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Classificação da obra: prosa, romance que beira o fantástico. A ação romanesca está
encadeada às várias reflexões do narrador.
160 capítulos.
Ação principal: O narrador, já morto, resolve relatar sua existência patética, e o faz
maledicentemente.
Narrador: Participante.
Personagens Principais: Brás Cubas, Marcela, Eugênia, Quincas Borba, Virgília.
Personagens Secundárias: Sabina, Cotrim, Nhã-Loló, Eusébia, Conselheiro Dutra,
Lobo Neves, D. Plácida, Prudêncio.
Tempo da narrativa: séc. XIX
Linguagem: predomina o erudito; coloquialismo e espontaneidade na fala de algumas
personagens.
— Meu senhor! gemia o outro.
— Cala a boca, besta! replicava o vergalho.
Parei, olhei... Justos céus! Quem havia de ser o do vergalho? Nada
menos que o meu moleque Prudêncio, — o que meu pai libertara alguns anos
antes. Cheguei-me; ele deteve-se logo e pediu-me a bênção; perguntei-lhe se
aquele preto era escravo dele.
— É, sim, nhonhô.
— Fez-te alguma coisa?
— É um vadio e um bêbado muito grande. Ainda hoje deixei ele na
quitanda, enquanto eu ia lá embaixo na cidade, e ele deixou a quitanda para ir
na venda beber.
— Está bom, perdoa-lhe, disse eu.
— Pois não, nhonhô. Nhonhô manda, não pede. Entra para casa,
bêbado!
(cap. LXVII)
Resumo
Narrado em primeira pessoa, seu autor é Brás Cubas, um "defunto
autor", isto é, um homem que já morreu e que deseja escrever a sua biografia.
Nascido numa típica família da elite carioca do século XIX, do túmulo o morto
escreve suas memórias póstumas começando com uma "Dedicatória": Ao
verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico com saudosa
lembrança estas memórias póstumas. Seguido da dedicatória, no outro
capítulo, "Ao Leitor", o próprio narrador explica o estilo de seu livro, enquanto o
próximo, "Óbito do Autor", começa realmente com a narrativa, explicando seu
funeral e em seguida a causa mortis, uma pneumonia contraída enquanto
inventava o "emplastro Brás Cubas", panaceia medicamentosa que foi sua
última obsessão e que lhe "garantiria a glória entre os homens". No Capítulo
VII, "O Delírio", narra o que antecedeu ao óbito.
No Capítulo IX, "Transição", principiam propriamente as memórias. Brás
Cubas começa revendo a própria infância de menino rico, mimado e
endiabrado: desde cedo ostentava o apelido de "menino diabo" e já dava
mostras da índole perversa quebrando a cabeça das escravas quando não era
atendido em algum querer ou montando num dos filhos dos escravos de sua
casa, o moleque Prudêncio, que fazia de cavalo. Aos dezessete anos, Brás
Cubas apaixona-se por Marcela, "amiga de rapazes e de dinheiro", prostituta
de luxo, um amor que durou "quinze meses e onze contos de réis", e que
quase acabou com a fortuna da família.
A fim de se esquecer dessa decepção amorosa, o protagonista foi
enviado a Coimbra, onde se formou em Direito, após alguns anos de boêmia
desbravada, "fazendo romantismo prático e liberalismo teórico". Retorna ao Rio
de Janeiro por ocasião da morte da mãe. Depois de namorar
inconsequentemente Eugênia, "coxa de nascença", filha de D. Eusébia, amiga
pobre da família, o pai planeja induzi-lo na política através do casamento e
encaminha o relacionamento do filho com Virgília, filha do Conselheiro Dutra,
que apadrinharia o futuro genro. Porém Virgília prefere casar-se com Lobo
Neves, também candidato a uma carreira política. Com a morte do pai de Brás
Cubas, instaura-se um conflito entre ele e sua irmã, Sabina, casada com
Cotrim, por conta da herança.
