SlideShare uma empresa Scribd logo
SISTEMA DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM
CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM
DISCIPLINA: ENFERMAGEM ONCOLÓGICA
Professor: Anderson Corrêa
AULA 01: CARCINOGÊNSE
O câncer é um grupo de doenças, originado em
diferentes tecidos do corpo.1
A disfunção genética do câncer pode ser exacerbada
por fatores ambientais que atuam realizando mutação
de genes críticos.1
A maioria dos casos de câncer ocorre devido acúmulo
de mutações espontâneas nos tecidos somáticos1
As formas mais raras de câncer vêm de células com
baixa taxa de divisão celular1
Radiação, substâncias químicas mutagênicas e alguns
vírus podem induzir mutações irreversíveis,
transformando a célula em cancerosa -> Carcinógenos
Característica da célula cancerosa:
• Crescimento desregulado com crescimento por
sobreposição celular formando massas 1
• Acúmulo desregulado ocorre por câncer não responder
aos estímulos químicos que inibe a divisão celular e
porque não formam associação estáveis com células
vizinhas
Ciclo celular e o câncer: O ciclo celular é dividido em:
crescimento, síntese de DNA E Divisão celular, é
controlado por sinais químicos internos e externos.
• Transição entre G1, S, G2 e M são reguladas no check
point1
• Proteínas: Ciclinas e CDK exercem papel importante na
sinalização e progressão do ciclo celular. 1
• Um dos mais importantes check point chamado Start,
está no meio de G1 (Ciclina Tipo D e CDK4)1
• Em células tumorais os check points estão
desregulados1
• A fase G0 constitui a fase não proliferativa do tecido
(fase de descanso), sendo pouco vulnerável ao
quimioterápico. Estas células são apontadas como
causas de recidivas e metástases.2
• No período G1 ocorre intensa síntese de RNA e
proteínas com aumento do citoplasma 2
• Na fase S ocorre um aumento inicial na quantidade de
DNA polimerase e RNA. As duas cadeias que formam a
dupla-hélice separam-se e servem de molde para um
próximo DNA.2
• Período G2 é um tempo adicional para o crescimento
celular com completo replicação do DNA antes da
mitose.2
• Nos tecidos normais a mitose servirá para
preenchimento de necessidades orgânicas. Nas células
neoplásicas ocorre proliferação excessiva.2
• No tecido tumoral a medida que o tumor aumenta, a
fração de crescimento vai diminuindo por escassez de
nutrientes e oxigênio2
• O Fator de Angiogênse Tumoral possibilita a
angiogênese tumoral e nova aceleração da reprodução
celular.2
• Pode ocorrer perda da capacidade de diferenciação
celular.2
• A maioria dos quimioterápicos irá atuar no RNAt, RNAr
e RNAm dificultando a proliferação celular.2
Oncogenes: São grupos de genes que regulam a
atividade bioquímica dentro das células, dentre elas a
divisão celular
• Cada tipo de oncogene viral pode regular a expressão
de genes celulares , incluindo os envolvidos no
processo de divisão e crescimento 1
Genes Supressores tumorais:
São genes ativados quando os alelos oncogênicos estão
hiperexpressos ou quando produzem proteínas que
funcionam como ativador dominante predispondo a
tornar a célula cancerosa. O câncer só se desenvolve se
ocorrer uma segunda mutação na célula somática
inativando a função do alelo somático ST
São exemplos de Genes Supressores Tumorias (ST):
proteína RB, proteína p53, proteína pAPC, pBRCA1 e
pBRACA2,.
• Douglas Hanahan e Robert Weinber propuseram 6
vias que levam ao câncer maligno:
• 1: Autossuficiência na sinalização de processos de
crescimento
• 2: Anormalmente insensível a sinais que inibem
crescimento
• 3: Podem escapar da apoptose
• 4: Adquirem potencial replicativo ilimitado
• 5) Desenvolvem meios de se nutrir
• 6) Adquirem capacidade de invadir outros tecidos e
colonizá-los
Classificação da quimioterapia:
Terapia Curativa: Quando o tratamento sistêmico é
definitivo
Terapia adjuvante: Quando o tratamento sistêmico
tem o objetivo de aumentar a chance de cura após a
cirurgia
Terapia neodjuvante: quando o tratamento sistêmico
é realizado antes do tratamento cirúrgico curativo
Terapia paliativa: tem o objetivo de redução dos
sintomas relacionados a doença podendo ou não
prolongar a vida do paciente
• A quimioterapia é a administração de substâncias
químicas isoladas ou em combinação para tratar
neoplasias malignas não curáveis com radioterapia ou
cirurgia.
• Atuando no processo de crescimento e divisão
celular.
• São tóxicos aos tecidos de alta taxa mitótica e ciclo
celular curto.
• A ação antiproliferativa advém de alterações
bioquímicas ou estruturais na fase S, com apoptose
desencadeada devido lesão do DNA da célula
neoplásica.
• Bacarat (2000) classificou a quimioterapia em:
• 1) Ciclo-inespecífico: atuam em células que estão
ou não em proliferação
• 2) Ciclo-específico: Atuam somente nas células
em proliferação -> CTX
• 3) Fase-específico: Atuam em determinadas fases
do ciclo celular
A poliquimioterapia deve obedecer os critérios de:
• Diferentes mecanismos de ação
• Diferentes toxicidades
• Efetivas quando empregadas isoladamente
• Bases bioquímicas para o sinergismo
• Prazos diferentes de toxicidade
Vantagens da poliquimioterapia: Sinergismo, Retardo
da resistência tumoral, Doses menores,
Avaliação da resposta tumoral pode apresentar os
seguintes desfechos:
• SOBREVIDA
• REDUÇÃO TUMORAL
• REMISSÃO OU RESPOSTA COMPLETA
• REMISSÃO OU RESPOSTA PARCIAL
• DOENÇA ESTÁVEL
• PROGRESSÃO DA DOENÇA
Marcadores tumorais
• AFP – Alfafetoproteína
• B-HCG
• CA 15.3
• CA 19.9
• CA 72.4
• CA 125
• HE4
• Antígeno Carcinoembrionário (CEA)
• Antígeno Prostático Específico (PSA)
AULA 02: FERIDAS TUMORAIS
• As feridas tumorais são formadas pela
infiltração das células malignas do tumor nas
estruturas da pele. Ocorre quebra da integridade do
tegumento, levando à formação de uma ferida
evolutivamente exofítica. Isso se dá em decorrência da
proliferação celular descontrolada, que é provocada
pelo processo de oncogênese.
• Câncer de mama, C/B, Ovário, pênis, cólon e
linfoma contribuem mais para o aparecimento de
ferida oncológica em sítio primário ou metastático.²
• As feridas malignas são o resultado final do
processo de infiltração na pele por células tumorais
que invadem o epitélio -> Lesão vegetante.²
• O processo de formação das feridas
neoplásicas compreende três eventos:
Crescimento do tumor – leva ao rompimento da pele;
Neovascularização – provimento de substratos para o
