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1 de 35
1513a.c
Jeová transmite suas leis para Moisés
(Início da Escrita da Bíblia)
Então Jeová disse a Moisés:
“Suba ao meu encontro no
monte e fique ali. Eu lhe
darei as tábuas de pedra
com as leis e os
mandamentos que escreverei
para a instrução do povo”.
Êxodo 24:12
443a.c
Depois desse ano foram completadas
as Escrituras Hebraicas
Os documentos originais nos idiomas hebraico e aramaico foram
registrados pelos secretários humanos de Deus, desde Moisés,
em 1513 a.c, até pouco depois de 443 a.c. Tanto quanto se sabe
hoje, nenhum desses escritos originais está atualmente em
existência. No entanto, desde o início, tomou-se muito cuidado
em preservar os escritos inspirados, incluindo cópias autorizadas.
4º ou 2º século a.c
Pentateuco Samaritano
Detalhe do Pentateuco
samaritano de Nabul,
em hebraico
samaritano.
O que é Pentateuco
Samaritano?
Versão, que, como sugere o nome, contém apenas os cinco
primeiros livros das Escrituras Hebraicas. Trata-se realmente
de uma transliteração do texto hebraico em caracteres
samaritanos, desenvolvidos a partir dos antigos caracteres
hebraicos. Fornece indicações úteis de como era o texto
hebraico da época. Esta transliteração foi feita pelos
samaritanos — descendentes dos que foram deixados em
Samaria após a conquista do reino de Israel das dez tribos, em
740 AEC, e dos que foram trazidos pelos assírios naquela
época. Os samaritanos incorporaram a adoração praticada por
Israel à de seus próprios deuses pagãos e aceitavam o
Pentateuco. Acredita-se que fizeram sua transliteração por
volta do quarto século AEC, embora alguns eruditos sugiram
que pode ter sido bem mais tarde, no segundo século AEC. À
medida que liam o texto, estavam, na verdade, pronunciando
hebraico. Embora o texto contenha cerca de 6.000 variações
do texto hebraico, muitas delas são meros pormenores.
Poucas das cópias dos manuscritos existentes antecedem ao
O Pentateuco Samaritano difere do texto
massorético em uns 6.000 pontos, a maioria dos
quais são menores. Todavia, há alguns maiores,
como, por exemplo, a leitura de Deuteronômio
27:4, onde Gerizim foi colocado em lugar de Ebal,
lugar em que as leis de Moisés deviam ser
inscritas em pedras caiadas. (De 27:8) O motivo
óbvio desta mudança era dar credibilidade à sua
crença de que o Gerizim era o monte santo de
Deus.
‘Uma mulher de
Samaria chegou
para tirar água... A
mulher lhe disse:
Vejo que o senhor é
um profeta. Nossos
antepassados
adoraram neste
monte [Gerizim]’
João 4:7, 19, 20
* Veja “Sam” nas notas, em Gênesis 4:8; Êxodo 6:2; 7:9; 8:15 e 12:40. A tradução
deste último versículo ajuda-nos a entender Gálatas 3:17.
280a.c
É iniciada a tradução das Escrituras
Hebraicas para o Grego (coiné)
A Septuaginta ou “Versão dos Setenta”
Em 332 AEC, quando Alexandre, o Grande, entrou
no Egito, depois de destruir a cidade fenícia de Tiro,
ele foi acolhido como libertador. Fundou ali a cidade
de Alexandria, um centro de erudição do mundo
antigo. Com o objetivo de divulgar a cultura grega
nos países conquistados, Alexandre introduziu o
grego comum (coiné) em todo o seu vasto domínio.
Depois das conquistas de Alexandre, o Grande, o
grego coiné passou a ser o idioma mais usado no leste do
mundo mediterrâneo durante uns 800 anos (de cerca de
300 a.C. a cerca de 500 d.C.). Acredita-se que, por volta
de 280 a.C., estudiosos judeus começaram a traduzir as
Escrituras Hebraicas para o grego coiné, produzindo uma
tradução conhecida como Septuaginta. Como era de
esperar, o vocabulário e o estilo das Escrituras Hebraicas
tiveram uma grande influência sobre o grego usado
na Septuaginta e também nas Escrituras Gregas Cristãs.
Em comparação com outras línguas da época, o grego
coiné tinha uma grande vantagem: ele era muito
conhecido. Era uma mistura de diversos dialetos gregos.
O grego ático foi o que mais influenciou o grego coiné,
mas a gramática foi simplificada. Mesmo assim, o grego
coiné permitia expressar uma grande variedade de ideias
e também diferenças de sentido bem sutis.
150 - 100a.c
Papiro Nash
O que é o Papiro Nash?
Consiste de apenas quatro
fragmentos de 24 linhas de
texto hebraico e mede uns 7,5
por 12,5 centímetros. Leva o
nome de W. L. Nash,
secretário da Sociedade de
Arqueologia Bíblica, que o
adquiriu em 1902 dum
vendedor egípcio. Foi
publicado no ano seguinte por
S. A. Cook na
publicação Proceedings, daqu
ela sociedade, e foi
presenteado à Biblioteca da
Universidade de Cambridge,
na Inglaterra, onde
permanece. O valor deste
fragmento de papiro está na
sua idade. Os eruditos o
remontam ao segundo ou
primeiro século a.c, de modo
que era a mais antiga folha de
manuscrito hebraico já
encontrada.
Conteúdo e seu valor: A análise do texto
do Papiro Nash revela que todas as suas 24 linhas são
incompletas, faltando uma palavra ou letras em ambas as
extremidades. Contém partes dos Dez Mandamentos
do capítulo 20 de Êxodo, junto com alguns versículos
dos capítulos 5 e 6 de Deuteronômio. De modo que não se
trata dum manuscrito convencional, mas dum texto misto,
com finalidade especial. Evidentemente, fazia parte duma
coleção instrutiva, destinada a lembrar ao judeu seu dever
para com Deus. Repetia-se freqüentemente uma seção das
Escrituras que começa com Deuteronômio 6:4, conhecida
como Shema. Este versículo reza: “Escuta, ó Israel: Jeová,
nosso Deus, é um só Jeová.”
O Tetragrama, YHWH, “Jeová”, neste versículo, é visível
duas vezes na última linha do papiro, e ocorre em mais
cinco lugares. Ocorre também uma vez, faltando-lhe a
primeira letra.
Atualmente, o Papiro Nash tem muitos similares,
especialmente entre os rolos encontrados em cavernas ao
longo das margens do mar Morto, perto de Qumran. Uma
análise detalhada confirmou que muitos desses manuscritos
datam do primeiro e do segundo séculos AEC. Embora
o Papiro Nash não mais seja o mais antigo manuscrito
hebraico conhecido, ainda é de grande interesse. Continua
Este pequeno fragmento tem 2.200 anos e contém partes
do livro de Êxodo e de Deuteronômio, incluindo os Dez
Mandamentos. O nome de Deus, formado por quatro letras
hebraicas chamadas de Tetragrama, aparece sete vezes
nesse fragmento.
O que é o Papiro Fouad?
Fragmentos de papiro da Septuaginta grega.
Mostram o Tetragrama em partes de
Deuteronômio. O uso destas quatro letras
hebraicas, representando o nome divino,
continuou em algumas cópias
da Septuaginta durante alguns séculos
posteriores.
Você Sabia? Além de terem o texto
hebraico das Escrituras, Jesus Cristo e seus
discípulos tinham a Septuaginta grega;
ambos estes textos continham o nome
divino. Sem dúvida, portanto, os escritores
originais das Escrituras Gregas Cristãs usavam
o nome divino, especialmente ao citarem
passagens das Escrituras Hebraicas que
continham o Tetragrama.
Papiro Fouad 266
Esta tradução grega de uma parte do livro de Deuteronômio tem 2.100
anos. Nela o nome de Deus aparece em hebraico.
Século 1a.c
150a.c
Completada a tradução Septuaginta
das Escrituras Hebraicas
(Do Hebraico para o Grego)
O que é Septuaginta?
Nome dado às primeiras traduções das Escrituras Hebraicas feitas para
o idioma grego. Acredita-se que cerca de 70 estudiosos judeus
participaram nessa tradução. Por isso, ela foi chamada
de Septuaginta, palavra em latim que significa “70”. Nas referências
feitas a essa tradução, muitas vezes ela é chamada de LXX (70 em
algarismos romanos).
Por que é útil: Ajudou os judeus que falavam grego a entender as
Escrituras. Hoje em dia a Septuaginta é de grande ajuda para o estudo e a
compreensão do texto hebraico e aramaico das Escrituras Hebraicas e esclarece
o significado de alguns termos hebraicos e aramaicos menos comuns.
125a.c
Início dos escritos dos Rolos
do Mar Morto
Há mais de 50 anos, uma
pedra atirada por um pastor
beduíno para dentro de uma
caverna resultou no que
alguns têm chamado de a
maior descoberta
arqueológica do século 20. O
beduíno ouviu a pedra
quebrar um vaso de barro.
Investigando isso, encontrou
os primeiros rolos de uma
coleção que veio a ser
chamada de Rolos do Mar
Morto.
Jum‘a Muhammed e Muhammed
Ahmed el-Hamed
beduínos da tribo Ta‘amireh.
Ambos encontraram os primeiros
manuscritos na gruta de Khirbet
Qumran, entre o inverno e a
primavera de 1947
Khirbet Qumran,
13km ao sul de
Jericó
O que são
os Rolos do Mar Morto?
Os Rolos do Mar Morto são antigos manuscritos judaicos,
a maioria deles escrita em hebraico, alguns em aramaico
e uns poucos em grego. Muitos destes rolos e fragmentos
já têm mais de 2.000 anos, remontando ao período
antes do nascimento de Jesus. Entre os
primeiros rolos conseguidos dos beduínos havia sete
manuscritos extensos em vários estágios de deterioração.
Na pesquisa de mais cavernas, encontraram-se
outros rolos e milhares de fragmentos de rolos. Entre os
anos 1947 e 1956, descobriram-se ao todo 11 cavernas
com rolos perto de Qumran, junto ao mar Morto.
Uma vez classificados, os rolos e fragmentos totalizam uns
800 manuscritos. Cerca de uma quarta parte deles, ou um
pouco mais de 200 manuscritos, são cópias de trechos do
texto bíblico hebraico. Outros manuscritos representam
antigos escritos judaicos não-bíblicos, tanto os Apócrifos
como os Pseudo-Epígrafos.
Alguns dos rolos que mais empolgaram os eruditos eram
escritos anteriormente desconhecidos. Incluem
interpretações de assuntos da lei judaica, regras
específicas para a comunidade da seita que vivia em
Qumran, litúrgicos poemas e orações, bem como obras
escatológicas que revelam conceitos sobre o
cumprimento de profecia bíblica e os últimos dias. Há
também comentários bíblicos ímpares, os precursores
mais antigos de modernos comentários de versículo por
versículo sobre textos bíblicos.
O primeiro Rolo do Mar Morto do livro bíblico
de Isaías, escrito em couro num estilo pré-
massorético de escrita hebraica, foi
descoberto em 1947 e datado do fim do
segundo século AEC. Como os eruditos
chegaram a essa data? Eles compararam sua
escrita com outras inscrições e textos
hebraicos e estabeleceram uma data
paleográfica entre 125 AEC e 100 AEC. O teste
do carbono 14, usado para calcular a data do
rolo, deu evidência adicional.
“Assim, foi-lhe entregue o rolo do
profeta Isaías, e ele abriu o rolo e
achou o lugar onde estava escrito”
Lucas 4:17
Os Rolos do Mar Morto — Por que devem interessá-lo?
Antes da descoberta
dos Rolos do Mar Morto, os
manuscritos mais antigos das Escrituras
Hebraicas datavam da época do nono
e do décimo século EC.
Será que se podia mesmo confiar
nesses manuscritos como cópias fiéis da
Palavra de Deus, visto que a escrita das
Escrituras Hebraicas foi completada
bem mais de mil anos antes?
O Professor Julio Trebolle
Barrera, membro da equipe
internacional de editores
dos Rolos do Mar Morto,
declarou: “O Rolo de
Isaías [de Qumran] fornece
prova irrefutável de que a
transmissão do texto bíblico,
durante um período de mais
de mil anos pelas mãos de
copistas judeus, foi
extremamente fiel e
cuidadosa.”
Embora os rolos demonstrem que a Bíblia não sofreu
mudanças fundamentais, eles também revelam que até
certo ponto havia versões diferentes dos textos bíblicos
hebraicos usadas pelos judeus no período do Segundo
Templo, cada uma com as suas próprias variações. Nem
todos os rolos são idênticos ao texto massorético na
grafia e na fraseologia. Alguns se aproximam mais
da Septuaginta grega. Anteriormente, os eruditos
achavam que as diferenças na Septuaginta talvez
resultassem de erros ou mesmo de invenções
deliberadas do tradutor. Agora, os rolos revelam que
muitas das diferenças realmente se deviam a variações
no texto hebraico. Isto talvez explique alguns dos casos
em que os primeiros cristãos citavam textos das
Escrituras Hebraicas usando fraseologia diferente do
texto massorético. — Êxodo 1:5; Atos 7:14
Por que é útil: Este tesouro de rolos e fragmentos
bíblicos fornece uma excelente base para o estudo da
transmissão do texto bíblico hebraico. Os Rolos do Mar
Morto confirmaram o valor tanto da Septuaginta como do Pentateuco
samaritano para a comparação textual. Fornecem uma fonte adicional
para os tradutores da Bíblia considerarem possíveis emendas ao texto
massorético. Em vários casos, eles confirmam decisões feitas pela
Comissão da Tradução do Novo Mundo da Bíblia, para restaurar o nome
Jeová nos lugares onde havia sido removido do texto massorético.
Este pergaminho, feito
com a pele de uma
ovelha ou cabrito, tem
2.100 anos. Ele contém
o livro inteiro de Isaías,
com exceção de
algumas pequenas
partes. Nesse
pergaminho, o nome de
Deus aparece várias
vezes no idioma
aramaico.
41d.c
Iniciadas as Escrituras Gregas com o
evangelho de Mateus
Você Sabia? Embora o
evangelho de Mateus seja um
livro das Escrituras Gregas
Cristãs, existem evidências que o
evangelista Mateus tenha escrito
seu relato inspirado em hebraico
e depois tenha sido traduzido
para o grego. No quarto século,
Jerônimo, que traduziu
a Vulgata latina, disse: “Mateus,
também chamado Levi, e
que de publicano se tornou
apóstolo, primeiro de tudo
produziu um Evangelho de Cristo
na Judeia, na língua hebraica . . .
Não se tem suficiente
certeza de quem o traduziu mais
tarde para o grego. Ademais, o
próprio em hebraico está
preservado até hoje na
biblioteca de Cesareia.”
Isso é muito interessante: Visto
que Mateus escreveu em hebraico, é inconcebível que
não tenha usado o nome de Deus, especialmente ao
citar partes do “Antigo Testamento” que continham o
nome. No entanto, outros escritores da segunda parte
da Bíblia escreveram para um público mundial, na
língua internacional daquela época, o grego. Assim,
eles não citaram dos escritos hebraicos originais, mas
sim da versão Septuaginta grega. E mesmo
o Evangelho de Mateus foi por fim traduzido para o
grego.
Curiosidade: Os próximos livros das Escrituras Gregas
Cristãs a serem escritos foram as cartas de Paulo: 1ª e
2ª cartas aos Tessalonicenses; carta aos Gálatas; 1ª e
2ª cartas aos Coríntios; carta aos Romanos e somente
em 56 a 58 d.c Lucas escreveu o evangelho que leva
seu nome. Então por quase 10 anos existiu apenas o
relato da vida de Jesus no evangelho segundo Mateus.
Liberados os
últimos rolos do Mar Morto
50d.c
Últimos escritos dos Rolos do Mar Morto
UM IMPASSE de décadas entre eruditos
finalmente terminou em setembro do ano
passado. Parecia ter chegado ao fim uma
amarga controvérsia entre estudiosos
dos Rolos do Mar Morto, embora talvez tenha
começado outra.
Os Rolos do Mar Morto foram descobertos em
cavernas perto do mar Morto, em 1947 e nos
anos seguintes. Foram de grande valor em
demonstrar a exatidão intrínseca do texto das
Escrituras Hebraicas e em lançar luz sobre as
condições religiosas existentes na Palestina,
quando Jesus esteve na Terra. (Isaías 40:8) Ao
passo que alguns dos manuscritos foram
publicados com razoável brevidade, quase 400
manuscritos, em 1991, ainda não haviam sido
publicados e continuavam inacessíveis para a
maioria dos eruditos. Como o professor Ben Zion
Wacholder, muitos sentiam-se “frustrados pela
conscientização de que, no atual ritmo de
publicação, todos nós já teremos morrido quando
Mas a situação mudou. Primeiro, o professor
Wacholder e um associado, Martin Abegg,
anunciaram que haviam engenhosamente usado
um computador para reproduzir os textos
rigorosamente guardados. Daí, a Biblioteca
Huntington, em San Marino, Califórnia, EUA,
anunciou que dispunha de fotos dos manuscritos
originais e que as deixaria à inteira disposição de
eruditos bem conceituados. Evidentemente, fizeram-
se várias cópias fotográficas dos rolos para garantir
sua preservação. Coleções de fotos haviam sido
guardadas em locais diferentes, e, por fim, uma
delas veio a ficar na Biblioteca Huntington.
Certo erudito chamou esta virada dos
acontecimentos de ‘o equivalente, no campo da
erudição, à queda do Muro de Berlim’. Os editores
oficiais chamaram, tanto a publicação do texto
computadorizado, quanto a liberação das fotos, de
‘roubo’. É provável que o debate sobre ética se
estenda por anos. No ínterim, parece que muitos
outros eruditos finalmente poderão consultar o
Fragmento do Mar Morto
contendo o livro de Levítico
Este papiro de 2 mil anos
contém uma tradução para o
grego de uma parte do livro de
Levítico. Nele aparece uma
forma do nome de Deus com
as letras gregas ΙΑΩ (IAO)
Trechos dos Salmos num Rolo
do Mar Morto, datado da
primeira metade do primeiro
século d.C. O texto tem o
estilo das letras hebraicas
usadas após o exílio
babilônico, mas o Tetragrama
ocorre várias vezes nas letras
hebraicas antigas
Martin G. Abegg Ben-Zion Wacholder
‘Quando você vier,
traga... os rolos,
especialmente os
pergaminhos*.’
2 Timóteo 4:13
* ou rolos de couro
Os pergaminhos que Paulo pediu para Timóteo
trazer talvez fossem partes das Escrituras
Hebraicas. Alguns dos Rolos do Mar Morto foram
escritos em pergaminhos.
98d.c
Completadas as Escrituras Gregas
com as três cartas do apóstolo João
O último dos documentos originais foi
escrito pelo sobrevivente apóstolo
João, por volta de 98 d.c. Até onde se
sabe, nenhum dos 27 manuscritos
originais em coiné sobreviveu até hoje.
Contudo, dessa nascente original,
fluíram para nós muitas cópias dos
originais, cópias das cópias e famílias
de cópias, para formar um vasto
reservatório de manuscritos
das Escrituras Gregas Cristãs.
‘O homem idoso, a Gaio, o amado, a quem eu amo
verdadeiramente... Dê minhas saudações aos amigos, um por
um.’
3 João 1,14
(últimas palavras que compõem o cânon das escrituras inspiradas)
’De fato, há também muitas outras coisas que
Jesus fez. Se fossem escritas em todos os
detalhes, suponho que o próprio mundo não poderia
conter os rolos escritos.’