Quando Virgília reaparece, anunciada pelo primo Luís Dutra, reencontra-
se com Brás Cubas e tornam-se amantes, vivendo no adultério a paixão que
não tiveram quando noivos. Virgília engravida, no entanto a criança morre
antes de nascer. Para manter discreta sua relação amorosa, Brás Cubas
corrompe Dona Plácida, que por cinco contos de réis aceita figurar-se como
moradora de uma casinha na Gamboa, que na verdade serve de encontro
entre os amantes. Então segue-se o encontro do protagonista com Quincas
Borba, amigo de infância que agora miserável lhe rouba o relógio, devolvendo-
lhe depois. Quincas Borba, filósofo doido, apresenta ao amigo o Humanitismo.
Perseguindo a celebridade ou procurando uma vida menos tediosa, Brás
Cubas torna-se deputado, enquanto Lobo Neves é nomeado presidente de
uma província e parte com Virgília para o Norte, porquanto que termina a
relação dos amantes. Sabina arranja uma noiva para Brás Cubas, a Nhã-Loló,
sobrinha de Cotrim, de 19 anos, mas ela morre de febre amarela e Brás Cubas
torna-se definitivamente um solteirão. Tenta ser ministro de Estado mas
fracassa; funda um jornal de oposição e fracassa. Quincas Borba dá os
primeiros sinais de demência. Virgília, já velha e desfigurada em sua beleza,
solicita a ele o amparo à indigência de Dona Plácida, que morre em seguida.
Morrem também Lobo Neves, Marcela e Quincas Borba. Eugênia é
encontrada num cortiço. A última tentativa de glória, portanto, é o "emplasto
Brás Cubas", remédio que curaria todas as doenças; ironicamente, ao receber
uma brisa fria, apanha uma pneumonia, da qual vem a falecer, aos 64 anos.
Virgília, acompanhada do filho, vai visitá-lo na cama e, após longo delírio,
morre assistido por alguns familiares. Depois de morto, começa a contar, de
trás para frente, a história de sua vida.
I
Óbito do Autor
Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim,
isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso
vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar
diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um
defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria
assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no
introito, mas no cabo; diferença radical entre este livro e o Pentateuco.
Dito isto, expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de
1869, na minha bela chácara de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e
prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui acompanhado ao
cemitério por onze amigos. Onze amigos! Verdade é que não houve cartas nem
anúncios. Acresce que chovia - peneirava - uma chuvinha miúda, triste e constante, tão
constante e tão triste, que levou um daqueles fiéis da última hora a intercalar esta
engenhosa ideia no discurso que proferiu à beira de minha cova: ―"Vós, que o
conhecestes, meus senhores, vós podeis dizer comigo que a natureza parece estar
chorando a perda irreparável de um dos mais belos caracteres que tem honrado a
humanidade. Este ar sombrio, estas gotas do céu, aquelas nuvens escuras que cobrem o
azul como um crepe funéreo, tudo isso é a dor crua e má que lhe rói à natureza as mais
íntimas entranhas; tudo isso é um sublime louvor ao nosso ilustre finado."
Bom e fiel amigo! Não, não me arrependo das vinte apólices que lhe
deixei. (...)
XVI
Uma Reflexão Imoral
Ocorre -me uma reflexão imoral, que é ao mesmo tempo uma correção
de estilo. Cuido haver dito, no capitulo XIV, que Marcela morria de amores pelo
Xavier. Não morria, vivia. Viver não é a mesma coisa que morrer; assim o
afirmam todos os joalheiros desse mundo, gente muito vista na gramática.
XXXIV
Uma Alma Sensível
(...) Não havia ali a atmosfera somente da águia e do beija-flor; havia também
a da lesma e do sapo. Retira, pois, a expressão, alma sensível, castiga os
nervos, limpa os óculos, - que isso às vezes é dos óculos, - e acabemos de
uma vez com esta flor da moita.
XXXVI
A Propósito de Botas
Meu pai, que me não esperava, abraçou-me cheio de ternura e agradecimento. -
Agora é deveras? disse ele. Posso enfim...?
