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MODERNISMO EM
PORTUGAL
Fenando Pessoa
ProfessoraSandraSouza
O Modernismo começa a se formar a partir das
primeiras tendências, misturando-as, expressa uma
nova forma de o homem ocidental observar, sentir e
interpretar a vida experimentada nas cidades do início
do século XX. O espírito moderno é produto das
ambíguas (realização x desconforto, insatisfação)
experiências que o ser humano passa a vivenciar.
ProfessoraSandraSouza
O movimento modernista português costuma
ser dividido em fases: o orfismo (1915 -
revista Orpheu) e o presencismo (1927 –
revista Presença).
Meio de comunicação mais significativo
desse período, as revistas literárias foram as
responsáveis por informar, divulgar e
consagrar o que se produziu em literatura
nessa época.
ProfessoraSandraSouza
MODERNISMO
Surgiu em 1915 com a publicação da revista Orpheu que
decreta o fim dos valores artísticos do século XIX. É por meio dela
que o século XX e suas experimentações literárias ganham espaço
em Portugal sob a influência das correntes de vanguarda.
A revista Orpheu teve apenas dois números (março e junho de
1915) e sofreu ataques furiosos da imprensa conservadora, que
chamou os modernistas de “loucos futurista”.
Movimento típico de Lisboa, o orfismo se organiza com o
objetivo de escandalizar o burguês. Os artistas afirmavam ser
contra o provincianismo e a literatura estereotipada dos períodos
anteriores. Embora tenha chocado a sociedade, o orfismo não
conquistou grande público.
Representantes: Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro
ProfessoraSandraSouza
FERNANDO PESSOA
ProfessoraSandraSouza
Fernando Antônio Nogueira Pessoa (1888 – 1935) nasceu em
Lisboa. Vai para a África do Sul com a mãe e o padrasto aos cinco
anos e vive lá até concluir o colégio de inglês. De volta a Lisboa,
começa a frequentar a faculdade, mas não conclui os estudos.
Um dos produtores de Orpheu, Pessoa dirige o segundo
número da revista, que define as características do movimento.
Escreveu muito durante toda vida, mas, ao morrer tinha
apenas um livro publicado Mensagem, ganhando com ele o
segundo lugar no concurso instituído pelo Secretariado de
Propaganda Nacional de Lisboa.
Em jornais e revistas, deixou alguns textos de crítica literária
e uns poucos poemas em inglês ou português. O restante só veio a
público postumamente. Pessoa criou um modelo próprio para
transmitir a conturbação do século XX. Soube como ninguém
casar tradição com modernidade, tradição com angústia. Deu voz
à grandes inquietações, aos medos e aos sentimentos mais
obscuros do homem do início do século e sua nova organização
social.
ProfessoraSandraSouza
Além das poesias que assinou como Fernando
Pessoa, escreveu outras que assinou como Álvaro de
Campos, Ricardo Reis e Alberto Caeiro.
Para cada um deles, Fernando Pessoa inventou um
estilo, uma visão de mundo particular e até uma
“biografia”.
ProfessoraSandraSouza
ALBERTO CAEIRO
1889 - 1915
Escreve com uma linguagem muito simples e
com um vocabulário muito limitado, pois só teve
instrução primária. O poeta está diretamente em
contato com a natureza, buscando a felicidade
através dos sentidos. Afirmava que “pensar é
estar doente dos olhos”, e por isso descrevia o
mundo como ele o enxergava, através dos seus
sentidos.
ProfessoraSandraSouza
ProfessoraSandraSouza
RICARDO REIS
1887 – 1935?
É um poeta de inspiração neoclássica, e tem
como lema o “Carpe diem” (aproveite o dia). É
discípulo de Alberto Caeiro e tem, como o mestre,
grande paixão pela natureza, embora exaltando-a
em estilo diferente.
A linguagem de Ricardo Reis é clássica. Usa
um vocabulário erudito e, muito
apropriadamente, seus poemas são metrificados e
apresentam uma sintaxe rebuscada.
Para ele os deuses estão acima de tudo e
controlam o destino dos homens:
ProfessoraSandraSouza
ProfessoraSandraSouza
1890 – 1935?
O estilo de Álvaro de Campos é marcado pela
oralidade e pela estrutura poética muito próxima
da prosa. Constante em seus poemas é o
pessimismo, revoltado. Álvaro de Campos é um
poeta futurista, que exalta as fábricas, a energia
elétrica, as máquinas, a velocidade.
ProfessoraSandraSouza
 Mais afinado com as ideias Modernista;
 Engenheiro;
 Volta-se para o presente;
 Saudades do tempo;
 Uso de verso livre;
ProfessoraSandraSouza
O heterônimo Álvaro de Campos apresenta três fases
distintas em sua poesia. De início é influenciado pelo
decadentismo simbolista, depois pelo futurismo e por fim,
amargurado, escreve poemas pessimistas e desiludidos.