125d.c
Papiro Rylands 457
Contém o Evangelho de João
Qual seu valor? O Papiro Rylands é importante para nós
porque ele mostra que o texto bíblico original foi transmitido de modo
exato. Embora esse fragmento contenha apenas alguns versículos do
Evangelho de João, seu conteúdo é praticamente idêntico ao que
lemos na Bíblia hoje. Assim, o Papiro Rylands mostra que a Bíblia não
foi alterada apesar de ter sido copiada muitas vezes ao longo do
tempo. O incrível é que o texto desse fragmento concorda quase
integralmente com o que aparece em manuscritos posteriores. O fato
de que uma cópia tão antiga do Evangelho de João já circulava pelo
Egito, onde o fragmento foi encontrado, apoia a conclusão de que as
boas novas segundo João foram realmente registradas no primeiro
século EC e pelo próprio João, como indica a Bíblia. Portanto, o livro de
O que é o Papiro Rylands?
No começo do século 20 foi encontrado no Egito um
valioso fragmento do Evangelho de João. Esse
fragmento é conhecido como Papiro Rylands 457
(P52). Ele contém o que nas Bíblias modernas
corresponde a João 18:31-33, 37, 38 e está guardado
na Biblioteca John Rylands, Manchester, Inglaterra.
Trata-se do mais antigo fragmento de manuscrito das
Escrituras Gregas Cristãs descoberto até hoje. Muitos
eruditos acreditam que ele foi escrito por volta de
125 d.c, apenas uns 25 anos depois da morte de
João.
O Papiro Rylands 457 (P52) frente e
verso, fragmento do Evangelho de João
datado do segundo século EC, foi
escrito apenas algumas décadas depois
do original
‘Se eu quiser que ele permaneça até eu vir...
Esse é o discípulo que dá testemunho dessas
coisas e que escreveu essas coisas, e nós
sabemos que o testemunho dele é verdadeiro.’
João 21:23,24
Ludovico
Antônio
Muratori
(1672-
1750)
Conceituad
o
historiador
italiano
170d.c
Fragmento Muratoriano
O que é o Fragmento
Muratoriano? É parte de um
códice manuscrito composto de 76
folhas de pergaminho, cada uma
medindo 27 centímetros por 17
centímetros. Foi descoberto por
Ludovico Antonio Muratori (1672-1750),
um conceituado historiador italiano, na
Biblioteca Ambrosiana em Milão, Itália.
Muratori publicou seu achado em 1740,
daí vem o nome Fragmento
Muratoriano. Parece que o códice foi
produzido no oitavo século no antigo
mosteiro de Bobbio, perto de Piacenza,
norte da Itália. Foi transferido para a
Biblioteca Ambrosiana no início do
século 17.
O Fragmento Muratoriano consiste em
85 linhas de texto nas páginas 10 e 11
do códice. O texto está em latim, e
evidentemente foi copiado por um
escriba que não era muito cuidadoso.
Mas alguns dos erros foram
identificados ao se comparar o texto
do Fragmento Muratoriano com o
mesmo texto existente em quatro
manuscritos dos séculos 11 e 12
O texto não é uma simples lista dos livros das Escrituras Gregas Cristãs. Também faz
comentários sobre os livros e seus escritores. Se você pudesse ler o manuscrito, perceberia
que as primeiras linhas estão faltando e que ele também termina de repente. Começa
mencionando o Evangelho de Lucas e diz que o escritor desse livro bíblico era médico.
(Colossenses 4:14) Declara que o Evangelho de Lucas é o terceiro, assim pode-se
perceber que a parte que está faltando provavelmente fazia referência aos Evangelhos de
Mateus e de Marcos. Isso é apoiado quando o Fragmento Muratoriano diz que o quarto
Evangelho é o de João.
Qual seu Valor? O Fragmento Muratoriano confirma que o livro de Atos
dos Apóstolos foi escrito por Lucas para o “excelentíssimo Teófilo”. (Lucas
1:3; Atos 1:1) Daí continua alistando as cartas do apóstolo Paulo aos coríntios
(duas), aos efésios, aos filipenses, aos colossenses, aos gálatas, aos
tessalonicenses (duas), aos romanos, a Filêmon, a Tito e a Timóteo (duas). A
carta de Judas e duas cartas de João também são mencionadas como livros
inspirados. A primeira carta do apóstolo João já tinha sido mencionada junto
com seu Evangelho. Apocalipse, ou Revelação, conclui a lista de livros
considerados inspirados.
Confirma também que a maioria dos livros que hoje fazem parte das Escrituras
Gregas Cristãs já eram considerados canônicos no segundo século EC. É claro
que a canonicidade dos livros bíblicos — ou seja, seu direito de serem incluídos
na coleção divina de livros — não depende de serem mencionados em
determinada lista antiga. O que prova que os livros da Bíblia foram produzidos
pelo espírito santo é o seu conteúdo. Todos apóiam a autoria de Jeová Deus e
estão em completa harmonia. O equilíbrio e a harmonia dos 66 livros canônicos
da Bíblia testificam sua unidade e inteireza. Assim, é de proveito encará-los
pelo que realmente são: a verdade inspirada, a Palavra de Jeová, preservada
200d.c
Papiros Chester Beatty
Sir Alfred Chester Beatty (1875-1968)
O que são os Papiros Chester
Beatty?
Estes consistem em partes de 11 códices gregos, produzidos entre o
segundo e o quarto século d.c. Contêm partes de 9 livros bíblicos hebraicos
e 15 cristãos. São bastante representativos por se encontrar neles uma
variedade de estilos de escrita. Diz-se de um códice que ele é “a obra de
um bom escriba profissional”. De outro se diz: “A escrita é bem correta, e
embora não tenha pretensões caligráficas, é a obra de um escriba
competente.” E de mais outro: “A mão é rude, mas em geral correta.” — The
Chester Beatty Biblical Papyri: Descriptions and Texts of Twelve Manuscripts
on Papyrus of the Greek Bible (Os Papiros Bíblicos Chester Beatty:
Descrições e Textos de Doze Manuscritos em Papiro da Bíblia Grega), de
Frederic Kenyon, Londres, 1933, Fascículo I, Introdução Geral, p. 14; 1933,
Fascículo II, Os Evangelhos e Atos, Texto, p. ix; 1936, Fascículo III,
Qual seu valor?
A descoberta desses papiros fornece prova
de que o cânon da Bíblia foi completado
numa data bem antiga. Entre os Papiros
Chester Beatty, dois códices — um reunindo
partes dos quatro Evangelhos e de Atos
(P45), e outro incluindo dentro de suas capas
9 das 14 cartas de Paulo (P46) — indicam
que as inspiradas Escrituras Gregas Cristãs
foram agrupadas logo depois da morte dos
apóstolos. Visto que levaria tempo para que
esses códices circulassem amplamente e
chegassem ao Egito, é evidente que essas
Escrituras foram reunidas em sua forma
padrão até o segundo século, o mais tardar.
Assim, não há dúvida de que o cânon das
Escrituras Gregas Cristãs foi encerrado até o
fim do segundo século, completando o cânon
da Bíblia inteira.
O livro de Romanos se encontra, juntamente
com outras oito cartas de Paulo, num códice
chamado Papiro Chester Beatty N.º 2 (P46).
Sir Frederic Kenyon escreveu a respeito
desse antigo códice: “Temos aqui, pois, um
manuscrito quase completo das Epístolas
Paulinas, escrito pelo que parece mais ou
menos no começo do terceiro
século.”* Os papiros bíblicos Chester Beatty,
gregos, são mais antigos do que os bem-
conhecidos manuscritos Sinaítico e Vaticano
N.º 1209, ambos do quarto século EC. Estes,
também, contêm o livro de Romanos. Sir Frederic Kenyon(1863-1952)
200d.c
Papiros Bodmer
O que são os Papiros
Bodmer? Foram publicados, em
Genebra, Suíça, de 1956 a 1961, papiros
de outra coleção notável. Conhecidos
como Papiros Bodmer, eles incluem
textos bem antigos de dois Evangelhos
(P66 e P75), datando do princípio do
terceiro século d.c. A tabela que precede
a este estudo alista alguns destacados e
antigos papiros da Bíblia, das Escrituras
Hebraicas e das Gregas Cristãs. Na
última coluna, são citadas passagens
da Tradução do Novo Mundo das
Escrituras Sagradas, a cuja tradução
estes manuscritos de papiro dão apoio, e
isso é indicado pelas notas referentes
O acréscimo mais importante à
coleção de papiros bíblicos,
desde a descoberta dos Papiros
Chester Beatty, foi a adquisição
dos Papiros Bodmer, publicados
entre 1956 e 1961.
Especialmente dignos de nota
são o Papiro Bodmer 2 (P66) e o
Papiro Bodmer 14, 15 (P75),
ambos escritos por volta de
200 d.c. O Papiro Bodmer 2
contém uma grande parte do
Evangelho de João, ao passo
que o Papiro Bodmer 14, 15
contém muito de Lucas e de
João, e textualmente é bem
Martin Bodmer
examinando um
papiro grego antigo
Martin Bodmer
Bibliófilo,
estudioso e
colecionador
suíço
(1899-1971)
Biblioteca Bodmer
300d.c
Códice Vaticano Nº 1209
O que é ?
Internacionalmente designado pelo símbolo “B”, é
um códice uncial do quarto século EC,
possivelmente produzido em Alexandria, que
originalmente continha toda a Bíblia em grego.
Um revisor em tempos posteriores retraçou as
letras, talvez porque a escrita original tinha
desbotado, mas pulou letras e palavras que
considerava incorretas. É provável que
este códice tinha originalmente cerca de 820
folhas, das quais restam 759. Desapareceu a
maior parte de Gênesis, bem como parte dos
Salmos, Hebreus 9:14 a -13:25, e toda a Primeira
e Segunda Timóteo, Tito, Filêmon e Revelação. O
Codex Vaticanus está sendo preservado na
Biblioteca do Vaticano, em Roma, na Itália, e
sabe-se que está ali já desde o século 15.
Todavia, as autoridades da Biblioteca
do Vaticano tornaram extremamente difícil aos
peritos o acesso a este manuscrito e só
publicaram um fac-símile fotográfico completo
do códice inteiro em 1889-1890.
Por que é útil? Ao longo dos séculos, alguns
copistas introduziram erros no texto da Bíblia.
Assim, o desafio dos tradutores que querem
produzir um texto fiel é encontrar manuscritos
confiáveis que contenham o texto que aparecia
nos escritos originais. Por isso, dá para imaginar
como os eruditos estavam ansiosos para examinar
o Códice Vaticano. Afinal, era um manuscrito em
grego datado do quarto século EC, menos de
300 anos após toda a Bíblia ter sido escrita.
Esse códice contém o inteiro texto das Escrituras
Hebraicas e das Escrituras Gregas Cristãs, exceto
É claro que nem sempre o manuscrito mais antigo é o que mais
se aproxima do texto original. No entanto, comparar
o Códice Vaticano com outros manuscritos tem sido de grande
ajuda para os eruditos determinarem o que aparecia no texto
original. Por exemplo, no que sobreviveu do Manuscrito
Sinaítico, também do quarto século EC, falta boa parte do texto
dos livros históricos de Gênesis a 1 Crônicas. Mas o fato de
eles aparecerem no Códice Vaticano ajuda a confirmar seu
lugar legítimo no cânon da Bíblia.
De acordo com a obra The Oxford Illustrated History of the
Bible, especialmente “passagens que faziam alusão à pessoa
de Cristo e à Santíssima Trindade” geraram controvérsia entre
os eruditos. Como o Códice Vaticano ajudou a esclarecer essas
passagens?
Veja um exemplo. Conforme registrado em João 3:13, Jesus
disse: “Nenhum homem ascendeu ao céu, senão aquele que
desceu do céu, o Filho do homem.” Alguns tradutores
acrescentaram as palavras “que está no céu”. Essas palavras
adicionais sugerem que Jesus estava no céu e na Terra ao
mesmo tempo — uma idéia que apóia o ensino da Trindade.
Essa frase acrescentada aparece em alguns manuscritos do
quinto e do décimo séculos EC. No entanto, o fato de ela não
aparecer nos manuscritos Vaticano e Sinaítico, que são mais
antigos, tem levado muitos tradutores da atualidade a remover
essa frase. Isso elimina a confusão sobre a identidade de Cristo
e se harmoniza com o restante das Escrituras. Em vez de estar
em dois lugares ao mesmo tempo, Jesus tinha vindo dos céus e
em breve retornaria aos céus, ‘ascendendo para’ seu Pai. —
João 20:17.
O Códice Vaticano também lança luz sobre versículos da Bíblia
que falam a respeito do propósito de Deus para a Terra. Veja
um exemplo. De acordo com a tradução Almeida, revista e
corrigida, o apóstolo Pedro predisse que “a terra e as obras que
nela há se queimarão”. (2 Pedro 3:10) Outras Bíblias
transmitem a mesma idéia, baseando sua tradução
no Códice Alexandrino, do quinto século, e em manuscritos
posteriores. Muitos leitores sinceros da Bíblia concluíram assim
que Deus destruirá a Terra.
Você Sabia? Por um bom tempo, as autoridades
do Vaticano ficaram relutantes em deixar que os eruditos tivessem
acesso ao códice. Sir Frederic Kenyon, um renomado erudito, disse:
“Em 1843 [o erudito bíblico Konstantin von] Tischendorf, após
aguardar vários meses, foi autorizado a ver o manuscrito por seis
horas. . . . Em 1845, o notável erudito inglês Tregelles teve permissão
para vê-lo, mas não podia copiar nem uma palavra sequer.”
Tischendorf pediu autorização para ver de novo o códice, mas oito
dias depois, após ter copiado 20 páginas, sua autorização foi
revogada. No entanto, como Kenyon conta, “tendo feito um novo
pedido, [Tischendorf] conseguiu mais seis dias para estudar o códice,
totalizando 14 dias de três horas cada, e, por usar o tempo o melhor
possível, Tischendorf conseguiu em 1867 publicar a melhor edição do
300d.c
Códice Sinaítico
O que é? O Manuscrito Sinaítico
(Códice Sinaítico) também é do quarto
século d.c, mas o Códice Vaticano talvez
seja um pouco mais antigo. O Manuscrito
Sinaítico é designado pelo símbolo ‫א‬
(á·lefe, a primeira letra do alfabeto
hebraico), e embora seja evidente que
outrora continha toda a Bíblia em grego,
perdeu-se parte das Escrituras
Hebraicas. Todavia, contém todas as
Escrituras Gregas Cristãs. É provável
que este códice consistisse
originalmente em pelo menos 730 folhas,
embora se verifique hoje que existem por
inteiro ou em partes apenas 393 folhas.
Foi descoberto (uma parte em 1844 e
outra em 1859) pelo perito bíblico
Konstantin von Tischendorf no Mosteiro
de Santa Catarina, no monte Sinai.
Quarenta e três folhas
deste códice estão guardadas em
Leipzig, partes de três folhas se
encontram em Leningrado, e 347 folhas
são preservadas no Museu Britânico em
Londres. Relatou-se que em 1975 se
Qual seu valor? A descoberta de manuscritos, tais
como o Sinaítico, é importante porque, antes de tais
descobertas, era preciso que as traduções fossem
feitas de cópias muito posteriores que continham
muitos erros por serem cópias, e até mesmo trechos
espúrios. Por exemplo, foram o Sinaítico e o Vaticano
que indicaram que o relato de João 7:53 — 8:11, sobre
a mulher adúltera, foi uma adição posterior, visto que
nenhum dos dois manuscritos contém tal trecho.
No códice, fica claro que o relato de Marcos termina
com as palavras que aparecem em Marcos 16:8 nas
Bíblias modernas. O relato de Marcos termina da
mesma maneira no Códice Vaticano, também datado
do século 4 d.C. e considerado tão confiável quanto o
Códice Sinaítico.
Você sabia? Em 1844, Constantino von Tischendorf,
à busca de antigas cópias da Bíblia, entrou na biblioteca
do mosteiro ao pé do Monte Sinai, ao sul da Palestina.
Seus olhos foram atraídos para um grande cesto de
páginas de livros. Uma olhada mais de perto o deixou
estonteado!
Ali estavam páginas de uma cópia da Bíblia em grego
bem mais antiga do que qualquer outra que já vira. Mal
se contendo, perguntou a respeito daquelas páginas.
Seu coração foi a pique. Elas eram usadas para
acender o fogo! Duas pilhas já haviam sido queimadas!
Os monges lhe deram 43 páginas, mas se recusaram a
cooperar mais do que isto.
Ele fez uma segunda viagem ao mosteiro — sem
sucesso. Uma terceira viagem — novamente tudo
parecia perdido. Ele fez arranjos para partir,
considerando perdida a procura. Três dias antes da
partida, estava conversando com o ecônomo ou zelador
do mosteiro quando este o convidou para ir ao seu
quartinho. O zelador comentou que lera um exemplar
antigo da Bíblia e abruptamente puxou uma pilha de
folhas soltas enroladas num pano vermelho.
Ao abrir a trouxa, ah!, ali estava a “pérola” que
Tischendorf estava procurando há 15 anos. Este
manuscrito bíblico, agora chamado de Códice Sinaítico,
Konstantin von Tischendorf
(1815-1874)
Mosteiro de Santa Catarina
Sopé do Monte Sinai
382d.c
Jerônimo é comissionado a
traduzir a Bíblia para o Latim
O que é a Vulgata Latina? Tradução da Bíblia para o latim, feita por um estudioso da Bíblia chamado Eusebius
Hieronymus, mais conhecido como Jerônimo. Essa tradução foi completada por volta de 405 d.C. Nos dias de Jerônimo, havia
várias traduções da Bíblia em latim antigo, mas não eram boas traduções. Jerônimo recebeu a tarefa de corrigir esse problema e
fazer uma tradução padrão em latim. Ele começou pelos Evangelhos, traduzindo a partir dos melhores manuscritos gregos que ele
tinha à sua disposição. Em seguida, ele passou para as Escrituras Hebraicas, começando pelos Salmos. Ele traduziu primeiro com
base na Septuaginta, mas depois traduziu direto do hebraico. (É possível que outras partes da Vulgata tenham sido traduzidas por
outras pessoas.) Na sua introdução aos livros de Samuel e de Reis, Jerônimo escreveu: “E, mesmo hoje, encontramos o nome de
Deus, o Tetragrama [i.e., ‫יהוה‬
]
, em certos volumes gregos expresso em letras antigas.” Jerônimo reconheceu que Deus tinha um
nome, mas não usou esse nome na Vulgata. De início, a tradução de Jerônimo não foi bem recebida, mas depois foi amplamente
aceita. Com o tempo, essa tradução passou a ser chamada de Vulgata, nome que vem de uma palavra em latim que significa
“comum; popular”. Depois de várias revisões, a Vulgata de 1592 (conhecida como Sixto-Clementina) se tornou a tradução oficial
usada pela Igreja Católica Romana. Ainda existem hoje milhares de manuscritos da Vulgata.
Qual seu valor? Esta versão tem sido o texto-base usado por uma multidão de
tradutores católicos ao produzirem outras versões nos muitos idiomas da cristandade
ocidental. Como se originou a Vulgata? A palavra latina vulgatus significa “comum,
aquilo que é popular”. Quando se produziu a Vulgata, foi no latim comum ou popular da
época, de modo que podia ser facilmente entendida pelo povo do Império Romano do
Ocidente. O erudito Jerônimo, que fez esta tradução, havia feito anteriormente duas
revisões dos Salmos no latim antigo, comparando-as com a Septuaginta grega. No
entanto, sua tradução da Bíblia Vulgata foi feita diretamente dos idiomas originais,
hebraico e grego, e assim não era uma versão de uma versão. Jerônimo trabalhou na
sua tradução latina do hebraico, de cerca de 390 d.c a 405 d.c. Ao passo que a obra
completa incluía livros apócrifos, que por volta desta época estavam nas cópias
da Septuaginta, Jerônimo fez clara distinção entre os livros que eram canônicos e
aqueles que não eram. A Tradução do Novo Mundo refere-se muitas vezes a Vulgata de
Jerônimo, nas suas notas*.