Deixei-o nessa reticência, e fui descalçar as botas, que estavam apertadas. Uma
vez aliviado, respirei à larga, e deitei-me a fio comprido, enquanto os pés, e todo eu
atrás deles, entrávamos numa relativa bem-aventurança. Então considerei que as botas
apertadas são uma das maiores venturas da terra, porque, fazendo doer os pés, dão azo
ao prazer de as descalçar. Mortifica os pés, desgraçado, desmortifica-os depois, e aí
tens a felicidade barata, ao sabor dos sapateiros e de Epicuro.
Enquanto esta ideia me trabalhava no famoso trapézio, lançava eu os olhos
para a Tijuca, e via a aleijadinha perder-se no horizonte do pretérito, e sentia que o
meu coração não tardaria também a descalçar as suas botas. E descalçou-as o lascivo.
Quatro ou cinco dias depois, saboreava esse rápido, inefável e incoercível momento de
gozo, que sucede a uma dor pungente, a uma preocupação, a um incômodo... Daqui
inferi eu que a vida é o mais engenhoso dos fenômenos, porque só aguça a fome, com o
fim de deparar a ocasião de comer, e não inventou os calos, senão porque eles
aperfeiçoam a felicidade terrestre. Em verdade vos digo que toda a sabedoria humana
não vale um par de botas curtas.
Tu, minha Eugênia, é que não as descalçaste nunca; foste aí pela
estrada da vida, manquejando da perna e do amor, triste como os enterros
pobres, solitária, calada, laboriosa, até que vieste também para esta outra
margem... O que eu não sei é se a tua existência era muito necessária ao
século. Quem sabe? Talvez um comparsa de menos fizesse patear a tragédia
humana.
LV
O Velho Diálogo de Adão e Eva
Brás Cubas
.......?
Virgília
.......
Brás Cubas
....................
..........
Virgília
..................!
Brás Cubas
...............
Virgília
..................................................................................
........................? ......................................................
...............................................................................
Brás Cubas
.....................
Virgília
.......
Brás Cubas
.................................................................................
........................................................................... .....
........................................................! .......................
....! ...........................................................!
Virgília
.......................................?
Brás Cubas
.....................!
Virgília
.....................!
CXIX
Parêntesis
Haverá uma crítica tão perversa que possa atribuir a minha opinião [...] à
inveja das suas máximas? Eu aparo desde já esse golpe, transcrevendo algumas das
que compus por aquele tempo, e rasguei logo depois, por não me parecerem dignas do
prelo. Fi-las num período em que a flor amarela do capitulo 25 tomara a abrir; eram
bocejos de enfado. E se não vejam:
-------------------------------------
Suporta-se com paciência a cólica do próximo.
-------------------------------------
Matamos o tempo; o tempo nos enterra.
-------------------------------------
Um cocheiro filósofo costumava dizer que o gosto da carruagem seria
diminuto, se todos andassem de carruagem.
CXXV
Epitáfio
AQUI JAZ DONA EULÁLIA DAMASCENA
DE BRITO MORTA
AOS DEZENOVE ANOS DE IDADE
ORAI POR ELA!
CXXXIX
De Como Não Fui Ministro d'Estado
............................................................
............................................................
............................................................
............................................................
CLX
Das Negativas
Entre a morte do Quincas Borba e a minha, mediaram os sucessos narrados na
primeira parte do livro. O principal deles foi a invenção do emplasto Brás Cubas, que
morreu comigo, por causa da moléstia que apanhei. Divino emplasto, tu me darias o
primeiro lugar entre os homens, acima da ciência e da riqueza, porque eras a genuína e
direta inspiração do céu. O acaso determinou o contrário; e ai vos ficais eternamente
hipocondríacos.
Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei a celebridade do
emplasto, não fui ministro, não fui califa, não conheci o casamento. Verdade é
que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com
o suor do meu rosto. Mais; não padeci a morte de Dona Plácida, nem a
semidemência do Quincas Borba. Somadas umas coisas e outras, qualquer
pessoa imaginará que não houve míngua nem sobra, e conseguintemente que
sai quite com a vida. E imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado do
mistério, achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa deste
capítulo de negativas: - Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o
legado da nossa miséria.
Questões:
1.
Mas eu ainda espero angariar as simpatias da opinião, e o primeiro remédio é
fugir a um prólogo explícito e longo. O melhor prólogo é o que contém menos cousas,
ou o que as diz de um jeito obscuro e truncado. Conseguintemente, evito contar o
processo extraordinário que empreguei na composição destas Memórias, trabalhadas
cá no outro mundo. Seria curioso, mas nimiamente extenso, e aliás desnecessário ao
entendimento da obra. A obra em si mesma é tudo: se te agradar, fino leitor, pago-me
da tarefa; se te não agradar, pago-te com um piparote, e adeus.
(Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas)
vocabulário:
prólogo: apresentação, introdução
cousas: coisas
nimiamente: excessivamente, exageradamente
piparote: peteleco, pequena agressão com o dedo
Vários elementos típicos do autor e da obra podem ser verificadas no excerto, exceto:
a) A linguagem propositalmente descuidada, próxima do coloquialismo (“menos
cousas”).
b) A metalinguagem, a conversa estabelecida com o leitor a respeito da composição do
texto.
c) O narrador “defunto autor”, isto é, aquele que conta a sua biografia depois de morto.
d) A ironia no tratamento com o leitor (“se não te agradar, pago-te com um piparote, e
adeus”).
e) O desejo de fugir à técnica narrativa tradicional, evitando um prólogo longo e
apresentando, a seguir, capítulos normalmente curtos.
2.
- Assim, pois, o sacristão da Sé, um dia, ajudando a missa, viu entrar a dama,
que devia ser sua colaboradora na vida de D. Plácida. Viu-a outros dias, durante
semanas inteiras, gostou, disse-lhe alguma graça, pisou-lhe o pé, ao acender os altares,
nos dias de festa. Ela gostou dele, acercaram-se, amaram-se. Dessa conjunção de
luxúrias vadias brotou D. Plácida. É de crer que D. Plácida não falasse ainda quando
nasceu, mas se falasse podia dizer aos autores de seus dias: - Aqui estou. Para que me
chamastes? E o sacristão e a sacristã naturalmente lhe responderiam: - Chamamos-te
para queimar os dedos nos tachos, os olhos na costura, comer mal, ou não comer,
andar de um lado para outro, na faina, adoecendo e sarando, com o fim de tornar a
adoecer e sarar outra vez, triste agora, logo desesperada, amanhã resignada, mas
sempre com as mãos no tacho e os olhos na costura, até acabar um dia na lama ou no
hospital; foi para isso que te chamamos, num momento de simpatia.
(Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas)
No trecho acima, Brás Cubas reflete sobre a história de Dona Plácida, reconhecendo a
extrema dureza de sua vida. No contexto da segunda metade do séc. XIX, esse
reconhecimento revela que Brás Cubas, embora perceba com precisão o desamparo dos
pobres, não faz mais que
a) procurar remediá-lo com soluções fantasiosas, com a invenção do emplasto, cuja
finalidade era de eliminar as desigualdades sociais.
b) declarar sua impotência para saná-lo, tendo em vista a extensão desse problema na
sociedade brasileira do Segundo Reinado.
c) considerá-lo do ponto de vista irônico, interpretando-o conforme lhe é mais
conveniente.
d) transformá-lo em recurso retórico, utilizá-lo nos discursos demagógicos a proferir na
Câmara de Deputados.
e) interpretá-lo conforme a doutrina do Humanitismo, segundo a qual os sofrimentos
dos indivíduos servem para purgar os pecados cometidos em vidas passadas.