ProfessoraSandraSouza
PRIMEIRA FASE
No poema Opiário, o engenheiro Campos,
influenciado pelo simbolismo, ainda metrifica e
rima. Escreve quadras, estrofes de quatro versos,
de teor autobiográfico e já se apresenta
amargurado e insatisfeito:
"Eu fingi que estudei engenharia.
Vivi na Escócia. Visitei a Irlanda.
Meu coração é uma avozinha que anda
Pedindo esmolas às portas da alegria."
ProfessoraSandraSouza
SEGUNDA FASE
Campos em seguida envereda pelo futurismo,
adotando um estilo febril, entre as máquinas e a
agitação da cidade, do que resultam poemas como
Ode Triunfal:
"À dolorosa luz das lâmpadas elétricas da fábrica
Tenho febre e escrevo.
Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,
Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos."
ProfessoraSandraSouza
TERCEIRA FASE
A última fase do heterônimo Álvaro de Campos, em
que pontifica o poema Tabacaria, apresenta um poeta
amargurado, refletindo de forma pessimista e desiludida
sobre a existência:
"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."
ProfessoraSandraSouza
Assim como Ricardo Reis, também Álvaro de Campos
confessa-se discípulo de Alberto Caeiro. Mas se Reis envereda
pelo neoclassicismo ao tentar imitar o mestre, Campos se
revela inquieto e frustrado por não conseguir seguir os
preceitos de Caeiro. No poema que se inicia pelo verso
"Mestre, meu mestre querido", dialoga com Caeiro, revelando
toda sua angústia:
"Meu mestre, meu coração não aprendeu a tua serenidade.
Meu coração não aprendeu nada.
(...)
A calma que tinhas, deste-ma, e foi-me inquietação."
ProfessoraSandraSouza
FERNANDO PESSOA
ELE MESMO
A obra que Fernando Pessoa assinou com
seu próprio nome está reunida nos volumes
Cancioneiro e Mensagem.
O Cancioneiro é composto por poemas líricos,
rimados e metrificados, de forte influência
simbolista. É do Cancioneiro um dos poemas mais
célebres de Pessoa, Autopsicografia, em que
reflete sobre o fazer poético:
ProfessoraSandraSouza
"O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm."
O leitor atento há de perceber que o poeta parte de uma dor
sua, real, integral. Só quem sente uma dor pode fingir outra
que não sente. Só quem tem personalidade pode ser ator.
Como Fernando Pessoa.
ProfessoraSandraSouza
Mensagem (1934), livro em língua portuguesa publicado por
Pessoa. Os poemas do livro estão organizados de forma a compor
uma epopeia fragmentária, em que o conjunto dos textos líricos
acaba formando um elogio de teor épico a Portugal. Traçando a
história do seu país, Pessoa envereda por um nacionalismo.
O livro Mensagem está dividido em três partes: Brasão, Mar
português e O Encoberto.
Na primeira, conta-se a história das glórias portuguesas.
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  • 3. O movimento modernista português costuma ser dividido em fases: o orfismo (1915 - revista Orpheu) e o presencismo (1927 – revista Presença). Meio de comunicação mais significativo desse período, as revistas literárias foram as responsáveis por informar, divulgar e consagrar o que se produziu em literatura nessa época. ProfessoraSandraSouza
  • 4. MODERNISMO Surgiu em 1915 com a publicação da revista Orpheu que decreta o fim dos valores artísticos do século XIX. É por meio dela que o século XX e suas experimentações literárias ganham espaço em Portugal sob a influência das correntes de vanguarda. A revista Orpheu teve apenas dois números (março e junho de 1915) e sofreu ataques furiosos da imprensa conservadora, que chamou os modernistas de “loucos futurista”. Movimento típico de Lisboa, o orfismo se organiza com o objetivo de escandalizar o burguês. Os artistas afirmavam ser contra o provincianismo e a literatura estereotipada dos períodos anteriores. Embora tenha chocado a sociedade, o orfismo não conquistou grande público. Representantes: Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro ProfessoraSandraSouza
  • 6. Fernando Antônio Nogueira Pessoa (1888 – 1935) nasceu em Lisboa. Vai para a África do Sul com a mãe e o padrasto aos cinco anos e vive lá até concluir o colégio de inglês. De volta a Lisboa, começa a frequentar a faculdade, mas não conclui os estudos. Um dos produtores de Orpheu, Pessoa dirige o segundo número da revista, que define as características do movimento. Escreveu muito durante toda vida, mas, ao morrer tinha apenas um livro publicado Mensagem, ganhando com ele o segundo lugar no concurso instituído pelo Secretariado de Propaganda Nacional de Lisboa. Em jornais e revistas, deixou alguns textos de crítica literária e uns poucos poemas em inglês ou português. O restante só veio a público postumamente. Pessoa criou um modelo próprio para transmitir a conturbação do século XX. Soube como ninguém casar tradição com modernidade, tradição com angústia. Deu voz à grandes inquietações, aos medos e aos sentimentos mais obscuros do homem do início do século e sua nova organização social. ProfessoraSandraSouza