* Veja “Vg” na nota em Êxodo 37:6
400d.c
Códice Bezae
O que é o Códice Bezae?
THÉODORE DE BÈZE, famoso erudito
francês versado nas Escrituras Gregas
Cristãs, era associado íntimo e sucessor
do reformador protestante João Calvino.
Em 1562, Beza, como é mais comumente
conhecido, levou a público um raro
manuscrito antigo. Dizia tê-lo obtido no
mosteiro de “Santo” Irineu, em Lião,
França, depois de a cidade ter sido
saqueada pelos huguenotes. Sua
procedência é desconhecida, mas a fonte
mais provável é a África do Norte ou o
Egito.
O códice mede 25 por 20 centímetros e
crê-se em geral que date do quinto
século d.c, um pouco mais tarde do que
os manuscritos Sinaítico, Vaticano e
Alexandrino. Consiste em 406 folhas e
contém apenas os quatro Evangelhos e
Atos dos Apóstolos, com algumas
omissões. Mas
o Códice Bezae originalmente talvez
incluísse outras cartas, pois há um
fragmento da terceira carta de João. Os
Evangelhos de Mateus e de João
precedem os de Lucas e de Marcos.
Qual seu valor? O manuscrito é um exemplo
antigo de texto bilíngüe, com grego na página
esquerda e latim na direita. Trata-se provavelmente
duma cópia dum manuscrito em papiro com um texto
antigo, similar a outros papiros do terceiro e do quarto
séculos conhecidos como P29, P38 e P48. Escrito
com letras unciais (maiúsculas) nítidas e elegantes,
o Códice Bezae não é contínuo na página. Está
composto em linhas de comprimento desigual, de
forma que o fim de cada linha represente uma pausa
na leitura. O latim está curiosamente escrito no estilo
das letras gregas, e, em muitos casos, o texto foi
ajustado para leituras em grego. O texto grego, por
outro lado, é bastante distinto e foi corrigido por
muitas mãos, inclusive as do escriba original.
O Códice Bezae tem a designação oficial “D”. É bem
diferente e independente de todos os outros
manuscritos importantes. Como indicam as notas
na Tradução do Novo Mundo das Escrituras
Sagradas, ele às vezes concorda e outras vezes
discorda dos códices Sinaítico ( ‫א‬
)
, Vaticano (B) e
Alexandrino (A). O grande valor
do Códice de Bezae está em que ele confirma a
exatidão de outros importantes manuscritos, e não
em suas peculiaridades de omissões e acréscimos *.
Apesar de algumas fraseologias e variações
incomuns, o Códice Bezae constitui outra excelente
evidência da preservação da Bíblia até os nossos
dias.
* Veja as notas na Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas Com
Referências em Mateus 23:14; 24:36;27:49; Marcos 7:16; 9:44, 46; 11:26; Lucas
15:21; João 5:4
Théodore de Béze
(1519-1605)
400d.c
Códice Ephraem
O que é? O Codex Ephraemi Syri rescriptus (Códice de Ephraem),
internacionalmente designado pela letra “C”, em geral também é considerado
como originário do quinto século EC. Está escrito em letras unciais gregas
sobre velino e é um códice reescrito, um manuscrito palimpsesto. O texto
original grego foi removido, e diversas folhas foram então reescritas com
discursos de Ephraem Syrus (o Sírio), em grego. Isto provavelmente foi feito
no século 12, quando havia escassez de velino. No entanto, o texto
subjacente foi decifrado. Embora “C” evidentemente contivesse outrora todas
as Escrituras em grego, restam apenas 209 folhas, sendo 145 das Escrituras
Gregas Cristãs. Portanto, este códice contém agora apenas partes dos livros
das Escrituras Hebraicas e partes de todos os livros das Escrituras Gregas
Cristãs, exceto Segunda Tessalonicenses e Segunda João. É preservado na
Bibliothèque Nationale em Paris.
Você sabia? Palimpsesto (lat.: palimpsestus; gr.: pa·lím·pse·stos, que significa
“raspado novamente”) é o manuscrito do qual se apagou ou raspou a escrita anterior para
possibilitar uma nova escrita. Um famoso palimpsesto bíblico é o Codex Ephraemi Syri
rescriptus do quinto século EC. Caso a escrita anterior (a escrita raspada) seja a
importante no palimpsesto, freqüentemente os peritos conseguem ler esta escrita apagada
por recorrer a meios técnicos, que incluem o uso de reagentes químicos e fotografia.
Alguns manuscritos das Escrituras Gregas Cristãs são lecionários, leituras bíblicas
Qual o seu valor? Esse códice é extremamente valioso por ser
uma das cópias mais antigas de partes das Escrituras Gregas
Cristãs. Por isso, é um dos melhores instrumentos para se
estabelecer a exatidão dessa parte da Palavra de Deus. O texto
bíblico que originalmente aparecia nesse códice do quinto século foi
removido no século 12 EC, e em cima dele foi escrita uma tradução
em grego de 38 sermões do erudito sírio Efrém. No fim do século 17,
alguns especialistas notaram que havia um trecho da Bíblia por
baixo. Nos anos seguintes houve algum progresso em ver o que
estava escrito originalmente. No entanto, decifrar todo o manuscrito
era difícil demais visto que a tinta que tinha sobrado estava
desbotada. Além disso, a sobreposição dos dois textos e o fato de
muitas folhas estarem deterioradas também dificultava essa tarefa.
Foram usados produtos químicos para que o texto ficasse visível e
pudesse ser lido — sem grande sucesso. Assim, a maioria dos
eruditos concluiu que, como um todo, o material apagado não dava
para ser recuperado. No início da década de 1840, Konstantin von
Tischendorf, um hábil lingüista alemão, se dedicou ao estudo daquele
códice. Em dois anos, Tischendorf decifrou o manuscrito. Por que ele
conseguiu e os outros eruditos não? Tischendorf conhecia muito bem
a escrita uncial grega, que consiste em grandes letras maiúsculas
separadas. Tendo boa visão, ele descobriu que, por simplesmente
segurar o pergaminho contra a luz, era possível ver o texto original.
Hoje em dia, para fazer o mesmo, os eruditos usam recursos óticos
tais como luz infravermelha, ultravioleta e polarizada. Em 1843 e
1845, Tischendorf publicou o que havia recuperado ou decifrado do
Em 405 d.c, Jerônimo completou sua tradução da Bíblia, tanto do
hebraico como do grego, para o latim. Apesar de extensiva
objeção, a versão latina de Jerônimo venceu e tornou-se a Bíblia
da cristandade ocidental para os mil anos seguintes. Veio a ser
conhecida como a Vulgata Latina ou “edição latina vulgar”. A
primeira Bíblia que foi impressa por João Gutenberg em
Mogúncia, Alemanha, foi a Vulgata Latina.
405d.c
Completada a tradução
de Jerônimo conhecida
como Vulgata Latina,
concluída em Belém na
Palestina
Você Sabia? Jerônimo, descrito como “o melhor perito hebraico” da
igreja primitiva, e que terminou a tradução da Vulgata latina da
Bíblia em 405 E. C., adotou uma posição definida contra tais livros
apócrifos, e foi o primeiro, com efeito, a usar a palavra “apócrifos”
explicitamente no sentido de não canônicos, como se aplicando a
tais escritos. Assim, em seu Prologus Galeatus (Prólogo galeato)
da Vulgata, Jerônimo alista os livros inspirados das Escrituras
Hebraicas em harmonia com o cânon hebraico (em que os trinta e
nove livros estão agrupados como vinte e dois) e então declara: “De
modo que há vinte e dois livros . . . Este prólogo das Escrituras pode
servir como enfoque fortificado para todos os livros que traduzimos
do hebraico para o latim; de modo que saibamos que tudo o que for
além destes precisa ser colocado entre os apócrifos.” Ao escrever a
uma senhora chamada Loeta, sobre a educação da filha dela,
Jerônimo aconselhou-a: “Todos os livros apócrifos devem ser
evitados; mas, se ela quiser alguma vez lê-los, não para determinar
a verdade das doutrinas, mas com sentimento reverente pelas
verdades que representam, deve ser informada de que não são
obras dos autores por cujos nomes se distinguem, que eles contêm
muitas falhas e que é uma tarefa que exige grande prudência achar
450d.c
Códice Alexandrino
O que é? O Manuscrito Alexandrino (Códice Alexandrino), designado pela letra “A”, é um manuscrito grego uncial que contém a
maior parte da Bíblia, inclusive o livro de Apocalipse. Das possivelmente 820 folhas originais foram preservadas 773. Considera-se
em geral que este códice seja da primeira metade do quinto século EC, e ele também é preservado no Museu Britânico. Esse
manuscrito foi o primeiro dos principais manuscritos bíblicos a se tornar acessível a estudiosos. A sua descoberta levou à crítica
construtiva do texto bíblico grego em benefício de todos os posteriores tradutores das Escrituras Sagradas.
Qual seu valor? Vários escribas evidentemente participaram de sua escrita, e todo o texto foi corrigido. Foi escrito
em velino, duas colunas em cada página, com letras unciais (maiúsculas) sem espaços entre as palavras. A maior
parte de Mateus falta, bem como partes de Gênesis, dos Salmos, de João e de 2 Coríntios. Agora oficialmente
designado Códice A, consiste de 773 folhas e permanece como primitiva testemunha de grande importância. A
maioria dos manuscritos bíblicos pode ser dividida em grupos, ou famílias, à base de similaridades entre eles. Estas
surgiam à medida que os escribas faziam cópias à base de uma mesma fonte ou de amostras bem idênticas. Quanto
ao CódiceAlexandrino, porém, parece que os escribas estavam interessados em juntar fraseados de diferentes
famílias, de modo a prover um texto da melhor qualidade possível. De fato, mostrou ser mais antigo e melhor do que
qualquer dos manuscritos gregos usados como base para a King James Version (Versão Rei Jaime), de 1611. O
fraseado alexandrino de 1 Timóteo 3:16 provocou muita polêmica, ao ser publicado. A King James Version diz ali:
“Deus foi manifestado na carne”, ao referir-se a Cristo Jesus. Mas, nesse códice antigo, a contração para “Deus”,
formada de duas letras gregas, “ΘC”, evidentemente rezava de início “OC”, a palavra para “quem”. Obviamente, isso
significa que Cristo Jesus não era “Deus”. Foram necessários mais de 200 anos e a descoberta de outros
manuscritos mais antigos para confirmar que a tradução “quem” ou “que” é correta. Bruce M. Metzger, em
seu Comentário Textual Sobre o Novo Testamento Grego (em inglês) conclui: “Nenhum uncial (de primeira mão)
anterior ao oitavo ou nono século . . . apóia θεóς [the·ós]; todas as antigas versões pressupõem ὅς ou ὅ; e nenhum
escritor patrístico anterior ao último terço do quarto século confirma a escrita θεóς [the·ós].” Hoje, a maioria das
traduções omite qualquer referência a “Deus” nesse texto. Em 1757, a Biblioteca Real tornou-se parte da Biblioteca
Britânica, e esse excelente códice está agora em exibição bem visível na sala de manuscritos do Museu Britânico.
Cirilo Lucaris, patriarca de Alexandria, Egito, era um grande
colecionador de livros, e, no ano de 1621, ao tornar-se patriarca de
Constantinopla, Turquia, levou consigo esse Códice Alexandrino. Mas,
devido a convulsões no Oriente Médio e a possibilidade de esse
manuscrito vir a ser destruído caso caísse nas mãos dos muçulmanos,
Lucaris achou que este estaria mais seguro na Inglaterra. Assim, em
1624, ele o ofereceu ao embaixador britânico na Turquia como presente
ao rei inglês, Jaime I. O rei faleceu antes que pudesse receber o
manuscrito, assim, foi entregue ao seu sucessor, Carlos I, três anos
depois.
Cirilo Lucaris
(1572-1638)
500d.c
Os Massoretas fazem
cópias das Escrituras e
para preservar a
autenticidade, contam
as palavras
Quem foram os Massoretas? A palavra hebraica para “tradição” é ma·soh·ráh ou ma·só·reth. Por volta do sexto século EC,
aqueles que guardavam a tradição de copiar com exatidão as Escrituras Hebraicas passaram a ser conhecidos como massoretas. As
cópias que produziram são chamadas de textos massoréticos. O que havia de especial no seu trabalho e nos textos que preparavam?
O hebraico tinha deixado de ser a língua nacional, viva, e muitos judeus não mais a falavam. Portanto, o próprio entendimento do texto
bíblico consonantal estava em perigo. A fim de protegê-lo, os massoretas desenvolveram um sistema de vogais representadas por
pontos e traços, também chamados de sinais. Eram colocados acima e abaixo das consoantes. Os massoretas desenvolveram também
um complexo sistema de sinais que serviam tanto como forma de pontuação como qual guia para uma pronúncia mais exata. Onde
os massoretas achavam que o texto tinha sido alterado ou copiado de forma incorreta por gerações anteriores de escribas, eles, em vez
de mudarem o texto, faziam anotações nas margens laterais. Anotavam formas e combinações incomuns de palavras, bem como a
freqüência com que ocorriam em determinado livro ou nas Escrituras Hebraicas como um todo. Anotavam-se também
comentários adicionais para ajudar os copistas a fazer verificações. Desenvolveu-se um sistema de “códigos” abreviados para registrar
estas informações com extrema brevidade. Nas margens superiores e inferiores, um tipo de miniconcordância alistava partes de
versículos relacionados, comentados nas notas das margens laterais. O mais célebre sistema foi aperfeiçoado pelos massoretas de
Tiberíades, junto ao mar da Galiléia. As famílias de Ben Asher e de Ben Naftali, do nono e do décimo século EC, possivelmente caraítas,
chegaram a ter destaque especial.* Embora houvesse diferenças entre os métodos de pronúncia e as notas marginais destas duas
escolas, as consoantes dos seus textos diferem em menos de dez lugares em todas as Escrituras Hebraicas. Ambas as escolas
de massoretas, a de Ben Asher e a de Ben Naftali, fizeram na sua época uma grande contribuição para a erudição textual. Depois que
Maimônides (um influente erudito talmúdico do século 12) elogiou o texto de Ben Asher, outros deram-lhe preferência exclusiva. Isto
chegou ao ponto de que atualmente não se pode achar nenhum manuscrito de Ben Naftali. Tudo o que resta são listas de diferenças
entre as duas escolas. Ironicamente, o comentário de Maimônides relacionava-se com considerações estilísticas, tais como o
espacejamento de parágrafos, e não com os aspectos mais importantes da transmissão exata do texto.
Sua contribuição: Os massoretas encaravam a tarefa de copiar corretamente o
texto bíblico como trabalho sagrado. Embora pessoalmente talvez estivessem
altamente motivados por outras ponderações religiosas, parece que a obra massorética
em si estava acima de questões ideológicas. As notas marginais muito concisas davam
pouco ensejo a debates teológicos. O texto bíblico em si era o que havia de mais
importante em sua vida; eles não o adulterariam. Embora o Israel natural não mais
fosse o povo escolhido de Deus, esses copistas judeus estavam totalmente dedicados
à preservação exata da Palavra de Deus. O que a família Ben Asher e outros
massoretas conseguiram foi bem resumido por Robert Gordis, que escreveu: “Aqueles
trabalhadores humildes, mas inabaláveis, . . . realizaram na obscuridade a laboriosa
tarefa de salvaguardar o Texto Bíblico de perda ou de alterações.” (The Biblical Text in
the Making [A Elaboração do Texto Bíblico]) Graças a isso, quando reformadores do
século 16, como Lutero e Tyndale, contestaram a autoridade da Igreja e começaram a
traduzir a Bíblia para idiomas comuns, para que todos pudessem lê-la, eles dispunham
de um texto hebraico bem preservado para usar como base para o trabalho. O trabalho
dos massoretas continua a nos beneficiar hoje. Seus textos hebraicos são a base das
863d.c
Cirilo e Metódio vão
para a Morávia
(República Tcheca) e
iniciam a tradução da
Bíblia para o eslavônio
Quem eram Cirilo e Metódio? ATUALMENTE, as mais de 435 milhões de pessoas que falam línguas eslavas têm acesso a uma
tradução da Bíblia na sua língua nativa.* Dessas, 360 milhões usam o alfabeto cirílico. No entanto, 12 séculos atrás, não existia nem
língua escrita nem alfabeto nos dialetos dos seus antepassados. Os homens que ajudaram a corrigir a situação foram dois
irmãos, Cirilo e Metódio. Os dois irmãos tinham um bom preparo acadêmico, pedagógico e lingüístico para encabeçar tal missão. Um biógrafo do
nono século nos diz que o imperador, insistindo para que fossem à Morávia, argumentou: “São ambos nativos de Tessalônica, e todos os
tessalonicenses falam o eslavo puro.”
Sua Contribuição: Cirilo preparou-se para a missão por desenvolver uma escrita para os eslavos. Diz-se que ele tinha um
bom ouvido para a fonética. Assim, usando caracteres gregos e hebraicos, ele tentou fornecer uma letra para cada som do
eslavônio. Alguns pesquisadores acreditam que ele já havia passado anos lançando a base para tal alfabeto. E ainda há
incerteza sobre a forma exata do alfabeto que Cirilo desenvolveu.
Na mesma época, Cirilo iniciou um programa rápido de tradução da Bíblia. De acordo com a tradição, ele começou por traduzir
a primeira frase do Evangelho de João do grego para o eslavônio, usando o recém-desenvolvido alfabeto: “No princípio era a
Palavra . . .” Cirilo passou a traduzir os quatro Evangelhos, as cartas de Paulo e o livro dos Salmos.
É bem provável que Metódio tenha ajudado nisso. Além disso, o livro The Cambridge Medieval History (História Medieval, de
Cambridge) declara: “É fácil imaginar que [Cirilo] tivesse outros para ajudá-lo, que inicialmente devem ter sido pessoas de
origem nativa, eslava, que tiveram uma educação grega. Quando examinamos as traduções mais antigas, . . . temos a melhor
prova dum senso de linguagem, eslavo, altamente desenvolvido, que deve ser atribuído a colaboradores que eram eslavos.” O
restante da Bíblia foi completado mais tarde por Metódio. Apesar da implacável oposição, Metódio, com a ajuda de vários
estenógrafos, terminou a tradução do restante da Bíblia para o eslavônio. Segundo a tradição, ele realizou esta enorme tarefa
em apenas oito meses. Mas, ele não traduziu os livros apócrifos dos macabeus. Hoje em dia, não é fácil avaliar com exatidão a
qualidade da tradução de Cirilo e de Metódio. Só existem poucas cópias manuscritas que remontam ao tempo da tradução
inicial. Pelo exame desses raros exemplares primitivos, os lingüistas notam que a tradução foi precisa e transmitiu um vigor
natural. A obra Our Slavic Bible (Nossa Bíblia Eslava) declara que os dois irmãos “tiveram de criar muitas palavras e expressões
novas . . . E fizeram tudo isso com uma espantosa precisão [e] deram à língua eslava uma riqueza léxica sem precedentes”.
O esforço destemido de Cirilo e de Metódio em traduzir a Bíblia resultou em haver disponíveis hoje várias traduções eslavas
das Escrituras. Milhões de pessoas que falam estas línguas são beneficiadas por terem a Palavra de Deus no seu idioma.
