SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 25
BIBLIOTECA PERO VAZ DE CAMINHA




A BIBLIOTECA SAIU DA ESCOLA

  E LEVOU A POESIA À RUA
Há Palavras Que Nos Beijam


Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca,
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.


Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto,
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.


De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas, inesperadas
Como a poesia ou o amor.


(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído,
No papel abandonado)


Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
                                      RESTAURANTE O ALCAIDE
                   Alexandre O’Neil
PIZZA HUT
NA PRAIA DA BOA NOVA …


            Na praia lá da Boa Nova, um dia,
            Edifiquei (foi esse o grande mal)
            Alto Castelo, o que é a fantasia,
            Todo de lápis-lazúli e coral!


            Naquelas redondezas não havia
            Quem se gabasse dum domínio igual:
            Oh Castelo tão alto! parecia
            O território dum Senhor feudal!


            Um dia (não sei quando, nem sei donde)
            Um vento seco de deserto e spleen
            Deitou por terra, ao pó que tudo esconde,
            O meu condado, o meu condado, sim!


            Porque eu já fui um poderoso Conde,
            Naquela idade em que se é conde assim...


            António Nobre




PIZZA HUT
PIZZA HUT
CANTICO NEGRO

                                                     Como, pois sereis vós
Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces   Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Estendendo-me os braços, e seguros                   Para eu derrubar os meus obstáculos?...
De que seria bom que eu os ouvisse                   Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
Quando me dizem: "vem por aqui!"                     E vós amais o que é fácil!
Eu olho-os com olhos lassos,                         Eu amo o Longe e a Miragem,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)             Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...                               Ide! Tendes estradas,
                                                     Tendes jardins, tendes canteiros,
A minha glória é esta:                               Tendes pátria, tendes tectos,
Criar desumanidade!                                  E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Não acompanhar ninguém.                              Eu tenho a minha Loucura !
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade                Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
Com que rasguei o ventre a minha mãe                 E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Não, não vou por aí! Só vou por onde                 Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Me levam meus próprios passos...                     Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
                                                     Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Se ao que busco saber nenhum de vós responde         Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
                                                     Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,             Ninguém me peça definições!
Redemoinhar aos ventos,                              Ninguém me diga: "vem por aqui"!
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,           A minha vida é um vendaval que se soltou.
A ir por aí...                                       É uma onda que se alevantou.
                                                     É um átomo a mais que se animou...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,                 Não sei para onde vou
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!   Não sei por onde vou
O mais que faço não vale nada.                       -Sei que não vou por aí!

                                                                                       José Régio
PINGO DOCE
PINGO DOCE
As Palavras Interditas


    Os navios existem e existe o teu rosto
    encostado ao rosto dos navios.
    Sem nenhum destino flutuam nas cidades,
    partem no vento, regressam nos rios.
    Na areia branca, onde o tempo começa,
    uma criança passa de costas para o mar.
    Anoitece. Não há dúvida, anoitece.
    É preciso partir, é preciso ficar.
    Os hospitais cobrem-se de cinza.
    Ondas de sombra quebram nas esquinas.
    Amo-te... E abrem-se janelas
    mostrando a brancura das cortinas.
    As palavras que te envio são interditas
    até, meu amor, pelo halo das searas;
    se alguma regressasse, nem já reconhecia
    o teu nome nas minhas curvas claras.
    Dói-me esta água, este ar que se respira,
    dói-me esta solidão de pedra escura,
    e estas mãos noturnas onde aperto
    os meus dias quebrados na cintura.
    E a noite cresce apaixonadamente.
    Nas suas margens vivas, desenhadas,
    cada homem tem apenas para dar
    um horizonte de cidades bombardeadas.


                              Eugénio de Andrade


FARMÁCIA MARQUES MENDONÇA
COLÉGIO LUSO-FRANCÊS
PÃO QUENTE A PADEIRINHA
PASTELARIA
PASTELARIA
Fanatismo


Minh'alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão de meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!

Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, vivo de rastros:
"Ah! Podem voar mundos, morrer
astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!...“

                   Florbela Espanca

                PASTELARIA
A PADEIRINHA
E POR VEZES


E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes


encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes


ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos


E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se envolam tantos anos.