crescimento tumoral;
Invasão da membrana basal das células saudáveis – há
processo de crescimento expansivo da ferida sobre a
superfície acometida.
Segue o modelo de formação de ferida tumoral:
Neovascularização → invasão da membrana basal por
cels. Tumorais → deslocamento de êmbolos das células
tumorais → agregação de capilares distantes (via
sanguínea ou linfática) → extravasamento e
proliferação.
Com o crescimento anormal e desorganizado, tem-se a
formação, no sítio da ferida, de verdadeiros agregados
de massa tumoral necrótica, onde ocorrerá
contaminação por micro-organismos aeróbicos (por
exemplo: Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus
aureus) e anaeróbicos (bacteroides). O produto final do
metabolismo desses micro-organismos são os ácidos
graxos voláteis (ácido acético, caproico), além dos
gases putrescina e cadaverina, que provocam odor
fétido às feridas tumorais.
Características da ferida oncológica
• Aparecimento em conjunto ou sozinhas, variando a
coloração da pele (rosa, violácea, vermelha ou
marrom)²
• Dificuldade no processo de cicatrização.²
• Alargamento no estágio inicial da lesão com
infiltração do epitélio e aporte linfático e sanguíneo.²
• Forma crateras ulceradas de bordas irregulares com
grande exsudato, odor, sangramento e alteração
física.²
• Presença da derme endurecida ou massa subcutânea,
aderida ao tecido com crescimento de massa tumoral.²
• Crescimento desordenado pode levar a compressão
de estruturas
• O Objetivo é alcançar o controle da exsudato ou
odor, sangramento, dor, prurido, e a meta é o
curativo confortável, funcional e estético¹
• Consenso entre toxicidade e efetividade, proteger
pele e bordas com pomada a base de óxido de zinco
tem sido técnica recomendada (Dor).
• Pacientes excluídos da fase de tratamento curativo
caminham para o aumento progressivo da ferida
neoplásica onde o tecido necrótico se prolifera e o uso
de produto antisséptico (considerado citotóxico) passa
a ser útil porque a cicatrização não é a meta¹
Classificação das feridas oncológicas malignas
Feridas ulcerativas malignas: Quando estão ulceradas
e formam crateras rasas
Feridas fungosas malignas: Quando são semelhantes a
couve-flor
Feridas fungosas malignas ulceradas: União do
aspecto vegetativo e ulcerado
Classificação quanto ao Odor:
Grau 1: Sentido ao abrir o curativo
Grau 2: Sentido ao se aproximar do paciente, sem abrir
o curativo, é caracteristicamente forte e nauseante
Grau 3: Sentido no ambiente, sem abrir o curativo. É
forte e nauseante
Classificação quanto ao estadiamento:
Estadiamento 1: Pele íntegra. Tecido de coloração
avermelhada ou violácea. Nódulo visível e delimitado.
Assintomático.
Estadiamento 1n: Fechada ou com abertura superficial
por orifício de drenagem de exsudato límpido, de
coloração amarelada ou de aspecto purulento. Tecido
avermelhado ou violáceo, seca ou úmida. Dor ou
prurido ocasionais. Sem odor.
Estadiamento 2: Aberta envolvendo derme e
epiderme. Friáveis e sensíveis à manipulação. Exsudato
ausente ou em pouca quantidade. Intenso processo
inflamatório ao redor. Dor e odor ocasionais.
Estadiamento 3: Espessa, envolve subcutâneo.
Profundidade regular. Saliente de formação irregular.
Característica: friável, ulcerada ou vegetativa, de odor
fétido e exsudato. Lesões satélites em risco de ruptura.
coloração avermelhada ou violácea.
Estadiamento 4: Invade profundas estruturas
anatômicas. Profundidade expressiva. Não se visualiza
seu limite. Em alguns casos, com exsudato abundante,
odor fétido e dor. Coloração avermelhada ou violácea,
porém, o leito da ferida encontra-se de coloração
amarelada.
A regressão da ferida só ocorre com o controle do
crescimento tumoral com cirurgia, quimioterapia,
radioterapia ou hormonioterapia.
A avaliação da ferida constitui em: localização,
tamanho, configuração, área de envolvimento, cor,
extensão (fístula), exsudato, sangramento,
descamação, sinais de infecção, acometimento de
órgãos e sistemas, prurido e dor.
• Cuidados básicos: Limpar a ferida para remoção
superficial de bactérias e debris; Conter/absorver
exsudato; Eliminar o espaço morto (preenchê-lo com
curativo); Eliminar a adesão de gaze às
bordas/superfície da ferida; Manter úmido o leito da
ferida; Promover os curativos simétricos com a
aparência do paciente; Empregar técnica cautelosa
visando à analgesia; Retirar as gazes anteriores com
irrigação abundante; Irrigar o leito da ferida com jato
de seringa 20 ml/agulha 40x12 mm; Proteger o curativo
com saco plástico durante o banho de aspersão e abri-
lo para troca somente no leito (evitando a dispersão de
exsudato e micro-organismos no ambiente).
• Cuidados específicos: Controle da dor: EVN, técnica
do curativo, óxido de zinco, Controle do Exsudato:
Curativo absortivo (carvão, alginato, compressa),
proteger a pele ao redor (óxido de zinco na pele
macerada e bordas); Controle do prurido: Adesivo
hipoalergênico, dexametasona creme 0,1% em
candidíase cutânea -> Sulfadiazina de prata; Avaliar
necessidade de desbridamento; Fístulas cutâneas:
óxido de zinco para perilesão, bolsa coletora fístula,
curativo absortivo com alginato/carvão; Lesão friável:
Aplicar pressão sobre os vasos sangrantes, SF 0,9%,
Alginato de cálcio, adrenalina em ponto sangrante,
manter úmido.; Avaliar necessidade de RT
hemostática, coagulante sistêmico (ác. Aminocaproico)
• Manejo do odor
• Grau I: Limpeza + Clorexidina degermante+ Manter
gaze embebida em hidróxido de alumínio no leito , ->
Outras: Sulfadiazina de prata e/ou carvão ativado com
gaze úmida + vaselina líquida
• Grau II: Metronidazol a 0,8% + vaselina, Escarotomia
SN
• Grau III: Metronidazol oral/ EV (Máx 14 dias), 1
comprimido de 250 mg + 50 ml SF 0,9% caso o gel
esteja indisponível
Gel vaginal 10% -> Intravaginal
Nos casos de miíase:
• Utilizar antiparasitário por via oral (VO). Recomenda-
se ivermectina 6 mg, um comprimido por VO/30 kg de
peso, em dose única;
• Limpeza rigorosa da ferida;
• Retirada mecânica das larvas, quando possível.
• Troca de curativos com maior frequência, ate que
haja controle de odor e exsudato e a certeza de que
todas as larvas foram eliminadas;
• Detectar possível infecção secundária e necessidade
de antibióticoterapia sistêmica.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Querida
QueridaQuerida
Querida
Leo Fawkes
 