Você Sabia? As línguas eslavas são faladas na Europa Oriental e Central, e incluem russo, ucraniano, sérvio, polonês, tcheco, búlgaro e
outras similares. “Eslavônio”, refere-se ao dialeto eslavo usado por Cirilo e Metódio na sua missão e na obra literária. Atualmente, alguns usam
os termos “eslavo antigo” ou “eslavo eclesiástico”. Os lingüistas concordam que não havia uma língua comum falada pelos eslavos no nono
século d.c. A natureza do alfabeto criado por Cirilo tem gerado muitas controvérsias, visto que os lingüistas não têm certeza de que alfabeto era.
O alfabeto chamado cirílico baseia-se de perto no alfabeto grego, com uma dúzia ou mais de caracteres adicionais, inventados para representar
sons eslavônios inexistentes no grego. Alguns dos mais antigos manuscritos eslavônios, porém, usavam uma escrita bem diferente, conhecida
como glagolítica, e muitos eruditos acreditam que foi esta escrita que Cirilo inventou. Alguns caracteres glagolíticos parecem derivar do grego ou
do hebraico cursivos. Outros podem ter sido derivados de sinais diacríticos medievais, mas a maioria deles são criações originais e complexas.
O glagolítico parece ser uma criação nitidamente diferente e original. No entanto, foi o cirílico que se desenvolveu nos atuais escritos russo,
ucraniano, sérvio, búlgaro e macedônio, além de outras 22 línguas, algumas delas não sendo eslavônias.
930d.c
Códice de Alepo
O que é o Códice de Alepo? Um importante manuscrito hebraico, chamado de Keter, a “Coroa”, que
originalmente continha todas as Escrituras Hebraicas, ou o “Velho Testamento”. Era guardado na mais antiga
sinagoga duma pequena e antiga comunidade de judeus que moravam em Alepo, na Síria, cidade
predominantemente muçulmana. Anteriormente, esse manuscrito ficara entregue aos judeus caraítas, em
Jerusalém, mas fora capturado pelos cruzados, em 1099. Mais tarde, ele foi recuperado e levado ao Cairo
Antigo, no Egito. Chegou a Alepo o mais tardar no século 15 e subseqüentemente ficou conhecido como
o Códice de Alepo. Esse manuscrito, que data no mínimo de 930 EC, era considerado a coroa da erudição
massorética, conforme seu nome dá a entender. É um belo exemplo que ilustra o cuidado que se teve na
transmissão do texto bíblico e, de fato, era um modelo de manuscrito hebraico. Em tempos mais recentes, os
guardiães desse notável manuscrito, supersticiosamente temendo a dessacração de seu objeto sagrado, não
permitiram que fosse consultado por eruditos. Além disso, visto que apenas uma só folha havia sido
fotografada, não se podia publicar uma edição em fac-símile para estudos. Em 1948, quando os britânicos se
retiraram da Palestina, irromperam em Alepo distúrbios contra os judeus. Sua sinagoga foi incendiada; o
precioso códice desapareceu e foi considerado destruído. Que surpresa foi então quando uns dez anos mais
tarde se soube que cerca de três quartos dele haviam sobrevivido e tinham sido contrabandeados da Síria para
Jerusalém! Em 1976, publicou-se finalmente em fac-símile uma excelente edição de 500 exemplares em cores.
Qual o seu valor? Porque seu texto consonantal, original, fora corrigido e pontuado por volta de 930 EC por Aaron ben Asher,
um dos mais célebres eruditos treinados em copiar e em transmitir a Bíblia hebraica. Por isso era um códice-modelo,
estabelecendo a norma para cópias futuras feitas por escribas menos habilidosos. Continha originalmente 380 fólios (760
páginas) e em geral estava escrito em três colunas, em folhas de pergaminho. Consiste agora em 294 fólios e falta-lhe a maior
parte do Pentateuco e a seção final, abrangendo Lamentações, o Cântico de Salomão, Daniel, Ester, Esdras e Neemias. É citado
como “Al” na Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas — Com Referências (Josué 21:37, nota de rodapé). Moisés
Maimônides, famoso erudito judeu medieval do século 12 EC, proclamou o Códice de Alepo o melhor que já vira. O texto
hebraico copiado à mão, desde o século 13 até o fim do século 15, era misto, tirado de duas das principais famílias textuais
massoréticas, a de Ben Asher e a de Ben Naftali. No século 16, Jacob ben Hayyim produziu o texto para uma Bíblia hebraica
impressa, derivado dessa tradição mista, e este tornou-se a base para quase todas as Bíblias hebraicas impressas durante os
próximos 400 anos. Na terceira edição, de 1937, da Biblia Hebraica (o texto hebraico impresso), consultou-se a tradição de Ben
Asher conforme preservada num manuscrito guardado na Rússia, conhecido como Leningrado B 19A. O Leningrado B 19A data
de 1008 EC. A Universidade Hebraica em Jerusalém planeja publicar o texto hebraico de Alepo na íntegra ao longo dum período
de tempo, junto com leituras de todos os outros importantes manuscritos e versões, inclusive os Rolos do Mar Morto. O texto
bíblico que usamos atualmente é confiável. Foi divinamente inspirado e transmitido no decorrer dos séculos por escribas copistas
que trabalhavam com meticulosa perícia. O extremo cuidado usado por esses copistas se vê em que as comparações entre o
rolo de Isaías, encontrado perto do mar Morto, em 1947, e o texto massorético mostram surpreendentemente poucas diferenças,
embora o Rolo do Mar Morto seja mil anos mais velho do que o mais antigo manuscrito massorético existente. Além disso, agora
que o Códice de Alepo está disponível aos eruditos, ele fornecerá motivo ainda maior para se ter confiança na autenticidade do
texto das Escrituras Hebraicas.
Moisés Maimônides
(1138-1204)
Você Sabia? O Códice de Alepo (Al), do décimo século d.c, em hebraico, preservou o nome divino ‫יהוה‬
) ) que aparecia no primitivo texto hebraico em D
1008d.c
Códice de Leningrado
O que é? O manuscrito de
data mais antiga das inteiras
Escrituras Hebraicas em
hebraico é o Manuscrito de
Leningrado N.º B 19A,
preservado na Biblioteca
Pública de Leningrado. Foi
copiado em 1008 EC “dos
livros corrigidos, preparados
e anotados por Aaron ben
Moses ben Asher, o
instrutor”.
Qual seu valor? O texto do Códice de Leningrado B 19A,
que se encontra na Rússia, usado para a Biblia Hebraica
Stuttgartensia (BHS), apresenta os sinais vocálicos do
Tetragrama para rezar Yehwáh, Yehwíh e várias
vezes Yehowáh, como em Gên 3:14. A edição do texto
hebraico feita por Ginsburg (Gins.) apresenta os sinais
vocálicos em YHWH para rezar Yehowáh. Ao passo que
muitos tradutores favorecem a pronúncia “Yahweh” ou
“Javé”, a Tradução do Novo Mundo continua a usar a
forma “Jeová”, por causa da familiaridade das pessoas
com ela já por séculos, a Biblia Hebraica Stuttgartensia e
a Biblia Hebraica de Kittel, usadas pela Comissão da
Tradução do Novo Mundo da Bíblia, baseiam-se no
Códice de Leningrado e usam o Tetragrama, ou nome
divino, 6.828 vezes no texto original.
O Códice de Leningrado, que data de 1008/1009 EC, é o
manuscrito massorético completo mais antigo. No
entanto, na metade do século 20, foram descobertos
entre os Rolos do Mar Morto cerca de 220 manuscritos
ou fragmentos bíblicos. Esses manuscritos eram
mais de mil anos mais antigos do que o Códice de
Leningrado. Uma comparação entre os Rolos do Mar
Morto e o Códice de Leningrado confirma um fato
importante: embora os Rolos do Mar Morto contenham
algumas variações na fraseologia, nenhuma dessas
variações afeta o sentido.
Você Sabia? É uma surpresa agradável saber que um manuscrito tão precioso como
o Códice de Leningrado é preservado cuidadosamente num país que proíbe a importação
livre de Bíblias e é intolerante ao nome de Deus e seu povo. O manuscrito em questão não
é apenas um dentre muitos, mas é aquele que forneceu a base para muitas traduções
modernas das Escrituras Hebraicas, inclusive a Tradução do Novo Mundo, publicada pela
Sociedade Torre de Vigia.
1199d.c
Papa Inocêncio III decreta
que se destrua cópias da
Bíblia
1008d.c
Edito Papa Gregório VII
Proibindo a produção ou
posse de versões
vernáculas
Com o tempo, o latim se tornou uma língua sagrada
para o catolicismo romano. Em vista disso, quando
Vratislau, duque da Boêmia, pediu permissão
em 1079 para usar o eslavônio nas missas locais,
o Papa Gregório VII escreveu em resposta: “Nós não
podemos de forma alguma atender a essa
solicitação.” Por que não?
“Para os que refletem sobre esse assunto”, disse
Gregório, “fica evidente que é do agrado de Deus
manter a Escritura Sagrada em segredo em certos
lugares, pois, se ela fosse claramente compreensível
a todos os homens, poderia acabar sendo
vulgarizada e desrespeitada ou sendo tão mal
entendida por aqueles de pouca instrução a ponto
de conduzi-los ao erro”.
As pessoas comuns tinham acesso bem limitado à
Bíblia, e era isso mesmo que a Igreja queria. Essa
situação garantia ao clero poder sobre as massas.
Eles não queriam que as pessoas comuns se
intrometessem em assuntos que, para eles, eram
O Papa Inocêncio III escreveu a respeito dos “hereges” que haviam traduzido
a Bíblia para o francês e ousado conversar sobre ela entre si. Inocêncio
aplicou a eles as seguintes palavras de Jesus: “Não deis aos cães o que é
santo, nem lanceis as vossas pérolas diante dos porcos.” (Mateus 7:6) Por
que o papa pensava assim? Ele disse: “Para que nenhum homem simples e
inculto se atreva a se ocupar com a sublimidade da Escritura sagrada ou
pregá-la a outros.” Aqueles que desobedeciam à ordem do papa geralmente
eram entregues aos inquisidores, que os torturavam até conseguirem a
confissão. Os que se recusavam a renegar sua posição eram queimados
vivos. Durante a longa batalha travada sobre o direito de ter e ler a Bíblia,
recorria-se com frequência à carta do Papa Inocêncio para proibir o uso da
Bíblia e sua tradução para outros idiomas. Logo após esse decreto, Bíblias
em línguas comuns começaram a ser queimadas, assim como as pessoas
que as possuíam. Nos séculos seguintes, os bispos e os governantes da
Europa católica usaram todos os meios possíveis para garantir que a
proibição imposta pelo Papa Inocêncio III fosse respeitada. Sem dúvida, a
hierarquia católica sabia que muitos de seus ensinamentos não eram
baseados na Bíblia, mas em tradições da Igreja. Com certeza, esse é um dos
motivos de eles relutarem em permitir que seus fiéis tivessem acesso à Bíblia.
Por lê-la, as pessoas descobririam que a doutrina da Igreja era incompatível
“A relva seca, a flor
murcha, mas a palavra do
nosso Deus permanece
para sempre.”
Isaías 40:8
1234d.c
Concílio de Tarragona na
Espanha decretou que
todos os livros contendo
trechos das Escrituras na
língua do povo fossem
levados a igreja local para
serem queimados
1211d.c
Bíblias são queimadas na cidade
de Metz no Leste da França.
1229d.c
o Conselho de Toulouse proibiu
expressamente que os leigos
usassem a Bíblia em quaisquer
línguas vernáculas.
1382d.c
John Wycliffe traduz os
evangelhos para o inglês
Enquanto povos e nações se aliavam a um ou a outro papa, Wycliffe ficava
cada vez mais desgostoso. Tinha-se preparado para dar apoio ao papa que se
provasse genuíno nas suas asserções. No entanto, vendo que cada um dos
papas reprovava o outro, e que estavam dispostos a usarem de todos os meios
não-cristãos para conseguirem poder e posição, Wycliffe afirmou que ambos os
papas eram falsos. Seus olhos, então estavam plenamente abertos para com a
hipocrisia associada com o cargo que ele considerara como autoridade
espiritual. Para o que ou para quem poderia ele voltar-se em busca da
verdadeira autoridade de Deus e Cristo?
Todas as suas pesquisas, meditações, debates e argumentos apontaram
prontamente para o lugar certo. Somente a Bíblia é padrão básico da verdade,
a fonte de todo conhecimento verdadeiro sobre coisas espirituais. Hoje, tal
idéia não parece incomum, mas, no tempo em que a divulgação da Bíblia era
severamente restringida pela Igreja (havendo pouquíssimo dela disponível em
inglês) esta era uma idéia nova e surpreendente para a maioria das pessoas.
Wycliffe preparou um tratado intitulado “Sobre a Verdade das Escrituras
Sagradas”, e um dos seus pontos principais foi estabelecer a clara separação
entre as Escrituras e a tradição. Logo Wycliffe discerniu que as Escrituras
deviam ser pregadas ao povo, que não deveria haver distinção entre clero e
leigo e que o camponês comum devia poder ler a Bíblia por si mesmo. Com
alguns dos seus aliados começou a traduzir a Bíblia da Vulgata latina para o
inglês. O uso das línguas originais teria sido então algo inusitado na Inglaterra.
O grego já por séculos havia sido esquecido, e Wycliffe não tinha
conhecimento dele. Entre os anos de 1379 e 1382, o trabalho de tradução
avançou com grande urgência. Ao mesmo tempo, Wycliffe promovia o ensino e
o treinamento de pregadores itinerantes, que viajavam através do país com a
Palavra de Deus. A tradução das Escrituras Gregas Cristãs provavelmente
ficou completa por volta de 1382. A tradução das Escrituras Hebraicas, sem
dúvida, estava então em progresso, sob a supervisão de Nicolau de Hereford,
zeloso seguidor de Wycliffe. João Purvey, outro colaborador no trabalho, foi
secretário de Wycliffe por alguns anos. O resultado foi uma tradução bastante
literal, desconsiderando até mesmo a vernaculidade da língua inglesa Mas,
pela primeira vez, a Bíblia foi colocada ao alcance do povo comum.
Quem eram os Lolardos? Significa “Cantores”
Eles eram um grupo de pregadores que viajavam
de cidade em cidade na Inglaterra e queriam que
a Palavra de Deus tocasse a mente e o coração
das pessoas simples. Para isso, os lolardos liam
trechos da Bíblia de Wycliffe para as pessoas
que encontravam. Eles também distribuíam
partes da Bíblia escritas à mão. O trabalho deles
ajudou a despertar o interesse das pessoas na
Palavra de Deus.
Você sabia? Em 1428, aconteceu um incidente estranho e chocante. O túmulo de João Wycliffe foi violado, segundo o
decreto do Concílio de Constança, emitido 14 anos antes. Seus restos mortais foram desenterrados e queimados, e as
cinzas foram levadas ao pequeno rio Swift, a pouca distância dali. Ali foram espalhadas sobre as águas e desceram rio
abaixo até o Avon, depois ao Severn e ao mar aberto. Não havia nenhuma intenção simbólica da parte dos que praticaram
este feito. Porém, foi assim interpretado por aqueles que procuraram algum consolo para o ato de vingança. Além disso a
igreja empreendeu a caça e a destruição das Bíblias de Wycliffe.
Exumação e cremação dos ossos de John Wycliffe
John Wycliffe
(1328-1384)
1415d.c
Jan Hus produz uma
versão tcheca da Bíblia e
em 1415 é queimado vivo
O boêmio (tcheco) Jan Hus era sacerdote católico e reitor da Universidade de Praga. Hus pregou contra a corrupção da Igreja
Romana e frisou a importância de ler a Bíblia. Isto prontamente trouxe sobre ele a ira da hierarquia. Em 1403, as autoridades
ordenaram-lhe que parasse de pregar as idéias antipapais de Wycliffe, cujos livros também queimaram publicamente. Hus, porém,
passou a escrever algumas das mais pungentes acusações contra as práticas da igreja, incluindo a venda de indulgências. Ele foi
condenado e excomungado em 1410. Hus não transigia no seu apoio à Bíblia. “Rebelar-se contra um papa faltoso é obedecer a
Cristo”, escreveu. Ensinou também que a verdadeira igreja, longe de ser o papa e a instituição romana, “é o conjunto de todos os
eleitos e o corpo místico de Cristo, cuja cabeça é Cristo; e a noiva de Cristo, a quem à base de seu grande amor ele remiu com o
seu próprio sangue”. Jan Hus produziu uma versão tcheca fácil de ler, à base da tradução do eslavônio antigo. Seus esforços
A Igreja Católica não podia mais suportar as exposições de Hus e o convocou
para responder pelos seus conceitos perante o Concílio de Constança,
realizado de 1414 a 1418 perto do Lago de Constança. Com a promessa dum
salvo-conduto, que prontamente mostrou ser falsa, ele foi enganado pelo irmão
do rei, o Imperador Sigismundo, para fazê-lo comparecer. Logo após a sua
chegada, foi preso, mas continuou a resistir à autoridade, tanto do papa como
do concílio. Quando o concílio exigiu que Hus se retratasse quanto às suas
ideias e aos seus ensinos, ele replicou que faria isso de bom grado, se com as
Escrituras ele fosse provado errado, em harmonia com 2 Timóteo 3:14-
16. Hus achava que a sua consciência sempre o incomodaria, se fizesse uma
retratação formulada em termos ambíguos. Ele declarou: “Sempre foi meu
desejo que se me provasse com as Escrituras uma doutrina melhor, e então eu
estaria prontamente disposto a retratar-me.” Apesar de seu desafio, que o
menor membro do concílio lhe mostrasse seu erro à base da própria Palavra
de Deus, ele foi condenado como herege obstinado e mandado de volta para a
prisão, sem que se considerasse alguma coisa à base da Bíblia.
Em 6 de julho de 1415, Hus foi
formalmente condenado na catedral
de Constança. Não se lhe permitiu
responder às acusações lançadas
contra ele, ao passo que eram lidas.
Daí foi publicamente despojado do
sacerdócio, enquanto se queimavam
no pátio os seus escritos. Foi levado
para fora, a um campo nos
subúrbios, e ali queimado na estaca.
Suas cinzas foram ajuntadas e
lançadas no rio Reno, para impedir
que alguém guardasse relíquias
deste mártir.
Um exemplo a ser seguido: Naquela era, Hus foi
um dos primeiros homens a se atrever a se opor à
autoridade tanto do papa como do concílio, e a
aceitar, em vez disso, a suprema autoridade das
Escrituras. Pôs assim em ação um movimento em
prol dos direitos da pessoa, da liberdade de
consciência e de expressão.
‘Temos de obedecer a Deus como
governante em vez de a homens’.
Atos 5:29
Jan Hus
(1371-1415)
1455d.c
Gutemberg é responsável pela
criação de uma impressora de tipos
móveis e sua primeira obra é a
impressão da Vulgata Latina
A tipografia de Gutenberg, que empregava 15 a 20 pessoas, terminou a primeira impressão da Bíblia em 1455.
Foram produzidos cerca de 180 exemplares. Cada Bíblia tinha 1.282 páginas, com 42 linhas por página,
impressas em duas colunas. A encadernação (em dois volumes) e a pintura ornamental à mão dos cabeçalhos e
da primeira letra de cada capítulo foram feitas depois, fora da tipografia de Gutenberg. Pode imaginar quantas
peças de tipo foram necessárias para imprimir a Bíblia? Cada página contém uns 2.600 caracteres. Presumindo-
se que Gutenberg tivesse seis compositores, cada qual trabalhando em três páginas por vez, teriam sido
necessários cerca de 46.000 peças. Vê-se prontamente que o molde de fundição de Gutenberg era a chave
para imprimir com tipos móveis. As pessoas se admiravam ao comparar as Bíblias: em todas elas, cada letra
ficava no mesmo lugar. Isso era impossível conseguir com obras escritas à mão. Günther S. Wegener escreve
que “a uniformidade e simetria, a harmonia e beleza da Bíblia de 42 linhas eram tão grandes que os impressores
ao longo das eras têm-se maravilhado com essa obra-prima”. O invento de Gutenberg difundiu-se rapidamente.