                   David Mourão Ferreira
FARMÁCIA DO AMIAL
PASTELARIA A DIVINAL
AVÉ-MARIAS

Nas nossas ruas, ao anoitecer,
Há tal soturnidade, há tal melancolia,              E o fim de tarde inspira-me; e incomoda!
Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia        De um couraçado inglês vogam os escaleres;
                                                    E em terra num tinir de louças e talheres
Despertam-me um desejo absurdo de sofrer.
                                                    Flamejam, ao jantar, alguns hotéis da moda.
O céu parece baixo e de neblina,
O gás extravasado enjoa-me, perturba;               Num trem de praça arengam dois dentistas;
E os edifícios, com as chaminés, e a turba          Um trôpego arlequim braceja numas andas;
Toldam-se duma cor monótona e londrina              Os querubins do lar flutuam nas varandas;
                                                    Às portas, em cabelo, enfadam-se os lojistas!
Batem os carros de aluguer, ao fundo,
Levando à via-férrea os que se vão. Felizes!        Vazam-se os arsenais e as oficinas
Ocorrem-me em revista exposições, países;           Reluz, viscoso, o rio, apressam-se as obreiras;
                                                    E num cardume negro, hercúleas galhofeiras,
Madrid, Paris, Berlim, S. Petersburgo, o mundo!
                                                    Correndo com firmeza, assomam as varinas.
Semelham-se a gaiolas, com viveiros,
As edificações somente emadeiradas:                 Vêm sacudindo as ancas opulentas!
Como morcegos, ao cair das badaladas,               Seus troncos varonis recordam-me pilastras;
                                                    E algumas, à cabeça, embalam nas canastras
Saltam de viga os mestres carpinteiros.
                                                    Os filhos que depois naufragam nas tormentas.
Voltam os calafates, aos magotes,
                                                    Descalças! Nas descargas de carvão,
De jaquetão ao ombro, enfarruscados, secos;
                                                    Desde manhã à noite, a bordo das fragatas;
Embrenho-me, a cismar, por boqueirões, por becos,
Ou erro pelos cais a que se atracam botes.          E apinham-se num bairro aonde miam gatas,
                                                    E o peixe podre gera os focos de infecção!
E evoco, então, as crónicas navais:
Mouros, baixéis, heróis, tudo ressuscitado!
                                                                                        Cesário Verde, 1880
Luta Camões no Sul, salvando um livro a nado!
Singram soberbas naus que eu não verei jamais!
PASTELARIA A DIVINAL
PASTELARIA A DIVINAL
O PORTUGAL FUTURO


O Portugal futuro é um país
aonde o puro pássaro é possível
e sobre o leito negro do asfalto da estrada
as profundas crianças desenharão a giz
esse peixe da infância que vem na enxurrada
e me parece que se chama sável
Mas desenhem elas o que desenharem
é essa a forma do meu país
e chamem elas o que lhe chamarem
Portugal será e lá serei feliz
Poderá ser pequeno como este
ter a oeste o mar e a Espanha a leste
tudo nele será novo desde os ramos à raiz
À sombra dos plátanos as crianças dançarão
e na avenida que houver à beira-mar
pode o tempo mudar será verão
Gostaria de ouvir as horas do relógio da matriz
mas isso era o passado e podia ser duro
edificar sobre ele o Portugal futuro.


                                    Ruy Belo


                                                  RESTAURANTE O ALCAIDE

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Castro alves navio negreiro
Castro alves   navio negreiroCastro alves   navio negreiro
Castro alves navio negreiroTalita Travassos
 
Livro de poemas dos alunos do 8º Ano C e D, do Bartolomeu
Livro de poemas  dos alunos do 8º Ano C e D, do BartolomeuLivro de poemas  dos alunos do 8º Ano C e D, do Bartolomeu
Livro de poemas dos alunos do 8º Ano C e D, do BartolomeuPaulo Sérgio
 
O Navio Negreiro
O Navio NegreiroO Navio Negreiro
O Navio Negreiroguerda30
 
Vinicius de-moraes-novos-poemas-ii
Vinicius de-moraes-novos-poemas-iiVinicius de-moraes-novos-poemas-ii
Vinicius de-moraes-novos-poemas-iijcmucuge
 
Romantismo - Gerações Poéticas
Romantismo - Gerações PoéticasRomantismo - Gerações Poéticas
Romantismo - Gerações PoéticasEntrelinhas Curso
 
Este interior de serpentes alegres, de Péricles Prade
Este interior de serpentes alegres, de Péricles PradeEste interior de serpentes alegres, de Péricles Prade
Este interior de serpentes alegres, de Péricles PradeBlogPP
 
Poetas
PoetasPoetas
Poetasescola
 
Caderno de poesia 9º ano - Metas Português
Caderno de poesia 9º ano - Metas PortuguêsCaderno de poesia 9º ano - Metas Português
Caderno de poesia 9º ano - Metas Portuguêsbibliotecacampo
 