3. Considerando-se o narrador de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de
Assis, é incorreto afirmar que ele:
a) aborda, de forma humorística, os temas trágicos da morte e da loucura.
b) apresenta, por intermédio de Quincas Borba, o sistema filosófico denominado
Humanitismo.
c) convoca frequentemente o leitor a envolver-se na narrativa.
d) relata suas memórias, tendo como ponto de partida sua própria morte.
e) revela como a felicidade humana pode ser obtida através de um relacionamento
matrimonial duradouro e sólido, como o que teve.

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  • 1. Classificação da obra: prosa, romance que beira o fantástico. A ação romanesca está encadeada às várias reflexões do narrador. 160 capítulos. Ação principal: O narrador, já morto, resolve relatar sua existência patética, e o faz maledicentemente. Narrador: Participante. Personagens Principais: Brás Cubas, Marcela, Eugênia, Quincas Borba, Virgília. Personagens Secundárias: Sabina, Cotrim, Nhã-Loló, Eusébia, Conselheiro Dutra, Lobo Neves, D. Plácida, Prudêncio. Tempo da narrativa: séc. XIX Linguagem: predomina o erudito; coloquialismo e espontaneidade na fala de algumas personagens. — Meu senhor! gemia o outro. — Cala a boca, besta! replicava o vergalho. Parei, olhei... Justos céus! Quem havia de ser o do vergalho? Nada menos que o meu moleque Prudêncio, — o que meu pai libertara alguns anos antes. Cheguei-me; ele deteve-se logo e pediu-me a bênção; perguntei-lhe se aquele preto era escravo dele. — É, sim, nhonhô. — Fez-te alguma coisa? — É um vadio e um bêbado muito grande. Ainda hoje deixei ele na quitanda, enquanto eu ia lá embaixo na cidade, e ele deixou a quitanda para ir na venda beber. — Está bom, perdoa-lhe, disse eu. — Pois não, nhonhô. Nhonhô manda, não pede. Entra para casa, bêbado! (cap. LXVII) Resumo Narrado em primeira pessoa, seu autor é Brás Cubas, um "defunto autor", isto é, um homem que já morreu e que deseja escrever a sua biografia. Nascido numa típica família da elite carioca do século XIX, do túmulo o morto escreve suas memórias póstumas começando com uma "Dedicatória": Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico com saudosa lembrança estas memórias póstumas. Seguido da dedicatória, no outro capítulo, "Ao Leitor", o próprio narrador explica o estilo de seu livro, enquanto o próximo, "Óbito do Autor", começa realmente com a narrativa, explicando seu funeral e em seguida a causa mortis, uma pneumonia contraída enquanto inventava o "emplastro Brás Cubas", panaceia medicamentosa que foi sua
  • 2. última obsessão e que lhe "garantiria a glória entre os homens". No Capítulo VII, "O Delírio", narra o que antecedeu ao óbito. No Capítulo IX, "Transição", principiam propriamente as memórias. Brás Cubas começa revendo a própria infância de menino rico, mimado e endiabrado: desde cedo ostentava o apelido de "menino diabo" e já dava mostras da índole perversa quebrando a cabeça das escravas quando não era atendido em algum querer ou montando num dos filhos dos escravos de sua casa, o moleque Prudêncio, que fazia de cavalo. Aos dezessete anos, Brás Cubas apaixona-se por Marcela, "amiga de rapazes e de dinheiro", prostituta de luxo, um amor que durou "quinze meses e onze contos de réis", e que quase acabou com a fortuna da família. A fim de se esquecer dessa decepção amorosa, o protagonista foi enviado a Coimbra, onde se formou em Direito, após alguns anos de boêmia desbravada, "fazendo romantismo prático e liberalismo teórico". Retorna ao Rio de Janeiro por ocasião da morte da mãe. Depois de namorar inconsequentemente Eugênia, "coxa de nascença", filha de D. Eusébia, amiga pobre da família, o pai planeja induzi-lo na política através do casamento e encaminha o relacionamento do filho com Virgília, filha do Conselheiro Dutra, que apadrinharia o futuro genro. Porém Virgília prefere