As Bases genéticas do Câncer
As Bases genéticas do CâncerAs Bases genéticas do Câncer
As Bases genéticas do Câncer
Amanda Gerardel
 
CâNcer
CâNcerCâNcer
CâNcer
ISJ
 
Genética do câncer 14.04.14
Genética do câncer 14.04.14Genética do câncer 14.04.14
Genética do câncer 14.04.14
Rhomelio Anderson
 
Neoplasia slide
Neoplasia slideNeoplasia slide
Neoplasia slide
Letícia Morais
 
Neoplasias
NeoplasiasNeoplasias
Neoplasias
Nathalia Fuga
 
Aula oncologia ii
Aula oncologia iiAula oncologia ii
Aula oncologia ii
Sergio Garcia
 
Oncologia Enfermagem
Oncologia EnfermagemOncologia Enfermagem
Oncologia Enfermagem
SuziannaSampaio1
 
Seminario de genetica
Seminario de geneticaSeminario de genetica
Biologia molecular-do-cancer
Biologia molecular-do-cancerBiologia molecular-do-cancer
Biologia molecular-do-cancer
Caroline Bezerra
 
Aula - Quimioterápicos - Antineoplásicos
Aula - Quimioterápicos - AntineoplásicosAula - Quimioterápicos - Antineoplásicos
Aula - Quimioterápicos - Antineoplásicos
Mauro Cunha Xavier Pinto
 
C:\Fakepath\Trabalho Neoplasia
C:\Fakepath\Trabalho NeoplasiaC:\Fakepath\Trabalho Neoplasia
C:\Fakepath\Trabalho Neoplasia
Fernanda Kokol
 
Neoplasia 1
Neoplasia 1Neoplasia 1
Neoplasia 1
Mardelene Gomes
 
Biologia Molecular Aplicada ao Câncer
Biologia Molecular Aplicada ao CâncerBiologia Molecular Aplicada ao Câncer
Biologia Molecular Aplicada ao Câncer
Marjory Alana Marcello
 