Retalhos. mo maie
Retalhos. mo maieRetalhos. mo maie
Retalhos. mo maieMo Maie
 
20120803 caderno poemas ciclo 3
20120803 caderno poemas ciclo 320120803 caderno poemas ciclo 3
20120803 caderno poemas ciclo 3crepalmela
 
Alexandre herculano a cruz mutilada
Alexandre herculano   a cruz mutiladaAlexandre herculano   a cruz mutilada
Alexandre herculano a cruz mutiladaTulipa Zoá
 
Alvares de azevedo poemas malditos
Alvares de azevedo   poemas malditosAlvares de azevedo   poemas malditos
Alvares de azevedo poemas malditosTulipa Zoá
 

Mais procurados (18)

IEL- Caderno de Poemas 7º, 8º e 9º anos
IEL- Caderno de Poemas 7º, 8º e 9º anosIEL- Caderno de Poemas 7º, 8º e 9º anos
IEL- Caderno de Poemas 7º, 8º e 9º anos
 
Romantismo
RomantismoRomantismo
Romantismo
 
Castro alves navio negreiro
Castro alves   navio negreiroCastro alves   navio negreiro
Castro alves navio negreiro
 
Livro de poemas dos alunos do 8º Ano C e D, do Bartolomeu
Livro de poemas  dos alunos do 8º Ano C e D, do BartolomeuLivro de poemas  dos alunos do 8º Ano C e D, do Bartolomeu
Livro de poemas dos alunos do 8º Ano C e D, do Bartolomeu
 
O Navio Negreiro
O Navio NegreiroO Navio Negreiro
O Navio Negreiro
 
Sessão leitura poética 2014
Sessão leitura poética 2014Sessão leitura poética 2014
Sessão leitura poética 2014
 
Vinicius de-moraes-novos-poemas-ii
Vinicius de-moraes-novos-poemas-iiVinicius de-moraes-novos-poemas-ii
Vinicius de-moraes-novos-poemas-ii
 
Romantismo - Gerações Poéticas
Romantismo - Gerações PoéticasRomantismo - Gerações Poéticas
Romantismo - Gerações Poéticas
 
Este interior de serpentes alegres, de Péricles Prade
Este interior de serpentes alegres, de Péricles PradeEste interior de serpentes alegres, de Péricles Prade
Este interior de serpentes alegres, de Péricles Prade
 
Poetas
PoetasPoetas
Poetas
 
Poetas
PoetasPoetas
Poetas
 
Sobre as Asas
Sobre as AsasSobre as Asas
Sobre as Asas
 
Caderno de poesia 9º ano - Metas Português
Caderno de poesia 9º ano - Metas PortuguêsCaderno de poesia 9º ano - Metas Português
Caderno de poesia 9º ano - Metas Português
 
Retalhos. mo maie
Retalhos. mo maieRetalhos. mo maie
Retalhos. mo maie
 
20120803 caderno poemas ciclo 3
20120803 caderno poemas ciclo 320120803 caderno poemas ciclo 3
20120803 caderno poemas ciclo 3
 
Abi personagens tipo bom
Abi personagens tipo bomAbi personagens tipo bom
Abi personagens tipo bom
 
Alexandre herculano a cruz mutilada
Alexandre herculano   a cruz mutiladaAlexandre herculano   a cruz mutilada
Alexandre herculano a cruz mutilada
 
Alvares de azevedo poemas malditos
Alvares de azevedo   poemas malditosAlvares de azevedo   poemas malditos
Alvares de azevedo poemas malditos
 

Destaque

Educação especial na escola a abordagem do tema pelas comunidade escolares ...
Educação especial na escola a abordagem do tema pelas comunidade escolares   ...Educação especial na escola a abordagem do tema pelas comunidade escolares   ...
Educação especial na escola a abordagem do tema pelas comunidade escolares ...Rodrigo Sousa
 
Lista de materiais ptodosjuntospodemos ler
Lista de materiais ptodosjuntospodemos lerLista de materiais ptodosjuntospodemos ler
Lista de materiais ptodosjuntospodemos lerclaudinapires
 
Projeto ilustrar ler mais...caminhar
Projeto   ilustrar ler mais...caminharProjeto   ilustrar ler mais...caminhar
Projeto ilustrar ler mais...caminharclaudinapires
 
Projeto ilustrar ler mais...caminhar
Projeto   ilustrar ler mais...caminharProjeto   ilustrar ler mais...caminhar
Projeto ilustrar ler mais...caminharclaudinapires
 
