imensa piedade Na minha infinita dor!...Eu era a sombra funesta E tu o clarão doirado; Juntámo-nos, que é que resta? Um céu de Maio estrelado.Quando vais serena e calma, Linda, inefável, como és, Vou pondo sempre a minha alma No sítio onde pões os pés.Corre o mundo, (o mundo é estreito) Podes mil mundos correr, Que hás-de calcar o meu peito sempre por ti a bater.
  • 4. CAMILO PESSANHA 1867-1926 Passou o Outono já, já torna o frio...- Outono de seu riso magoado.Álgido Inverno! Oblíquo o sol, gelado...- O sol, e as águas límpidas do rio. Águas claras do rio! Águas do rio,Fugindo sob o meu olhar cansado,Para onde me levais meu vão cuidado?Aonde vais, meu coração vazio?   
  • 5. EUGÉNIO DE CASTRO 1869-1944 Chuva de Setembro Chuvinha miúda… chove, chove, Molhando a eira, inchando a uva… Mãos d’ anjo fazem rendas d’ água, Prendem-me aqui grades de chuva… Chuvinha miúda… chove, chove, Nos pinheirais, dentro de mim… Lembra-me agora aquela tarde Em que também chovia assim… Quanto chorámos nessa hora, Que já de nós tão longe vai! Chuvinha miúda… chove… chove… Sonhos d’ amor, chorai, chorai…   
  • 6. Balada da neve Batem leve, levemente, como quem chama por mim. Será chuva? Será gente? Gente não é, certamente e a chuva não bate assim. É talvez a ventania: mas há pouco, há poucochinho, nem uma agulha bulia na quieta melancolia dos pinheiros do caminho... Quem bate, assim, levemente, com tão estranha leveza, que mal se ouve, mal se sente? Não é chuva, nem é gente, nem é vento com certeza. Fui ver. A neve caía do azul cinzento do céu, branca e leve, branca e fria...Há quanto tempo a não via! E que saudades, Deus meu! Olho-a através da vidraça. Pôs tudo da cor do linho. Passa gente e, quando passa, os passos imprime e traça na brancura do caminho... AUGUSTO GIL 1873-1929 Fico olhando esses sinais da pobre gente que avança, e noto, por entre os mais, os traços miniaturais duns pezitos de criança... E descalcinhos, doridos... a neve deixa inda vê-los, primeiro, bem definidos, depois, em sulcos compridos, porque não podia erguê-los!... Que quem já é pecador sofra tormentos, enfim! Mas as crianças, Senhor, porque lhes dais tanta dor?!... Porque padecem assim?!... E uma infinita tristeza, uma funda turbação entra em mim, fica em mim presa. Cai neve na Natureza e cai no meu coração.
  • 7. TEIXEIRA DE PASCOAES 1877-1952 Os olhos dos animais   Que triste o olhar do cão! Até parece Mais um queixume, um íntimo lamento Da noite interior que lhe escurece O coração, que é todo sentimento.   E os mansos bois soturnos! Que tormento, Em seus olhos, tão calmos, transparece… E os olhos da ovelhinha e do jumento! Que tristes! Só o vê-los entristece…   Chora, em todo o crepúsculo, a tristeza. E, além dos ser humano, a Natureza É lívida penumbra feita de ais…   Por isso, o vosso olhar de escuridão É mais lágrima ainda que visão, Ó pobres e saudosos animais!
  • 8. AFONSO LOPES VIEIRA 1878-1946 Os burros Cuidadosos,os burrinhosvão andandopor caminhos.Levam sacos,levam lenha…Pesa a cargaque é tamanha!Levam coisasp'ró mercado,no alforgetão pesado.E transportamtudo, tudo,no seu passotão miúdo. Tão miúdo Tão esperto Que anda tanto Por ser certo   Do seu dono Que seria Sem o burro? Que faria?   E esse dono Quando é mau Dá-lhe, dá-lhe Com um pau!   E o burrinho Sofre então… Tem nos olhos O perdão!
  • 9. ANTÓNIO CORREIA DE OLIVEIRA 1879-1960 O perfumeO que sou eu? – O Perfume, Dizem os homens. – Serei. Mas o que sou nem eu sei... Sou uma sombra de lume!Rasgo a aragem como um gume De espada: Subi. Voei.Onde passava, deixeiA essência que me resume.Liberdade, eu me cativo: Numa renda, um nada, eu vivo Vida de Sonho e Verdade!Passam os dias, e em vão! – Eu sou a Recordação; Sou mais, ainda: a Saudade.