Imuno-Oncologia - Novo campo de conhecimento dentro da Oncologia
Imuno-Oncologia - Novo campo de conhecimentodentro da OncologiaImuno-Oncologia - Novo campo de conhecimentodentro da Oncologia
Imuno-Oncologia - Novo campo de conhecimento dentro da Oncologia
Oncoguia
 
A célula cancerosa
A célula cancerosaA célula cancerosa
A célula cancerosa
Fábio Ianomami
 
Imunocancer
ImunocancerImunocancer
Imunocancer
Thiago Henrique
 
Oncologia +i
Oncologia +iOncologia +i
Paciente oncológico
Paciente oncológicoPaciente oncológico
Paciente oncológico
Iapes Ensino
 

Mais procurados (19)

Querida
QueridaQuerida
Querida
 
As Bases genéticas do Câncer
As Bases genéticas do CâncerAs Bases genéticas do Câncer
As Bases genéticas do Câncer
 
CâNcer
CâNcerCâNcer
CâNcer
 
Genética do câncer 14.04.14
Genética do câncer 14.04.14Genética do câncer 14.04.14
Genética do câncer 14.04.14
 
Neoplasia slide
Neoplasia slideNeoplasia slide
Neoplasia slide
 
Neoplasias
NeoplasiasNeoplasias
Neoplasias
 
Aula oncologia ii
Aula oncologia iiAula oncologia ii
Aula oncologia ii
 
Oncologia Enfermagem
Oncologia EnfermagemOncologia Enfermagem
Oncologia Enfermagem
 
Seminario de genetica
Seminario de geneticaSeminario de genetica
Seminario de genetica
 
Biologia molecular-do-cancer
Biologia molecular-do-cancerBiologia molecular-do-cancer
Biologia molecular-do-cancer
 
Aula - Quimioterápicos - Antineoplásicos
Aula - Quimioterápicos - AntineoplásicosAula - Quimioterápicos - Antineoplásicos
Aula - Quimioterápicos - Antineoplásicos
 
C:\Fakepath\Trabalho Neoplasia
C:\Fakepath\Trabalho NeoplasiaC:\Fakepath\Trabalho Neoplasia
C:\Fakepath\Trabalho Neoplasia
 
Neoplasia 1
Neoplasia 1Neoplasia 1
Neoplasia 1
 
Biologia Molecular Aplicada ao Câncer
Biologia Molecular Aplicada ao CâncerBiologia Molecular Aplicada ao Câncer
Biologia Molecular Aplicada ao Câncer
 
Imuno-Oncologia - Novo campo de conhecimento dentro da Oncologia
Imuno-Oncologia - Novo campo de conhecimentodentro da OncologiaImuno-Oncologia - Novo campo de conhecimentodentro da Oncologia
Imuno-Oncologia - Novo campo de conhecimento dentro da Oncologia
 
A célula cancerosa
A célula cancerosaA célula cancerosa
A célula cancerosa
 
Imunocancer
ImunocancerImunocancer
Imunocancer
 
Oncologia +i
Oncologia +iOncologia +i
Oncologia +i
 
Paciente oncológico
Paciente oncológicoPaciente oncológico
Paciente oncológico
 

Semelhante a Oncologia apostila 1

10. quimioterápicos 20 e 21 maio
10. quimioterápicos 20 e 21 maio 10. quimioterápicos 20 e 21 maio
10. quimioterápicos 20 e 21 maio
Luiz Gonçalves Mendes Jr
 
câncer
 câncer câncer
câncer
Alison Regis
 
oncologia aula 1.pptx
oncologia aula 1.pptxoncologia aula 1.pptx
oncologia aula 1.pptx
KarinyNayara1
 
O Cancro
O CancroO Cancro
O Cancro
AnaGomes40
 
ONCOLOGIA
ONCOLOGIAONCOLOGIA
ONCOLOGIA
KarinyNayara1
 
NeoplasiaS.pdf
NeoplasiaS.pdfNeoplasiaS.pdf
NeoplasiaS.pdf
RomuloHalley1
 
Radiobiologia
RadiobiologiaRadiobiologia
Radiobiologia
Rui P Rodrigues
 
Câncer e o ciclo celular
Câncer e o ciclo celularCâncer e o ciclo celular
Câncer e o ciclo celular
Luane Carenina
 
Câncer e o ciclo celular
Câncer e o ciclo celularCâncer e o ciclo celular
Câncer e o ciclo celular
Luane Carenina
 
Cancer bio l
Cancer bio lCancer bio l
Cancer bio l
Viviane Porto
 
Desfecho da inflamação aguda
Desfecho da inflamação agudaDesfecho da inflamação aguda
Desfecho da inflamação aguda
Nathalia Fuga
 
2014916 195915 inflamação+aguda+e+crônica
2014916 195915 inflamação+aguda+e+crônica2014916 195915 inflamação+aguda+e+crônica
2014916 195915 inflamação+aguda+e+crônica
Caroline Leite
 
ESTETICAEMONCOLOGIA
ESTETICAEMONCOLOGIAESTETICAEMONCOLOGIA
ESTETICAEMONCOLOGIA
RogerioJR3
 
Aula 07 alteração oncologica
Aula 07   alteração oncologicaAula 07   alteração oncologica
Aula 07 alteração oncologica
Odilon Vieira Dos Santos
 
CUIDADOS_INTEG_CUTANEA.pdf
CUIDADOS_INTEG_CUTANEA.pdfCUIDADOS_INTEG_CUTANEA.pdf
CUIDADOS_INTEG_CUTANEA.pdf
ssuser0ecaee
 
