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Fábio Melo
Escola Superior de Saúde
10160259 OT2 20/11/2016
Ocupação e Saúde
Participação Ocupacional-Refere-se ao envolvimento em trabalho, recreação e actividades de
vida diária que fazem parte do contexto sociocultural e são desejados e/ou necessários ao bem
estar.
 Envolvimento pressupõe não só o desempenho como a experiência subjectiva.
 Participação pressupõe o fazer coisas e seu significado pessoal e social. Cada tipo
de participação envolve um conjunto de desempenhos ocupacionais.
A Participação Ocupacional é influenciada por :
-Capacidade de desempenho
- Habituação
- Volição
- Ambiente
Cada pessoa organiza a sua participação ocupacional num padrão de vida único. Este padrão de
participação ocupacional é uma questão:
 Pessoal – aquilo em que o indivíduo se envolve é influenciado por motivos, papeis,
hábitos, capacidades e limitações;
 Contextual – o ambiente limita ou facilita a participação em ocupações.
Em última análise, o espectro de participação ocupacional, na vida de uma pessoa, é moldado por
uma interacção complexa de factores pessoais e ambientais.
Participação ocupacional limitada:
Suponhamos que uma pessoa que joga futebol a nível profissional é alvo de um ataque físico, por
exemplo: é assaltado e violentado e dão-lhe um tiro, afetando-lhe o seu sitema nervoso. A pessoa
em questão fica então tetraplégica, ficando impossibilitada de participar na sua atividade
prefeida: Futebol.
EquilÍbrio Ocupacional- Resultado da relação entre o indivíduo, as suas ocupações e os seus
"mundos". Para este equilíbrio existir é necessária a capacidade de o indivíduo se empenhar num
leque de ocupações apropriadas de modo a suprir as suas necessidades. O mais importante neste
conceito é a diferenciação entre equilíbrio ocupacional e a noção de equilíbrio da linguagem
Fábio Melo
Escola Superior de Saúde
10160259 OT2 20/11/2016
corrente, pois o equilíbrio ocupacional é subjetivo no seu todo, visto que as necessidades e
significações que se atribuem a determinada ocupação variam de pessoa para pessoa, pelo que o
equilíbrio ocupacional varia também de umas pessoas para as outras. (Finlay, 2004, p. 47) É um
equilíbrio muito mais pessoal e intimamente relacionado com os desejos/vontades do indivíduo.
Exemplo:
Uma pessoa cujo objetivo se prende unicamente com a participação em duas àreas de ocupação:
Sono e descanso e Lazer. Esta pessoa adora jogar computador, dedicando muitas das horas do
seu dia a esta atividade. Grande parte do tempo que lhe resta é dedicdo a uma outra ativiade:
dormir. Este indivíduo adora dormir. Descura muitas vezes AVD’s e AVDI´S, passando varias
horas sem comer e varios dias sem tomar banho. No entanto este indivíduo encontra-se
perfeitamente confortável deste modo e tem um equilíbrio ocupacional.
Justiça Ocupacional- Justiça que reconhece direitos ocupacionais à participação direta nas
ocupações, para todos os cidadãos, independentemente da sua idade, competência, género,
estatuto/classe social ou outras diferenças. (Nilsson & Townsend, 2010, p. 58). Acesso e
participação no conjunto de ocupações significativas e enriquecedoras às quais os outros têm
acesso, incluindo oportunidades de inclusão social e recursos para participar em ocupações que
satisfaçam necessidades pessoais, de saúde e sociais. (adaptado de Townsend & Wilcock, 2004).
As injustiças surgem quando a participação nas ocupações é barrada, limitada, segregada,
proibida, subdesenvolvida, interrompida, alienada, marginalizada, explorada, excluída ou no
mínimo restrita. (TOWNSEND; WILCOCK, 2004, p. 77)
Exemplo:
Um indivíduo ser proíbido de entrar num país devido à sua nacionalidade ou devido aos valores
religiosos que preconiza é um caso de injustiça ocupacional. Ao invés disso, um caso de justiça
ocupacional é, por exemplo, permitir que um aluno com paralisia cerebral participe nas aulas de
educação física.
Privação Ocupacional- Privação ocupacional acontece quando uma pesoa é privada de participar
em determinadas ocupações ou atividades por um longo período de tempo, sendo estas
importantes/necessárias para a pessoa ou não. (Law, M. 2002)
Fábio Melo
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É uma forma de desiquilíbrio ocupacional extrema. Quando alguém é impedido de alcançar ou de
aproveitar ocupações, devido à pobreza, falta de oportunidades de emprego, doença ou
incapacidade, discriminação, abuso, ser prisioneiro ou refugiado, entre outros (Whiteford, 2000).
Exemplos:
Uma pessoa que não possa tomar banho por não ter dinheiro para pagar a conta da água, por
estar desempregada há bastante tempo.