casar-se com Lobo Neves, também candidato a uma carreira política. Com a morte do pai de Brás Cubas, instaura-se um conflito entre ele e sua irmã, Sabina, casada com Cotrim, por conta da herança. Quando Virgília reaparece, anunciada pelo primo Luís Dutra, reencontra- se com Brás Cubas e tornam-se amantes, vivendo no adultério a paixão que não tiveram quando noivos. Virgília engravida, no entanto a criança morre antes de nascer. Para manter discreta sua relação amorosa, Brás Cubas corrompe Dona Plácida, que por cinco contos de réis aceita figurar-se como moradora de uma casinha na Gamboa, que na verdade serve de encontro entre os amantes. Então segue-se o encontro do protagonista com Quincas Borba, amigo de infância que agora miserável lhe rouba o relógio, devolvendo- lhe depois. Quincas Borba, filósofo doido, apresenta ao amigo o Humanitismo. Perseguindo a celebridade ou procurando uma vida menos tediosa, Brás Cubas torna-se deputado, enquanto Lobo Neves é nomeado presidente de uma província e parte com Virgília para o Norte, porquanto que termina a relação dos amantes. Sabina arranja uma noiva para Brás Cubas, a Nhã-Loló, sobrinha de Cotrim, de 19 anos, mas ela morre de febre amarela e Brás Cubas torna-se definitivamente um solteirão. Tenta ser ministro de Estado mas fracassa; funda um jornal de oposição e fracassa. Quincas Borba dá os primeiros sinais de demência. Virgília, já velha e desfigurada em sua beleza, solicita a ele o amparo à indigência de Dona Plácida, que morre em seguida. Morrem também Lobo Neves, Marcela e Quincas Borba. Eugênia é encontrada num cortiço. A última tentativa de glória, portanto, é o "emplasto Brás Cubas", remédio que curaria todas as doenças; ironicamente, ao receber uma brisa fria, apanha uma pneumonia, da qual vem a falecer, aos 64 anos. Virgília, acompanhada do filho, vai visitá-lo na cama e, após longo delírio, morre assistido por alguns familiares. Depois de morto, começa a contar, de trás para frente, a história de sua vida. I
  • 3. Óbito do Autor Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no introito, mas no cabo; diferença radical entre este livro e o Pentateuco. Dito isto, expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha bela chácara de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui acompanhado ao cemitério por onze amigos. Onze amigos! Verdade é que não houve cartas nem anúncios. Acresce que chovia - peneirava - uma chuvinha miúda, triste e constante, tão constante e tão triste, que levou um daqueles fiéis da última hora a intercalar esta engenhosa ideia no discurso que proferiu à beira de minha cova: ―"Vós, que o conhecestes, meus senhores, vós podeis dizer comigo que a natureza parece estar chorando a perda irreparável de um dos mais belos caracteres que tem honrado a humanidade. Este ar sombrio, estas gotas do céu, aquelas nuvens escuras que cobrem o azul como um crepe funéreo, tudo isso é a dor crua e má que lhe rói à natureza as mais íntimas entranhas; tudo isso é um sublime louvor ao nosso ilustre finado." Bom e fiel amigo! Não, não me arrependo das vinte apólices que lhe deixei. (...) XVI Uma Reflexão Imoral Ocorre -me uma reflexão imoral, que é ao mesmo tempo uma correção de estilo. Cuido haver dito, no capitulo XIV, que Marcela morria de amores pelo Xavier. Não morria, vivia. Viver não é a mesma coisa que morrer; assim o afirmam todos os joalheiros desse mundo, gente muito vista na gramática. XXXIV Uma Alma Sensível (...) Não havia ali a atmosfera somente da águia e do beija-flor; havia também a da lesma e do sapo. Retira, pois, a expressão, alma sensível, castiga os nervos, limpa os óculos, - que isso às vezes é dos óculos, - e acabemos de uma vez com esta flor da moita. XXXVI A Propósito de Botas Meu pai, que me não esperava, abraçou-me cheio de ternura e agradecimento. - Agora é deveras? disse ele. Posso enfim...?