Fisiopatologia ii
Fisiopatologia iiFisiopatologia ii
Fisiopatologia ii
Rosely_ro
 
AULA 6 - Inflamação.pptxjdhxhxnxjxjdjdjfjjf
AULA 6 - Inflamação.pptxjdhxhxnxjxjdjdjfjjfAULA 6 - Inflamação.pptxjdhxhxnxjxjdjdjfjjf
AULA 6 - Inflamação.pptxjdhxhxnxjxjdjdjfjjf
AngelicaCostaMeirele2
 
Inflamação
InflamaçãoInflamação
Inflamação
Nathalia Fuga
 
Neoplasias - Alterações de crescimento Celulares
Neoplasias - Alterações de crescimento CelularesNeoplasias - Alterações de crescimento Celulares
Neoplasias - Alterações de crescimento Celulares
FbioCahu
 
Patologia 05 reparo celular - med resumos - arlindo netto
Patologia 05   reparo celular - med resumos - arlindo nettoPatologia 05   reparo celular - med resumos - arlindo netto
Patologia 05 reparo celular - med resumos - arlindo netto
Jucie Vasconcelos
 

Semelhante a Oncologia apostila 1 (20)

10. quimioterápicos 20 e 21 maio
10. quimioterápicos 20 e 21 maio 10. quimioterápicos 20 e 21 maio
10. quimioterápicos 20 e 21 maio
 
câncer
 câncer câncer
câncer
 
oncologia aula 1.pptx
oncologia aula 1.pptxoncologia aula 1.pptx
oncologia aula 1.pptx
 
O Cancro
O CancroO Cancro
O Cancro
 
ONCOLOGIA
ONCOLOGIAONCOLOGIA
ONCOLOGIA
 
NeoplasiaS.pdf
NeoplasiaS.pdfNeoplasiaS.pdf
NeoplasiaS.pdf
 
Radiobiologia
RadiobiologiaRadiobiologia
Radiobiologia
 
Câncer e o ciclo celular
Câncer e o ciclo celularCâncer e o ciclo celular
Câncer e o ciclo celular
 
Câncer e o ciclo celular
Câncer e o ciclo celularCâncer e o ciclo celular
Câncer e o ciclo celular
 
Cancer bio l
Cancer bio lCancer bio l
Cancer bio l
 
Desfecho da inflamação aguda
Desfecho da inflamação agudaDesfecho da inflamação aguda
Desfecho da inflamação aguda
 
2014916 195915 inflamação+aguda+e+crônica
2014916 195915 inflamação+aguda+e+crônica2014916 195915 inflamação+aguda+e+crônica
2014916 195915 inflamação+aguda+e+crônica
 
ESTETICAEMONCOLOGIA
ESTETICAEMONCOLOGIAESTETICAEMONCOLOGIA
ESTETICAEMONCOLOGIA
 
Aula 07 alteração oncologica
Aula 07   alteração oncologicaAula 07   alteração oncologica
Aula 07 alteração oncologica
 
CUIDADOS_INTEG_CUTANEA.pdf
CUIDADOS_INTEG_CUTANEA.pdfCUIDADOS_INTEG_CUTANEA.pdf
CUIDADOS_INTEG_CUTANEA.pdf
 
Fisiopatologia ii
Fisiopatologia iiFisiopatologia ii
Fisiopatologia ii
 
AULA 6 - Inflamação.pptxjdhxhxnxjxjdjdjfjjf
AULA 6 - Inflamação.pptxjdhxhxnxjxjdjdjfjjfAULA 6 - Inflamação.pptxjdhxhxnxjxjdjdjfjjf
AULA 6 - Inflamação.pptxjdhxhxnxjxjdjdjfjjf
 
Inflamação
InflamaçãoInflamação
Inflamação
 
Neoplasias - Alterações de crescimento Celulares
Neoplasias - Alterações de crescimento CelularesNeoplasias - Alterações de crescimento Celulares
Neoplasias - Alterações de crescimento Celulares
 
Patologia 05 reparo celular - med resumos - arlindo netto
Patologia 05   reparo celular - med resumos - arlindo nettoPatologia 05   reparo celular - med resumos - arlindo netto
Patologia 05 reparo celular - med resumos - arlindo netto
 

Último

8. Medicamentos que atuam no Sistema Endócrino.pdf
8. Medicamentos que atuam no Sistema Endócrino.pdf8. Medicamentos que atuam no Sistema Endócrino.pdf
8. Medicamentos que atuam no Sistema Endócrino.pdf
jhordana1
 
higienização de espaços e equipamentos
higienização de    espaços e equipamentoshigienização de    espaços e equipamentos
higienização de espaços e equipamentos
Manuel Pacheco Vieira
 
3° Aula.ppt historia do Sistema Unico de Saude
3° Aula.ppt historia do Sistema Unico de Saude3° Aula.ppt historia do Sistema Unico de Saude
3° Aula.ppt historia do Sistema Unico de Saude
WilberthLincoln1
 
Bioquímica [Salvo automaticamente] [Salvo automaticamente].pptx
Bioquímica [Salvo automaticamente] [Salvo automaticamente].pptxBioquímica [Salvo automaticamente] [Salvo automaticamente].pptx
Bioquímica [Salvo automaticamente] [Salvo automaticamente].pptx
BeatrizLittig1
 