Apresentação comunicação alternativa
Apresentação comunicação alternativaApresentação comunicação alternativa
Apresentação comunicação alternativaTathiane Cuesta
 

Destaque (9)

Convite
ConviteConvite
Convite
 
Cartaz
 Cartaz Cartaz
Cartaz
 
Educação especial na escola a abordagem do tema pelas comunidade escolares ...
Educação especial na escola a abordagem do tema pelas comunidade escolares   ...Educação especial na escola a abordagem do tema pelas comunidade escolares   ...
Educação especial na escola a abordagem do tema pelas comunidade escolares ...
 
Apresentação
ApresentaçãoApresentação
Apresentação
 
Cartaz
CartazCartaz
Cartaz
 
Lista de materiais ptodosjuntospodemos ler
Lista de materiais ptodosjuntospodemos lerLista de materiais ptodosjuntospodemos ler
Lista de materiais ptodosjuntospodemos ler
 
Projeto ilustrar ler mais...caminhar
Projeto   ilustrar ler mais...caminharProjeto   ilustrar ler mais...caminhar
Projeto ilustrar ler mais...caminhar
 
Projeto ilustrar ler mais...caminhar
Projeto   ilustrar ler mais...caminharProjeto   ilustrar ler mais...caminhar
Projeto ilustrar ler mais...caminhar
 
Apresentação comunicação alternativa
Apresentação comunicação alternativaApresentação comunicação alternativa
Apresentação comunicação alternativa
 

Semelhante a Biblioteca leva poesia à rua

21 de março - Poesia, Floresta, Árvore
21 de março - Poesia, Floresta, Árvore21 de março - Poesia, Floresta, Árvore
21 de março - Poesia, Floresta, ÁrvoreDores Pinto
 
Poemas xx en galego sen filtro
Poemas xx en galego sen filtroPoemas xx en galego sen filtro
Poemas xx en galego sen filtrocenlf
 
Poemas XX en galego sen filtro
Poemas XX en galego sen filtroPoemas XX en galego sen filtro
Poemas XX en galego sen filtrocenlf
 
Biblioteca Global - Ponte entre Culturas
Biblioteca Global - Ponte entre CulturasBiblioteca Global - Ponte entre Culturas
Biblioteca Global - Ponte entre CulturasBesaf Biblioteca
 
Poesias mostra cultural
Poesias mostra culturalPoesias mostra cultural
Poesias mostra culturalBarbara Coelho
 
Caderno poemas 7_8_e_9_ano
Caderno poemas 7_8_e_9_anoCaderno poemas 7_8_e_9_ano
Caderno poemas 7_8_e_9_anoAELPB
 
Francisco Gil Castelo Branco - Conto Romantico Um Figurino
Francisco Gil Castelo Branco - Conto Romantico Um FigurinoFrancisco Gil Castelo Branco - Conto Romantico Um Figurino
Francisco Gil Castelo Branco - Conto Romantico Um Figurinowilson-alencar
 
Vinicius de-moraes-novos-poemas-ii
Vinicius de-moraes-novos-poemas-iiVinicius de-moraes-novos-poemas-ii
Vinicius de-moraes-novos-poemas-iijcmucuge
 
O navio negreiro
O navio negreiroO navio negreiro
O navio negreiroLRede
 
Caderno poemas 7_8_e_9_ano
Caderno poemas 7_8_e_9_anoCaderno poemas 7_8_e_9_ano
Caderno poemas 7_8_e_9_anogracatremoco45
 
Caderno poemas 7_8_e_9_ano
Caderno poemas 7_8_e_9_anoCaderno poemas 7_8_e_9_ano
Caderno poemas 7_8_e_9_anoCris Gonçalves
 
Poemas do mar
Poemas do marPoemas do mar
Poemas do marcruchinho
 
Camilo pessanha poemas
Camilo pessanha poemasCamilo pessanha poemas
Camilo pessanha poemasagnes2012
 

Semelhante a Biblioteca leva poesia à rua (20)

Romantismo
RomantismoRomantismo
Romantismo
 
21 de março - Poesia, Floresta, Árvore
21 de março - Poesia, Floresta, Árvore21 de março - Poesia, Floresta, Árvore
21 de março - Poesia, Floresta, Árvore
 
Poemas xx en galego sen filtro
Poemas xx en galego sen filtroPoemas xx en galego sen filtro
Poemas xx en galego sen filtro
 