  • 4. Deixei-o nessa reticência, e fui descalçar as botas, que estavam apertadas. Uma vez aliviado, respirei à larga, e deitei-me a fio comprido, enquanto os pés, e todo eu atrás deles, entrávamos numa relativa bem-aventurança. Então considerei que as botas apertadas são uma das maiores venturas da terra, porque, fazendo doer os pés, dão azo ao prazer de as descalçar. Mortifica os pés, desgraçado, desmortifica-os depois, e aí tens a felicidade barata, ao sabor dos sapateiros e de Epicuro. Enquanto esta ideia me trabalhava no famoso trapézio, lançava eu os olhos para a Tijuca, e via a aleijadinha perder-se no horizonte do pretérito, e sentia que o meu coração não tardaria também a descalçar as suas botas. E descalçou-as o lascivo. Quatro ou cinco dias depois, saboreava esse rápido, inefável e incoercível momento de gozo, que sucede a uma dor pungente, a uma preocupação, a um incômodo... Daqui inferi eu que a vida é o mais engenhoso dos fenômenos, porque só aguça a fome, com o fim de deparar a ocasião de comer, e não inventou os calos, senão porque eles aperfeiçoam a felicidade terrestre. Em verdade vos digo que toda a sabedoria humana não vale um par de botas curtas. Tu, minha Eugênia, é que não as descalçaste nunca; foste aí pela estrada da vida, manquejando da perna e do amor, triste como os enterros pobres, solitária, calada, laboriosa, até que vieste também para esta outra margem... O que eu não sei é se a tua existência era muito necessária ao século. Quem sabe? Talvez um comparsa de menos fizesse patear a tragédia humana. LV O Velho Diálogo de Adão e Eva Brás Cubas .......? Virgília ....... Brás Cubas .................... .......... Virgília ..................!
  • 5. Brás Cubas ............... Virgília .................................................................................. ........................? ...................................................... ............................................................................... Brás Cubas ..................... Virgília ....... Brás Cubas ................................................................................. ........................................................................... ..... ........................................................! ....................... ....! ...........................................................! Virgília .......................................? Brás Cubas .....................! Virgília .....................! CXIX Parêntesis Haverá uma crítica tão perversa que possa atribuir a minha opinião [...] à inveja das suas máximas? Eu aparo desde já esse golpe, transcrevendo algumas das que compus por aquele tempo, e rasguei logo depois, por não me parecerem dignas do prelo. Fi-las num período em que a flor amarela do capitulo 25 tomara a abrir; eram bocejos de enfado. E se não vejam: ------------------------------------- Suporta-se com paciência a cólica do próximo. ------------------------------------- Matamos o tempo; o tempo nos enterra. ------------------------------------- Um cocheiro filósofo costumava dizer que o gosto da carruagem seria diminuto, se todos andassem de carruagem. CXXV Epitáfio AQUI JAZ DONA EULÁLIA DAMASCENA DE BRITO MORTA AOS DEZENOVE ANOS DE IDADE ORAI POR ELA!