Teoria de enfermagem de Callista Roy.pdf
Teoria de enfermagem de Callista Roy.pdfTeoria de enfermagem de Callista Roy.pdf
Teoria de enfermagem de Callista Roy.pdf
jhordana1
 
Medicamentos que atuam no Sistema Digestório.pdf
Medicamentos que atuam no Sistema Digestório.pdfMedicamentos que atuam no Sistema Digestório.pdf
Medicamentos que atuam no Sistema Digestório.pdf
jhordana1
 
Treinamento NR35_Trabalho em Altura 2024.pptx
Treinamento NR35_Trabalho em Altura 2024.pptxTreinamento NR35_Trabalho em Altura 2024.pptx
Treinamento NR35_Trabalho em Altura 2024.pptx
Ruan130129
 
saúde coletiva para tecnico em enfermagem
saúde coletiva para tecnico em enfermagemsaúde coletiva para tecnico em enfermagem
saúde coletiva para tecnico em enfermagem
DavyllaVerasMenezes
 

Último (8)

8. Medicamentos que atuam no Sistema Endócrino.pdf
8. Medicamentos que atuam no Sistema Endócrino.pdf8. Medicamentos que atuam no Sistema Endócrino.pdf
8. Medicamentos que atuam no Sistema Endócrino.pdf
 
higienização de espaços e equipamentos
higienização de    espaços e equipamentoshigienização de    espaços e equipamentos
higienização de espaços e equipamentos
 
3° Aula.ppt historia do Sistema Unico de Saude
3° Aula.ppt historia do Sistema Unico de Saude3° Aula.ppt historia do Sistema Unico de Saude
3° Aula.ppt historia do Sistema Unico de Saude
 
Bioquímica [Salvo automaticamente] [Salvo automaticamente].pptx
Bioquímica [Salvo automaticamente] [Salvo automaticamente].pptxBioquímica [Salvo automaticamente] [Salvo automaticamente].pptx
Bioquímica [Salvo automaticamente] [Salvo automaticamente].pptx
 
Teoria de enfermagem de Callista Roy.pdf
Teoria de enfermagem de Callista Roy.pdfTeoria de enfermagem de Callista Roy.pdf
Teoria de enfermagem de Callista Roy.pdf
 
Medicamentos que atuam no Sistema Digestório.pdf
Medicamentos que atuam no Sistema Digestório.pdfMedicamentos que atuam no Sistema Digestório.pdf
Medicamentos que atuam no Sistema Digestório.pdf
 
Treinamento NR35_Trabalho em Altura 2024.pptx
Treinamento NR35_Trabalho em Altura 2024.pptxTreinamento NR35_Trabalho em Altura 2024.pptx
Treinamento NR35_Trabalho em Altura 2024.pptx
 
saúde coletiva para tecnico em enfermagem
saúde coletiva para tecnico em enfermagemsaúde coletiva para tecnico em enfermagem
saúde coletiva para tecnico em enfermagem
 