Poemas XX en galego sen filtro
Poemas XX en galego sen filtroPoemas XX en galego sen filtro
Poemas XX en galego sen filtro
 
António Nobre
António NobreAntónio Nobre
António Nobre
 
Poemas de vários autores
Poemas de vários autoresPoemas de vários autores
Poemas de vários autores
 
Mós - Aldeia Medieval
Mós - Aldeia MedievalMós - Aldeia Medieval
Mós - Aldeia Medieval
 
Biblioteca Global - Ponte entre Culturas
Biblioteca Global - Ponte entre CulturasBiblioteca Global - Ponte entre Culturas
Biblioteca Global - Ponte entre Culturas
 
Poesias mostra cultural
Poesias mostra culturalPoesias mostra cultural
Poesias mostra cultural
 
Caderno poemas 7_8_e_9_ano
Caderno poemas 7_8_e_9_anoCaderno poemas 7_8_e_9_ano
Caderno poemas 7_8_e_9_ano
 
Francisco Gil Castelo Branco - Conto Romantico Um Figurino
Francisco Gil Castelo Branco - Conto Romantico Um FigurinoFrancisco Gil Castelo Branco - Conto Romantico Um Figurino
Francisco Gil Castelo Branco - Conto Romantico Um Figurino
 
Vinicius de-moraes-novos-poemas-ii
Vinicius de-moraes-novos-poemas-iiVinicius de-moraes-novos-poemas-ii
Vinicius de-moraes-novos-poemas-ii
 
O navio negreiro
O navio negreiroO navio negreiro
O navio negreiro
 
Caderno poemas português
Caderno poemas portuguêsCaderno poemas português
Caderno poemas português
 
Caderno poemas 7_8_e_9_ano
Caderno poemas 7_8_e_9_anoCaderno poemas 7_8_e_9_ano
Caderno poemas 7_8_e_9_ano
 
Caderno poemas 7_8_e_9_ano
Caderno poemas 7_8_e_9_anoCaderno poemas 7_8_e_9_ano
Caderno poemas 7_8_e_9_ano
 
Caderno poemas
Caderno poemasCaderno poemas
Caderno poemas
 
Poemas do mar
Poemas do marPoemas do mar
Poemas do mar
 
O navio negreiro
O navio negreiroO navio negreiro
O navio negreiro
 
Camilo pessanha poemas
Camilo pessanha poemasCamilo pessanha poemas
Camilo pessanha poemas
 

Mais de PeroVaz

Pf port91-ch2-2012-cc
Pf port91-ch2-2012-ccPf port91-ch2-2012-cc
Pf port91-ch2-2012-ccPeroVaz
 
Pf port91-ch2-2012
Pf port91-ch2-2012Pf port91-ch2-2012
Pf port91-ch2-2012PeroVaz
 
Pf port91-ch1-2012-cc
Pf port91-ch1-2012-ccPf port91-ch1-2012-cc
Pf port91-ch1-2012-ccPeroVaz
 
Pf port91-ch1-2012
Pf port91-ch1-2012Pf port91-ch1-2012
Pf port91-ch1-2012PeroVaz
 
Pf port91 ch2_2013_cc (1)
Pf port91 ch2_2013_cc (1)Pf port91 ch2_2013_cc (1)
Pf port91 ch2_2013_cc (1)PeroVaz
 
Pf port91 ch2_2013
Pf port91 ch2_2013Pf port91 ch2_2013
Pf port91 ch2_2013PeroVaz
 
Pf port91 ch1_2013_cc
Pf port91 ch1_2013_ccPf port91 ch1_2013_cc
Pf port91 ch1_2013_ccPeroVaz
 
Pf port91 ch1_2013
Pf port91 ch1_2013Pf port91 ch1_2013
Pf port91 ch1_2013PeroVaz
 
Pf port91-ch2-2014-cc
Pf port91-ch2-2014-ccPf port91-ch2-2014-cc
Pf port91-ch2-2014-ccPeroVaz
 
Pf port91-ch2-2014
Pf port91-ch2-2014Pf port91-ch2-2014
Pf port91-ch2-2014PeroVaz
 
Pf port91-ch1-2014-cc
Pf port91-ch1-2014-ccPf port91-ch1-2014-cc
Pf port91-ch1-2014-ccPeroVaz
 
Pf port91-ch1-2014
Pf port91-ch1-2014Pf port91-ch1-2014
Pf port91-ch1-2014PeroVaz
 
Pf port91-f2-2015-cc
Pf port91-f2-2015-ccPf port91-f2-2015-cc
Pf port91-f2-2015-ccPeroVaz
 
