2. Não é algo tão recente, mas parece que é
desconhecido em muitas comunidades católicas.
Desde meados de 2008, a Congregação para o Culto
Divino e Disciplina dos Sacramentos emitiu carta às
conferências episcopais em que trata do uso no
“Nome de Deus” na Liturgia. Eis o resumo desta
carta, elaborado pela Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil:
“A Presidência da CNBB recebeu uma carta da
Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos
Sacramentos (29/06/08) com orientações sobre a
“tradução e pronúncia, no âmbito litúrgico, do divino
Nome significado no tetragrama sagrado - YHWH”.
Apresentamos aqui um resumo desta carta.
3.
I – Parte expositiva
a) Na Bíblia, o nome próprio do Deus de
Israel, conhecido como tetragrama sagrado
ou divino, está escrito com quatro letras
consoantes do alfabeto hebraico na forma
YHWH, traduzido sob diversas formas de
escrita e pronúncia em nossas orações e
cantos, como, por exemplo,
“Yahweh”, Jahweh”, “Javé” etc.
4. b) No Antigo Testamento, o santo nome de
Deus revelado no tetragrama YHWH, era
expressão da infinita grandeza e majestade
de Deus, e, por isso, NÃO SE PODIA
PRONUNCIÁ-LO, sendo, portanto,
substituído, na leitura do texto sagrado, com
uma denominação alternativa – ADONAY –
que significa “Senhor”.
5. c) A tradução grega do Antigo Testamento,
chamado dos Setenta, usou regularmente o
tetragrama hebraico com o vocábulo
grego Kyrios, que significa “Senhor”. Uma vez
que o texto dos Setenta constituiu a Bíblia das
primeiras gerações cristãs de língua grega, em
que também foram escritos todos os livros do
Novo Testamento, os próprios cristãos das
origens nunca pronunciaram o tetragrama
divino. Na tradução para o latim, o termo foi
traduzido pelo vocábulo “Dominus”,
correspondente tanto ao hebraico Adonay como
ao grego Kyrios.
6. d) Na cristologia neo-testamentária, o termo
Senhor é reservado a Cristo ressuscitado,
proclamando assim a sua divindade (cf. Fl
2,9.11; Rm 10,9; 1 Cor 2,8; 12,3; Rm 16,2; 1
Cor 7, 22; 1 Ts 3,8 etc).
7. e) O fato da Igreja ter deixado de pronunciar
o tetragrama do nome de Deus, além de um
motivo de ordem filológico, expressa
também a fidelidade à tradição eclesial, uma
vez que o tetragrama sagrado nunca foi
pronunciado em âmbito cristão nem
traduzido em nenhuma das línguas em que a
Bíblia foi traduzida.
8. II – Parte dispositiva
1. “Nas celebrações litúrgicas, nos cantos e
nas orações, não se use nem se pronuncie o
nome de Deus na forma do tetragrama
YHWH.
2. Nas traduções do texto bíblico para as
línguas modernas, destinadas ao uso
litúrgico da Igreja, empregue-se para o
tetragrama divino o
equivalente Adonay / Kyrios: “Senhor”.
9. 3. Nas traduções, no âmbito litúrgico, de textos que
tenham, um a seguir ao outro, o termo hebraico Adonay e
o tetragrama YHWH, traduza-se Adonay com “Senhor” e
use-se a forma “Deus” para o tetragrama YHWH”.
Pedimos, portanto, que as equipes de liturgia, entre elas,
os responsáveis pelos cantos litúrgicos, fiquem atentos a
esta orientação da Congregação para o Culto Divino e
façam as devidas adaptações. Na revisão dos
Lecionários, do Missal Romano e do Hinário Litúrgico, a
equipe de tradutores da CNBB seguirá esta orientação.
Brasília, 29 de outubro de 2008.
Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia”
10. Parece que esta orientação não vem sendo
seguida em muitas comunidades, mas em
nome da comunhão da Santa Igreja, precisa
entrar nas pautas das reuniões de equipes
de cantos e de Liturgia, visando à
adequação. Muitos cantos trazem o Nome
de Deus e precisam ser adaptados ou até
excluídos dos repertórios, ou não se
enquadrará como canto litúrgico, em vista da
dissonância com a Tradição.