Oncologia apostila 1

  • 1. SISTEMA DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM DISCIPLINA: ENFERMAGEM ONCOLÓGICA Professor: Anderson Corrêa AULA 01: CARCINOGÊNSE O câncer é um grupo de doenças, originado em diferentes tecidos do corpo.1 A disfunção genética do câncer pode ser exacerbada por fatores ambientais que atuam realizando mutação de genes críticos.1 A maioria dos casos de câncer ocorre devido acúmulo de mutações espontâneas nos tecidos somáticos1 As formas mais raras de câncer vêm de células com baixa taxa de divisão celular1 Radiação, substâncias químicas mutagênicas e alguns vírus podem induzir mutações irreversíveis, transformando a célula em cancerosa -> Carcinógenos Característica da célula cancerosa: • Crescimento desregulado com crescimento por sobreposição celular formando massas 1 • Acúmulo desregulado ocorre por câncer não responder aos estímulos químicos que inibe a divisão celular e porque não formam associação estáveis com células vizinhas Ciclo celular e o câncer: O ciclo celular é dividido em: crescimento, síntese de DNA E Divisão celular, é controlado por sinais químicos internos e externos. • Transição entre G1, S, G2 e M são reguladas no check point1 • Proteínas: Ciclinas e CDK exercem papel importante na sinalização e progressão do ciclo celular. 1 • Um dos mais importantes check point chamado Start, está no meio de G1 (Ciclina Tipo D e CDK4)1 • Em células tumorais os check points estão desregulados1 • A fase G0 constitui a fase não proliferativa do tecido (fase de descanso), sendo pouco vulnerável ao quimioterápico. Estas células são apontadas como causas de recidivas e metástases.2 • No período G1 ocorre intensa síntese de RNA e proteínas com aumento do citoplasma 2 • Na fase S ocorre um aumento inicial na quantidade de DNA polimerase e RNA. As duas cadeias que formam a dupla-hélice separam-se e servem de molde para um próximo DNA.2 • Período G2 é um tempo adicional para o crescimento celular com completo replicação do DNA antes da mitose.2 • Nos tecidos normais a mitose servirá para preenchimento de necessidades orgânicas. Nas células neoplásicas ocorre proliferação excessiva.2 • No tecido tumoral a medida que o tumor aumenta, a fração de crescimento vai diminuindo por escassez de nutrientes e oxigênio2 • O Fator de Angiogênse Tumoral possibilita a angiogênese tumoral e nova aceleração da reprodução celular.2 • Pode ocorrer perda da capacidade de diferenciação celular.2 • A maioria dos quimioterápicos irá atuar no RNAt, RNAr e RNAm dificultando a proliferação celular.2 Oncogenes: São grupos de genes que regulam a atividade bioquímica dentro das células, dentre elas a divisão celular • Cada tipo de oncogene viral pode regular a expressão de genes celulares , incluindo os envolvidos no processo de divisão e crescimento 1 Genes Supressores tumorais: São genes ativados quando os alelos oncogênicos estão hiperexpressos ou quando produzem proteínas que funcionam como ativador dominante predispondo a tornar a célula cancerosa. O câncer só se desenvolve se ocorrer uma segunda mutação na célula somática inativando a função do alelo somático ST São exemplos de Genes Supressores Tumorias (ST): proteína RB, proteína p53, proteína pAPC, pBRCA1 e pBRACA2,. • Douglas Hanahan e Robert Weinber propuseram 6 vias que levam ao câncer maligno:
  • 2. • 1: Autossuficiência na sinalização de processos de crescimento • 2: Anormalmente insensível a sinais que inibem crescimento • 3: Podem escapar da apoptose • 4: Adquirem potencial replicativo ilimitado • 5) Desenvolvem meios de se nutrir • 6) Adquirem capacidade de invadir outros tecidos e colonizá-los Classificação da quimioterapia: Terapia Curativa: Quando o tratamento sistêmico é definitivo Terapia adjuvante: Quando o tratamento sistêmico tem o objetivo de aumentar a chance de cura após a cirurgia Terapia neodjuvante: quando o tratamento sistêmico é realizado antes do tratamento cirúrgico curativo Terapia paliativa: tem o objetivo de redução dos sintomas relacionados a doença podendo ou não prolongar a vida do paciente • A quimioterapia é a administração de substâncias químicas isoladas ou em combinação para tratar neoplasias malignas não curáveis com radioterapia ou cirurgia. • Atuando no processo de crescimento e divisão celular. • São tóxicos aos tecidos de alta taxa mitótica e ciclo celular curto. • A ação antiproliferativa advém de alterações bioquímicas ou estruturais na fase S, com apoptose desencadeada devido lesão do DNA da célula neoplásica. • Bacarat (2000) classificou a quimioterapia em: • 1) Ciclo-inespecífico: atuam em células que estão ou não em proliferação • 2) Ciclo-específico: Atuam somente nas células em proliferação -> CTX • 3) Fase-específico: Atuam em determinadas fases do ciclo celular A poliquimioterapia deve obedecer os critérios de: • Diferentes mecanismos de ação • Diferentes toxicidades • Efetivas quando empregadas isoladamente • Bases bioquímicas para o sinergismo • Prazos diferentes de toxicidade Vantagens da poliquimioterapia: Sinergismo, Retardo da resistência tumoral, Doses menores, Avaliação da resposta tumoral pode apresentar os seguintes desfechos: • SOBREVIDA • REDUÇÃO TUMORAL • REMISSÃO OU RESPOSTA COMPLETA • REMISSÃO OU RESPOSTA PARCIAL • DOENÇA ESTÁVEL • PROGRESSÃO DA DOENÇA Marcadores tumorais • AFP – Alfafetoproteína • B-HCG • CA 15.3 • CA 19.9 • CA 72.4 • CA 125 • HE4 • Antígeno Carcinoembrionário (CEA) • Antígeno Prostático Específico (PSA) AULA 02: FERIDAS TUMORAIS • As feridas tumorais são formadas pela infiltração das células malignas do tumor nas estruturas da pele. Ocorre quebra da integridade do tegumento, levando à formação de uma ferida evolutivamente exofítica. Isso se dá em decorrência da proliferação celular descontrolada, que é provocada pelo processo de oncogênese. • Câncer de mama, C/B, Ovário, pênis, cólon e linfoma contribuem mais para o aparecimento de ferida oncológica em sítio primário ou metastático.² • As feridas malignas são o resultado final do processo de infiltração na pele por células tumorais que invadem o epitélio -> Lesão vegetante.²