Pf port91-f2-2015
Pf port91-f2-2015Pf port91-f2-2015
Pf port91-f2-2015PeroVaz
 
Pf port91-f1-2015-cc
Pf port91-f1-2015-ccPf port91-f1-2015-cc
Pf port91-f1-2015-ccPeroVaz
 
Pf port91-f1-2015
Pf port91-f1-2015Pf port91-f1-2015
Pf port91-f1-2015PeroVaz
 
229656983 preparacao-para-prova-final-de-portugues-9º-ano-3º-ciclo
229656983 preparacao-para-prova-final-de-portugues-9º-ano-3º-ciclo229656983 preparacao-para-prova-final-de-portugues-9º-ano-3º-ciclo
229656983 preparacao-para-prova-final-de-portugues-9º-ano-3º-cicloPeroVaz
 
Folheto (alunos e enc. educ.
Folheto (alunos e enc. educ.Folheto (alunos e enc. educ.
Folheto (alunos e enc. educ.PeroVaz
 
Cartaz bullying
Cartaz   bullyingCartaz   bullying
Cartaz bullyingPeroVaz
 
Miguel ciganos
Miguel ciganosMiguel ciganos
Miguel ciganosPeroVaz
 

Mais de PeroVaz (20)

Pf port91-ch2-2012-cc
Pf port91-ch2-2012-ccPf port91-ch2-2012-cc
Pf port91-ch2-2012-cc
 
Pf port91-ch2-2012
Pf port91-ch2-2012Pf port91-ch2-2012
Pf port91-ch2-2012
 
Pf port91-ch1-2012-cc
Pf port91-ch1-2012-ccPf port91-ch1-2012-cc
Pf port91-ch1-2012-cc
 
Pf port91-ch1-2012
Pf port91-ch1-2012Pf port91-ch1-2012
Pf port91-ch1-2012
 
Pf port91 ch2_2013_cc (1)
Pf port91 ch2_2013_cc (1)Pf port91 ch2_2013_cc (1)
Pf port91 ch2_2013_cc (1)
 
Pf port91 ch2_2013
Pf port91 ch2_2013Pf port91 ch2_2013
Pf port91 ch2_2013
 
Pf port91 ch1_2013_cc
Pf port91 ch1_2013_ccPf port91 ch1_2013_cc
Pf port91 ch1_2013_cc
 
Pf port91 ch1_2013
Pf port91 ch1_2013Pf port91 ch1_2013
Pf port91 ch1_2013
 
Pf port91-ch2-2014-cc
Pf port91-ch2-2014-ccPf port91-ch2-2014-cc
Pf port91-ch2-2014-cc
 
Pf port91-ch2-2014
Pf port91-ch2-2014Pf port91-ch2-2014
Pf port91-ch2-2014
 
Pf port91-ch1-2014-cc
Pf port91-ch1-2014-ccPf port91-ch1-2014-cc
Pf port91-ch1-2014-cc
 
Pf port91-ch1-2014
Pf port91-ch1-2014Pf port91-ch1-2014
Pf port91-ch1-2014
 
Pf port91-f2-2015-cc
Pf port91-f2-2015-ccPf port91-f2-2015-cc
Pf port91-f2-2015-cc
 
Pf port91-f2-2015
Pf port91-f2-2015Pf port91-f2-2015
Pf port91-f2-2015
 
Pf port91-f1-2015-cc
Pf port91-f1-2015-ccPf port91-f1-2015-cc
Pf port91-f1-2015-cc
 
Pf port91-f1-2015
Pf port91-f1-2015Pf port91-f1-2015
Pf port91-f1-2015
 
229656983 preparacao-para-prova-final-de-portugues-9º-ano-3º-ciclo
229656983 preparacao-para-prova-final-de-portugues-9º-ano-3º-ciclo229656983 preparacao-para-prova-final-de-portugues-9º-ano-3º-ciclo
229656983 preparacao-para-prova-final-de-portugues-9º-ano-3º-ciclo
 
Folheto (alunos e enc. educ.
Folheto (alunos e enc. educ.Folheto (alunos e enc. educ.
Folheto (alunos e enc. educ.
 