  • 7. Além das poesias que assinou como Fernando Pessoa, escreveu outras que assinou como Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Alberto Caeiro. Para cada um deles, Fernando Pessoa inventou um estilo, uma visão de mundo particular e até uma “biografia”. ProfessoraSandraSouza
  • 8. ALBERTO CAEIRO 1889 - 1915 Escreve com uma linguagem muito simples e com um vocabulário muito limitado, pois só teve instrução primária. O poeta está diretamente em contato com a natureza, buscando a felicidade através dos sentidos. Afirmava que “pensar é estar doente dos olhos”, e por isso descrevia o mundo como ele o enxergava, através dos seus sentidos. ProfessoraSandraSouza
  • 10. RICARDO REIS 1887 – 1935? É um poeta de inspiração neoclássica, e tem como lema o “Carpe diem” (aproveite o dia). É discípulo de Alberto Caeiro e tem, como o mestre, grande paixão pela natureza, embora exaltando-a em estilo diferente. A linguagem de Ricardo Reis é clássica. Usa um vocabulário erudito e, muito apropriadamente, seus poemas são metrificados e apresentam uma sintaxe rebuscada. Para ele os deuses estão acima de tudo e controlam o destino dos homens: ProfessoraSandraSouza
  • 12. 1890 – 1935? O estilo de Álvaro de Campos é marcado pela oralidade e pela estrutura poética muito próxima da prosa. Constante em seus poemas é o pessimismo, revoltado. Álvaro de Campos é um poeta futurista, que exalta as fábricas, a energia elétrica, as máquinas, a velocidade. ProfessoraSandraSouza
  • 13.  Mais afinado com as ideias Modernista;  Engenheiro;  Volta-se para o presente;  Saudades do tempo;  Uso de verso livre; ProfessoraSandraSouza
  • 14. O heterônimo Álvaro de Campos apresenta três fases distintas em sua poesia. De início é influenciado pelo decadentismo simbolista, depois pelo futurismo e por fim, amargurado, escreve poemas pessimistas e desiludidos. ProfessoraSandraSouza
  • 15. PRIMEIRA FASE No poema Opiário, o engenheiro Campos, influenciado pelo simbolismo, ainda metrifica e rima. Escreve quadras, estrofes de quatro versos, de teor autobiográfico e já se apresenta amargurado e insatisfeito: "Eu fingi que estudei engenharia. Vivi na Escócia. Visitei a Irlanda. Meu coração é uma avozinha que anda Pedindo esmolas às portas da alegria." ProfessoraSandraSouza
  • 16. SEGUNDA FASE Campos em seguida envereda pelo futurismo, adotando um estilo febril, entre as máquinas e a agitação da cidade, do que resultam poemas como Ode Triunfal: "À dolorosa luz das lâmpadas elétricas da fábrica Tenho febre e escrevo. Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto, Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos." ProfessoraSandraSouza
  • 17. TERCEIRA FASE A última fase do heterônimo Álvaro de Campos, em que pontifica o poema Tabacaria, apresenta um poeta amargurado, refletindo de forma pessimista e desiludida sobre a existência: "Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo." ProfessoraSandraSouza
  • 18. Assim como Ricardo Reis, também Álvaro de Campos confessa-se discípulo de Alberto Caeiro. Mas se Reis envereda pelo neoclassicismo ao tentar imitar o mestre, Campos se revela inquieto e frustrado por não conseguir seguir os preceitos de Caeiro. No poema que se inicia pelo verso "Mestre, meu mestre querido", dialoga com Caeiro, revelando toda sua angústia: "Meu mestre, meu coração não aprendeu a tua serenidade. Meu coração não aprendeu nada. (...) A calma que tinhas, deste-ma, e foi-me inquietação." ProfessoraSandraSouza
  • 19. FERNANDO PESSOA ELE MESMO A obra que Fernando Pessoa assinou com seu próprio nome está reunida nos volumes Cancioneiro e Mensagem. O Cancioneiro é composto por poemas líricos, rimados e metrificados, de forte influência simbolista. É do Cancioneiro um dos poemas mais célebres de Pessoa, Autopsicografia, em que reflete sobre o fazer poético: ProfessoraSandraSouza
  • 20. "O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. E os que lêem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm." O leitor atento há de perceber que o poeta parte de uma dor sua, real, integral. Só quem sente uma dor pode fingir outra que não sente. Só quem tem personalidade pode ser ator. Como Fernando Pessoa. ProfessoraSandraSouza
  • 21. Mensagem (1934), livro em língua portuguesa publicado por Pessoa. Os poemas do livro estão organizados de forma a compor uma epopeia fragmentária, em que o conjunto dos textos líricos acaba formando um elogio de teor épico a Portugal. Traçando a história do seu país, Pessoa envereda por um nacionalismo. O livro Mensagem está dividido em três partes: Brasão, Mar português e O Encoberto. Na primeira, conta-se a história das glórias portuguesas. Na segunda, são apresentadas as navegações e conquistas marítimas de Portugal. Na terceira, é apresentado o mito de retorno de Portugal às épocas de glória. ProfessoraSandraSouza