  • 10. FERNANDO PESSOA 1888-1935 Gato que brincas na ruaGato que brincas na rua Gato que brincas na rua Como se fosse na cama,Invejo a sorte que é tuaPorque nem sorte se chama.Bom servo das leis fataisQue regem pedras e gentes,Que tens instintos geraisE sentes só o que sentes.És feliz porque és assim,Todo o nada que és é teu.Eu vejo-me e estou sem mim,Conheço-me e não sou eu.
  • 11. ANTÓNIO ALEIXO 1899-1949 É fácil a qualquer cãoTirar cordeiros da relva.Tirar a presa ao leãoÉ difícil nesta selva.
  • 12. MÁRIO DE SÁ-CARNEIRO 1890-1916 Fim Quando eu morrer batam em latas, Rompam aos saltos e aos pinotes, Façam estalar no ar chicotes, Chamem palhaços e acrobatas! Que o meu caixão vá sobre um burro Ajaezado à andaluza… A um morto nada se recusa E eu quero por força ir de burro!
  • 13. ALMADA NEGREIROS 1893-1970 MOMENTO DE POESIA Se escrevo ou leio ou desenho ou pinto, Logo me sinto tão atrasado No que devo à eternidade, Que começo a empurrar pra diante o tempo E empurro-o, empurro-a à bruta Como empurra um atrasado, Até que cansado me julgo satisfeito. (Tão gémeos são A fadiga e a satisfação!) Em troca, se vou por aí Sou tão inteligente a ver tudo o que não é comigo, Compreendo tão bem o que não me diz respeito, Sinto-me tão chefe do que está fora de mim, Dou conselhos tão bíblicos aos aflitos de uma aflição que não é a minha, Que, sinceramente, não sei qual é melhor: Se estar sozinho em casa a dar à manivela da vida, Se ir por aí e ser Rei de tudo o que não é meu.
  • 14. FLORBELA ESPANCA 1894-1930 Árvores do  Alentejo Horas mortas... Curvada aos pés do MonteA planície é um brasido e, torturadas,As árvores sangrentas, revoltadas,Gritam a Deus a bênção duma fonte!E quando, manhã alta, o sol posponteA oiro a giesta, a arder, pelas estradas,Esfíngicas, recortam desgrenhadasOs trágicos perfis no horizonte!Árvores! Corações, almas que choram,Almas iguais à minha, almas que imploramEm vão remédio para tanta mágoa!Árvores! Não choreis! Olhai e vede:Também ando a gritar, morta de sede,Pedindo a Deus a minha gota de água!
  • 15. Palavras de um avestruz todo gris Arrancam-me as penas E eu sofro sem dizer nada: - Sou ave Bem educada.   E, se quisesse, Podia Morder-lhes as mãos morenas, A esses que sem piedade Me roubam estas penas que me cobrem;   E, no entanto, Sem o mais breve gemido, O meu corpo Vai ficando Desguarnecido... E, elas, Aquelas Que se enfeitam, doidamente, Com estas penas formosas - Que são minhas! Passam por mim, desdenhosas, Em gargalhadas mesquinhas.   Sim; eu sofro sem dizer nada: - Sou ave Bem educada. ANTÓNIO BOTTO 1897-1959
  • 16. JOSÉ GOMES FERREIRA 1900-1985 Borboleta verde Borboleta verde, Aqui não há flores. - Procuras nas pedras Jardins interiores?   Borboleta verde, Aqui não há zumbidos. - Procuras nas pedras Perfumes dormidos?   Borboleta verde, Aqui só há calçadas. - Procuras nas pedras As flores geladas?   Borboleta verde Chama quase morta. - Também eu, também Aos tombos nas pedras Não encontro a Porta.