Em 1500 já havia impressoras em 60 cidades alemãs e 12 outros países europeus. “O desenvolvimento da
impressão significou uma revolução nas comunicações”, diz a New Encyclopædia Britannica. “Nos 500 anos
seguintes foram feitos consideráveis melhoramentos nas técnicas de impressão, mas o processo fundamental
permaneceu essencialmente o mesmo.” A Reforma do século 16 não teria vingado sem a imprensa mecanizada.
A Bíblia foi traduzida para o alemão, francês, holandês, inglês, italiano, polonês, russo e tcheco, e a imprensa
tornou fácil publicar dezenas de milhares de exemplares. Martinho Lutero fez bom uso da página impressa para
divulgar a sua mensagem. Ele foi vitorioso nos empenhos em que outros, que viveram antes da prensa
Quantas Bíblias de Gutenberg ainda existem? Até
recentemente achava-se que fossem 48 — algumas
incompletas — espalhadas por toda a Europa e América do
Norte. Um dos mais finos exemplares é uma versão em
pergaminho na Biblioteca do Congresso, em Washington,
EUA. Mas, em 1996, houve um achado sensacional: mais
uma Bíblia de Gutenberg (uma parte) foi encontrada num
arquivo de igreja em Rendsburg, na Alemanha.
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  • 1. 1513a.c Jeová transmite suas leis para Moisés (Início da Escrita da Bíblia) Então Jeová disse a Moisés: “Suba ao meu encontro no monte e fique ali. Eu lhe darei as tábuas de pedra com as leis e os mandamentos que escreverei para a instrução do povo”. Êxodo 24:12
  • 2. 443a.c Depois desse ano foram completadas as Escrituras Hebraicas Os documentos originais nos idiomas hebraico e aramaico foram registrados pelos secretários humanos de Deus, desde Moisés, em 1513 a.c, até pouco depois de 443 a.c. Tanto quanto se sabe hoje, nenhum desses escritos originais está atualmente em existência. No entanto, desde o início, tomou-se muito cuidado em preservar os escritos inspirados, incluindo cópias autorizadas.
  • 3. 4º ou 2º século a.c Pentateuco Samaritano Detalhe do Pentateuco samaritano de Nabul, em hebraico samaritano. O que é Pentateuco Samaritano? Versão, que, como sugere o nome, contém apenas os cinco primeiros livros das Escrituras Hebraicas. Trata-se realmente de uma transliteração do texto hebraico em caracteres samaritanos, desenvolvidos a partir dos antigos caracteres hebraicos. Fornece indicações úteis de como era o texto hebraico da época. Esta transliteração foi feita pelos samaritanos — descendentes dos que foram deixados em Samaria após a conquista do reino de Israel das dez tribos, em 740 AEC, e dos que foram trazidos pelos assírios naquela época. Os samaritanos incorporaram a adoração praticada por Israel à de seus próprios deuses pagãos e aceitavam o Pentateuco. Acredita-se que fizeram sua transliteração por volta do quarto século AEC, embora alguns eruditos sugiram que pode ter sido bem mais tarde, no segundo século AEC. À medida que liam o texto, estavam, na verdade, pronunciando hebraico. Embora o texto contenha cerca de 6.000 variações do texto hebraico, muitas delas são meros pormenores. Poucas das cópias dos manuscritos existentes antecedem ao O Pentateuco Samaritano difere do texto massorético em uns 6.000 pontos, a maioria dos quais são menores. Todavia, há alguns maiores, como, por exemplo, a leitura de Deuteronômio 27:4, onde Gerizim foi colocado em lugar de Ebal, lugar em que as leis de Moisés deviam ser inscritas em pedras caiadas. (De 27:8) O motivo óbvio desta mudança era dar credibilidade à sua crença de que o Gerizim era o monte santo de Deus. ‘Uma mulher de Samaria chegou para tirar água... A mulher lhe disse: Vejo que o senhor é um profeta. Nossos antepassados adoraram neste monte [Gerizim]’ João 4:7, 19, 20 * Veja “Sam” nas notas, em Gênesis 4:8; Êxodo 6:2; 7:9; 8:15 e 12:40. A tradução deste último versículo ajuda-nos a entender Gálatas 3:17.
  • 4. 280a.c É iniciada a tradução das Escrituras Hebraicas para o Grego (coiné) A Septuaginta ou “Versão dos Setenta” Em 332 AEC, quando Alexandre, o Grande, entrou no Egito, depois de destruir a cidade fenícia de Tiro, ele foi acolhido como libertador. Fundou ali a cidade de Alexandria, um centro de erudição do mundo antigo. Com o objetivo de divulgar a cultura grega nos países conquistados, Alexandre introduziu o grego comum (coiné) em todo o seu vasto domínio. Depois das conquistas de Alexandre, o Grande, o grego coiné passou a ser o idioma mais usado no leste do mundo mediterrâneo durante uns 800 anos (de cerca de 300 a.C. a cerca de 500 d.C.). Acredita-se que, por volta de 280 a.C., estudiosos judeus começaram a traduzir as Escrituras Hebraicas para o grego coiné, produzindo uma tradução conhecida como Septuaginta. Como era de esperar, o vocabulário e o estilo das Escrituras Hebraicas tiveram uma grande influência sobre o grego usado na Septuaginta e também nas Escrituras Gregas Cristãs. Em comparação com outras línguas da época, o grego coiné tinha uma grande vantagem: ele era muito conhecido. Era uma mistura de diversos dialetos gregos. O grego ático foi o que mais influenciou o grego coiné, mas a gramática foi simplificada. Mesmo assim, o grego coiné permitia expressar uma grande variedade de ideias e também diferenças de sentido bem sutis.
  • 5. 150 - 100a.c Papiro Nash O que é o Papiro Nash? Consiste de apenas quatro fragmentos de 24 linhas de texto hebraico e mede uns 7,5 por 12,5 centímetros. Leva o nome de W. L. Nash, secretário da Sociedade de Arqueologia Bíblica, que o adquiriu em 1902 dum vendedor egípcio. Foi publicado no ano seguinte por S. A. Cook na publicação Proceedings, daqu ela sociedade, e foi presenteado à Biblioteca da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, onde permanece. O valor deste fragmento de papiro está na sua idade. Os eruditos o remontam ao segundo ou primeiro século a.c, de modo que era a mais antiga folha de manuscrito hebraico já encontrada. Conteúdo e seu valor: A análise do texto do Papiro Nash revela que todas as suas 24 linhas são incompletas, faltando uma palavra ou letras em ambas as extremidades. Contém partes dos Dez Mandamentos do capítulo 20 de Êxodo, junto com alguns versículos dos capítulos 5 e 6 de Deuteronômio. De modo que não se trata dum manuscrito convencional, mas dum texto misto, com finalidade especial. Evidentemente, fazia parte duma coleção instrutiva, destinada a lembrar ao judeu seu dever para com Deus. Repetia-se freqüentemente uma seção das Escrituras que começa com Deuteronômio 6:4, conhecida como Shema. Este versículo reza: “Escuta, ó Israel: Jeová, nosso Deus, é um só Jeová.” O Tetragrama, YHWH, “Jeová”, neste versículo, é visível duas vezes na última linha do papiro, e ocorre em mais cinco lugares. Ocorre também uma vez, faltando-lhe a primeira letra. Atualmente, o Papiro Nash tem muitos similares, especialmente entre os rolos encontrados em cavernas ao longo das margens do mar Morto, perto de Qumran. Uma análise detalhada confirmou que muitos desses manuscritos datam do primeiro e do segundo séculos AEC. Embora o Papiro Nash não mais seja o mais antigo manuscrito hebraico conhecido, ainda é de grande interesse. Continua Este pequeno fragmento tem 2.200 anos e contém partes do livro de Êxodo e de Deuteronômio, incluindo os Dez Mandamentos. O nome de Deus, formado por quatro letras hebraicas chamadas de Tetragrama, aparece sete vezes nesse fragmento.
  • 6. O que é o Papiro Fouad? Fragmentos de papiro da Septuaginta grega. Mostram o Tetragrama em partes de Deuteronômio. O uso destas quatro letras hebraicas, representando o nome divino, continuou em algumas cópias da Septuaginta durante alguns séculos posteriores. Você Sabia? Além de terem o texto hebraico das Escrituras, Jesus Cristo e seus discípulos tinham a Septuaginta grega; ambos estes textos continham o nome divino. Sem dúvida, portanto, os escritores originais das Escrituras Gregas Cristãs usavam o nome divino, especialmente ao citarem passagens das Escrituras Hebraicas que continham o Tetragrama. Papiro Fouad 266 Esta tradução grega de uma parte do livro de Deuteronômio tem 2.100 anos. Nela o nome de Deus aparece em hebraico. Século 1a.c
  • 7. 150a.c Completada a tradução Septuaginta das Escrituras Hebraicas (Do Hebraico para o Grego) O que é Septuaginta? Nome dado às primeiras traduções das Escrituras Hebraicas feitas para o idioma grego. Acredita-se que cerca de 70 estudiosos judeus participaram nessa tradução. Por isso, ela foi chamada de Septuaginta, palavra em latim que significa “70”. Nas referências feitas a essa tradução, muitas vezes ela é chamada de LXX (70 em algarismos romanos). Por que é útil: Ajudou os judeus que falavam grego a entender as Escrituras. Hoje em dia a Septuaginta é de grande ajuda para o estudo e a compreensão do texto hebraico e aramaico das Escrituras Hebraicas e esclarece o significado de alguns termos hebraicos e aramaicos menos comuns.
  • 8. 125a.c Início dos escritos dos Rolos do Mar Morto Há mais de 50 anos, uma pedra atirada por um pastor beduíno para dentro de uma caverna resultou no que alguns têm chamado de a maior descoberta arqueológica do século 20. O beduíno ouviu a pedra quebrar um vaso de barro. Investigando isso, encontrou os primeiros rolos de uma coleção que veio a ser chamada de Rolos do Mar Morto. Jum‘a Muhammed e Muhammed Ahmed el-Hamed beduínos da tribo Ta‘amireh. Ambos encontraram os primeiros manuscritos na gruta de Khirbet Qumran, entre o inverno e a primavera de 1947 Khirbet Qumran, 13km ao sul de Jericó
  • 9. O que são os Rolos do Mar Morto? Os Rolos do Mar Morto são antigos manuscritos judaicos, a maioria deles escrita em hebraico, alguns em aramaico e uns poucos em grego. Muitos destes rolos e fragmentos já têm mais de 2.000 anos, remontando ao período antes do nascimento de Jesus. Entre os primeiros rolos conseguidos dos beduínos havia sete manuscritos extensos em vários estágios de deterioração. Na pesquisa de mais cavernas, encontraram-se outros rolos e milhares de fragmentos de rolos. Entre os anos 1947 e 1956, descobriram-se ao todo 11 cavernas com rolos perto de Qumran, junto ao mar Morto. Uma vez classificados, os rolos e fragmentos totalizam uns 800 manuscritos. Cerca de uma quarta parte deles, ou um pouco mais de 200 manuscritos, são cópias de trechos do texto bíblico hebraico. Outros manuscritos representam antigos escritos judaicos não-bíblicos, tanto os Apócrifos como os Pseudo-Epígrafos. Alguns dos rolos que mais empolgaram os eruditos eram escritos anteriormente desconhecidos. Incluem interpretações de assuntos da lei judaica, regras específicas para a comunidade da seita que vivia em Qumran, litúrgicos poemas e orações, bem como obras escatológicas que revelam conceitos sobre o cumprimento de profecia bíblica e os últimos dias. Há também comentários bíblicos ímpares, os precursores mais antigos de modernos comentários de versículo por versículo sobre textos bíblicos. O primeiro Rolo do Mar Morto do livro bíblico de Isaías, escrito em couro num estilo pré- massorético de escrita hebraica, foi descoberto em 1947 e datado do fim do segundo século AEC. Como os eruditos chegaram a essa data? Eles compararam sua escrita com outras inscrições e textos hebraicos e estabeleceram uma data paleográfica entre 125 AEC e 100 AEC. O teste do carbono 14, usado para calcular a data do rolo, deu evidência adicional. “Assim, foi-lhe entregue o rolo do profeta Isaías, e ele abriu o rolo e achou o lugar onde estava escrito” Lucas 4:17
  • 10. Os Rolos do Mar Morto — Por que devem interessá-lo? Antes da descoberta dos Rolos do Mar Morto, os manuscritos mais antigos das Escrituras Hebraicas datavam da época do nono e do décimo século EC. Será que se podia mesmo confiar nesses manuscritos como cópias fiéis da Palavra de Deus, visto que a escrita das Escrituras Hebraicas foi completada bem mais de mil anos antes? O Professor Julio Trebolle Barrera, membro da equipe internacional de editores dos Rolos do Mar Morto, declarou: “O Rolo de Isaías [de Qumran] fornece prova irrefutável de que a transmissão do texto bíblico, durante um período de mais de mil anos pelas mãos de copistas judeus, foi extremamente fiel e cuidadosa.” Embora os rolos demonstrem que a Bíblia não sofreu mudanças fundamentais, eles também revelam que até certo ponto havia versões diferentes dos textos bíblicos hebraicos usadas pelos judeus no período do Segundo Templo, cada uma com as suas próprias variações. Nem todos os rolos são idênticos ao texto massorético na grafia e na fraseologia. Alguns se aproximam mais da Septuaginta grega. Anteriormente, os eruditos achavam que as diferenças na Septuaginta talvez resultassem de erros ou mesmo de invenções deliberadas do tradutor. Agora, os rolos revelam que muitas das diferenças realmente se deviam a variações no texto hebraico. Isto talvez explique alguns dos casos em que os primeiros cristãos citavam textos das Escrituras Hebraicas usando fraseologia diferente do texto massorético. — Êxodo 1:5; Atos 7:14 Por que é útil: Este tesouro de rolos e fragmentos bíblicos fornece uma excelente base para o estudo da transmissão do texto bíblico hebraico. Os Rolos do Mar Morto confirmaram o valor tanto da Septuaginta como do Pentateuco samaritano para a comparação textual. Fornecem uma fonte adicional para os tradutores da Bíblia considerarem possíveis emendas ao texto massorético. Em vários casos, eles confirmam decisões feitas pela Comissão da Tradução do Novo Mundo da Bíblia, para restaurar o nome Jeová nos lugares onde havia sido removido do texto massorético. Este pergaminho, feito com a pele de uma ovelha ou cabrito, tem 2.100 anos. Ele contém o livro inteiro de Isaías, com exceção de algumas pequenas partes. Nesse pergaminho, o nome de Deus aparece várias vezes no idioma aramaico.
  • 11. 41d.c Iniciadas as Escrituras Gregas com o evangelho de Mateus Você Sabia? Embora o evangelho de Mateus seja um livro das Escrituras Gregas Cristãs, existem evidências que o evangelista Mateus tenha escrito seu relato inspirado em hebraico e depois tenha sido traduzido para o grego. No quarto século, Jerônimo, que traduziu a Vulgata latina, disse: “Mateus, também chamado Levi, e que de publicano se tornou apóstolo, primeiro de tudo produziu um Evangelho de Cristo na Judeia, na língua hebraica . . . Não se tem suficiente certeza de quem o traduziu mais tarde para o grego. Ademais, o próprio em hebraico está preservado até hoje na biblioteca de Cesareia.” Isso é muito interessante: Visto que Mateus escreveu em hebraico, é inconcebível que não tenha usado o nome de Deus, especialmente ao citar partes do “Antigo Testamento” que continham o nome. No entanto, outros escritores da segunda parte da Bíblia escreveram para um público mundial, na língua internacional daquela época, o grego. Assim, eles não citaram dos escritos hebraicos originais, mas sim da versão Septuaginta grega. E mesmo o Evangelho de Mateus foi por fim traduzido para o grego. Curiosidade: Os próximos livros das Escrituras Gregas Cristãs a serem escritos foram as cartas de Paulo: 1ª e 2ª cartas aos Tessalonicenses; carta aos Gálatas; 1ª e 2ª cartas aos Coríntios; carta aos Romanos e somente em 56 a 58 d.c Lucas escreveu o evangelho que leva seu nome. Então por quase 10 anos existiu apenas o relato da vida de Jesus no evangelho segundo Mateus.
  • 12. Liberados os últimos rolos do Mar Morto 50d.c Últimos escritos dos Rolos do Mar Morto UM IMPASSE de décadas entre eruditos finalmente terminou em setembro do ano passado. Parecia ter chegado ao fim uma amarga controvérsia entre estudiosos dos Rolos do Mar Morto, embora talvez tenha começado outra. Os Rolos do Mar Morto foram descobertos em cavernas perto do mar Morto, em 1947 e nos anos seguintes. Foram de grande valor em demonstrar a exatidão intrínseca do texto das Escrituras Hebraicas e em lançar luz sobre as condições religiosas existentes na Palestina, quando Jesus esteve na Terra. (Isaías 40:8) Ao passo que alguns dos manuscritos foram publicados com razoável brevidade, quase 400 manuscritos, em 1991, ainda não haviam sido publicados e continuavam inacessíveis para a maioria dos eruditos. Como o professor Ben Zion Wacholder, muitos sentiam-se “frustrados pela conscientização de que, no atual ritmo de publicação, todos nós já teremos morrido quando Mas a situação mudou. Primeiro, o professor Wacholder e um associado, Martin Abegg, anunciaram que haviam engenhosamente usado um computador para reproduzir os textos rigorosamente guardados. Daí, a Biblioteca Huntington, em San Marino, Califórnia, EUA, anunciou que dispunha de fotos dos manuscritos originais e que as deixaria à inteira disposição de eruditos bem conceituados. Evidentemente, fizeram- se várias cópias fotográficas dos rolos para garantir sua preservação. Coleções de fotos haviam sido guardadas em locais diferentes, e, por fim, uma delas veio a ficar na Biblioteca Huntington. Certo erudito chamou esta virada dos acontecimentos de ‘o equivalente, no campo da erudição, à queda do Muro de Berlim’. Os editores oficiais chamaram, tanto a publicação do texto computadorizado, quanto a liberação das fotos, de ‘roubo’. É provável que o debate sobre ética se estenda por anos. No ínterim, parece que muitos outros eruditos finalmente poderão consultar o Fragmento do Mar Morto contendo o livro de Levítico Este papiro de 2 mil anos contém uma tradução para o grego de uma parte do livro de Levítico. Nele aparece uma forma do nome de Deus com as letras gregas ΙΑΩ (IAO) Trechos dos Salmos num Rolo do Mar Morto, datado da primeira metade do primeiro século d.C. O texto tem o estilo das letras hebraicas usadas após o exílio babilônico, mas o Tetragrama ocorre várias vezes nas letras hebraicas antigas Martin G. Abegg Ben-Zion Wacholder ‘Quando você vier, traga... os rolos, especialmente os pergaminhos*.’ 2 Timóteo 4:13 * ou rolos de couro Os pergaminhos que Paulo pediu para Timóteo trazer talvez fossem partes das Escrituras Hebraicas. Alguns dos Rolos do Mar Morto foram escritos em pergaminhos.
  • 13. 98d.c Completadas as Escrituras Gregas com as três cartas do apóstolo João O último dos documentos originais foi escrito pelo sobrevivente apóstolo João, por volta de 98 d.c. Até onde se sabe, nenhum dos 27 manuscritos originais em coiné sobreviveu até hoje. Contudo, dessa nascente original, fluíram para nós muitas cópias dos originais, cópias das cópias e famílias de cópias, para formar um vasto reservatório de manuscritos das Escrituras Gregas Cristãs. ‘O homem idoso, a Gaio, o amado, a quem eu amo verdadeiramente... Dê minhas saudações aos amigos, um por um.’ 3 João 1,14 (últimas palavras que compõem o cânon das escrituras inspiradas) ’De fato, há também muitas outras coisas que Jesus fez. Se fossem escritas em todos os detalhes, suponho que o próprio mundo não poderia conter os rolos escritos.’