Um homem que não possa praticar baellet por ser discriminado.
Uma mulher que não possa obter o cargo desejado numa empresa devido a atos de misoginia por
parte da entidade patronal.
Uma pessoa ter a sua vida condicionada por ser um refugiado.
Disrupção Ocupacional- É um estado temporário ou transitório em que o indivíduo se verifica
privado de participar em ocupações necessárias ou com significado para si. A disrupção
ocupacional pode ter origem, por exemplo, numa doença/problema de saúde ou numa situação de
desemprego. (Creek & Lougher, 2011)
Exemplo:
Um atleta de crossfit que sofra uma fratura num dos ossos da perna, fica impedido de praticar a
sua atividade física durante dois meses, o que é considerado uma forma de disrupção.
Alienação Ocupacional- Ocorre quando um indivíduo realiza uma atividade ou ocupação que
não vai de encontro à sua natureza ocupacional, ou seja, quando um indivíduo faz algo que não é
do seu interesse (participa na atividade, embora não esteja envolvido), podendo isso originar um
estado de frustração, aborrecimento, infelicidade e/ou stress. (Jennifer Creek 2008)
Exemplo:
Um aluno de medicina cujo desejo era ser cozinheiro mas, ao ser obrigado pelos pais a estudar
medicina, não ingressou na sua área de prefrência. Não se encontra minimamente motivado para
realizar as atividades relacionadas com o curso em que ingressou, pelo que se sente frustrado e
triste.
Fábio Melo
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Adaptação Ocupacional- Permitir a participação, através da alteração de uma tarefa, o modo
como se realiza a tarefa e/ou do próprio ambiente, de modo a promover o empenho do indivíduo
naquela ocupação. (James, 2008)
Exemplo:
Adaptação de talheres para que um indivíduo com dificuldades motoras ao nível da mão possa
comer com menor grau de dificuldade.
Criação de estruturas como rampas, para que indivíduos em cadeiras de rodas possam deslocar-
se para determinados espaços que não poderiam sem essas estruturas.
Fábio Melo
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Referências Bibliográficas:
- Creek, J., & Lougher, L. (2008). Occupational Therapy and Mental Health: Churchill Livingstone.
- Finlay, L. (2004). The Practice of Psychosocial Occupational Therapy: Nelson Thornes.
- Whiteford, G. (2000) Occupational Deprivation: Global Challenge in the New Millennium.
- Townsend, E. A.; Wilcock, A. A.(2004) Occupational Justice

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  • 1. Fábio Melo Escola Superior de Saúde 10160259 OT2 20/11/2016 Ocupação e Saúde Participação Ocupacional-Refere-se ao envolvimento em trabalho, recreação e actividades de vida diária que fazem parte do contexto sociocultural e são desejados e/ou necessários ao bem estar.  Envolvimento pressupõe não só o desempenho como a experiência subjectiva.  Participação pressupõe o fazer coisas e seu significado pessoal e social. Cada tipo de participação envolve um conjunto de desempenhos ocupacionais. A Participação Ocupacional é influenciada por : -Capacidade de desempenho - Habituação - Volição - Ambiente Cada pessoa organiza a sua participação ocupacional num padrão de vida único. Este padrão de participação ocupacional é uma questão:  Pessoal – aquilo em que o indivíduo se envolve é influenciado por motivos, papeis, hábitos, capacidades e limitações;  Contextual – o ambiente limita ou facilita a participação em ocupações. Em última análise, o espectro de participação ocupacional, na vida de uma pessoa, é moldado por uma interacção complexa de factores pessoais e ambientais. Participação ocupacional limitada: Suponhamos que uma pessoa que joga futebol a nível profissional é alvo de um ataque físico, por exemplo: é assaltado e violentado e dão-lhe um tiro, afetando-lhe o seu sitema nervoso. A pessoa em questão fica então tetraplégica, ficando impossibilitada de participar na sua atividade prefeida: Futebol. EquilÍbrio Ocupacional- Resultado da relação entre o indivíduo, as suas ocupações e os seus "mundos". Para este equilíbrio existir é necessária a capacidade de o indivíduo se empenhar num leque de ocupações apropriadas de modo a suprir as suas necessidades. O mais importante neste conceito é a diferenciação entre equilíbrio ocupacional e a noção de equilíbrio da linguagem