Cartaz bullying
Cartaz   bullyingCartaz   bullying
Cartaz bullying
 
Miguel ciganos
Miguel ciganosMiguel ciganos
Miguel ciganos
 

Último

Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxBeatrizLittig1
 
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdfGEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdfElianeElika
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfMarianaMoraesMathias
 
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptxVARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptxMarlene Cunhada
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdfAna Lemos
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManuais Formação
 
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptxAtividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptxDianaSheila2
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)ElliotFerreira
 
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdfFicha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdfFtimaMoreira35
 
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfAula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfFernandaMota99
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxferreirapriscilla84
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavrasMary Alvarenga
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdflucassilva721057
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...licinioBorges
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Ilda Bicacro
 

Último (20)

Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
 
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdfGEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
 
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptxVARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
 
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptxAtividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
 
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdfFicha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
 
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfAula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavras
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
 

Biblioteca leva poesia à rua

  • 1. BIBLIOTECA PERO VAZ DE CAMINHA A BIBLIOTECA SAIU DA ESCOLA E LEVOU A POESIA À RUA
  • 2. Há Palavras Que Nos Beijam Há palavras que nos beijam Como se tivessem boca, Palavras de amor, de esperança, De imenso amor, de esperança louca. Palavras nuas que beijas Quando a noite perde o rosto, Palavras que se recusam Aos muros do teu desgosto. De repente coloridas Entre palavras sem cor, Esperadas, inesperadas Como a poesia ou o amor. (O nome de quem se ama Letra a letra revelado No mármore distraído, No papel abandonado) Palavras que nos transportam Aonde a noite é mais forte, Ao silêncio dos amantes RESTAURANTE O ALCAIDE Alexandre O’Neil
  • 4. NA PRAIA DA BOA NOVA … Na praia lá da Boa Nova, um dia, Edifiquei (foi esse o grande mal) Alto Castelo, o que é a fantasia, Todo de lápis-lazúli e coral! Naquelas redondezas não havia Quem se gabasse dum domínio igual: Oh Castelo tão alto! parecia O território dum Senhor feudal! Um dia (não sei quando, nem sei donde) Um vento seco de deserto e spleen Deitou por terra, ao pó que tudo esconde, O meu condado, o meu condado, sim! Porque eu já fui um poderoso Conde, Naquela idade em que se é conde assim... António Nobre PIZZA HUT
  • 6.
  • 7.
  • 8. CANTICO NEGRO Como, pois sereis vós Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem Estendendo-me os braços, e seguros Para eu derrubar os meus obstáculos?... De que seria bom que eu os ouvisse Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós, Quando me dizem: "vem por aqui!" E vós amais o que é fácil! Eu olho-os com olhos lassos, Eu amo o Longe e a Miragem, (Há, nos olhos meus, ironias e cansaços) Amo os abismos, as torrentes, os desertos... E cruzo os braços, E nunca vou por ali... Ide! Tendes estradas, Tendes jardins, tendes canteiros, A minha glória é esta: Tendes pátria, tendes tectos, Criar desumanidade! E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios... Não acompanhar ninguém. Eu tenho a minha Loucura ! - Que eu vivo com o mesmo sem-vontade Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura, Com que rasguei o ventre a minha mãe E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios... Não, não vou por aí! Só vou por onde Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém. Me levam meus próprios passos... Todos tiveram pai, todos tiveram mãe; Mas eu, que nunca principio nem acabo, Se ao que busco saber nenhum de vós responde Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo. Por que me repetis: "vem por aqui!"? Ah, que ninguém me dê piedosas intenções! Prefiro escorregar nos becos lamacentos, Ninguém me peça definições! Redemoinhar aos ventos, Ninguém me diga: "vem por aqui"! Como farrapos, arrastar os pés sangrentos, A minha vida é um vendaval que se soltou. A ir por aí... É uma onda que se alevantou. É um átomo a mais que se animou... Se vim ao mundo, foi Só para desflorar florestas virgens, Não sei para onde vou E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada! Não sei por onde vou O mais que faço não vale nada. -Sei que não vou por aí! José Régio