  • 6. CXXXIX De Como Não Fui Ministro d'Estado ............................................................ ............................................................ ............................................................ ............................................................ CLX Das Negativas Entre a morte do Quincas Borba e a minha, mediaram os sucessos narrados na primeira parte do livro. O principal deles foi a invenção do emplasto Brás Cubas, que morreu comigo, por causa da moléstia que apanhei. Divino emplasto, tu me darias o primeiro lugar entre os homens, acima da ciência e da riqueza, porque eras a genuína e direta inspiração do céu. O acaso determinou o contrário; e ai vos ficais eternamente hipocondríacos. Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui califa, não conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto. Mais; não padeci a morte de Dona Plácida, nem a semidemência do Quincas Borba. Somadas umas coisas e outras, qualquer pessoa imaginará que não houve míngua nem sobra, e conseguintemente que sai quite com a vida. E imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado do mistério, achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa deste capítulo de negativas: - Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria. Questões: 1. Mas eu ainda espero angariar as simpatias da opinião, e o primeiro remédio é fugir a um prólogo explícito e longo. O melhor prólogo é o que contém menos cousas, ou o que as diz de um jeito obscuro e truncado. Conseguintemente, evito contar o processo extraordinário que empreguei na composição destas Memórias, trabalhadas cá no outro mundo. Seria curioso, mas nimiamente extenso, e aliás desnecessário ao entendimento da obra. A obra em si mesma é tudo: se te agradar, fino leitor, pago-me da tarefa; se te não agradar, pago-te com um piparote, e adeus. (Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas) vocabulário: prólogo: apresentação, introdução cousas: coisas nimiamente: excessivamente, exageradamente piparote: peteleco, pequena agressão com o dedo
  • 7. Vários elementos típicos do autor e da obra podem ser verificadas no excerto, exceto: a) A linguagem propositalmente descuidada, próxima do coloquialismo (“menos cousas”). b) A metalinguagem, a conversa estabelecida com o leitor a respeito da composição do texto. c) O narrador “defunto autor”, isto é, aquele que conta a sua biografia depois de morto. d) A ironia no tratamento com o leitor (“se não te agradar, pago-te com um piparote, e adeus”). e) O desejo de fugir à técnica narrativa tradicional, evitando um prólogo longo e apresentando, a seguir, capítulos normalmente curtos. 2. - Assim, pois, o sacristão da Sé, um dia, ajudando a missa, viu entrar a dama, que devia ser sua colaboradora na vida de D. Plácida. Viu-a outros dias, durante semanas inteiras, gostou, disse-lhe alguma graça, pisou-lhe o pé, ao acender os altares, nos dias de festa. Ela gostou dele, acercaram-se, amaram-se. Dessa conjunção de luxúrias vadias brotou D. Plácida. É de crer que D. Plácida não falasse ainda quando nasceu, mas se falasse podia dizer aos autores de seus dias: - Aqui estou. Para que me chamastes? E o sacristão e a sacristã naturalmente lhe responderiam: - Chamamos-te para queimar os dedos nos tachos, os olhos na costura, comer mal, ou não comer, andar de um lado para outro, na faina, adoecendo e sarando, com o fim de tornar a adoecer e sarar outra vez, triste agora, logo desesperada, amanhã resignada, mas sempre com as mãos no tacho e os olhos na costura, até acabar um dia na lama ou no hospital; foi para isso que te chamamos, num momento de simpatia. (Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas) No trecho acima, Brás Cubas reflete sobre a história de Dona Plácida, reconhecendo a extrema dureza de sua vida. No contexto da segunda metade do séc. XIX, esse reconhecimento revela que Brás Cubas, embora perceba com precisão o desamparo dos pobres, não faz mais que a) procurar remediá-lo com soluções fantasiosas, com a invenção do emplasto, cuja finalidade era de eliminar as desigualdades sociais. b) declarar sua impotência para saná-lo, tendo em vista a extensão desse problema na sociedade brasileira do Segundo Reinado. c) considerá-lo do ponto de vista irônico, interpretando-o conforme lhe é mais conveniente. d) transformá-lo em recurso retórico, utilizá-lo nos discursos demagógicos a proferir na Câmara de Deputados. e) interpretá-lo conforme a doutrina do Humanitismo, segundo a qual os sofrimentos dos indivíduos servem para purgar os pecados cometidos em vidas passadas. 3. Considerando-se o narrador de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, é incorreto afirmar que ele: a) aborda, de forma humorística, os temas trágicos da morte e da loucura. b) apresenta, por intermédio de Quincas Borba, o sistema filosófico denominado Humanitismo. c) convoca frequentemente o leitor a envolver-se na narrativa. d) relata suas memórias, tendo como ponto de partida sua própria morte.
  • 8. e) revela como a felicidade humana pode ser obtida através de um relacionamento matrimonial duradouro e sólido, como o que teve.