Manuel Bandeira foi um poeta brasileiro nascido em 1886 em Recife que se mudou para o Rio de Janeiro na adolescência. Ele estudou em colégios tradicionais e iniciou o curso de engenharia, mas teve que abandonar os estudos devido à tuberculose. Suas primeiras obras foram influenciadas pelo simbolismo, mas ele se aproximou dos modernistas. Bandeira publicou livros experimentais como Ritmo Dissoluto e Libertinagem e dedicou sua vida à poesia.

1. Manuel Bandeira
Libertinagem

2. Recifense
- Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho
- Recife 1886 – Rio 1968
- Chegou adolescente ao Rio.
- Cursou o colégio D. Pedro II
- Em São Paulo, iniciou Engenharia.
- Afastou-se do curso por causa da tuberculose.

3. Simbolismo
- Esteve na Suíça em 1912.
- Teve contato com simbolistas e pós-simbolistas.
- Primeiras obras são simbolistas.
- Fixou-se no Rio e fez amizade com futuros
modernistas.
- Verso livre.
- Ironia crepuscular.

4. Vida literária
- Entrou no grupo da Semana como uma referência mais
velha.
- Influenciado por Mário e Oswald, procurou romper suas
tendências intimistas.
- Livros experimentais: Ritmo Dissoluto e Libertinagem.
- Lecionou no Colégio Pedro II e na Universidade do Brasil.
- Dedicou toda a sua vida aos seus livros e à tarefa da
escrita.

5. Manuel Bandeira lendo jornal

6. Traços
- atitude intimista dos crepusculares do início do
século;
- lirismo confidencial, autoirônico, alheio a descaídas
retóricas;
- individualismo;
- comunicação literária;
- rompimento com a dicção simbolista e parnasiana;

7. Sapos
O sapo-tanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: - "Meu cancioneiro
É bem martelado.
Vede como primo
Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo
Os termos cognatos.

8. Força poética
- termos e motivos prosaicos;
- atmosferas românticas e ecos neoclássicos;
- confidência e técnica;
- irracionalismo de base;
- fortíssima presença dos elementos biográficos;

9. Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.
Mandou chamar o médico:
— Diga trinta e três.
— Trinta e três . . . trinta e três . . . trinta e três . . .
— Respire.
...................................................................................................
— O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito
infiltrado.
— Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
— Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.

10. Libertinagem
- alheamento irônico e melancólico;
- observação solitária e distanciada da vida ao redor;
- Libertinagem:
-- forte anseio de liberdade vital e estética;
-- interiorização profunda dos vultos familiares;
-- imagens brasileiras com halo mítico;

11. Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.

12. Mais profundo
- em outras obras maduras, mesmas
características;
- abordagem amorosa e solenemente religiosa de
figuras femininas;
- poemas de erotismo fino;
- singeleza formal trai anseio de transcendência;

13. Maturidade
- recuperação de formas metrificadas em fase
madura, como homologia entre sentimento e
ritmo;
- últimos trabalhos incorporam brincadeiras
poéticas e experimentações de formas
consagradas;
- enorme bagagem literária e importante
contribuição crítica.