  • 11. As Palavras Interditas Os navios existem e existe o teu rosto encostado ao rosto dos navios. Sem nenhum destino flutuam nas cidades, partem no vento, regressam nos rios. Na areia branca, onde o tempo começa, uma criança passa de costas para o mar. Anoitece. Não há dúvida, anoitece. É preciso partir, é preciso ficar. Os hospitais cobrem-se de cinza. Ondas de sombra quebram nas esquinas. Amo-te... E abrem-se janelas mostrando a brancura das cortinas. As palavras que te envio são interditas até, meu amor, pelo halo das searas; se alguma regressasse, nem já reconhecia o teu nome nas minhas curvas claras. Dói-me esta água, este ar que se respira, dói-me esta solidão de pedra escura, e estas mãos noturnas onde aperto os meus dias quebrados na cintura. E a noite cresce apaixonadamente. Nas suas margens vivas, desenhadas, cada homem tem apenas para dar um horizonte de cidades bombardeadas. Eugénio de Andrade FARMÁCIA MARQUES MENDONÇA
  • 13. PÃO QUENTE A PADEIRINHA
  • 16. Fanatismo Minh'alma, de sonhar-te, anda perdida Meus olhos andam cegos de te ver! Não és sequer razão de meu viver, Pois que tu és já toda a minha vida! Não vejo nada assim enlouquecida... Passo no mundo, meu Amor, a ler No misterioso livro do teu ser A mesma história tantas vezes lida! Tudo no mundo é frágil, tudo passa..." Quando me dizem isto, toda a graça Duma boca divina fala em mim! E, olhos postos em ti, vivo de rastros: "Ah! Podem voar mundos, morrer astros, Que tu és como Deus: princípio e fim!...“ Florbela Espanca PASTELARIA
  • 17.
  • 19. E POR VEZES E por vezes as noites duram meses E por vezes os meses oceanos E por vezes os braços que apertamos nunca mais são os mesmos E por vezes encontramos de nós em poucos meses o que a noite nos fez em muitos anos E por vezes fingimos que lembramos E por vezes lembramos que por vezes ao tomarmos o gosto aos oceanos só o sarro das noites não dos meses lá no fundo dos copos encontramos E por vezes sorrimos ou choramos E por vezes por vezes ah por vezes num segundo se envolam tantos anos. David Mourão Ferreira
  • 22. AVÉ-MARIAS Nas nossas ruas, ao anoitecer, Há tal soturnidade, há tal melancolia, E o fim de tarde inspira-me; e incomoda! Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia De um couraçado inglês vogam os escaleres; E em terra num tinir de louças e talheres Despertam-me um desejo absurdo de sofrer. Flamejam, ao jantar, alguns hotéis da moda. O céu parece baixo e de neblina, O gás extravasado enjoa-me, perturba; Num trem de praça arengam dois dentistas; E os edifícios, com as chaminés, e a turba Um trôpego arlequim braceja numas andas; Toldam-se duma cor monótona e londrina Os querubins do lar flutuam nas varandas; Às portas, em cabelo, enfadam-se os lojistas! Batem os carros de aluguer, ao fundo, Levando à via-férrea os que se vão. Felizes! Vazam-se os arsenais e as oficinas Ocorrem-me em revista exposições, países; Reluz, viscoso, o rio, apressam-se as obreiras; E num cardume negro, hercúleas galhofeiras, Madrid, Paris, Berlim, S. Petersburgo, o mundo! Correndo com firmeza, assomam as varinas. Semelham-se a gaiolas, com viveiros, As edificações somente emadeiradas: Vêm sacudindo as ancas opulentas! Como morcegos, ao cair das badaladas, Seus troncos varonis recordam-me pilastras; E algumas, à cabeça, embalam nas canastras Saltam de viga os mestres carpinteiros. Os filhos que depois naufragam nas tormentas. Voltam os calafates, aos magotes, Descalças! Nas descargas de carvão, De jaquetão ao ombro, enfarruscados, secos; Desde manhã à noite, a bordo das fragatas; Embrenho-me, a cismar, por boqueirões, por becos, Ou erro pelos cais a que se atracam botes. E apinham-se num bairro aonde miam gatas, E o peixe podre gera os focos de infecção! E evoco, então, as crónicas navais: Mouros, baixéis, heróis, tudo ressuscitado! Cesário Verde, 1880 Luta Camões no Sul, salvando um livro a nado! Singram soberbas naus que eu não verei jamais!
  • 25. O PORTUGAL FUTURO O Portugal futuro é um país aonde o puro pássaro é possível e sobre o leito negro do asfalto da estrada as profundas crianças desenharão a giz esse peixe da infância que vem na enxurrada e me parece que se chama sável Mas desenhem elas o que desenharem é essa a forma do meu país e chamem elas o que lhe chamarem Portugal será e lá serei feliz Poderá ser pequeno como este ter a oeste o mar e a Espanha a leste tudo nele será novo desde os ramos à raiz À sombra dos plátanos as crianças dançarão e na avenida que houver à beira-mar pode o tempo mudar será verão Gostaria de ouvir as horas do relógio da matriz mas isso era o passado e podia ser duro edificar sobre ele o Portugal futuro. Ruy Belo RESTAURANTE O ALCAIDE