  • 17. Fim de Outono Fim de outono... Folhas mortas... Sol doente... Nostalgia... Tudo seco pelas hortas, Grandes lágrimas no chão Nem uma flor pelos montes, Tudo numa quietação Soluça numa oração O triste cantar das fontes. Fim de outono... Folhas mortas... Sol doente... Nostalgia... A terra fechou as portas Aos beijos do sol ardente, E agora está na agonia... Valha à terra agonizante A Santa Virgem Maria! Fim de Outono... Folhas mortas... Sol doente... Nostalgia... FERNANDA DE CASTRO 1900-1994
  • 18. JOSÉ RÉGIO 1901-1969 Fado português O Fado nasceu um dia, quando o vento mal bulia e o céu o mar prolongava, na amurada dum veleiro, no peito dum marinheiro que, estando triste, cantava, que, estando triste, cantava. Ai, que lindeza tamanha, meu chão, meu monte, meu vale, de folhas, flores, frutas de oiro, vê se vês terras de Espanha, areias de Portugal, olhar ceguinho de choro. Na boca dum marinheiro do frágil barco veleiro, morrendo a canção magoada, diz o pungir dos desejos do lábio a queimar de beijos que beija o ar, e mais nada, que beija o ar, e mais nada. Mãe, adeus. Adeus, Maria. Guarda bem no teu sentido que aqui te faço uma jura: que ou te levo à sacristia, ou foi Deus que foi servido dar-me no mar sepultura. Ora eis que embora outro dia, quando o vento nem bulia e o céu o mar prolongava, à proa de outro veleiro velava outro marinheiro que, estando triste, cantava, que, estando triste, cantava.
  • 19. VITORINO NEMÉSIO 1901-1978 Regresso Cavalo e cavaleiro o vento adornam Com uma pata e uma pluma; À tarde unidos tornam, Um estante de sangue numa rosa de espuma. Tanta pressa, afinal, para coisa nenhuma.
  • 20. PEDRO HOMEM DE MELLO 1904-1984 Galgos Quando são mansos, parecem lírios. Parecem rosas quando são bravos. A igreja é bosque, cheio de círios, Gótica igreja, cheia de cravos. Leves, tão leves! Leves, esguios… Não sujam praias; não lembram gente. E, reflectidos nas águas dos rios, Dir-se-iam asas… E a água não mente! Deram as rússias aos portugueses! Cães de fidalgo. Cães de solar. Ó meus irmãos, parai, por vezes, Parai a vê-los, que vão findar!
  • 21. Poema das árvores As árvores crescem sós. E a sós florescem.Começam por ser nada. Pouco a poucose levantam do chão, se alteiam palmo a palmo.Crescendo deitam ramos, e os ramos outros ramos,e deles nascem folhas, e as folhas multiplicam-se.Depois, por entre as folhas, vão-se esboçando as flores,e então crescem as flores, e as flores produzem frutos,e os frutos dão sementes,e as sementes preparam novas árvores.E tudo sempre a sós, a sós consigo mesmas.Sem verem, sem ouvirem, sem falarem.Sós.De dia e de noite.Sempre sós.Os animais são outra coisa.Contactam-se, penetram-se, trespassam-se,fazem amor e ódio, e vão à vidacomo se nada fosse.As árvores, não.Solitárias, as árvores,exauram terra e sol silenciosamente.Não pensam, não suspiram, não se queixam.Estendem os braços como se implorassem;com o vento soltam ais como se suspirassem;e gemem, mas a queixa não é sua.Sós, sempre sós.Nas planícies, nos montes, nas florestas,A crescer e a florir sem consciência.Virtude vegetal viver a sósE entretanto dar flores. ANTÓNIO GEDEÃO 1906-1997
  • 22. MIGUEL TORGA 1907-1995 SEGREDO Sei um ninho.E o ninho tem um ovo.E o ovo, redondinho,Tem lá dentro um passarinhoNovo. Mas escusam de me atentar:Nem o tiro, nem o ensino.Quero ser um bom meninoE guardarEste segredo comigo.E ter depois um amigoQue faça o pinoA voar...
  • 23. ALICE GOMES 1910-1983 Zumbido A menina andava no jardim a dançar com o jasmim. O menino andava no pomar as cerejas a provar. Um zângão surgiu a menina fugiu. O menino mexeu na colmeia. Que coisa tão feia!... O enxame irritou. O zângão zangado atacou e uma abelha picou. A mão do menino inchou Mas ele não chorou. Gato que brincas na rua
  • 24. BIBLIOGRAFIA O século XX português: personalidades que marcaram uma época – 1ª ed., Lisboa: Texto Editora, 2000 http://cvc.instituto-camoes.pt/literatura/historialit.htm [consultado em 09-06-2010] http://www.vidaslusofonas.pt/asvidas.htm [consultado em 09-06-2010] http://www.leme.pt/biografias/80mulheres/castro.html
  • 25. Biblioteca Escolar Ano lectivo 2009/2010