  • 14. 125d.c Papiro Rylands 457 Contém o Evangelho de João Qual seu valor? O Papiro Rylands é importante para nós porque ele mostra que o texto bíblico original foi transmitido de modo exato. Embora esse fragmento contenha apenas alguns versículos do Evangelho de João, seu conteúdo é praticamente idêntico ao que lemos na Bíblia hoje. Assim, o Papiro Rylands mostra que a Bíblia não foi alterada apesar de ter sido copiada muitas vezes ao longo do tempo. O incrível é que o texto desse fragmento concorda quase integralmente com o que aparece em manuscritos posteriores. O fato de que uma cópia tão antiga do Evangelho de João já circulava pelo Egito, onde o fragmento foi encontrado, apoia a conclusão de que as boas novas segundo João foram realmente registradas no primeiro século EC e pelo próprio João, como indica a Bíblia. Portanto, o livro de O que é o Papiro Rylands? No começo do século 20 foi encontrado no Egito um valioso fragmento do Evangelho de João. Esse fragmento é conhecido como Papiro Rylands 457 (P52). Ele contém o que nas Bíblias modernas corresponde a João 18:31-33, 37, 38 e está guardado na Biblioteca John Rylands, Manchester, Inglaterra. Trata-se do mais antigo fragmento de manuscrito das Escrituras Gregas Cristãs descoberto até hoje. Muitos eruditos acreditam que ele foi escrito por volta de 125 d.c, apenas uns 25 anos depois da morte de João. O Papiro Rylands 457 (P52) frente e verso, fragmento do Evangelho de João datado do segundo século EC, foi escrito apenas algumas décadas depois do original ‘Se eu quiser que ele permaneça até eu vir... Esse é o discípulo que dá testemunho dessas coisas e que escreveu essas coisas, e nós sabemos que o testemunho dele é verdadeiro.’ João 21:23,24
  • 15. Ludovico Antônio Muratori (1672- 1750) Conceituad o historiador italiano 170d.c Fragmento Muratoriano O que é o Fragmento Muratoriano? É parte de um códice manuscrito composto de 76 folhas de pergaminho, cada uma medindo 27 centímetros por 17 centímetros. Foi descoberto por Ludovico Antonio Muratori (1672-1750), um conceituado historiador italiano, na Biblioteca Ambrosiana em Milão, Itália. Muratori publicou seu achado em 1740, daí vem o nome Fragmento Muratoriano. Parece que o códice foi produzido no oitavo século no antigo mosteiro de Bobbio, perto de Piacenza, norte da Itália. Foi transferido para a Biblioteca Ambrosiana no início do século 17. O Fragmento Muratoriano consiste em 85 linhas de texto nas páginas 10 e 11 do códice. O texto está em latim, e evidentemente foi copiado por um escriba que não era muito cuidadoso. Mas alguns dos erros foram identificados ao se comparar o texto do Fragmento Muratoriano com o mesmo texto existente em quatro manuscritos dos séculos 11 e 12 O texto não é uma simples lista dos livros das Escrituras Gregas Cristãs. Também faz comentários sobre os livros e seus escritores. Se você pudesse ler o manuscrito, perceberia que as primeiras linhas estão faltando e que ele também termina de repente. Começa mencionando o Evangelho de Lucas e diz que o escritor desse livro bíblico era médico. (Colossenses 4:14) Declara que o Evangelho de Lucas é o terceiro, assim pode-se perceber que a parte que está faltando provavelmente fazia referência aos Evangelhos de Mateus e de Marcos. Isso é apoiado quando o Fragmento Muratoriano diz que o quarto Evangelho é o de João. Qual seu Valor? O Fragmento Muratoriano confirma que o livro de Atos dos Apóstolos foi escrito por Lucas para o “excelentíssimo Teófilo”. (Lucas 1:3; Atos 1:1) Daí continua alistando as cartas do apóstolo Paulo aos coríntios (duas), aos efésios, aos filipenses, aos colossenses, aos gálatas, aos tessalonicenses (duas), aos romanos, a Filêmon, a Tito e a Timóteo (duas). A carta de Judas e duas cartas de João também são mencionadas como livros inspirados. A primeira carta do apóstolo João já tinha sido mencionada junto com seu Evangelho. Apocalipse, ou Revelação, conclui a lista de livros considerados inspirados. Confirma também que a maioria dos livros que hoje fazem parte das Escrituras Gregas Cristãs já eram considerados canônicos no segundo século EC. É claro que a canonicidade dos livros bíblicos — ou seja, seu direito de serem incluídos na coleção divina de livros — não depende de serem mencionados em determinada lista antiga. O que prova que os livros da Bíblia foram produzidos pelo espírito santo é o seu conteúdo. Todos apóiam a autoria de Jeová Deus e estão em completa harmonia. O equilíbrio e a harmonia dos 66 livros canônicos da Bíblia testificam sua unidade e inteireza. Assim, é de proveito encará-los pelo que realmente são: a verdade inspirada, a Palavra de Jeová, preservada
  • 16. 200d.c Papiros Chester Beatty Sir Alfred Chester Beatty (1875-1968) O que são os Papiros Chester Beatty? Estes consistem em partes de 11 códices gregos, produzidos entre o segundo e o quarto século d.c. Contêm partes de 9 livros bíblicos hebraicos e 15 cristãos. São bastante representativos por se encontrar neles uma variedade de estilos de escrita. Diz-se de um códice que ele é “a obra de um bom escriba profissional”. De outro se diz: “A escrita é bem correta, e embora não tenha pretensões caligráficas, é a obra de um escriba competente.” E de mais outro: “A mão é rude, mas em geral correta.” — The Chester Beatty Biblical Papyri: Descriptions and Texts of Twelve Manuscripts on Papyrus of the Greek Bible (Os Papiros Bíblicos Chester Beatty: Descrições e Textos de Doze Manuscritos em Papiro da Bíblia Grega), de Frederic Kenyon, Londres, 1933, Fascículo I, Introdução Geral, p. 14; 1933, Fascículo II, Os Evangelhos e Atos, Texto, p. ix; 1936, Fascículo III, Qual seu valor? A descoberta desses papiros fornece prova de que o cânon da Bíblia foi completado numa data bem antiga. Entre os Papiros Chester Beatty, dois códices — um reunindo partes dos quatro Evangelhos e de Atos (P45), e outro incluindo dentro de suas capas 9 das 14 cartas de Paulo (P46) — indicam que as inspiradas Escrituras Gregas Cristãs foram agrupadas logo depois da morte dos apóstolos. Visto que levaria tempo para que esses códices circulassem amplamente e chegassem ao Egito, é evidente que essas Escrituras foram reunidas em sua forma padrão até o segundo século, o mais tardar. Assim, não há dúvida de que o cânon das Escrituras Gregas Cristãs foi encerrado até o fim do segundo século, completando o cânon da Bíblia inteira. O livro de Romanos se encontra, juntamente com outras oito cartas de Paulo, num códice chamado Papiro Chester Beatty N.º 2 (P46). Sir Frederic Kenyon escreveu a respeito desse antigo códice: “Temos aqui, pois, um manuscrito quase completo das Epístolas Paulinas, escrito pelo que parece mais ou menos no começo do terceiro século.”* Os papiros bíblicos Chester Beatty, gregos, são mais antigos do que os bem- conhecidos manuscritos Sinaítico e Vaticano N.º 1209, ambos do quarto século EC. Estes, também, contêm o livro de Romanos. Sir Frederic Kenyon(1863-1952)
  • 17. 200d.c Papiros Bodmer O que são os Papiros Bodmer? Foram publicados, em Genebra, Suíça, de 1956 a 1961, papiros de outra coleção notável. Conhecidos como Papiros Bodmer, eles incluem textos bem antigos de dois Evangelhos (P66 e P75), datando do princípio do terceiro século d.c. A tabela que precede a este estudo alista alguns destacados e antigos papiros da Bíblia, das Escrituras Hebraicas e das Gregas Cristãs. Na última coluna, são citadas passagens da Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, a cuja tradução estes manuscritos de papiro dão apoio, e isso é indicado pelas notas referentes O acréscimo mais importante à coleção de papiros bíblicos, desde a descoberta dos Papiros Chester Beatty, foi a adquisição dos Papiros Bodmer, publicados entre 1956 e 1961. Especialmente dignos de nota são o Papiro Bodmer 2 (P66) e o Papiro Bodmer 14, 15 (P75), ambos escritos por volta de 200 d.c. O Papiro Bodmer 2 contém uma grande parte do Evangelho de João, ao passo que o Papiro Bodmer 14, 15 contém muito de Lucas e de João, e textualmente é bem Martin Bodmer examinando um papiro grego antigo Martin Bodmer Bibliófilo, estudioso e colecionador suíço (1899-1971) Biblioteca Bodmer
  • 18. 300d.c Códice Vaticano Nº 1209 O que é ? Internacionalmente designado pelo símbolo “B”, é um códice uncial do quarto século EC, possivelmente produzido em Alexandria, que originalmente continha toda a Bíblia em grego. Um revisor em tempos posteriores retraçou as letras, talvez porque a escrita original tinha desbotado, mas pulou letras e palavras que considerava incorretas. É provável que este códice tinha originalmente cerca de 820 folhas, das quais restam 759. Desapareceu a maior parte de Gênesis, bem como parte dos Salmos, Hebreus 9:14 a -13:25, e toda a Primeira e Segunda Timóteo, Tito, Filêmon e Revelação. O Codex Vaticanus está sendo preservado na Biblioteca do Vaticano, em Roma, na Itália, e sabe-se que está ali já desde o século 15. Todavia, as autoridades da Biblioteca do Vaticano tornaram extremamente difícil aos peritos o acesso a este manuscrito e só publicaram um fac-símile fotográfico completo do códice inteiro em 1889-1890. Por que é útil? Ao longo dos séculos, alguns copistas introduziram erros no texto da Bíblia. Assim, o desafio dos tradutores que querem produzir um texto fiel é encontrar manuscritos confiáveis que contenham o texto que aparecia nos escritos originais. Por isso, dá para imaginar como os eruditos estavam ansiosos para examinar o Códice Vaticano. Afinal, era um manuscrito em grego datado do quarto século EC, menos de 300 anos após toda a Bíblia ter sido escrita. Esse códice contém o inteiro texto das Escrituras Hebraicas e das Escrituras Gregas Cristãs, exceto É claro que nem sempre o manuscrito mais antigo é o que mais se aproxima do texto original. No entanto, comparar o Códice Vaticano com outros manuscritos tem sido de grande ajuda para os eruditos determinarem o que aparecia no texto original. Por exemplo, no que sobreviveu do Manuscrito Sinaítico, também do quarto século EC, falta boa parte do texto dos livros históricos de Gênesis a 1 Crônicas. Mas o fato de eles aparecerem no Códice Vaticano ajuda a confirmar seu lugar legítimo no cânon da Bíblia. De acordo com a obra The Oxford Illustrated History of the Bible, especialmente “passagens que faziam alusão à pessoa de Cristo e à Santíssima Trindade” geraram controvérsia entre os eruditos. Como o Códice Vaticano ajudou a esclarecer essas passagens? Veja um exemplo. Conforme registrado em João 3:13, Jesus disse: “Nenhum homem ascendeu ao céu, senão aquele que desceu do céu, o Filho do homem.” Alguns tradutores acrescentaram as palavras “que está no céu”. Essas palavras adicionais sugerem que Jesus estava no céu e na Terra ao mesmo tempo — uma idéia que apóia o ensino da Trindade. Essa frase acrescentada aparece em alguns manuscritos do quinto e do décimo séculos EC. No entanto, o fato de ela não aparecer nos manuscritos Vaticano e Sinaítico, que são mais antigos, tem levado muitos tradutores da atualidade a remover essa frase. Isso elimina a confusão sobre a identidade de Cristo e se harmoniza com o restante das Escrituras. Em vez de estar em dois lugares ao mesmo tempo, Jesus tinha vindo dos céus e em breve retornaria aos céus, ‘ascendendo para’ seu Pai. — João 20:17. O Códice Vaticano também lança luz sobre versículos da Bíblia que falam a respeito do propósito de Deus para a Terra. Veja um exemplo. De acordo com a tradução Almeida, revista e corrigida, o apóstolo Pedro predisse que “a terra e as obras que nela há se queimarão”. (2 Pedro 3:10) Outras Bíblias transmitem a mesma idéia, baseando sua tradução no Códice Alexandrino, do quinto século, e em manuscritos posteriores. Muitos leitores sinceros da Bíblia concluíram assim que Deus destruirá a Terra. Você Sabia? Por um bom tempo, as autoridades do Vaticano ficaram relutantes em deixar que os eruditos tivessem acesso ao códice. Sir Frederic Kenyon, um renomado erudito, disse: “Em 1843 [o erudito bíblico Konstantin von] Tischendorf, após aguardar vários meses, foi autorizado a ver o manuscrito por seis horas. . . . Em 1845, o notável erudito inglês Tregelles teve permissão para vê-lo, mas não podia copiar nem uma palavra sequer.” Tischendorf pediu autorização para ver de novo o códice, mas oito dias depois, após ter copiado 20 páginas, sua autorização foi revogada. No entanto, como Kenyon conta, “tendo feito um novo pedido, [Tischendorf] conseguiu mais seis dias para estudar o códice, totalizando 14 dias de três horas cada, e, por usar o tempo o melhor possível, Tischendorf conseguiu em 1867 publicar a melhor edição do
  • 19. 300d.c Códice Sinaítico O que é? O Manuscrito Sinaítico (Códice Sinaítico) também é do quarto século d.c, mas o Códice Vaticano talvez seja um pouco mais antigo. O Manuscrito Sinaítico é designado pelo símbolo ‫א‬ (á·lefe, a primeira letra do alfabeto hebraico), e embora seja evidente que outrora continha toda a Bíblia em grego, perdeu-se parte das Escrituras Hebraicas. Todavia, contém todas as Escrituras Gregas Cristãs. É provável que este códice consistisse originalmente em pelo menos 730 folhas, embora se verifique hoje que existem por inteiro ou em partes apenas 393 folhas. Foi descoberto (uma parte em 1844 e outra em 1859) pelo perito bíblico Konstantin von Tischendorf no Mosteiro de Santa Catarina, no monte Sinai. Quarenta e três folhas deste códice estão guardadas em Leipzig, partes de três folhas se encontram em Leningrado, e 347 folhas são preservadas no Museu Britânico em Londres. Relatou-se que em 1975 se Qual seu valor? A descoberta de manuscritos, tais como o Sinaítico, é importante porque, antes de tais descobertas, era preciso que as traduções fossem feitas de cópias muito posteriores que continham muitos erros por serem cópias, e até mesmo trechos espúrios. Por exemplo, foram o Sinaítico e o Vaticano que indicaram que o relato de João 7:53 — 8:11, sobre a mulher adúltera, foi uma adição posterior, visto que nenhum dos dois manuscritos contém tal trecho. No códice, fica claro que o relato de Marcos termina com as palavras que aparecem em Marcos 16:8 nas Bíblias modernas. O relato de Marcos termina da mesma maneira no Códice Vaticano, também datado do século 4 d.C. e considerado tão confiável quanto o Códice Sinaítico. Você sabia? Em 1844, Constantino von Tischendorf, à busca de antigas cópias da Bíblia, entrou na biblioteca do mosteiro ao pé do Monte Sinai, ao sul da Palestina. Seus olhos foram atraídos para um grande cesto de páginas de livros. Uma olhada mais de perto o deixou estonteado! Ali estavam páginas de uma cópia da Bíblia em grego bem mais antiga do que qualquer outra que já vira. Mal se contendo, perguntou a respeito daquelas páginas. Seu coração foi a pique. Elas eram usadas para acender o fogo! Duas pilhas já haviam sido queimadas! Os monges lhe deram 43 páginas, mas se recusaram a cooperar mais do que isto. Ele fez uma segunda viagem ao mosteiro — sem sucesso. Uma terceira viagem — novamente tudo parecia perdido. Ele fez arranjos para partir, considerando perdida a procura. Três dias antes da partida, estava conversando com o ecônomo ou zelador do mosteiro quando este o convidou para ir ao seu quartinho. O zelador comentou que lera um exemplar antigo da Bíblia e abruptamente puxou uma pilha de folhas soltas enroladas num pano vermelho. Ao abrir a trouxa, ah!, ali estava a “pérola” que Tischendorf estava procurando há 15 anos. Este manuscrito bíblico, agora chamado de Códice Sinaítico, Konstantin von Tischendorf (1815-1874) Mosteiro de Santa Catarina Sopé do Monte Sinai
  • 20. 382d.c Jerônimo é comissionado a traduzir a Bíblia para o Latim O que é a Vulgata Latina? Tradução da Bíblia para o latim, feita por um estudioso da Bíblia chamado Eusebius Hieronymus, mais conhecido como Jerônimo. Essa tradução foi completada por volta de 405 d.C. Nos dias de Jerônimo, havia várias traduções da Bíblia em latim antigo, mas não eram boas traduções. Jerônimo recebeu a tarefa de corrigir esse problema e fazer uma tradução padrão em latim. Ele começou pelos Evangelhos, traduzindo a partir dos melhores manuscritos gregos que ele tinha à sua disposição. Em seguida, ele passou para as Escrituras Hebraicas, começando pelos Salmos. Ele traduziu primeiro com base na Septuaginta, mas depois traduziu direto do hebraico. (É possível que outras partes da Vulgata tenham sido traduzidas por outras pessoas.) Na sua introdução aos livros de Samuel e de Reis, Jerônimo escreveu: “E, mesmo hoje, encontramos o nome de Deus, o Tetragrama [i.e., ‫יהוה‬ ] , em certos volumes gregos expresso em letras antigas.” Jerônimo reconheceu que Deus tinha um nome, mas não usou esse nome na Vulgata. De início, a tradução de Jerônimo não foi bem recebida, mas depois foi amplamente aceita. Com o tempo, essa tradução passou a ser chamada de Vulgata, nome que vem de uma palavra em latim que significa “comum; popular”. Depois de várias revisões, a Vulgata de 1592 (conhecida como Sixto-Clementina) se tornou a tradução oficial usada pela Igreja Católica Romana. Ainda existem hoje milhares de manuscritos da Vulgata. Qual seu valor? Esta versão tem sido o texto-base usado por uma multidão de tradutores católicos ao produzirem outras versões nos muitos idiomas da cristandade ocidental. Como se originou a Vulgata? A palavra latina vulgatus significa “comum, aquilo que é popular”. Quando se produziu a Vulgata, foi no latim comum ou popular da época, de modo que podia ser facilmente entendida pelo povo do Império Romano do Ocidente. O erudito Jerônimo, que fez esta tradução, havia feito anteriormente duas revisões dos Salmos no latim antigo, comparando-as com a Septuaginta grega. No entanto, sua tradução da Bíblia Vulgata foi feita diretamente dos idiomas originais, hebraico e grego, e assim não era uma versão de uma versão. Jerônimo trabalhou na sua tradução latina do hebraico, de cerca de 390 d.c a 405 d.c. Ao passo que a obra completa incluía livros apócrifos, que por volta desta época estavam nas cópias da Septuaginta, Jerônimo fez clara distinção entre os livros que eram canônicos e aqueles que não eram. A Tradução do Novo Mundo refere-se muitas vezes a Vulgata de Jerônimo, nas suas notas*. * Veja “Vg” na nota em Êxodo 37:6