  • 2. Fábio Melo Escola Superior de Saúde 10160259 OT2 20/11/2016 corrente, pois o equilíbrio ocupacional é subjetivo no seu todo, visto que as necessidades e significações que se atribuem a determinada ocupação variam de pessoa para pessoa, pelo que o equilíbrio ocupacional varia também de umas pessoas para as outras. (Finlay, 2004, p. 47) É um equilíbrio muito mais pessoal e intimamente relacionado com os desejos/vontades do indivíduo. Exemplo: Uma pessoa cujo objetivo se prende unicamente com a participação em duas àreas de ocupação: Sono e descanso e Lazer. Esta pessoa adora jogar computador, dedicando muitas das horas do seu dia a esta atividade. Grande parte do tempo que lhe resta é dedicdo a uma outra ativiade: dormir. Este indivíduo adora dormir. Descura muitas vezes AVD’s e AVDI´S, passando varias horas sem comer e varios dias sem tomar banho. No entanto este indivíduo encontra-se perfeitamente confortável deste modo e tem um equilíbrio ocupacional. Justiça Ocupacional- Justiça que reconhece direitos ocupacionais à participação direta nas ocupações, para todos os cidadãos, independentemente da sua idade, competência, género, estatuto/classe social ou outras diferenças. (Nilsson & Townsend, 2010, p. 58). Acesso e participação no conjunto de ocupações significativas e enriquecedoras às quais os outros têm acesso, incluindo oportunidades de inclusão social e recursos para participar em ocupações que satisfaçam necessidades pessoais, de saúde e sociais. (adaptado de Townsend & Wilcock, 2004). As injustiças surgem quando a participação nas ocupações é barrada, limitada, segregada, proibida, subdesenvolvida, interrompida, alienada, marginalizada, explorada, excluída ou no mínimo restrita. (TOWNSEND; WILCOCK, 2004, p. 77) Exemplo: Um indivíduo ser proíbido de entrar num país devido à sua nacionalidade ou devido aos valores religiosos que preconiza é um caso de injustiça ocupacional. Ao invés disso, um caso de justiça ocupacional é, por exemplo, permitir que um aluno com paralisia cerebral participe nas aulas de educação física. Privação Ocupacional- Privação ocupacional acontece quando uma pesoa é privada de participar em determinadas ocupações ou atividades por um longo período de tempo, sendo estas importantes/necessárias para a pessoa ou não. (Law, M. 2002)
  • 3. Fábio Melo Escola Superior de Saúde 10160259 OT2 20/11/2016 É uma forma de desiquilíbrio ocupacional extrema. Quando alguém é impedido de alcançar ou de aproveitar ocupações, devido à pobreza, falta de oportunidades de emprego, doença ou incapacidade, discriminação, abuso, ser prisioneiro ou refugiado, entre outros (Whiteford, 2000). Exemplos: Uma pessoa que não possa tomar banho por não ter dinheiro para pagar a conta da água, por estar desempregada há bastante tempo. Um homem que não possa praticar baellet por ser discriminado. Uma mulher que não possa obter o cargo desejado numa empresa devido a atos de misoginia por parte da entidade patronal. Uma pessoa ter a sua vida condicionada por ser um refugiado. Disrupção Ocupacional- É um estado temporário ou transitório em que o indivíduo se verifica privado de participar em ocupações necessárias ou com significado para si. A disrupção ocupacional pode ter origem, por exemplo, numa doença/problema de saúde ou numa situação de desemprego. (Creek & Lougher, 2011) Exemplo: Um atleta de crossfit que sofra uma fratura num dos ossos da perna, fica impedido de praticar a sua atividade física durante dois meses, o que é considerado uma forma de disrupção. Alienação Ocupacional- Ocorre quando um indivíduo realiza uma atividade ou ocupação que não vai de encontro à sua natureza ocupacional, ou seja, quando um indivíduo faz algo que não é do seu interesse (participa na atividade, embora não esteja envolvido), podendo isso originar um estado de frustração, aborrecimento, infelicidade e/ou stress. (Jennifer Creek 2008) Exemplo: Um aluno de medicina cujo desejo era ser cozinheiro mas, ao ser obrigado pelos pais a estudar medicina, não ingressou na sua área de prefrência. Não se encontra minimamente motivado para realizar as atividades relacionadas com o curso em que ingressou, pelo que se sente frustrado e triste.
  • 4. Fábio Melo Escola Superior de Saúde 10160259 OT2 20/11/2016 Adaptação Ocupacional- Permitir a participação, através da alteração de uma tarefa, o modo como se realiza a tarefa e/ou do próprio ambiente, de modo a promover o empenho do indivíduo naquela ocupação. (James, 2008) Exemplo: Adaptação de talheres para que um indivíduo com dificuldades motoras ao nível da mão possa comer com menor grau de dificuldade. Criação de estruturas como rampas, para que indivíduos em cadeiras de rodas possam deslocar- se para determinados espaços que não poderiam sem essas estruturas.
  • 5. Fábio Melo Escola Superior de Saúde 10160259 OT2 20/11/2016 Referências Bibliográficas: - Creek, J., & Lougher, L. (2008). Occupational Therapy and Mental Health: Churchill Livingstone. - Finlay, L. (2004). The Practice of Psychosocial Occupational Therapy: Nelson Thornes. - Whiteford, G. (2000) Occupational Deprivation: Global Challenge in the New Millennium. - Townsend, E. A.; Wilcock, A. A.(2004) Occupational Justice