2. SALMO RESPONSORIAL
O salmo responsorial ou ‘salmo de resposta’ “é
parte integrante da liturgia da palavra”. É, na
realidade, uma leitura cantada. Uma “leitura”
distinta das demais proclamadas na liturgia,
pois sua estrutura literária é essencialmente
lírica e poética. Conseqüentemente, cabe ao(à)
salmista, mais do que cantar, “proclamar” o
salmo na estante da Palavra, pois aqui é o lugar
onde Deus dirige sua Palavra ao povo reunido.
Não devemos cantar o salmo no local do grupo
de canto, mas sim do Ambão ( mesa da
palavra).
3. Uma vez que o salmo responsorial constitui
uma resposta da assembléia (com a própria
Palavra de Deus), é fundamental uma
perfeita sintonia entre o(a) salmista e a
assembléia. Esta sintonia pressupõe uma
atitude espiritual (integração do corpo-
mente-coração) de quem canta o salmo para
que seu conteúdo atinja a todos de forma
plena e frutuosa.
4. UM MINISTÉRIO QUE REQUER FORMAÇÃO...
Mais do que nunca o ministério de salmista
requer uma formação técnica e litúrgico-musical
adequada. Eis os principais aspectos desta
formação:
• Uma formação bíblico-litúrgica: aprofundar o
sentido literal e cristológico dos salmos; estudar
cada salmo em sua relação com a primeira
leitura e com o projeto de salvação de Deus.
5. • Uma formação espiritual: saber orar com o
salmo, saboreá-lo como Palavra de Deus para
nossa vida atual; saber cantar de forma orante.
• Uma formação musical: saber usar a voz de
forma adequada, com boa dicção; se for o caso,
até saber ler uma partitura simples; aprender as
melodias dos salmos de resposta; saber se
entrosar com os instrumentos musicais que
eventualmente acompanham o canto do salmo.
6. • Uma formação prática: saber manusear o
Lecionário e o “Hinário Litúrgico”; saber em
que momento subir ao ambão, como se
comunicar com a assembléia, como usar o
microfone..; conhecer os vários modos de se
cantar o salmo...
7. MÉTODO DA LEITURA ORANTE PARA O SALMO
RESPOSORIAL
1º passo: Ler
• Ler e reler o texto (salmo responsorial), baixinho e em
voz alta, escutar o texto (alguém está falando!).
• Prestar atenção a cada palavra, às idéias, às imagens,
ao ritmo, à melodia...
• Tentar entender o texto (no contexto em que foi escrito).
• Se for possível, recorrer também a um bom comentário
de um biblista.
8. 2º passo : Meditar
• Repetir o texto ( ou parte dele) com a boca, a mente e o coração:
não “engolir” logo o texto, e sim, “mastigar”, “ruminar”, tirando
dele todo o seu sabor; não ficar só com as idéias que contém, mas
deixar as próprias palavras mostrarem a sua força: aprender de cor
(= de coração!) pelo menos uma parte do texto.
• Penetrar dentro do texto, interiorizá-lo; compreender, interpretá-lo
a partir de nossa realidade; identificar-nos com ele: perceber como
o texto expressa nossas próprias experiências, sentimentos e
pensamentos. Principalmente no caso dos salmos, estas
experiências podem ser entendidas também como se referindo a
Jesus Cristo.
Trata-se de atualizar o texto: perceber como o texto acontece hoje,
em nossa realidade pessoal, comunitária e social; perceber qual a
palavra que o senhor poderá está nos dizendo..
9. 3º passo: Orar
• Deixar brotar de dentro do coração, tocado
pela Palavra, uma resposta ao Senhor.
Dependendo da leitura e da meditação
feitas, poderá ser uma resposta de
admiração, louvor, agradecimento, pedido
de perdão, compromisso, clamor, pedido,
intercessão...
10. 4º passo: Contemplar
• A Bíblia não usa o verbo contemplar, e, sim,
escutar, conhecer, ver. Trata-se de saborear,
“curtir” a presença de Deus, o jeito de ele ser e
agir, o quanto ele é bom e o quanto faz para nós.
Supõe uma entrega total na fé. Passa,
necessariamente, pelo conhecimento de Jesus
Cristo (“Quem me vê, vê o Pai!”), que se encontra
do lado dos pobres.
11. MINISTÉRIO DO SALMISTA
Salmo é um cântico executado ao som do saltério, um
instrumento musical de cordas, parecido, digamos, com o
nosso violão. Na Bíblia encontramos um livro, chamado
"Saltério" ou "Louvores", com 150 salmos. Há outros salmos
ou cânticos bíblicos espalhados ao longo dos outros livros
da Bíblia.