  • 21. 400d.c Códice Bezae O que é o Códice Bezae? THÉODORE DE BÈZE, famoso erudito francês versado nas Escrituras Gregas Cristãs, era associado íntimo e sucessor do reformador protestante João Calvino. Em 1562, Beza, como é mais comumente conhecido, levou a público um raro manuscrito antigo. Dizia tê-lo obtido no mosteiro de “Santo” Irineu, em Lião, França, depois de a cidade ter sido saqueada pelos huguenotes. Sua procedência é desconhecida, mas a fonte mais provável é a África do Norte ou o Egito. O códice mede 25 por 20 centímetros e crê-se em geral que date do quinto século d.c, um pouco mais tarde do que os manuscritos Sinaítico, Vaticano e Alexandrino. Consiste em 406 folhas e contém apenas os quatro Evangelhos e Atos dos Apóstolos, com algumas omissões. Mas o Códice Bezae originalmente talvez incluísse outras cartas, pois há um fragmento da terceira carta de João. Os Evangelhos de Mateus e de João precedem os de Lucas e de Marcos. Qual seu valor? O manuscrito é um exemplo antigo de texto bilíngüe, com grego na página esquerda e latim na direita. Trata-se provavelmente duma cópia dum manuscrito em papiro com um texto antigo, similar a outros papiros do terceiro e do quarto séculos conhecidos como P29, P38 e P48. Escrito com letras unciais (maiúsculas) nítidas e elegantes, o Códice Bezae não é contínuo na página. Está composto em linhas de comprimento desigual, de forma que o fim de cada linha represente uma pausa na leitura. O latim está curiosamente escrito no estilo das letras gregas, e, em muitos casos, o texto foi ajustado para leituras em grego. O texto grego, por outro lado, é bastante distinto e foi corrigido por muitas mãos, inclusive as do escriba original. O Códice Bezae tem a designação oficial “D”. É bem diferente e independente de todos os outros manuscritos importantes. Como indicam as notas na Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, ele às vezes concorda e outras vezes discorda dos códices Sinaítico ( ‫א‬ ) , Vaticano (B) e Alexandrino (A). O grande valor do Códice de Bezae está em que ele confirma a exatidão de outros importantes manuscritos, e não em suas peculiaridades de omissões e acréscimos *. Apesar de algumas fraseologias e variações incomuns, o Códice Bezae constitui outra excelente evidência da preservação da Bíblia até os nossos dias. * Veja as notas na Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas Com Referências em Mateus 23:14; 24:36;27:49; Marcos 7:16; 9:44, 46; 11:26; Lucas 15:21; João 5:4 Théodore de Béze (1519-1605)
  • 22. 400d.c Códice Ephraem O que é? O Codex Ephraemi Syri rescriptus (Códice de Ephraem), internacionalmente designado pela letra “C”, em geral também é considerado como originário do quinto século EC. Está escrito em letras unciais gregas sobre velino e é um códice reescrito, um manuscrito palimpsesto. O texto original grego foi removido, e diversas folhas foram então reescritas com discursos de Ephraem Syrus (o Sírio), em grego. Isto provavelmente foi feito no século 12, quando havia escassez de velino. No entanto, o texto subjacente foi decifrado. Embora “C” evidentemente contivesse outrora todas as Escrituras em grego, restam apenas 209 folhas, sendo 145 das Escrituras Gregas Cristãs. Portanto, este códice contém agora apenas partes dos livros das Escrituras Hebraicas e partes de todos os livros das Escrituras Gregas Cristãs, exceto Segunda Tessalonicenses e Segunda João. É preservado na Bibliothèque Nationale em Paris. Você sabia? Palimpsesto (lat.: palimpsestus; gr.: pa·lím·pse·stos, que significa “raspado novamente”) é o manuscrito do qual se apagou ou raspou a escrita anterior para possibilitar uma nova escrita. Um famoso palimpsesto bíblico é o Codex Ephraemi Syri rescriptus do quinto século EC. Caso a escrita anterior (a escrita raspada) seja a importante no palimpsesto, freqüentemente os peritos conseguem ler esta escrita apagada por recorrer a meios técnicos, que incluem o uso de reagentes químicos e fotografia. Alguns manuscritos das Escrituras Gregas Cristãs são lecionários, leituras bíblicas Qual o seu valor? Esse códice é extremamente valioso por ser uma das cópias mais antigas de partes das Escrituras Gregas Cristãs. Por isso, é um dos melhores instrumentos para se estabelecer a exatidão dessa parte da Palavra de Deus. O texto bíblico que originalmente aparecia nesse códice do quinto século foi removido no século 12 EC, e em cima dele foi escrita uma tradução em grego de 38 sermões do erudito sírio Efrém. No fim do século 17, alguns especialistas notaram que havia um trecho da Bíblia por baixo. Nos anos seguintes houve algum progresso em ver o que estava escrito originalmente. No entanto, decifrar todo o manuscrito era difícil demais visto que a tinta que tinha sobrado estava desbotada. Além disso, a sobreposição dos dois textos e o fato de muitas folhas estarem deterioradas também dificultava essa tarefa. Foram usados produtos químicos para que o texto ficasse visível e pudesse ser lido — sem grande sucesso. Assim, a maioria dos eruditos concluiu que, como um todo, o material apagado não dava para ser recuperado. No início da década de 1840, Konstantin von Tischendorf, um hábil lingüista alemão, se dedicou ao estudo daquele códice. Em dois anos, Tischendorf decifrou o manuscrito. Por que ele conseguiu e os outros eruditos não? Tischendorf conhecia muito bem a escrita uncial grega, que consiste em grandes letras maiúsculas separadas. Tendo boa visão, ele descobriu que, por simplesmente segurar o pergaminho contra a luz, era possível ver o texto original. Hoje em dia, para fazer o mesmo, os eruditos usam recursos óticos tais como luz infravermelha, ultravioleta e polarizada. Em 1843 e 1845, Tischendorf publicou o que havia recuperado ou decifrado do
  • 23. Em 405 d.c, Jerônimo completou sua tradução da Bíblia, tanto do hebraico como do grego, para o latim. Apesar de extensiva objeção, a versão latina de Jerônimo venceu e tornou-se a Bíblia da cristandade ocidental para os mil anos seguintes. Veio a ser conhecida como a Vulgata Latina ou “edição latina vulgar”. A primeira Bíblia que foi impressa por João Gutenberg em Mogúncia, Alemanha, foi a Vulgata Latina. 405d.c Completada a tradução de Jerônimo conhecida como Vulgata Latina, concluída em Belém na Palestina Você Sabia? Jerônimo, descrito como “o melhor perito hebraico” da igreja primitiva, e que terminou a tradução da Vulgata latina da Bíblia em 405 E. C., adotou uma posição definida contra tais livros apócrifos, e foi o primeiro, com efeito, a usar a palavra “apócrifos” explicitamente no sentido de não canônicos, como se aplicando a tais escritos. Assim, em seu Prologus Galeatus (Prólogo galeato) da Vulgata, Jerônimo alista os livros inspirados das Escrituras Hebraicas em harmonia com o cânon hebraico (em que os trinta e nove livros estão agrupados como vinte e dois) e então declara: “De modo que há vinte e dois livros . . . Este prólogo das Escrituras pode servir como enfoque fortificado para todos os livros que traduzimos do hebraico para o latim; de modo que saibamos que tudo o que for além destes precisa ser colocado entre os apócrifos.” Ao escrever a uma senhora chamada Loeta, sobre a educação da filha dela, Jerônimo aconselhou-a: “Todos os livros apócrifos devem ser evitados; mas, se ela quiser alguma vez lê-los, não para determinar a verdade das doutrinas, mas com sentimento reverente pelas verdades que representam, deve ser informada de que não são obras dos autores por cujos nomes se distinguem, que eles contêm muitas falhas e que é uma tarefa que exige grande prudência achar
  • 24. 450d.c Códice Alexandrino O que é? O Manuscrito Alexandrino (Códice Alexandrino), designado pela letra “A”, é um manuscrito grego uncial que contém a maior parte da Bíblia, inclusive o livro de Apocalipse. Das possivelmente 820 folhas originais foram preservadas 773. Considera-se em geral que este códice seja da primeira metade do quinto século EC, e ele também é preservado no Museu Britânico. Esse manuscrito foi o primeiro dos principais manuscritos bíblicos a se tornar acessível a estudiosos. A sua descoberta levou à crítica construtiva do texto bíblico grego em benefício de todos os posteriores tradutores das Escrituras Sagradas. Qual seu valor? Vários escribas evidentemente participaram de sua escrita, e todo o texto foi corrigido. Foi escrito em velino, duas colunas em cada página, com letras unciais (maiúsculas) sem espaços entre as palavras. A maior parte de Mateus falta, bem como partes de Gênesis, dos Salmos, de João e de 2 Coríntios. Agora oficialmente designado Códice A, consiste de 773 folhas e permanece como primitiva testemunha de grande importância. A maioria dos manuscritos bíblicos pode ser dividida em grupos, ou famílias, à base de similaridades entre eles. Estas surgiam à medida que os escribas faziam cópias à base de uma mesma fonte ou de amostras bem idênticas. Quanto ao CódiceAlexandrino, porém, parece que os escribas estavam interessados em juntar fraseados de diferentes famílias, de modo a prover um texto da melhor qualidade possível. De fato, mostrou ser mais antigo e melhor do que qualquer dos manuscritos gregos usados como base para a King James Version (Versão Rei Jaime), de 1611. O fraseado alexandrino de 1 Timóteo 3:16 provocou muita polêmica, ao ser publicado. A King James Version diz ali: “Deus foi manifestado na carne”, ao referir-se a Cristo Jesus. Mas, nesse códice antigo, a contração para “Deus”, formada de duas letras gregas, “ΘC”, evidentemente rezava de início “OC”, a palavra para “quem”. Obviamente, isso significa que Cristo Jesus não era “Deus”. Foram necessários mais de 200 anos e a descoberta de outros manuscritos mais antigos para confirmar que a tradução “quem” ou “que” é correta. Bruce M. Metzger, em seu Comentário Textual Sobre o Novo Testamento Grego (em inglês) conclui: “Nenhum uncial (de primeira mão) anterior ao oitavo ou nono século . . . apóia θεóς [the·ós]; todas as antigas versões pressupõem ὅς ou ὅ; e nenhum escritor patrístico anterior ao último terço do quarto século confirma a escrita θεóς [the·ós].” Hoje, a maioria das traduções omite qualquer referência a “Deus” nesse texto. Em 1757, a Biblioteca Real tornou-se parte da Biblioteca Britânica, e esse excelente códice está agora em exibição bem visível na sala de manuscritos do Museu Britânico. Cirilo Lucaris, patriarca de Alexandria, Egito, era um grande colecionador de livros, e, no ano de 1621, ao tornar-se patriarca de Constantinopla, Turquia, levou consigo esse Códice Alexandrino. Mas, devido a convulsões no Oriente Médio e a possibilidade de esse manuscrito vir a ser destruído caso caísse nas mãos dos muçulmanos, Lucaris achou que este estaria mais seguro na Inglaterra. Assim, em 1624, ele o ofereceu ao embaixador britânico na Turquia como presente ao rei inglês, Jaime I. O rei faleceu antes que pudesse receber o manuscrito, assim, foi entregue ao seu sucessor, Carlos I, três anos depois. Cirilo Lucaris (1572-1638)
  • 25. 500d.c Os Massoretas fazem cópias das Escrituras e para preservar a autenticidade, contam as palavras Quem foram os Massoretas? A palavra hebraica para “tradição” é ma·soh·ráh ou ma·só·reth. Por volta do sexto século EC, aqueles que guardavam a tradição de copiar com exatidão as Escrituras Hebraicas passaram a ser conhecidos como massoretas. As cópias que produziram são chamadas de textos massoréticos. O que havia de especial no seu trabalho e nos textos que preparavam? O hebraico tinha deixado de ser a língua nacional, viva, e muitos judeus não mais a falavam. Portanto, o próprio entendimento do texto bíblico consonantal estava em perigo. A fim de protegê-lo, os massoretas desenvolveram um sistema de vogais representadas por pontos e traços, também chamados de sinais. Eram colocados acima e abaixo das consoantes. Os massoretas desenvolveram também um complexo sistema de sinais que serviam tanto como forma de pontuação como qual guia para uma pronúncia mais exata. Onde os massoretas achavam que o texto tinha sido alterado ou copiado de forma incorreta por gerações anteriores de escribas, eles, em vez de mudarem o texto, faziam anotações nas margens laterais. Anotavam formas e combinações incomuns de palavras, bem como a freqüência com que ocorriam em determinado livro ou nas Escrituras Hebraicas como um todo. Anotavam-se também comentários adicionais para ajudar os copistas a fazer verificações. Desenvolveu-se um sistema de “códigos” abreviados para registrar estas informações com extrema brevidade. Nas margens superiores e inferiores, um tipo de miniconcordância alistava partes de versículos relacionados, comentados nas notas das margens laterais. O mais célebre sistema foi aperfeiçoado pelos massoretas de Tiberíades, junto ao mar da Galiléia. As famílias de Ben Asher e de Ben Naftali, do nono e do décimo século EC, possivelmente caraítas, chegaram a ter destaque especial.* Embora houvesse diferenças entre os métodos de pronúncia e as notas marginais destas duas escolas, as consoantes dos seus textos diferem em menos de dez lugares em todas as Escrituras Hebraicas. Ambas as escolas de massoretas, a de Ben Asher e a de Ben Naftali, fizeram na sua época uma grande contribuição para a erudição textual. Depois que Maimônides (um influente erudito talmúdico do século 12) elogiou o texto de Ben Asher, outros deram-lhe preferência exclusiva. Isto chegou ao ponto de que atualmente não se pode achar nenhum manuscrito de Ben Naftali. Tudo o que resta são listas de diferenças entre as duas escolas. Ironicamente, o comentário de Maimônides relacionava-se com considerações estilísticas, tais como o espacejamento de parágrafos, e não com os aspectos mais importantes da transmissão exata do texto. Sua contribuição: Os massoretas encaravam a tarefa de copiar corretamente o texto bíblico como trabalho sagrado. Embora pessoalmente talvez estivessem altamente motivados por outras ponderações religiosas, parece que a obra massorética em si estava acima de questões ideológicas. As notas marginais muito concisas davam pouco ensejo a debates teológicos. O texto bíblico em si era o que havia de mais importante em sua vida; eles não o adulterariam. Embora o Israel natural não mais fosse o povo escolhido de Deus, esses copistas judeus estavam totalmente dedicados à preservação exata da Palavra de Deus. O que a família Ben Asher e outros massoretas conseguiram foi bem resumido por Robert Gordis, que escreveu: “Aqueles trabalhadores humildes, mas inabaláveis, . . . realizaram na obscuridade a laboriosa tarefa de salvaguardar o Texto Bíblico de perda ou de alterações.” (The Biblical Text in the Making [A Elaboração do Texto Bíblico]) Graças a isso, quando reformadores do século 16, como Lutero e Tyndale, contestaram a autoridade da Igreja e começaram a traduzir a Bíblia para idiomas comuns, para que todos pudessem lê-la, eles dispunham de um texto hebraico bem preservado para usar como base para o trabalho. O trabalho dos massoretas continua a nos beneficiar hoje. Seus textos hebraicos são a base das
  • 26. 863d.c Cirilo e Metódio vão para a Morávia (República Tcheca) e iniciam a tradução da Bíblia para o eslavônio Quem eram Cirilo e Metódio? ATUALMENTE, as mais de 435 milhões de pessoas que falam línguas eslavas têm acesso a uma tradução da Bíblia na sua língua nativa.* Dessas, 360 milhões usam o alfabeto cirílico. No entanto, 12 séculos atrás, não existia nem língua escrita nem alfabeto nos dialetos dos seus antepassados. Os homens que ajudaram a corrigir a situação foram dois irmãos, Cirilo e Metódio. Os dois irmãos tinham um bom preparo acadêmico, pedagógico e lingüístico para encabeçar tal missão. Um biógrafo do nono século nos diz que o imperador, insistindo para que fossem à Morávia, argumentou: “São ambos nativos de Tessalônica, e todos os tessalonicenses falam o eslavo puro.” Sua Contribuição: Cirilo preparou-se para a missão por desenvolver uma escrita para os eslavos. Diz-se que ele tinha um bom ouvido para a fonética. Assim, usando caracteres gregos e hebraicos, ele tentou fornecer uma letra para cada som do eslavônio. Alguns pesquisadores acreditam que ele já havia passado anos lançando a base para tal alfabeto. E ainda há incerteza sobre a forma exata do alfabeto que Cirilo desenvolveu. Na mesma época, Cirilo iniciou um programa rápido de tradução da Bíblia. De acordo com a tradição, ele começou por traduzir a primeira frase do Evangelho de João do grego para o eslavônio, usando o recém-desenvolvido alfabeto: “No princípio era a Palavra . . .” Cirilo passou a traduzir os quatro Evangelhos, as cartas de Paulo e o livro dos Salmos. É bem provável que Metódio tenha ajudado nisso. Além disso, o livro The Cambridge Medieval History (História Medieval, de Cambridge) declara: “É fácil imaginar que [Cirilo] tivesse outros para ajudá-lo, que inicialmente devem ter sido pessoas de origem nativa, eslava, que tiveram uma educação grega. Quando examinamos as traduções mais antigas, . . . temos a melhor prova dum senso de linguagem, eslavo, altamente desenvolvido, que deve ser atribuído a colaboradores que eram eslavos.” O restante da Bíblia foi completado mais tarde por Metódio. Apesar da implacável oposição, Metódio, com a ajuda de vários estenógrafos, terminou a tradução do restante da Bíblia para o eslavônio. Segundo a tradição, ele realizou esta enorme tarefa em apenas oito meses. Mas, ele não traduziu os livros apócrifos dos macabeus. Hoje em dia, não é fácil avaliar com exatidão a qualidade da tradução de Cirilo e de Metódio. Só existem poucas cópias manuscritas que remontam ao tempo da tradução inicial. Pelo exame desses raros exemplares primitivos, os lingüistas notam que a tradução foi precisa e transmitiu um vigor natural. A obra Our Slavic Bible (Nossa Bíblia Eslava) declara que os dois irmãos “tiveram de criar muitas palavras e expressões novas . . . E fizeram tudo isso com uma espantosa precisão [e] deram à língua eslava uma riqueza léxica sem precedentes”. O esforço destemido de Cirilo e de Metódio em traduzir a Bíblia resultou em haver disponíveis hoje várias traduções eslavas das Escrituras. Milhões de pessoas que falam estas línguas são beneficiadas por terem a Palavra de Deus no seu idioma. Você Sabia? As línguas eslavas são faladas na Europa Oriental e Central, e incluem russo, ucraniano, sérvio, polonês, tcheco, búlgaro e outras similares. “Eslavônio”, refere-se ao dialeto eslavo usado por Cirilo e Metódio na sua missão e na obra literária. Atualmente, alguns usam os termos “eslavo antigo” ou “eslavo eclesiástico”. Os lingüistas concordam que não havia uma língua comum falada pelos eslavos no nono século d.c. A natureza do alfabeto criado por Cirilo tem gerado muitas controvérsias, visto que os lingüistas não têm certeza de que alfabeto era. O alfabeto chamado cirílico baseia-se de perto no alfabeto grego, com uma dúzia ou mais de caracteres adicionais, inventados para representar sons eslavônios inexistentes no grego. Alguns dos mais antigos manuscritos eslavônios, porém, usavam uma escrita bem diferente, conhecida como glagolítica, e muitos eruditos acreditam que foi esta escrita que Cirilo inventou. Alguns caracteres glagolíticos parecem derivar do grego ou do hebraico cursivos. Outros podem ter sido derivados de sinais diacríticos medievais, mas a maioria deles são criações originais e complexas. O glagolítico parece ser uma criação nitidamente diferente e original. No entanto, foi o cirílico que se desenvolveu nos atuais escritos russo, ucraniano, sérvio, búlgaro e macedônio, além de outras 22 línguas, algumas delas não sendo eslavônias.