  • 3. • O processo de formação das feridas neoplásicas compreende três eventos: Crescimento do tumor – leva ao rompimento da pele; Neovascularização – provimento de substratos para o crescimento tumoral; Invasão da membrana basal das células saudáveis – há processo de crescimento expansivo da ferida sobre a superfície acometida. Segue o modelo de formação de ferida tumoral: Neovascularização → invasão da membrana basal por cels. Tumorais → deslocamento de êmbolos das células tumorais → agregação de capilares distantes (via sanguínea ou linfática) → extravasamento e proliferação. Com o crescimento anormal e desorganizado, tem-se a formação, no sítio da ferida, de verdadeiros agregados de massa tumoral necrótica, onde ocorrerá contaminação por micro-organismos aeróbicos (por exemplo: Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus) e anaeróbicos (bacteroides). O produto final do metabolismo desses micro-organismos são os ácidos graxos voláteis (ácido acético, caproico), além dos gases putrescina e cadaverina, que provocam odor fétido às feridas tumorais. Características da ferida oncológica • Aparecimento em conjunto ou sozinhas, variando a coloração da pele (rosa, violácea, vermelha ou marrom)² • Dificuldade no processo de cicatrização.² • Alargamento no estágio inicial da lesão com infiltração do epitélio e aporte linfático e sanguíneo.² • Forma crateras ulceradas de bordas irregulares com grande exsudato, odor, sangramento e alteração física.² • Presença da derme endurecida ou massa subcutânea, aderida ao tecido com crescimento de massa tumoral.² • Crescimento desordenado pode levar a compressão de estruturas • O Objetivo é alcançar o controle da exsudato ou odor, sangramento, dor, prurido, e a meta é o curativo confortável, funcional e estético¹ • Consenso entre toxicidade e efetividade, proteger pele e bordas com pomada a base de óxido de zinco tem sido técnica recomendada (Dor). • Pacientes excluídos da fase de tratamento curativo caminham para o aumento progressivo da ferida neoplásica onde o tecido necrótico se prolifera e o uso de produto antisséptico (considerado citotóxico) passa a ser útil porque a cicatrização não é a meta¹ Classificação das feridas oncológicas malignas Feridas ulcerativas malignas: Quando estão ulceradas e formam crateras rasas Feridas fungosas malignas: Quando são semelhantes a couve-flor Feridas fungosas malignas ulceradas: União do aspecto vegetativo e ulcerado Classificação quanto ao Odor: Grau 1: Sentido ao abrir o curativo Grau 2: Sentido ao se aproximar do paciente, sem abrir o curativo, é caracteristicamente forte e nauseante Grau 3: Sentido no ambiente, sem abrir o curativo. É forte e nauseante Classificação quanto ao estadiamento: Estadiamento 1: Pele íntegra. Tecido de coloração avermelhada ou violácea. Nódulo visível e delimitado. Assintomático. Estadiamento 1n: Fechada ou com abertura superficial por orifício de drenagem de exsudato límpido, de coloração amarelada ou de aspecto purulento. Tecido avermelhado ou violáceo, seca ou úmida. Dor ou prurido ocasionais. Sem odor. Estadiamento 2: Aberta envolvendo derme e epiderme. Friáveis e sensíveis à manipulação. Exsudato ausente ou em pouca quantidade. Intenso processo inflamatório ao redor. Dor e odor ocasionais. Estadiamento 3: Espessa, envolve subcutâneo. Profundidade regular. Saliente de formação irregular. Característica: friável, ulcerada ou vegetativa, de odor fétido e exsudato. Lesões satélites em risco de ruptura. coloração avermelhada ou violácea. Estadiamento 4: Invade profundas estruturas anatômicas. Profundidade expressiva. Não se visualiza seu limite. Em alguns casos, com exsudato abundante, odor fétido e dor. Coloração avermelhada ou violácea, porém, o leito da ferida encontra-se de coloração amarelada.
  • 4. A regressão da ferida só ocorre com o controle do crescimento tumoral com cirurgia, quimioterapia, radioterapia ou hormonioterapia. A avaliação da ferida constitui em: localização, tamanho, configuração, área de envolvimento, cor, extensão (fístula), exsudato, sangramento, descamação, sinais de infecção, acometimento de órgãos e sistemas, prurido e dor. • Cuidados básicos: Limpar a ferida para remoção superficial de bactérias e debris; Conter/absorver exsudato; Eliminar o espaço morto (preenchê-lo com curativo); Eliminar a adesão de gaze às bordas/superfície da ferida; Manter úmido o leito da ferida; Promover os curativos simétricos com a aparência do paciente; Empregar técnica cautelosa visando à analgesia; Retirar as gazes anteriores com irrigação abundante; Irrigar o leito da ferida com jato de seringa 20 ml/agulha 40x12 mm; Proteger o curativo com saco plástico durante o banho de aspersão e abri- lo para troca somente no leito (evitando a dispersão de exsudato e micro-organismos no ambiente). • Cuidados específicos: Controle da dor: EVN, técnica do curativo, óxido de zinco, Controle do Exsudato: Curativo absortivo (carvão, alginato, compressa), proteger a pele ao redor (óxido de zinco na pele macerada e bordas); Controle do prurido: Adesivo hipoalergênico, dexametasona creme 0,1% em candidíase cutânea -> Sulfadiazina de prata; Avaliar necessidade de desbridamento; Fístulas cutâneas: óxido de zinco para perilesão, bolsa coletora fístula, curativo absortivo com alginato/carvão; Lesão friável: Aplicar pressão sobre os vasos sangrantes, SF 0,9%, Alginato de cálcio, adrenalina em ponto sangrante, manter úmido.; Avaliar necessidade de RT hemostática, coagulante sistêmico (ác. Aminocaproico) • Manejo do odor • Grau I: Limpeza + Clorexidina degermante+ Manter gaze embebida em hidróxido de alumínio no leito , -> Outras: Sulfadiazina de prata e/ou carvão ativado com gaze úmida + vaselina líquida • Grau II: Metronidazol a 0,8% + vaselina, Escarotomia SN • Grau III: Metronidazol oral/ EV (Máx 14 dias), 1 comprimido de 250 mg + 50 ml SF 0,9% caso o gel esteja indisponível Gel vaginal 10% -> Intravaginal Nos casos de miíase: • Utilizar antiparasitário por via oral (VO). Recomenda- se ivermectina 6 mg, um comprimido por VO/30 kg de peso, em dose única; • Limpeza rigorosa da ferida; • Retirada mecânica das larvas, quando possível. • Troca de curativos com maior frequência, ate que haja controle de odor e exsudato e a certeza de que todas as larvas foram eliminadas; • Detectar possível infecção secundária e necessidade de antibióticoterapia sistêmica.