Ao longo de toda a sua história, o povo de Deus foi
expressando sua fé e sua vida cantando, suplicando e
agradecendo ao Senhor Deus. Os salmos quase sempre
partem da situação difícil da vida e da história dos pobres:
doença, sofrimento, desprezo, perseguição, ataques do
inimigo, expulsão da terra, exílio, prisão, morte ...
Mas sempre terminam louvando e agradecendo ao Senhor
por sua presença, por sua aliança, sua solidariedade, sua
proteção ...
12. Muitas vezes escritos na primeira pessoa
(eu), foram assumidos na liturgia do povo
judeu como sendo uma expressão
comunitária. É todo o povo que, a uma só
voz e um só coração, como esposa do
Senhor, expressa diante dele sua fé, sua
adesão à lei do Senhor, à Palavra do Senhor.
Assim, o povo judeu nos deixou uma
herança riquíssima, de teor espiritual
incalculável. Gerações e gerações
alimentaram e continuam alimentando sua fé
orando e cantando salmos.
13. 2. Os salmos nas comunidades cristãs
As comunidades cristãs foram
entendendo os salmos como profecias de
Jesus, o Cristo. Orientadas pelo Espírito
Santo, foram reinterpretando os salmos a
partir dos acontecimentos da morte-
ressurreição de Jesus e também a partir
de sua própria vida e missão, enquanto
comunidades cristãs.
14. Se quisermos orar com os salmos hoje, teremos
de seguir o mesmo "método" das primeiras
comunidades.
3. O salmo de resposta na liturgia da Palavra
Os salmos ocupam um espaço bastante
significativo na liturgia cristã. Antes de tudo, são
o elemento principal na Liturgia das Horas (ofício
divino), juntamente com os cantos bíblicos do
Antigo e Novo Testamento. Na celebração dos
sacramentos e sacramentais estão previstos
como cantos processionais (entrada, oferendas,
comunhão e outros) e ainda ... como Salmo
responsorial, também chamado de "Salmo de
resposta”
15. O Salmo Responsorial é parte integrante
da liturgia da Palavra, tem valor de leitura
bíblica. Por isso, o salmo de cada dia vem
indicado no elenco de leituras e vem
impresso no Lecionário. Portanto, não
deve ser substituído por outro canto.
Todos temos o direito de usufruir desta
importante herança deixada pela tradição
do povo judeu e das primeiras
comunidades cristãs.
16. Os salmos na liturgia participam da
função memorial de toda a liturgia. Fazem
parte da ação ritual, objetiva, que
expressa e faz acontecer a salvação. São
revelação, profecia de Cristo, do Espírito
Santo, da Igreja, do Reino, celebração do
mistério pascal. São pedagógicos
(ensinam-nos a rezar) e mistagógicos
(introduzem-nos no mistério); operam a
transformação pascal.
17. Já que salmo de resposta é como uma
leitura cantada, o salmista pode ser
considerado um cantor-leitor, ou cantora
leitora. Salmodiar é uma arte; precisamos
aproveitar os dons que Deus deu a certas
pessoas. É também um ofício que se
aprende; daí a necessidade de uma boa
preparação e formação.
18. O salmo é cantado da mesa da Palavra,
como as outras leituras bíblicas. Como na
proclamação das outras passagens
bíblicas, é fundamental a comunicação
com a comunidade, não só através da
voz, mas ainda através da postura e da
expressão do rosto, que deverão
transmitir o sentido orante do salmo.
19. Geralmente, o canto do salmo vem
acompanhado de instrumentos musicais,
embora isto não seja necessário. Inclusive vale
lembrar que, principalmente no salmo e nos
cânticos bíblicos, os instrumentos deverão ser
muito discretos. O que deve ser ouvida é a voz
do salmista proclamando o texto sagrado. Os
instrumentos deverão apenas apoiar,
acompanhar discretamente, sem se sobrepor
ao canto, sem impor seu ritmo, principalmente
durante os versos cantados pelo(s) salmista(s).
20. Por causa de seu caráter de leitura
cantada, a melodia para os versos do
salmo deverá ser de preferência bastante
simples, tipo recitativo. Embora não se
exclua outra forma musical, já conhecida
do povo, como por exemplo, as melodias
do Oficio Divino das Comunidades. Evitar
melodias complexas e cheias de
“enfeites”, dificultando assim a
participação da assembléia.