  • 27. 930d.c Códice de Alepo O que é o Códice de Alepo? Um importante manuscrito hebraico, chamado de Keter, a “Coroa”, que originalmente continha todas as Escrituras Hebraicas, ou o “Velho Testamento”. Era guardado na mais antiga sinagoga duma pequena e antiga comunidade de judeus que moravam em Alepo, na Síria, cidade predominantemente muçulmana. Anteriormente, esse manuscrito ficara entregue aos judeus caraítas, em Jerusalém, mas fora capturado pelos cruzados, em 1099. Mais tarde, ele foi recuperado e levado ao Cairo Antigo, no Egito. Chegou a Alepo o mais tardar no século 15 e subseqüentemente ficou conhecido como o Códice de Alepo. Esse manuscrito, que data no mínimo de 930 EC, era considerado a coroa da erudição massorética, conforme seu nome dá a entender. É um belo exemplo que ilustra o cuidado que se teve na transmissão do texto bíblico e, de fato, era um modelo de manuscrito hebraico. Em tempos mais recentes, os guardiães desse notável manuscrito, supersticiosamente temendo a dessacração de seu objeto sagrado, não permitiram que fosse consultado por eruditos. Além disso, visto que apenas uma só folha havia sido fotografada, não se podia publicar uma edição em fac-símile para estudos. Em 1948, quando os britânicos se retiraram da Palestina, irromperam em Alepo distúrbios contra os judeus. Sua sinagoga foi incendiada; o precioso códice desapareceu e foi considerado destruído. Que surpresa foi então quando uns dez anos mais tarde se soube que cerca de três quartos dele haviam sobrevivido e tinham sido contrabandeados da Síria para Jerusalém! Em 1976, publicou-se finalmente em fac-símile uma excelente edição de 500 exemplares em cores. Qual o seu valor? Porque seu texto consonantal, original, fora corrigido e pontuado por volta de 930 EC por Aaron ben Asher, um dos mais célebres eruditos treinados em copiar e em transmitir a Bíblia hebraica. Por isso era um códice-modelo, estabelecendo a norma para cópias futuras feitas por escribas menos habilidosos. Continha originalmente 380 fólios (760 páginas) e em geral estava escrito em três colunas, em folhas de pergaminho. Consiste agora em 294 fólios e falta-lhe a maior parte do Pentateuco e a seção final, abrangendo Lamentações, o Cântico de Salomão, Daniel, Ester, Esdras e Neemias. É citado como “Al” na Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas — Com Referências (Josué 21:37, nota de rodapé). Moisés Maimônides, famoso erudito judeu medieval do século 12 EC, proclamou o Códice de Alepo o melhor que já vira. O texto hebraico copiado à mão, desde o século 13 até o fim do século 15, era misto, tirado de duas das principais famílias textuais massoréticas, a de Ben Asher e a de Ben Naftali. No século 16, Jacob ben Hayyim produziu o texto para uma Bíblia hebraica impressa, derivado dessa tradição mista, e este tornou-se a base para quase todas as Bíblias hebraicas impressas durante os próximos 400 anos. Na terceira edição, de 1937, da Biblia Hebraica (o texto hebraico impresso), consultou-se a tradição de Ben Asher conforme preservada num manuscrito guardado na Rússia, conhecido como Leningrado B 19A. O Leningrado B 19A data de 1008 EC. A Universidade Hebraica em Jerusalém planeja publicar o texto hebraico de Alepo na íntegra ao longo dum período de tempo, junto com leituras de todos os outros importantes manuscritos e versões, inclusive os Rolos do Mar Morto. O texto bíblico que usamos atualmente é confiável. Foi divinamente inspirado e transmitido no decorrer dos séculos por escribas copistas que trabalhavam com meticulosa perícia. O extremo cuidado usado por esses copistas se vê em que as comparações entre o rolo de Isaías, encontrado perto do mar Morto, em 1947, e o texto massorético mostram surpreendentemente poucas diferenças, embora o Rolo do Mar Morto seja mil anos mais velho do que o mais antigo manuscrito massorético existente. Além disso, agora que o Códice de Alepo está disponível aos eruditos, ele fornecerá motivo ainda maior para se ter confiança na autenticidade do texto das Escrituras Hebraicas. Moisés Maimônides (1138-1204) Você Sabia? O Códice de Alepo (Al), do décimo século d.c, em hebraico, preservou o nome divino ‫יהוה‬ ) ) que aparecia no primitivo texto hebraico em D
  • 28. 1008d.c Códice de Leningrado O que é? O manuscrito de data mais antiga das inteiras Escrituras Hebraicas em hebraico é o Manuscrito de Leningrado N.º B 19A, preservado na Biblioteca Pública de Leningrado. Foi copiado em 1008 EC “dos livros corrigidos, preparados e anotados por Aaron ben Moses ben Asher, o instrutor”. Qual seu valor? O texto do Códice de Leningrado B 19A, que se encontra na Rússia, usado para a Biblia Hebraica Stuttgartensia (BHS), apresenta os sinais vocálicos do Tetragrama para rezar Yehwáh, Yehwíh e várias vezes Yehowáh, como em Gên 3:14. A edição do texto hebraico feita por Ginsburg (Gins.) apresenta os sinais vocálicos em YHWH para rezar Yehowáh. Ao passo que muitos tradutores favorecem a pronúncia “Yahweh” ou “Javé”, a Tradução do Novo Mundo continua a usar a forma “Jeová”, por causa da familiaridade das pessoas com ela já por séculos, a Biblia Hebraica Stuttgartensia e a Biblia Hebraica de Kittel, usadas pela Comissão da Tradução do Novo Mundo da Bíblia, baseiam-se no Códice de Leningrado e usam o Tetragrama, ou nome divino, 6.828 vezes no texto original. O Códice de Leningrado, que data de 1008/1009 EC, é o manuscrito massorético completo mais antigo. No entanto, na metade do século 20, foram descobertos entre os Rolos do Mar Morto cerca de 220 manuscritos ou fragmentos bíblicos. Esses manuscritos eram mais de mil anos mais antigos do que o Códice de Leningrado. Uma comparação entre os Rolos do Mar Morto e o Códice de Leningrado confirma um fato importante: embora os Rolos do Mar Morto contenham algumas variações na fraseologia, nenhuma dessas variações afeta o sentido. Você Sabia? É uma surpresa agradável saber que um manuscrito tão precioso como o Códice de Leningrado é preservado cuidadosamente num país que proíbe a importação livre de Bíblias e é intolerante ao nome de Deus e seu povo. O manuscrito em questão não é apenas um dentre muitos, mas é aquele que forneceu a base para muitas traduções modernas das Escrituras Hebraicas, inclusive a Tradução do Novo Mundo, publicada pela Sociedade Torre de Vigia.
  • 29. 1199d.c Papa Inocêncio III decreta que se destrua cópias da Bíblia 1008d.c Edito Papa Gregório VII Proibindo a produção ou posse de versões vernáculas Com o tempo, o latim se tornou uma língua sagrada para o catolicismo romano. Em vista disso, quando Vratislau, duque da Boêmia, pediu permissão em 1079 para usar o eslavônio nas missas locais, o Papa Gregório VII escreveu em resposta: “Nós não podemos de forma alguma atender a essa solicitação.” Por que não? “Para os que refletem sobre esse assunto”, disse Gregório, “fica evidente que é do agrado de Deus manter a Escritura Sagrada em segredo em certos lugares, pois, se ela fosse claramente compreensível a todos os homens, poderia acabar sendo vulgarizada e desrespeitada ou sendo tão mal entendida por aqueles de pouca instrução a ponto de conduzi-los ao erro”. As pessoas comuns tinham acesso bem limitado à Bíblia, e era isso mesmo que a Igreja queria. Essa situação garantia ao clero poder sobre as massas. Eles não queriam que as pessoas comuns se intrometessem em assuntos que, para eles, eram O Papa Inocêncio III escreveu a respeito dos “hereges” que haviam traduzido a Bíblia para o francês e ousado conversar sobre ela entre si. Inocêncio aplicou a eles as seguintes palavras de Jesus: “Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis as vossas pérolas diante dos porcos.” (Mateus 7:6) Por que o papa pensava assim? Ele disse: “Para que nenhum homem simples e inculto se atreva a se ocupar com a sublimidade da Escritura sagrada ou pregá-la a outros.” Aqueles que desobedeciam à ordem do papa geralmente eram entregues aos inquisidores, que os torturavam até conseguirem a confissão. Os que se recusavam a renegar sua posição eram queimados vivos. Durante a longa batalha travada sobre o direito de ter e ler a Bíblia, recorria-se com frequência à carta do Papa Inocêncio para proibir o uso da Bíblia e sua tradução para outros idiomas. Logo após esse decreto, Bíblias em línguas comuns começaram a ser queimadas, assim como as pessoas que as possuíam. Nos séculos seguintes, os bispos e os governantes da Europa católica usaram todos os meios possíveis para garantir que a proibição imposta pelo Papa Inocêncio III fosse respeitada. Sem dúvida, a hierarquia católica sabia que muitos de seus ensinamentos não eram baseados na Bíblia, mas em tradições da Igreja. Com certeza, esse é um dos motivos de eles relutarem em permitir que seus fiéis tivessem acesso à Bíblia. Por lê-la, as pessoas descobririam que a doutrina da Igreja era incompatível “A relva seca, a flor murcha, mas a palavra do nosso Deus permanece para sempre.” Isaías 40:8
  • 30. 1234d.c Concílio de Tarragona na Espanha decretou que todos os livros contendo trechos das Escrituras na língua do povo fossem levados a igreja local para serem queimados 1211d.c Bíblias são queimadas na cidade de Metz no Leste da França. 1229d.c o Conselho de Toulouse proibiu expressamente que os leigos usassem a Bíblia em quaisquer línguas vernáculas.
  • 31. 1382d.c John Wycliffe traduz os evangelhos para o inglês Enquanto povos e nações se aliavam a um ou a outro papa, Wycliffe ficava cada vez mais desgostoso. Tinha-se preparado para dar apoio ao papa que se provasse genuíno nas suas asserções. No entanto, vendo que cada um dos papas reprovava o outro, e que estavam dispostos a usarem de todos os meios não-cristãos para conseguirem poder e posição, Wycliffe afirmou que ambos os papas eram falsos. Seus olhos, então estavam plenamente abertos para com a hipocrisia associada com o cargo que ele considerara como autoridade espiritual. Para o que ou para quem poderia ele voltar-se em busca da verdadeira autoridade de Deus e Cristo? Todas as suas pesquisas, meditações, debates e argumentos apontaram prontamente para o lugar certo. Somente a Bíblia é padrão básico da verdade, a fonte de todo conhecimento verdadeiro sobre coisas espirituais. Hoje, tal idéia não parece incomum, mas, no tempo em que a divulgação da Bíblia era severamente restringida pela Igreja (havendo pouquíssimo dela disponível em inglês) esta era uma idéia nova e surpreendente para a maioria das pessoas. Wycliffe preparou um tratado intitulado “Sobre a Verdade das Escrituras Sagradas”, e um dos seus pontos principais foi estabelecer a clara separação entre as Escrituras e a tradição. Logo Wycliffe discerniu que as Escrituras deviam ser pregadas ao povo, que não deveria haver distinção entre clero e leigo e que o camponês comum devia poder ler a Bíblia por si mesmo. Com alguns dos seus aliados começou a traduzir a Bíblia da Vulgata latina para o inglês. O uso das línguas originais teria sido então algo inusitado na Inglaterra. O grego já por séculos havia sido esquecido, e Wycliffe não tinha conhecimento dele. Entre os anos de 1379 e 1382, o trabalho de tradução avançou com grande urgência. Ao mesmo tempo, Wycliffe promovia o ensino e o treinamento de pregadores itinerantes, que viajavam através do país com a Palavra de Deus. A tradução das Escrituras Gregas Cristãs provavelmente ficou completa por volta de 1382. A tradução das Escrituras Hebraicas, sem dúvida, estava então em progresso, sob a supervisão de Nicolau de Hereford, zeloso seguidor de Wycliffe. João Purvey, outro colaborador no trabalho, foi secretário de Wycliffe por alguns anos. O resultado foi uma tradução bastante literal, desconsiderando até mesmo a vernaculidade da língua inglesa Mas, pela primeira vez, a Bíblia foi colocada ao alcance do povo comum. Quem eram os Lolardos? Significa “Cantores” Eles eram um grupo de pregadores que viajavam de cidade em cidade na Inglaterra e queriam que a Palavra de Deus tocasse a mente e o coração das pessoas simples. Para isso, os lolardos liam trechos da Bíblia de Wycliffe para as pessoas que encontravam. Eles também distribuíam partes da Bíblia escritas à mão. O trabalho deles ajudou a despertar o interesse das pessoas na Palavra de Deus. Você sabia? Em 1428, aconteceu um incidente estranho e chocante. O túmulo de João Wycliffe foi violado, segundo o decreto do Concílio de Constança, emitido 14 anos antes. Seus restos mortais foram desenterrados e queimados, e as cinzas foram levadas ao pequeno rio Swift, a pouca distância dali. Ali foram espalhadas sobre as águas e desceram rio abaixo até o Avon, depois ao Severn e ao mar aberto. Não havia nenhuma intenção simbólica da parte dos que praticaram este feito. Porém, foi assim interpretado por aqueles que procuraram algum consolo para o ato de vingança. Além disso a igreja empreendeu a caça e a destruição das Bíblias de Wycliffe. Exumação e cremação dos ossos de John Wycliffe John Wycliffe (1328-1384)
  • 32. 1415d.c Jan Hus produz uma versão tcheca da Bíblia e em 1415 é queimado vivo O boêmio (tcheco) Jan Hus era sacerdote católico e reitor da Universidade de Praga. Hus pregou contra a corrupção da Igreja Romana e frisou a importância de ler a Bíblia. Isto prontamente trouxe sobre ele a ira da hierarquia. Em 1403, as autoridades ordenaram-lhe que parasse de pregar as idéias antipapais de Wycliffe, cujos livros também queimaram publicamente. Hus, porém, passou a escrever algumas das mais pungentes acusações contra as práticas da igreja, incluindo a venda de indulgências. Ele foi condenado e excomungado em 1410. Hus não transigia no seu apoio à Bíblia. “Rebelar-se contra um papa faltoso é obedecer a Cristo”, escreveu. Ensinou também que a verdadeira igreja, longe de ser o papa e a instituição romana, “é o conjunto de todos os eleitos e o corpo místico de Cristo, cuja cabeça é Cristo; e a noiva de Cristo, a quem à base de seu grande amor ele remiu com o seu próprio sangue”. Jan Hus produziu uma versão tcheca fácil de ler, à base da tradução do eslavônio antigo. Seus esforços A Igreja Católica não podia mais suportar as exposições de Hus e o convocou para responder pelos seus conceitos perante o Concílio de Constança, realizado de 1414 a 1418 perto do Lago de Constança. Com a promessa dum salvo-conduto, que prontamente mostrou ser falsa, ele foi enganado pelo irmão do rei, o Imperador Sigismundo, para fazê-lo comparecer. Logo após a sua chegada, foi preso, mas continuou a resistir à autoridade, tanto do papa como do concílio. Quando o concílio exigiu que Hus se retratasse quanto às suas ideias e aos seus ensinos, ele replicou que faria isso de bom grado, se com as Escrituras ele fosse provado errado, em harmonia com 2 Timóteo 3:14- 16. Hus achava que a sua consciência sempre o incomodaria, se fizesse uma retratação formulada em termos ambíguos. Ele declarou: “Sempre foi meu desejo que se me provasse com as Escrituras uma doutrina melhor, e então eu estaria prontamente disposto a retratar-me.” Apesar de seu desafio, que o menor membro do concílio lhe mostrasse seu erro à base da própria Palavra de Deus, ele foi condenado como herege obstinado e mandado de volta para a prisão, sem que se considerasse alguma coisa à base da Bíblia. Em 6 de julho de 1415, Hus foi formalmente condenado na catedral de Constança. Não se lhe permitiu responder às acusações lançadas contra ele, ao passo que eram lidas. Daí foi publicamente despojado do sacerdócio, enquanto se queimavam no pátio os seus escritos. Foi levado para fora, a um campo nos subúrbios, e ali queimado na estaca. Suas cinzas foram ajuntadas e lançadas no rio Reno, para impedir que alguém guardasse relíquias deste mártir. Um exemplo a ser seguido: Naquela era, Hus foi um dos primeiros homens a se atrever a se opor à autoridade tanto do papa como do concílio, e a aceitar, em vez disso, a suprema autoridade das Escrituras. Pôs assim em ação um movimento em prol dos direitos da pessoa, da liberdade de consciência e de expressão. ‘Temos de obedecer a Deus como governante em vez de a homens’. Atos 5:29 Jan Hus (1371-1415)
  • 33. 1455d.c Gutemberg é responsável pela criação de uma impressora de tipos móveis e sua primeira obra é a impressão da Vulgata Latina A tipografia de Gutenberg, que empregava 15 a 20 pessoas, terminou a primeira impressão da Bíblia em 1455. Foram produzidos cerca de 180 exemplares. Cada Bíblia tinha 1.282 páginas, com 42 linhas por página, impressas em duas colunas. A encadernação (em dois volumes) e a pintura ornamental à mão dos cabeçalhos e da primeira letra de cada capítulo foram feitas depois, fora da tipografia de Gutenberg. Pode imaginar quantas peças de tipo foram necessárias para imprimir a Bíblia? Cada página contém uns 2.600 caracteres. Presumindo- se que Gutenberg tivesse seis compositores, cada qual trabalhando em três páginas por vez, teriam sido necessários cerca de 46.000 peças. Vê-se prontamente que o molde de fundição de Gutenberg era a chave para imprimir com tipos móveis. As pessoas se admiravam ao comparar as Bíblias: em todas elas, cada letra ficava no mesmo lugar. Isso era impossível conseguir com obras escritas à mão. Günther S. Wegener escreve que “a uniformidade e simetria, a harmonia e beleza da Bíblia de 42 linhas eram tão grandes que os impressores ao longo das eras têm-se maravilhado com essa obra-prima”. O invento de Gutenberg difundiu-se rapidamente. Em 1500 já havia impressoras em 60 cidades alemãs e 12 outros países europeus. “O desenvolvimento da impressão significou uma revolução nas comunicações”, diz a New Encyclopædia Britannica. “Nos 500 anos seguintes foram feitos consideráveis melhoramentos nas técnicas de impressão, mas o processo fundamental permaneceu essencialmente o mesmo.” A Reforma do século 16 não teria vingado sem a imprensa mecanizada. A Bíblia foi traduzida para o alemão, francês, holandês, inglês, italiano, polonês, russo e tcheco, e a imprensa tornou fácil publicar dezenas de milhares de exemplares. Martinho Lutero fez bom uso da página impressa para divulgar a sua mensagem. Ele foi vitorioso nos empenhos em que outros, que viveram antes da prensa Quantas Bíblias de Gutenberg ainda existem? Até recentemente achava-se que fossem 48 — algumas incompletas — espalhadas por toda a Europa e América do Norte. Um dos mais finos exemplares é uma versão em pergaminho na Biblioteca do Congresso, em Washington, EUA. Mas, em 1996, houve um achado sensacional: mais uma Bíblia de Gutenberg (uma parte) foi encontrada num arquivo de igreja em Rendsburg, na Alemanha.